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MODELO TECNOASSISTENCIAIS

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1 
ANOTAÇÕES SOBRE OS MODELOS TECNOASSISTENCIAIS EM SAÚDE NO BRASIL 
 
Profª. Drª. Daniella de Souza Barbosa Suassuna 
 
Modelos Contexto Histórico Ideologia Fundamentos 
teóricos 
Conteúdo das 
propostas 
Críticas 
Sanitarismo 
campanhista, 
sanitarismo 
desenvolvimentista 
ou modelo Sespiano 
(proveniente do 
Serviço Especial de 
Saúde Pública - 
Sesp) 
 
Movimento sanitário 
da Primeira República 
(1889-1930), da Era 
Vargas (1930-1945) e 
do Nacional 
Desenvolvimentismo 
(1946-1964) 
 
Salvação e 
construção 
nacional pela 
saúde pública 
por meio da 
centralização e 
da prescrição de 
medidas 
sanitárias 
 
 
Baseado em 
práticas 
autoritárias de 
controle de 
epidemias 
(polícia médica) 
 
Visão militarista 
de combate às 
doenças de massa, 
concentração de 
decisões, e um 
estilo repressivo 
de intervenção 
sobre os corpos 
individual e social 
 
Programas 
centralizados, que 
dispõem de uma 
administração única e 
vertical, constituindo 
um conjunto de 
normas e pressupostos 
definidos 
centralmente, gerando 
pequena ou nenhuma 
integração com as 
demais ações 
assistenciais 
 
Médico assistencial 
privatista, liberal 
privatista ou 
flexneriano 
 
 Período Militar (1964-
1984) 
Positivismo 
Liberal privatista 
Abalizado no 
Relatório 
Flexner, de 
Abraham 
Flexner, 
publicado em 
1910 pela 
Fundação 
Carnegie/USA. 
Refere-se à 
medicina 
orientada para o 
indivíduo, o 
biologicismo, o 
mecanicismo, a 
especialização, 
a tecnificação, e 
a exclusão de 
práticas 
alternativas, 
com ênfase na 
prática curativa 
 
Manter a 
capacidade 
produtiva dos 
trabalhadores 
urbanos por meio 
da compra, pelo 
Estado, de 
serviços de saúde 
da rede privada. 
 
O culto à doença e 
não à saúde, a 
demanda espontânea e 
a devoção à 
tecnologia, sob a 
presunção ilusória de 
que seria o centro de 
atividade científica e 
de assistência à saúde; 
 
O paradigma 
flexneriano é coerente 
com o conceito de 
saúde como ausência 
de doença e constituiu 
uma âncora que 
permitiu sustentar a 
prática sanitária da 
atenção médica até os 
dias atuais 
 
 
Medicina 
Comunitária 
 
Período Militar (1964-
1984) 
 
Década de 1960 com o 
apoio da OPAS 
Modelo de 
Medicina 
Preventista 
Fundamentado 
na 
regionalização, 
hierarquização 
dos serviços, 
participação 
comunitária e 
introdução de 
outras 
categorias 
profissionais na 
assistência 
 
Resgatar a 
preocupação com 
a saúde dos 
grupos 
populacionais 
locais; oferta 
universal de ações 
preventivas e 
curativas; 
hierarquização 
dos serviços; 
utilização de 
pessoal auxiliar 
treinado visando à 
extensão de 
cobertura; 
Não conseguiu se 
contrapor aos núcleos 
filosófico e 
operacional do 
modelo hegemônico 
flexneriano visto sua 
incapacidade em 
alterar os atos do 
cotidiano, os quais 
(ainda) determinam 
em grande medida o 
modo de se produzir 
saúde; outra 
contradição está 
colocada na noção 
"restrita" de 
 2 
inclusão de 
práticas médicas 
alternativas; e 
incentivo a 
participação 
comunitária 
 
comunidade, 
reforçando a 
explicação e a busca 
de solução local para 
os fenômenos de 
saúde e de doença, 
induzindo a ilusão de 
que a "comunidade 
decide seu destino" 
 
Sistemas Locais de 
Saúde (SILOS) 
Transição democrática 
(1984 - Hoje) 
 
Em 1986, na 
Conferência Sanitária 
Pan Americana, sendo 
difundida em todo o 
mundo pela OMS, em 
especial na América 
Latina, pela OPAS, na 
década de 1990 
 
 
Medicina 
Comunitária; 
 
Modelo 
distritalizado 
com base em 
níveis de saúde 
hierarquizados 
com ênfase na 
atenção básica 
 
Reforma 
Sanitária dentro 
do processo de 
democratização 
da sociedade 
 
Território 
 
Problemas 
 
Práticas 
sanitárias 
(Vigilância à 
Saúde) 
 
Seus princípios 
básicos 
constituem-se na 
descentralização e 
planejamento 
locais, como 
forma de 
exercício de 
autonomia; na 
organização por 
problemas, 
estabelecendo-se 
as prioridades de 
intervenção e 
visando impacto 
nos indicadores 
de 
morbi-
mortalidade; na 
intervenção com 
base territorial, 
adscrevendo-se a 
clientela 
vinculada e 
colocando a 
responsabilidade 
da equipe; na 
participação 
popular, por meio 
de mecanismos 
criados pela 
própria 
população, bem 
como a co-
responsabilidade 
entre serviços e 
população; na 
hierarquização 
dos serviços. 
 
Centra-se na definição 
de problemas, que é 
dada a partir dos 
saberes 
epidemiológicos e 
higienistas, afastando, 
assim, a possibilidade 
da apresentação 
enquanto problema de 
saúde, aqueles que são 
portados pelos 
usuários, seus 
sofrimentos, as suas 
necessidades. 
Segundo, tangencia o 
modelo hegemônico, 
convivendo com o 
modelo médico de 
produção de serviços, 
restringindo sua 
intervenção à atenção 
básica, limitando sua 
atuação aos problemas 
priorizados, não 
enfocando a gestão do 
sistema na sua 
totalidade 
 
 
 
Vigilância à Saúde Transição democrática 
(1984 - Hoje) 
 
Início dos anos 1990, 
enquanto prática 
sanitária de 
organização dos 
processos de trabalho 
em saúde, 
para enfrentamento 
Articulação de 
práticas 
sanitárias em 
torno de dados 
epidemiológicos, 
de ações de 
planejamento e 
da organização 
dos serviços de 
saúde com a 
Reforma 
Sanitária 
 
Concepção 
ampliada da 
Vigilância à 
Saúde para 
além da 
articulação 
entre as ações 
Articula os vários 
níveis de 
prevenção e os 
vários níveis de 
organização da 
atenção à saúde, 
enfatizando o 
desenvolvimento 
de um amplo 
espectro de ações 
Como concepção que 
se fundamenta no 
debate do princípio de 
integralidade, em suas 
múltiplas acepções, 
gerou-se alterações 
em torno de sua 
identificação 
enquanto modelo 
tecnoassistencial de 
 3 
dos problemas 
contínuos dos distritos 
sanitários 
 
 
totalidade social 
em suas 
dimensões 
econômica, 
política e 
ideológica 
 
das vigilâncias 
epidemiológica, 
ambiental e 
sanitária 
 
que abarcam 
desde a 
formulação e 
implementação de 
políticas 
intersetoriais e 
ações sociais para 
a melhoria de 
condições de vida 
e saúde, às ações 
de vigilância 
sanitária, 
ambiental e 
epidemiológica 
acordo com o aspecto 
enfatizado, qual seja, 
se a integralidade das 
ações de saúde tendo 
em vista os distintos 
objetos e finalidades 
das ações 
(promoção, proteção, 
diagnóstico, 
tratamento e 
reabilitação) ou se a 
integralidade dos 
serviços de saúde 
levando-se em conta 
os distintos níveis de 
complexidade 
tecnológica e 
organizacional 
(atenção básica, 
média e alta 
complexidade) 
 
Cidades Saudáveis 
 
Transição democrática 
(1984 - Hoje) 
 
1984, em 
Toronto/Canadá, 
sendo difundida na 
América Latina na 
década de 1990 
concomitantemente ao 
SILOS 
 
São seguidas as 
recomendações 
dos SILOS 
 
Reforma 
Sanitária na 
perspectiva de 
dar 
conseqüência àdoutrina de 
promoção à 
saúde 
formulada na 
Carta de Ottawa 
 
Qualidade de 
vida 
 
Participação 
popular 
 
Consiste no 
entendimento da 
saúde enquanto 
busca da melhoria 
da qualidade de 
vida, 
compreendendo-a 
como parte do 
desenvolvimento 
de políticas 
públicas 
articuladas e 
saudáveis. A 
saúde é vista 
enquanto respeito 
à vida e ao 
ecossistema 
 
Enfoque excessivo na 
intersetorialidade e no 
papel da população na 
produção da saúde, 
reduzindo o papel 
específico 
desempenhado pelos 
serviços de saúde, a 
não intervenção na 
integralidade do 
sistema e a redução do 
papel gestor da 
autoridade sanitária 
 
Em Defesa da Vida 
 
Transição democrática 
(1984 - Hoje) 
 
Final da década de 
1980 em Campinas/SP 
São seguidos os 
princípios 
constitucionais 
do SUS 
Reforma 
Sanitária 
 
Micropolítica 
do trabalho 
 
Teoria da Ação 
comunicativa de 
Habermas 
 
Análise 
Institucional 
 
Psicanálise 
Os princípios que 
a norteiam: a 
saúde com o 
direito de 
cidadania e a 
conseqüente 
reorganização dos 
serviços e do 
processo de 
trabalho em 
saúde, de forma a 
humanizar as 
relações entre 
trabalhadores e 
usuários, 
buscando a 
identificação das 
necessidades que 
portam os 
usuários e a 
É que apesar de nos 
seus pressupostos 
estarem colocados os 
princípios do SUS 
(universalidade, 
integralidade e 
equidade), não foram 
desenvolvidos os 
instrumentos para a 
intervenção na gestão 
do sistema de saúde 
de uma forma mais 
totalizante 
 
 4 
garantia de acesso 
ao serviço e 
recursos 
tecnológicos 
necessários; a 
gestão 
democrática e 
controle social, 
garantindo-se o 
acesso á 
informação e 
atuação dos 
setores sociais nas 
definições dos 
rumos da política 
de saúde e na 
democratização 
das relações entre 
o Estado e 
sociedade 
 
Saúde da Família Transição democrática 
(1984 - Hoje) 
 
Normatizado em 1994 
pelo Ministério da 
Saúde 
Socialização da 
saúde, inspirado 
no modelo de 
saúde pública de 
Cuba 
Reforma 
Sanitária 
 
Família 
 
Vigilância à 
Saúde 
Estratégia de 
reorganização da 
atenção básica 
baseada na 
territorialização e 
na adscrição da 
clientela 
Precarização do 
trabalho e indefinição 
da regulamentação do 
financiamento do SUS 
(EC -29)

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