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UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE PSICOLOGIA (FORMAÇÃO DE PSICÓLOGO) Hellen Santana N794JB-8 Julia Gindre D077DH-7 Sabrina Araújo D0778E-5 TURMA PS4P22 ESQUIZOFRENIA Neurofisiologia CAMPUS PINHEIROS NOTURNO SÃO PAULO 2017/2 Hellen Santana N794JB-8 Julia Gindre D077DH-7 Sabrina Araújo D0778E-5 TURMA PS4P22 ESQUIZOFRENIA Neurofisiologia O objetivo deste trabalho consiste em expandir a compreensão sobre questões diversas sobre esquizofrenia, bem como a importância da participação e presença constante do psicólogo diante do portador, familiares e cuidadores envolvidos. Prof. Orientadora: Abigail. CAMPUS PINHEIROS NOTURNO SÃO PAULO 2017/2 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 03 2. DEFINIÇÃO .......................................................................................... ................ 04 3. TIPOS DE ESQUIZOFRENIA .............................................................................. 06 3.1. Esquizofrenia Paranoide ......................................................................... 06 3.2. Esquizofrenia Hebefrênica ...................................................................... 06 3.3. Esquizofrenia Catatônica ........................................................................ 06 3.4. Esquizofrenia Indiferenciada .................................................................. 07 3.5. Esquizofrenia Simples ............................................................................ 07 3.6. Esquizofrenia Residual ........................................................................... 07 4. SINTOMAS ........................................................................................................... 08 5. CAUSAS .............................................................................................................. 10 6. FATORES DE RISCO .......................................................................................... 12 7. DIAGNÓSTICO .....................................................................................................13 8. TRATAMENTOS .................................................................................................. 15 9. PROGNÓSTICO ................................................................................................... 17 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 18 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 20 3 1. INTRODUÇÃO O trabalho a seguir aborda conceitos fundamentais sobre a esquizofrenia, um distúrbio mental caracterizado pela perda do contato com a realidade, acompanhado de alucinações, delírios, pensamento anormal e perda do contato social. Dentro desse contexto, busca-se compreender as dificuldades e a forma no qual pode-se acolher e auxiliar o indivíduo portador desta condição. Sabe-se atualmente que a esquizofrenia não possui cura, porém com acompanhamento constante à uma equipe multidisciplinar, composta por diversos profissionais, juntamente à medicamentos adequados, é possível que o paciente consiga alcançar uma melhor qualidade de vida e bom prognóstico, buscando controlar as crises. O psicólogo junto com a equipe multidisciplinar possui papel fundamental para o tratamento que, quanto antes iniciado, maiores as chances de obter-se melhores resultados. “Segundo informações da Associação Brasileira de Psiquiatria, a doença tem predominância no sexo masculino e nem sempre é diagnosticada no seu início; existem os chamados ‘sintomas precoces’ que podem aparecer meses ou anos antes da doença se exteriorizar – e em alguns dos casos esses sintomas são confundidos com depressão ou outros tipos de transtornos dessemelhantes ao da esquizofrenia. ” Mesmo possuindo sintomas semelhantes a outros males, é possível diagnosticar a esquizofrenia com a ajuda de um profissional adequado, que indicará qual variação da patologia é a que ocorre no determinado caso. Atualmente, existem diversas variações de esquizofrenia sendo elas: Esquizofrenia Paranóide, Esquizofrenia Hebefrênica, Esquizofrenia Catatônica, Esquizofrenia Indiferenciada, Esquizofrenia Simples, Esquizofrenia Residual. 4 2. DEFINIÇÃO A esquizofrenia é um distúrbio mental grave e crônico com origem endógena que consiste na desestruturação psíquica de seu portador, levando-o a confusões em sua percepção sobre o imaginário e o real, destruição gradual de pensamentos abstratos ao sentir que estão sendo interrompidos por forças exteriores, entre outros. Em geral, a patologia não apresenta prejuízos na capacidade intelectual em seu portador, porém em casos isolados e com o passar do tempo, há chances de surgirem complicações cognitivas. Em relação ao surgimento da esquizofrenia em seu portador, pode-se afirmar que existe um componente genético de grande importância que influencia em sua aparição, uma vez que o risco de a desenvolver aumenta significativamente quando há casos de parentesco de primeiro grau com portadores da patologia. Desta forma, quanto mais próximo o grau de parentesco, maior o risco de aparição da esquizofrenia. Em um caso de gêmeos monozigóticos (geneticamente idênticos) onde um deles possui a doença, há 50% de chances do outro gêmeo desenvolvê-la também. Por outro lado, existem indícios científicos que apontam que a esquizofrenia não possui explicações completamente genéticas, podendo ser influenciada também por aspectos ambientais que aumentem o risco de sua incidência. Ou seja, ambos os fatores, genético e ambiental podem promover seu desenvolvimento bem como impedi-lo. Geralmente, a patologia se manifesta logo durante a infância e adolescência, podendo ser confundida com rebeldia e irritabilidade típicas desta fase, além de haver chance de surgir também ao início da fase adulta, acometendo igualmente indivíduos do sexo masculino e feminino, iniciando-se precocemente nos homens, por volta dos 25 anos, e em mulheres mais tardiamente, por volta dos 30 anos de idade. A esquizofrenia possui um curso de evolução extremamente variável, desta forma, dados apontam que em 30% dos casos há recuperação completa do portador, 30 % de casos com prejuízos parciais ao portador e 30 % com degeneração severa e persistente da capacidade de funcionamento físico, social e profissional do mesmo. A patologia afeta cerca de 1% da população mundial, sendo considerada uma das doenças mais complexas em termos físicos e financeiros, mais comum até do que Alzheimer e esclerose múltipla. 5 Inicialmente titulada de “demência precoce”, a esquizofrenia não se trata de um transtorno dissociativo de personalidade e seu portador não apresenta risco ou perigo iminente à sociedade, ao contrário do que muitos indivíduos pensam. Por outro lado, deve ser entendida como uma doença grave e séria, que merece cuidados específicos, adequados e rápidos com acompanhamento junto à especialistas da área, visando bom resultado no tratamento e manutenção da qualidade de vida de seu portador para que se obtenha um bom prognóstico. O acompanhamento frequente à especialistas durante o tratamento da esquizofrenia é de extrema importância, uma vez que seu portador pode afastar-se da família e isolar-se socialmente, levando-o ao uso de drogas, pobreza e ausência de residência fixa,ou seja, situação de rua. 6 3. TIPOS DE ESQUIZOFRENIA 3.1 Esquizofrenia Paranóide A esquizofrenia paranoide ou paranóica é caracterizada principalmente pela presença de sintomas positivos, como delírios e alucinações sobre a realidade e o imaginário, além de alterações na fala e emoções. Esta variação da patologia se desenvolve geralmente em pessoas com idade mais avançada, sendo o tipo mais comum de esquizofrenia. Neste caso, há a melhora do paciente em seus sintomas mais agudos com o auxílio do tratamento adequado, retomando boa parte de suas atividades e relacionamentos e permanecendo com poucos prejuízos. 3.2. Esquizofrenia Hebefrênica Este tipo de esquizofrenia (também chamado de esquizofrenia desorganizada) se desenvolve, geralmente, em pessoas mais jovens, de 15 a 25 anos, caracterizando-se fortemente pela presença de sintomas negativos, como comportamentos e pensamentos desorganizados, uma vez que delírios e alucinações raramente ocorrem, e quando ocorrem, são de forma rápida e passageira. Sintomas de desorganização de pensamento e comportamento tendem a melhorar com o tratamento, porém outros sintomas negativos podem persistir e ressaltar-se, dificultando a melhora. Alterações cognitivas (atenção, memória e raciocínio) podem oferecer prejuízos sociais ao portador, como dificuldade de relacionar-se e isolamento social. 3.3. Esquizofrenia Catatônica A esquizofrenia catatônica é caracterizada tipicamente sobre os movimentos e a fala, que podem alternar-se entre agitação aguda (fala excessiva e inquietação de movimentos) e abrupta quietude. Esta variação da patologia é a mais rara quando comparada as demais. O portador, por sua vez, possui certa recusa ao alimentar-se, relacionar-se com outras pessoas, embora demonstre estar desperto e atento. O tratamento, geralmente, melhora os sintomas. 7 3.4. Esquizofrenia Indiferenciada Portadores da esquizofrenia indiferenciada, geralmente, possuem sintomas semelhantes aos outros tipos da patologia, como a esquizofrenia paranoide, hebefrênica ou a catatônica, porém possui diferenciações que não a permitem encaixar-se em nenhuma delas. Sintomas negativos e positivos são igualmente presentes, neste caso, com a presença de delírios e alucinações, bem como sintomas desorganizados de comportamento e fala. O prognóstico, neste caso, é extremamente variável, sendo pior do que as demais variações. 3.5. Esquizofrenia Simples A esquizofrenia simples possui maior recorrência de sintomas negativos como característica central, possuindo a tendência a piorar de forma severa e abrupta. Os sintomas positivos, por sua vez, são mais raros de ocorrerem. Esta variação da doença é tipicamente comparada ao transtorno de personalidade esquizotípico, caracterizado por afetividade superficial, comportamento desviante, isolamento social ou desinteresse social. Os sintomas negativos tendem a surgir mesmo que um surto não ocorra anteriormente. 3.6. Esquizofrenia Residual Portadores da esquizofrenia residual desenvolvem-na justamente por já possuírem um histórico de doenças mentais. Neste caso, o comportamento do portador evolui tornando-se cada vez mais deteriorado, apresentando prejuízos sociais e para a autonomia do portador. Da mesma forma, afeta sua capacidade de comunicar-se com outras pessoas, gerando monotonia comportamental, lentidão psicomotora, isolamento social e prejuízos ao autocuidado, como higiene pessoal. 8 4. SINTOMAS O surgimento da esquizofrenia bem como sua gravidade podem variar de acordo com o indivíduo, podendo manifestar-se de forma mais branda e lenta, ou de forma mais súbita, desenvolvendo-se em dias e semanas. Alguns comportamentos estão diretamente relacionados com o surgimento da patologia em seu portador como o sentimento constante de estar sendo vigiado ou seguido, escutar vozes, regressão gradual no desenvolvimento profissional e acadêmico, mudanças do hábito de higiene e aparência pessoal, mudanças na personalidade, afastamento social, irritabilidade constante, dificuldade na resolução de problemas cotidianos e tomada de decisões, insônia e falta de concentração, interesse demasiado em ocultismo e aspectos exotéricos, dificuldades com a memória, conversar sozinho, tiques constantes, entre outros. A esquizofrenia possui quatro categorias principais de sintomatologia: os sintomas positivos, os sintomas negativos, a desorganização e a deterioração cognitiva. Considera-se sintomas positivos aqueles comportamentos que consistem em um excesso ou distorção das funções normais, como alucinações, delírios, pensamentos e movimentos desordenados, por exemplo. As alucinações envolvem ver, ouvir e sentir coisas que os demais indivíduos não sentem, sendo alucinações auditivas as mais comuns, como ouvir vozes que conversam entre si e criticam o portador da patologia. Os delírios consistem em falsas crenças que acarretam uma interpretação errônea das percepções ou experiências do portador, mantendo tais crenças mesmo ciente de sua invalidez. São muito comuns os delírios de perseguição, crendo que são perseguidas e espionadas por terceiros, bem como delírios de imposição de pensamento ao achar que outras pessoas podem ler sua mente ou que forças externas impõem pensamentos sobre sua própria mente, além de crer que trechos escritos podem referir-se específica e diretamente a si mesmo. Ainda há a existência de delírios bizarros (duvidosos e que não possuem chance de ocorrer na vida real) e delírios não bizarros (envolvem situações que podem ocorrer na vida real). Por outro lado, os sintomas negativos consistem na diminuição ou, até mesmo, perda das funções normais do portador da esquizofrenia, envolvendo uma 9 gama de sentimentos e situações que acometem seu portador. Entre eles pode-se observar: A redução na expressão de emoções, envolvendo falta de mudança na face diante de fortes emoções, juntamente a ausência de contato visual, exibindo pouca ou nenhuma emoção por parte do portador. Durante os poucos diálogos que possui, o portador não faz uso de gestos manuais ou na cabeça para enfatizar suas emoções. A diminuição da quantidade de fala caracteriza-se pela pobreza discursiva, ou seja, o portador responde perguntas de forma curta e precisa, transparecendo certo vazio interior, sem profundidade alguma. Há também a forte ocorrência da incapacidade de sentir prazer no cotidiano (anedonia), demonstrando desinteresse em atividades e funções antes desenvolvidas com anseio. A desorganização, por sua vez, consiste em um pensamento desorganizado transmitido pela fala incoerente e sem sentido, de forma branda e quase imperceptível ou, até mesmo, de forma severa e incompreensível. Há também o surgimento de comportamentos considerados anormais e inadequados, como a falta de higiene pessoal, agitação extrema ou, até mesmo, a manutenção de uma postura rígida sem movimento algum, demonstrando falta de motivo para a realização de atividades motoras. Por fim, a deterioração cognitiva consiste em demasiada dificuldade de concentrar-se, lembrar-se, organização, planejamento e resolução de problemas em situações simples do cotidiano. Em certos casos, a dificuldade de concentração é tão forte que o indivíduo portador de esquizofrenia não consegue concentrar-se o suficiente em uma leitura ou acompanhar uma história ou filme, mesmo tendo algumas instruções de como fazê-la, além de ser incapaz de permanecer concentrado em uma determinada tarefa.10 5. CAUSAS Hoje se sabe que a esquizofrenia se trata de uma doença decorrente de alterações em vários sistemas bioquímicos e vias neuronais cerebrais, desconhecendo-se suas causas definitivas. A genética é responsável por cerca de 50% da chance de desenvolvimento da doença. A maior evidência disso são estudos com gêmeos idênticos (e que, portanto, possuem DNA iguais), que revelaram uma concordância de apenas 50% no diagnóstico de esquizofrenia. Isto significa que, quando um dos gêmeos desenvolve a doença, o outro também adoece em 50% dos casos. Estas estatísticas sugerem que a hereditariedade esteja envolvida como provável causa da esquizofrenia. Alguns genes já foram relacionados à esquizofrenia e, provavelmente com o desenvolvimento das pesquisas outros também o serão. Os genes da esquizofrenia são responsáveis por regular etapas importantes do desenvolvimento cerebral principalmente como a produção de neurotransmissores (substâncias produzidas no cérebro para transmitir impulsos elétricos de um neurônio a outro). Esses genes seriam ativados por fatores ambientais de risco, desencadeando uma cascata de eventos que culminariam em alterações sutis do desenvolvimento do cérebro, caracterizadas por um erro na comunicação entre neurônios de diferentes áreas cerebrais. Ou seja, as relações vitais que a pessoa estabelece funcionam como fatores estressores que contribuem para que estes genes ligados se ativem e a doença se manifeste. Não existem fatores psicológicos ou ambientais que causam a esquizofrenia, mas acontecimentos que agem como gatilhos para o início das alterações cerebrais da doença. Os neurotransmissores alterados no cérebro do esquizofrênico são principalmente dopamina e glutamato. Estudos recentes mostram diferenças na estrutura do cérebro e do sistema nervoso central das pessoas com esquizofrenia em comparação aos de pessoas saudáveis. Outras possíveis causas podem estar relacionadas com problemas ocorridos antes, durante ou até mesmo depois do nascimento do portador da patologia. A 11 infecção pelo vírus influenza durante o período final da gestação, falta de oxigênio durante o parto, baixo peso ao nascer ou incompatibilidade do tipo sanguíneo entre mãe e bebê podem ser considerados fatores ambientais que trazem risco e aumentam as chances de a criança desenvolver a patologia, tornando-os causadores da esquizofrenia. 12 6. FATORES DE RISCO História familiar de esquizofrenia: as chances são de 10% se tiver um irmão com esquizofrenia, 18% se tiver um irmão gêmeo não idêntico com esquizofrenia, 50% se tiver um irmão gêmeo idêntico com esquizofrenia e 80% se os dois pais forem afetados por esquizofrenia; Ser exposto a toxinas, vírus (influenza, rubéola, herpes) e à má nutrição dentro do útero da mãe, especialmente nos dois primeiros trimestres da gestação; Acontecimentos de alto impacto na vida da mãe durante a gestação, bem como o desenvolvimento de depressão no mesmo período; Complicações na gravidez, tais como diabetes, sangramentos, incompatibilidade sanguínea entre mãe e bebe; Problemas no parto como falta de oxigênio (hipóxia neonatal); Ter um pai com idade mais avançada; Uso de maconha e LSD; Tabagismo; Vivenciar traumas, abusos físicos ou sexuais; Interação anormal ou inexistente entre mãe e filho. 13 7. DIAGNÓSTICO Devido apreensão incorreta da realidade que caracteriza a própria doença, o esquizofrênico não percebe o quadro em que se encontra e por isso dificilmente procura ajuda médica. Neste caso, um familiar que identifique o problema e se responsabilize por procurar ajuda para o paciente deve saber que provavelmente será difícil convencer a pessoa sobre os sintomas, já que a própria natureza da doença leva a pessoa a estar convicta de sua versão da realidade. Por isso, muitas vezes algum parente ou amigo próximo deve ser responsável por levar a pessoa doente a um especialista ou para a internação, se for o caso. Se você está acompanhando uma pessoa com suspeita de esquizofrenia, otimize o tempo de consulta levando anotados todos os sintomas observados. Tire suas dúvidas sobre sinais, possíveis diagnósticos e o que fazer para ajudar na recuperação. Esteja preparado para as perguntas que o médico poderá fazer: Quando os sintomas começaram? Os sintomas são frequentes ou ocasionais? Há indícios de que ele ou ela queira cometer suicídio? Ele ou ela foi diagnosticado com outro problema médico recentemente? Quais medicamentos ele ou ela faz uso? Não existem exames médicos capazes de diagnosticar a esquizofrenia. Para que haja o diagnóstico, um psiquiatra deve examinar o paciente a fim de confirmar se é um caso da doença ou não. Esse processo ocorre através de uma entrevista minuciosa com a pessoa e seus familiares e após descartar outras doenças que também podem cursar com os mesmos sintomas psicóticos da esquizofrenia, mas que decorrem de outras alterações que atingem o cérebro. Exames que avaliam a imagem do cérebro como tomografia ou ressonância magnética e exames de sangue podem ajudar a descartar outras doenças que podem também se apresentar com psicose como, por exemplo: 14 1) Doença de Wilson: doença genética relacionada ao metabolismo do cobre (presença de sintomas psicóticos em 10-20% dos casos); 2) Consumo de álcool, maconha, cocaína, alucinógenos e outras; 3) Tumores cerebrais que atingem o lobo temporal (todo primeiro surto psicótico necessita de um exame como uma tomografia para afastar este tipo de causa de psicose); 4) Doença de Alzheimer (até 60% dos casos apresentam psicose); 5) Demência fronto-temporal; 6) Doença de Parkinson; 7) Doença de Huntington; 8) Esclerose múltipla; 9) Encefalite límbica (inflamação imunológica do cérebro); 10) Lúpus Eritematoso Sistêmico; 11) Síndrome do X-frágil; 12) Encefalite do HIV (inflamação do cérebro pelo vírus HIV); 13) Medicamentos como esteróides anabolizantes, corticóides e anfetaminas; 14) Epilepsia; 15) Acidente vascular cerebral (AVC) principalmente no lado direito do cérebro; 16) Traumatismo cranioencefálico (TCE). 15 8. TRATAMENTOS Esquizofrenia requer tratamento durante toda a vida, mesmo após o desaparecimento de sintomas. O tratamento com medicamentos e terapia psicossocial pode ajudar a controlar a doença, porém durante os períodos de crise ou tempos de agravamento dos sintomas a hospitalização pode ser necessária para garantir a segurança, alimentação adequada, sono adequado e higiene básica do paciente. O tratamento, que é principalmente medicamentoso, envolve uma equipe multidisciplinar composta por psicólogo, assistente social e enfermeiro. O psicólogo deve ter vivência em terapia comportamental e abordagens psicossociais de reintegração do indivíduo. O tratamento medicamentoso é feito com remédios chamados antipsicóticos ou neurolépticos que agem diretamente sobre a desregulação dos neurotransmissores. Eles são utilizados na fase aguda da doença para aliviar os sintomas psicóticos, e também nos períodos entre as crises, para prevenir novas recaídas. A maioria dos pacientes precisa utilizar a medicação ininterruptamente para não ter novas crises. Assim, o paciente deve submeter-se a avaliações médicas periódicas; o médico procura manter a medicação na dosagem mínima para evitar recaídas e efeitos colaterais danosos. A escolha do medicamentoministrado ao paciente dependerá, também, da vontade do paciente em cooperar com o tratamento. Alguém que seja resistente a tomar a medicação, por exemplo, pode precisar de injeções, em vez de tomar um comprimido. Os medicamentos mais usados para o tratamento de alguns sintomas da esquizofrenia são: Anafranil Aripiprazol Bromazepam Clomipramina Clozapina 16 Equilid 50mg Haldol Haloperidol Lexotan Olanzapina Risperidona ZAP Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para cada caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento por isso é de grande importância seguir as orientações médicas, ler a bula e não interromper o tratamento sem orientação devida. 17 9. PROGNÓSTICO A evolução ou prognóstico da esquizofrenia é tão variável quanto à própria doença. Existem pacientes que têm apenas uma crise, que retomam suas atividades e que permanecem com sintomas brandos, pouco interferindo em sua vida. Há outros que perdem mais com a crise, têm maior dificuldade para retomar seus compromissos e são mais dependentes de supervisão e apoio. E existem aqueles com um curso mais grave, muitas recaídas e menor autonomia. Sabe-se que um maior número de recaídas compromete muito a evolução e as possibilidades de recuperação em longo prazo. Para cada crise, estima-se que o paciente leve de 6 a 12 meses para recuperar o nível anterior de funcionamento. Portanto, a prevenção de recaídas é fundamental. A fim de melhorar a qualidade de vida do paciente treinando técnicas comportamentais como socialização, a terapia é muito indicada após o diagnóstico. Aulas de treinamento profissional e construção de relacionamentos também são importantes para a inserção social do paciente. Os familiares de uma pessoa com esquizofrenia devem ser informados sobre a doença e receber apoio. Os programas que destacam os serviços de apoio social para pessoas necessitadas podem ajudar aqueles que não recebem apoio da família ou de conhecidos. Os familiares são aliados importantíssimos no tratamento e na reintegração do paciente. É importante que estejam orientados quanto à doença esquizofrenia para que possam compreender os sintomas e as atitudes do paciente, evitando interpretações errôneas. Atitudes inadequadas podem muitas vezes colaborar para a piora clínica do mesmo. Frequentemente, diante das atitudes excêntricas dos pacientes, os familiares reagem também com atitudes inadequadas, perpetuando um círculo vicioso difícil de ser rompido. Atitudes hostis, críticas e superproteção prejudicam o paciente, apoio e compreensão são necessários para que ele possa ter uma vida independente e conviva com a doença da melhor forma possível. É importante que a pessoa com esquizofrenia aprenda a tomar os medicamentos corretamente, lidar com os efeitos colaterais, reconhecer os sinais iniciais de uma recaída e saber como reagir se os sintomas retornarem. 18 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS A esquizofrenia é uma doença que deve ser tratada de perto e de maneira frequente. É indispensável a presença de uma equipe multidisciplinar, frisando o acompanhamento psicológico, juntamente com o apoio familiar. Atualmente a esquizofrenia, devido seus sintomas mais comuns (alucinações, delírios e pensamentos anormais), as pessoas a sua volta tendem a rotular o indivíduo portador da patologia sem ao menos buscar compreender como esta age sobre o mesmo. Desta forma, buscam informações em locais inadequados como igrejas, ouvindo dicas de vizinhos, chegando a isolar a família e o indivíduo do meio social com medo do desconhecido, possuindo o seguinte pensamento: “o que os outros vão falar ou pensar? ”. Infelizmente a sociedade ainda não está preparada para acolher tais indivíduos, bem como seus familiares, que sofrem com esses distúrbios mentais. Os sintomas da esquizofrenia geralmente começam entre 15 e 35 anos. Em alguns casos raros, é possível que crianças também tenham ou apresentem sintomas, onde a escola deve se fazer presente e auxiliar os responsáveis a observar e procurar um auxílio médico. Mas o que realmente dificulta é a aceitação dos responsáveis quando há o prognóstico. Sempre existe aquele momento que procuram um culpado, não aceitam e acham que é só é uma “fase” da criança. Mas o ideal é que dado alguns sintomas, deve-se sempre procurar um médico para auxiliar a família e o tratamento ideal para o indivíduo, sendo ela esquizofrenia ou outras patologias. Tendo em mente que, quando tratado, a partir daquele momento o resultado é mais eficaz. Para indivíduos com idades mais avançadas, devido seus sintomas mais comuns, como ditos acima, que podem se estender até a agressividade, as pessoas têm muita dificuldade em realizar atividades do dia a dia, como cozinhar e manter a higiene pessoal, dificuldade em comunicar-se com membros da família e do meio social. Os familiares e amigos tendem a se afastar, levando o indivíduo a total abandono e isolamento social, deixando-o a mercê de outros caminhos que pode leva- lo a situação de rua e até mesmo ao suicídio. O psicólogo dentro de todo esse contexto deve trabalhar com a família, responsáveis e cuidadores e com o próprio indivíduo portador da esquizofrenia. É interessante que dentro da psicologia temos diversas abordagens e tratamentos específicos próprios para a esquizofrenia. O psicólogo tem um papel indispensável no tratamento do indivíduo, fazendo-se presente como ouvinte ativo nesse processo. 19 A psicoterapia é uma das abordagens interessantes que inclui o aconselhamento e orientação, assim o alvo é ajudar o indivíduo para que este volte a ter independência, aprender habilidades sociais, voltando a se inserir no meio social de sua comunidade, obtendo mais confiança, modelagem, fixação de limites e testes de realidade. O psicólogo também propõe pequenas metas para o indivíduo alcançá- las, sendo muito úteis por incentivá-lo sempre a obter mais confiança de si. A psicoterapia tem como meta também trabalhar com a família, quando perceber que o paciente está tendo muitas crises, ao procurar novas estratégias. É sempre necessária uma pessoa externa (família, amigos, responsáveis) acompanhando de perto, pois visto uma pequena melhora o indivíduo pode querer largar o tratamento e não querer tomar os remédios. É sempre interessante desenvolver e manter a consciência de que o paciente é autônomo e que pode confiar em si mesmo, isso pode ajudar essa pessoa a recuperar a confiança para cuidar de si e obter uma melhor qualidade de vida. A esquizofrenia é uma doença sem cura. Os portadores de esquizofrenia necessitarão de acompanhamento para o resto de suas vidas, independentes dos resultados positivos. Sempre devemos lembrar que as medicações antipsicóticas não curam a esquizofrenia, somente controlam os sintomas da doença, bem como as crises. A sociedade é despreparada para acolher indivíduos esquizofrênicos, mas psicólogos e toda equipe multidisciplinar lutam constantemente para que estes estejam inseridos no meio social tal como deve ser, bem como a quebra desta construção de pré-conceitos por parte do meio e do próprio indivíduo esquizofrênico. É importante sempre enfatizar o cuidado psíquico do ser humano como um todo, um conjunto que trabalha e funciona como um todo e merece atenção específica de profissionais preparados. 20 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EFRAIM, Anita. Esquizofrenia: o que é, quais os sintomas e como tratar. 2016. Disponívelem: < http://emais.estadao.com.br/noticias/bem-estar,esquizofrenia-o-que- e--quais-os-sintomas-e-como-tratar,10000053000>. Acesso em: 04 de novembro de 2017. EI LILLY DO BRASIL. Esquizofrenia: O que é esquizofrenia? 2017. Disponível em: < https://www.lilly.com.br/Areas_Terapeuticas/Esquizofrenia>. Acesso em: 04 de novembro de 2017. ENTENDENDO A ESQUIZOFRENIA. Como evolui? 2017. 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