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DIAGNÓSTICO FISIOTERAPEUTICO O Diagnóstico Fisioterapêutico constitui o conjunto de procedimentos e rotinas diagnósticas, realizadas pelo fisioterapeuta, com a finalidade de identificar, quantificar e qualificar o distúrbio cinético-funcional de órgãos e sistemas, sensíveis à abordagem fisioterapêutica, direta ou sinergicamente. O Diagnóstico Cinético-Funcional, ou Diagnóstico Fisioterapeutico, é a conclusão que o fisioterapeuta emite sobre um conjunto de informações acerca da funcionalidade do corpo humano, principalmente a motora ou músculo-esquelética. CONSTRUINDO O DIAGNÓSTICO CINÉTICOFUNCIONAL A formulação de um Diagnóstico Cinético-Funcional é normalmente realizada com base na entrevista (anamnese) e exame físico do paciente, quando são identificadas as limitações e disfunções. O agrupamento e análise desses dados pelo fisioterapeuta resulta numa conclusão acerca do estado funcional do paciente. O Diagnóstico Cinético- Funcional pode então ser utilizado para que um programa objetivo de treinamento e/ou reabilitação seja posteriormente prescrito para esse paciente. ANAMNESE EXAME FÍSICO EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO CINÉTICOFUNCIONAL ATIVIDADES Caso 1: Exame WF é um professor do sexo masculino, com 38 anos de idade. Ele lesionou seu joelho esquerdo há 3 meses jogando futebol, e foi tratado de forma conservadora com anti-inflamatórios não esteróides e fisioterapia por 6 semanas, apresentando uma melhora moderada nos sintomas. Entretanto, ele não consegue retornar às atividades esportivas devido à dor contínua no joelho medial. Uma ressonância magnética realizada 2 semanas atrás revelou lesão de menisco medial. Diante disso, o paciente foi submetido a uma artroscopia para menisectomia há 4 dias. O referido paciente foi encaminhado à fisioterapia para avaliação e tratamento. Na avaliação, WF acusa dor no joelho, que reduziu de 9/10 para 7/10 desde a cirurgia, mas aumenta com descarga de peso sobre o membro lesionado. Os seus movimentos estão limitados às tarefas instrumentais e de vida diárias e ele relata rigidez no joelho. Teste e Medidas O exame objetivo revela moderado aquecimento no joelho esquerdo (face Antero- medial), com restrição da ADM a -10 graus de extensão e 85 graus de flexão. O paciente deambula sem auxílio para locomoção, mas com fase diminuída no lado ipsilateral à lesão e com o joelho semi-fletido (30 graus de flexão) durante o ciclo da passada. A perimetria do joelho esquerdo no nível médio-patelar é de 45 cm e, no joelho direito de 38 cm Construir ficha de avaliação com o diagnóstico cinético funcional Caso 2: Exame LH é uma mulher de 67 anos de idade que procurou o serviço de fisioterapia para avaliação e tratamento por apresentar diagnóstico de artrose das mãos. Ela acusa rigidez e dor em todas as articulações dos dedos, o que dificulta segurar utensílios de cozinha e realizar outras atividades domésticas, além de dor ao escrever. Ela relata que esses sintomas tem piorado nos últimos 5 anos e se intensificaram no mês passado desde que suspendeu o uso de anti- inflamatórios não esteroidais devido a efeitos gástricos colaterais. Teste e Medidas O exame revela rigidez e ADM de flexão restrita das articulações interfalangianas proximais dos dedos 2 a 5 a aproximadamente 90 graus e ligeiro desvio ulnar nas articulações carpometacarpianas bilateralmente. As articulações não se apresentam quentes ou edematosas, e a sensibilidade está inalterada em ambas as mãos. Pct , 16 anos, sexo feminino, vítima de acidente automobilístico, deu entrada em um hospital no interior da Bahia desacordada e com escoriações no rosto e ombro direito. Ao primeiro exame de Raio X realizado observa-se múltiplas fraturas de costela, 5 a direita ( 5ª, 6ª, 7ª , 8ª e 9ª) e 4 a esquerda (8ª, 9ª , 10ª e 11ª), apagamento de seio costofrênico de HTE, área de hipertransparência em região média de HTD e HTE com diminuição da trama vascular . Pct foi encaminhada à cirurgia onde foi realizada drenagem e colocação de dreno entre 10 e 11ª costelas de HTE. No 1 dia de pós-operatório, a pct foi encontrada no leito em DD, mal posicionada, lúcida e bastante colaborativa, em uso de venóclise e dreno torácico, oscilante e drenando liquido sanguinolento. Apresenta respiração superficial, utilizando musculatura acessória, com FR=31 ipm (taquipneica) e tosse débil. Eleva os MMSS até a cabeça com dificuldade e queixando-se de dor generalizada no tórax Apresenta diminuição de expansibilidade torácica a nível clavicular e diminuída ,em HTE em relação ao HTD a nível de base, além de maciçez em base anterior do HTE. Apresenta dor a palpação nas laterais e base do tórax. Á ausculta cardíaca observa-se bulhas normofonéticas e rítmicas em dois tempos. À ausculta pulmonar apresenta MV alterado em HTE, creptos no início da insp. em base anterior de HTE. Caso 3 História Um homem de 27 anos se apresentou a fisioterapia com um início insidioso de dor na face lateral do joelho direito. Ele identificou o Cooper como uma atividade provocativa. O problema começou a 4 semanas atrás durante sua corrida usual de 30 minutos. No inicio a dor aparecia após 20 minutos de corrida mas atualmente aparece após 5 minutos e o impede de correr mais do que 20 min. A dor também é notada subindo ou descendo escadas ou ao se levantar de uma cadeira. O paciente tem boa saúde e não tem história de trauma no membro inferior. Não há sintomas de formigamento, fraqueza ou crepitação. Inspeção O paciente tem uma postura desleixada, com extensão de quadris bilateral, rotação interna excessiva de quadris e rotação externa tibial compensatória. ambos os pés são pronados sendo o direito mais do que o esquerdo. Caso 4 Análise da marcha Demonstrou controle pélvico pobre durante a fase de apoio com rotação interna rápida do quadril no toque do calcanhar. O tamanho do passo a direita está diminuído assim como o tempo de apoio. Na fase de apoio há pronação excessiva e prolongada do pé direito. Avaliação física Nenhuma alteração foi encontrada no quadril direito com exceção de leve encurtamento do reto femoral. A capacidade de contração estática do glúteo máximo estava reduzida e o glúteo médio também demonstrou recrutamento pobre. Na avaliação do joelho não foi revelado um desalinhamento patelar ou disfunções do movimento articular tibio-femoral. Teste do menisco, ligamento e TFL se mostraram negativos. O tecido neural do membro inferior tinha boa mobilidade/alongamento e foi negativo na palpação. Exame do pé e tornozelo mostraram os maiores desvios, com redução significante de dorsiflexão talo-crural, valgo de calcâneo de 5 graus e o primeiro metatarso em plantiflexão. Paciente do sexo feminino, 53 anos de idade, cozinheira, com queixa de dor no dedo médio da mão direita com início havia um ano. Procurou o Serviço de Reumatologia do Hospital Escola da Faculdade de Medicina de Itajubá, o qual diagnosticou tendinite, sendo prescrito anti-inflamatório não-esteróide, não havendo, no entanto, alívio dos sintomas. Relatava dor aos movimentos de flexo-extensão, dor noturna incomodativa causando despertar. A dor irradiava-se para a região palmar. Negava história traumática. É diabética em tratamento contínuo. Caso 5 DIAGNÓSTICO CINÉTICOFUNCIONAL – ANTES E DEPOIS DO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO O exame físico mostrou sinais flogísticos localizados no dedo médio da mão direita acompanhados de limitação dos movimentos e espessamento subcutâneo até a fáscia palmar . A radiografia da mão direita demonstrou ligeira reação periosteal da falange proximal do terceiro dedo e aumento de partes moles. A ultra-sonografia mostrou espessamento acentuado da bainha sinovial do tendão do flexor do dedo médio. Foi realizada a ressecção cirúrgica da tumoração, através de incisão em “Z”, respeitando as pregas palmares, estendendo-se da prega interfalangiana proximal à prega média palmar. Após a abertura por planos, identificou-se um tecido capsulado de consistência mole, medindo 3cm de comprimento por 1cm de largura. Inspecionando a lesão, observou-se que a massa circundava os tendões flexores do dedo médio. A tumoração foi extirpada sem lesar os tendões comprometidos Foi realizado fechamento por planos com colocação de dreno de sucção por 24 horas. Caso 6 • Paciente: SS, 30 anos, atleta profissional de Triathlon há 9 anos, intensificando seus treinamentos neste esporte nos últimos 5 anos, tendo como origem esportiva à natação onde competia o estilo livre em provas de fundo, e nado de peito. • Início do problema: após acidente de bicicleta durante treino, sofreu fratura de bordo inferior da escápula esquerda, permanecendo imobilizada por longo período; na época foi tratada com fisioterapia tradicional. • Quadro Clínico: Início do quadro durante seus treinamentos para os Jogos Olímpicos de Sidney 2000, com dores ao redor do bordo da escápula esquerda com limitação de movimento para extensão e “desenrolar” do ombro no final da braçada na natação, prejudicando seus treinamentos, e posteriormente evoluindo para dores em região lombar e quadril do mesmo lado também nos treinos de ciclismo e corrida. Caso 7 Paciente relatou que no ano de 2002 ela estava na cozinha de sua casa fazendo suas AVD’s, quando seu filho, que estava brincando com um amigo, jogou uma tesoura que veio a atingir a cabeça da paciente; a paciente ficou com paralisia do lado E pelo período de 1 mês, não realizou fisioterapia, mas se recuperou. Após esse incidente a paciente tinha desmaios constantes; e nesse mesmo ano a pacientetambém relatou que subiu em cima do telhado da casa, onde tropeçou e caiu, fraturando a região lombar (T12-L1). Além disso, um dos filhos da paciente faleceu, o que desencadeou um quadro leve de depressão. Ela tem insônia e refere conseguir dormir apenas com auxílio de medicamentos. Diz que “a dor incomoda o dia todo” e, “quando caminha por muito tempo, sente muitas dores nas pernas e nas costas”; também se descreveu como “muito nervosa e ansiosa”, e que pela manhã tem dormência nas mãos e pés; apresenta escala análoga visual de dor em grau 5. Ao exame físico, apresentou os sinais vitais de PA: 130/90mmhg; FC: 120 bpm; Fr: 24rpm; Padrão Respiratório: misto. Paciente apresentou-se humorada e colaborativa. Na inspeção estática em vista anterior, apresentou-se com cabeça rodada à D; ombros assimétricos E mais elevado; clavículas simétricas; triângulo de Tales assimétrico lado E; pelve assimétrica lado E mais elevado; linha alba côncava à E; crista ilíaca assimétrica lado E mais elevado; joelhos varo, com rotação externa; apoio pés normal; em vista posterior, apresentou-se com cabeça rodada à E; ombros assimétricos E mais elevado; escápulas simétricas; pelve rodada à E; pregas glúteas assimétricas lado E mais elevado; pregas poplíteas simétricas; processos espinhoso alinhados; tronco, calcâneo e tornozelos normais; em vista lateral, apresentou-se com cabeça anteriorizada; ombros normal; coluna torácica normal; pelve normal; quadril normal; abdome protuso; joelho normal; pés normal. À inspeção dinâmica em ADM apresentou-se em flexão, extensão, abdução e adução de ombro e quadril normal; flexão e extensão de joelho, cotovelo e punho normais; flexão, extensão e inclinação lateral da cabeça normal, porem com a rotação da cabeça para o lado E diminuído; flexão, extensão e inclinação lateral de tronco normal. Em flexibilidade, apresentou piriforme normal, quadrado lombar normal, ísquios tibiais com encurtamento bilateral. Na marcha e equilíbrio apresentou-se normal. Na palpação teve presença de dor em região lombar e torácica e em paravertebrais; sem presença de edemas e com contraturas musculares em paravertebrais; com presença de varizes bilateral nas pernas. Á palpação dos tender points, dos 18 pontos presentes ela sentiu dor à palpação em 17 pontos, sendo que referiu uma dor maior em joelho D, trocanter bilateral, glúteo D, epicôndilo lateral D; sendo que nos outros pontos referiu dor com menos intensidade, e sem dor em supraespinhal E. Caso 8 M. A., mulher destra de 74 anos de idade, portadora de fibrilação atrial, caiu abruptamente de sua cadeira, ficando impossibilitada de mover seu lado direito. Na emergência onde foi atendida, evidenciou-se uma grande impossibilidade de movimentar-se à direita associada com amputação de campo visual à direita, impossibilidade de falar e deficiência sensitiva do hemicorpo direito. Os olhos estavam desviados e paralisados conjugadamente para a esquerda. Uma tomografia computadorizada do crânio, realizada 48 horas após o evento, revelou uma extensa lesão isquêmica no hemisfério esquerdo, e o exame cardiológico revelou arritmia cardíaca como causa do AVC embólico da paciente.
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