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RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA 12 E ai, pessoal querido da área trabalhista desta grande família Ciclos! Mais um ano de muito estudo sendo finalizado, não é mesmo? Eu gostaria de lhe pedir um favor: olhe lá para janeiro de 2017. Veja como você estava. Perdido? Sem saber o que fazer? Com índice X de acertos em questões? Agora pense em você neste exato momento, lendo essa mensagem. Melhorou o rendimento e o conhecimento com as revisões e cronogramas cumpridos, não é? Não tem segredo ou receita mágica, sempre temos que ter o COMPROMISSO COM O PROGRESSO, pessoal. Diante disso, o ano de 2018 para a carreira trabalhista promete. Para começar eu comunico a vocês que eu (Breno Lenza Cardoso, instagram @drtrabalho) sou o novo coordenador do setor trabalhista desta respeitadíssima família Ciclos. ATENÇÃO: Teremos diversos concursos para servidores dos TRTs, sendo a expectativa que sejam DEZ provas.. D-E-Z! Ademais, com a finalização do primeiro concurso unificado da magistratura trabalhista, fortes indícios estão indicando para mais um edital. Ou seja, não dá para ficar parado, pessoal. Para o comecinho de 2018, as nossas FUCs estarão completamente atualizadas com a reforma trabalhista, tendo a parte de legislação já sido finalizada e disponibilizada para você nosso aluno (basta acessar novamente o link do material e realizar um novo download). Diversos projetos estão sendo desenvolvidos para que a sua preparação seja a melhor possível, tais como turmas específicas para os TRT vindouros, turma para o próximo concurso da magistratura do trabalho, turmas de SIMULADOS DA REFORMA TRABALHISTA e o nosso tradicional reformulado com a própria demanda e conhecimento exigidos nas últimas provas realizadas. Por isso eu digo para vocês: acreditem e confiem, pois a aprovação se aproxima bastante. E não esqueçam: na dúvida, ESTUDEM. Que vocês tenham um ano de 2018 abençoado e que todos os seus sonhos e metas possam ser realizados. Estaremos juntos para te auxiliar no que for preciso e só descansaremos no dia da sua tão esperada posse. 1 Organização e sistematização: Setor de Material Ciclos (Por Bruna Daronch e Fernanda Evlaine). 2 Obs1. Todas as informações foram extraídas do site Dizer o Direito (#SomosTodosMarcinho #AjudaMarcinho), contendo apenas algumas marcações (#importante #atenção) de nossa autoria. Obs2. Todos os julgados foram devidamente adicionados nas FUCs (para achar no material as novas inserções basta procurar o * asterisco). RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br Aqueçam os motores efetuando a leitura das principais decisões do STF de interesse trabalhista e da retrospectiva das principais decisões de 2017 no âmbito do TST que segue em arquivo anexado. Um forte abraço Setor Trabalhista, coordenação Breno Lenza Cardoso. DECISÕES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – STF - DE INTERESSE TRABALHISTA DURAÇÃO DO TRABALHO Há repercussão geral em recurso que discute deslocamento de trabalhador dentro do estabelecimento empresarial? O STF, em votação no Plenário Virtual, entendeu que não há repercussão geral na matéria discutida no Recurso Extraordinário (RE) 944245, interposto contra decisão do Tribunal Superior do Trabalho que determinou o cômputo do tempo de deslocamento entre a portaria da Volkswagen do Brasil Ltda. e o setor de lotação de um empregado como horas trabalhadas (in itinere). A maioria dos ministros seguiu a manifestação do relator, ministro Edson Fachin, no sentido de que a discussão da matéria, fundada em normas trabalhistas, exigiria o reexame de legislação infraconstitucional. A decisão do TST baseou-se na Súmula 429 daquela Corte, que considera que esse tempo de deslocamento, quando superior a dez minutos diários, como tempo à disposição do empregador.3 No recurso extraordinário, a Volkswagen apontava ofensa aos princípios da legalidade e da repartição de competências afetas aos Poderes Legislativo e Judiciário. Segundo a empresa, a Súmula 429 do TST alteraria o artigo 4º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com a criação de obrigação trabalhista nova, não prevista no ordenamento jurídico, o que seria inconstitucional. O ministro Fachin assinalou que, no caso concreto, a empresa fundamentou o recurso em argumentos genéricos, demonstrando inconformismo com a decisão do TST, fundado em normas 3 Súmula 429. Tempo à disposição do empregador. Art. 4º da CLT. Período de deslocamento entre a portaria e o local de trabalho. Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários. RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br trabalhistas (especialmente o artigo 4º da CLT), o que não é cabível em sede de recurso extraordinário, por exigir o reexame de legislação infraconstitucional. Ainda segundo o relator, eventual divergência ao entendimento do TST, em relação tanto à forma de cálculo quanto ao enquadramento legal do tempo despendido pelo empregado em deslocamento dentro da empresa, demandaria nova apreciação de matéria probatória, também inviável na instância extraordinária. O relator destacou que as duas Turmas do STF já se manifestaram sobre a mesma temática, e que a jurisprudência do Tribunal se consolidou no sentido de que os temas que demandam o reexame de legislação infraconstitucional e o revolvimento de contexto fático específico não têm repercussão geral, ainda que supostamente discutam princípios como os da dignidade da pessoa humana, legalidade, propriedade, acesso à Justiça, devido processo legal, dentre outros. Concluiu, assim, que o caso não transcende os interesses subjetivos da causa, manifestando-se pela inexistência de repercussão geral da questão tratada nos autos. A manifestação do relator foi seguida pela maioria dos ministros, vencido o ministro Gilmar Mendes. Assim, fica mantido o entendimento fixado pelo TST sobre a matéria. (STF-RE 944245) SERVIDORES PÚBLICOS Titulares de serventias não estatizadas devem se aposentar compulsoriamente? “Não se aplica a aposentadoria compulsória prevista no artigo 40, parágrafo 1º, inciso II, da Constituição Federal4 aos titulares de serventias judiciais não estatizadas, desde que não sejam ocupantes de cargo público efetivo e não recebam remuneração proveniente dos cofres públicos”. Essa 4 Art. 40 da CR/88 – Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: [...] II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anosde idade, na forma de lei complementar; RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br foi a tese aprovada, por unanimidade no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 647827, com repercussão geral reconhecida. Tipos de titulares: após fazer um histórico sobre a oficialização das serventias judiciais desde a Emenda Constitucional 7/1967, o relator do caso, ministro Gilmar Mendes, salientou em seu voto que os titulares de serventias judiciais podem ser divididos, atualmente, em três espécies: os titulares de serventias oficializadas, que ocupam cargo ou função pública e são remunerados exclusivamente pelos cofres públicos; os titulares de serventias não estatizadas, remunerados exclusivamente por custas e emolumentos; e por último os titulares também de serventias não estatizadas, mas que são remunerados em parte pelos cofres públicos e em parte por custas e emolumentos. Com relação às serventias extrajudiciais, o ministro lembrou que no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2602 o Supremo assentou que não se aplica a aposentadoria compulsória para notários e registradores, exatamente por não se tratarem de servidores públicos. Para o relator, deve se estender aos titulares de serventias judiciais não estatizadas, remuneradas exclusivamente por custas e emolumentos, o mesmo tratamento conferido aos titulares dos foros extrajudiciais, “tendo em vista a similitude das relações jurídicas”. De acordo com o ministro, “ambas se referem a atividades privadas em colaboração com o Poder Público”. Assim, para o relator, não se deve aplicar aos titulares de serventias judiciais não estatizadas, remunerados exclusivamente por custas e emolumentos, a aposentadoria compulsória prevista no artigo 40 (parágrafo 1º, inciso II), que se dirige apenas a servidores públicos titulares de cargos efetivos. Já os demais tipos de titulares estão submetidos à regra constitucional, que antes previa aposentadoria compulsória aos 70 anos, idade que foi ampliada para 75 anos a partir da EC 88/2015, concluiu o relator. AGENTES POLÍTICOS É constitucional o pagamento de 13º e férias a prefeitos e vices? O Plenário do Supremo Tribunal Federal no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 650898, com repercussão geral reconhecida, decidiu no sentido de que o pagamento de abono de férias e 13º salário a prefeitos e vice-prefeitos não é incompatível com o artigo 39, parágrafo 4º, da Constituição da RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br República.5 Por maioria, venceu o voto proposto pelo ministro Luís Roberto Barroso, que divergiu parcialmente do relator, ministro Marco Aurélio. As teses fixadas no julgamento do RE 650898 foram as seguintes: “Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos Estados”. “O artigo 39, parágrafo 4º, da Constituição Federal não é incompatível com o pagamento de terço de férias e décimo terceiro salário”. CONCURSO PÚBLICO Pode o Poder Judiciário determinar a prorrogação de concurso público? A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ajuizou Reclamação (RCL 26186) no Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) que determinou a prorrogação de concurso público além do prazo previsto em edital e a contratação dos candidatos aprovados. Para a empresa, a decisão contraria a jurisprudência do Supremo. Consta dos autos que o Ministério Público do Trabalho (MPT) ingressou com ação civil pública na Justiça trabalhista para questionar o fato de, mesmo existindo candidatos aprovados para o cargo de agente de Correios – carteiro, atendente comercial e operador de triagem e transbordo –, a ECT ter contratado mão de obra temporária para os mesmos postos de trabalho. O MPT pediu a prorrogação da validade do concurso, regido pelo Edital 11/2011 (que era de um ano, prorrogável por igual período uma única vez), e a contratação dos aprovados, em compatibilidade com a necessidade de serviço. 5 Art. 39, § 4º da CR/88 – O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br O juiz de primeiro grau deferiu o pedido do MPT, no sentido de prorrogar o prazo de validade do concurso público até o trânsito em julgado da ação civil pública, decisão que foi mantida pelo TRT-10 com a ressalva de que a prorrogação não poderia ultrapassar o prazo constitucional de quatro anos. Para a ECT, a decisão de prorrogar o concurso e compelir a empresa a convocar e contratar candidatos aprovados fora do número de vagas previstas, em certame cuja validade prevista no edital já havia expirado, está em dissonância com a Súmula 15 do STF, segundo a qual “dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação”. O ato contestado contraria, ainda, segundo a ECT, a pacífica jurisprudência do STF sobre a discricionariedade da Administração Pública quanto à prorrogação ou não de seus concursos públicos. Citando como precedentes as decisões nos julgamentos dos agravos regimentais nos Recursos Extraordinários (RE) 594410 e 607590 e no Agravo de Instrumento (AI) 830040, bem como no Recurso em Mandado de Segurança (RMS) 23788, a empresa pede a concessão de liminar para suspender o ato judicial reclamado. No mérito, requer a confirmação da liminar com a consequente cassação do acórdão do TRT- 10. *Pendente de julgamento PROFISSÕES REGULAMENTADAS Arquitetos e Urbanistas x Designer de Interiores Associação questiona normas que regulamentam atuação de arquitetos sob alegação de que a Lei nº 12.378/2010 ressuscitou as antigas “corporações de ofício”. A Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD) ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5634 contra dispositivos da Lei 12.378/2010 – que regulamenta o exercício da profissão de arquitetos e urbanistas – e da Resolução 51/2013 do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU-BR), que dispõe sobre as áreas de atuação privativa e compartilhada desses profissionais. Para a entidade, as regras questionadas ofendem os princípios constitucionais da reserva legal e da liberdade do exercício profissionais em detrimento da atividade desenvolvida por designers de interiores. Segundo a associação, as normas questionadas afetam diretamente os interesses dos profissionais de designers de interiores, que estão sendo excluídos do mercado de trabalho onde sempre RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br atuaram. Isso porque a Resolução do CAU-BR, editada com base na Lei 12.378/2010, teria criado, em favor de arquitetos e urbanistas, uma “reserva de mercado” em atividades que sempre foram exercidas por designersde interiores, como é o caso de planejamento de uso de espaços em edificações, sem interferências estruturais, e do conforto ambiental. “O artigo 3º da Lei Federal 12.378/2010 acabou por ressuscitar as antigas ‘corporações de ofício’, por assim dizer, transformando o CAU-BR numa corporação capaz de definir quem pode ou não atuar em determinadas áreas – inclusive em áreas em que os arquitetos e urbanitas têm muito pouco conhecimento técnico e onde notoriamente há outros profissionais muito melhor preparados como é o caso dos designers de interiores na Arquitetura de Interiores, dos paisagistas na Arquitetura Paisagística, dos museólogos no Patrimônio Histórico Cultural e Artístico, dos topógrafos na Topografia, dos biólogos e engenheiros no Meio Ambiente, dentre outros”, sustenta a ABD. Na ADI, a entidade ressalta que a profissão de designer de interiores e ambientes foi regulamentada em 2016 pela Lei 13.369. “É notório que os designers de interiores não são pessoas leigas nas atividades que exercem. Muitas são habilitados a tal por grau (bacharelado ou tecnológico) que lhes foi concedido por instituições de ensino superior ou mesmo por cursos técnicos de nível médio, inclusive federais, autorizados e fiscalizados por órgãos públicos competentes a tal. Quem exerce a atividade de design de interiores não é inexperiente nem desconhece as técnicas, a arte e o senso estético por ela exigida”, sustenta. A Associação Brasileira de Designers de Interiores pede a concessão de liminar para suspender dos dispositivos da lei impugnada e da Resolução CAU-BR 51/2013. No mérito, requer que seja declarada a inconstitucionalidade dos dispositivos questionados. A ação tem como relator o ministro Marco Aurélio. COMPETÊNCIA Mudança de regime jurídico A quem compete processar e julgar ações relativas às verbas trabalhistas referentes ao período em que o servidor mantinha vínculo celetista com a Administração, antes da transposição para o regime estatutário? RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br REPERCUSSÃO GERAL EM ARE N. 1.001.075-PI; RELATOR: MIN. GILMAR MENDES – Informativo STF nº 852. Recurso extraordinário. Repercussão geral. 2. Competência da Justiça do Trabalho. Mudança de regime jurídico. Transposição para o regime estatutário. Verbas trabalhistas concernentes ao período anterior. 3. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações relativas às verbas trabalhistas referentes ao período em que o servidor mantinha vínculo celetista com a Administração, antes da transposição para o regime estatutário. 4. Recurso não provido. Reafirmação de jurisprudência. Greve De quem é a competência para julgar a abusividade de greve dos servidores públicos celetistas? O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, que redigirá o acórdão, fixou a seguinte tese de repercussão geral: "A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações públicas". Vencidos os Ministros Roberto Barroso, Rosa Weber e Marco Aurélio. Ausentes, justificadamente, os Ministros Dias Toffoli e Celso de Mello. Presidiu o julgamento a Ministra Cármen Lúcia. Plenário, 1º.8.2017. (Recurso Extraordinário (RE) 846854, com repercussão geral) Crimes contra a organização do trabalho Os crimes contra a organização do trabalho previstos neste Título IV do CP serão sempre julgados pela Justiça Federal? Segundo entende o STJ, os chamados “crimes contra a organização do trabalho” (arts. 197 a 207 do CP) somente serão de competência da Justiça Federal quando ficar demonstrado, no caso concreto, que o delito provocou lesão à: – direito dos trabalhadores coletivamente considerados; ou – organização geral do trabalho. O STF possui entendimento semelhante. Para a Corte, somente são da competência da Justiça Federal os crimes contra a organização do trabalho (arts. 197 a 207 do CP) quando causarem prejuízo à ordem pública, econômica ou social e ao trabalho coletivo (RE 599943 AgR, Relator Min. Cármen Lúcia, Primeira Turma, julgado em 02/12/2010). RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br Em outro julgado, o STF afirmou que a interpretação do que seja crime contra a organização do trabalho, para o fim constitucional de determinar a competência, não se junge à capitulação do Código Penal. Assim, se no caso concreto, houve retenção momentânea, mediante violência, de um único empregado, impedido de adentrar à empresa onde laborava, verifica-se ofensa à liberdade individual e não à organização do trabalho como um todo. Logo, a competência, nessa hipótese, é da Justiça estadual (ARE 706368 AgR, Relator Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em 30/10/2012). (fonte: www.dizerodireito.com.br) Condição análoga à de escravo A quem compete processar e julgar os crimes de redução à condição análoga à de escravo? O Plenário do STF, no julgamento do RE 398.041 (rel. Min. Joaquim Barbosa, sessão de 30.11.2006), fixou a competência da Justiça Federal para julgar os crimes de redução à condição análoga à de escravo, por entender "que quaisquer condutas que violem não só o sistema de órgãos e instituições que preservam, coletivamente, os direitos e deveres dos trabalhadores, mas também o homem trabalhador, atingindo-o nas esferas em que a Constituição lhe confere proteção máxima, enquadram-se na categoria dos crimes contra a organização do trabalho, se praticadas no contexto de relações de trabalho" (RE 541627, Relatora Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, julgado em 14/10/2008) EXECUÇÃO Penhora É constitucional a penhora de bens de sociedades de economia mista antes da sucessão pela União? Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (9), negou provimento ao Recurso Extraordinário (RE) 693112, com repercussão geral reconhecida, para julgar constitucional a penhora de bens de sociedade de economia mista ocorrida anteriormente à sucessão pela União. Segundo os ministros, nesses casos a execução deve prosseguir nos termos dispostos pelo Código de Processo Civil (CPC), sendo inaplicável o regime de precatórios, pois a sucessão não pode ter efeitos retroativos. RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br No caso dos autos, a União interpôs recurso extraordinário impugnando acórdão do Tribunal de Superior do Trabalho (TST) que manteve decisão considerando válida a penhora de bens da extinta Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), realizada anteriormente a sua sucessão pela União. De acordo com o TST, nesses casos, a execução dos bens não pode prosseguir mediante precatório. A tese de repercussão geral firmada foi a seguinte: “É valida a penhora de bens de pessoas jurídicas de direito privado realizada anteriormente à sucessão desta pela União, não devendo a execução prosseguir mediante precatório”. ADPF questiona decisões que determinaram bloqueio de verbas do CE em execução trabalhista O governador do Ceará, Camilo Santana, ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 437, com pedido de liminar, contra decisões da Justiça do Trabalho que têm determinado o bloqueio de verbas públicas na execução de débitos trabalhistas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão do Ceará (Ematerce). Segundo o governador, como a empresa prestaserviço público, a execução de suas dívidas pelo procedimento de direito privado viola o regime jurídico dos precatórios. De acordo com a ADPF, decisões de Varas do Trabalho do Ceará e do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (TRT-7), seguindo entendimento do Tribunal Superior do trabalho (TST), têm afastado a aplicação do regime de precatórios à Ematerce e determinado a constrição patrimonial, por meio de bloqueio de contas e penhora de bens. O governador salienta que as decisões ignoram o fato de que a empresa, que atende a famílias de agricultores, é prestadora de serviço público de assistência técnica e extensão rural de forma exclusiva no Estado do Ceará. Assim, os atos em questão estariam violando o artigo 100 da Constituição Federal, que prevê o pagamento de débitos da Fazenda Pública pelo regime de precatórios. Segundo a argumentação, a Ematerce é totalmente dependente de recursos públicos, e não se pode submetê-la às regras do artigo 173 da Constituição, que estabelece o regime jurídico aplicável às estatais que exerçam atividade econômica em sentido estrito. Outro ponto alegado é a violação da regra orçamentária, prevista no inciso VI do artigo 167, que veda o remanejamento de verbas sem autorização legislativa. RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br Ao pedir, liminarmente, a suspensão das medidas de execução contra a Ematerce e a liberação dos valores bloqueados, o governador ressalta a necessidade de garantir que a continuidade das atividades da empresa. Como precedente, cita liminar do ministro Gilmar Mendes na ADPF 387, na qual foram suspensas decisões da Justiça do Trabalho que bloqueavam recursos do Estado do Piauí. No mérito, pede o reconhecimento, pelo STF, de que as decisões judiciais questionadas violam o regime de precatórios. Suspenso bloqueio de R$ 10 milhões do Estado do AM determinado pela Justiça do Trabalho A ministra Cármen Lúcia deferiu liminar pleiteada pelo Estado do Amazonas para suspender o bloqueio de R$ 10 milhões nas contas do Estado para pagamento de verbas trabalhistas a empregados terceirizados. A decisão, proferida na Reclamação (RCL) 26099 durante o recesso do Tribunal, leva em conta o entendimento do STF de que a responsabilidade subsidiária da Administração Pública em casos de terceirização não pode ser presumida. O caso teve início em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho visando ao arresto de para o pagamento de salários atrasados e outras verbas a empregados de diversas prestadoras de serviços ao governo do estado, alegando ilicitude nos contratos de terceirização. Em primeira instância, antecipação de tutela foi deferida para determinar o arresto de bens e contas das empresas envolvidas e o bloqueio do valor de R$ 4 milhões das verbas estaduais. Em seguida, após recurso do MPT, o Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, em decisão monocrática, ampliou o valor do arresto das contas do estado em R$ 6 milhões. Na Reclamação, o governo do Amazonas alega sofrer prejuízo com essas decisões, proferidas sem que lhe fossem garantidos o exercício da ampla defesa e do contraditório. Sustenta que, no julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 16, o STF, analisando o artigo 71, parágrafo 1º, da Lei das Licitações (Lei 8.666/1983), firmou o entendimento de que o estado só pode ser condenado por verbas trabalhistas de empresas interpostas de forma subsidiária, e desde que comprovada sua conduta culposa ao final do processo. E, nesses casos, o débito se sujeitaria ao regime de precatórios. Ainda segundo o estado, a decisão do TRT-11 não teria observado a cláusula de reserva de plenário, contrariando o enunciado da Súmula Vinculante 10 do STF. Ao pedir a cassação das liminares que RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br determinaram os arrestos, o ente federativo sustenta que a medida teria afetado a conta única do Estado, os convênios e as atividades básicas relativas à segurança, à educação, ao saneamento e aos salários dos servidores do mês de dezembro. Em sua decisão, a ministra observou que, no julgamento da ADC 16, o Supremo entendeu que o inadimplemento das obrigações trabalhistas decorrentes de contrato firmado pela Administração Pública não poderia implicar, automática e diretamente, a responsabilização do ente público. Decidiu-se ainda que o exame das circunstâncias do caso concreto pela Justiça do Trabalho poderia conduzir à responsabilização se comprovada a omissão ou a negligência dos agentes públicos na fiscalização do contrato administrativo. “Entretanto, não se pode admitir a transferência para a Administração Pública, por presunção de culpa, da responsabilidade pelo pagamento dos encargos trabalhistas, fiscais e previdenciários devidos ao empregado de empresa terceirizada”, explicou. No caso em exame, a ministra ressaltou que não constam da decisão do TRT-11 ato ou indicação de circunstância relacionada à execução e à fiscalização do contrato administrativo celebrado pelo estado que demonstrem culpa administrativa. “A atribuição de responsabilidade subsidiária parece ter decorrido de presunção de culpa da entidade da Administração Pública, o que nega vigência ao artigo 71, parágrafo 1º, da Lei 8.666/1993 e contraria a decisão do Supremo Tribunal Federal na ADC 16”, concluiu. Entendendo caracterizado o perigo da demora – pois, com o trânsito em julgado da decisão, os interessados poderiam iniciar a sua execução –, a ministra deferiu a liminar para suspender os efeitos das decisões da Justiça do Trabalho apenas quanto à determinação de bloqueio das verbas públicas. NOVO: (...) compete à Justiça do Trabalho dirimir as controvérsias instauradas entre pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração indireta e seus empregados, cuja relação é regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, compreendendo, inclusive, a fase pré-contratual. [RE 1.015.362- AgR, rel. min. Edson Fachin, j. 12-5-2017, P, DJE de 29-5-2017.] Principais teses firmadas pelo STF em repercussão geral de interesse da Justiça do Trabalho RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br Tema Paradigma Tese de Repercussão Geral Tese / Data Tese 036 RE 569056 Acórdão A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança somente a execução das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir, não abrangida a execução de contribuições previdenciárias atinentes ao vínculo de trabalho reconhecido na decisão, mas sem condenação ou acordo quanto ao pagamento das verbas salariais que lhe possam servir como base de cálculo. 11/09/2008 067 RE 572052 Acórdão A Gratificação de Desempenho de Atividade de Seguridade Social e do Trabalho -GDASST deve ser estendida aos inativos nas mesmas condições em que concedida aos servidores em atividade, ou seja, no valor de 60 (sessenta) pontos, a partir do advento da Medida Provisória 198/2004, convertida na Lei 10.971/2004, que alterou a sua base de cálculo. Isso porque, embora de natureza pro 11/02/2009 RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br Tema Paradigma Tese de Repercussão Geral Tese / Data Tese laborefaciendo, a falta de regulamentação das avaliações de desempenho transmudou a GDASST em uma gratificação de natureza genérica, extensível aos servidores inativos. 074 RE 579648 Acórdão Compete à Justiça do Trabalho o julgamento das ações de interdito proibitório em que se busca garantir o livre acesso de funcionários e de clientes às agências bancárias interditadas em decorrência de movimento grevista. 10/09/2008 152 RE 590415 Acórdão A transação extrajudicial que importa rescisão do contrato de trabalho, em razão de adesão voluntária do empregado a plano de dispensa incentivada, enseja quitação ampla e irrestrita de todas as parcelas objeto do contrato de emprego, caso essa condição tenha constado expressamente do acordo coletivo que aprovou o plano, bem como dos demais instrumentos celebrados com o empregado. 30/04/2015 RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br Tema Paradigma Tese de Repercussão Geral Tese / Data Tese 166 RE 595838 Acórdão É inconstitucional a contribuição previdenciária prevista no art. 22, IV, da Lei 8.212/1991, com redação dada pela Lei 9.876/1999, que incide sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura referente a serviços prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho. 23/04/2014 190 RE 586453 Acórdão Compete à Justiça comum o processamento de demandas ajuizadas contra entidades privadas de previdência com o propósito de obter complementação de aposentadoria, mantendo-se na Justiça Federal do Trabalho, até o trânsito em julgado e correspondente execução, todas as causas dessa espécie em que houver sido proferida sentença de mérito até 20/2/2013. 20/02/2013 242 RE 600091 Acórdão Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidentes de 25/05/2011 RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br Tema Paradigma Tese de Repercussão Geral Tese / Data Tese trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive as propostas pelos sucessores do trabalhador falecido, salvo quando a sentença de mérito for anterior à promulgação da EC nº 45/04, hipótese em que, até o trânsito em julgado e a sua execução, a competência continuará a ser da Justiça Comum. 323 RE 599362 Acórdão A receita auferida pelas cooperativas de trabalho decorrentes dos atos (negócios jurídicos) firmados com terceiros se insere na materialidade da contribuição ao PIS/PASEP. 06/11/2014 409 RE 631880 Acórdão É compatível com a Constituição a extensão, aos servidores públicos inativos, dos critérios de cálculo da Gratificação de Desempenho da Carreira da Previdência, Saúde e Trabalho — GDPST estabelecidos para os servidores públicos em atividade. 10/06/2011 414 RE 638483 Acórdão Compete à Justiça Comum Estadual julgar as ações acidentárias que, propostas pelo 10/06/2011 RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br Tema Paradigma Tese de Repercussão Geral Tese / Data Tese segurado contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), visem à prestação de benefícios relativos a acidentes de trabalho. 514 ARE 660010 Acórdão I - A ampliação de jornada de trabalho sem alteração da remuneração do servidor consiste em violação da regra constitucional da irredutibilidade de vencimentos; II - No caso concreto, o § 1º do art. 1º do Decreto estadual 4.345, de 14 de fevereiro de 2005, do Estado do Paraná não se aplica aos servidores elencados em seu caput que, antes de sua edição, estavam legitimamente submetidos a carga horária semanal inferior a quarenta horas. 30/10/2014 594 RE 627294 Acórdão As regras dos parágrafos 4º e 5º do artigo 40 da Constituição Federal, na redação anterior à EC 20/1998, não se aplicam ao servidor submetido ao regime da Consolidação das Leis do 21/09/2012 RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br Tema Paradigma Tese de Repercussão Geral Tese / Data Tese Trabalho que se aposentou ou faleceu antes do advento da Lei nº 8.112/1990. 853 ARE 906491 Acórdão Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar demandas visando a obter prestações de natureza trabalhista, ajuizadas contra órgãos da Administração Pública por servidores que ingressaram em seus quadros, sem concurso público, antes do advento da CF/88, sob regime da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. 02/10/2015 928 ARE 1001075 Acórdão Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações relativas às verbas trabalhistas referentes ao período em que o servidor mantinha vínculo celetista com a Administração, antes da transposição para o regime estatutário. 09/12/2016 OUTRAS DECISÕES RELEVANTES 1) Supressão das horas in itinere: No julgamento do RE nº 895759/PE, o STF decidiu pela possibilidade de supressão do pagamento das horas in itinere por meio de instrumento coletivo de trabalho desde que prevista contrapartida aos trabalhadores. RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br 2) Quitação geral em PDV: O tribunal decidiu pela aplicação da quitação geral das verbas trabalhistas na adesão ao Plano de Demissão Voluntária – PDV desde que realizada mediante negociação coletiva. 3) Isenção da contribuição patronal aos optantes pelo Simples Nacional: foi alvo de discussão na ADI nº 4033/DF e declarada constitucional pelo STF por maioria de votos. 4) Concurso para contratação de empregados nas pessoas jurídicas do sistema “S”: O STF, no julgamento de Recurso Extraordinário em repercussão geral2, confirmou o entendimento que já vinha sendo manifestado pelo TST ao declarar que não é necessário concurso público para a contratação de empregado nas pessoas jurídicas do denominado “Sistema S”. 5) Necessidade de fundamentação para dispensa de empregado público: A jurisprudência do STF3 defende a fundamentação nas dispensas de empregados públicos. Nesse sentido, o próprio TST já passou a decidir em alguns julgados pela necessidade de motivação na dispensa do empregado público em atendimento ao posicionamento do STF sobre o assunto. 6) Prescrição e FGTS: Em novembro/2014, o STF4 julgou, por maioria de votos, pela redução do prazo de prescrição dos depósitos do FGTS para 5 anos. Abandonou-se, portanto, a tese da prescrição trintenária. Foi utilizado como argumento para defender a redução a discussão em torno da natureza jurídica do fundo. Para os Ministros do STF, os valores devidos ao FGTS apresentam natureza jurídica trabalhista. Dessa forma, o FGTS estaria sujeito ao prazo prescricional de 5 anos do art. 7º, inciso XXIX, CF/88, e as disposições em lei ordinária que determinavam prazo superior violavam referido artigo. Diante da nova posição assumidapelo STF, o TST alterou, recentemente (junho/2015), o teor da Súmula nº 362 do TST, para também prever a prescrição quinquenal (5 anos) para o direito de reclamar o não recolhimento dos depósitos do FGTS. 7) Facultatividade da tentativa de conciliação perante a CCP: o STF proferiu decisão no sentido de que é facultativo ao trabalhador a tentativa de conciliação perante a CCP, ou seja, ele poderá ingressar diretamente na Justiça do Trabalho. Cabe frisar, entretanto, que nas provas objetivas há exigência da RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA 2017 | SETOR TRABALHISTA @ciclosr3 www.ciclosr3.com.br memorização nos exatos termos do art. 625-D da CLT, isto é, a demanda será submetida, lembrando da ressalva do entendimento do STF. 8) Suspensão liminar da Súmula nº 277 do TST: Recentemente, no julgamento da ADPF 323-DF, o STF concedeu medida liminar para suspender todos os processos e decisões judiciais proferidas pela Justiça do Trabalho acerca da Súmula nº 277 do TST, enquanto estiver pendente o julgamento de constitucionalidade de referida súmula. Na decisão monocrática, o Ministro Gilmar Mendes sustenta que a Súmula nº 277 do TST fere os princípios da legalidade e da separação dos poderes, pois ausente previsão legal ou constitucional que permita a ultratividade da norma coletiva (aderência limitada por revogação). Portanto, até julgamento pelo plenário do STF sobre a constitucionalidade as Súmula nº 277 do TST, não é possível exigir do Judiciário a permanência da norma coletiva após o final de sua vigência. 9) Responsabilidade da Administração Pública na terceirização: Em 2017, o STF decidiu no RE nº 760931/DF por vedar a responsabilização automática da administração pública, só cabendo sua condenação se houver prova inequívoca de sua conduta omissiva ou comissiva na fiscalização dos contratos. Fixou-se, assim, a seguinte tese: "O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93". Então é isso, queridos (as). Muita atenção ao estudo de jurisprudência, podem abusar desses arquivos à vontade. E se você ainda tem dúvida se vale a pena correr atrás de seu sonho, dê uma olhadinha nesse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=g-jwWYX7Jlo
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