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1 CARREIRAS PÚBLICAS NÍVEL MÉDIO. Noções de Direito Penal. Prof.: Nestor Távora. Aula: 01 on line. Monitor: Simone Brandão. MATERIAL DE APOIO – MONITORIA Índice. I. Anotações. II. Lousa. III. Questões. I. ANOTAÇÕES. Aplicação da lei penal (art. 1º - 12 CP) 1 - Princípio da legalidade 1.1 Previsão normativa a) Conceito Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem previa cominação legal b) Princípio da legalidade b.1 Princípio da reserva legal b.2 Princípio da anterioridade c) Princípio da reserva legal c.1 Conceito apenas a lei federal em sentido formal pode descrever condutas criminosas Observação lei incriminadora é necessariamente federal de competência da União art. 22, I, CF. Advertência lei complementar pode autorizar de forma excepcional que os estados legislem sobre matéria penal, quanto a temas específicos art. 22, parágrafo único da CF O legislador não pode se valer de decretos, resoluções ou medidas provisórias para incriminar condutas art. 62, § 1º, I, b” da CF d) Princípio da Anterioridade d.1) Conceito Uma pessoa só será punida se à época do fato, já existia lei tipificando a conduta como delito Conceito Consagra-se a irretroatividade da norma penal incriminadora. e) Princípio da taxatividade e.1 Conceito a norma penal deve descrever de maneira clara e específica o seu conteúdo 2.0 Retroatividade da lei penal benéfica 2.1 Previsão normativa – art. 2º do CP e o art. 5º, XL da CF a) a nova lei penal pode eliminar integralmente o delito ou criar uma situação mais favorável ao agente b) Abolitio criminis (lei abolicionista) 2 b.1 Conceito é aquela que elimina integralmente a infração penal art. 2º Caput do CP exemplo art.240 do CP (Adultério) b.2 Consequência I – a nova lei retroage para atingir todos os fatos passados, mesmo que o agente já esteja condenado II – Eliminação dos efeitos da condenação Exemplo a condenação mão é levada em consideração para efeito de reincidência c) nova lei benéfica c.1 É aquela que não elimina o delito, mais de algum modo favorece o réu art. 2º parágrafo único CP Exemplo redução da pena É o que chamamos de “novation legis in mellius” – para lei para melhor c.2 Consequências: I - Retroatividade Conclusão a nova lei penal benéfica retroage para atingir fatos já ocorridos A nova lei penal maléfica (ou incriminadora), não pode retroagir II – Combinação de leis II.a) Conceito O magistrado adequa a parte mais benéfica da lei vigente com a parte mais benéfica da lei revogada, para favorecer o réu II.b) Para os tribunais superiores, a combinação não é possível pois o juiz estaria legislando III Crime continuado e crime permanente Segundo a súmula 711 do STF a lei mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência 3.0 Lei excepcional e lei temporária 3.1 Previsão normativa art. 3º CP a) Conceito - a.1 Lei excepcional é aquela elaborada para vigorar em épocas especiais Exemplo leia provada para vigorar durante as rebeliões nos Estabelecimentos prisionais a.2 Lei temporária É aquele elaborada para vigorar por determinado período, estabelecido na própria lei b) Consequência Elas são aplicadas aos fatos ocorridos durante a sua vigência, mesmo quando encerrada a excepcionalidade ou esgotado o período de duração Conclusão logo elas gozam de ultratividade. c) Enquadramento temporal 4.0 Tempo do crime 4.1 Enquadramento normativo – art. 4º CP a) Conceito É o critério que visa identificar em que momento a infração ocorreu b) Critérios b.1 Teoria da atividade - O crime é praticado no momento em que é implementada a conduta. Conclusão É a teoria adotada pelo art. 4º do CP 3 Se o agente atira na vítima quando tinha 17 anos 11 meses e 30 dias de vida, ele é considerado menor de idade, mesmo que a vítima mora um mês depois, quando ele já possui 18 anos. b.2 Teoria do resultado O crime é praticado no momento da consumação b.3 Teoria da Ubiquidade / Teoria mista/Teoria hibrida O crime é praticado no momento da ação ou do resultado, tanto faz. 5.0 Lugar do crime 5.1 Disciplina normativa - art. 6º do CP a) conceito de acordo com o art. 6º do CP, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. b) Teoria adotada o CP adotou a teoria da (Ubiquidade Hibrida) na análise do local do crime 6.0 Territorialidade da lei penal 6.1 Disciplina normativa art. 5º CP a) Conceito como regra a lei penal brasileira é aplicada ao crime consumado em nosso território, pouco importando a nacionalidade do infrator. b) Exceção excepcionalmente precisamos destacar a influência de normas previstas em tratados e convenções internacionais Conclusão A lei penal estrangeira pode ser aplicada ao crime ocorrido no Brasil Conclusão Adotamos o princípio da territorialidade mitigada, afinal a lei estrangeira pode ser aplicada a crime ocorrido em nossos território c) Conceito de território brasileiro c.1 Fronteiras c.2 Espaço aéreo Conclusão Ele abrange a camada atmosférica c.3 Mar territorial Conclusão é a faixa litorânea que abrange de 0 a 12milhas náuticas Observação território nacional por equiparação (embarcações e aeronaves) I - embarcações e aeronaves de bandeira brasileira e de natureza pública Conclusão ela integram o conceito de território brasileiro em qualquer lugar do mundo II - Embarcações e aeronaves de bandeira brasileira mais de natureza privada ou mercante Conclusão Eles são Brasil quando estiverem transitando no nosso pais ou em alto mar III - Embarcações e aeronaves de bandeira estrangeira, de natureza privada ou mercante Conclusão Eles são considerados Brasil quando ingressarem em nossos território Advertência Embarcações e aeronaves de natureza pública, nunca serão consideradas território brasileiro 7.0 Extraterritorialidade da lei penal a) Conceito é a possibilidade de aplicarmos a lei penal brasileira a crimes b) Princípios I – Princípio da nacionalidade ativa Aplica-se a lei nacional do autor do crime, independentemente do local da infração II - Princípio da nacionalidade passiva a lei do autor do crime é aplicada quando este for praticado contra bem jurídico do seu próprio estado ou contra pessoa de sua nacionalidade. 4 III - Princípio da defesa real - Princípio da proteção prevalece a lei referente a nacionalidade do bem jurídico lesado independente do local do delito ou da nacionalidade do criminoso IV – Princípio da justiça universal – O estado tem direito de punir qualquer crime, independente da nacionalidade do sujeito ativo ou passivo, ou do local da infração, desde que o agente ingresse em seu território V - Princípio da representação A lei nacional é aplicada aos crimes ocorridos no estrangeiro em navios e aeronaves privadas, se não foram julgados no local do crime. c) Extraterritorialidade incondicionada c.1 Conceito: Aplica-se a lei brasileira independente de qualquercondição Advertência A lei brasileira é aplicada mesmo que o agente seja absolvido ou condenado no estrangeiro art. 7º CP c.2 Hipóteses (art. 7, CP) I Crime contra a vida ou liberdade do presidente da república (Princípio da defesa real) II Crime contra o patrimônio ou a fé pública da administração brasileira (princípio da defesa real) III Crime contra a administração pública por quem está a seu serviço (Princípio da defesa real) IV Crime de genocídio, quando o agente é brasileiro ou domiciliado no Brasil. (Princípio da justiça universal) d) Extraterritorialidade condicionada (Próxima aula) II. LOUSA. 5 6 7 III. Questões. 01. (Fundatec - CREA-PR/2010 – Procurador) – Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. O primeiro artigo do Código Penal refere-se a qual dos princípios regentes do Direito Penal? A) Fragmentariedade. B) Adequação social. C) Consunção. D) Legalidade. E) Especialidade. 02. (Fundatec - CREA-PR/2010 – Procurador) - Quanto à aplicação de lei brasileira aos crimes cometidos no estrangeiro, é necessário o concurso das seguintes condições: I. Entrar o agente em território nacional. II. Ser o fato punível também no país em que foi praticado. III. Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição. IV. Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas I e III. C) Apenas I, II e III. D) Apenas I, III e IV. E) I, II, III e IV. 03. (TRF3 – I – Juiz Federal – 1994) - Assinale a alternativa correta. Na determinação do lugar do crime, adotou o Código Penal a teoria: a) da nacionalidade; b) da atividade; c) da ubiquidade; d) da territorialidade; e) do resultado. Gabarito: 1. D. 2. E. 3. C.
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