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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA (CCET) DEPARTAMENTO DE FÍSICA RELATÓRIO DO LABORATÓRIO DE FÍSICA 1 LEI DE HOOKE Alunos: MARCOS NATHAN BATISTA DE OLIVEIRA OCTAVIO SILVA DE CARVALHO RODOLFO FERREIRA MOURA RODRIGO VICTOR LIMA SANTOS WARLY FARIAS DE SOUZA Professor: Patresio Alexandre M. do Nascimento São Cristovão - SE 2017 EXPERIMENTO SOBRE A LEI DE HOOKE 1. Introdução O primeiro físico que demonstrou que muitos materiais elásticos apresentam deformação diretamente proporcional a uma força elástica, resistente ao alongamento produzido foi o inglês Robert Hooke, que determinou pela primeira vez a relação existente entre a deformação de uma mola e sua constante elástica, numa lei que recebeu seu nome, a Lei de Hooke. Todo material sobre o qual é exercida uma força sofre uma deformação na qual pode ou não ser observada e a lei de Hooke descreve a força restauradora que existe nos materiais quando são distendidos, comprimidos ou deformados. A força restauradora aprece sempre para recuperar o formato original do material e vem das forças intermoleculares que mantém as moléculas e os átomos unidos, portando uma mola comprimida ou esticada irá retornar ao seu comprimento original por causa da ação da mesma. Quando o material retorna ao seu formato depois de encerrada a força que gerou a deformação, diz-se que a mesma é pequena ou está dentro do limite elástico, pois quando as deformações são grandes, o material ultrapassa o limite elástico e adquire uma deformação permanente e irreversível e não consegue retornar a sua forma original. Analiticamente a lei de Hooke é dada pela equação: [1] 𝐹𝑒𝑙 = −𝑘 . ∆𝑥 Equação 1: Lei de Hooke Onde “k” é a constante elástica da mola, uma característica inerente e constante de cada mola (N). O sinal negativo indica o fato de que a força elástica tem sentido contrário à sua deformação “Δx”, portanto se “k” é muito pequeno, quer dizer que a força necessária para causar uma deformação é pequena, e se o “k” é muito grande, significa que forças de intensidade muito grandes são necessárias para esticar ou comprimir uma mola. O valor “Δx” corresponde à diferença entre sua posição distendida e a posição inicial da mola (m). Então, há uma dependência linear entre “Fel” e a deformação “Δx”. Portanto a unidade da Fel é: (N/m). [1] 2. Objetivos • Melhorar a compreensão acerca da Lei de Hooke a partir da construção de dinamômetros rudimentares; • Determinar a constante elástica das molas utilizadas no experimento; • Verificar se os gráficos dos dados experimentais obedecem o comportamento linear esperado pela Lei de Hooke; • Aplicar o conceito de propagação de erros nos cálculos envolvidos para tornar os resultados mais próximos da realidade. 3. Materiais e Métodos Para realização do experimento foram utilizados os seguintes itens: • Suporte para mola com tripé e escala graduada • Duas molas de diâmetro diferentes • Régua • Porta-pesos para massas • Conjunto de massas aferidas Imagem 1: Esquema do Aparato Experimental (Maia et al. 2012) Para conduzir o experimento seguimos os seguintes procedimentos para as duas molas de materiais diferentes: 1. Colocamos uma mola suspensa e, sem nenhuma força externa aplicada, determine a posição da extremidade da mola, definida como origem (x0); 2. Penduramos no porta-pesos uma massa conhecida e anotamos o valor de x que corresponde à deformação da mola; 3. Retiramos o porta-pesos e refazemos a medida 2 mais duas vezes; 4. Anotamos os valores na tabela medindo as deformações causadas para outros quatro valores diferentes de massa, colocadas no porta-pesos, tomando o cuidado de medir três vezes em cada caso e de não ultrapassar o limite elástico da mola, para não deformá-la permanentemente; 5. Ao retirar as massas, observamos se a posição da extremidade da Mosa sem deformação, ou seja x0, sofreu alguma variação; 6. Por fim, repetimos os procedimentos anteriores para a segunda mola. Imagem 2: Procedimento de medida (Maia et al. 2012). Nela xi é a posição medida para cada massa mi sustentada pela mola, onde o índice i indica a sequência de medição para cada conjunto de massa. 4. Resultados e Discussões Mediante a mola e baseados nos procedimentos descritos anteriormente, registrou-se os valores das massas aferidas (Kg) e seus respectivos pesos (N), sendo que para uma mesma massa realizou-se três medidas independentes para avaliar a combinação estatística e instrumental em nossa análise. A mola 1 que tem um diâmetro inicial de 0,0332 m e o valor x é de 0,225 m e um diâmetro final de 0,0320 m e o valor x é de 0,226 m. Já a mola 2 tem um diâmetro inicial de 0,0795 m e o valor x é de 0,247 m e um diâmetro final de 0,0785 m e o valor x é de 0,247. Vale lembrar que o valor do diâmetro foi medido utilizando o paquímetro e o valor de x com o auxilio de uma régua. Tabela 1: Dados iniciais Mola 1. Tabela 2: Dados iniciais Mola 2. Em seguida realizamos os cálculos para a média, pois ao se realizar um experimento o correto é fazer várias medidas de um mesmo objeto em questão para garantir um intervalo mais preciso das medidas, e utilizamos a seguinte fórmula: Equação 2: Fórmula da média aritmética. Tabela 3: Valores das massas, das medidas e das suas respectivas médias para a Mola 1. Tabela 4: Valores das massas, das medidas e das suas respectivas médias para a Mola 2. Em seguida para quantificar o grau de dispersão das medidas em relação ao valor médio, utiliza-se o desvio padrão que matematicamente se calcula pela fórmula a seguir: Equação 3:Fórmula do desvio padrão. E, também realizamos os cálculos para as incertezas do tipo A, B, C. A incerteza do tipo A utiliza métodos estatístico que se associa ao valor médio, e é estimado pelo desvio padrão da média e se torna mais exato quanto maior for o número de medidas envolvida, a mesma é calculada pela equação 4. Já a incerteza do tipo B é a incerteza instrumental que é determinada pela resolução do equipamento utilizado para as medições e no nosso experimento será 0,000500 m. E após a determinação das incertezas A e B é necessário determinar o valor da incerteza total associada à grandeza medida e este valor é a incerteza C ( Incerteza combinada) calculada pela equação 5 Equação 4: Fórmula da incerteza tipo A. Equação 5: Fórmula da incerteza tipo C. Para realizar o cálculo da elongação das molas, referente às diversas forças peso pelas quais foram submetidas, utiliza-se a seguinte fórmula: 𝛥𝑥 = 𝑥 − 𝑥0 Equação 6: Fórmula da variação de X. O valor referente a 𝑥0 foi medido e fixado como constante no início do experimento, e ao se propagar a incerteza para a elongação, obtém-se: 𝜎𝛥𝑥 = √( 𝑑𝛥𝑥 𝑑𝑥 𝜎𝑥) 2 + ( 𝑑𝛥𝑥 𝑑𝑥0 𝜎𝑥0) 2 𝜎𝛥𝑥 = √(1 ∗ 𝜎𝑥)2 + (0 ∗ 𝜎𝑥0) 2 𝜎𝛥𝑥 = √(𝜎𝑥)2 𝜎𝛥𝑥 = 𝜎𝑥 Equação 7: Fórmula da propagação de incerteza de 𝜟𝒙. Tabela 5: Na tabela acima temos os valores das incertezas referentes à Mola 1. Tabela 6: Na tabela acima temos os valores das incertezas referentes à Mola 2. Em seguida para calcular a força peso a partir de uma determinada massa utiliza-se a equação: 𝑃 = 𝑚 ∗ 𝑔 Equação 8: Fórmula da Força Peso (N). Onde: P= Força Peso (N) ; g= Aceleração da gravidade (m/s2) Então para calcular a propagação de incerteza da força peso, temos: 𝜎𝑝 = √( 𝑑𝑃 𝑑𝑚 ∗ 𝜎𝑚) 2 𝜎𝑝 = √(𝑔∗ 𝜎𝑚)2 𝜎𝑝 = 𝜎𝑚 ∗ 𝑔 Equação 9: Fórmula da propagação de incerteza da Força Peso. Nesse caso, assumiu-se que a aceleração seja constante e tem valor igual a 9,8 m/s2. A partir de todos dados obtidos é possível construir um gráfico da força peso em função da elongação para cada uma das molas. Gráfico 1: Referente à Mola 1. Gráfico 2: Referente a Mola 2. Observando os dois gráficos percebe-se que os mesmos são uma função linear do primeiro grau crescente e conforme o peso vai aumentando a deformação também se aumenta e isso nos mostra que a relação entre força e a elongação nesse caso são diretamente proporcionais, porém essa relação matemática não é válida para qualquer elongação, porque a Lei de Hooke só é válida até certo valor de deformação que se chama limite estático, e a partir desse valor a deformação é permanente. Os gráficos acima se comportam como uma reta, conforme a equação da Lei de Hooke, portanto pode-se afirmar que as molas utilizadas no experimento obedecem a essa lei, pois não sofreram deformações permanentes e após a deformação elas retornam ao estado inicial. Com isso é notável o caráter restaurador da força exercida pela mola, força elástica que se manteve como caracteriza a Lei de Hooke. Considerando-se o módulo da Força Elástica determinada pela Lei de Hooke, temos: |𝐹𝑒𝑙á𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎| = 𝑘 ∗ ∆𝑥 Equação 10: Fórmula da Força Elástica. Pode-se fazer uma comparação com a equação genérica do 1º grau que é representada da seguinte maneira: y = m ∗ 𝑥 + 𝑛 Equação 11: Equação 1º Grau Nesse caso, o “n” representa um valor constante, o “x” é a variável e o “m” é o coeficiente angular, e comparando as duas equações nota-se que o “k” corresponde ao valor de “m”. O coeficiente angular de uma reta é calculado pela seguinte maneira: Escolhem-se dois pontos distintos na reta P1 e P2, os quais são da seguinte forma: P1 = (valor qualquer em x; valor correspondente em y) P2 = (valor qualquer em x; valor correspondente em y) Posteriormente, substituem-se os valores na equação abaixo e obtém-se o resultado realizando os cálculos: (𝑦2 − 𝑦1) = 𝑘 (𝑥2 − 𝑥1) Após ter todos os dados extraídos das tabelas e através do Software SciDavis consegue-se calcular os respectivos coeficientes angulares de cada reta ajustada. Ressaltando que o k = valor da inclinação da reta. Para a mola 1 o valor do coeficiente angular e o valor de k é de: 3,8325 ± 0,045 N/m. Para a mola 2 o valor do coeficiente angular e o valor de k é de: 8,8356 ± 0,427 N/m. Esta diferença entre os dados obtidos para a constante elástica “k” de cada mola é referente a rigidez, resistência à deformação de cada mola, por isso quanto maior o valor de k mais difícil para deformá-la. A relação entre a constante elástica das molas e o diâmetro de ambas é inversamente proporcional, ou seja, para o mesmo material a medida que o diâmetro aumenta a constante elástica tende a diminuir. O significado físico da constante elástica e o que ela indica é que se a constante elástica de uma mola for, por exemplo, k=20N/m, isto significa que uma força de 20N provoca nessa mola uma deformação de 1m. Como qualquer outro experimento nos deparamos com algumas dificuldades que afetam os dados obtidos, dentre elas: • Valores pequenos a serem medidos, um erro de medição teria uma proporção maior se fosse em um experimento com valores maiores; • É necessário bastante paciência pelo fato da mola se mover muito (deformações constantes até parar) por isso é preciso ter muita paciência e mãos firmes para analisar o melhor valor a marcar pela medição que fizemos; • A inconstância da mola também é uma dificuldade, pelo fato da mola estar se movimentando muito as vezes obtivemos algum resultado de medição com um pouco de equívoco. • Manter estático o sistema analisado e fazer a leitura das medições também são dificuldades encontradas. Entre começar a fazer o experimento em ordem crescente ou decrescente de massas é aconselhável começar pela ordem crescente de massas, ou seja, começar pela menor massa até o de maior massa, tudo isso por causa da deformação da mola. Pode-se perceber que apenas a primeira mola houve uma deformação permanente. Essa deformação foi de: 0,001 m 0,0010/0,225 = 0,0044 ou 0,44%. Além disso, calculamos a incerteza relativa que auxilia na comparação entre instrumentos diferentes e nos indica a precisão do instrumento onde diz que quando mais próxima de zero mais preciso é o nosso instrumento, os seus respectivos resultados se encontram nas tabelas 5 e 6 e a mesma é calculada pela equação a seguir: 𝜎𝑅𝑒𝑙 = 𝜎𝑐 𝑥 ∗ 100% Equação 12: Fórmula da incerteza relativa. Imaginando que uma segunda mola idêntica a utilizada nesse experimento, e que fosse posicionada paralelamente a primeira mola estabelece-se então uma associação em série entre as molas, e uma constante elástica equivalente a relação matemática esperada entre as constantes elásticas das duas situações seria mais ou menos a equivalência de uma mola com o mesmo valor da constante elástica das molas, e teria o dobro da deformação e o dobro da força elástica. 5. Conclusão Mediante tudo que foi exposto fomos capazes de verificar a validade da Lei de Hooke em duas molas, e ambas obedecem a mesma, pois quando distorcidas com pesos diferentes elas assumem elongações diferentes. Para realização sujeitamos cada uma das molas a uma mesma configuração instrumental onde fixamos uma de suas extremidades e na outra adicionávamos massas maiores para analisar a extensão da mola em função da força peso a qual estava sujeita. Além disso, também conseguimos verificar através dos gráficos comportamentos lineares dos deslocamentos, o que condiz com a Lei de Hooke. Ainda por meio dos gráficos também derivamos as constantes elásticas “k” das molas a partir dos coeficientes angulares de retas ajustadas sobre os dados de cada uma delas. A partir dos resultados encontrados é notório que a constante elástica impõe uma resistência à deformação da mola, e percebemos que quanto maior o “k” mais difícil a deformação da mola, e observando o limite de linearidade detectamos um pequeno aumento na deformação natural da mola e resultou em uma deformação permanente somente na primeira mola. Portanto para validar tal lei, a força exercida sobre a mola não deve assumir valores que causem elongação superior ao limite elástico para que dessa forma não ocorra uma deformação permanente. 6. Referências Bibliográficas [1] Disponível em: <http://www.fisica.ufjf.br/~takakura/lab-fis1/aula6.pdf> Acessado em: 26/12/2017 Maia, A. F., Attie, M. R. P., Valerio, M.E.G., Macedo, Z. S. “Apostila de Laboratório de Física A”. Disponível em<http://dfi.ufs.br/pagina/20971- laboratorio-de-fisica-1> Acessado em: 26/12/2017
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