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O_CONCEITO_DE_SELF_NA_TEORIA_DE_MORENO

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Faculdade de Ciências da Saúde- FACS
Curso de Psicologia
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A VISÃO DE HOMEM E O CONCEITO DE SELF NA TEORIA DE MORENO
I. A VISÃO DE HOMEM:
Para Moreno o indivíduo é concebido e estudado através de suas relações interpessoais, nas quais são desempenhados seus diversos papéis sociais. É por meio dessas relações e desses papéis que a identidade e a personalidade do indivíduo se constituem e se desenvolvem.
O homem “moreniano” é essencialmente um ser social, porque nasce em sociedade e necessita dos outros para sobreviver, sendo apto para manter uma convivência saudável com os demais. Ele possui recursos inatos que favorecem seu crescimento psicológico, tais como: sensibilidade, criatividade e espontaneidade. Entretanto, essas condições que favorecem seu crescimento, podem ser perturbadas por ambientes ou sistemas sociais constrangedores. Os obstáculos ao desenvolvimento desses recursos naturais encontram-se tanto no ambiente afetivo-emocional mais próximo da criança (matriz de identidade e átomo social), quanto no sistema social em que a família está inserida (rede sociométrica). 
Nesse caso, resta a possibilidade de recuperação da sensibilidade, criatividade e espontaneidade, através da renovação das relações afetivas e do resgate da capacidade do indivíduo para agir sobre o meio de forma transformadora. A revolução criadora de Moreno é a proposta de recuperar a espontaneidade, através do rompimento com padrões de comportamentos estereotipados, com valores e formas de participação na vida social que acarretam a automatização do ser humano (conservas culturais).
De acordo com Moreno, a possibilidade de transformar uma dada situação implica em criar; produzir uma coisa nova, a partir de algo que já é dado. Quando o indivíduo atua no mundo de forma criativa e transformadora, ele recupera sua espontaneidade, resgata sua liberdade e sua capacidade para ser o que ele verdadeiramente é reafirmando sua essência, ou seja, aquilo que é próprio de sua natureza. A espontaneidade é, portanto, indissociável da criatividade; é um fator que permite a atualização e a manifestação do potencial criativo e da essência do ser humano. Moreno foi um dos criadores do seinismo, um movimento filosófico que tinha como princípio central a necessidade de cada indivíduo encontrar seu verdadeiro ser e agir de modo a convalidá-lo, isto é, agir em consonância com o reconhecimento profundo da própria natureza.
II. O CONCEITO DE SELF:
	Compreender o conceito de espontaneidade em Moreno é indispensável para que se compreenda seu conceito de Self. Para ele ser espontâneo é ter capacidade para agir de forma criativa diante de uma situação, transformando-a no sentido de adequá-la aos valores e necessidades inerentes ao indivíduo, promovendo, assim, uma existência coerente com sua essência. Agir de forma espontânea é agir com liberdade, originalidade e adequação, de acordo com a própria experiência e com a realidade do momento, revelando, assim, a criatividade e a singularidade de cada um, na medida em que não são reproduzidos, de forma rígida e repetitiva, padrões de comportamento ditados pelas conservas culturais. 
Palavras de Moreno a respeito do Self: 
Minha visão de teatro foi moldada segundo a idéia de um Self espontâneo e criativo.
Minha tese é que o lócus do Self está na espontaneidade. Quando a espontaneidade está a zero o Self está a zero. Conforme declina a espontaneidade, murcha o Self. Quando a espontaneidade cresce, o Self se expande. Se for limitado o potencial de espontaneidade, o potencial do Self é limitado. Uma é função do outro. Se a espontaneidade é aquilo que se mede através de testes de espontaneidade, o Self é mensurado pelo grau de espontaneidade que contiver. 
Por Self quero dizer qualquer coisa que reste de você e de mim, depois que for feita a mais radical redução de nós.
O Self surge no processo de aquecimento para o estado espontâneo, dividido em ator espontâneo e em observador interno contra-atuante. O ator é forçado a se exercitar de modo a se tornar duas pessoas: seu Self oculto e particular e um outro Self, o do papel que deve assumir. É como se estivesse sempre pulando de fora de sua própria pele, e de volta para si mesmo novamente.
O Self é o cadinho de experiências oriundas de muitas direções. Uma destas dimensões do Self é a social; outra, a sexual; outra, a biológica; outra, a cósmica; mas o Self é mais do que qualquer uma destas dimensões. 
Com base nessas palavras e no conceito de espontaneidade, podemos concluir que para Moreno o Self inclui o si mesmo na sua mais pura essência; o eu autêntico, oculto e particular, ou seja, aquilo que o indivíduo realmente é em sua natureza mais profunda, que possibilita a originalidade e a espontaneidade no desempenho de seus papéis. 
No entanto, além de incluir os aspectos da personalidade que definem a singularidade de cada um e determinam sua maneira particular de pensar, sentir e agir no mundo, independente dos padrões sócio-culturais, ele também envolve os aspectos do indivíduo que são compartilhados com outras pessoas de uma mesma cultura. Neste sentido, também faz parte do Self, o eu aparente, visível e comum, que usa máscaras para se adaptar ao meio, reproduzindo as normas sócio-culturais, na medida em que procura assumir a maneira exigida de ser em seus papéis sociais.
A patologia acontece quando o Self aparente e comum prevalece, sufoca e enfraquece o Self autêntico e particular, impedindo o funcionamento espontâneo e saudável do indivíduo, através da cristalização de padrões de comportamento impostos pelas conservas culturais. Em outras palavras, a pessoa adoece psicologicamente, quando sua identidade é construída, basicamente, através da incorporação de valores, normas e padrões sócio-culturais impostos arbitrariamente pelas pessoas que compõem a matriz de identidade e a rede sociométrica do indivíduo. 
O Self tem várias dimensões, individual, social, biológica, psicológica, espiritual, etc. Entretanto, ele é mais do que cada uma dessas dimensões, ou seja, ele é o resultado da síntese e da integração de todas elas. Desse modo, pode-se dizer que o Self na teoria de Moreno, é o si mesmo, cuja estrutura se forma a partir das diversas experiências vivenciadas pelo indivíduo no desempenho de seus papéis psicossomáticos, sociais e psicodramáticos em diferentes contextos e momentos de sua vida. No psicodrama acontece a reestruturação do Self, através da catarse de integração, quando diferentes percepções e experiências referentes ao si mesmo são vivenciadas, conscientizadas e integradas, possibilitando a re-significação e a reorganização do Self. 
REFERÊNCIA BIBLIOGÁFICA:
GONÇALVES, C. S. Lições de Psicodrama: Introdução ao Pensamento de J. L. Moreno. São Paulo: Agora, 1988.
CUKIER, R. Palavras de Jacob Levy Moreno: Vocabulário de Citações do Psicodrama, da Psicoterapia de Grupo, do Sociodrama e da Sociometria. São Paulo: Agora, 2002. 
 
 
 
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