Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 327 t TABELA 14-1 VALORESDEREFERÊNCIAPARAALGUNSPARÂMETROSUSADOSNA AVALIAÇÃODAFUNÇÃOEDOENÇAHEPÁTICAS Parâmetro Espectrode Referência(média :!:2 desvios-padrão) Bilirrubinatotal(~moljl) Bilirrubinanão-conjugada(~moljl) Bilirrubinaconjugada(~moljl) Proteína(gi'l) Albumina(g/l) Globulinas(g/l) Uréia(mmoljl) Aspartatoaminotransferase(IU/l) Fosfatasealcalina(IU/l) Creatinafosfoquinase(IU/l) Desidrogenaseláctica(IU/l) Triglicerídios(mmoljl) Gamaglutamiltransferase(IU/l) Sorbitoldesidrogenase(IU/l) Saisbíliares(~moljl) 4-100 4-90 0-10 58-76 28-38 26-40 3,6-8,9 150-400 50-250 50-400 50-400 0,1-0,9 <30 0,5-2,0 <20 Dados são valoresde referênciausadosno Central VeterinaryDiag- nosticLaboratory, Mt. Waverley,Melbourne, Austrália. (CortesiaDr. P. M. Lording.) nia emuréiacausahiperamonemiae,muitasvezes, decréscimodauréianosangue.A síndromedehiper- lipidemiaé associadaà elevaçãodetriglicerídiose opalescênciadoplasma.A doençahepática,especial- mentecolestase,produzumaelevaçãonabilirrubina plasmática,especialmentena fraçãonão-conjugada (indireta).A reduçãona síntesedeproteínasproduz valoresbaixosdefibrinogênioplasmáticoe aumento dostemposdecoagulação. Os testesdeeliminaçãoda bromosulfoftaleína (BSP)eda indocianinasãoindicadosparaavaliara capacidadefuncionaldofígado.Otestedeeliminação daBSPé baseadonamensuraçãodacapacidadehe- páticaemexcretaroueliminarumadosedeBSPme- didacontraotempo.Otesteconsisteemtomar-seuma amostradesanguepré-testeantesdeadministrar-se 19deBSPnaveiajugulare apóstomaramostrasde sanguedaveiajugularopostacomintervalosde3,5, 7e9minutosapósadoseteste.AconcentraçãodeBSP emcadaamostraémedida,eoresultadocolocadonum gráficocontrao tempo.A meia-vidaouo tempoque levaparaeliminarmetadedadrogadeveseraproxi.- madamentede4,5minutos,e umameia-vidamais longaindicafunçãoreduzida. REFERÊNCIAS BI BLlOGRÁFICAS 1. DiversTJ: Hepaticdisease.In RobinsonNE (ed), CurrentThe- rapyin EquineMedicine,3rded.Philadelphia,Saunders,1990, p 253. 2. ModranskyPD:Ultrasound-guidedrenalandhepaticbiopsyte- chnique.VetClin NorthAmEquinePraet 1986;2:115. 3. Traub-DargatzJL: Biliarydisorders.In RobinsonNE(ed),Cur- rentTherapyin EquineMedieine,3rded.Philadelphia,Saun- ders,1990,p 259. LEITURAS ADICIONAIS JohnstonJK,Divers1},ReefVB,etai.: Cholelithiasisin horses:Ten cases0982-1986).]Am VetMedAssoe1989;194:405. RantanenNW:Diseasesoflhetiver.VetClinNorthAmEquinePraet 1986;2:105. 1"( A Glândula Mamária A glândulamamárianãoémuitofreqüentemente afetadapordoenças,esualocalizaçãorelativamente protegidafazcomqueo exameclínicodaglândula seja,namaioriadasvezes,omitido.Deveserlembra- do quea glândulaconsistenasmetadesesquerdae direita,comumateta(papila)emcadalado.Cada ladoétambémdivididoemdoislobos,ecadaumdos lobospossuiumacisternaeumaaberturaparaateta separadas.Portanto,cadatetapossuiduas(ocasional- mentemais)aberturas(Figura15-1). EXAME FíSICO GERAL Exame Visual A glândulanormalésempresimétrica,sendope- quenaeméguasquenuncapariram.Tomam-segran- desdepoisdaprimeiralactação.Causasdeaumento anormaldetamanhoinclueminfecção(mastite,abs- cesso),traumaeneoplasia.Oaumentofisiológicoocor- reantesdopartoe é mantidodurantea lactação.A glândulacomeçaa aumentardevolumeaproxima- damente3 a4 semanasantesdoparto,emboraaste- tastendamapermanecervaziasatéasúltimaspoucas horas.Muitaséguas,especialmentequandoparemseu primeiropotro,exibemedemadaglândulae tecidos circunjacentes.A secreçãopré-partoé inicialmente espessa,viscosa,grudentaedecorâmbar,tomando-se menosviscosaemaissemelhantea leiteàmedidaque opartoseaproxima.Quandoopartoestáiminente,o líquidoâmbarviscosotendea penderemfilamentos dateta,umprocessoconhecidocomo"tetaencerada" (waxíng). Palpação Parapalpara glândulamamária,o clínicodeve posicionar-seao ladodaégua,distantedaglândula pelaextensãodeumbraço.Issoreduzapossibilidade deseratingidoporumcoice.Seaéguaforirascível,a contençãoquímicaefísicaé indicada.Alémdaseda- çãoedocachimbo,umprocedimentosimplesésegu- raromembrotorácicoipsolateralelevadodosolopara tomarocoicedifícil.Quandooexameéfeitopelolado esquerdo,o procedimentousual,a mãoesquerdaé colocadasobreo dorsodocavalo.Amãodireitaéco- locadanoflancoevaisendocuidadosaelentamente movimentadaparabaixo,emdireçãoàglândulama- mária.Oanimalseressentedoprocedimentoagachan- do-se,afastando-seou coiceando.Sefor detectado ressentimento,o procedimentodevesersuspenso,ea éguadeveseracalmadaantesqueoutrastentativasde examesejamfeitas.A maioriadaséguaspermiteo exame.A glânduladeveserpalpadaparadetectartu- mefaçõeslocalizadas,dor,elevaçãodetemperaturae firmeza.Quandohádor,freqüentementetambémocor- reclaudicaçãonomembropélvicoipsolateral. Coleta de Secreção da Glândula Mamária Emboraaséguassejamfreqüentementeordenha- dasparaseobterleiteou colostroparaospotros,as secreçõesdamamasãotambémnecessáriasparaexa- mesbacteriológicose avaliaçãodeeletrólitos. PROCEDIMENTO. Emborasejafreqüenteobser- var-seo leiteescorrendolivrementeda glândula 330 VICTORC. SPEIRS t FIGURA 15-1 Tetamostrandoasduasaberturas. mamárialogoantesdopartoouquandoa "descida" doleiteéestimuladapelopotro,acoletadeumaamos- trageralmenterequeraparticipaçãoativadoclínico (Figura15-2).Issoéfeitousando-seopolegareodedo indicadorparaesguicharo líquidodatetaemumre- cipiente.Quandoháummaterialpurulentoespesso, a açãoparaprovocaro esguichamentodevecomeçar acimadatetaepodesermesmonecessárioespremer gentilmentetambéma glândula.Quandoa glândula estáinfectadaouinflamada,oprocessopodeserdolo- roso,necessitando,assim,suavidadee técnicacuida- dosa. Seaamostracolhidaforsubmetidaparaculturae a antibiograma,aextremidadedatetadeveserlimpa eesfregadacomalgodãocontendoanti-séptico(p.ex., Betadine),eumrecipienteestérildeveserusadopara coleta.A amostradevesersubmetidaconformedescri- tonoApêndiceC.Paraexamecitológicodoleiteoude outradescarga,algumasgotasdaamostrasãocolo- cadasnumalâmina,espalhadas,fixadascomálcoole coradas(p.ex.,tricrômicoQuick-dijj).1Pode-seusar umacoloraçãodeGramparaidentificarmicrorganis- mosGram-positivosou Gram-negativose,portanto, facilitaraescolhadoantibiótico.Casosepreciseava- liaroseletrólitos,nãosãonecessáriascondiçõesesté- reis,eumrecipientelimpoéo suficiente.Emboraos eletrólitospossamsermedidosnolaboratório,existem testescomerciaissimplesquefornecemresultadosrá- pidose aproximados.O conteúdodecálciopodeser avaliadopelaalteraçãodacor (Predict-A-Foal,Ani- mal HealthcareProducts,Vemo,CA).Oconteúdode cálcioedemagnésiopodeseravaliadocomtirasde papelparatestededurezadeágua(MerchoquantWa- terHardnessTestStripNo.10025;E. Merck,Postfach 4119,6100Darmstadt,WestGermany).Oconteúdode imunoglobulinaG podeserestimadomedindo-sea gravidadeespecíficacomumhidrômetromodificado. RESULTADOS . Citologia. A citologiadaglândulanormalde- pendedascondiçõesfisiológicasnomomentodacole- ta e do tipo de coloração.Achadosbaseadosna modificaçãodeSanodo tricrômicodePollacksão comosesegue:2 . (alastro (colhidoem 12 horasapós o parto). Fundo protéicogranulare homogêneocomdetritos cariorréticose esferasvermelho-púrpuras.Presença ocasionaldegotaslipídicasclarase célulassecretá- nas.. Leite lactaciona/. Acelular, exceto por algum neutrófiloocasionalcomumfundoprotéicoverde- marrom.. Leitepós-desmame.A glândulaeminvoluçãoé caracterizadapormacrófagosvacuolizadosque podemcontervacúolosamarelosou marronsou materialgranular.À medidaquecontinuaa involução,os macrófagosdiminuememnúmero, possivelmenteparaseremsubstituídosporuma coleçãovariávelde macrófagosirregularessolitários ou emgrupos,célulassemelhantesa linfócitos, algunsneutrófilose cilindrosdesecreções. J t FIGURA 15-2 Leiteescorrendolivrementedaglândulamamáriadeumaégualactante. EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 331 .Mastite.Quandoocorremastite,háumaumento no númerodeneutrófilos,degeneradose não- degenerados,detritose outrascélulas não-identificadas.Nemsempreseencontrambactérias,masasmaisfreqüentesincluemespécies beta-hemolíticasdeStreptocaccusspp.,Streptocac- cuszooepidemicus,Escherichiacaliou Klebsiella Spp3,4Bactériasanaeróbicasparecemterpouco significadonamastiteeqüina4 Química:ConteúdodeEletrólitos. Ocon- teúdodeeletrólitosdocolostroaltera-sesignificativa- mentenosúltimosdiasdaprenhez,e issopodeser usadoparaajudarapredizeradatadoparto.Issopode serimportanteparao manejo,maséprincipalmente utilizadoquandoo partovaiserinduzido.Nassema- nasqueprecedemoparto,osvaloresdeeletrólitossão osseguintes:sódio(125-135mEq/fi.[mmollfi.]);potás- sio (7-12mEq/fi.[mmollfl.]);cálcio(2mmollfi.[8mgl dfi.]).Agravidadeespecíficaéde1,06.Dentrode48 horasapósoparto,osódiodecrescepara< 30mmoll fi.,o potássiosobepara> 30mmollfi.,eo cálciosobre paralOmgldfi.(40mmolldfi.). Química: Conteúdo de Imunoglobulina. Hádiferençasentreasraçasnoconteúdodeimuno- globulina(IgG)noleiteetambémumaconsiderável diferençaentreosindivíduosdemesmaraça.Osní- veisdeIgGdocolostrodeclinamprecipitadamentenas primeirashorasapóso parto.Porexemplo,emum estudo,de9.691:t:1,639SEM*para1.000mgldfi.em 19,1horasparapotrosÁrabes,ede4.608:t:2.138SEM para1.000mgldfi.em8,9horasparaPuro-Sanguede Corridas.5A contribuiçãodediferentestiposdeimu- noglobulinasnumapopulaçãodeStandardbredé a seguinte(média:t:desviopadrão):6IgG (8.911,9:t: 6.282,2mgldfi.);IgM (122,9:t:77,3mgldfi.);19A(957 :t: 1.088,lmg/dfi.),para um total de 10.022,4:t: 6.957,9mgldfi.. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. FreemanKP,CarrollB:Useofwet-fixed,trichrome-stainedcyto- logicspecimensin privateequinepractice.CompendContin Ed 1989;11:485. 2. FreemanKP,RoszelJF, SlusherSH,etai...Cytologicfeaturesof equinemammaryfluids:Normalandabnormal.Compend ContinEd 1988;10:1090. 3. McCueP wilsonW:Equinemastitis-Areviewof28cases.Equi- ne Ver]1989;21:351. 4. PerkinsNR,ThrelfallWR:Mastitisin lhemace.EquineVerEd 1993;5:192. 5. PearsonRC,HallowellAL,BaylyWM,etai...Timesofdisappea- ranceofcolostraiIgGin lhemace.Am] VerRes1984;45:186. 6. KohnCW,KnightD,HuestonW,etai...ColostralandserumIgG, IgA,andIgMconcentrationsin Standardbredmaresandtheir foalsatparturition.]Am VerMedAssoc1989;195:64. *N. deT.Standard Error o/ lheMean =erropadrãoda média. 1"( InstrLJmentação Endoscópica Aendoscopiatomou-seumaparteindispensáveldos meiosdiagnósticosdisponíveisao clínico.Comoos instrumentossãocarosefacilmentedanificadospelo usoinadequadoe pormétodosimprópriosdedesin- fecção,éessencialqueaspessoasqueutilizamepre- paramessesinstrumentosestejamfamiliarizadascom seumanejocorreto.Endoscópiospodemserdivididos emtiposrígidose flexíveis.Endoscópiosrígidossão comumenteusadosparaváriastarefas,incluindoar- troscopiae laparoscopia,e os instrumentosflexíveis sãousadosprimariamentenossistemasrespiratório, gastrintestinaleurinário. ENDOSCÓPIOS RíGIDOS o tipoantigodeinstrumentosrígidos,predominan- tementeusadoparaexamedosistemarespiratóriosu- perioreútero,consisteemumaseçãotubularrígida comumaocularnumaextremidadee umafontede luz,umbulbo,naoutraextremidade(FiguraA-I). A imageméconduzidaporprismaslocalizadosno ins- trumento.A energiaparao bulboéfornecidaporum conjuntodepilhasconectadoaumcondutorflexível. Osendoscópiosrígidosmaisnovos,usadosparalapa- roscopiaeartroscopia,têmumaconstruçãosemelhan- te,masa fontedeluz (conhecidacomoluz fria) é localizadanumdispositivoemseparado,deondealuz éconduzidaparaumendoscópioporfibrasópticas(Fi- guraA-2).Aprincipaldesvantagemdessesistemaéque arigidezsignificausolimitadoaregiõesondeoobjeto a serexaminadoestejaemlinhadiretacomo obser- vador.A rigidezé umavantagemparaa artroscopia, poisa imagemégeralmentedealtaqualidade. ENDOSCÓPIOS FLEXíVEIS Endoscópios de Fibra Óptica Oendoscópioflexíveldefibraópticasuperaamaio- riadasdesvantagensdoinstrumentorígido,nosenti- dodequesuaflexibilidadepermitequeelesejainseri- doatravésdequasequalquerorifícioeno interiorde váriosórgãosinternos.Propriedadesadicionaissãoque osendoscópiosestãodisponíveisemvárioscomprimen- tosdiferentes,apresentamuma extremidadedistal manualmentedeflexionávelepossuemcanaisdebi- ópsia,dearedeesguicho(FiguraA-3).Emboraape- nasumapessoadecadavezpossavera imagemcom um instrumentobásicodefibraóptica,issopodeser contornadousando-seumsegundocabodeextensão flexíveldestinadoaumsegundoobservador,ou,alter- nativamente,umacâmeradevídeopodeseracoplada parapermitirquea imagemseiamostradanummo- nitor.O endoscópiomodernopossuifeixesdefibras paraumguiadeimagem(GI) eparaumguiadeluz (GL).OfeixeGLtransmiteluzdafontedeluzfriapara a extremidadedistaldoendoscópioondeelailumina o objetosobobservação.O feixeGI transmitea ima- gemdevoltaaoobservador,atravésdefibrasquetêm deocuparasmesmasposiçõesrelativasnasextremi- dadesdistaleproximaldoinstrumento,a fimdeevi- tardistorçãoda imagem.Endoscópiosmaiorestêm maisfibrasno feixeGI, o queproduzumaimagem melhor.Devidoà imagemserformadapeloadiciona- mentodemuitasfibras,umafibraquebradaaparece comoumpontonegronafigura(i. e.,nãohá ima- gemnopontoocupadopelafibraquebrada).Alémdas fibras,há umsistemadelentesqueproduzumailu- 334 VICTOR C. SPEIRS . FIGURAA-1 Endoscópiorígido. minaçãograndeangulardesdeo feixeGL,umalente objetivaquefocaa imagemnofeixeGI eumalente ocular,localizadanacabeça,paramagnificaçãofinal daimagem. Afontedeluzfriaéumalâmpadadehalogênioou xenônioquevemnumaunidadecomumabombade aredeágua,emboranemtodasasunidadesofereçam umaescolhaentreasduaslâmpadas.A lâmpadade xenônioémaisbrilhantequea lâmpadadehalogê- nio. A impressãodasimagenspodeserobtidacomcâ- merasespecíficasparaendoscópio:35mm,lenteúni- careflexa(SLR=Single-LensReflex)ouPolaróide, ou aindacomumacâmeradevídeo.A maioriadas fotografiasemveterináriaé provavelmentetomada comumacâmeraSLR35mmcomumadaptadorpara acoplamentonoendoscópio.O adaptador geralmente possuicontatosquepermitemacomunicaçãoentrea câmeraeafontedeluzparacontrolaroflasheaex- posição.Quandoseusaumalâmpadadexenônio,é . FIGURAA-2 Artroscópio e fonte de luz fria. necessáriofilmeparaluzdodia,equandoseusalâm- padadehalogênio,o filmedeveserdetungstênio. Videoendoscópio A segundaformadeendoscópioflexívelé o vi- deoendoscópio,noquala imagemévistanomonitor devídeo,ea iluminação,formaçãodeimagemepro- cessamentoestãosobcontroleeletrônico(FiguraA- 4).A luz vemdeumalâmpadadexenôniode300W, posicionadaseparadamente.Aluzpassaporumdisco decoresgiratórioparaproduzirimpulsosdeverme- lho,verdeeazulquesãotransmitidosporfibrasópti- casparailuminaro objeto.A imagemiluminadaé transmitidaatravésdaslentesobjetivasefocadanum dispositivodecargaacoplada(DCC)quetransmitea imagemempreto-e-brancodevoltaaoprocessador centralque,então,reconstituia imagememcoresno monitordovídeo.Aimagempodeserarmazenadaem fita,discoe emformatodeimagensparadas.Existe . FIGURAA-3 A.Endoscópiodefibraópticaflexívelcomfontedeluzfria.B.Extremidadedistaldeumendoscópiomostrandoaslentesdeiluminaçãodosfeixesde guiadeluz(setaslongase finas),a lentedaobjetivadofeixedaguiadeimagem(setalongaegrossa),o bocaldear/água(setapequenaegrossa)eo canaldebiópsia(setalongaegrossa). EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 335 t FIGURA A-4 Videoendoscópiocomprocessadordevídeocentral,tecladoegravador devídeo.(Cortesia,AustvetPty.Ltd.,Melbourne,Austrália.) tambémumDCCemcores,noqualaimagemempre- to-e-brancointermediáriaéevitada.A principalvan- tagemdovideoendoscópioé a qualidadesuperiorde suasimagens.Assuasprincipaisdesvantagenssãosua relativafaltadeportabilidadee seucustosignificati- vamentemaisalto. Acessórios de Endoscópios Numerososinstrumentosdebiópsiaestãodisponí- veis,emborasuasdimensõesmuitoreduzidasostor- neminadequadosparaa maioriadosprocedimentos emveterinária.Escovasdecitologiasãotambémdis- poníveisparaobtençãodematerialparaexamecito- lógicoe microbiológico.Outrosacessóriosincluem dispositivosparaeletrocirurgia,pinçase cestaspara remoçãodecorposestranhosecálculos. Cuidados e Utilização de Endoscópios Flex,veisOvalordoaparelhodeterminaquesetenhamuito cuidadoduranteseuuso.Danoaoendoscópioocorre sobváriasformas,incluindoquebradasfibrasópti- cas,rupturadavedaçãoàprovad'águadocasco(ga- binete)edanoouquebradoscabosquecontrolamos movimentosda extremidadedista!.Sobcircunstân- ciasnormais,aperdadasfibraségeralmenteumpro- cessogradualquepodesermonitoradopelacontagem regulardonúmerodepontosnegrosna imagem.A rupturadogabinetepermiteaentradádeágua,o que produzembaçamentoda imagemquenãopodeser removidopeloajustamentodoaneldofoco.A mani- pulaçãodoscontrolesdevesempreproduzirdeflexão imediataeadequadadapontadista!.Seissonãoocor- re,éumaindicaçãodequebranoscabos.Paraevitar danosaoscabos,apontanuncadeveserdeflexionada manualmente,eumadeflexãocompletadeveserusa- dasomentequandoindicado.Proteçãogeraléconse- guidacomo transportedoendoscópionumaembala- gemacolchoadae coma certezadequeo paciente estáadequadamentecontidoquandooendoscópioestá emuso. Emboraosinstrumentospossamseresterilizados, isso,muitasvezes,nãoé necessário.O sistemaa se- guiréumamaneirasimplesepráticadelimparoapa- relhoentreo examedeumcavaloedeoutro. . Limparo gabinetecomumpanomolhadocom umasoluçãodiluídadesabãocirúrgico(p.ex., Hibiclensa 20%)..Limpara pontadistalcoma mesmasoluçãose houveracúmulodemuco,sanguee outrosdetritos nesselocal..Aspirarpartedasoluçãopeloinstrumento,usando- seo dispositivodesucção,ou injetara soluçãopelo instrumentomanualmentecomumaseringa..Repetira operaçãoanteriorcomumasoluçãode álcool.. Certificar-sedequetodoo líquidoé expelidodo canaldear/água,desconectandoa garrafade esguichoe entãoativandoo controledoesguicho aomesmotempoemquesemantémumdedo sobreo conectordoquala garrafadeesguichofoi desconectada..Secaro canal,aspirandoaratravésdele..Guardar,de preferência,o instrumentonum armáriocomprateleiras. Obviamente,nãoépraticávelo usodesseprocedi- mentoapósoexamedecadapaciente,quandovários cavalosprecisamserexaminadosnumasucessãorá- pida.Nessacircunstância,érecomendadoqueospri- meirostrêspassos(descritosanteriormente)sejam realizadosequeumprocedimentomaiscompletoseja feitoantesdeguardaro aparelho.Omanualdofabri- cantecontéminstruçõesparaa manutençãoregular quedeveserfeitaperiodicamente. A esterilizaçãoépossível,maso manualdofabri- cantedeveserconsultadoparadetalhesespecíficos.Os 336 VICTORC. SPEIRS desinfetantesincluemgásdeetilenoóxidoe solução deglutaraldeído;o primeirométodoé lento,e o se- gundorequerapenasalgunspoucosminutos.Alguns endoscópiospodemsercompletamentesubmersosna soluçãodesinfetante,masoutrosnãopodem,e a de- sinfecçãodeveserfeitapelacombinaçãodeimersão parcialelimpezacomumpanoumedecido. LEITURA 1. LamarAM:Standardfiberopticequipmentanditscare./nTraub- Dargatz]L,BrownCM(eds),EquineEndoscopy.StLouisMos- by,1990,ch 1,p 1. .,.,. UItra-Sonografia Ondasdesomocorremquandoummaterialsofre, alternadamente,compressãoerarefação.Umaseqüên- cia decompressãoe rarefaçãoconstituium ciclo.A freqüênciadaondadeultra-somémedidaemhertz. Um hertz(Hz)é iguala um ciclopor segundo,e a distânciaentrepontosidênticosemciclossucessivosé igualaocomprimentodeonda: Comprimentodeonda= Velocidade(m/s)/Freqüência(Hz) Quandoafreqüênciadesomexcedeoespectroau- dívelpeloouvidohumano,éconsideradacomoultra- som.Freqüênciasentre2 e 1O.000.000Hz(2-lOMHz) sãousadasparaproduzirimagensdeusomédico.Os impulsosdoultra-somsãoproduzidosaplicando-se impulsoselétricosintermitentesa cristais(material piezoelétrico)queconverteumaenergiaelétricanuma sériedeimpulsosmecânicoscorrespondentes.Oscris- taissãomontadosnumtransdutorparafornecerrigi- dezmecânicaeummétodoeficienteparatransmitiro ultra-somidaevoltaatéostecidos. Avelocidadedosomnostecidosébastantesimilar paraváriosórgãosecavidadescomlíquido.Aveloci- dademédiaparatecidosmolesé l.S40m/s.No osso compacto,a velocidadeaumenta.No are no gás,a velocidadedecrescesignificativamente.À medidaque aondadeultra-somatravessaummeio,aintensidade é rapidamenteatenuada.A energiaé convertidaem calor.Aparelhosdeterapiaporultra-somdealtapo- tênciasãousadosparageraraquecimentodostecidos comobjetivodeterapiafísicaparatecidoslesados. Pequenosagrupamentosdecélulascomdiâmetro menorqueocomprimentodeondacausamdispersão emtodasasdireções.Absorçãoedispersãocontribuem paraa maiorpartedaperdadeenergia.Em conse- qüência,o ultra-somé atenuadoemdiferentesgraus pordiferentestecidos.Algunsexemplos:1,OS,1,8,0,18 e0,63dB/cm/MHzparafígado,músculo,sangueegor- dura,respectivamente.Osomdealtafreqüênciaémais rapidamenteatenuadoqueo somdebaixafreqüên- cia.A potênciadeaparelhosdeultra-somparadiag- nósticoé estritamentecontroladapara impedira possibilidadede lesãoaopaciente.Isso,combinado comaatenuaçãodoraiodeultra-som,colocalimites práticosnaprofundidadedostecidosmostrados.Trans- dutoresdebaixafreqüência(2-3MHz)podemprodu- zir imagensa cercade 2Scmde profundidade; transdutoresdealtafreqüência(7MHz)formarãoima- gemapenasa 3 atéScmdeprofundidade. Quandoo impulsodoultra-somatravessaumli- mite,ondehá mudançana densidadetecidualou a interfaceentrediferentestecidos,ocorrereflexãodo som,resultandonumeco.Seoecorefletidoédetecta- dopelotransdutor,areconversãoemimpulsoselétri- cosocorree é processadaproduzindoumaimagem emescaladecinzas.Apotênciadareflexãoépropor- cionalaoquadradodadiferençadaimpedânciaacús- ticaatravésdostecidos.Seasuperfícieforamplaem relaçãoaocomprimentodeonda,a reflexãoseráse- melhanteaespelho(especular).Taisecossãorefleti- dosnumânguloiguale opostoà interfaceacústica. Assim,é importanteparaoultra-sonografistadirecio- naro raiodesomperpendicularmenteaoslimiteses- pecularesrefletivos,a fim deobterpadrõesdeecos consistentes.Sea interfaceépequenaemrelaçãoao comprimentodeonda,adispersãoocorreemtodasas direções.Umecoaltoévistocomoumaimagembran- ca,ecosmaisfracoscomotonsvariáveisdecinzae ausênciadeecocomoumaregiãopreta.Aintensidade representaa ecogenicidadena interface,comossoe gásproduzindoumaregiãohiperecóicanaimageme, 338 VICTORC. SPEIRS alternativamente,o tecidohipoecogênico(p.ex.,teci- dodegranulação)produzumaimagemhipoecóica. Umaausênciadeecosproduzumaimagempretaou anecóica.Tipicamente,transdutores(varredoresde imagens)modernospodemexibir64a 128níveisde cinza,emáquinasmaiscarasusam256tonsdecinza. Umaparelhodediagnósticoporultra-somconsis- teemcomponenteseletrônicosmúltiplosparacontro- lar o transdutor,detectare amplificarecosque retomam,calcularalocalizaçãoeposiçãodafontedo ecoe mostrara informaçãonummonitordevídeo. Pluguesparapermitira trocadetransdutoresestão geralmentedisponíveis.Acessóriosincluemumcarri- nhomóvelouumconjuntodetransporteeváriosdis- positivosparagravação(câmeraPolaroid,gravador devideoteipe,câmeramultiformato,impressoradeví- deo).Componentesadicionaisespecializadosincluem exposiçãosimultâneadeumtraçadoeletrocardiográ- fico,guiadebiópsiaeoutrosmostradores,incluindo telasdemovimento(M-modo)eDoppler. A imagemdeultra-somconsisteemumavistaem secçãotransversal(i. e.,umafatiadetecido)queé continuamentereforçadaà medidaquecadaecoé coletadoe processado.A imagempodesermostrada nasprofundidadesdotecidonoeixox,ea intensidade doeconoeixoy, moduladaemrelaçãoà amplitude doecorepresentadocomopontosdebrilho(modo"B") (FiguraB-1).Ocálculodaprofundidadedaposiçãoé baseadonotempogastoparaoretomodosecos.Uma variaçãoadicional,m9do(movimento)"M" éobtida colocandootraçadodomodo"B"noeixoy evarren- do-oatravésdateladomonitor,demaneiraqueotem- po é registradono eixox comooutradimensão.A introduçãodotempopermitequeomovimentodote- cidosejaregistrado,o queé extremamenteútil para avaliaro movimentocardíaco. Brilhoda varredura"B" . FIGURA 8-1 Brilhodavarredura(emmodo)uB".(ReproduzidacompermissãodeBen- tleyA, DysonS:Practicalultrasoundphysics.Howtomakeoptimaluseof yourmachine.EquineVetEducat1991;3:228.) A resoluçãoda imagemdependedeváriosfatores. Cristaispequenoseemnúmeroelevado,sobníveismais altosdecontroleporcomputador,resultamnaprodu-çãodeimagenscommelhorresolução.O raiodeul- tra-somé focadoparaincrementara resolução,e a melhorresoluçãoéna zonafocal,então,a estrutura deinteressedeveestarnessazona.Aparelhosmenos carospodemterapenasumaprofundidadedefoco.A conexãodetransdutoresadicionaispermiteaescolha deumaprofundidadefocalalternativa.Transdutores demúltiploscristaiscomcontroleporcomputadorem altonívelpermitemqueo ultra-sonografistavariea profundidadefocaleotimizemelhoraresoluçãopara cadapaciente.Melhorana resoluçãotambémocorre como aumentodafreqüênciadotransdutor.Assim, transdutoresdealtafreqüência(7MHz)sãonecessá- Fiosparaseobtereminformaçõesempartespequenas, comotendões. TIPOS DE TRANSDUTORES Transdutores Setoriais Otransdutorsetorialconsisteemumoumaiscris- taismontadosnumdiscogiratóriooupivôoscilantea cadaimpulsonumdeterminadotempoparaproduzir sériesdivergentesdeimpulsoemumaimagememfor- madetorta(FiguraB-2A).Cristaisdediferentesfre- qüênciaspodemsermontadosparapermitiruma escolhadefreqüênciaedeprofundidadedefocoden- trodeumacabeça.Alternativamente,umúnicocris- talpodeserinstaladoeinduzidoa oscilar,atravésdo ângulodosetor,emváriasvelocidadesparavariara freqüênciadoquadro(FiguraB-2B).Otransdutorcon- témlíquidoparatransferiraondadesompelajanela emcontatocomo paciente.Asprincipaisvantagens dotransdutorsetorialincluemumaregiãodecontato pequena("impressãodigital")comotecido,boaqua- lidadedeimagemnazonafocal,capacidadedeexa- minar estruturasdinâmicase boa reproduçãode imagemdeestruturasprofundas.Asdesvantagensin- cluemmáresoluçãodecampoproximal,artefatosde campoproximal,falhamecânicaefragilidade. Transdutores de Arranjo Linear Um transdutordearranjolinearé umaestrutura retangularquecontémuma sériedetirasfinasde materialpiezoelétricoarranjadotransversalmente.O númerodeelementosvariade64a 256,e cadaele- mentoparticipaindividualmentenatransmissãoere- cepção.Opulsoemitidodecadaelementoéparaleloa todososoutros(FiguraB-3A).Seo complementode elementosfor divididoemseçõesformadaspor um grupoadjacentedeelementosinterconectados,pode- EXAME ClÍNICO DE EQÜINOS 339 - A Setor Fluidocompensador setorial B . FIGURA 8-2 Transdutarsetaria!.A. Formaçãodeumaimagemsetoria!.B.Transdutorsetorialusando umelementodecristalúnicoqueé colocadoa oscilaratravésdeumãngulosetarial determinado.(ReproduzidacompermissãodeBentleyA, DysonS:Practicalultrasound physics.Howtomakeoptimaluse01yourmachine.EquineVetEducat1991;3:228.) seobterumaimagemativando-secadagruposepara- damentenumseqüênciaescolhida(FiguraB-3B).À medidaquecadagrupoéativado,o raioativomove- seaolongodasondaparaformarumaimagemre- tangular.A maneirapelaqual a transferênciados elementosérealizadaécomplexa,eemmáquinasmais caras,comtransferênciaeletrônica,há melhorpro- A Linear . FIGURA 8-3 fundidadedecampoecontroledofocolongitudinal. Imagensdefreqüênciamúltiplassimultâneaspodem tambémserrealizadasparaobter-seamaisaltareso- luçãoglobal.A principaldesvantagemdostransduto- resderesoluçãolinearé quenecessitamdegrandes áreasdecontatocomotecido.Imagensexcelentesde tendões,úteroeórgãosadjacentespodemserobtidas. Detalhedoarranjolinear 96,128 64' Elementos ",",' ~--"--'-....,9,0 J""'<':"'-'" ... "ó.'.~\~~,..: "-'" ,-\ , "3.~~::~~W~~~~~~~~i~;t:::'" I;:~'-'Zonai ... de ! \ tiro i \10-1@ FOCO] \ j \ ! /) ,,} """" Espessura dafatia divergente B Transdutardearranjolinear.A.Formaçãodeumaimagemlinear.B.Detalhedo arranjo linear.(ReproduzidacompermissãodeBentleyA, DysonS:Practicalultrasoundphysics. Howtomakeoptimaluse01yourmachine.EquineVetEducat1991;3:228.) 340 VICTOR C. SPEIRS A Convexo Arranjo convexo ,,/' '1.., ~l]?~\á~~r) \ \, i i ) li\\ : : \ .. í i . \\ i \ ';, ",-i ~._~_/,, \ 7 i I II I i ! B . FIGURA 8-4 Transdutordearranjoconvexo.A. Formaçãodeumaimagemconvexa.B.Detalhe doarranjoconvexo.(ReproduzidacompermissãodeBentleyA, DysonS:Practical ultrasoundphysics.Howtomakeoptimaluseofyourmachine.EquineVetEducat 1991;3:228.) Transdutores Convexos Transdutoresconvexossãotransdutoresdearranjo linearmodificadospeloarranjodoselementos,de modoqueselocalizemnumtrajetocurvoaolongodo comprimentodasonda,produzindo,assim,umasérie deimpulsosdivergentessimilaraotransdutorsetorial (FiguraB-4).Avantagemdessestransdutoressobreum sistemadearranjolinearé quepodeserproduzida imagemdeumaáreamaiorsobexamenasregiões maisprofundasdasemissõesdivergentes.Transduto- resconvexosnecessitammaioráreadecontatoque transdutoressetoriais.O ajustamentodazonafocale freqüênciamúltiplasimultâneapodempermitirima- gensdealtaresolução. Transdutores de Arranjo em Fase Umtransdutordearranjoemfaseéoutraformade arranjolinearcurtocomumaseqüênciacompletade impulsospara64ou 128elementos.Osistemaproduz umaexposiçãosetorialvariandoo ângulodoraioul- tra-sônico.Temespecialaplicaçãoparao examecar- díaco. ESPAÇADORES Muitostransdutoressetoriaistêmazonafocalajus- tadaaumadistânciadotransdutor.Isso,combinado comaexibiçãodeimagemsuperficialpequena,resul- taemmáresoluçãodecampoproximal.Paracontor- naresseproblema,azonafocalpodeseraproximada dasuperfíciedapele,inserindo-seumespaçadorcon- dutordesomentreapeleeo transdutor.Oespaçador incluimateriaiscomosilicone,sacospreenchidospor salinaeumavariedadedeprodutoscomerciais.Oes- paçadorécolocadoentrea cabeçadotransdutore a pele,ou, alternativamente,podeserumaparteinte- graldacabeçadotransdutor(fluidocompensadorse- toria!)econtidoporumamembranasobreasuperfície usadaparaocontatotecidual.Dependendodeseude- senho,osmateriaisdosespaçadorespodemseraco- piadosmanualmenteao membro,ao transdutorou seguradosno localcoma mão.Alémdemelhorara resoluçãodecampoproximal,o espaçador,devidoà suasuperfícieflexível,melhorao contatoentreapele e o transdutor,especialmente,quandoa superfícieé . FIGURA8-5 Comparaçãoentreasformasdetransdutorescomumenteusados.Da esquerdaparadireita:setorialmecãnico.setorialmecânicocomfluido compensador(espaçador)embutido(apropriadoparaexamedetendão), transdutordearranjolineardeespaçadordestacáveldealmofadadesili- cone,transdutorconvexoetransdutordearranjoemfase. EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 341 curvaouirregular.Umaseleçãodeespaçadoresetrans- dutoresémostradanaFigura8-5. AJUSTANDO OS CONTROLES DO VARREDOR DE IMAGEM Brilho do Monitor o brilhodomonitorpodeserajustadodemodoque aslinhasdefundosejamapenasvisíveissobluz nor- mal.Esseajustamentoajustao pretoda imagem,o queasseguraqueosecosdenívelbaixonãosejamper- didos.Seomonitorémuitobrilhante,osecosdebai- xonívelsãoperdidosnobrilhodefundo,eecosmais fortesnãoentramemfocoe coalescemnumbranco completo.Reajustamentosserãonecessáriosquando o aparelhoformovimentadoparaa luz brilhantedo solouparaumquartoescuro. Contraste do Monitor ocontrastedeveserajustadodemaneiraqueos ecosmaisbrilhantessejambrancosecomofocobem definido. Ganho ou Sensibilidade o controleajustaasensibilidadegeraldosistema. Essanecessitacontinuamentedeajustamentonasin- tonizaçãofina durantecadaexame.Seo ajustefor muitoalto,a imagemé comprometidapelo"baru- lho" defundoquemascaraosecosdenívelbaixoe tornaa imagemmuitobranca.Seo ajusteformuito baixo,osecosespecularesserãomaisóbvios,eosecos não-especularesdesaparecerão. Inclinação/Tempo Ganho (para Compensação de Ganho de Ecos) ou Ganho Remoto e Próximo Essescontrolessãousadosparaequilibrarobrilho dotopoedofundodaimagempelacompensaçãopara a absorçãodoultra-somàmedidaqueaprofundida- dedostecidosaumenta.Oscontrolesdeganhoindivi- dualdevemserajustadosparaabaixarasensibilidade paraasregiõessuperficiaiseaumentá-Iaparaecosdos tecidosmaisprofundos.A relaçãoentreníveisdega- nhoparadiferentesprofundidadesteciduaiséconhe- cidacomocompensaçãodeinclinação/tempoganho (CITG).OCITGalteraa amplitudedosecosemretor- no,dependendodademoraemsuachegada:o grau deamplificaçãodosecosquechegammaistarde,ori- gináriosdeobjetosmaisprofundos,émaior. Rendimento/Potência Essecontroleajustaapotênciaderendimentodo transdutoreajudaadeterminaro brilhodaimagem. A potênciadevesermantidatãobaixaquantopossí- vel,consistentecomacapacidadedereconhecerecos deníveisbaixos.Nemtodososaparelhospermitemo ajustedosníveisderendimentoepotência. Espectro de Exibição/ Profundidade do Campo Essecontrolepermitequea imagemsejamagnifi- cada(aumentada)oureduzidajuntocomaréguade medida.A magnificaçãoproduzumaimagemmais granularque,quandoexcessiva,tornaa interpretação maisdifícil.Alteraçãonamagnificaçãotambémalte- raaextensãodaimagemquepodeseajustaràtela(é reduzidapelamagnificaçãoevice-versa). Freqüência de Quadros Essecontrolepermitequeafreqüênciadequadros oufreqüênciadeatualizaçãodeimagemsejaaltera- da.Emgeral,umamelhorresoluçãoestáassociadaa freqüênciasmaisbaixas,e freqüênciasmaisaltassão necessáriasparacaptara imagemdeestruturasem movimento.Nemtodososaparelhospermitemoajus- tedafreqüênciadequadros. Pré e Pós-Processamento Alémdoajusteinicialdoaparelho,oscontrolesde pós-ajustamentopodempermitirqueumaimagem congeladapossaseralterada.É necessáriocuidado, porquedetalhesdaimagempodemsertantoincremen- tadoscomoperdidos.Osajustesdoaparelhodevem serregistradosdemodoqueoajustepossaserduplica- do (o mesmoajusterealizadonovamente)emultra- sonsde seguimento(feitosposteriormente,para acompanharo casoclínico). Congelamento O controledecongelamentopermitequea ima- gemsejamantidana memóriaparadocumentação, observaçãoemensuração. Rolamento da Imagem Quandouma imagemreduzidaé mostradaou quandoseusaumespaçador,asestruturasmaispro- fundaspodemficarforadatela.Orolamentoquepode serfeitoemalgunsaparelhos,permitequeessasre- giõessejamvistas. 342 VICTOR C. SPEIRS Tela Dividida Umateladivididapermitequeduasimagensse- jammostradassimultaneamente.Issopermitecom- paraçõesouunirimagenscontíguasdeumobjetomais longoqueo campodevisãoasermostrado. Modo-M o modo-Mé usadoparavisualizarestruturasem movimento.O espectroou profundidadeé mostrado noeixoy, eotempo,noeixox. Mensurações Compassosdecalibre*eletrônicospodemserati- vadosparamediradistânciaemlinhacurvaoureta entrepontos,a áreae a circunferência.Asmensura- çõessãofeitasnopressupostodequea velocidadedo somatravésdostecidosmolesé aproximadamente l.S4om/s.Parafazerumamensuração,umcursoré colocadonumpontodereferênciadeescolha,eo ou- tromovimentadoatéo segundoponto.O parâmetro medidodependedoquefoi selecionado. Vídeo Asaídadevídeoéusadaparagravaroumonitorar. A SELEÇÃO DE UM APARELHO Aprimeiraconsideraçãoquandoseestáescolhen- doumaparelhodeultra-soméqualseráotipodeuso reservadoparao aparelho.Asquatroregiõesdeinte- resseemcavalos(osistemareprodutor,ostecidosmo- lesdoaparelhoapendicular,o abdômeneocoração), devidoàprofundidadedeseustecidoseàanatomiade suassuperfícies,sãomelhorexaminadascomtrans- dutoresdeformasdiferentese dedeterminada(s) freqüência(s).Namaioriadasvezes(comexceçãodo coraçãoeregiõesmaisprofundasdotóraxeabdômen), umtransdutorlinearpodeserusado.Apequenajane- ladeacessoentreascostelasdeterminaqueumtrans- dutorsetorialsejausadonamaioriadasocasiõespara permitira imagemdeestruturasintratorácicase ab- dominaisprofundas.A produçãodeimagensabran- gentesdocoraçãorequerdispositivosmodo-M,Doppler eECG.A qualidadedaimagemnamaioriadasvezes dependedopreço.Osaparelhosmaiscarosproduzem imagenscommaiorresolução.Umespaçadoré ne- 'N. deT. Marcadorespara medir.Sãoossinaisgráficosutilizadoscom o trackball paramedirdistãnciasentredoispontos. cessárioparaexaminartendõessuperficiaiseligamen- tosnosmembrosdistais. Aseleçãoótimadafreqüênciadotransdutordepen- dedadistânciaentreasuperfíciedecontatoearegião deinteresse.Estruturasimediatamenteabaixodasu- perfíciedecontato,comotendõeseligamentosnapor- çãodistaldomembro(quesãoexaminadaspercuta- neamente),oubexiga(quepodeserexaminadaper- cutâneaoutransretalmente),sãoexaminadasmelhor comsomdefreqüênciamaisalta(i. e.,transdutorde 7MHz).Estruturasa umadistânciacomoa docora- çãonecessitamdeumtransdutorcomumafreqüên- ciabaixadeaté2,5MHz.Háestruturasqueestãoameio caminhoentreessesextremose,emvirtudedesualo- calizaçãooudeseutamanho,necessitamdemaisde umafreqüênciaparaproduçãodeimagemadequada. Essasestruturasincluemo úteroe osovários(7 ou SMHz)observadostransretalmente,estruturasintra- abdominais,comobaço,fígadoerim(3aSMHz),ob- servadospercutaneamente,eestruturasvariadas,como abscessosehematomas(SMHz). INSTALAÇÕES E CONTENÇÃO Alémdanecessidadeusualparasegurançadoope- rador,ovalordoequipamentodeterminaqueeleseja protegidodepossíveisdanos.O graudecontenção empregadogeralmentevariamuitocomoprocedimen- to,o temperamentodocavaloe ascircunstâncias.A principalpreocupaçãocomcavalossemcontençãoé queoequipamentoficasobriscodemovimentossúbi- tosquenãoserãodetectadospeloclínicoquegeral- menteestáobservandoo monitorenquantocontrola otransdutor.Condiçõesideaissãoconferidaspelouso detronco,contençãoquímica(conformeindicado anteriormente)eumquartoescurofechado. PREPARAÇÃO DO PACIENTE Imagensdeboaqualidadenãopodemserobtidas amenosqueexistaumbomcontatoentreo transdu- toreapele.A maneiramaisconfiáveldeobterissoé pormeiodosseguintesprocedimentos; .Tosquiarpêlosdaáreadecontato..Rasparo tocodepêloscomlâminadebarbear,se necessário,quandosãousadosespaçadores..Aplicargeldecontato(acoplamento)acústicono transdutor. O geldeveserespessoe grudento(paraassegurar quesegrudenapeleenãoescorrafacilmente)enão EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 343 deveconterbolhasdear.Imagensadequadaspodem serfreqüentementeobtidascomoutrosacopladores acústicos,comoálcool,metilceluloseeóleodeparafi- na (desdequesejamaprovadospelofabricantedo transdutor),massageandoo pêlo.O geldeveserre- movidodapeleapóso exameparaevitarinfecçãoou reaçõesdehipersensibilidade. LEITURAS BentleyH,Dysons:Practicalultrasoundphysics- Howtomakeop- timaluseofyourmachine.EquineVerEduc 1991;3:227. DysonS:Selectinga machinefordiagnosticultrasoundexamina- tionsin horses.EquineVerEduc 1991;3:161. PowisRL:Ultrasoundscienceforlheveterinarian.In DiagnosticUl- trasound.VerClin NorthAm: EquinePract 1986;3:32. 1"( Bacteriologia Clínica Comopartedoprocessodediagnóstico,o clínico coletaamostrasqueserãosubmetidasaexamemicro- biológico.Essepodesersimplesmenteum examede umaamostraparadeterminarsehámicrorganismos presentesoupodeenvolverculturademicrorganismos. Emqualquerdoscasos,a amostradeveseradequada paraotipodelesãoeparaostiposdemicrorganismos suspeitados.Nãosedevedeixara amostradeteriorar entreo momentodacoletaea avaliação.A falhaem observarprecauçõesbásicasconstituiumdesperdício significativodetempoecustoediminuiaefetividade do diagnóstico.Diretrizesparacoleta,transportee manejodeamostrasclínicastêmsidodescritas!esão resumidasaseguir. COLETA DE AMOSTRAS Amaneirapelaqualumaamostradevesercolhida dependedostiposdebactériasesperadose do local anatômicoondeseráfeitaacoleta.Porexemplo,flui- dosinternossãocoletadosporaspiraçãocomagulha, maslesõescutâneasou demucosassãogeralmente coletadasporraspagemouswab. Coleta Estéril de Líquidos Internos (Sangue, Liquor, Líquido do Tecido Subcutâneo e Líquido Sinovial de Articulações, Bainhas de Tendões e Bolsas) Essessãolocaisnormalmenteestéreis,easamos- trasdevemsercoletadasusando-seumatécnicaesté- ri!,paraassegurarumaamostraótimaeparaevitar contaminaçãoeinfecçãoiatrogênicaemcavidades. Procedimento Cortarospêlosdolocaleprepará-Ioparapunção estéril.Esfregardetergenteanti-séptico,lavaro local comálcoola 70%,permitira secageme,finalmente, pincelarouborrifaro localcomtinturadeiodoedei- xá-Iosecar.Oclínicodeveusargorro,máscaraeluvas estéreisparaevitarcontaminaçãodolocal.Umaagu- lhaéentãointroduzidanalocalizaçãoapropriada,ea amostraécoletada,poraspiração,numaseringa. Coleta de Amostras de Locais com Flora Residente (Pele, Mucosa) Algumasregiõesdoorganismocarregamumapo- pulaçãodemicrorganismosaliresidentesquenãoin- terferemcom a avaliaçãoda amostra.Hávárias maneirasdereduziro númerodebactériasdaflora normalnumaamostra: .Esfreguea superfícieda lesãocomumalgodão embebidoemálcoole tireumaamostradetecido maisprofunda(p.ex.,esfreguea superfíciedeuma pústulacomalgodãocomálcoole coletea amostra depusporaspiraçãoouapósabrira pústulacom umbisturi..Esfreguea superfícieda lesãocomumalgodão embebidoemálcoole entãoremovacrostase "casca"daferidae tireumaamostradaregião subjacenteexposta. 346 VICTORC. SPEIRS .Removaa secreçãodas mucosase coletea amostra aplicandoum swabúmido na mucosa. Manejo das Amostras após a Coleta oobjetivoapósacoletaéassegurar-sedequeo(s) microrganismo(s)causativo(s)pode(m)seridentifi- cado(s).Issoé feitomantendo-seo microrganismo vivo,assegurandoquea amostranãosequee quea multiplicaçãosejalimitada.Osprocedimentosque asseguramissosãoosseguintes: .Prepararumesfregaço.A disponibilidadede um esfregaçoasseguraqueo patologistaclínicotenha algumaidéiadosmicrorganismospresentesno momentodacoleta.Paraamostrasdelíquidos,é feitoumesfregaçocolocando-seumagotado materialnumalâminaparamicroscopia.Para amostrasdetecidoé feitoumesfregaçode impressão..Processara amostrao maisbrevepossível..Mantera amostrafria,masnãocongelada..Usarmeiodetransportesemprequeumaamostra nãopossaserprocessadaimediatamente. Osmétodosparamanejodediferentestiposdema- terialvariam,conformeseveránasseçõesaseguir. Swabs AERÓBIOS, ANAERÓBIOS FACULTATIVOS. Swabssecosdevemserumedecidosantesdacoleta(p. . ex.,BBLTransportSystems,BBLDivisionofBecton- Dickinsonand Co.,Cockeysville,MD),ouapósaco- leta,colocando-osdiretamentenomeiodetransporte (p.ex.,Stuart'sMediumqueé usadono sistemade transporteMarion ScientificCulturette,KansasCity, MO).OmeiodeArniesénecessárioparao cultivode Taylorellaequigenitalis,acausadametritecontagio- sadoseqüinos. ANAERÓBIOS. Swabsnãosãoadequadosparaa coletadeamostrassuspeitasdeconteranaeróbios.Se nãohá alternativa,ummeiodetransporteadequado deveserusado(p.ex.,Port-A-CulThbe,BBLDivision ofBecton-Dickinsonand Co.,Cockeysville,MD;BD VacutainerAnaerobicSpecimenCollector,BB Divisi- on ofBecton-Dickinsonand Co.,Rutherford,NJ,ou TheScott1\vo-ThbeSystem,ScottLaboratories,lnc., Fiskeville,RI). Líquidos AERÓBIOS, ANAERÓBIOS FACULTATIVOS. Essasamostrassãoidealmentetransportadasnuma seringadaqualtodooartenhasidoexpelido.Alterna- tivamente,seo processamentovai serretardado,o materialdeveserinoculadonummeiodeculturapara transporte(p.ex.,CultureCollectionandTransport System,CurtainMathesonScientificlnc. Precision DynamicCorporation,Burbank,CA). ANAERÓBIOS. Asamostrasdevemsertransporta- dasnumaseringadaqualtodooartenhasidoexpeli- doe apontadeagulhavedadacomuma"rolha"de borracha.Podeserusadomeiodetransporte(p.ex., BDVacutainerAnaerobicSpecimenCollector,BB Di- visionofBecton-Dickinsonand Co.,Rutherford,NJ somenteparabactériasouPort-A-CulVials,BBL Mi- crobiologySystems,POBox243,Cockeysville,MD). Tecidos Sólidos AERÓBIOS, ANAERÓBIOS FACULTATIVOS. A amostrapodesercolocadanumfrascocomtampa rosqueadaemínimoespaçodear.A amostrapodeser tambémcolocadanumaseringaparaointeriordaqual umpoucodesalinaé aspiradaparaimpedira seca- gem,eo aréentãoexpelido.Ummeiodetransporte podetambémserusado(p.ex.,Port-A-CulTransport SystemVial,BBLDivisionofBecton-Dickinsonand Co.,Cockeysville,MD). ANAERÓBIOS. Coloqueo tecidonumrecipiente estérilcomumespaçodearmínimoouuseummeio detransporte(p.ex.,Port-A-CulVial,BBLDivisionof Becton-Dickinsonand Co.,Cockeysville,MD).Não refrigere. EXAME ClÍNICO DE EQÜINOS 347 Urina Coletea amostraemrecipientesestéreiscomtam- pa derosca.Essasamostrasdevemserprocessadas muitorapidamente.Devemsermantidasa5°Csenão puderemserprocessadasem20minutos.Armazena- gemnessatemperaturaé aceitávelporaté24horas, emboravisivelmenteocorraalgumadeterioraçãode leucócitose daviabilidadedasbactérias.A urinade eqüinoségeralmenteturvae,portanto,érecomenda- doquesefaçaumesfregaçoimediatamente,demodo queumacoloraçãodeGrampossaserrealizadapara verificara presençademicrorganismose decélulas inflamatórias.Contagenscommaisde10leucócitose maisde20bactériasporcampomicroscópico(em imersão,x 1.000)sãoindicativasdeinfecção.Abac- teriologiaquantitativapodetambémserrealizada usando-seumacâmaradescartável(p.ex.,KovaGlass- ticSlide10comretículo,HycorBiomedical,Inc.,USA). Nessemétodo,a infecçãoéindicadaquandoaconta- gemdeleucócitosémaiorquelO4fmfdeurina. Sangue O sanguedevesercoletadosobcondiçõesestéreis, conformedescrito.ThbosVacutainernãodevemser usadosparaevitarumapossívelaspiraçãodemicror- ganismosparao interiordaamostra. AERÓBIOS, ANAERÓBIOS FACULTATIVOS. Se asamostrasnãopodemserprocessadasimediatamen- te,devemserinoculadasnummeiodeculturapara sangue(p.ex.,SignalBloodCulturingSystem,Oxoid USA,Columbia,MD) ou caldodeculturapreparado emlaboratório(p.ex.,CaldodeInfusãodeCérebroe Coração- BrainHeartInfusionBroth[BHIF],Oxoid USA,Columbia,MD). ANAERÓBIOS. As amostrasdevemsercolocadas emmeiodetransporte(p.ex.,SignalBloodCulturing System,OxoidUSA,Columbia,MD). REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA LaveDN:ClinicalBacterialagy.ln RaseR],HadgsanDR (eds),Ma- nual DfEquine Practice,Philadelphia,WB SaundersCam- pany,1993,ch 15,p 396. Avaliaçãode AmostrasPleurais e Peritoneais "., AMOSTRAS Asamostrassãocoletadasdemodoqueo exame possaserrealizadoemlíquidoscoaguladosenão-coa- guladosesobcondiçõesaeróbicase anaeróbicas.As- sim,o líquidodevesercolhidonumtubocontendo EDTA(paraassegurarumaamostranão-coagulada) e tubosimplessemaditivos(paraumaamostracoa- gulada)etambémnumaseringavedadaouemmeio detransporteparaavaliaçãomicrobiológica.Estima- tivasdeglicosee delactatonecessitamdeum tubo contendofluoretodesódioeoxalatodepotássiopara inibirposteriormetabolismocelular. PREPA~AÇÃO E COLORAÇÃO DAS LAMINAS Emboraumclínicopossasubmeterumaamostra diretamenteaolaboratóriosemrealizarqualquerpre- paraçãoadicional,issonemsempreépossível,espe- cialmenteparaveterináriosdecampo.Poressarazão, o clínicodevesabercomopreparara amostradema- neirasatisfatóriaparaavaliaçãonolaboratório.Oen- tendimentodoprocessodepreparaçãotambémfacilita acooperaçãoentreoclínicoeolaboratório,bemcomo melhorasuacapacidadedeentenderalgumasdasdi- ficuldadeseminterpretaro materialenviadoaolabo- ratório.Aavaliaçãocitológicadependedapresençade umnúmerosuficientedecélulasadequadamentepre- servadas.Quandoo líquidoéturvoe,portanto,prova- velmentecontémmuitascélulas,umesfregaçosimples e diretopodesersatisfatório.Essesesfregaçospodem serfeitosusando-seatécnicade"puxar"ou"compri- mir" asamostrasdelíquidobemmisturadassema necessidadedecentrifugação.Quandoaconcentração celularébaixa,énecessárioconcentrar-sea amostra porcentrifugação.Amostraspreparadascomcentrífu- gacytospinsãoideais,masoequipamentoécaro.Fe- lizmente,esfregaçosdesedimentopodemserfeitos usando-seumcentrífugastandard,casooequipamen- tonecessárionãoestejadisponível.Aamostraécentri- fugada por 5 minutos com 1.000a 1.500rpm, removendo-seo sobrenadanteatéqueresteapenaso necessáriopararessuspenderopelletdecélulasquese formanocentrifugado.Apósaressuspensãoporagita- çãosuave,umagotadelíquidoécolocadanumalâ- minadevidroe é feitoumesfregaço"puxando"ou "comprimindo"a amostra.Sea centrifugaçãofor impossível,umaporçãodaamostradeveserconcen- trada,fazendo-seumalinhadeesfregaço.Essalinhaé feitaempurrando-sea lâminaatéa gotado líquido, massemultrapassá-Ia,eentãolevantando-sea lâmi- nacomummovimentodiretamentevertical,deixan- do atrásuma linha transversalde líquidoricoem células.Comoprecaução,paracasosdequebradu- ranteo transporte,algunsesfregaçospreparadospre- viamentepodemsersubmetidos. Váriascoloraçõessãoadequadas(Di/f-Quickéfá- cildeusar).Outrascolorações,comoadeWright,azul demetilenooutricrômicos,sãotambémadequadas.A identificaçãodebactériaséidealmentefeitacomuma dessascolorações,antesdetentar-seaclassificaçãocom coloraçãodeGramoucoma coloraçãoparabacilos álcool-ácido-resistentes.350 VICTORC. SPEIRS CITOLOGIA Contagenscelularestotaisediferenciaissãoreali- zadasportécnicasautomatizadasou manuais.No entanto,asprimeirascontamtambémdetritossea amostranãofor limpa.Ashemáciasnãosãogeral- mentecontadas;noentanto,apresençadehemáciasé anotadaparaindicarcontaminaçãodaamostrapor sangueduranteacoleta,hemorragiafrancaoulesões nasvíscerastorácicaseabdominaisemconseqüência delesãovascular. PROTEíNA TOTAL Aproteínatotalémedidaporrefratometriaoubio- química.Oprimeirométodoésimplesenecessitaape- nasdeumrefratômetro.Paraevitarainterferênciade materialparticulado,é melhorrealizara refratome- triaapósa centrifugação,mas,desdequea amostra sejaclara(limpa),issonãoéabsolutamentenecessá- rio.Arefratometrianãoétãoprecisaquantoostestes químicos,especialmente,quandoo valoré abaixode 2,5g1df. GRAVIDADE ESPECíFICA Esseparâmetrocomparaa densidadedaamostra comadensidadedaáguadestilada,sendoadiferença relacionadaaossólidosemsolução. ANÁLISES QUíMICAS Ovalordasváriasanálisesquímicastemsidoques- tionado.Noentanto,a importânciadacomparação dasmedidasrealizadasnosorocomasrealizadasno líquidoperitonealédevalorcomprovadonodiagnós- ticodeuroperitôneo,ondeo líquidoperitonealécon- taminadocomurina,seguindo-seporequilíbrioentre sangueelíquidoperitonealatravésdoperitônio. CULTURA DE MICRORGANISMOS O métodomaissimplesdesecoletaremamostras paraculturaécoletá-Iasnumaseringa,retirarcuida- dosamenteo arempurrandoo êmbolo,tampara se- ringa,dobrandoa agulhaou usandoumatampa plásticae submetendoa amostraimediatamenteao laboratório.Seissonãoforpossível,énecessáriaapre- servaçãonummeiodetransporteadequadotantopara ocrescimentodebactériasaeróbicascomoo deanae- róbicas(verApêndiceC,BacteriologiaClínica). CLASSIFICAÇÃO DAS EFUSÕES Asefusõespodemserclassificadascomotransuda- tos,transudatosmodificadosouexsudatos,usando-se valoresparaproteínatotalecontagemtotaldecélulas nucleadas: Transudatos Transudatostêmvaloresbaixosparaproteínatotal « 2,5g1df)eparacontagemtotaldecélulasnuclea- das« 1.500células/]Jf).Olíquidonormalestánessa categoria.Oacúmulodeumvolumeanormaldetran- sudatoocorrequandohádistúrbionapressãoosmóti- ca do plasma, geralmenteassociadoà hipoal- buminemia.Neutrófilosnão-degeneradose células mesoteliais/semelhantesamacrófagosgeralmentepre- dominamnessegrupodeefusões. Transudatos Modificados Essessãotransudatosmodificadosadicionando-se células(1.500-10.000células/]Jf)e/ouproteína(2,5- 6,5g1df)e ocorremgeralmenteemrespostaa distúr- bioshemodinâmicossistêmicosou localizados,como nasobstruçõesdosfluxosvenosoou linfático.Variam emcordoâmbaraovermelhoou aobranco.Essaé umacategoriadifícildeinterpretar,porqueosvalores paracavalosnormaiscomdoençasinespecíficasfre- qüentementecaemnessacategoria.Geralmentepre- dominamosneutrófilosnão-degenerados. Exsudatos Efusõescomaltosvaloresdecontagenscelulares (> 10.000células/]Jf)e concentraçõesaltasdepro- teína(>3,Ogldf)caemnessacategoriaegeralmente refletempleuriteouperitonitesignificativas.Umaclas- sificaçãocomoexsudatonãosignificaumdiagnósti- co, pois alteraçõesvascularespodemresultarde qualquerdasváriascausasdeinflamação,comosep- se,distúrbiosimunológicosou tecidodesvitalizado (necrótico).Otipocelularpredominantecomfreqüên- ciarefleteoprocessopatológicosubjacente.Porexem- plo,neutrófilosgeralmentepredominamnasefusões purulentas,célulasneoplásicasemcasosdeneoplasia e linfócitosemefusõesquilosasou pseudoquilosas. Levando-seemconsideraçãoasbactérias,osexsuda- tossãoclassificadosemsépticoseassépticos.Exsuda- tossépticoscontêmbactérias(intraouextracelulares), neutrófilosdegeneradoseproduzemumaculturapo- sitiva.Exsudatosassépticosnãocontêmbactérias,mas contêmneutrófilossadiose produzemumacultura bacteriananegativa.Ainterpretaçãonemsempreésim- ples,porqueasbactériasnemsempresãofáceisde EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 351 encontraremcultura,eoefeitodesuastoxinassobre osneutrófilosvariaconformesuavirulência.Alémdis- so,comoaclassificaçãoamplaébaseadanasconcen- traçõesprotéicase na classificaçãocelular,elapode variarseovolumedelíquidosealterar,independente- mentedaproteínae dascélulas,ou seocorreruma tendênciadascélulasemconcentrarem-seporgravi- dade,nosníveismaisbaixosdo acúmulodelíquido nacavidadeorgânica.Emconseqüência,podeserob- servadoqueaconcentraçãoprotéicadeumexsudato sesobrepõeàqueladeumtransudatomodificado. LEITURA CowellRL,TylerRD,ClinkenbeardKD,etaI.:Collectionandevalua- tionofequineperitonealandpleuraleffusions.VetClinNorth Am: EquinePract 1987;3:543. Contaminação daAmostra comSangue 1"f o clínicofreqüentementeenfrentaodilemadeter dedecidirseo sanguepresentena amostraé relacio- nadoaoprocedimentoda coleta(i. e.,iatrogênico)ou seérelacionadoaoprocessodadoença.Àsvezes,a res- postapodeser obtida rapidamentepor um examea olho nu da amostra,mas, muitas vezes,um exame microscópicoé necessário. CARACTERíSTICAS DE UMA AMOSTRA CONTAMINADA POR SANGUE .Redemoinhode hemáciasno líquidodurantea coletaouagitaçãodaamostra..Presençade plaquetas..Ausênciade eritrofagocitose..Tendênciadaamostraemcoagular..Líquidoapenaslevementeróseo. CARACTERíSTICAS DE UMA AMOSTRA CONTENDO SANGUE ASSOCIADO AO PROCESSO DA DOENÇA .Aguda-superaguda Podecoagular. Podemocorrerplaquetas. Aspectomacroscópicoe morfologiacelularsão semelhantesaodosangueperiférico,masos númeroscelularese osvaloresprotéicossão menores. Podeocorrereritrofagocitose..Crônica Os neutrófilosfreqüentementesãohipersegmen- tadose picnóticos. Nãoocorremplaquetas. O sanguenãocoagula. Ocorrem:fagocitosedeeritrócitose deseus produtosdedegradaçãoe neutrófilossenis. 1"f Biópsia por Agulha A biópsiapercutâneaporagulhaé usadaparase obteremamostrasteciduaisdeórgãoscomoospul- mões,fígado,rinsedeváriostumores.Abiópsiaége- ralmenterealizadacomoumprocedimentoestérilque requerqueospêlossejamaparadosouraspadoseque asuperfíciedapelesejapreparadacomaplicaçõessu- cessivasdedetergenteanti-séptico(povidone-iodoou gluconatodeclorexidina),etanola 70%etinturado anti-sépticousadoinicialmente.É necessáriaa inje- çãosubcutâneadeumagotadeanestésicono local exatoondea agulhaseráinserida.Antesdeinserira agulha,umapequenaincisãodeveserfeitana pele comumalâminadebisturi#15paraquea agulha penetrerelativamentelivredefricçãocomapele. Oinstrumentodebiópsiamaisfreqüentementeusa- doéa agulhaTru-Cut,demonstradanaFiguraF-IA, coma agulhaestendidaeo chanfroparabiópsiaex- posto.A técnicaparaseuusoémostradanaFiguraF- IB: o instrumento,coma agulhadentrodacânula externa,é inseridopelaincisãonapeleeentãonoór- gãooumassaa serbiopsiada.A agulhaéentãoem- purradadedentrodacânulaeprofundamentenoalvo. Issofazcomqueo tecidopenetrenochanfro.Então, comaagulhaimobilizada,acânulaéavançadarapi- damentesobrea agulhaparacortaro fragmentode tecidoacomodadonochanfro.Oinstrumentoéentao removido,e a agulhaéestendidaparaexporo chan- frocontendoaamostratecidualqueédestacadaeco- locadaemsoluçãodeformoltamponada(FiguraF- IC). A técnicanecessitaprática,pois controlar simultaneamentea agulhae a cânulaé um pouco complicado. Uminstrumentoalternativo,a agulhaautomática Temno(FiguraF-2),éarmadocommolaeautomati- za o movimentodeavançodacânula.É concebido paraserusadocomapenasumamão.Antesdouso,é armado,puxando-seaextremidaderetangulardaagu- lhaenquantoseimobilizao restantedoinstrumento, segurando-sepelasalçasparadoisdedos.Quandoar- mada,aagulhaficalivreepodesermovidaparaden- troeparaforadacânula.Paracoletar-seaamostra,o instrumentoé armado,e o dedosindicadore médio sãoinseridosnasalças,comoé mostradonodiagra- ma.Oinstrumentoé inseridonotecido,fazendocom queagulharecuenacânula.Quandoa agulhaatin- giraprofundidadeapropriada,opolegaréusadopara empurrargentilmentea baseretangulardaagulha, avançando-aassimparaostecidoseexpondoochan- fro,conformefoi descritoparaa agulhaTru-Cut.O instrumentoéentãodisparado,empurrando-sefirme- mentea baseda agulha,fazendoa cânulaavançarmuitorapidamenteecortarabiópsia.O instrumento éentãoretiradocomotecidoincluído. 356 VICTORC. SPEIRS ,., i F~ A _1.','\I!\II!IIi,,~'1 B t FIGURA F-1 Técnicade biópsiapor agulha.A. Agulha Tru-Cutcom a agulhaestendidae o chanfrode biópsiaexposto.B. Ilustraçãodemonstrandocomoa agulhae a bainhasão introduzidasno tecidoe como a biópsiaé coletada. EXAME CLíNICO DE EQÜINOS 357 ~ '\-. c . FIGURA F-2 A agulhaTemnoAutomaticDisposableGui/lotine50ftTissueNeedle(Pro- ductsGroupInternationallnc.).Observeasalçasparaos dedosparafacili- tar o usocomuma únicamão. . FIGURA F-1 Continuação c.oespécimenétransferidoparao fixador.
Compartilhar