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SLIDE - DIREITO DE FAMILIA

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GRANDES TEMAS DE GRANDES TEMAS DE 
DIREITO DE FAMDIREITO DE FAMÍÍLIALIA
AULAS MINISTRADA POR AULAS MINISTRADA POR 
REGINA BEATRIZ TAVARES REGINA BEATRIZ TAVARES 
DA SILVADA SILVA
A A 
RESPONSABILIDADE RESPONSABILIDADE 
CIVIL NO CIVIL NO 
ROMPIMENTO DO ROMPIMENTO DO 
CASAMENTO CASAMENTO 
IDEAL A SER 
ALCANÇADO EM 
TODAS AS RELAÇÕES 
FAMILIARES
HARMONIA, POR MEIO DO AFETO
CasamentoCasamento
•aspectos sentimentais
•aspectos religiosos
•aspectos patrimoniais
• projeto a reinar com harmonia e felicidade
não se concretiza
• rompimento
Tipos de dissolução judicial
do casamento
Separação e 
Divórcio judiciais
• MANUTENÇÃO DA SEPARAÇÃO CULPOSA NO 
SISTEMA LEGISLATIVO, AO LADO DO DIVÓRCIO 
CULPOSO – NORMAS DO CC/2002 RECEPCIONADAS E 
RECRIADAS
• EC 66/2010 – CONFORME SUA EMENTA - NÃO 
ELIMINOU A SEPARAÇÃO JUDICIAL, SOMENTE 
SUPRIMIU OS REQUISITOS TEMPORAIS DO DIVÓRCIO
V. Washington de Barros Monteiro e Regina 
Beatriz Tavares da Silva, 40ª ed. Curso de direito 
civil – Direito de Família, São Paulo: Saraiva, 
2010, p. 316 e ss.
Espécies de dissolução do casamento
• Código Civil, art. 1.571
A sociedade conjugal termina:
I - pela morte de um dos cônjuges
II - pela nulidade ou anulação do casamento
III - pela separação judicial
IV - pelo divórcio
Espécies de separação
• Separação litigiosa
– Por pedido unilateral
• Separação consensual
– Por pedido bilateral (1 ano de casamento)
Espécies de separação
• Separação litigiosa
– Por pedido unilateral
• Separação culposa
• Separação ruptura
• Separação remédio
Espécies de separação
• Separação sanção ou culposa
• Fundamentada na culpa pelo descumprimento dos 
deveres conjugais
• Código Civil, art. 1.572, caput
Espécies de separação
• Separação ruptura
Não importam os motivos que ensejaram a ruptura da 
vida em comum, tendo como únicos requisitos a 
separação de fato por um ano contínuo e a 
impossibilidade de reconstituição da comunhão de vidas.
Código Civil, art. 1.572, § 1º
A separação judicial pode também ser pedida se um dos 
cônjuges provar ruptura da vida em comum há mais de 
um ano e a impossibilidade de sua reconstituição
Espécies de separação
• Separação remédio
Fundamentada em doença mental grave de um dos 
cônjuges. Proteção especial ao cônjuge mentalmente doente
Código Civil, art. 1.572, § 2º
O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o 
outro estiver acometido de doença mental grave, manifestada 
após o casamento, que torne impossível a continuação da 
vida em comum, desde que, após uma duração de dois anos, 
a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável
Espécies de divórcio após EC 66/2010
• Divórcio conversão ou indireto
O divórcio conversão permanece para quem tem 
estado civil de separado judicialmente, mas sem o 
lapso temporal do Código Civil, art. 1.580, caput
Espécies de divórcio após EC 66/2010
• Divórcio direto
Não exige demonstração da causa e do lapso 
temporal que era previsto no Código Civil, art. 
1.580, § 2º
Espécies de divórcio após EC 66/2010
• Divórcio culposo
Demonstração da causa culposa – grave 
descumprimento de dever conjugal – com as 
conseqüências ou sanções previstas na 
separação judicial culposa: perda do direito à
pensão plena e perda do direito de utilização do 
sobrenome conjugal
Espécies de divórcio após EC 66/2010
• Divórcio remédio
Demonstração da doença mental do cônjuge, 
com as conseqüências da separação judicial 
com esse fundamento – benefícios patrimoniais 
em regime da comunhão universal de bens 
“culposo”
• descumprimento consciente de uma norma de conduta 
conjugal que estabelece um dever para um dos 
cônjuges e, em conseqüência, um direito para o outro
(V. TAVARES DA SILVA, R. B. . A culpa nas relações de família. 
In: DELGADO, Mário Luiz; ALVES, Jones Figueirêdo. (Org.). 
Questões controvertidas no direito de família e das sucessões. 1 
ed. São Paulo: Método, 2005, v. 3, p. 67-103.)
SEPARAÇÃO JUDICIAL e DIVÓRCIO 
LITIGIOSO
“culposo” – fundamentado no grave 
descumprimento dos deveres conjugais (art. 1.572, 
caput, CC)
grave violação dos deveres do casamento que torne 
insuportável a vida em comum
SEPARAÇÃO JUDICIAL E DIVÓRCIO 
LITIGIOSO
•Art. 1.573. Podem caracterizar a impossibilidade da 
comunhão de vida a ocorrência de algum dos seguintes 
motivos:
• I – adultério;
• II - tentativa de morte; 
•III - sevícia ou injúria grave; 
•IV - abandono voluntário do lar conjugal;
•V - condenação por crime infamante;
•VI - conduta desonrosa.
Parágrafo único. O juiz poderá considerar outros fatos, 
que tornem evidente a impossibilidade da vida em comum.
Norma não tem caráter taxativo, apenas exemplificativo
Deveres conjugais
Deveres pessoais dos cônjuges
CC/02:
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
I - fidelidade recíproca;
II - vida em comum, no domicílio conjugal;
III - mútua assistência;
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos.
Fidelidade
“dever de lealdade, sob o aspecto físico e moral, 
quanto à manutenção de relações que visem à
satisfação do instinto sexual na sociedade conjugal”
TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz. Reparação Civil na 
Separação e no Divórcio. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 71
• Adultério: prática de ato sexual com terceira pessoa
• Quase-adultério: prática de atos com terceira pessoa 
que demonstram o propósito de satisfação do instinto 
sexual
– infidelidade virtual
Coabitação
• dever de vida em comum, no domicílio 
conjugal
• Conteúdo
– moradia sob o mesmo teto, salvo necessidades 
pessoais, profissionais ou familiares
Assistência material
auxílio econômico à subsistência do consorte
• alimenta naturalia: alimentação propriamente dita
• alimenta civilia: habitação, saúde, vestuário, lazer etc.
• posição sócio-econômica do casal (padrão de vida)
Assistência imaterial
Dever de proteger os direitos da 
personalidade do cônjuge:
– vida
– integridade física e psíquica
– honra
– liberdade
– segredo
TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz. Dever de assistência 
imaterial entre cônjuges. Rio de Janeiro: Forense 
Universitária, 1990.
Respeito
• Dever de respeitar os direitos da personalidade 
do cônjuge:
– vida
– integridade física e psíquica
– honra
– liberdade
– segredo
TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz. Código Civil 
Comentado. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 1691/1693
Respeito e 
proteção aos direitos da personalidade
• honra: auto-estima e reputação social (injúria 
direta e indireta - conduta desonrosa)
• liberdade: poder de fazer tudo o que se quer, 
dentro das limitações do ordenamento jurídico
Violência doméstica
Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha
Nome da lei é uma homenagem a Maria da Penha Maia
• agredida pelo marido durante seis anos
• em 1983, por duas vezes, ele tentou assassiná-la
• na primeira com arma de fogo deixando-a paraplégica
• na segunda por eletrocução e afogamento
• marido de Maria da Penha só foi punido depois de 19 
anos de julgamento e ficou apenas dois anos em regime 
fechado
Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha
Formas de violência doméstica (art. 7º)
• violência física
• violência psicológica
• violência sexual
• violência patrimonial
• violência moral
Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha
Principais medidas protetivas no âmbito penal (art. 10)
• adoção imediata das medidas de proteção pela autoridade policial
• garantia de proteção policial
• fornecimento de transporte para abrigo em local seguro
• acompanhamento para retirada de seus pertences pessoais do seu 
domicílio
• coleta imediata das provas:oitivada ofendida, oitiva de testemunhas, 
oitiva do agressor
• remessa em 24 horas do expediente ao Juiz para concessão das 
medidas protetivas
Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha
Principais medidas protetivas no âmbito civil (art. 22)
• afastamento do lar
• proibição de determinadas condutas
• aproximação da ofendida
• contato com a ofendida
• freqüência em determinados lugares
• restrição ou suspensão de visitas a filhos menores
• prestação de alimentos provisionais ou provisórios
Lei 11.340, de 22/09/2006
Lei Maria da Penha
• Medidas protetivas – Caso Luana Piovani e 
Dado Dolabella
Lei 11.340, de 22/09/2006
Lei Maria da Penha
• Medidas protetivas – Caso Luana Piovani e Dado 
Dolabella
• O ator foi o primeiro a chegar no local, acompanhado da 
mãe, Pepita Rodrigues. Dolabella chegou a ser preso na 
semana passada após descumprir Ordem Judicial de 
ficar a 250 metros de distância da ex-noiva. Por conta 
do descumprimento, Dado passou uma madrugada em 
uma delegacia e o dia preso em uma cela comum com 
outros 13 detentos. Dolabella recebeu habeas-corpus no 
dia seguinte e deixou a carceragem da Polinter, na 
Pavuna – Notícia veiculada no dia 23.03.09, em 
www.abril.com.br
Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha
Medidas protetivas (art. 24)
• restituição de bens 
• proibição temporária para celebração de contratos de compra 
e venda, locação de propriedade comum, salvo expressa 
autorização judicial
• suspensão de procurações
• prestação de caução provisória, em depósito judicial, por 
perdas e danos materiais
Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha
• reconhecimento da aplicação dos princípios da 
responsabilidade civil nas relações de família
• primeiro diploma legal que reconhece expressamente que 
a prática de ato ilícito pelo marido ou companheiro contra a 
esposa ou companheira sujeita o ofensor à condenação em 
indenização por perdas e danos (art. 24, IV) 
Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha
• art. 1º. Esta lei cria mecanismos para coibir e prevenir a 
violência doméstica e familiar contra a mulher...
Sujeito ativo: um homem ou uma mulher
Sujeito passivo: a mulher
• igualdade entre homens e mulheres – CF, art. 5º, I
Constitucionalidade, já que não protege os homens ?
Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha
Razão da proteção à mulher
• violência é praticada principalmente contra a mulher
• mulher efetivamente é quem mais necessita da 
proteção especial
• violência física e moral praticada contra a mulher é
secular
STF, Ação declaratória de constitucionalidade, Relator Min. 
Marco Aurélio 19-3 Distrito Federal, Requerente: Presidente 
da República
• Igualdade – art. 1º
- Lei 11.340/06 acata o princípio constitucional da 
proteção do Estado à família
- Há pronunciamentos do STF em que se distingue o 
gênero, como em concursos públicos, prova de esforço 
físico
- Há distinções na CF, como a licença maternidade, 
prazo menor para aposentadoria por tempo de 
contribuição
STF, Ação declaratória de constitucionalidade 19-3 Distrito 
Federal, Relator Min. Marco Aurélio, Requerente: Presidente 
da República
Liminar indeferida: suspensão dos atos que, direta ou 
indiretamente, neguem vigência à Lei 11.340/06
Com a emenda constitucional 3/93 surgiu a ação direta de 
constitucionalidade, com características muito assemelhadas 
à ação direta de inconstitucionalidade...Em ambas, mostra-se 
possível chegar-se a conclusão diametralmente oposta à
requerida na inicial. São ações, então, que podem ser 
enquadradas como de mão dupla. 
STF, Ação declaratória de constitucionalidade 19-3 Distrito 
Federal, Relator Min. Marco Aurélio, Requerente: Presidente 
da República
Liminar indeferida: suspensão dos atos que, direta ou 
indiretamente, neguem vigência à Lei 11.340/06
A previsão de implementar-se medida acauteladora no 
tocante à ação direta de inconstitucionalidade tem como base 
a necessidade de afastar-se de imediato a agressão da lei a 
texto constitucional. A recíproca é de todo imprópria. Diploma 
legal prescinde do endosso do Judiciário para surtir efeitos...
...eventual aplicação distorcida da Lei evocada pode ser 
corrigida ante o sistema recursal vigente...
Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha
Para evitar debates sobre a constitucionalidade ou 
inconstitucionalidade da lei, com posições divergentes em 
julgados, bastaria a seguinte modificação na lei:
• Substituição da palavra mulher pela palavra pessoa
MULHER CONTINUARIA COM A PROTEÇÃO LEGAL
Pressupostos e fundamentos da 
responsabilidade civil. 
Responsabilidade civil na 
dissolução do casamento: 
danos morais e materiais
Agressões morais e físicas são praticadas pelo 
homem contra a mulher
O homem extravia grande parte do patrimônio 
comum, para evitar a respectiva partilha
PROFESSOR CALMON DE PASSOS
“DIREITO: SOLUÇÃO DE CONFLITOS”
“DIREITO É IMPORTANTANTE 
QUANDO IMPÕE E PROÍBE 
E NÃO QUANDO 
SIMPLESMENTE FACULTA”
MUNDO DO 
DIREITO: ESPAÇO 
EM QUE AS 
PESSOAS 
FRACASSAM
QUANTO MELHOR A FAMÍLIA, 
MENOS NECESSITADA 
ESTARÁ DO DIREITO
Responsabilidade Civil
ESTADO FAMÍLIA
Presente em todos os domínios da ciência jurídica
• Se um acidente de trânsito, mesmo que provoque um 
pequeno prejuízo, gera ao culpado o dever de repará-lo
• Se a propaganda enganosa fomenta a reparabilidade de 
danos acarretados aos consumidores
• Se o extravio de bagagem em transporte aéreo enseja a 
indenização pelos prejuízos morais ocasionados ao 
passageiro
• Se até mesmo a pessoa jurídica é alvo de resguardo da 
honra objetiva, com direito à reparação dos danos a esse 
direito da personalidade 
Qual seria a razão para a inadmissibilidade do direito à
indenização pelos danos causados em relações de 
família?
Princípios da responsabilidade civil:
aplicáveis em todas as relações civis,
inclusive nas relações de casamento
Regra geral da responsabilidade civil 
Código Civil - Parte Geral
• Código Civil Comentado, 6ª ed. Coordenação de Regina 
Beatriz Tavares da Silva, 2008, São Paulo: Saraiva, p. 
881/890
REGRA GERAL DA RESPONSABILIDADE CIVIL
art. 186. Aquele que, por ação ou omissão 
voluntária, negligência, ou imprudência, violar 
direito e causar prejuízo a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito
Ação 
ilícita dano
nexo causal
Ação: violação a direito - caráter comissivo ou omissivo
Dano: prejuízo a bens morais ou materiais
Nexo causal: liame entre a ação e o dano
Pressupostos:
– Danos morais: sofrimento, humilhação, angústia
• ofensa a direito da personalidade:
vida, honra, integridade física e psíquica, 
liberdade
– caráter compensatório ao lesado
– caráter de desestímulo ao lesante
– Danos materiais: prejuízo econômico
• danos emergentes e lucros cessantes
– caráter ressarcitório
Danos morais podem ser comprovados objetivamente:
•não são adequadas indagações de ordem psíquica 
• demonstração da violação à personalidade
• teoria da “responsabilização pelo fato da violação”
Carlos Alberto Bittar: Reparação Civil por Danos Morais, 
São Paulo: Revista dos Tribunais
Pensão alimentícia:
• natureza assistencial
• não tem natureza indenizatória:
• não chega a compensar ou ressarcir os prejuízos morais ou 
materiais do lesado
• condiciona-se, em sua fixação e vigência, ao preenchimento de 
pressupostos: necessidade do cônjuge credor e possibilidade do 
consorte devedor, nos moldes do art. 1.694 do Código Civil
Conclusão: 
• não há bis in idem nos pedidos de pensão alimentícia e 
reparação de danos
V. Regina Beatriz Tavares da Silva, Reparação Civil na Separação 
e no Divórcio, São Paulo, Saraiva
Reparabilidade de danosnas relações de família
Princípios da responsabilidade civil: 
aplicáveis em todas as relações jurídicas
Aproximação entre a Moral e o Direito:
desejável em todos os ramos da ciência 
jurídica, especialmente no Direito de Família
Instrumento de combate à violência doméstica
Separação e divórcio culposos: fundamento
•Culpa no Direito : inobservância consciente de norma 
de conduta, com resultado danoso a alguém, objetivado 
pelo agente - dolo - ou não desejado por ele, mas 
previsível - culpa em sentido estrito
•Culpa na Psicanálise: sentimento essencial para 
estabelecer limites e possibilitar o convívio em sociedade, 
já que propicia a aceitação da ética e das regras morais 
impostas pela cultura de cada povo, limitando os impulsos 
instintivos
• MANUTENÇÃO DA SEPARAÇÃO CULPOSA NO 
SISTEMA LEGISLATIVO, AO LADO DO DIVÓRCIO 
CULPOSO – NORMAS DO CC/2002 RECEPCIONADAS E 
RECRIADAS
• EC 66/2010 – CONFORME SUA EMENTA - NÃO 
ELIMINOU A SEPARAÇÃO JUDICIAL, SOMENTE 
SUPRIMIU OS REQUISITOS TEMPORAIS DO DIVÓRCIO
V. Washington de Barros Monteiro e Regina 
Beatriz Tavares da Silva, 40ª ed. Curso de direito 
civil – Direito de Família, São Paulo: Saraiva, 
2010, p. 316 e ss.
• FUNDAMENTO MULTIDISCIPLINAR
• DANOS: DESCUMPRIMENTO DE DEVER CONJUGAL
• PRINCÍPIO DO DIREITO E DA PSICANÁLISE: 
REPARAÇÃO É INDISPENSÁVEL À INTEGRAÇÃO DA 
PESSOA NO MEIO EM QUE VIVE
STJ – 3ª Turma, Recurso Especial nº 37051, Relator 
Min. Nilson Naves, j. 17.04.2001 
A melhor das indicações é a de que houve 
comportamento injurioso...tal fato, por si só, 
enquadra-se, a meu juízo, para fins de indenização, no 
art. 159 do Código Civil, que compreende... também o 
dano de natureza moral
Se existe um comportamento injurioso diante da lei 
brasileira, causando a ruptura do casamento, diante 
das atitudes dominadoras do marido que provocaram 
a instabilidade psíquica da mulher, a indenização é
cabível
STJ – 3ª Turma, Recurso Especial nº 37051, Relator Min. 
Nilson Naves, j. 17.04.2001
A importância pecuniária, recebida pelo cônjuge inocente, a 
título de alimentos, por exemplo, não tem a finalidade de 
reparar as ofensas físicas e psíquicas sofridas pela esposa. 
Isto porque os alimentos, além de serem arbitrados em 
função do binômio possibilidade/necessidade, tem a 
finalidade única de prover a subsistência do alimentando , e 
não a de ressarcir o dano moral...
Com efeito, são situações não excludentes entre si, sendo 
perfeitamente cumulável, na ação de separação litigiosa, o 
pedido de indenização por danos morais, sem que haja bis in
idem...”
STJ – 3ª Turma, Recurso Especial nº 742.137/RJ, 
Relatora Min. Nancy Andrighi, j. 21.08.2007
• ...Reparação por danos materiais e morais. 
Descumprimento dos deveres conjugais de lealdade e 
sinceridade recíprocos. Omissão sobre a verdadeira 
paternidade biológica. (...) O desconhecimento do fato 
de não ser o pai biológico dos filhos gerados durante 
o casamento atinge a honra subjetiva do cônjuge, 
justificando a reparação pelos danos morais 
suportados...” (julgado em que ex-mulher foi 
condenada a pagar indenização a ex-marido por ter 
omitido a verdadeira paternidade dos filhos, no valor 
de R$ 200.000,00). 
Danos indenizáveis no rompimento do casamento
não se trata de punir o desamor
• falta de amor, por si só, 
não gera a responsabilidade civil
• se a falta de amor provoca descumprimento de dever 
do casamento, com danos ao consorte: reparação
Cumulação dos pedidos
separação culposa / divórcio culposo e reparação de danos
CPC, art. 292, §1º, I, II, III
• compatibilidade dos pedidos entre si:
• mesma causa de pedir - conexão
• adequação do mesmo tipo de procedimento: 
• ordinário
• competência jurisdicional:
• Varas especializadas
V. Washington de Barros Monteiro e Regina Beatriz Tavares da 
Silva, 40ª ed. Curso de direito civil – Direito de Família, São 
Paulo: Saraiva, 2010, p. 316 e ss.
• Competência jurisdicional
Varas especializadas de família:
competência
– feitos referentes ao Direito de Família
– causas relativas ao estado das pessoas e 
ao Direito de Família
– ações referentes às questões de família
Competência dos Juízos de Família para julgarem os pedidos de 
reparação de danos em rompimento de casamento:
• CAUSA DE PEDIR É A MESMA: CONEXÃO (ART. 103 DO CPC)
• MAIS DO QUE SIMPLES COMPATIBILIDADE QUE JÁ PERMITE A 
CUMULAÇÃO (ART. 292, § 1º DO CPC)
• REPERCUSSÕES JURÍDICAS DIVERSAS NÃO AFASTAM A 
POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO DE PEDIDOS
• ART. 186 DO CC/2002 – REGRA GERAL DA RESPONSABILIDADE 
CIVIL – APLICÁVEL A TODOS OS LIVROS OU PARTES ESPECIAIS 
DO CC/2002
Não aceitação da competência dos Juízos de Família para 
julgarem os pedidos de reparação de danos em rompimento 
de casamento:
• tramitação da ação reparatória e da ação de separação 
judicial perante Juízos ou Varas diferentes
• risco evidente de decisões conflitantes, já que a causa de 
pedir nos dois feitos é a mesma: descumprimento de dever 
oriundo do casamento
• contraria princípios da celeridade e economia processual: 
repetição dos mesmos atos processuais em dois feitos
NAMORO ENAMORO E
UNIÃO ESTUNIÃO ESTÁÁVELVEL
Diferenças entre as relações de 
fato e de afeto
Repercussões e existência ou 
inexistência de efeitos jurídicos –
namoro, noivado e união estável
Namoro
• Relação social de afeto e amor
• Não é relação jurídica – não tem efeitos imediatos 
na esfera do direito
• Não cria direitos nem obrigações!
• Não muda o estado civil
• Não há regime de bens
Noivado
• Relação de amor – não é relação jurídica
• Não é promessa de casamento, mas uma 
preparação social tradicional
• Havendo negligência (culpa) no rompimento do 
noivado, causando dano ao outro, pode levar à
reparação de danos
• Não muda o estado civil
• Não há regime de bens
União estável
• Requisitos legais para sua constituição – CC, art. 1.723
• Relação jurídica com efeitos imediatos no direito
• Constitui família – proteção constitucional!
• Não muda o estado civil
• Há regime de bens – CC, art. 1.725
• Há efeitos jurídicos pessoais – CC, art. 1.724
Requisitos de constituição da 
união estável
• É reconhecida como entidade 
familiar a convivência duradoura, 
pública e contínua, de um homem e 
uma mulher, estabelecida com o 
objetivo de constituição de família
• Código Civil de 2002 (art. 1723)
Existência de núcleo familiar duradouro
• união estável: constituição de família
e não simples “objetivo de constituição de família”
• namoro ou noivado, em que há somente o 
objetivo de formação familiar, não se equipara à
união estável
V. TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz (coord.) Código Civil 
comentado, 7ª ed., 2010, São Paulo, Saraiva, comentários da 
coordenadora ao art. 1.723
MORADIA 
CONJUNTA?
•Súmula 382, STF:
A vida em comum sob o mesmo teto, ‘more uxorio’, não é
indispensável à caracterização do concubinato.
• união de fato sem natureza de entidade familiar
• necessidade de prova da sociedade de fato
• Súmula 380, STF:
Comprovada a existência de sociedade de fato entre os 
concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a 
partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum.
Unicidade domiciliar
hipóteses excepcionais: moradias diversas -
necessidades profissionais, familiares ou 
pessoais (CC/2002, art. 1.569)
duplicidade domiciliar: prova do esforço 
comum
MONTEIRO, Washington de Barros; TAVARES DA SILVA, 
Regina Beatriz. Curso de Direito Civil, v. 2: direito de família, 
40ª ed., São Paulo: Saraiva, 2010.
Superior Tribunal de Justiça, REsp 474.962, 4ª Turma, Rel. 
Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, j. 23/09/03
• Reconhecimento de união estável - duplicidade domiciliar
• Duplicidade domiciliarjustificada: incompatibilidade entre o 
companheiro e o filho de anterior casamento da 
companheira - necessidades pessoais ou familiares
• Convivência sob o mesmo teto durante três anos
• Convivência sob tetos diferentes durante mais nove anos
• União extinta pela morte do companheiro
“O que se torna indispensável... é que a união tenha 
estabilidade, ou seja, que haja aparência de casamento...”
Unicidade domiciliar
Projeto de lei 6.960/2002
art. 1.727, parágrafo único
As relações meramente afetivas e sexuais, entre o 
homem e a mulher, não geram efeitos patrimoniais, nem 
assistenciais.
• V. TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz (coord.) Código Civil 
comentado, 7ª ed., 2010, São Paulo, Saraiva, comentários da 
coordenadora ao art. 1.723
Notoriedade da relação
relações clandestinas, vedadas aos olhos da 
sociedade, com mero cultivo de relações 
sexuais não constituem união estável
• V. TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz (coord.) Código Civil 
comentado, 7ª ed., 2010, São Paulo, Saraiva, comentários da 
coordenadora ao art. 1.723
Continuidade da relação
relações descontínuas não são estáveis
•V. TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz (coord.) Código Civil 
comentado, 7ª ed., 2010, São Paulo, Saraiva, comentários da 
coordenadora ao art. 1.723
Ausência de impedimento
CC/2002, art. 1.723, § 1º c/c art. 1521
•ascendência e descendência
•afinidade em linha reta
•parentesco na linha colateral: irmãos
•casamento, se não houver separação de fato
CC/2002, art. 1595: Cada cônjuge ou companheiro é
aliado aos parentes do outro pelo vínculo da 
afinidade
•Inaplicabilidade do impedimento do 
casamento, desde que haja separação 
judicial ou de fato
CC/2002, art. 1.723, § 1º
• MONTEIRO, Washington de Barros; TAVARES DA SILVA, 
Regina Beatriz. Curso de Direito Civil, v. 2: direito de família, 40ª
ed., São Paulo: Saraiva, 2010.
União estável:
estado civil de
• solteiro
• separado judicialmente ou divorciado
• viúvo
• casado, desde que separado de fato
Diferenças entre
relação de namoro
e união estável
Namoro vs União estável
• Namoro
– não tem requisitos jurídicos
– depende, exclusivamente, do combinado 
entre os namorados
– não tem conseqüências jurídicas
• União estável
– requisitos legais
– envolve a notoriedade social da relação
– tem conseqüências jurídicas
Declaração de namoro
Declaração de namoro
• Namoro – declaração ou contrato?
• DECLARAÇÃO DE NAMORO
• Não cria, modifica ou extingue obrigações – não 
pode ser contrato
• O namoro não cria obrigações!
Declaração de namoro
Código Civil, art. 107
A validade da declaração de vontade não 
dependerá de forma especial, senão quando a lei 
expressamente a exigir
Declaração de namoro
• Se há uma união estável, adianta fazer 
declaração de namoro?
• Não!!! A declaração de namoro deve corresponder 
a uma realidade
Declaração de namoro
• Por que fazer uma declaração de namoro?
• No término da relação, uma das partes pode tentar 
alegar a constituição de união estável e tentar dar 
ao namoro as conseqüências da união:
– Alimentos
– Direitos sucessórios
– Meação dos bens adquiridos durante a relação
Declaração de namoro
• E se, após o namoro, houve a constituição de uma 
união estável? A declaração de namoro adiantou 
para alguma coisa?
• Sim! A união estável, em geral, é precedida por namoro
• Sem declaração de namoro – os efeitos patrimoniais 
da união estável podem retroagir ao primeiro brinde do 
casal!!! Meação dos bens anteriores à união, do tempo 
do namoro
• Com declaração de namoro – sabe-se, ao certo, 
quando foi namoro, quando foi união estável
Declaração de namoro
• Declaração de namoro e realidade
• A declaração de namoro sempre deve corresponder 
à realidade
• Se não houver correspondência, não tem validade
– para excluir o companheiro da meação ou da herança
– para evitar perda dos alimentos do ex-marido/ex-mulher
– para afastar o direito de credores
Declaração de namoro
• Forma da declaração de namoro
• A declaração de namoro não tem forma prescrita 
em lei
• Recomenda-se que seja feita na presença de duas 
testemunhas
Diferenças entre
relação de noivado
e união estável
Noivado vs União estável
• Noivado
– não tem requisitos jurídicos
– tem repercussão social entre os noivos, família e amigos
– demonstra plano de constituir família e não a 
constituição de uma família
– não tem conseqüências jurídicas imediatas
• União estável
– requisitos legais
– envolve a notoriedade social da relação
– constituição de família
– tem conseqüências jurídicas imediatas
Noivado
• A existência de noivado não elimina a existência 
de união estável
• Alguns companheiros pretendem se casar e se 
chamam de noivos – satisfação social
– aliança de ouro na mão direita, festa de noivado, pedido 
da mão da noiva
• As conseqüências, jurídicas ou não, devem 
corresponder à realidade
– chamam um ao outro de noivo, mas preenchem os 
requisitos da união estável – é união estável!
Responsabilidade civil 
no rompimento do noivado
Responsabilidade civil
no rompimento do noivado
• Não há conseqüências jurídicas diretas do noivado
• Noivado não é pré contrato de casamento
• Não há obrigação de casar em virtude do noivado
• Ninguém é obrigado a casar, se não quiser
• MAS, se causar dano, fica obrigado a ressarcir
Responsabilidade civil
no rompimento do noivado
• Qualquer rompimento de noivado pode causar 
reparação de danos?
• NÃO!!!
• Deve preencher os pressupostos da 
responsabilidade civil
– ação ilícita
– dano
– nexo causal
Responsabilidade civil
no rompimento do noivado
• O rompimento do noivado é, necessariamente, um 
ato ilícito?
• NÃO!!!
• Em regra, o rompimento do noivado é ato lícito
• O rompimento do noivado é exercício regular do direito 
– liberdade!
• O rompimento injustificado “às portas da igreja” é
abuso de direito – ato ilícito
Responsabilidade civil
no rompimento do noivado
• Quais os critérios que podem ser usados pra 
definir o abuso do direito?
– O rompimento sempre deve ser injustificado
– Distribuição de convites
– Proximidade da data do evento
– Notoriedade e publicidade familiar e social
– Divulgação em colunas sociais
Responsabilidade civil
no rompimento do noivado
• Ninguém é obrigado a casar sem querer
• O noivado sempre pode ser rompido
• Mas, alguém descobre que não quer mais casar na 
semana da festa???
• Caso tenha ocorrido motivo para o rompimento “às 
portas da igreja” não é ato ilícito
– descoberta de traição
– descoberta de toxicomania
Responsabilidade civil
no rompimento do noivado
• Código Civil
Art. 186 Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano 
a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito
Art. 187 Também comete ato ilícito o titular de um 
direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os 
limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela 
boa-fé ou pelos bons costumes
Responsabilidade civil
no rompimento do noivado
• Dano moral no rompimento do noivado
• Proteção dos direitos da personalidade
• Rompimento injustificado e “às portas da igreja”
– dano à honra objetiva e subjetiva da pessoa
Responsabilidade civil
no rompimento do noivado
• Danos materiais no rompimento do noivado
• Gastos
– combinados por ambos para a celebração do 
casamento, mas feitos apenas por um dos dois
– feitos para melhoras no imóvel em que o casal 
iria residir
Diferenças entre
relação adulterina
e união estável
União estável vs concubinato adulterino
• Concubinato adulterino
– ausência de publicidade – relação clandestina– impedimentos do casamento
– Não há coabitação
• União estável
– relação pública com notoriedade social
– não pode haver os impedimentos do casamento e 
deve haver, ao menos, separação de fato
– em regra, há coabitação
CC/2002, art. 1.727
“As relações não eventuais entre o homem e a 
mulher, impedidos de casar, constituem 
concubinato”
• contradição com o art. 1.723, §1º
Projeto de lei 6.960/2002, reapresentado como 276/07
“As relações não eventuais entre o homem e a 
mulher, impedidos de casar e que não estejam 
separados judicialmente ou de fato, constituem 
concubinato, aplicando-se a este, mediante 
comprovação da existência de sociedade de fato, as 
regras do contrato de sociedade”
Tribunal de Justiça da Paraíba, Apelação Cível n. 
2002.013078-8, Comarca da Capital, Relator Desembargador 
Antônio Elias de Queiroga, j. 20/03/2003
“O Direito não protege situação construída à margem da lei. 
A amante, a amásia, ou qualquer nomeação que se dê à
pessoa que, paralelamente ao vínculo do casamento, 
mantém uma outra relação, uma segunda ou terceira ... Ela 
será sempre a outra, ou o outro, que não tem lugar em uma 
sociedade monogâmica”
Projeto de lei 6.960/2002 , reapresentado como 276/07
“As relações não eventuais entre o homem e a 
mulher, impedidos de casar e que não estejam 
separados judicialmente ou de fato, constituem 
concubinato, aplicando-se a este, mediante 
comprovação da existência de sociedade de fato, 
as regras do contrato de sociedade”
CC/2002, art. 981
“Celebram contrato de sociedade as pessoas que 
reciprocamente se obrigam a contribuir, com 
bens ou serviços, para o exercício de atividade 
econômica e a partilha, entre si, dos resultados.”
CC/2002, art. 987
“Os sócios, nas relações entre si ou com 
terceiros, somente por escrito podem provar a 
existência da sociedade, mas os terceiros podem 
prová-la por qualquer modo.”
Superior Tribunal de Justiça, REsp 5.537/PR, Rel. Min. Nilson 
Naves, j. 28/06/1991
“Sociedade de fato entre concubinos. Homem casado. 
Dissolução judicial. Admissibilidade. É admissível a pretensão 
de dissolver a sociedade de fato, embora um dos concubinos 
seja casado. Tal situação não impede a aplicação do princípio 
inscrito na Súmula 380/STF
...Espécie dessa natureza acha-se regida pelo Direito das 
Obrigações e não pelo Direito de Família...Cuida-se, em suma, 
de contrato de sociedade, tanto que ao verbete servem de 
referência os arts. 1.363 e 1.366 do Código Civil....É como se 
dissolvesse uma sociedade comercial.”
Obs. CC/1916 (arts. 1.363 e 1.366) CC/2002 (arts. 981 e 987)
Superior Tribunal de Justiça, REsp 47.103-6/SP, 3ª Turma, 
Rel. Min. Eduardo Ribeiro, j. 29.11.1994
“...Inadmissível que o homem, ou a mulher, participe, ao 
mesmo tempo, de duas sociedades fundadas no Direito de 
Família. Em outras palavras, de duas sociedades 
conjugais...A sociedade entre os concubinos rege-se pelo 
Direito das Obrigações...O direito da concubina advém de 
sua participação na formação do patrimônio e não se 
classifica como meação. Dissolvida a sociedade de fato, fará
jus à parcela com que houver concorrido para a constituição 
ou crescimento daquele.”
Superior Tribunal de Justiça, REsp 195.157- 8/ES, 4ª Turma, 
Rel. Min. Barros Monteiro, j. 29/02/2000
•Concubinato adulterino
•Transformação em união estável
•Contribuição indireta considerada, na proporção do 
esforço - 15%
“Segundo a jurisprudência do STJ, é admissível a pretensão 
de dissolver a sociedade de fato, ainda que um dos 
concubinos seja casado.
...a união estável perdurou quase treze anos, maior tempo 
do que o réu manteve paralelamente a sociedade conjugal”
ALIMENTOSALIMENTOS
Conteúdo e fixação da 
pensão alimentícia
Dever de assistência material e alimentos
• Art. 1.566, Código Civil
• Art. 1.724, Código Civil
Mútua assistência tem duplo conteúdo
– material e imaterial
No aspecto material: auxílio econômico necessário à
subsistência dos cônjuges
v. Tavares da Silva, Regina Beatriz. Código Civil Comentado. 
7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010, comentários aos artigos citados
Dever de assistência material e alimentos
• Pelo princípio da solidariedade entre ex-cônjuges 
e ex-companheiros, o dever de mútua assistência 
material, após a separação, manifesta-se como 
obrigação de alimentos daquele que tem 
possibilidades para com aquele que não tem 
condições de arcar com o seu próprio sustento
Pensão alimentícia – quem pode pedir
Código Civil
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou 
companheiros pedir uns aos outros os alimentos 
de que necessitem para viver de modo 
compatível com a sua condição social, inclusive 
para atender às necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na 
proporção das necessidades do reclamante e 
dos recursos da pessoa obrigada.
Dever de assistência material e alimentos
• O dever de mútua assistência que perdura ao 
longo da união, protrai-se no tempo, mesmo após o 
término da sociedade conjugal, assentado o dever 
de alimentar dos então separandos, ainda unidos 
pelo vínculo matrimonial, nos elementos dispostos 
nos arts. 1.694 e 1.695 do CC/02, sintetizados no 
amplamente difundido binômio – necessidades do 
reclamante e recursos da pessoa obrigada
(REsp 933.355/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, 
j. em 25/03/2008)
Pensão alimentícia - conteúdo
• Alimentos naturais: necessarium vitae. Manutenção 
da vida de uma pessoa: alimentação, tratamentos 
de saúde, vestuário, habitação
• Alimentos civis: necessarium personae. Outras 
necessidades: intelectuais, morais e educacionais
(v. Monteiro, Washington de Barros e Tavares da Silva, Regina 
Beatriz. Curso de Direito Civil – v. 2: Direito de família. 40ª edição 
revista e atualizada. São Paulo: Editora Saraiva, 2010)
Pensão alimentícia – conteúdo
aspectos polêmicos
• No que toca à genérica disposição legal contida no art. 1.694, 
caput, do CC/02, referente à compatibilidade dos alimentos 
prestados com a condição social do alimentado, é de todo 
inconcebível que ex-cônjuge, que pleiteie alimentos, exija-os 
com base no simplista cálculo aritmético que importe no 
rateio proporcional da renda integral da desfeita família; isto 
porque a condição social deve ser analisada à luz de 
padrões mais amplos, emergindo, mediante inevitável 
correlação com a divisão social em classes, critério que, 
conquanto impreciso, ao menos aponte norte ao julgador que 
deverá, a partir desses valores e das particularidades de 
cada processo, reconhecer ou não a necessidade dos 
alimentos pleiteados e, se for o caso, arbitrá-los.
(REsp 933.355/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, j. 
25/03/2008) 
Características da obrigação alimentar
irrenunciabilidade ou renunciabilidade ?
Código Civil
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é
vedado renunciar ao direito a alimentos, sendo o 
respectivo crédito insuscetível de cessão, 
compensação ou penhora
• Os alimentos entre cônjuges e companheiros passaram a ser 
irrenunciáveis 
• Os alimentos somente deveriam ser havidos como irrenunciáveis no 
parentesco (jus sanguinis)
• A renunciabilidade dos alimentos no casamento estava mais do que 
consagrada na jurisprudência, superada a Súmula 379 do STF 
• Na união estável os alimentos sempre foram renunciáveis
Características da obrigação alimentar
renunciabilidade
PL 6960/02, atual PL 276/07
Art. 1.707. Tratando-se de alimentos devidos por 
relação de parentesco, pode o credor não exercer, 
porém lhe é vedado renunciar ao direito a alimentos
Características da obrigação alimentar
renunciabilidade
Alimentos provisórios - Fixação em 3 salários mínimos mensais -
Afastamento, por ora, ante a existência de cláusula de renúncia 
pela ex-mulher,ora demandante – Recurso provido para esse fim.
Vale notar que a renúncia do cônjuge ou companheira aos 
alimentos do ex-marido é matéria tormentosa na doutrina e na 
jurisprudência, conquanto tenha o art. 1707 consagrado a 
irrenunciabilidade dos alimentos. (...) A jurisprudência pátria, 
notadamente do Colendo Superior Tribunal de Justiça, vem se 
inclinando no sentido de que é válida a cláusula de renúncia dos 
alimentos quando da separação judicial pela ex-mulher, que deles 
só poderá reclamar em ação própria desconstitutiva.
TJSP. Ag. 588.963-4/8-00. 5ª Câmara de Direito Privado. Rel. Des. 
Silvério Ribeiro, j. em 12.11.08 
Características da obrigação alimentar
incompensabilidade ou compensabilidade ?
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é
vedado renunciar ao direito a alimentos, sendo o 
respectivo crédito insuscetível de cessão, 
compensação ou penhora
• Pagamentos diretos efetuados pelo alimentante
– a dedução dos pagamentos diretos realizados pelo 
alimentante é perfeitamente cabível
– desde que sua natureza seja efetivamente alimentar
Características da obrigação alimentar
incompensabilidade
• Parte geral do Código Civil, art. 373
• Não se pode compensar débito com crédito de alimentos a 
não ser que a causa das dívidas seja diferente
• Exemplo de incompensabilidade:
Características da obrigação alimentar
compensabilidade
• Parte geral do Código Civil, art. 373
• Se a causa e a natureza é a mesma: alimentar, cabe a 
compensação
• Exemplo de compensabilidade:
Características da obrigação alimentar
compensabilidade
• ALIMENTOS - EMBARGOS DE DEVEDOR -
PAGAMENTOS FEITOS A TÍTULO DE PENSÃO 
ALIMENTÍCIA - COMPENSAÇÃO - POSSIBILIDADE. 
Se os pagamentos feitos pelo alimentante aos 
alimentados, comprovados através de recibos, 
referem-se a parcelas alimentícias, tais como, 
moradia, educação e saúde, devem ser deduzidos do 
valor agravante, não podendo ser considerados 
como mera liberalidade. Recurso parcialmente provido
(TJMG, Embargos de devedor 1.0024.01.006657-9/001, Rel
Des. Eduardo Andrade, j. 10/02/2004) 
Princípio da igualdade
• Lei do Divórcio - igualdade
• CF - art. 226, parágrafo 5º
igualdade absoluta
Pressupostos:
• Possibilidades do alimentante (devedor)
• Necessidades do alimentando (credor)
Princípio da igualdade
• O principal subproduto da tão propalada igualdade de gêneros 
estatuída na Constituição Federal, foi a materialização legal da 
reciprocidade no direito a alimentos, condição reafirmada pelo 
atual Código Civil, o que significa situar a existência de novos 
paradigmas nas relações intra-familiares, com os mais 
inusitados arranjos entre os entes que formam a família do 
século XXI, que coexistem, é claro, com as tradicionais figuras 
do pai/marido provedor e da mãe/mulher de afazeres 
domésticos.
(REsp 933.355/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, j. 
25/03/2008)
Necessidade/possibilidade
• Na fixação dos alimentos equacionam-se, 
portanto, dois fatores: as necessidades do 
alimentado e as possibilidades do alimentante. 
Trata-se, evidentemente, de mera questão de 
fato, a apreciar-se em cada caso, não se 
perdendo de vista que alimentos se concedem 
não ad utilitatem, ou ad voluptatem, mas ad 
necessitatem.
Monteiro, Washington de Barros e Tavares da Silva, Regina 
Beatriz. Curso de Direito Civil – v. 2: Direito de família. 40ª
edição revista e atualizada. São Paulo: Editora Saraiva, 2010. 
Necessidade/possibilidade
– Dessa forma, em paralelo ao raciocínio de que a decretação 
do divórcio cortaria toda e qualquer possibilidade de se 
postular alimentos, admite-se a possibilidade de prestação 
do encargo sob as diretrizes consignadas nos arts. 1.694 e 
ss. do CC/02, o que implica na decomposição do conceito de 
necessidade, à luz do disposto no art. 1.695 do CC/02, do 
qual é possível colher os seguintes requisitos 
caracterizadores: (i) a ausência de bens suficientes para a 
manutenção daquele que pretende alimentos; e (ii) a 
incapacidade do pretenso alimentando de prover, pelo seu 
trabalho, à própria mantença.
(REsp 933.355/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, j. 
25/03/2008)
Necessidade/possibilidade
• Partindo-se para uma análise sócio-econômica, cumpre 
circunscrever o debate relativo à necessidade a apenas 
um de seus aspectos: a existência de capacidade para o 
trabalho e a sua efetividade na mantença daquele que 
reclama alimentos, porquanto a primeira possibilidade 
legal que afasta a necessidade – existência de 
patrimônio suficiente à manutenção do ex-cônjuge –, 
agrega alto grau de objetividade, sofrendo poucas 
variações conjunturais, as quais mesmo quando 
ocorrem, são facilmente identificadas e sopesadas.
(REsp 933.355/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, 
julgado em 25/03/2008, DJe 11/04/2008)
Culpa e
alimentos
indispensáveis
Alimentos indispensáveis
Código Civil de 2002 introduz em nosso direito o 
conceito de alimentos indispensáveis:
• devidos mesmo diante de culpa do cônjuge ou 
companheiro 
• envolvem o que é estritamente necessário à subsistência 
do alimentário - necessidades básicas
• princípio da solidariedade nas relações de casamento e de 
união estável
v. Tavares da Silva, Regina Beatriz. Código Civil comentado. 7ª
ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
Alimentos e 
separação judicial e divórcio culposo
Pensão alimentícia
• Perda do direito aos alimentos pelo culpado
CC, art. 1.704, caput
Alimentos e 
dissolução culposa da união estável
Pensão alimentícia
• Perda do direito aos alimentos pelo culpado
• Alimentos indispensáveis ao culpado
CC, art. 1.694, § 2º
Alimentos indispensáveis e separação culposa
• Pensão alimentícia
Se um dos cônjuges separados 
judicialmente vier a necessitar de alimentos, 
será o outro obrigado a prestá-los mediante 
pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha 
sido declarado culpado na ação de 
separação judicial
CC/2002, art. 1704, caput
Alimentos indispensáveis e separação culposa
• Alimentos indispensáveis
Se o cônjuge declarado culpado vier a 
necessitar de alimentos, e não tiver parentes 
em condições de prestá-los, nem aptidão 
para o trabalho, o outro cônjuge será
obrigado a assegurá-los, fixando o juiz o 
valor indispensável à sobrevivência
CC/2002, art. 1704, parágrafo único
Alimentos indispensáveis e separação culposa
• alimentos indispensáveis: sem apego ao status social 
do casal e às possibilidades do prestador dos alimentos, 
e, ainda, sem baliza em outras necessidades cuja 
cobertura não tenha em vista a sobrevivência. 
• alimentos indispensáveis: somente se o cônjuge 
culpado não tiver parentes em condições de prestar-lhe 
a pensão alimentícia e não tiver aptidão para o trabalho
– falta de aptidão não equivale à ausência de condição real 
e concreta, mas, sim, à inexistência de condição hipotética 
ou curricular de auto-sustento
Alimentos indispensáveis e separação culposa
Casamento, União Estável e Parentesco
Código Civil/2002
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros
pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para 
viver de modo compatível com a sua condição social, 
inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das 
necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa 
obrigada.
§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à
subsistência, quando a situação de necessidade resultar de 
culpa de quem os pleiteia.
Culpas recíprocas e alimentos
• Não há compensação de culpas na separação 
judicial.
• Havendo culpa de ambos os cônjuges, a separação 
deve ser decretada por culpa recíproca.
• Nesse caso, há perda do direito de alimentos por 
ambos os cônjuges.
• Apenaspersistirá a possibilidade de alimentos 
indispensáveis.
Culpas recíprocas e alimentos
• Dentro da orientação do novo Código, na hipótese de 
decretação de culpas recíprocas, ou seja, de 
descumprimento pelo marido e pela mulher de dever 
conjugal, ambos perdem o direito a alimentos, uma 
vez que não haverá ‘inocência’ de qualquer deles, 
sempre com observância do disposto no parágrafo 
único, do art. 1.704
(cf. PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito 
Civil, Volume V, atualização de Tânia Silva Pereira, 16ª
edição Rio de Janeiro, Forense, 2007, página 512)
Culpas recíprocas e alimentos
• O dever de mútua assistência decorre originariamente 
da sociedade conjugal e, em caso de separação judicial 
não consensual (art. 5º, caput, da Lei nº 6.515/77), só
subsiste em favor do cônjuge necessitado, a quem não 
se possa irrogar a responsabilidade pela separação. A 
declaração de reciprocidade de culpas não 
caracteriza essa isenção de responsabilidade, denota a 
sua existência e exclui, para ambos os cônjuges, o 
direito da percepção de alimentos
STF, RE nº 108.086, 1ª Turma, Rel. Min. Gallotti, j. em
13.06.1986
Culpas recíprocas e alimentos
• Possível alegar-se, em sede de embargos à execução, a 
extinção da obrigação alimentar constituída de 
prestações sucessivas, se a decisão exeqüenda 
revisional da pensão sofreu efeito desconstitutivo da coisa 
julgada na ação de separação judicial que decretou a 
dissolução da sociedade conjugal por culpa recíproca 
de ambos os cônjuges, a ensejar a aplicação, à espécie, 
do art. 19 da Lei n. 6.515/1977 c/c os arts. 462, 471, I e 
741, VI, do CPC.
REsp 172.166/DF, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, 4ª T., j. em 
15/12/2005 
Culpas recíprocas e alimentos
• Culpa recíproca – perda de direito a alimentos – pedido de 
alimentos indispensáveis indeferido por falta de 
necessidade.
• Separação judicial. Decretação. Culpa recíproca. 
Alimentos indevidos. Insurgência da autora. Aplicável, à
hipótese, o previsto no parágrafo único do art. 1.704 do 
CC. Situação fática, no entanto, a revelar desnecessidade 
da apelante, que trabalha e é relativamente jovem. 
Descumprimento dos pressupostos legais. Sentença 
mantida. Recurso improvido.
TJSP. Ap. 541.234-4/8-00. 8ª Câmara de Direito Privado. Rel. 
Des. Joaquim Garcia, j. em 01.10.08
Perda do direito à
pensão alimentícia
Perda do direito a alimentos
Casamento e União Estável
Código Civil/02
Art. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o 
concubinato do credor, cessa o dever de prestar 
alimentos.
Parágrafo único. Com relação ao credor cessa, também, 
o direito a alimentos, se tiver procedimento indigno em 
relação ao devedor.
(V. TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz (org.) Código Civil 
comentado. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010)
Perda do direito a alimentos
namoro ou união estável ? 
• Deve o ex-cônjuge perder o direito a alimentos por namoro 
sério, longo, com envolvimento familiar e viagens de casal?
• E, ficando evidente que não há coabitação com intenção de 
manutenção da pensão, deve o ex-cônjuge ou ex-
companheiro perder o direito a alimentos?
• Por união estável sem coabitação ou por comportamento 
indigno deve ocorrer a perda do direito à pensão 
alimentícia?
Perda do direito a alimentos
namoro ou união estável
• Apelação cível. Exoneração de alimentos. Ex-esposa 
que estabeleceu relacionamento, semelhante à união 
estável, há mais de dez anos. Artigo 1.708 do CC. 
Extinção do encargo alimentar até então suportado 
pelo ex-cônjuge, em razão de acordo realizado na 
separação do casal. Alimentos que têm característica 
assistencial e não indenizatória, sendo repassados ao 
novo companheiro, quando do estabelecimento de 
posterior união. Apelo desprovido.
TJRS. Ap. 70026586339, 7ª Câmara Cível, Rel. Des. Vasco 
Della Giustina, j. 03/12/2008
Perda do direito a alimentos
namoro ou união estável?
• Alimentos. Exoneração. Namoro. O fato de a mulher 
manter relacionamento afetivo com outro homem 
não é causa bastante para a dispensa da pensão 
alimentar prestada pelo ex-marido, acordada 
quando da separação consensual, diferentemente 
do que aconteceria se estabelecida união estável. 
Precedentes. Recurso não conhecido.
REsp 107.959/RS, Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, 4ª T., j. 
07/06/2001
Perda do direito a alimentos
namoro ou união estável?
• Direito de família. Civil. Alimentos. Ex-cônjuge. Exoneração. 
Namoro após a separação consensual. Dever de fidelidade. 
Precedente. Recurso provido. I - Não autoriza exoneração 
da obrigação de prestar alimentos à ex-mulher o só fato 
desta namorar terceiro após a separação. II - A separação 
judicial põe termo ao dever de fidelidade recíproca. As 
relações sexuais eventualmente mantidas com terceiros 
após a dissolução da sociedade conjugal, desde que não se 
comprove desregramento de conduta, não têm o condão de 
ensejar a exoneração da obrigação alimentar, dado que não 
estão os ex-cônjuges impedidos de estabelecer novas 
relações e buscar, em novos parceiros, afinidades e 
sentimentos capazes de possibilitar-lhes um futuro convívio 
afetivo e feliz.
REsp 111.476/MG, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, 4ª T., j. em 
25/03/1999
Perda do direito a alimentos
namoro ou união estável?
• III - Em linha de princípio, a exoneração de prestação alimentar, 
estipulada quando da separação consensual, somente se 
mostra possível em uma das seguintes situações: a) convolação 
de novas núpcias ou estabelecimento de relação concubinária 
pelo ex-cônjuge pensionado, não se caracterizando como tal o 
simples envolvimento afetivo, mesmo abrangendo relações 
sexuais; b) adoção de comportamento indigno; c) alteração das 
condições econômicas dos ex-cônjuges em relação às 
existentes ao tempo da dissolução da sociedade conjugal.
REsp 111.476/MG, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, 4ª
T., j. em 25/03/1999
Pensão alimentícia
a filhos maiores
Pensão alimentícia a filhos maiores
• Súmula 358, STJ
O cancelamento de pensão alimentícia de filho que 
atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, 
mediante contraditório, ainda que nos próprios 
autos
Pensão alimentícia a filhos maiores
• A maioridade dos filhos não interrompe 
automaticamente a obrigação de prestar alimentos
• O alimentante deve pedir exoneração da obrigação 
alimentar, alegando que não há mais necessidade 
por parte do alimentado
• Se, em contraditório, o alimentado fizer prova de que 
ainda está estudando e que não tem condições de 
manter o seu sustento, a obrigação não deve ser 
extinta
Pensão alimentícia a filhos maiores
• Regra geral
• Filhos de classe média ingressam no ensino 
superior após o término do período escolar – por 
volta dos 18 anos
• Continuam seus estudos até, em média, os 24 
anos.
• Até então, a possibilidade de sustento fica 
prejudicada pelos estudos
Pensão alimentícia a filhos maiores
• Filhos menores
– não precisa fazer prova da necessidade
– há presunção de que o menor de idade não tem 
condições de se sustentar
• Filhos maiores
– se houver pedido de exoneração, precisa fazer prova 
da necessidade
Alimentos
gravídicos
Alimentos gravídicos
• Lei n. 11.804, de 5/11/2008
• Os alimentos gravídicos têm em vista a tutela dos 
direitos do nascituro, já que segundo a nova lei a mulher 
faz jus à pensão sem que exista entre ela e o pai do 
nascituro casamento ou união estável
Alimentos gravídicos
• Lei n. 11.804, de 5/11/2008
– a mulher gestante recebeu legitimidade ativa para 
propor ação de alimentos que tenha em vista a 
cobertura de despesas do período de gravidez, da 
concepção ao parto, inclusive as referentes à
alimentação especial, assistência médica e psicológica, 
exames complementares, internações,medicamentos e 
demais prescrições preventivas e terapêuticas 
indispensáveis, na conformidade de seu art. 2º. 
Alimentos gravídicos
• Lei n. 11.804, de 5/11/2008
• art. 6º, parágrafo único, após o nascimento com vida, os 
chamados “alimentos gravídicos” serão convertidos em 
pensão alimentícia em favor do menor até que uma das 
partes solicite a sua revisão
• já que a lei fala em revisão, aí está incluída a exoneração, 
na hipótese de ser comprovado, após o nascimento, que 
o réu não é o pai, inclusive pela realização do exame de 
DNA. 
Alimentos gravídicos
• Não é obrigatória a realização do exame de DNA por 
meio do líquido amniótico, vetado o artigo que constava 
do PL n. 7.376/2006, pelo qual se houvesse a oposição à
paternidade pelo suposto pai a procedência do pedido de 
pensão alimentícia dependeria da realização de exame 
pericial. 
Alimentos gravídicos
• Questão:
• Um homem pode ser obrigado a pagar pensão por 
indícios de paternidade (art. 6º) e depois vir a comprovar-
se que não é o pai.
• Foi vetado o art. 10 do projeto de lei respectivo (PL n. 
7.376/2006), que dispunha sobre a responsabilidade da 
autora da ação quanto aos danos morais e materiais 
causados ao réu, no caso de resultado negativo do 
exame pericial da paternidade. 
Alimentos gravídicos
• Solução para a questão anterior: 
• ...o veto ao art. 10 foi realizado porque o artigo estabelecia 
a responsabilidade objetiva da autora da ação, o que lhe 
imporia o dever de indenizar independentemente da 
apuração da culpa e atentaria contra o livre exercício do 
direito de ação...
cf. MONTEIRO, Washington de Barros; TAVARES DA SILVA, Regina 
Beatriz. Curso de Direito Civil, v. 2: direito de família. 40ª ed. São 
Paulo: Saraiva, 2010
Alimentos gravídicos
• Solução para a questão anterior: 
• ...mas permanece a aplicabilidade da regra geral da 
responsabilidade subjetiva, constante do art. 186 do 
Código Civil, pela qual a autora pode responder pela 
indenização cabível desde que verificada a sua culpa, ou 
seja, desde que verificado que agiu com dolo (vontade 
deliberada de causar o prejuízo) ou culpa em sentido 
estrito (negligência ou imprudência) ao promover a ação.
cf. MONTEIRO, Washington de Barros e TAVARES DA SILVA, 
Regina Beatriz. Curso de Direito Civil, v. 2: direito de família. 40ª ed. 
São Paulo: Saraiva, 2010
Alimentos gravídicos
• Note-se que essa regra geral da responsabilidade 
civil está acima do princípio da irrepetibilidade dos 
alimentos, daquele princípio pelo qual se a pensão for 
paga indevidamente não cabe exigir a sua devolução.
• Portanto, não fica ao desabrigo aquele que é
demandado numa ação de alimentos gravídicos caso 
se apure não ser o pai, sendo a ele assegurado o 
direito à reparação de danos morais e materiais com 
fundamento na regra geral da responsabilidade civil.
MONTEIRO, Washington de Barros e TAVARES DA SILVA, Regina 
Beatriz. Curso de Direito Civil, v. 2: direito de família. 40ª ed. São 
Paulo: Saraiva, 2010.
Alimentos gravídicos - julgado
• Alimentos gravídicos - Lei n.°11.804/08 – Pedido de Liminar 
- Indeferimento - Inconformismo - Ausência de indícios 
suficientes da paternidade - Possibilidade de reapreciação 
após a formação do contraditório - Decisão mantida –
Recurso desprovido.
... Com efeito, embora a petição inicial afirme que o 
agravado residiu em companhia da agravante por mais de 
um ano e meio, as únicas provas do relacionamento que 
instruíram a inicial foram fotografias do casal (fls. 46), que 
pouco podem dizer a respeito do direito a se comprovar...
TJSP. Ag 633.573-4/0-0. 9ª Câmara de Direito Privado. Rel. Des. Grava 
Brasil, j. 31.03.2009 
Alimentos gravídicos - julgado
• Agravo de instrumento. Ação de alimentos gravídicos. Lei 
nº 11.848/08. Ausência de indícios da paternidade. O 
deferimento de alimentos gravídicos à gestante 
pressupõe a demonstração de fundados indícios da 
paternidade atribuída ao demandado, não bastando a 
mera imputação da paternidade. Exegese do art. 6º da 
Lei 11.848/08. Ônus da mulher diante da impossibilidade 
de se exigir prova negativa por parte do indigitado pai. 
Ausente comprovação mínima das alegações iniciais, resta 
inviabilizada, na fase, a concessão dos alimentos 
reclamados, sem prejuízo de decisão em contrário diante 
de provas nos autos. Agravo de instrumento desprovido.
TJRS Ag. 70028646594, 7ª Câmara Cível, Rel. Des. André Luiz 
Planella Villarinho, j. em 15/04/2009 
Alimentos gravídicos - julgado
• Agravo de instrumento. Alimentos gravídicos. Indícios de 
paternidade. Cabimento. A lei 11.804/08 regulou o 
direito de alimentos da mulher gestante. Para a fixação 
dos alimentos gravídicos basta que existam indícios 
de paternidade suficientes para o convencimento do 
juiz. Agravo provido. Em monocrática.
TJRS. Ag. 70029315488, 8ª Câmara Cível,Rel. Des. Rui Portanova, 
j. em 31/03/2009 
GUARDAGUARDA
E VISITAS E VISITAS 
Igualdade
entre pai e mãe
Evolução histórica
• Do pátrio poder ao poder familiar – as modificações no 
Código Civil de 2002
• Art. 380, CC/16
Durante o casamento compete o pátrio poder aos pais, 
exercendo-o o marido com a colaboração da mulher. Na 
falta ou impedimento de um dos progenitores passará o outro 
a exercê-lo com exclusividade.
Parágrafo único – Divergindo os progenitores quanto ao 
exercício do pátrio poder, prevalecerá e decisão do pai, 
ressalvado à mãe o direito de recorrer ao juiz para a solução 
da divergência
Evolução histórica
• Do pátrio poder ao poder familiar – as modificações 
no Código Civil de 2002
• Art. 1.631, CC/02
Durante o casamento e a união estável, compete o 
poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um 
deles, o outro o exercerá com exclusividade.
Parágrafo único – Divergindo os pais quanto ao 
exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer 
deles recorrer ao juiz para solução do desacordo. 
Evolução histórica
• Do pátrio poder ao poder familiar – as 
modificações no Código Civil de 2002
• Alguns direito
• Muitos deveres
• Igualdade
• art. 384, CC/1916 - art. 1634, CC/2002: 
Compete aos pais quanto à pessoa dos filhos menores:
I - dirigir-lhes a criação e educação;
II - tê-los em sua companhia e guarda
Evolução histórica
• Poder familiar é o conjunto de faculdades 
encomendadas aos pais, como instituição 
protetora da menoridade, com o fim de lograr o 
pleno desenvolvimento e a formação integral 
dos filhos, física, mental, moral, espiritual e 
social
GRISARD FILHO, Waldyr. Guarda compartilhada: um novo 
modelo de responsabilidade parental. 4ª ed. São Paulo: 
Editora Revista dos Tribunais, 2009. p. 35.
Evolução histórica
• Pátrio poder – poder familiar –
responsabilidade parental e paternidade 
responsável
• O Direito de Família atual, pelo princípio da 
absoluta igualdade entre homens e mulheres, 
eliminou a idéia de pátrio poder e assumiu o 
conceito de poder familiar. Dessa forma, a 
mulher não ajuda o homem na condução da 
prole, mas, ambos, em conjunto, tomam 
decisões pela família.
Evolução histórica
• Pátrio poder – poder familiar –
responsabilidade parental e paternidade 
responsável
• A ingerência que os genitores têm na condução 
da vida de seus filhos menores não é um direito, 
mas um dever de cuidado em relação a eles. 
Com isso, pode-se falar em responsabilidade 
parental e paternidade responsável.
Princípios norteadores
• Princípio da igualdade plena de direitos e deveres 
entre homens e mulheres e desaparecimento da 
prevalência materna
• Constituição Federal:
• art. 5º:absoluta igualdade entre 
homens e mulheres
• art. 226, § 5º: Os direitos e deveres referentes à
sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo 
homem e pela mulher
Princípios norteadores• guarda de filhos:
princípio dos altos interesses das crianças e dos 
adolescentes
Prevalência feminina na guarda de filhos: 
• século XX : princípio fundado nos costumes -
homem provedor e mulher como senhora do lar
• século XXI: descoberta masculina do sentido da 
paternidade e descoberta feminina de sua 
produtividade fora do lar
Princípios norteadores
• Descoberta pela mulher de outras faculdades e 
possibilidades, além do instinto maternal
• O comportamento feminino mudou nas últimas 
décadas e hoje pode-se perceber a grande atuação 
das mulheres no mercado de trabalho.
• Ou seja, as mulheres trabalham e não ficam mais, 
exclusivamente, por conta da criação dos filhos, 
afastando a idéia de que as mulheres sempre têm 
melhores condições para ficar com a guarda da 
prole.
Princípios norteadores
• Descoberta pelo homem 
do instinto paternal, além 
de outras faculdades e 
possibilidades
• Os homens , atualmente, 
participam ativamente da 
criação dos filhos e não 
devem ser preteridos em 
relação às mulheres no 
momento de atribuição 
da guarda.
Princípios norteadores
Não há mais a prevalência feminina
CC, art. 1.584. Decretada a separação judicial ou o 
divórcio, sem que haja entre as partes acordo 
quanto à guarda dos filhos, será ela atribuída a 
quem revelar melhores condições para exercê-la
• condições morais (formação e conduta), 
emocionais (afetividade) e relacionais (afinidade)
• V. TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz (coord.). Código Civil 
comentado. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
Princípios norteadores
art. 21, ECA:
• O pátrio poder será exercido, em igualdade de condições, 
pelo pai e pela mãe, na forma que dispuser a legislação 
civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de 
discordância, recorrer à autoridade judiciária competente 
para a solução da divergência
art. 1631, CC/2002
• Durante o casamento e a união estável compete o poder 
familiar aos pais
Tipos de guarda
Conceito
• Conceito de guarda
• Guarda dos filhos: É locução indicativa, seja do 
direito ou do dever, que compete aos pais ou a 
cada um dos cônjuges, de ter em sua companhia 
ou de protegê-los, nas diversas circunstâncias 
indicadas na lei civil. e guarda, neste sentido, 
tanto significa a custódia como a proteção que é
devida aos filhos pelos pais
De Plácido e Silva. Vocabulário Jurídico. p. 749
Conceito
• Guarda exclusiva ou unilateral
• A guarda é de apenas um dos genitores, 
cabendo a ele a fixação da residência e a 
convivência cotidiana com os filhos. Cabe 
também a tomada de decisões, a educação e o 
cuidado. Ao outro genitor cabe o direito/dever 
de visitas e fiscalização
Conceito
• Guarda compartilhada
• Ambos os genitores participam igualitariamente 
da convivência, da educação e de todos os 
deveres e direitos perante a prole
• São mantidos dois lares para os filhos
• Solução que privilegia os laços entre pais e filhos
Conceito
• Guarda compartilhada
• Ambos os genitores dividem a responsabilidade 
legal pela tomada de decisões importantes 
relativas aos filhos menores, conjunta e 
igualitariamente. Significa que ambos os pais 
possuem exatamente os mesmos direitos e as 
mesmas obrigações em relação aos filhos 
menores
GRISARD FILHO, Waldyr. Guarda compartilhada: um novo 
modelo de responsabilidade parental. 4ª ed. São Paulo: Editora 
Revista dos Tribunais, 2009. p. 91.
Conceito
• Guarda alternada
• A guarda é atribuída a um e a outro dos genitores, 
o que implica alternância no período em que o 
menor mora com cada um dos pais. Desta forma, 
cada um dos genitores, no período de tempo pré-
estabelecido a eles, exerce a totalidade dos 
direitos-deveres que integram o poder parental. 
Esta modalidade de guarda opõe-se fortemente ao 
princípio de continuidade
GRISARD FILHO, Waldyr. Guarda compartilhada: um novo 
modelo de responsabilidade parental. 4ª ed. São Paulo: Editora 
Revista dos Tribunais, 2009. p. 91.
Conceito
Guarda compartilhada não é guarda alternada!!!
Lei 11.698, de 13 de junho de 2008
Código Civil antes da Lei 11.698/08
Art. 1.583. No caso de dissolução da sociedade ou do vínculo 
conjugal pela separação judicial por mútuo consentimento ou 
pelo divórcio direto consensual, observar-se-á o que os cônjuges 
acordarem sobre a guarda dos filhos.
Art. 1.584. Decretada a separação judicial ou o divórcio, sem 
que haja entre as partes acordo quanto à guarda dos filhos, será
ela atribuída a quem revelar melhores condições para exercê-la.
Parágrafo único. Verificando que os filhos não devem 
permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, o juiz deferirá a sua 
guarda à pessoa que revele compatibilidade com a natureza da 
medida, de preferência levando em conta o grau de parentesco e 
relação de afinidade e afetividade, de acordo com o disposto na 
lei específica. 
Lei 11.698, de 13 de junho de 2008
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.
§ 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos 
genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por 
guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício 
de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo 
teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.
§ 2o A guarda unilateral será atribuída ao genitor que revele 
melhores condições para exercê-la e, objetivamente, mais aptidão 
para propiciar aos filhos os seguintes fatores:
I – afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar;
II – saúde e segurança;
III – educação.
§ 3o A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha 
a supervisionar os interesses dos filhos.
Lei 11.698, de 13 de junho de 2008
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer 
deles, em ação autônoma de separação, de divórcio, de dissolução 
de união estável ou em medida cautelar;
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do 
filho, ou em razão da distribuição de tempo necessário ao convívio 
deste com o pai e com a mãe.
§ 1o Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o 
significado da guarda compartilhada, a sua importância, a similitude 
de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções pelo 
descumprimento de suas cláusulas.
§ 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à
guarda do filho, será aplicada, sempre que possível, a guarda 
compartilhada.
Lei 11.698, de 13 de junho de 2008
§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os 
períodos de convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício 
ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em 
orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar.
§ 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado 
de cláusula de guarda, unilateral ou compartilhada, poderá implicar 
a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor, inclusive 
quanto ao número de horas de convivência com o filho.
§ 5o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a 
guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda à pessoa que revele 
compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de 
preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e 
afetividade.”
Lei 11.698, de 13 de junho de 2008
• Veto do § 4º do art. 1.583 proposto pela lei 11.698/2008
• § 4º A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser fixada, 
por consenso ou por determinação judicial, para prevalecer por 
determinado período, considerada a faixa etária do filho e 
outras condições de seu interesse
• Razão do veto: O dispositivo encontra-se maculado por uma 
imprecisão técnica, já que atesta que a guarda poderá ser 
fixada por consenso, o que é incompatível com a sistemática 
processualvigente. Os termos da guarda poderão ser 
formulados em comum acordo pelas partes, entretanto quem irá
fixá-los, após a oitiva do Ministério Público, será o juiz, o qual 
deverá sempre guiar-se pelo Princípio do Melhor Interesse da 
Criança
Lei 11.698, de 13 de junho de 2008
A guarda compartilhada pode ser fixada por 
pedido unilateral!!!
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, 
poderá ser:
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou 
por qualquer deles, em ação autônoma de 
separação, de divórcio, de dissolução de união estável 
ou em medida cautelar
Lei 11.698, de 13 de junho de 2008
Preferência legal pela guarda compartilhada!!!
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá
ser:
§ 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai 
quanto à guarda do filho, será aplicada, sempre que 
possível, a guarda compartilhada
Lei 11.698, de 13 de junho de 2008
• A Lei 11.698/08 institui a guarda compartilhada 
como modelo preferencial de guarda
• É o afastamento da idéia de que se pode 
ganhar ou perder o poder sobre os filhos
• É o acolhimento da idéia de que a 
responsabilidade parental deve ser dividida 
pelos genitores, em prol da estabilidade 
emocional dos filhos
Lei 11.698, de 13 de junho de 2008
• A Lei 11.698/2008 representa importante mudança de 
paradigma, mudança impulsionada pela intervenção de 
várias disciplinas, para acompanhar as transformações 
sentidas na sociedade e, de conseqüência, na forma de 
família. Nessa, a responsabilidade e o afeto em suas 
relações. A guarda compartilhada, agora 
expressamente admitida no direito brasileiro, resgata e 
equilibra o exercício do poder familiar no pós divórcio, 
reafirmando a complementaridade das funções paterna 
e materna na formação da personalidade dos filhos
GRISARD FILHO, Waldyr. Guarda compartilhada: um novo modelo de 
responsabilidade parental. 4ª ed. São Paulo: Editora Revista dos 
Tribunais, 2009. p. 91.
Suspensão e perda
do poder familiar
Suspensão e extinção do poder familiar
• Art. 1.637, Código Civil
Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, 
faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando 
os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum 
parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que 
lhe pareça reclamada pela segurança do menor e 
seus haveres, até suspendendo o poder familiar, 
quando convenha
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício 
do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por 
sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena 
exceda a dois anos de prisão
Suspensão e extinção do poder familiar
• Art. 1.638, Código Civil
Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a 
mãe que:
I - castigar imoderadamente o filho
II - deixar o filho em abandono
III - praticar atos contrários à moral e aos bons 
costumes
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no 
artigo antecedente
Suspensão e extinção do poder familiar
• Suspenso poder familiar, suspensos estarão a 
guarda e o direito de visitas, vez que ambos são 
decorrências do poder familiar
• Extinto o poder familiar, não é possível 
atribuição de guarda ou definição de regime de 
visitas
Suspensão e extinção do poder familiar
• Violência doméstica
• Art. 1.638, Código Civil
Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a 
mãe que:
I - castigar imoderadamente o filho
Suspensão e extinção do poder familiar
• Violência doméstica
• Atendendo ao princípio do melhor interesse do 
menor e à proteção de sua integridade física e 
psíquica (direitos da personalidade), não deve 
ser mantida a guarda ou as visitas por parte do 
genitor que agride física ou psicologicamente os 
filhos.
Suspensão e extinção do poder familiar
• Art. 1.584, § 5º, Código Civil
• Se o juiz verificar que o filho não deve 
permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, 
deferirá a guarda à pessoa que revele 
compatibilidade com a natureza da medida, 
considerados, de preferência, o grau de 
parentesco e as relações de afinidade e 
afetividade
Suspensão e extinção do poder familiar
• Atribuição da guarda a terceiros
• A atribuição de guarda a terceiros é MEDIDA 
EXCEPCIONAL!!!
• Não é avaliação dos genitores por um modelo ideal 
– a entrega da guarda a terceiros é medida 
extrema!
Suspensão e extinção do poder familiar
• Atribuição da guarda a terceiros
• A guarda por terceiro obriga este à prestação de 
assistência material, moral e educacional ao menor, 
conferindo ao guardião o direito de opor-se a 
terceiros, inclusive aos pais, como se vê no art. 33 
do ECA, que não ficam dispensados de seus 
deveres de assistência, v.g., alimentos, uma vez 
que não afeta o poder familiar
GRISARD FILHO, Waldyr. Guarda compartilhada: um novo 
modelo de responsabilidade parental. 4ª ed. São Paulo: 
Editora Revista dos Tribunais, 2009. p. 88.
Suspensão e extinção do poder familiar
• Atribuição da guarda aos avós
• Dentre os parentes, os avós têm sido preferidos 
para a atribuição de guarda
• Os avós, em geral, fazem parte do núcleo familiar 
mais próximo
• Não há preferência entre avós maternos ou 
paternos
Direito/dever
de visitas
Visitas 
• Código Civil, art. 1.589
• O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os 
filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, 
segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for 
fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua 
manutenção e educação
Visitas
• O instituto de visitas tem a natureza de um 
direito, mas não deixa de ser um dever
• CC, art. 1.634
• Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos 
menores:
• II - tê-los em sua companhia e guarda 
Visitas 
• Consensual a separação, o regime de visitas 
observado deve ser o convencionado pelos pais.
• Se a separação for litigiosa e houver dissenso sobre 
o regime de visitar, o juiz deve fixá-lo de acordo 
com o desejo, comodidade e possibilidade dos 
filhos
MONTEIRO, Washington de Barros e TAVARES DA SILVA, 
Regina Beatriz. Curso de Direito Civil, v. 2: direito de família. 
40ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010
Visitas 
• CPC, ART. 1.121
• A petição, instruída com a certidão de casamento e o 
contrato antenupcial se houver, conterá:
• II - o acordo relativo à guarda dos filhos menores e ao 
regime de visitas
• § 2º Entende-se por regime de visitas a forma pela 
qual os cônjuges ajustarão a permanência dos filhos 
em companhia daquele que não ficar com sua guarda, 
compreendendo encontros periódicos regularmente 
estabelecidos, repartição das férias escolares e 
dias festivos
Visitas 
• A estipulação das regras de visitação cabe aos 
pais, de acordo com o interesse dos filhos
• Não há obrigatoriedade de divisão igualitária, entre 
os genitores, das férias escolares e dos dias 
festivos
• A norma não pode prejudicar a autonomia da 
vontade dos pais, que só deve ser limitada pelo 
melhor interesse do menor
Visitas
• O regime de visitas, assim como a guarda, 
está sujeito ao princípio rebus sic standibus
• Sempre sujeito à revisão, conforme o melhor 
interesse dos menores
Visitas
• O direito de visitas não deve ser recusado
• Nem por culpa do genitor na separação
• Nem por dificuldades financeiras
• Nem por descumprimento do dever de alimentar, 
caso o descumprimento seja justificado
Visitas
• Diminuição ou supressão do direito de visitas
• O regime de visitas pode ser modificado se a 
conduta do genitor não guardião for prejudicial ao 
menor
• O número de visitas pode ser reduzido ou 
suprimido, conforme a gravidade da conduta 
prejudicial
Visitas
• É possível a aplicação da pena de multa pelo 
descumprimento da dever do genitor de ter os filhos 
em sua companhia, ou mesmo pela violação a certa

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