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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE DIREITO - De Montoro a Reale

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE DIREITO – DE FRANCO MONTORO A MIGUEL REALE
PARA FRANCO MONTORO
Direito (conjunto de normas visando a estabilidade do Estado) -> duas perspectivas:
Conservação das estruturas sociais
Instrumento de promoção das transformações institucionais da sociedade
- > Natural que em países desenvolvidos, estabilizados e organizados prevaleça a função conservadora das leis.
IDENTIFICAÇÃO: Direito como lei, por extensão, ao contrato, como lei entre as partes.
Já em países em desenvolvimento e em transformação o erro dessa posição é patente -> fazer do direito uma força conservadora é perpetuar o subdesenvolvimento e o atraso
Identificar o direito como lei é errôneo -> desconhecer o seu verdadeiro fundamento é condená-lo a estagnação.
Exemplo: como um camisa de força; manteria as coisas erradas; prisão do desenvolvimento da sociedade.
Missão renovadora e dinâmica para fundamentar o direito em uma sociedade de mudança -> o valor fundamental que dá o seu sentido e dignidade: JUSTIÇA.
JUSTIÇA:
Não é um conceito novo.
Deve ser: estudado, afirmado e aplicado efetivamente -> dar sua destinação -> ordenar a convivência e o desenvolvimento.
Sobre os textos clássicos de Aristóteles, Ulpiano, Cicero sobre a doutrina básica da justiça:
Evitar o erro da simples repetição daquele pensamento, como se o mundo não tivesse mudado.
Evitar a rejeição dessa doutrina.
O QUE É DIREITO? -> Dois sentidos fundamentais:
O direito – norma, lei ou regra de ação (norma agendi)
O direito – faculdade, poder de ação, prerrogativa (facultas agendi)
MAS, revela-se outras significações ...
Direito como:
Lei ou norma jurídica (direito – norma)
Faculdade ou poder de agir (direito – faculdade)
Devido por justiça (direito – justo)
Fenômeno social (direito- fato social)
Disciplina científica (direito – ciência) 
FUNDAMENTO DE VALIDADE PARA MONTORO É: A BUSCA PELA JUSTIÇA.
H. LÉVY BRUHL
O direito não existe a não ser para os homens vivendo em sociedade e não se pode conceber uma sociedade humana em que haja ordem jurídica, mesmo em se tratando de um estado rudimentar. 
UBI SOCIETAS , IBI JUS (ONDE HÁ SOCIEDADE, HÁ DIREITO)
Até nas sociedades arcaicas e rudimentares tem instituições jurídicas, apesar de se apresentarem sob um aspecto sobrenatural, não retira das regras sociais o seu caráter jurídico. -> O seu traço essencial é a obrigação que a sociedade impõe a seus membros. E é neste elemento obrigatório que consistem, em ultima análise, a natureza do próprio direito.
TODA SOCIEDADE AINDA MESMO QUE SEJA PRIMITIVA, COMPORTA, POIS UMA ORDEM JURÍDICA. 
As sociedades não são puras construções de espírito. Elas possuem bases naturais, solidamente estabelecidas das quais as mais características são as instituições jurídicas. -> Havendo instituições deste gênero há um vinculo entre os homens.
DEFINIÇÃO : “O Direito é um conjunto de regras obrigatórias que determinam as relações sociais, tal como a consciência coletiva do grupo que as representa a cada momento” 
O direito é tal como a consciência coletiva do grupo, representa as relações sociais “a cada momento” -> esta precisão é da mais alta importância e requer algumas explicações.
O meio social não pode ser concebido como fixo e imóvel, pelo contrário ele está em transformação perpétua. -> um grupo é diferente do que foi ontem e do que será amanhã.
O direito que é a expressão destes pensamentos e destes sentimentos, está, portanto, ele também submetido a uma transformação perpétua.
Os homens têm necessidade de saber como se comportar uns em relação aos outros, mas como saberão, se as regras imperativas a que eles devem ser submetidos variam de um momento para outro? Sem duvida eles têm intuição de que essas regras não lhe são estranhas, mas emanam deles próprio – presume-se que “ninguém ignora a lei”, mas este sentimento geral e vago não basta para guiar os homens no seu comportamento cotidiano. As regras de direito devem ter um mínimo de precisão e de rigidez indispensável à segurança das relações sociais. Elas o adquirem pelo fato de se expressarem em palavras e, nas sociedades modernas, através da fórmula escrita.
INEVITÁVEL CONFLITO: estático da norma X dinamismo da vida.
Este conflito dá ao direito, que parece ao profano tão frio, um aspecto dramático. -> É apaixonante acompanhar o esforço dos homens para alcançar a justiça através de formulas que, por definição, não poderão realizar plenamente.
DOIS SENTIDOS PRECISO PARA O DIREITO:
A atitude realista consiste em considerar as regras jurídicas como fatos ou mesmo como coisas. -> A ciência do direito não é uma ciência normativa (expressão que contém em si uma contradição), mas uma ciência das normas, o que é completamente diferente. -> O direito NÃO tem finalidade como a religião ou a arte, como elas, e talvez com mais intensidade, ELE EXPRIME A VONTADE E A ASPIRAÇÕES EMINENTEMENTE MUTÁVEIS DO CORPO SOCIAL.
 Este realismo não deve ser confundido como um positivismo estreito, ele procura, ao contrario, atingir todos os fenômenos jurídicos, mesmo os que não esteja catalogados como tal.
MIGUEL REALE
A palavra Direito corresponde a três aspectos básicos, discerníveis a todo e qualquer momento da vida jurídica.
- um aspecto normativo ( o Direito como ordenamento jurídico).
- um aspecto fático (o Direito como fato ou em sua efetividade social e histórica).
- um aspecto axiológico (o Direito como valor de justiça).
O problema da TRIDIMENSIONALIDADE do Direito tem sido objeto de estudos sistemáticos -> Onde há um fenômeno jurídico, há, sempre e necessariamente, um fato subjacente (fato econômico, geográfico, demográfico, etc), um valor que confere determinada significação a esse fato e uma regra ou norma que representa a relação ou medida que integra um daqueles ao outro, o fato de valor.
Tais elementos (fato, valor e norma) NÃO existem separados. -> Atuam como elos de um processo de tal modo que a vida do Direito resulta da interação dinâmica e dialética dos três elementos que a integram.

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