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1 INTRODUÇÃO A Reforma Trabalhista sancionada pela Lei 13.467, em 13 de julho de 2017, alterou mais de cem artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Para o emprego doméstico, em função ao Artigo 19 da Lei Complementar 150, está determinado que a Lei Complementar está subsidiada pela CLT, ou seja, o que não estiver na Lei do Emprego Doméstico, será aplicado conforme as novas regras da Reforma. As mudanças entrarão em vigor a partir do dia 11 de novembro de 2017, 120 dias após a publicação da Lei no Diário Oficial da União, em 14 de julho de 2017. A Reforma Trabalhista atualiza e moderniza a CLT, uma Lei criada em 1943, há 53 anos atrás. Os resultados práticos são: - Menos custos para o empregador doméstico; - Não tira nenhum direito dos empregados domésticos; - Menos burocracia; - Menos ações trabalhistas; - Mais segurança jurídica para os empregadores domésticos; - E o mais importante, a médio e longo prazo, mais trabalhadores com a Carteira de Trabalho assinada, aumentando a formalidade. A Reforma Trabalhista não tira nenhum direito do empregado doméstico como férias, FGTS, entre outros. Estes são garantidos pelo Artigo 7º. da Constituição Federal. Para que algum direito constitucional do trabalhador fosse alterado ou implementado, seria necessário uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), não um Projeto de Lei, que foi o caso da Reforma. Além disso, o Artigo 611-B da Reforma Trabalhista, proíbe que os Acordos ou Convenções Coletivas diminuam os direitos constitucionais. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2015 (PNAD) do IBGE, a cada três empregados domésticos, somente um tem a carteira de trabalho assinada. São 6.300.000 trabalhadores domésticos, sendo: 1 – De 3.800.000 empregados domésticos, aproximadamente 1.400.000 tem a carteira de trabalho assinada e 2.400.000 são informais; 2 2 – E 2.500.000 são Diaristas - que por Lei não tem vínculo empregatício. Com isso, irá diminuir a informalidade e aumentar a formalidade. Também haverá diminuição de ações trabalhistas. Se o empregado perder a ação, ele terá que pagar os custos ao empregador ou empresa, com advogados e perícias. O Brasil é o pais com o maior índice de ações trabalhistas no mundo. Somente em 2016 foram mais de 3 milhões de novas ações, gerando um alto custo e lentidão da Justiça do Trabalho, além dos gastos das empresas e empregadores domésticos para se defenderem nestas ações. Concluindo, não irá gerar nenhum aumento de custo para o empregador doméstico, pelo contrário, irá reduzir algumas despesas como no caso da Demissão Acordada. Não há nenhum motivo para o empregador demitir seu(s) empregado(s) domésticos. Pelo contrário, existem motivos para os empregadores informais assinarem a carteira de trabalho de seus empregados domésticos. O conteúdo abaixo está dividido em dois blocos: O primeiro bloco apresenta 6 mudanças feitas pela Reforma Trabalhista que não irão impactar no emprego doméstico, por já serem tratados pela Lei do Emprego Doméstico. Já o segundo bloco apresenta 29 pontos da Reforma Trabalhista que não são atendidas pela Lei do Emprego Doméstico e, portanto, irão valer também para a categoria. Rio de Janeiro, 20 de julho de 2017. Mario Avelino – Presidente do Instituto e do Portal Doméstica Legal. 3 6 MUDANÇAS QUE NÃO IMPACTAM NO EMPREGO DOMÉSTICO Os pontos da Reforma Trabalhista a seguir não irão impactar no emprego doméstico, pois já são atendidos pela lei que rege a categoria (LC 150/15). 1 – Banco de horas O que diz a Reforma Trabalhista: O Banco de Horas deve ser compensado no período máximo de 6 meses (Parágrafo 5º. do Artigo 59). O que vale no emprego doméstico: O Banco de Horas deve ser compensado no período máximo de 12 meses (Inciso III do Parágrafo 5º. do Artigo 2º. da LC 150). A Lei do Emprego Doméstico diz que as primeiras 40 horas extras devem ser pagas no mesmo mês, permitindo, mediante acordo entre as partes, fazer uso de banco de horas somente com o que exceder a este período. 2 – Jornada de Trabalho de 12h por 36h de descanso O que diz a Reforma Trabalhista: A Reforma Trabalhista estabelece a jornada de trabalho de 12h por 36h de descanso. Art. 60 – Parágrafo único: Excetuam-se da exigência de licença prévia as jornadas de doze horas de trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de descanso. O que vale no emprego doméstico: A LC 150 já prevê esta condição (Artigo 10º), que é muito utilizada para cuidadores de idosos e em alguns casos de babás. 4 3 – Acordo para redução de intervalo para 30 minutos O que diz a Reforma Trabalhista: § 4º do Artigo 71 – A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. O que vale no emprego doméstico: Art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos. 4 – Jornada Parcial de Trabalho O que diz a Reforma Trabalhista: Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. Revoga o Artigo 130-A, que determinava férias de até 18 dias para jornada Parcial de Trabalho. Com a revogação, as férias passam a ser de 30 dias. O que vale no emprego doméstico: Art. 3º Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda 25 (vinte e cinco) horas semanais. § 1º O salário a ser pago ao empregado sob regime de tempo parcial será proporcional a sua jornada, em relação ao empregado que cumpre, nas mesmas funções, tempo integral. 5 § 2º A duração normal do trabalho do empregado em regime de tempo parcial poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente a 1 (uma) hora diária, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, aplicando-se-lhe, ainda, o disposto nos §§ 2o e 3o do art. 2o, com o limite máximo de 6 (seis) horas diárias. 3º Na modalidade do regime de tempo parcial, após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: I - 18 (dezoito) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 22 (vinte e duas) horas, até 25 (vinte e cinco) horas; II - 16 (dezesseis) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 20 (vinte) horas, até 22 (vinte e duas) horas; III - 14 (quatorze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 15 (quinze) horas, até 20 (vinte) horas; IV - 12 (doze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 10 (dez) horas, até 15 (quinze) horas; V - 10 (dez) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 5 (cinco) horas, até 10 (dez) horas; VI - 8 (oito) dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a 5 (cinco) horas. Apesar da revogação do Artigo 130-A, que passa as férias de 18 para 30 dias, asférias no emprego doméstico continuam de no máximo 18 dias, conforme o Parágrafo 3º. do Artigo 3º. da LC 150 acima. Para que haja mudanças, terá que ser mudada a Lei Complementar 150 através de Projeto de Lei no Congresso Nacional. 5 - Férias parceladas em 3 períodos O que diz a Reforma Trabalhista: Art. 134 § 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não 6 poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. O que vale no emprego doméstico: As férias podem ser parceladas em até 2 períodos de gozo, sendo que pelo menos um período terá 14 dias, sendo decidido pelo empregador (Parágrafo 2º. do Artigo 17º da LC 150/15). 6 – Adicional de Viagem O que diz a Reforma Trabalhista: Art. 457 § 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. O que vale no emprego doméstico: Continua normalmente, pois conforme o Artigo 11 abaixo da LC 150, ele só é devido, quando o empregado acompanha o empregador em viagem, tendo o acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre as horas trabalhadas em viagem. As mesmas integram o salário de contribuição do INSS, FGTS e Imposto de Renda, quando ocorrem. Art. 11 da LC 150. Em relação ao empregado responsável por acompanhar o empregador prestando serviços em viagem, serão consideradas apenas as horas efetivamente trabalhadas no período, podendo ser compensadas as horas extraordinárias em outro dia, observado o art. 2º. § 1º O acompanhamento do empregador pelo empregado em viagem será condicionado à prévia existência de acordo escrito entre as partes. § 2º A remuneração-hora do serviço em viagem será, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) superior ao valor do salário-hora normal. § 3º O disposto no § 2o deste artigo poderá ser, mediante acordo, convertido em acréscimo no banco de horas, a ser utilizado a critério do empregado. 7 28 MUDANÇAS QUE IMPACTAM NO EMPREGO DOMÉSTICO Os pontos da Reforma Trabalhista a seguir irão gerar impactos no emprego doméstico, pois não são tratados pela lei que rege a categoria (LC 150/15). 1 – Período de afastamento contado como tempo de trabalho para rescisão O que diz a Reforma Trabalhista: Parágrafo 1º do Artigo 4 da CLT: Computar-se-ão, na contagem de tempo de serviço, para efeito de indenização e estabilidade, os períodos em que o empregado estiver afastado do trabalho prestando serviço militar e por motivo de acidente do trabalho. O que muda no emprego doméstico: Existe o Aviso Prévio Excedente, onde para cada ano de trabalho, paga-se 3 dias de Aviso Prévio, limitado a 60 dias, que somado aos 30 dias de Aviso Prévio Indenizado ou trabalhado, dará um total de 90 dias. No caso, estes tempos de afastamento contarão como tempo de trabalho para este Aviso Prévio Excedente, e inclusive para efeito de Férias e 13º. Salário, dependendo o tempo em que o empregado ficar afastado. 2 – Atividades particulares não computadas como hora extra O que diz a Reforma Trabalhista: Parágrafo 2º do Artigo 4 da CLT: Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1º do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por 8 escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras: I - práticas religiosas; II - descanso; III - lazer; IV - estudo; V - alimentação; VI - atividades de relacionamento social; VII - higiene pessoal; VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa. O que muda no emprego doméstico: É importante para não se computar indevidamente as atividades particulares do trabalhador como Horas Extras, evitando assim, custos indevidos para o empregador doméstico. Ao mesmo tempo que estabelecendo regras claras, evita o desgaste entre patrões e empregados e possíveis ações trabalhistas indevidas. 3 – Menos intervenção da Justiça do Trabalho O que diz a Reforma Trabalhista: Parágrafo 2º do Artigo 8 da CLT: Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei. No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva. O que muda no emprego doméstico: 9 Diminui a intervenção da Justiça do Trabalho, respeitando o que determina a Lei, as Convenções e Acordos Coletivos de Trabalho, gerando maior segurança jurídica e menos ações trabalhistas. 4 – Multa por não assinar a carteira do trabalhador O que diz a Reforma Trabalhista: O empregador que mantiver empregado não registrado nos termos do art. 41 desta Consolidação ficará sujeito a multa no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada reincidência. § 1º Especificamente quanto à infração a que se refere o caput deste artigo, o valor final da multa aplicada será de R$ 800,00 (oitocentos reais) por empregado não registrado, quando se tratar de microempresa ou empresa de pequeno porte. § 2º A infração de que trata o caput deste artigo constitui exceção ao critério da dupla visita. O que muda no emprego doméstico: Por uma questão de equilíbrio, a multa do empregador doméstico deve ser de R$ 800,00. Como não está especificado, o juiz poderá aplicar uma multa de R$ 3.000,00 ou de R$ 800,00, de acordo com o seu entendimento. O Instituto Doméstica Legal já está trabalhando para que a multa do empregador doméstico também seja estabelecida em R$ 800,00. 10 5 – Tempo de locomoção para o trabalho não é hora trabalhada O que diz a Reforma Trabalhista: Parágrafo 2º do Artigo 58: § 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador. O que muda no emprego doméstico: Essa situação raramente ocorre no emprego doméstico. É importante esta definição para evitar desgastes na relação trabalhista e futuras ações trabalhistas. 6 –Horas Extras além do limite legal O que diz a Reforma Trabalhista: Parágrafo 1º. Do Artigo 61: Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do limite legal ou convencionado,seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto. § 1º O excesso, nos casos deste artigo, pode ser exigido independentemente de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. O que muda no emprego doméstico: Este item torna possível que o empregado trabalhe mais do que duas horas adicionais em um determinado dia, caso o empregador, por motivo de força maior, necessite dos seus serviços. 11 7 - Danos Extrapatrimonial O que diz a Reforma Trabalhista: Art. 223-A. Aplicam-se à reparação de danos de natureza extrapatrimonial decorrentes da relação de trabalho apenas os dispositivos deste Título.’ Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação.’ Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.’ Art. 223-F. A reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida cumulativamente com a indenização por danos materiais decorrentes do mesmo ato lesivo. § 1º Se houver cumulação de pedidos, o juízo, ao proferir a decisão, discriminará os valores das indenizações a título de danos patrimoniais e das reparações por danos de natureza extrapatrimonial. § 2º A composição das perdas e danos, assim compreendidos os lucros cessantes e os danos emergentes, não interfere na avaliação dos danos extrapatrimoniais.’ ‘Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará: I - a natureza do bem jurídico tutelado; II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação; III - a possibilidade de superação física ou psicológica; IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão; V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa; VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral; VII - o grau de dolo ou culpa; VIII - a ocorrência de retratação espontânea; IX - o esforço efetivo para minimizar a ofensa; X - o perdão, tácito ou expresso; XI - a situação social e econômica das partes envolvidas; XII - o grau de publicidade da ofensa. § 1º Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a acumulação: 12 I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do ofendido; II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do ofendido; III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual do ofendido; IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário contratual do ofendido. § 2º Se o ofendido for pessoa jurídica, a indenização será fixada com observância dos mesmos parâmetros estabelecidos no § 1º deste artigo, mas em relação ao salário contratual do ofensor. O que muda no emprego doméstico: Este artigo estabelece regras claras tanto para os empregadores e trabalhadores sobre os diferentes tipos de danos patrimoniais, físicos e morais. Neste caso, quem o infringir, poderá ser processado e ter que ressarcir a parte prejudicada. Com isso, irá melhorar o respeito e a relação de trabalho entre empregador e empregado doméstico. 8 – Pausas especiais para amamentação O que diz a Reforma Trabalhista: Art. 396 - Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um. § 2º Os horários dos descansos previstos no caput deste artigo deverão ser definidos em acordo individual entre a mulher e o empregador. O que muda no emprego doméstico: 13 A empregada doméstica também tem o direito a amamentação do filho com até seis meses de idade. Como estabelecido no Parágrafo 2º., os horários serão definidos em comum acordo entre empregador e empregado. Pelas características do emprego doméstico, normalmente o empregador permite que a empregada entre uma hora mais tarde, ou saia uma hora mais cedo. 9 – Contrato de Trabalho Intermitente O que diz a Reforma Trabalhista: Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente. § 3º Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria. Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não. O que muda no emprego doméstico: Este tipo de contrato pode ser aplicado a algumas funções no emprego doméstico, onde a maioria dos trabalhadores são informais. Como por exemplo, os Cuidadores de Idosos Folguistas que cobrem o fim de semana, normalmente entrando no sábado e saindo na segunda-feira em uma jornada de 48 horas. O que ainda não existe por Lei. 14 O empregador não pode mudar a regra do contrato atual para contrato intermitente. Somente um empregado novo poderá ser contratado com esta modalidade de contrato. 10 – Contrato sem proteção da CLT e da Lei do Emprego Doméstico O que diz a Reforma Trabalhista: A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. O que muda no emprego doméstico: Se aplicará raramente ao emprego doméstico, pois o trabalhador deve ter nível superior completo e ter o salário maior que que R$ 11.062,62. O empregador poderá usar esta modalidade para um empregado novo, mas não pode mudar a regra do contrato atual. 11 – Transferência de titularidade do empregador O que diz a Reforma Trabalhista: Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor. O que muda no emprego doméstico: 15 Este item pode ser aplicado em caso de falecimento do empregador que registrou o empregado e também em caso de separação de cônjuges. O que pode ser feito nesses casos é alterar o empregador, informando na parte de Observações Gerais da Carteira de Trabalho, a Data e o Motivo da mudança de empregador, sem ter que demitir o empregado doméstico. O eSocial ainda não disponibilizou esta funcionalidade. Neste caso, o novo empregador doméstico se cadastra no eSocial e também seu empregado paracontinuar gerando normalmente os encargos e pagamentos. 12 – Uso de uniforme O que diz a Reforma Trabalhista: Art. 456-A. Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de outros itens de identificação relacionados à atividade desempenhada. Parágrafo único. A higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador, salvo nas hipóteses em que forem necessários procedimentos ou produtos diferentes dos utilizados para a higienização das vestimentas de uso comum. O que muda no emprego doméstico: O destaque neste artigo é que a opção de estabelecer o uso do uniforme é do empregador doméstico, e a responsabilidade pela higiene do uniforme é do trabalhador. 13 – Definição de benefícios fornecidos ao empregado O que diz a Reforma Trabalhista: Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do costume, 16 fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. § 5º O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedido em diferentes modalidades de planos e coberturas, não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição, para efeitos do previsto na alínea q do § 9o do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. O que muda no emprego doméstico: Acaba com a burocracia do “Salario in Natura” para efeito de rescisão, que é considerar o benefício como salário para efeito de Férias, 13º. Salário e Aviso Prévio, pelo fato do empregador ter o costume de não efetuar os descontos correspondentes. Muitos empregadores para evitar esta situação, davam um desconto simbólico sobre o benefício dado para não caracterizar salário. Em suma, o Parágrafo 5º acaba com uma situação que gerava inúmeras ações trabalhistas. 14 – Homologação opcional O que diz a Reforma Trabalhista: Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo. § 4º O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado: I - em dinheiro, depósito bancário ou cheque visado, conforme acordem as partes; ou 17 II - em dinheiro ou depósito bancário quando o empregado for analfabeto. § 6º A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias contados a partir do término do contrato. § 10. A anotação da extinção do contrato na Carteira de Trabalho e Previdência Social é documento hábil para requerer o benefício do seguro- desemprego e a movimentação da conta vinculada no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, nas hipóteses legais, desde que a comunicação prevista no caput deste artigo tenha sido realizada. O que muda no emprego doméstico: Torna a Homologação no Sindicato opcional quando o empregado tem mais de um ano de trabalho. E de acordo com o Parágrafo 6º, o empregador terá sempre 10 dias, mesmo em caso de demissão com Aviso Prévio trabalhado. O prazo de quitação antes da reforma era o dia seguinte ao término do Aviso Prévio. 15 – Novo motivo de Demissão por Justa Causa O que diz a Reforma Trabalhista: Artigo 482 da CLT: Motivos de demissão por Justa Causa pelo empregador. m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado. O que muda no emprego doméstico: Se aplica ao emprego doméstico, normalmente em casos de: - Motoristas, se perder a carteira de habilitação; - Marinheiros, se perder a carteira de habilitação; - Enfermeiros, se perder a Carteira do Conselho Regional de Enfermagem; - E outras profissões que possam exigir algum documento legal para exercício da função. 18 16 – Demissão acordada entre empregador e empregado doméstico O que diz a Reforma Trabalhista: O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas: I - por metade: a) o aviso prévio, se indenizado; e b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, prevista no § 1º do art. 18 da Lei no8.036, de 11 de maio de 1990; II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas. § 1º A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos. § 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego. O que muda no emprego doméstico: Este artigo é muito importante, pois oficializa a demissão por comum acordo, e com isso, reduz o custo do empregador doméstico. Na prática, a demissão sempre existiu e é muito comum, só que era Caixa Dois, agora ela será oficial. Para o empregado, ele perde: 1 – Metade do Aviso Prévio; 2 – A multa do FGTS de 40%, passa para 20%, e o empregador doméstico sacará os outros 20%, pois ele antecipa mês os 40% da multa através do eSocial; 3 – Saca somente 80% do FGTS. Os outros 20% sacará futuramente em condições previstas pelo FGTS, tais como Aposentadoria, compra de Casa Própria, etc.; 4 – Perde o direito ao Seguro Desemprego, que são três parcelas de um Salário Mínimo Federal, pagas pelo Governo. 19 17 – Contribuição sindical opcional O que diz a Reforma Trabalhista: Artigo 545 – Os empregadores ficam obrigados a descontar da folha de pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao sindicato, quando por este notificados. Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação de contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo, desde que prévia e expressamente autorizadas. Artigo 587 da CLT: Os empregadores que optarem pelo recolhimento da contribuição sindical deverão fazê-lo no mês de janeiro de cada ano, ou, para os que venham a se estabelecer após o referido mês, na ocasião em que requererem às repartições o registro ou a licença para o exercício da respectiva atividade. O que muda no emprego doméstico: Este Artigo estabelece que o empregador só deve descontar o Imposto Sindical na folha de pagamento do trabalhador quando este autorizar expressamente. Da mesma forma, o Artigo 587 também torna a Contribuição Sindical do empregador doméstico opcional. 18 – Acordos prevalecem sobre o legislado O que diz a ReformaTrabalhista: A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros. Só citaremos os item que impactam no emprego doméstico. I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; 20 II - banco de horas anual; III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas; X - modalidade de registro de jornada de trabalho; XI - troca do dia de feriado. O que muda no emprego doméstico: Estabelece que, o que for acordado em Convenção Coletiva Sindical ou Acordo Coletiva, irá prevalecer sobre a lei. Podendo gerar, desta forma, maior segurança jurídica para quem contrata. Para que isso ocorra adequadamente, é preciso haver sindicatos de patrões e trabalhadores domésticos. 19 – Reajuste anual de multas administrativas O que diz a Reforma Trabalhista: Parágrafo 2º. do Artigo 634 da CLT: Os valores das multas administrativas expressos em moeda corrente serão reajustados anualmente pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, ou pelo índice que vier a substituí-lo. O que muda no emprego doméstico: O valor das multas administrativas por descumprimento das Leis Trabalhistas, há mais de 16 anos sem atualização, passam a ser reajustadas anualmente. 20 – Justiça trabalhista gratuita ao empregado doméstico O que diz a Reforma Trabalhista: 21 Artigo 790 da CLT § 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. § 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo. O que muda no emprego doméstico: Permite que os juízes concedam o benefício da justiça gratuita para trabalhadores que ganham até 40% (quarenta por cento) do Teto Máximo dos benefícios da Previdência Social, que em 2017 é de R$ 2.212,52. 21 – Custos periciais das ações trabalhistas O que diz a Reforma Trabalhista: Artigo 790-B: A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita. § 1º Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho. § 2º O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais. § 3º O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias. § 4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro processo, a União responderá pelo encargo. O que muda no emprego doméstico: Este artigo deve reduzir o número de ações trabalhistas indevidas, pois estabelece que a parte perdedora da ação terá de pagar os custos periciais, se houver, mesmo que o empregado doméstico tenha obtido justiça gratuita. 22 22 – Ação Trabalhista por má-fé O que diz a Reforma Trabalhista: Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante, reclamado ou interveniente. Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que: I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; II - alterar a verdade dos fatos; III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; VI - provocar incidente manifestamente infundado; VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má- fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. § 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. § 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. § 3º O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos. O que muda no emprego doméstico: 23 O artigo estabelece que, caso o empregado doméstico entre com uma ação de má-fé, o mesmo deverá pagar os custos estabelecidos pelo juiz. O que pode gerar uma redução das ações deste tipo. Os empregados devem ficar atentos as falsas promessas de maus advogados, pois caso percam a ação, serão responsabilizados por todo o custo do processo. 23 – Multa para testemunha em ação trabalhista O que diz a Reforma Trabalhista: Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa. Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos. O que muda no emprego doméstico: Este artigo tem o objetivo de evitar que as testemunhas faltem com a verdade nas ações trabalhistas, aplicando multa em caso de alteração da verdade ou omissão dos fatos. 24 – Férias parceladas em 2 períodos para empregados a partir de 50 anos O que diz a Reforma Trabalhista: Foi revogado o Parágrafo 2º. do Artigo 134, que proibia parcelar férias para trabalhadores menores de 18 anos e maiores de 50 anos. O que muda no emprego doméstico: 24 A partir de 11/11/2017, poderá ser concedido férias em dois períodos de gozo para empregados domésticos com idade a partir de 50 anos, em função da revogação (eliminação) do Parágrafo 2º. do Artigo 134 da CLT. 25 – Proibido iniciar féria dois dias antes de feriado ou repouso semanal remunerado O que diz a Reforma Trabalhista: Artigo 134 § 3o É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. O que muda no emprego doméstico: As férias só poderão ser iniciadas dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. 26 – Terceirização no emprego doméstico O que diz a Reforma Trabalhista: A Lei 13.429 de 31/03/2017, estabelece critérios de terceirização de mão de obra pelas empresas. O que muda no emprego doméstico: No emprego doméstico, existe várias empresas que oferecem mão de obra para cuidadores de idosos, babás, principalmente de diaristas. Neste caso, estes empregados tem que possuir registro pelas empresas, ou seja, são celetistas e não domésticos, visto que são contratados por uma pessoa Jurídica. O empregador doméstico deve ficar atento, pois, se a empresa não cumprir suas obrigações, o contratante passa a ser corresponsável pelos direitos devidos. Para evitar este risco, o empregador deve: - Só pagar os serviços contratados com a apresentaçãodos comprovantes do recolhimento do INSS e FGTS do mês anterior; 25 - Não fazer o registro do empregado. Este é um golpe de más empresas que terceirizam o empregado, mas se aproveitam da falta de conhecimento do empregador doméstico e alegam que, quem assina a Carteira de Trabalho, é o empregador, mas a empresa recebe o salário e os encargos. 27 – Equiparação salarial de empregados domésticos O que diz a Reforma Trabalhista: Artigo 461: Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade. § 1º Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na função não seja superior a dois anos. § 2º Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de homologação ou registro em órgão público. § 3º No caso do § 2o deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e por antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional. § 5º A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função, ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma contemporâneo tenha obtido a vantagem em ação judicial própria. § 6º No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o juízo determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas, multa, em favor do empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. O que muda no emprego doméstico: 26 Este artigo pode ser aplicado ao emprego doméstico, se o empregador tiver mais de um empregado exercendo o mesmo cargo e função, que sejam contemporâneos, ou seja, tenham o mesmo tempo de serviço naquele emprego. É raro isso ocorrer, em função de mais de 90% do empregadores domésticos só terem um empregado, e quando tem mais de um empregado, são em funções diferentes. Mas caso ocorra, e houver uma denúncia ou ação trabalhista, o empregador doméstico terá de igualar o salário, além de pagar uma multa de 50% do salário do empregado a favor do mesmo, de acordo com o Parágrafo 6º. do Artigo 461 acima. A solução para o empregador que tenham empregados domésticos nesta condição é igualar o salário. 28 – Prevalência de Acordos Coletivos sobre a Convenção Coletiva O que diz a Reforma Trabalhista: Artigo 620: As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. O que muda no emprego doméstico: Essa situação poderá ocorrer raramente no emprego doméstico, pois agora que está começando a existir as Convenção Coletivas de Trabalho (por enquanto somente no estado de São Paulo). Por outro lado, teria de haver um Acordo Coletivo feito pelo sindicato dos trabalhadores e empregadores domésticos que alterassem algum ponto da Convenção Coletiva assinada pelos mesmos, o que torna essa mudança muito mais rara de ocorrer no emprego doméstico.
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