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Aula renal 2015.2

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19/10/2015 
1 
DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS 
RENAIS 
Profa. Ms. Priscila Paiva Dias 
 
Fortaleza - 2015 
 
Principais Funções do Rim 
• Filtração sanguínea 
• Excreção de produtos finais do metabolismo 
 (ureia, creatinina, ácido úrico, etc) 
• Manutenção do volume extracelular (água e Na) 
• Regulação PA - sistema renina angiotensina 
• Manutenção da composição iônica (K, Na, Cl, 
Mg, Ca, P) 
• Balanço ácido-básico 
• Produção de hormônios e enzimas 
 (Vitamina D, renina, NO, etc) 
• Degradação e catabolismo de hormônios 
(insulina, glucagon, hormônio do crescimento) 
• Conservação de substâncias 
1. Alterações na micção: normal a cada 4-6 horas 
• Polaciúria: aumento da frequência 
• Urgência miccional 
• Disúria: dor 
• Nictúria: diurese no período da noite, pode ser pela 
perda da capacidade de concentração da urina 
• Incontinência urinária 
• Retenção urinária 
Provas de Função Renal 
Dados subjetivos 
2. Alterações no volume urinário: normal entre 700 
a 2000mL 
• Oligúria: volume < 500mL/dia 
• Poliúria: volume >2000mL/dia 
• Anúria: volume < 100mL/dia 
 
3. Alterações na cor da urina: normal – amarelo 
claro (diluída) a escuro (qdo conc.) 
• Urina Turva: presença de infecção, ou sais de 
fosfatos amorfos, acidificação 
• Urina avermelhada: presença de hematúria, que 
pode ser macro ou microscópica. 
2. Dor renal 
• Por distensão da cápsula renal, ou irritação da 
pelve renal 
 
3. Edema 
• Situações que são comuns: glomerulonefrite 
aguda, síndrome nefrótica, IRA e IRC. 
• Pode ser anasarca ou edema de menor 
intensidade. 
19/10/2015 
2 
1. HAS 
2. Doenças sistêmica: LES, DM 
3. Distúrbio bioquímicos: aumento de ác. úrico 
4. Infecções estreptococo – glomerulonefrite 
5. Trauma ou cirurgia prévia 
Procedência e História Pregressa 
1. IRA 
 Presença de anúria ou oligúria. Redução rápida da 
Cr e filtração glomerular. Retenção de ureia e Cr, 
hipercalemia, acidose, HAS e sobrecarga cardíaca. 
Presença de cilindros granulares. 
2. IRC 
 Redução lenta da função renal, porém pode haver 
agudização da IRC. Há palidez amarelada da pele 
(anemia e urocromos), edema, HAS, baixa 
densidade urinária. 
Como diagnosticar uma Nefropatia? 
3. Síndrome Nefrótica Aguda 
 Hematúria macroscópica, edema, HAS e retenção 
nitrogenada. 
4. Síndrome Nefrótica 
 Proteinúria maciça > 3,5g/d, hipoalbuminemia e 
edema, pode haver hiperlipidemia. Geralmente não 
há HAS e retenção nitrogenada 
5. Infecção urinária 
6. Nefrolitíase 
• Caracterizada por redução abrupta 
da função renal que se mantém por 
períodos variáveis, resultando na 
inabilidade dos rins em exercer suas 
funções básicas de excreção e 
manutenção da homeostase 
hidroeletrolítica do organismo 
• Desequilíbrio hidroeletrolítico e 
acúmulo de produtos nitrogenados 
• Existe um alto índice de mortalidade 
- 60% 
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA - IRA 
Etiologia 
• Causas podem ser de origem renal, pré-renal ou pós-
renal 
• Pré-renal - rapidamente reversível, causada por 
série de eventos que culminam com diminuição do 
volume circulante e assim, do fluxo sanguíneo renal: 
desidratação (vômitos, diarreia, febres), uso de 
diuréticos e ICC 
• Renal - causada por fatores intrínsecos ao rim, 
geralmente o dano tubular se dá por origem isquêmica 
ou tóxica - coagulação microvascular como nas 
complicações obstétricas, mordidas de cobra ou 
síndrome hemolítico urêmica. 
• Pós-Renal - obstrução do trato urinário (hipertrofia 
prostática, CA de próstata, precipitação de cristais como 
ácido úrico, oxalato de Ca. 
19/10/2015 
3 
• Principais causas: Sepse, hipovolemia, ICC 
• 6% de IRA nas UTIs 
•Metade dos doentes que sobreviverem irão necessitar de 
diálise 
• Qto < diurese > mortalidade 
 As nefrotoxinas, depois da isquemia representam a 
causa mais frequente de IRA: antibióticos 
aminoglicosídicos, contrastes urográficos, 
quimioterápico, drogas imunosupressoras (ciclosporina), 
drogas antinflamatórias não-esteroidais. 
A IRA isquêmica ou tóxica envolve alterações 
estruturais e bioquímicas que resultam em: 
Fisiopatologia 
Morte celular Alteração da função 
Vazamento 
transtubular 
 do filtrado 
Inflamação Lesão tubular 
• Fase inicial - período de exposição à drogas nefrotóxicas 
ou isquemia, duração depende do tempo da exposição ao 
agente causador - volume urinário pode estar normal ou 
reduzido. 
 
• Fase Oligúrica - volume urinário < 500mL/dia, podendo 
conter hemácias, leucócitos e células epiteliais e até mesmo 
pequena perda proteica. 
Fases da IRA 
• Fase Diurética - rápida elevação do volume urinário, 
devido à incapacidade dos túbulos em reabsorver sal e 
água. Porém, há ainda elevação das concentrações 
plasmáticas de ureia e creatinina. 
 O paciente pode precisar de diálise 
 Essa fase é crítica - 25% de mortes 
• Fase de Recuperação Funcional - redução da ureia e Cr 
A IRA influencia o estado nutricional e o metabolismo? 
• A IRA afeta significativamente o estado nutricional e 
o metabolismo de todos os nutrientes, alterando a 
excreção de líquidos, de metabólitos, de eletrólitos e 
de minerais. 
• O hipercatabolismo da IRA está relacionado à 
gliconeogênese acelerada, à hiperglicemia, à 
resistência insulínica, à alteração da lipólise, à 
acidose, à liberação hepática de proteínas de fase 
aguda, ao balanço nitrogenado negativo, às perdas 
decorrentes da doença de base e da terapia de 
reposição renal, quando indicada. 
DITEN, 2011 
19/10/2015 
4 
As terapia s de reposição renal influencia m o estado 
nutricional e o metabolismo na IRA? 
• As terapias de reposição renal podem afetar 
significativamente o estado nutricional e o 
metabolismo dos pacientes com IRA, devido ao 
aumento das perdas de nutrientes durante o 
procedimento, ao desencadeamento do processo 
inflamatório e à elevação da proteólise corporal. 
• O método, a intensidade e a duração da terapia de 
reposição renal determinam o grau de influência no 
estado nutricional e no metabolismo dos pacientes. 
DITEN, 2011 
Quais são os métodos indicados para a avaliação do 
estado nutricional de pacientes com IRA? 
• O exame físico, os métodos antropométricos, de 
composição corporal, e os níveis séricos isolados de 
proteínas viscerais não são clinicamente úteis para 
avaliar o estado nutricional de pacientes com IRA. 
• Já a história pode ser o método disponível mais 
importante para a determinação do risco e da 
necessidade de intervenção nutricional dos pacientes 
com IRA (estado nutricional prévio, existência de 
problemas gastrintestinais, e de deglutição; qualidade, 
quantidade e método de ingestão alimentar; 
intolerâncias e condição do apetite). 
DITEN, 2011 
Quais são os métodos indicados para a 
avaliação do estado nutricional de pacientes 
com IRA? 
O uso de pelo menos quatro critérios 
tem sido sugerido recentemente 
para diagnóstico destes pacientes: 
bioquímicos (tais como a albumina, 
ou pré-albumina), perda de peso 
corporal, diminuição da massa 
muscular e baixa ingestão proteico-
energética, mas outros estudos são 
necessários para validar plenamente 
estes parâmetros. 
DITEN, 2011 
Objetivos Nutricionais na IRA 
1) tratar a doença de base; 
2) manter o estado nutricional e metabólico; 
3) manter o equilíbrio hidroeletrolítico ácido básico e 
mineral; 
4) apoiar as funções renais e de outros sistemas 
orgânicos; 
5) prevenir dano renal adicional e 
6) auxiliar na recuperação da função renal, se possível.DITEN, 2011 
Alterações Metabólicas na IRA 
• Consumo de oxigênio aumenta 20% 
• Acidose metabólica aumenta catabolismo proteico 
• Resistência à insulina 
• Ocorre ativação do eixo neuroendócrino, aumento de 
hormônios contrarreguladores (glucagon, 
catecolaminas e cortisol) - neoglicogênese 
• Devido aos métodos dialíticos ocorrem alterações no 
EN - perdas de aminoácidos 
• Intolerância à glicose pela resistência à insulina 
• Ocorre acidose, hipervolemia, hipercalemia, 
hiperfosfatemia. 
• > risco de infecção, dificuldade de cicatrização e 
mortalidade quando há elevado hipercatabolismo. 
• Antes do surgimento dos métodos dialíticos, a 
dieta hipoproteica era preferida p/ IRA. 
• Após os ttos dialíticos, o suporte enteral e/ou 
parenteral tornou-se objetivo primário no tto 
desses pacientes. 
19/10/2015 
5 
Estratégias Nutricionais 
- Início da terapia nutricional é influenciada pelo EN 
- Durante a fase inicial da IRA (24 - 48 h após 
trauma ou cirurgia), o suporte nutricional deve ser 
evitado - infusão de aminoácidos e glicose nessa 
fase pode agravar a lesão tubular renal. 
Terapia Nutricional na IRA– Recomendações Diárias 
Nível de estresse Recomendação 
 
Energia Leve 
Moderado 
Grave 
30-35 
25-30 kcal/kg PA ou PI 
20-25 
Proteínas Leve 
Moderado, com TRR 
Grave com TRR 
0,6-1,0 
1,0-1,5 g/kg PA ou PI 
1,3 – 1,8 
Carboidratos 3-5 (máx. 7) g/kg PA ou 
PI ou 45 a 60% VET 
Lipídios 0,8-1,2 g/kg PA ou PI ou 
20% (sepse) a 35% VET 
Líquidos 500-750 mL + diurese de 
24 h + outras perdas (ex.: 
dreno, vômito, fístulas) 
PA: peso atual; PI: peso ideal (casos de obesidade). TRR: terapia de 
reposição renal DITEN, 2011 
Terapia Nutricional – Observações Energia e 
Proteínas 
• Aporte calórico elevado não foi associado com 
melhor balanço nitrogenado. 
• ↑ Aporte calórico = hiperglicemia, 
hipertrigliceridemia, ↑ produção de CO2, sobrecarga 
hídrica. 
• Necessidade proteica depende da doença de base, 
do grau de catabolismo, da indicação de diálise, do 
aporte calórico. 
• Não há recomendação de limites mínimos e 
máximos de proteína. 
 
DITEN, 2011 
Terapia Nutricional - Recomendações Vitaminas e 
Minerais 
• Excesso de vitamina C pode aumentar o risco de 
oxalose secundária. Recomendação: 60 a 100 
mg/dia. 
• Demais vitaminas hidrossolúveis: de acordo com 
as DRIs. 
• Cálcio e Magnésio: perda ↑ durante a TRR 
contínua. 
• Suplementação conforme monitoramento sérico. 
• Zinco, Cobre, Selênio e Tiamina: em caso de TRR 
contínua, recomenda-se, pelo menos, o dobro das 
DRIs. 
DITEN, 2011 
Terapia Nutricional na IRA 
• Pacientes com IRA têm necessidades 
variadas e individualizadas de energia, 
líquido, eletrólitos e outros nutrientes, 
que dependem da fase da doença, do 
volume urinário, da presença de perdas 
por fístulas, drenos, sondas, 
queimaduras e outros, e do tempo de 
jejum. 
• A determinação das necessidades de 
energia, de nutrientes e de líquido 
depende do monitoramento diário, 
particularmente dos níveis séricos de 
potássio, sódio, magnésio e fósforo. 
Nutrição na IRA Dialítica 
19/10/2015 
6 
 
Objetivos da avaliação Nutricional: 
 
• Identifica indivíduos desnutridos 
• Identificar indivíduos em risco nutricional 
• Fornecer suporte para prescrição dietética 
 
Avaliação – ídem pré-diálise 
Porém – usar peso seco!!! Pós diálise 
Avaliação Nutricional na Hemodiálise  Peso “seco” 
 Ausência de edema 
 Após sessão de hemodiálise 
 Descontar o líquido peritoneal 
É realizado o cálculo do peso ideal pelo nefrologista no 
início da terapia, e é reajustado ao longo das sessões 
de hemodiálise. Com este peso o paciente renal crônico 
deve se sentir bem, sem inchaços, com a pressão 
arterial normal, entre outros. Durante o intervalo das 
sessões o pacientes adquiri um ganho interdialítico que 
não poderá exceder a 3% do valor do peso seco 
Este cálculo é realizado da seguinte forma, 
multiplique o peso seco por 3 e divida o resultado 
por 100. 
Exemplo: 
Peso seco: 70kg 
70×3= 210 
210/100= 2,1kg 
 
O ganho interdialítico deverá ser no máximo de 
2kg e 100g 
Micronutrientes na IRA 
 Laranja pêra 
 
 Mamão 
 
 Mexerica 
 
 Abacate 
 
 Banana nanica 
 
 Uva 
 
 Melão 
 
 Kiwi 
 
 Água de coco 
Frutas 
 
Recomendações de micronutrientes 
 
Alimentos ricos em POTÁSSIO (>5,0 mEq/100g) 
 Couve 
 Tomate 
 Berinjela 
 Beterraba 
 Acelga 
 Batata 
 Brócolis 
 Almeirão 
Alimentos ricos em POTÁSSIO (>5,0 mEq/100g) 
Hortaliças e tubérculos 
 Feijão 
 Lentilha 
 Ervilha 
 Grão de bico 
 Soja 
 Amendoim 
 Castanhas 
Leguminosas e oleaginosas 
 cozimento promove a perda de 60 % desse eletrólito 
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7 
Baixo Potássio 
Banana maçã 
Laranja lima 
Baixo Potássio 
Sódio e Líquidos 
 Para pacientes em diálise, a restrição de sódio é 
indicada para o controle da PA e para o controle da 
ingestão de líquidos . 
Quando o balanço de sódio é bem controlado, o 
mecanismo da sede, regula o balanço de água de 
forma adequada 
 O peso interdialítico não deve ultrapassar 3 a 5 % do peso 
seco. 
 Restrição de sal: 
• Ajuda no controle da PA 
• Melhora eficiência dos antihipertensivos 
• Melhora o efeito anti proteinúrico dos antihipertensivos 
Não usar sal dietético 
 
Na: 1000 – 1500mg/d 
Sal: 2,5 a 4g/d 
Líquidos:  500mL + VUR 
Cálcio e Fósforo 
A prescrição dietética de cálcio e fósforo, deve ser 
individualizada para pacientes com DRC ,pois depende de 
vários fatores : 
 Fase da DRC 
 Uso de calcitriol (1,25 diidroxicolecalciferol) 
 Tipo de doença óssea 
 Concentração óssea de cálcio e Fósforo 
 Fontes: leite e derivados, carnes e ovos, leguminosas e 
oleaginosas 
LITÍASE RENAL 
• A prevalência de nefrolitíase no 
mundo contemporâneo é alta, 
sendo descrita como situada 
entre 5 e 10% . 
• Aproximadamente 12% da 
população mundial formará pelo 
menos um cálculo renal ao longo 
de sua vida. 
• A faixa etária mais acometida 
está entre os 20 e 50 anos. 
• A obesidade está associada a 
uma maior prevalência de litíase 
renal, principalmente em 
mulheres. 
19/10/2015 
8 
Litíase Renal 
• As causas mais comuns de litíase renal são as 
anormalidades metabólicas primárias, das quais a 
hipercalciúria idiopática é a causa em 60% dos casos. 
• Para que um cálculo renal se forme é necessário a 
presença dos chamados fatores de risco da litogênese. 
Dentre estes se destacam os ambientais, dos quais, a 
dieta é um dos fatores mais importantes e mais 
estudados atualmente. 
Fatores dietéticos 
Dentre os fatores dietéticos se destacam: 
• cálcio, do sódio, do potássio, do oxalato, do magnésio, das 
proteínas, das purinas, dos carboidratos, das fibras vegetais, 
das gorduras e dos líquidos. 
• Alguns destes nutrientes interferem positivamente na cascata 
litogênica aumentando as chances de formação de cálculos 
(ex. cálcio, oxalato e proteínas), já outros têm uma função 
protetora diminuindo os riscos (ex. fibras e potássio). 
Cálcio 
 A grande maioria dos cálculos 
renais são constituídos de cálcio 
e oxalato. 
 A baixa ingestão de cálcio pode 
favorecer a formação de cálculos 
renais. A provável explicação 
para este mecanismo é 
consequência de que há na luz 
intestinal uma maior liberação 
de oxalato para ser absorvido. 
Cálcio 
Esta maior absorção de oxalato levaria a uma maior 
excreção do mesmo, favorecendo a supersaturação e a 
formação de cristais de oxalato de cálcio,iniciando-se 
assim toda a cascata fisiopatogênica da litíase renal. Na 
presença de maiores quantidades de cálcio, o oxalato se 
liga a este, e ambos são então excretados pelas fezes. 
 
Sódio 
A excreção urinária aumentada de sódio se associa com a 
elevação também de cálcio urinário, provavelmente 
devido a uma competição na absorção entre esses 
minerais ao longo do túbulo renal. E assim, uma restrição 
de sódio na dieta, através da redução de sal de cozinha 
e/ou de alimentos ricos em sal, deve ser prescrita, 
principalmente se houver um estado de hipernatriúria 
em urina de 24 horas. 
Potássio 
A baixa ingestão de potássio pode ser um fator de risco 
para litogênese. Ao que parece a presença de potássio 
diminuiria a excreção de cálcio urinário. 
19/10/2015 
9 
Oxalato 
O oxalato proveniente da dieta contribui com apenas 10 a 20% da 
excreção do oxalato urinário. Para que possa ocorrer hiperoxalúria 
decorrente da dieta, seria necessária, na grande maioria das vezes, 
uma ingestão exagerada de alimentos muito ricos em oxalato, o que 
é raro na nossa população. É, no entanto, importante correlacionar 
a ingestão de oxalato com a sua excreção urinária, antes de se 
definir a orientação nutricional com restrição ou não de alimentos 
ricos em oxalato (cerveja, leite, chocolate, bebidas de soja, suco de 
quase todas as frutas, couve, pepino, pimentão verde, salsão, 
berinjela, beterraba, bolachas integrais, pão pipoca, farelo de trigo, 
aveia, feijão) 
Proteínas 
A ingestão de proteína irá causar um aumento da 
massa renal, a carga de sulfato filtrado na urina irá 
aumentar e consequentemente se desenvolve uma 
acidose metabólica. O aumento da massa renal irá 
aumentar o calcitriol plasmático levando a um 
aumento da absorção intestinal de cálcio com 
consequente aumento da carga de cálcio filtrada e a 
hipercalciúria pós prandial. 
ORIENTAÇÕES NA LITÍASE RENAL 
 * Uma dieta com baixo teor de gordura 
 
* Redução da ingestão de vitamina C 
 
* Dieta baixa em oxalatos 
 
* Beber muita água 
 
* Reduzir a ingestão de sódio 
 
* Suplementar a dieta com carboidratos 
complexos e reduzir PTN 
 
* Comer mais fruta rica de potássio e 
legumes 
 
NUTRIÇÃO 
na 
 Doença Renal Crônica 
 
Objetivos da Dietoterapia 
 
• Manter um bom estado nutricional 
• Controlar sintomatologia urêmica e dos dist. 
hidroeletrolíticos 
• Prevenir ou reduzir a toxicidade urêmica 
• Atuar nas doenças correlatas como: hiperpara 
secundário, desnutrição e várias outras alterações 
metabólicas 
Proteínas 
 Excesso de proteínas na dieta promove aumento de 
proteinúria, danos histológicos renais. 
 Dieta hipoproteica 
• diminui pressão intraglomerular 
• reduz consumo de oxigênio devido menor excreção de 
amônia e fosfatos 
• Diminui lipídios, reduz geração de produtos nitrogenados 
tóxicos e a carga ácida 
Nutrição na Pré-diálise ou 
Tratamento Conservador 
19/10/2015 
10 
 Estudos clínicos e de metanálise têm evidenciado o benefício da 
dieta hipoproteica sobre ritmo da progressão, bem como 
sintomatologia urêmica. 
  Essa dieta reduz o risco de morte e prolonga o tempo para a 
entrada em diálise. 
Recomendações diárias de proteínas 
 
TFG (mL/min) Proteína (g/Kg peso ideal/dia) 
> 60 0,8 a 1,0 
25 - 60 0,6 (60% de AVB) 
< 25 0,6 (60% de AVB) ou 0,3 + cetoácidos 
DM 0,8 (60% de AVB) 
Mitch & Klahr, 1998 
Proteínas Alto Valor Biológico 
Alimento Proteína (g) 
leite - 1 copo médio (200g) 7,0 
iogurte - 1 pote (200) 7,0 
queijo - 1 fatia média (30) 7,0 
ovo - 1 unidade (50) 6,4 
Carne boi - 1 bife médio (100) 23 
Frango - 1 peito pequeno (100) 22 
Peixe - 1 filé (100) 19 
 
Proteínas Baixo Valor Biológico 
Alimento Proteína (g) 
feijão - 8 col. de sopa (120) 9,4 
ervilha - 5 col. de sopa (100) 6,7 
lentilha - 8 col. de sopa (120) 6,0 
pão - 1 unidade (50) 5,0 
macarrão - 1 prato raso (125) 4,0 
arroz - 5 col. de sopa (100) 2,0 
batata - 1 unidade (110) 2,0 
 
Alimentos calóricos e com baixo teor protéico 
 
Alimento Energia (Kcal) Proteína (g) 
mandioca - 3 pedaços (130g) 154 1,2 
farinha - 2 col. de sopa (40) 142 0,7 
mandioquinha - 1 unidade (114) 92 1,5 
óleos vegetais - 1 col. de sopa 71 0 
margarina - 1 col. de chá (5) 36 0 
maionese - 1 col. de sopa (15) 58 0,1 
creme de leite - 1 col. de sopa (20) 50 0,5 
açúcar - 1 col. sobremesa (10) 39 0 
mel - 1 col. sobremesa (14) 43 0 
goiabada - 1 fatia (30) 82 0 
Recomendações de lipídios 
Saturados - < 10% 
Mono (oliva e canola) - 10 a 15% 
Poli (soja, milho e girassol) - 10% 
 Na DRC pode haver intolerância à glicose - onde a uremia afeta as 
ligações da insulina com os receptores. 
Evitar ingestão de CHO simples 
Estimular consumo de fibras 
 
Recomendações de carboidratos 
Tratamento Conservador 
Energia (kcal/kg de peso atual ou 
ideal, em caso de obesidade ou 
muito baixo peso) 
30 a 35 
Proteínas (g/kg de peso atual) 0,6 - 0,8 
Fósforo (mg) Em torno de 800, ou 10 a 12 mg/kg 
Cálcio (mg) Individualizado para cálcio, fósforo e PTH 
séricos; 1.000- 1.200 
Sódio (mg) 1.000 2.300 
Potássio (mg) Individualizado; geralmente não restrito, 
ou restrição de 1.000-3.000 
Individualizado; geralmente não restrito, 
ou restrição de 1.000-3.000 
Recomendações diárias de nutrientes para pacientes na fase não-dialítica da 
doença renal crônica 
PTH: hormônio da paratireóide. 
DITEN, 2011. 
Calorias Desnutridos - 35 -45 kcal/kg/peso atual 
Manutenção (eutrofia)– 35 kcal/kg/peso 
Obesidade- 25 -30 kcal/kg/peso 
Proteínas Desnutridos e DM- 0,8 -1,0g/Kg/dia 
Manutenção – 0,6g -0,8g/kg/dia (60-80% de AVB) 
Carboidratos 50 – 65% do valor energético total (VET) 
Lipídios 25- 35% ou 
Fibras 20-25g 
Sódio 1-3g individualizado para pressão e edema 
Potássio Individualizado ou até 3g (76 mEq) 
Fósforo 800mg ou < 10mg/kg/dia 
Cálcio 1000- 1500mg 
Líquidos Normalmente sem necessidade de restrição 
Fonte: Riella, M.C. Nutrição e Rim. 2001 
Tratamento Conservador 
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Tratamento Conservador 
 
Minerais Micronutrientes 
Potássio 
A hipercalemia é comum nos pacientes urêmicos, a dieta pode 
promover a hipercalemia, além disso, a acidose, obstipação 
intestinal, IECA, B-bloqueadores, hipercatabolismo, def. 
insulina, diuréticos poupadores de K. 
Potássio 
Potássio 
Processo de cocção das frutas e hortaliças em água 
Reduz em médias 60% a concentração de K 
 
 Alimento Cru Cozido 
 (mEq/100g) 
Beterraba 10,8 4,1 
Cenoura 9,5 4,6 
Couve 9,5 2,4 
Banana 7,7 2,9 
Feijão 21,6 6,9 
 
Baixo Potássio 
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Banana maçã 
Laranja lima 
Baixo Potássio 
A carambola é tóxica para os pacientes DRC 
Cuidado! 
Doença Renal: Ca, P, PTH, Vit. D 
  Função Renal 
 Retenção de P 
Hiperfosfatemia 
 Secreção de PTH  Ca 
Hiperpara secundário 
 Síntese do calcitriol 
Hiperplasia da paratireóide 
 Absorção de Ca 
Dça óssea renal 
 Alimentos ricos em P: 
Leite e derivados, carnes bovina e de frango, fígado de boi, 
peixe, sardinha, ovo feijão, soja, amendoim, castanha de caju, 
refrigerantes a base de cola, cerveja. 
Sódio e Líquidos 
 Restrição de sal: 
• Ajuda no controle da PA 
• Melhora eficiência dos antihipertensivos 
• Melhora o efeito anti proteinúrico dos antihipertensivosNa: 1000 – 1500mg/d 
Sal: 2,5 a 4g/d 
Não usar sal dietético 
 
Nutrição no Tratamento 
Dialítico 
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Tipos de Tratamento 
 
 Hemodiálise 
 
 Diálise peritoneal 
 
 
Objetivos da avaliação Nutricional: 
 
• Identifica indivíduos desnutridos 
• Identificar indivíduos em risco nutricional 
• Fornecer suporte para prescrição dietética 
 
Avaliação – ídem pré-diálise 
Porém – usar peso seco!!! Pós diálise 
Avaliação Nutricional na Hemodiálise 
Recomendações Nutricionais 
 
Terapia Nutricional - Tratamento Hemodialítico 
 
 
Terapia Nutricional – Diálise Peritoneal 
 
 
Terapia Nutricional – Hemodiálise e Diálise 
Peritoneal 
 
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Transplante Renal 
TX Renal 
 Geralmente é indicado como última opção terapêutica, 
onde os doentes estão em fase avançada da doença e muitas 
vezes desnutridos. 
 Os TX envolvem trauma físico e uso de 
imunossupressão - induzem piora do EN. 
 
 O Transplante do rim é 
um procedimento através do 
qual se coloca no corpo de uma 
pessoa um rim saudável. 
 Este novo e único rim 
deve ser capaz de substituir 
totalmente os dois rins que 
pararam de funcionar. 
 Na cirurgia, o novo rim é colocado dentro do abdômen 
do paciente e a artéria e a veia do novo rim são conectados a 
artéria e a veia do paciente. O sangue flui através do novo rim 
e provoca a formação de urina, o que pode acontecer 
imediatamente ou demorar algumas semanas. 
 Os rins antigos podem continuar no corpo do paciente 
desde que não estejam causando infecção ou alterando a PA. 
 Tratamento Conservador 
 DP T X Preemptivo 
 TX Renal 
 HEMODIÁLISE 
 Possíveis doadores: 
• Doador vivo, com ou sem laço de parentesco com o 
paciente. 
• Doador cadáver. 
 Condições para o transplante: 
• O sangue e os tecidos do doador e do doente 
precisam ser compatíveis e as chances são maiores se 
houver parentesco entre os dois. 
• Lista de espera 
• Leis 
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 TX Preemptivo 
 Estudos atuais evidenciam que Tx Preemptivo 
aumentaria a sobrevida do paciente renal, em comparação ao 
Tx após diálise. 
 Problemas relacionados 
• Disponibilidade de doador 
• A diálise é um fator de sensibilização para doação 
• Não aderência 
• Encaminhamento tardio 
• Alto custo no início do tratamento 
 Rejeição: 
 Após a cirurgia, o transplantado precisa tomar 
medicamentos imunossupressores todos os dias para o 
resto da vida. Mesmo assim pode haver rejeição e o novo 
rim também falhar. Desta forma, será necessário retorno 
a diálise e um novo transplante poderá ser realizado 
posteriormente. 
O cuidado nutricional é caracterizado de acordo com a fase do 
TX: 
• Pré-TX: melhorar prognósticos cirúrgicos 
• Pós-TX imediato: estresse cirúrgico e altas doses de 
imunossupressores 
• Pós TX: fatores como obesidade, dislipidemias, int. à glicose, 
osteoporose, etc) aumentam o risco de mortalidade e perda do 
enxerto. 
Nutrição e TX Período Pré TX 
O objetivo nessa fase é a correção da desnutrição e prevenção 
ou tto da obesidade. 
Desnutrição: > taxa de mortalidade 
Obesidade: aumenta risco cirúrgico, tempo de hospitalização e 
complicações como DM e DCV. 
 
Período Pós TX Imediato 
Refere-se ao período de 4 a 6 semanas pós cirurgia. 
O pcte é submetido a um gde estresse metabólico e 
juntamente com altas doses de imunossupressão leva a uma 
catabolismo proteico grave. 
O catabolismo proteico pode variar de 0,7 a 2,1g/kg/d, sendo 
que a ingestão ptn deve ser > 1,2g/kg/d e a necessidade 
calórica pode variar entre 33 a 35kcal/kg/d. 
Marcado por inúmeras complicações nutricionais: 
• Hipercatabolismo ptn 
• obesidade 
• dislipidemia 
• HAS 
• DM 
Período Pós TX Tardio 
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Rejeição aguda 
Rejeição e infecção são duas preocupações nesse período pós 
TX imediato e mesmo com taxas elevadas de Cr e uréia a dieta 
continua sendo hiperproteica e hipercalórica. 
Rejeição Crônica 
A patogênese da rejeição ainda é pouco conhecida. Nesse 
caso a dieta volta p/ hipoproteica (0,6-0,8g/kg/d) 
TRANSPLANTE – Tratamento Transplante renal - Pós transplante imediato 
Tratamento Transplante renal - Pós transplante TARDIO Transplante com enxerto Tratamento Transplante renal – Com Enxerto 
 RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NA 
DOENÇA RENAL NO PACIENTE 
PEDIÁTRICO 
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FIM

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