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19/10/2015 1 DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS RENAIS Profa. Ms. Priscila Paiva Dias Fortaleza - 2015 Principais Funções do Rim • Filtração sanguínea • Excreção de produtos finais do metabolismo (ureia, creatinina, ácido úrico, etc) • Manutenção do volume extracelular (água e Na) • Regulação PA - sistema renina angiotensina • Manutenção da composição iônica (K, Na, Cl, Mg, Ca, P) • Balanço ácido-básico • Produção de hormônios e enzimas (Vitamina D, renina, NO, etc) • Degradação e catabolismo de hormônios (insulina, glucagon, hormônio do crescimento) • Conservação de substâncias 1. Alterações na micção: normal a cada 4-6 horas • Polaciúria: aumento da frequência • Urgência miccional • Disúria: dor • Nictúria: diurese no período da noite, pode ser pela perda da capacidade de concentração da urina • Incontinência urinária • Retenção urinária Provas de Função Renal Dados subjetivos 2. Alterações no volume urinário: normal entre 700 a 2000mL • Oligúria: volume < 500mL/dia • Poliúria: volume >2000mL/dia • Anúria: volume < 100mL/dia 3. Alterações na cor da urina: normal – amarelo claro (diluída) a escuro (qdo conc.) • Urina Turva: presença de infecção, ou sais de fosfatos amorfos, acidificação • Urina avermelhada: presença de hematúria, que pode ser macro ou microscópica. 2. Dor renal • Por distensão da cápsula renal, ou irritação da pelve renal 3. Edema • Situações que são comuns: glomerulonefrite aguda, síndrome nefrótica, IRA e IRC. • Pode ser anasarca ou edema de menor intensidade. 19/10/2015 2 1. HAS 2. Doenças sistêmica: LES, DM 3. Distúrbio bioquímicos: aumento de ác. úrico 4. Infecções estreptococo – glomerulonefrite 5. Trauma ou cirurgia prévia Procedência e História Pregressa 1. IRA Presença de anúria ou oligúria. Redução rápida da Cr e filtração glomerular. Retenção de ureia e Cr, hipercalemia, acidose, HAS e sobrecarga cardíaca. Presença de cilindros granulares. 2. IRC Redução lenta da função renal, porém pode haver agudização da IRC. Há palidez amarelada da pele (anemia e urocromos), edema, HAS, baixa densidade urinária. Como diagnosticar uma Nefropatia? 3. Síndrome Nefrótica Aguda Hematúria macroscópica, edema, HAS e retenção nitrogenada. 4. Síndrome Nefrótica Proteinúria maciça > 3,5g/d, hipoalbuminemia e edema, pode haver hiperlipidemia. Geralmente não há HAS e retenção nitrogenada 5. Infecção urinária 6. Nefrolitíase • Caracterizada por redução abrupta da função renal que se mantém por períodos variáveis, resultando na inabilidade dos rins em exercer suas funções básicas de excreção e manutenção da homeostase hidroeletrolítica do organismo • Desequilíbrio hidroeletrolítico e acúmulo de produtos nitrogenados • Existe um alto índice de mortalidade - 60% INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA - IRA Etiologia • Causas podem ser de origem renal, pré-renal ou pós- renal • Pré-renal - rapidamente reversível, causada por série de eventos que culminam com diminuição do volume circulante e assim, do fluxo sanguíneo renal: desidratação (vômitos, diarreia, febres), uso de diuréticos e ICC • Renal - causada por fatores intrínsecos ao rim, geralmente o dano tubular se dá por origem isquêmica ou tóxica - coagulação microvascular como nas complicações obstétricas, mordidas de cobra ou síndrome hemolítico urêmica. • Pós-Renal - obstrução do trato urinário (hipertrofia prostática, CA de próstata, precipitação de cristais como ácido úrico, oxalato de Ca. 19/10/2015 3 • Principais causas: Sepse, hipovolemia, ICC • 6% de IRA nas UTIs •Metade dos doentes que sobreviverem irão necessitar de diálise • Qto < diurese > mortalidade As nefrotoxinas, depois da isquemia representam a causa mais frequente de IRA: antibióticos aminoglicosídicos, contrastes urográficos, quimioterápico, drogas imunosupressoras (ciclosporina), drogas antinflamatórias não-esteroidais. A IRA isquêmica ou tóxica envolve alterações estruturais e bioquímicas que resultam em: Fisiopatologia Morte celular Alteração da função Vazamento transtubular do filtrado Inflamação Lesão tubular • Fase inicial - período de exposição à drogas nefrotóxicas ou isquemia, duração depende do tempo da exposição ao agente causador - volume urinário pode estar normal ou reduzido. • Fase Oligúrica - volume urinário < 500mL/dia, podendo conter hemácias, leucócitos e células epiteliais e até mesmo pequena perda proteica. Fases da IRA • Fase Diurética - rápida elevação do volume urinário, devido à incapacidade dos túbulos em reabsorver sal e água. Porém, há ainda elevação das concentrações plasmáticas de ureia e creatinina. O paciente pode precisar de diálise Essa fase é crítica - 25% de mortes • Fase de Recuperação Funcional - redução da ureia e Cr A IRA influencia o estado nutricional e o metabolismo? • A IRA afeta significativamente o estado nutricional e o metabolismo de todos os nutrientes, alterando a excreção de líquidos, de metabólitos, de eletrólitos e de minerais. • O hipercatabolismo da IRA está relacionado à gliconeogênese acelerada, à hiperglicemia, à resistência insulínica, à alteração da lipólise, à acidose, à liberação hepática de proteínas de fase aguda, ao balanço nitrogenado negativo, às perdas decorrentes da doença de base e da terapia de reposição renal, quando indicada. DITEN, 2011 19/10/2015 4 As terapia s de reposição renal influencia m o estado nutricional e o metabolismo na IRA? • As terapias de reposição renal podem afetar significativamente o estado nutricional e o metabolismo dos pacientes com IRA, devido ao aumento das perdas de nutrientes durante o procedimento, ao desencadeamento do processo inflamatório e à elevação da proteólise corporal. • O método, a intensidade e a duração da terapia de reposição renal determinam o grau de influência no estado nutricional e no metabolismo dos pacientes. DITEN, 2011 Quais são os métodos indicados para a avaliação do estado nutricional de pacientes com IRA? • O exame físico, os métodos antropométricos, de composição corporal, e os níveis séricos isolados de proteínas viscerais não são clinicamente úteis para avaliar o estado nutricional de pacientes com IRA. • Já a história pode ser o método disponível mais importante para a determinação do risco e da necessidade de intervenção nutricional dos pacientes com IRA (estado nutricional prévio, existência de problemas gastrintestinais, e de deglutição; qualidade, quantidade e método de ingestão alimentar; intolerâncias e condição do apetite). DITEN, 2011 Quais são os métodos indicados para a avaliação do estado nutricional de pacientes com IRA? O uso de pelo menos quatro critérios tem sido sugerido recentemente para diagnóstico destes pacientes: bioquímicos (tais como a albumina, ou pré-albumina), perda de peso corporal, diminuição da massa muscular e baixa ingestão proteico- energética, mas outros estudos são necessários para validar plenamente estes parâmetros. DITEN, 2011 Objetivos Nutricionais na IRA 1) tratar a doença de base; 2) manter o estado nutricional e metabólico; 3) manter o equilíbrio hidroeletrolítico ácido básico e mineral; 4) apoiar as funções renais e de outros sistemas orgânicos; 5) prevenir dano renal adicional e 6) auxiliar na recuperação da função renal, se possível.DITEN, 2011 Alterações Metabólicas na IRA • Consumo de oxigênio aumenta 20% • Acidose metabólica aumenta catabolismo proteico • Resistência à insulina • Ocorre ativação do eixo neuroendócrino, aumento de hormônios contrarreguladores (glucagon, catecolaminas e cortisol) - neoglicogênese • Devido aos métodos dialíticos ocorrem alterações no EN - perdas de aminoácidos • Intolerância à glicose pela resistência à insulina • Ocorre acidose, hipervolemia, hipercalemia, hiperfosfatemia. • > risco de infecção, dificuldade de cicatrização e mortalidade quando há elevado hipercatabolismo. • Antes do surgimento dos métodos dialíticos, a dieta hipoproteica era preferida p/ IRA. • Após os ttos dialíticos, o suporte enteral e/ou parenteral tornou-se objetivo primário no tto desses pacientes. 19/10/2015 5 Estratégias Nutricionais - Início da terapia nutricional é influenciada pelo EN - Durante a fase inicial da IRA (24 - 48 h após trauma ou cirurgia), o suporte nutricional deve ser evitado - infusão de aminoácidos e glicose nessa fase pode agravar a lesão tubular renal. Terapia Nutricional na IRA– Recomendações Diárias Nível de estresse Recomendação Energia Leve Moderado Grave 30-35 25-30 kcal/kg PA ou PI 20-25 Proteínas Leve Moderado, com TRR Grave com TRR 0,6-1,0 1,0-1,5 g/kg PA ou PI 1,3 – 1,8 Carboidratos 3-5 (máx. 7) g/kg PA ou PI ou 45 a 60% VET Lipídios 0,8-1,2 g/kg PA ou PI ou 20% (sepse) a 35% VET Líquidos 500-750 mL + diurese de 24 h + outras perdas (ex.: dreno, vômito, fístulas) PA: peso atual; PI: peso ideal (casos de obesidade). TRR: terapia de reposição renal DITEN, 2011 Terapia Nutricional – Observações Energia e Proteínas • Aporte calórico elevado não foi associado com melhor balanço nitrogenado. • ↑ Aporte calórico = hiperglicemia, hipertrigliceridemia, ↑ produção de CO2, sobrecarga hídrica. • Necessidade proteica depende da doença de base, do grau de catabolismo, da indicação de diálise, do aporte calórico. • Não há recomendação de limites mínimos e máximos de proteína. DITEN, 2011 Terapia Nutricional - Recomendações Vitaminas e Minerais • Excesso de vitamina C pode aumentar o risco de oxalose secundária. Recomendação: 60 a 100 mg/dia. • Demais vitaminas hidrossolúveis: de acordo com as DRIs. • Cálcio e Magnésio: perda ↑ durante a TRR contínua. • Suplementação conforme monitoramento sérico. • Zinco, Cobre, Selênio e Tiamina: em caso de TRR contínua, recomenda-se, pelo menos, o dobro das DRIs. DITEN, 2011 Terapia Nutricional na IRA • Pacientes com IRA têm necessidades variadas e individualizadas de energia, líquido, eletrólitos e outros nutrientes, que dependem da fase da doença, do volume urinário, da presença de perdas por fístulas, drenos, sondas, queimaduras e outros, e do tempo de jejum. • A determinação das necessidades de energia, de nutrientes e de líquido depende do monitoramento diário, particularmente dos níveis séricos de potássio, sódio, magnésio e fósforo. Nutrição na IRA Dialítica 19/10/2015 6 Objetivos da avaliação Nutricional: • Identifica indivíduos desnutridos • Identificar indivíduos em risco nutricional • Fornecer suporte para prescrição dietética Avaliação – ídem pré-diálise Porém – usar peso seco!!! Pós diálise Avaliação Nutricional na Hemodiálise Peso “seco” Ausência de edema Após sessão de hemodiálise Descontar o líquido peritoneal É realizado o cálculo do peso ideal pelo nefrologista no início da terapia, e é reajustado ao longo das sessões de hemodiálise. Com este peso o paciente renal crônico deve se sentir bem, sem inchaços, com a pressão arterial normal, entre outros. Durante o intervalo das sessões o pacientes adquiri um ganho interdialítico que não poderá exceder a 3% do valor do peso seco Este cálculo é realizado da seguinte forma, multiplique o peso seco por 3 e divida o resultado por 100. Exemplo: Peso seco: 70kg 70×3= 210 210/100= 2,1kg O ganho interdialítico deverá ser no máximo de 2kg e 100g Micronutrientes na IRA Laranja pêra Mamão Mexerica Abacate Banana nanica Uva Melão Kiwi Água de coco Frutas Recomendações de micronutrientes Alimentos ricos em POTÁSSIO (>5,0 mEq/100g) Couve Tomate Berinjela Beterraba Acelga Batata Brócolis Almeirão Alimentos ricos em POTÁSSIO (>5,0 mEq/100g) Hortaliças e tubérculos Feijão Lentilha Ervilha Grão de bico Soja Amendoim Castanhas Leguminosas e oleaginosas cozimento promove a perda de 60 % desse eletrólito 19/10/2015 7 Baixo Potássio Banana maçã Laranja lima Baixo Potássio Sódio e Líquidos Para pacientes em diálise, a restrição de sódio é indicada para o controle da PA e para o controle da ingestão de líquidos . Quando o balanço de sódio é bem controlado, o mecanismo da sede, regula o balanço de água de forma adequada O peso interdialítico não deve ultrapassar 3 a 5 % do peso seco. Restrição de sal: • Ajuda no controle da PA • Melhora eficiência dos antihipertensivos • Melhora o efeito anti proteinúrico dos antihipertensivos Não usar sal dietético Na: 1000 – 1500mg/d Sal: 2,5 a 4g/d Líquidos: 500mL + VUR Cálcio e Fósforo A prescrição dietética de cálcio e fósforo, deve ser individualizada para pacientes com DRC ,pois depende de vários fatores : Fase da DRC Uso de calcitriol (1,25 diidroxicolecalciferol) Tipo de doença óssea Concentração óssea de cálcio e Fósforo Fontes: leite e derivados, carnes e ovos, leguminosas e oleaginosas LITÍASE RENAL • A prevalência de nefrolitíase no mundo contemporâneo é alta, sendo descrita como situada entre 5 e 10% . • Aproximadamente 12% da população mundial formará pelo menos um cálculo renal ao longo de sua vida. • A faixa etária mais acometida está entre os 20 e 50 anos. • A obesidade está associada a uma maior prevalência de litíase renal, principalmente em mulheres. 19/10/2015 8 Litíase Renal • As causas mais comuns de litíase renal são as anormalidades metabólicas primárias, das quais a hipercalciúria idiopática é a causa em 60% dos casos. • Para que um cálculo renal se forme é necessário a presença dos chamados fatores de risco da litogênese. Dentre estes se destacam os ambientais, dos quais, a dieta é um dos fatores mais importantes e mais estudados atualmente. Fatores dietéticos Dentre os fatores dietéticos se destacam: • cálcio, do sódio, do potássio, do oxalato, do magnésio, das proteínas, das purinas, dos carboidratos, das fibras vegetais, das gorduras e dos líquidos. • Alguns destes nutrientes interferem positivamente na cascata litogênica aumentando as chances de formação de cálculos (ex. cálcio, oxalato e proteínas), já outros têm uma função protetora diminuindo os riscos (ex. fibras e potássio). Cálcio A grande maioria dos cálculos renais são constituídos de cálcio e oxalato. A baixa ingestão de cálcio pode favorecer a formação de cálculos renais. A provável explicação para este mecanismo é consequência de que há na luz intestinal uma maior liberação de oxalato para ser absorvido. Cálcio Esta maior absorção de oxalato levaria a uma maior excreção do mesmo, favorecendo a supersaturação e a formação de cristais de oxalato de cálcio,iniciando-se assim toda a cascata fisiopatogênica da litíase renal. Na presença de maiores quantidades de cálcio, o oxalato se liga a este, e ambos são então excretados pelas fezes. Sódio A excreção urinária aumentada de sódio se associa com a elevação também de cálcio urinário, provavelmente devido a uma competição na absorção entre esses minerais ao longo do túbulo renal. E assim, uma restrição de sódio na dieta, através da redução de sal de cozinha e/ou de alimentos ricos em sal, deve ser prescrita, principalmente se houver um estado de hipernatriúria em urina de 24 horas. Potássio A baixa ingestão de potássio pode ser um fator de risco para litogênese. Ao que parece a presença de potássio diminuiria a excreção de cálcio urinário. 19/10/2015 9 Oxalato O oxalato proveniente da dieta contribui com apenas 10 a 20% da excreção do oxalato urinário. Para que possa ocorrer hiperoxalúria decorrente da dieta, seria necessária, na grande maioria das vezes, uma ingestão exagerada de alimentos muito ricos em oxalato, o que é raro na nossa população. É, no entanto, importante correlacionar a ingestão de oxalato com a sua excreção urinária, antes de se definir a orientação nutricional com restrição ou não de alimentos ricos em oxalato (cerveja, leite, chocolate, bebidas de soja, suco de quase todas as frutas, couve, pepino, pimentão verde, salsão, berinjela, beterraba, bolachas integrais, pão pipoca, farelo de trigo, aveia, feijão) Proteínas A ingestão de proteína irá causar um aumento da massa renal, a carga de sulfato filtrado na urina irá aumentar e consequentemente se desenvolve uma acidose metabólica. O aumento da massa renal irá aumentar o calcitriol plasmático levando a um aumento da absorção intestinal de cálcio com consequente aumento da carga de cálcio filtrada e a hipercalciúria pós prandial. ORIENTAÇÕES NA LITÍASE RENAL * Uma dieta com baixo teor de gordura * Redução da ingestão de vitamina C * Dieta baixa em oxalatos * Beber muita água * Reduzir a ingestão de sódio * Suplementar a dieta com carboidratos complexos e reduzir PTN * Comer mais fruta rica de potássio e legumes NUTRIÇÃO na Doença Renal Crônica Objetivos da Dietoterapia • Manter um bom estado nutricional • Controlar sintomatologia urêmica e dos dist. hidroeletrolíticos • Prevenir ou reduzir a toxicidade urêmica • Atuar nas doenças correlatas como: hiperpara secundário, desnutrição e várias outras alterações metabólicas Proteínas Excesso de proteínas na dieta promove aumento de proteinúria, danos histológicos renais. Dieta hipoproteica • diminui pressão intraglomerular • reduz consumo de oxigênio devido menor excreção de amônia e fosfatos • Diminui lipídios, reduz geração de produtos nitrogenados tóxicos e a carga ácida Nutrição na Pré-diálise ou Tratamento Conservador 19/10/2015 10 Estudos clínicos e de metanálise têm evidenciado o benefício da dieta hipoproteica sobre ritmo da progressão, bem como sintomatologia urêmica. Essa dieta reduz o risco de morte e prolonga o tempo para a entrada em diálise. Recomendações diárias de proteínas TFG (mL/min) Proteína (g/Kg peso ideal/dia) > 60 0,8 a 1,0 25 - 60 0,6 (60% de AVB) < 25 0,6 (60% de AVB) ou 0,3 + cetoácidos DM 0,8 (60% de AVB) Mitch & Klahr, 1998 Proteínas Alto Valor Biológico Alimento Proteína (g) leite - 1 copo médio (200g) 7,0 iogurte - 1 pote (200) 7,0 queijo - 1 fatia média (30) 7,0 ovo - 1 unidade (50) 6,4 Carne boi - 1 bife médio (100) 23 Frango - 1 peito pequeno (100) 22 Peixe - 1 filé (100) 19 Proteínas Baixo Valor Biológico Alimento Proteína (g) feijão - 8 col. de sopa (120) 9,4 ervilha - 5 col. de sopa (100) 6,7 lentilha - 8 col. de sopa (120) 6,0 pão - 1 unidade (50) 5,0 macarrão - 1 prato raso (125) 4,0 arroz - 5 col. de sopa (100) 2,0 batata - 1 unidade (110) 2,0 Alimentos calóricos e com baixo teor protéico Alimento Energia (Kcal) Proteína (g) mandioca - 3 pedaços (130g) 154 1,2 farinha - 2 col. de sopa (40) 142 0,7 mandioquinha - 1 unidade (114) 92 1,5 óleos vegetais - 1 col. de sopa 71 0 margarina - 1 col. de chá (5) 36 0 maionese - 1 col. de sopa (15) 58 0,1 creme de leite - 1 col. de sopa (20) 50 0,5 açúcar - 1 col. sobremesa (10) 39 0 mel - 1 col. sobremesa (14) 43 0 goiabada - 1 fatia (30) 82 0 Recomendações de lipídios Saturados - < 10% Mono (oliva e canola) - 10 a 15% Poli (soja, milho e girassol) - 10% Na DRC pode haver intolerância à glicose - onde a uremia afeta as ligações da insulina com os receptores. Evitar ingestão de CHO simples Estimular consumo de fibras Recomendações de carboidratos Tratamento Conservador Energia (kcal/kg de peso atual ou ideal, em caso de obesidade ou muito baixo peso) 30 a 35 Proteínas (g/kg de peso atual) 0,6 - 0,8 Fósforo (mg) Em torno de 800, ou 10 a 12 mg/kg Cálcio (mg) Individualizado para cálcio, fósforo e PTH séricos; 1.000- 1.200 Sódio (mg) 1.000 2.300 Potássio (mg) Individualizado; geralmente não restrito, ou restrição de 1.000-3.000 Individualizado; geralmente não restrito, ou restrição de 1.000-3.000 Recomendações diárias de nutrientes para pacientes na fase não-dialítica da doença renal crônica PTH: hormônio da paratireóide. DITEN, 2011. Calorias Desnutridos - 35 -45 kcal/kg/peso atual Manutenção (eutrofia)– 35 kcal/kg/peso Obesidade- 25 -30 kcal/kg/peso Proteínas Desnutridos e DM- 0,8 -1,0g/Kg/dia Manutenção – 0,6g -0,8g/kg/dia (60-80% de AVB) Carboidratos 50 – 65% do valor energético total (VET) Lipídios 25- 35% ou Fibras 20-25g Sódio 1-3g individualizado para pressão e edema Potássio Individualizado ou até 3g (76 mEq) Fósforo 800mg ou < 10mg/kg/dia Cálcio 1000- 1500mg Líquidos Normalmente sem necessidade de restrição Fonte: Riella, M.C. Nutrição e Rim. 2001 Tratamento Conservador 19/10/2015 11 Tratamento Conservador Minerais Micronutrientes Potássio A hipercalemia é comum nos pacientes urêmicos, a dieta pode promover a hipercalemia, além disso, a acidose, obstipação intestinal, IECA, B-bloqueadores, hipercatabolismo, def. insulina, diuréticos poupadores de K. Potássio Potássio Processo de cocção das frutas e hortaliças em água Reduz em médias 60% a concentração de K Alimento Cru Cozido (mEq/100g) Beterraba 10,8 4,1 Cenoura 9,5 4,6 Couve 9,5 2,4 Banana 7,7 2,9 Feijão 21,6 6,9 Baixo Potássio 19/10/2015 12 Banana maçã Laranja lima Baixo Potássio A carambola é tóxica para os pacientes DRC Cuidado! Doença Renal: Ca, P, PTH, Vit. D Função Renal Retenção de P Hiperfosfatemia Secreção de PTH Ca Hiperpara secundário Síntese do calcitriol Hiperplasia da paratireóide Absorção de Ca Dça óssea renal Alimentos ricos em P: Leite e derivados, carnes bovina e de frango, fígado de boi, peixe, sardinha, ovo feijão, soja, amendoim, castanha de caju, refrigerantes a base de cola, cerveja. Sódio e Líquidos Restrição de sal: • Ajuda no controle da PA • Melhora eficiência dos antihipertensivos • Melhora o efeito anti proteinúrico dos antihipertensivosNa: 1000 – 1500mg/d Sal: 2,5 a 4g/d Não usar sal dietético Nutrição no Tratamento Dialítico 19/10/2015 13 Tipos de Tratamento Hemodiálise Diálise peritoneal Objetivos da avaliação Nutricional: • Identifica indivíduos desnutridos • Identificar indivíduos em risco nutricional • Fornecer suporte para prescrição dietética Avaliação – ídem pré-diálise Porém – usar peso seco!!! Pós diálise Avaliação Nutricional na Hemodiálise Recomendações Nutricionais Terapia Nutricional - Tratamento Hemodialítico Terapia Nutricional – Diálise Peritoneal Terapia Nutricional – Hemodiálise e Diálise Peritoneal 19/10/2015 14 Transplante Renal TX Renal Geralmente é indicado como última opção terapêutica, onde os doentes estão em fase avançada da doença e muitas vezes desnutridos. Os TX envolvem trauma físico e uso de imunossupressão - induzem piora do EN. O Transplante do rim é um procedimento através do qual se coloca no corpo de uma pessoa um rim saudável. Este novo e único rim deve ser capaz de substituir totalmente os dois rins que pararam de funcionar. Na cirurgia, o novo rim é colocado dentro do abdômen do paciente e a artéria e a veia do novo rim são conectados a artéria e a veia do paciente. O sangue flui através do novo rim e provoca a formação de urina, o que pode acontecer imediatamente ou demorar algumas semanas. Os rins antigos podem continuar no corpo do paciente desde que não estejam causando infecção ou alterando a PA. Tratamento Conservador DP T X Preemptivo TX Renal HEMODIÁLISE Possíveis doadores: • Doador vivo, com ou sem laço de parentesco com o paciente. • Doador cadáver. Condições para o transplante: • O sangue e os tecidos do doador e do doente precisam ser compatíveis e as chances são maiores se houver parentesco entre os dois. • Lista de espera • Leis 19/10/2015 15 TX Preemptivo Estudos atuais evidenciam que Tx Preemptivo aumentaria a sobrevida do paciente renal, em comparação ao Tx após diálise. Problemas relacionados • Disponibilidade de doador • A diálise é um fator de sensibilização para doação • Não aderência • Encaminhamento tardio • Alto custo no início do tratamento Rejeição: Após a cirurgia, o transplantado precisa tomar medicamentos imunossupressores todos os dias para o resto da vida. Mesmo assim pode haver rejeição e o novo rim também falhar. Desta forma, será necessário retorno a diálise e um novo transplante poderá ser realizado posteriormente. O cuidado nutricional é caracterizado de acordo com a fase do TX: • Pré-TX: melhorar prognósticos cirúrgicos • Pós-TX imediato: estresse cirúrgico e altas doses de imunossupressores • Pós TX: fatores como obesidade, dislipidemias, int. à glicose, osteoporose, etc) aumentam o risco de mortalidade e perda do enxerto. Nutrição e TX Período Pré TX O objetivo nessa fase é a correção da desnutrição e prevenção ou tto da obesidade. Desnutrição: > taxa de mortalidade Obesidade: aumenta risco cirúrgico, tempo de hospitalização e complicações como DM e DCV. Período Pós TX Imediato Refere-se ao período de 4 a 6 semanas pós cirurgia. O pcte é submetido a um gde estresse metabólico e juntamente com altas doses de imunossupressão leva a uma catabolismo proteico grave. O catabolismo proteico pode variar de 0,7 a 2,1g/kg/d, sendo que a ingestão ptn deve ser > 1,2g/kg/d e a necessidade calórica pode variar entre 33 a 35kcal/kg/d. Marcado por inúmeras complicações nutricionais: • Hipercatabolismo ptn • obesidade • dislipidemia • HAS • DM Período Pós TX Tardio 19/10/2015 16 Rejeição aguda Rejeição e infecção são duas preocupações nesse período pós TX imediato e mesmo com taxas elevadas de Cr e uréia a dieta continua sendo hiperproteica e hipercalórica. Rejeição Crônica A patogênese da rejeição ainda é pouco conhecida. Nesse caso a dieta volta p/ hipoproteica (0,6-0,8g/kg/d) TRANSPLANTE – Tratamento Transplante renal - Pós transplante imediato Tratamento Transplante renal - Pós transplante TARDIO Transplante com enxerto Tratamento Transplante renal – Com Enxerto RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NA DOENÇA RENAL NO PACIENTE PEDIÁTRICO 19/10/2015 17 FIM
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