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Terapia Nutricional para indivíduos com Insuficiência Renal Nutr. Laila Santos de Andrade Especialização em Nutrição Aplicada às Doenças Renais - UNIFESP Mestra e Doutora em Ciências com ênfase em Nefrologia - UNIFESP Curso de Terapia Nutricional e Nutrição Clínica GANEP Educação Funções dos Rins Homeostática • Equilíbrio hidroeletrolítico e ácido básico Endócrina • Renina (hemodinâmica sistêmica e renal) • Eritropoetina (maturação dos eritrócitos) • Vitamina D ativa (metabolismo ósseo) Excretória • Produtos finais do metabolismo • Drogas e medicamentos Lesão Renal Aguda (LRA) Redução brusca da função renal Critérios para diagnóstico da LRA: KDIGO, 2012 Aumento da creatinina sérica ≥ 0,3 mg/dL em 48 horas; Aumento da creatinina sérica de pelo menos 50% do valor basal em 7 dias; Volume urinário < 0,5 mL/kg/hora por 6 horas. ou ou Lesão Renal Aguda (LRA) Makris, K. and Spanou, L., 2016 Lesão Renal Aguda (LRA) Alterações no metabolismo de todos os macronutrientes, o que leva a hiperglicemia, hipertrigliceridemia e ao hipercatabolismo; Suporte nutricional: Evitar subnutrição energético-proteica; Minimizar a inflamação; Reduzir o risco de mortalidade; Preservar a massa magra; Melhorar a atividade antioxidante Evitar complicações e distúrbios metabólicos; Melhorar a função imune e a cicatrização. Lesão Renal Aguda (LRA) * Ofertas superiores a 30 kcal/kg/dia de calorias não proteicas, além de não apresentarem benefícios na redução do catabolismo, podem desencadear complicações como hiperglicemia, hipervolemia e hipertrigliceridemia. Recomendação de energia Calorimetria indireta (CI)- método padrão-ouro para determinação de gasto energético; 25 a 30 kcal/kg/dia Ausência da CI Estimativa do peso seco- Desafio ASPEN, 2016 Lesão Renal Aguda (LRA) Recomendações de proteínas Referências Proteína (g/kg/dia) Fiaccadori et al., 2013 Sem catabolismo e sem diálise: 0,8 a 1 Catabolismo moderado, em diálise: 1,2 a 1,5 Catabolismo grave, em diálise contínua ou estendida: 1,7 a 2 ASPEN, 2016 1,2 a 2,5 Cálculo do catabolismo proteico por meio do aparecimento de nitrogênio ureico (ANU): ANU (g/d) = excreção de NUU + variação do NUS Em que: NUU = nitrogênio ureico urinário (mg/dL) NUS = nitrogênio ureico sérico inicial (NUS1) e final (NUS2) (mg/dL) PC = peso corporal inicial (PC1) e final (PC2) (kg) V = volume urinário (L) Para os pacientes em diálise, acrescentar as perdas de nitrogênio ureico no dialisato. Drum, W., 2005; Fouque, D. et al., 2008 Excreção de NUU = NUU x V Variação do NUS = (NUS2 – NUS1) x 0,006 x PC1 + (PC2 – PC1) x NUS2/100 Nitrogênio ureico= [] ureia x 0,467 Balanço nitrogenado: Balanço nitrogenado = nitrogênio dietético ingerido – ANU Balanço nitrogenado Classificação do catabolismo ≥ 0 Neutro ou Anabolismo < -5 Leve -5 a -10 Moderado > -10 Grave Drum, W., 2005; Fouque, D. et al., 2008 Nitrogênio dietético ingerido = proteína ingerida (g)/6,25 Avaliação nutricional na LRA Em torno de 60% dos pacientes hospitalizados com LRA apresentam algum grau de subnutrição; Pacientes críticos- métodos convencionais de diagnóstico do estado nutricional são pouco úteis e pouco confiáveis. ASPEN, 2016; Bufarah, MNB. et al., 2019 Ferramentas para diagnóstico do risco nutricional: Paciente não crítico- NRS-2002 Paciente crítico- escore NUTRIC Administração da dieta Preferencialmente: via oral; Se a alimentação via oral não for possível, iniciar a alimentação via enteral dentro de 24 a 48 horas; Em até 72 horas o paciente deve receber pelo menos 80% das recomendações calórico-proteicas- monitorar para que não ocorra síndrome de realimentação; A nutrição parenteral deve ser indicada para complementar o aporte nutricional quando não for possível oferecer ao menos 60% das recomendações calórico- proteicas por mais de 7-10 dias pela via enteral; A parenteral deve ser iniciada o mais rapidamente possível em pacientes com alto risco nutricional ou gravemente subnutridos. ASPEN, 2016 Doença Renal Crônica (DRC) KDIGO, 2012 A DRC caracteriza-se por anormalidades estruturais ou funcionais do rim, presentes por mais de 3 meses, com implicações para saúde. Taxa de Filtração Glomerular (TFG) Depuração de creatinina (urina de 24 horas) Equações para estimar a depuração de creatinina: MDRD CKD-EPI Classificação da DRC Categoria TFG (mL/min/1,73m2) Albuminúria 1 90 Presente 2 89 a 60 Presente 3a 59 a 45 Presente ou ausente 3b 44 a 30 Presente ou ausente 4 29 a 15 Presente ou ausente 5 <15 (dependente ou não de diálise) Presente ou ausente TFG: taxa de filtração glomerular KDIGO, 2012 Sangue Sangue Rim Urina Urina Rim Toxinas urêmicas Toxinas urêmicas Saudável Doente Principais manifestações clínicas: Pressão arterial descontrolada; Inchaço no rosto, pés e mãos; Náusea, vômito e falta de apetite Palidez, cansaço e pele amarelada; Hálito urêmico; Fragilidade dos ossos. Etiologia da DRC • Hipertensão arterial • Diabete Melito • Glomerulopatias • Obstruções – Tumores e cálculos • Rins Policísticos • Outros: – doenças imunológicas – doenças infecciosas – infecção urinária de repetição – uso crônico de antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) Diagnóstico de base dos pacientes em diálise Fonte: Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia Prevalência de DRC Global- 9%; 697 milhões de pessoas com DRC no mundo; 17 milhões de pessoas com DRC no Brasil. Collaboration GCKD; Lancet, 2020 Prevalência de DRC Diálise Neves, PDMM. et al., 2020 Aumento de 58% na prevalência de pacientes em diálise crônica entre 2009 e 2018 no Brasil. Fases do tratamento de indivíduos com DRC: Doença Renal Crônica (DRC) Não dialítica ou Tratamento Conservador Terapia renal substitutiva: - Diálise (Hemodiálise e Diálise Peritoneal) - Transplante renal Objetivos da terapia nutricional Reduzir o acúmulo de produtos nitrogenados e eletrólitos Reduzir a sintomatologia urêmica Auxiliar no controle de complicações metabólicas e hormonais Retardar o ritmo de progressão da doença Auxiliar na prevenção ou no controle de alterações nutricionais - subnutrição energético proteica ou obesidade Acidose metabólica Resistência à insulina Hiperparatiroidismo secundário/Hiperfosfatemia Hiperpotassemia Dislipidemia Doenças cardiovasculares Hipertensão Nós Comemos! “Comida também tem a ver com prazer, comunidade, família e espiritualidade, com nossa relação com o mundo natural e com a expressão de nossa identidade.” Michael Pollan Guia Alimentar para população brasileira, MS., 2ª edição, 2014. “A transformação para dietas saudáveis até 2050 vai exigir mudanças substanciais na dieta. O consumo geral de frutas, vegetais, nozes e legumes terá que duplicar, e o consumo de alimentos como carne vermelha e açúcar terá que ser reduzido em mais de 50%. Uma dieta rica em alimentos à base de plantas e com menos alimentos de origem animal confere benefícios à saúde e ao meio ambiente.” Proteína Ko, GJ. et al., 2017 Estudo experimental (ratos) - % glomérulos esclerosados Restrição proteica e Progressão da DRC Dieta hipoproteica Dieta hiperproteica Hostetter TH, Kidney Int, 1986 Fouque, D., Aparicio, M., 2007; Ko, GJ. et al., 2017 Proteína KDOQI 2020 Proteína (g/kg/dia) Categorias 1 e 2 (TFG > 60 mL/min) 0,8 a 1 Categorias 3 a 5 (TFG < 60 mL/min), sem diabetes 0,55 a 0,60 ou 0,28 a 0,43 suplementada com AAE e cetoácidos Categorias 3 a 5 (TFG < 60 mL/min), com diabetes 0,6 a 0,8 Uma dieta com alta proporção de proteínas de origem vegetalestá associada a menor mortalidade dentre indivíduos com DRC. Cases, A. et al., 2019 KDOQI 2020 Recomendação de energia Indivíduos metabolicamente estáveis 25 a 35 kcal/kg/dia Considerar: idade, sexo, nível de atividade física, composição corporal, nível de função renal, doenças, presença de inflamação. Guiar inicialmente o planejamento da orientação dietética. Monitorar e realizar ajustes Avaliação da ingestão alimentar Métodos para avaliação da ingestão alimentar • Registro alimentar de 3 dias • Recordatório alimentar de 24 horas • Questionários de frequência de ingestão alimentar Excreção de nitrogênio • Equivalente proteico do aparecimento de nitrogênio (PNA) KDOQI 2020 PROTEIN NITROGEN APPEARANCE (PNA) Considerações: - Balanço nitrogenado neutro - Pode não refletir o hábito – ingestão pontual - Coleta adequada da urina PNA (g prot/d) = [(NUU (g)) + (0,031 g N x kg)] x 6,25 NUU (nitrogênio uréico urinário) = Vol.Uri 24 h (L) x (Uréia Uri (g/L) ÷ 2,14) Marroni BJ et al, KI, 1985 Suplementação Suplementação oral – Mínimo 3 meses Avaliar necessidade de nutrição enteral ou parenteral. KDOQI 2020 Potássio Aumento da secreção tubular de potássio Aumento da excreção de potássio pelas fezes Orientar controle da ingestão de potássio se: Hiperpotassemia (> 5,0 mEq/L) TFG < 15 mL/min Arritmias cardíacas Como orientar redução na ingestão de potássio? Principais fontes de potássio: Frutas Hortaliças Leguminosas Oleaginosas Limitar a ingestão de alimentos com alto teor de potássio Método específico de cocção de legumes Alimentos com ≥ 5,1 mEq de potássio/porção Frutas: • Laranja pera • Mamão formosa • Abacate • Uva • Goiaba • Fruta do conde • Banana nanica • Banana prata • Melão • Kiwi • Água de coco • Maracujá • Jaca • Laranja lima • Maçã • Pera • Banana-maçã • Jabuticaba • Acerola • Ameixa • Abacaxi • Caqui • Morango • Pêssego • Melancia • Limão • Manga Alimentos com ≤ 5,0 mEq de potássio/porção Método específico de cocção para os vegetais: Pré-cocção: remover cascas e fatiar em pedaços pequenos Cocção: 1x em água desprezar água Tempo necessário: de acordo com cada alimento Perda média de potássio: ~60% Cuppari et al., 2004 Fatores que contribuem com o aumento da concentração sérica de potássio: Constipação Acidose metabólica Deficiência de insulina Uso de determinados medicamentos Evenepoel P., Meijers BK., Kidney International. 2012 Padrões alimentares saudáveis: Frutas e legumes, peixe, legumes, cereais, cereais integrais e fibras Carnes vermelhas, sal e açúcar refinado 2018 CARAMBOLA • Neurotoxicidade • Soluços, vômitos, astenia, confusão mental, convulsões, coma e óbito. CARAMBOXINA Neto, M.M. et al., 2003; Garcia-Cairasco, N. et al., 2013 Sódio Excreção urinária de sódio associação Risco de progressão da DRC Risco de DCV Sódio < 2 g de sódio/dia < 5 g de sal/dia Restrição de sódio: Auxilia no controle da pressão arterial Potencializa a ação dos anti-hipertensivos Reduz proteinúria Weir, M.R., et al., 2005; McMahon, E.J., et al., 2013; Kwakernaak A.J. et al., 2014; KDIGO, 2012. Sódio Limitar a ingestão de alimentos ricos em sódio Embutidos em geral Molhos e temperos industrializados Alimentos enlatados em conserva Macarrão e sopas instantâneas Molho de soja (shoyo) Glutamato monossódico Alimentos industrializados prontos para consumo (ex: hambúrgueres e nuggets) Salgadinhos de pacote Carnes salgadas: bacalhau, carne seca, se não bem dessalgadas NÃO USAR SAL DIETÉTICO Alho Gengibre Coentro Limão Pimenta Louro Cebola Hortelã Manjericão Orégano Cheiro Verde Colorau Incentivar o uso de temperos naturais Visualização do conteúdo de sal Fases do tratamento de indivíduos com DRC: Doença Renal Crônica (DRC) Não dialítica ou Tratamento Conservador Terapia renal substitutiva: - Diálise (Hemodiálise e Diálise Peritoneal) - Transplante renal Diálise Processo pelo qual se realiza a remoção de solutos urêmicos e o excesso de água com o objetivo de restabelecer o equilíbrio hídrico e metabólico dos pacientes em DRC ou lesão renal aguda (LRA). Distribuição de pacientes conforme a modalidade de diálise Thomé, FS. et al., 2018 Hemodiálise Diálise Peritoneal Diálise Peritoneal Princípios 1,5% de glicose 2,5% de glicose 4,25% de glicose Drenagem Infusão Permanência Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD) Diálise Peritoneal Automatizada (DPA) Diálise Prevalência de Subnutrição A prevalência de subnutrição energético-proteica é elevada nos pacientes submetidos à diálise: A subnutrição energético-proteica está altamente relacionada com a mortalidade nesta população. 23 a 76% Lilian Cuppari, L. e Kamimura, MA., 2009 Causas de subnutrição energético-proteica na DRC Subnutrição energético-proteica Redução da ingestão alimentar: • Uremia; • Anemia; • Redução do paladar; • Dietas muito restritas e pouco palatáveis; • Doenças associadas; • Doenças intercorrentes (infecção, inflamação) • Medicamentos; • Aspectos sociais, emocionais e psicológicos; • Diálise insuficiente ou inadequada. Fatores Catabólicos: • Perda de nutriente no processo dialítico; • Bioincompatibilidade das membranas dos filtros de diálise; • Acidose metabólica; • Presença de comorbidades; • Resistência à insulina; • Hiperparatireoidismo secundário; • Inflamação aguda ou crônica. Subnutrição energético-proteica Absorção contínua de glicose; Pressão intraperitoneal; Sensação de plenitude gástrica e saciedade; Peritonites: perda proteica e hipercatabolismo. Subnutrição energético-proteica: particularidades da diálise peritoneal Prevalência de Obesidade 40 a 60% - CAPD 20 a 30% - HD HD DP População geral Hemodiálise Kalantar-Zadeh et al, Kidney Intenational 2003 Obesidade x Mortalidade Follow-up= 14 anos Follow-up= 4 anos Obesidade: protetora? Situações catabólicas • Tecido gorduroso energia • Poupa a massa muscular • Piora na qualidade de vida. • Contraindicação para o transplante renal (maior risco de complicações cirúrgicas). Adiposidade abdominal • Associação com inflamação, resistência à insulina e mortalidade por DCV e por todas as causas. Johansen KL, et al, Am J Clin Nutr, 2006 Gohda T, et al., Hypertens Res, 2008 Postorino M, et al., J Am Coll Cardiol, 2009 Cordeiro AC, et al., Nephrol Dial Transplant, 2010 Kuo JH, et al, J Surg Res, 2012 Kwan JM., et al. PLoS One. 2016 Obesidade Tratamento do indivíduo com obesidade deve ser analisado com cautela. Obesidade KDOQI 2020 Recomendação de energia Indivíduos metabolicamente estáveis 25 a 35 kcal/kg/dia Considerar: idade, sexo, nível de atividade física, composição corporal, nível de função renal, doenças, presença de inflamação. Guiar inicialmente o planejamento da orientação dietética. Monitorar e realizar ajustes Recomendação diária + Energia na Diálise Peritoneal Recomendação de proteína KDOQI 2020 Proteína (g/kg/dia) Hemodiálise e Diálise Peritoneal 1,0 a 1,2 Perda de nutrientes durante o procedimento dialítico Hemodiálise Diálise peritoneal Proteínas <3 g/sessão 5 a 15 g/sessão Aminoácidos 10 a 12 g/sessão 3 g/sessão Cuppari , L et al, Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar, Unifesp 2000 Mitch, W.E.; Klahr, S. Handbook of nutrition and the Kidney, 2005 Lim, V.S. et al., J Am Soc Nephrol,2005 Peritonite Avaliação da ingestão alimentar Métodos para avaliação da ingestão alimentar • Registro alimentar de 3 dias • Recordatório alimentar de 24 horas • Questionários de frequência de ingestão alimentar Excreção de nitrogênio • Equivalente proteico do aparecimento de nitrogênio (PNA) KDOQI 2020 Suplementação Suplementação oral – Mínimo 3 meses Avaliar necessidade de nutrição enteral ou parenteral. KDOQI 2020 Potássio Aumento da excreção de potássio pelas fezes Orientar controle da ingestão de potássio se: Hiperpotassemia (> 5,5 mEq/L) Arritmias cardíacas Sódio < 2 g de sódio/dia < 5 g de sal/dia Restrição de sódio: Auxilia no controle da pressão arterial Reduz a sede EBPG Guideline on nutrition, Nephrol Dial Transplant. 2007 Líquidos Ganho de peso interdialítico (GPID) –Hipertensão –Insuficiência cardíaca –Taxa de mortalidade –Sintomas na máquina (hipotensão, cãibras, náuseas, cefaleias) EBPG Guideline on nutrition, Nephrol Dial Transplant. 2007; Smith K, et al, J Ren Nutr, 2010 GPID 4 a 4,5 % do peso seco Líquidos 500 a 1.000 mL + diurese residual de 24 horas Atenção! O benefício do controle da ingestão hídrica, em relação a sobrevivência, parece ser dependente de um bom estado nutricional e de uma ingestão alimentar adequada. Kalantar-Zadeh, K., et al., 2015 Fósforo Hiperfosfatemia Fósforo sérico > 5,5 mg/dL Complicações associadas a hiperfosfatemia: • Coceiras em todo o corpo • Dores e fraqueza nos ossos • Calcificação: coração pulmão vasos sanguíneos Infarto e morte Ganesh SK., et al., J. Am. Soc. Nephrol. 2001 Naves-Diaz M., et al., Nephrol. Dial. Transplant. 2011 Palmer SC., et al., JAMA. 2011 P Causas de Hiperfosfatemia Remodelação óssea Remoção insuficiente Uso de Calcitriol (Vitamina D ativa) Vitamina D Quelantes de fósforo Uso inadequado Ingestão acima das recomendações Calcitriol Vervloet MG., et al., Nat Rev Nephrol. 2016 Acidose metabólica Daugirdas JT., Semin Dial., 2015. Evenepoel P., et al., Nephrol Dial Transplant., 2016. Hemodiálise Diálise Peritoneal Estima-se 18-30 horas de diálise por semana para evitar o uso de quelantes de fósforo. 370 - 455 mg/dia Controle na ingestão de P Fósforo dietético Fosfatos orgânicos Fosfatos inorgânicos (aditivos alimentares) Absorção 40-60% 20-50% ~ 100% Alimentos com aditivos possuem aproximadamente 70% + fósforo que alimentos sem aditivos Benini, O. et al., 2011; KDIGO 2017 Clinical Practice Guideline; KDOQI 2020 Razão entre o conteúdo de fósforo e proteína Alimento mg Fósforo / g Proteína Leite 29 Gema de ovo 29 Queijo 20 Ovo inteiro 14 Peixe 10 Frango 9 Carne Bovina 6 Clara de ovo 1,1 TACO, Unicamp, 2006 Quelantes de fósforo Liga-se ao fósforo do alimento no TGI Composto insolúvel não-absorvível Eliminado pelas fezes Quelantes de fósforo Quelante Poder quelante Vantagens Efeitos adversos Carbonato de cálcio (40% de cálcio elementar) Baixo Baixo custo Constipação, Hipercalcemia e calcificação metastática Acetato de cálcio (25% de cálcio elementar) Moderado Maior poder quelante com oferta de cálcio menor que o carbonato de cálcio Contipação, náuseas, hipercalcemia e calcificação metastática Cloridrato de sevelâmer Moderado Não contém alumínio ou cálcio Diarreia ou constipação, flatulência, náusea e dispepsia Diretrizes Brasileiras de Prática Clínica para o Distúrbio Mineral e Ósseo na Doença Renal Crônica, 2011 Prescrição de Quelantes Refeições e Lanches que contenham alimentos com elevado teor de fósforo; Adequar a quantidade de quelante à quantidade de fósforo da refeição; Orientar a ingestão do quelante durante a ingestão dos alimentos. Resumo: Tratamento Conservador Energia: adequar, Proteína: hipoproteica, Potássio: orientar controle quando necessário, Sal: orientar controle da ingestão. Valorizar a qualidade da alimentação e a relação do paciente com a comida. Procurar ver o paciente de maneira integral. Energia: adequar (ver a bolsa na DP), Proteína: hiperproteica, Potássio: orientar controle de forma individualizada, Sal: orientar controle da ingestão, Líquidos: orientar controle quando necessário, Fósforo: orientar controle da ingestão de alimentos ricos em fósforo e uso adequado do quelante (quando necessário). Resumo: Diálise Valorizar a qualidade da alimentação e a relação do paciente com a comida. Procurar ver o paciente de maneira integral. Obrigada! Laila Santos de Andrade laila.andrade27@yahoo.com.br
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