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ANTIBIOTICOS Não influencia apenas o microrganismo, como também toda sua microbiota. Classificação: 1. Efeito: bactericida ou bacteriostático 2. Espectro de ação: amplo (tetraciclinas → BGP e BGN, clamídias e rickttsias), intermediário (mata duas classes) e reduzidos (apenas 1 classe, penicilinas). Mecanismo de ação 1. Inibição da parede celular: penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos, carbapenêmicos, glico e lipopeptídeos, ATBs de uso tópico. 2. Inibição da síntese proteica: macrolídeos, tetraciclinas, aminoglicosídeos, cloranfenicol. 3. Inibição da síntese de DNA: quinolonas. 4. Lesão da membrana plasmática: uso tópico, polimixina. 5. Inibição do metabolismo: sulfonamidas, metronidazol. Casos simples → tratar empiramente: diagnosticar processo infeccioso, flora infectante local, sensibilidade do agente infeccioso, natureza da infecção (amigdalite → bacteriana = 95% estreptococos grupo A), peculiaridades do hospedeiro, entidades farmacológicas e custos. 1ª CLASSE: ANTIBIOTÓTICOS INIBIDORES DA PAREDE CELULAR Vancomicina e bacitracina → não são β-lactâmicos. Β-lactamase: inativada pelo ácido clavulônico + amoxacilina = ClavulinR. β-lactâmicos Enzima transpeptidase leva à formação das ligações cruzadas para formação da parede celular bacteriana → anel β-lactâmico inibe essas ligações! Age na fase log do crescimento bacteriano: são ineficazes se associados a bacteriostáticos. Levam à autólise mediada por enzimas, sendo que cada ATB tem seu alvo PBP (ptn de ligação à penicilina) específico -Ex: penicilina se liga a PBPZA, ptn responsável pela resistência dos MRSA. Penicinilase/ β-lactamase: quebra o anel β-lactâmico. 1. PENICILINAS Maior espectro de ação sobre BGP, pois o alvo do fármaco é o peptidoglicano mais espesso nesses microrganismos, sendo de maior importância a estes do que às BGN (não utilizar em infecções urinárias!) 60’s: produção da meticilina para bactérias resistentes a penicilina e começam a surgir os MRSA/ORSA (estafilococos aureus resistentes a oxacilina). Classificação: 1.Penicilina G (natural): penicilina G benzatina e penicilina V 2. Penicilina de amplo espectro: ampicilina, aminopenicilina, amoxicilina → boa absorção GI, eficazes inclusive contra BGN. Uso hospitalar (espectro sobre BGN): o 3. Penicilinas resistentes a b-lactamase: meticilina, oxacilina → BGP, só S. aures. o 4. Carboxipenicilina: carboponenicilina, ticarciclina → para P. aeruginosa. o 5. Ureidopenicilinas: piperaciclina, melhor escolha para P. aureuginosas Uso associados a inibidores irreversíveis da b-lactamase: sulbactam/amoxacilina; ácido clavulanico/amoxacilina. Penicilina G: 3 tipos -cristalina, procaína e benzatina. Uso indicado para profilaxia da febre reumática e glomerulonefrite, infecções estreptocócas recorrentes, e primeira linha para tratamento da sífilis. Amoxacilina: uso indicado para amidalite, faringites (1 escolha), gonorreia, infecções respiratórias, ulceras por H. pylori, Ampicilina: associado a sulbactam → maior espectro, semelhante a associação com amoxacilina, mas é necessário repor microbiota com floratil. Apesar de o melhor tratamento para meningite (cefalosporina = ceftriaxona), mas pode ser utilizada assim como outras penicilinas já que conseguem ultrapassar BHE devido ao aumento da permeabilidade. Interação: Sinérgica -com aminoglicosídeos (entra muito mais facilmente por não ter parede); Antagonismo- com bacteriostáticos (penicilina precisa do crescimento log das bactérias para ter eficácia, porque enquanto bact. cresce está fazendo síntese de parede). 2. CEFALOSPORINAS Penicilina e cefalosporinas: possuem anel b-lactâmico, e ação química resistente à ação das b-lactamases. 1º geração: mata cocos G+ e BGP → tudo que é positivo -cefalexina e cefalotina. Tem menor tempo de meia vida (ficam menos no organismo -1.8, tomar 4/4 hr). somente cefalotina sofre alteração, todas outras saem inalteradas (nefrotóxica), chegam ao tecido ósseo, baixa afinidade por ptns plasmáticas. 2º geração: maior espectro, mata BGP e BGN -cefaclor. Tem maior tempo de meia vida para 4.4, chega ao osso, SNC, somente cefaclor é metabolizado. 3º geração: BGP e negativos + pseudômonas (mata mais GN) -ceftriaxona, cefixima (gonorreia). Tempo de meia vida de 8 hr. Somente uso IV (hospitalar), maioria não é metabolizado eliminado via renal, ceftriaxona tem excreção biliar (pode levar a colelitíase) e alta afinidade com proteínas plasmáticas (permanecem mais tempo no corpo). 4º geração: muito semelhantes (mata mais GP) -cefepima. Tempo de meia vida de 12 hr. 5º geração: mata MRSA Usos: BGN pensa primeiro em quinolonas; certos casos de urinaria, septicemia, amigdalites, Meningite bacteriana em crianças: ceftriaxona (de 3ºG) Tempo de meia vida, espectro mudam entre as gerações. Penetração no SNC: ceftriaxona de 1,5-7 em um indivíduo hígido, mas a permeabilidade aumenta em casos de infecção (meningite). Reações adversas: reações de hipersensibilidade cruzada (aumentada nos casos de alergia a penicilina), nefrotoxicidade, diarreia 20%, injeção IM dolorosa, intolerância ao álcool (like dissulfiram*) e pseudo-litíase biliar. *Álcool ¹→ aldeído ²→ cetona ¹→: álcool-desidrogenase. ²→: aldeído-desidrogenase, em falta nos japoneses → reação alérgica ao ingerir álcool. Dissulfiram adm leva a esse mesmo sintoma (utilizado em etilistas crônicos pelas esposas na comida). 3. MONOBACTÂMICOS Uso hospitalar -aztreonam (6-8 hr IM/EV) Tem o anel monobactêmico e possui espectro de ação diferente nessa classe de inibidores da parede Matam primeiramente BGN aeróbias hospitalares (N. meningitidis, H. influenzae, Pseudomona spp.). estabilidade às b-lactamases Utilizado quando não há opção terapêutica, baixo índice de hipersensibilidade 4. CARBAPENÊMICOS Imipenem e meropenem Amplo espectro (BGN e P), estabilidade frente às b-lactamases Enterococos e legionelas Perfil hospitalar (EV), ligação proteica baixa, eliminação renal, mecanismo semelhante a penicilinas, mas são resistentes a ação de b-lactamases. Reações: hipersensibilidade, náuseas e vomito, convulsões. ATBs NÃO β-lactâmicos 5. GLICOPEPTÍDEOS-LIPOPEPTÍDEOS Vancomicina (t> 6 hr, dar 12/12 hr) e teicoplamina (tempo 100 hr): BGP resistentes a meticilina; lipopetídeos: dapitomicina Não são absorvidos VO (parenteral), o Único caso VO: colite pseudomembranosa por C. dificille (anaeróbica) devido a morte da microbiota. Age inibindo formação da parede celular. Reação a vancomicina: síndrome do homem vermelho por infusão in bollus, com liberação intensa de histamina: angioedema, prurido, eritema e choque. E. faecalis: VRSA, usar daptomicina. Não se pode levar em consideração apenas o MIC, mas também se a droga entra na célula. 6. OUTROS: BACITRACINA e FOSFOMICINA Uso somente tópico (nebacetim) de bacitracina Fosfomicina uso em inf urinaria baixa não complicada. 2ª CLASSE: LESÃO NA MEMBRANA PLASMÁTICA São detergentes catiônicos e alteram fosfolipideos de membrana, polimixina B e E. são extremamente tóxicas Uso tópico (extremamente nefro e hepatotóxicos). Associado a bacitracina e fosfomicina. 3ª CLASSE: INIBIDORES DA SINTESE PROTEICA Não inibem síntese proteica Inibem 50s: macrolideos, lincosamidas e estreptograminas Inibem 30s: tetraciclinas, aminoglicosídeos e cloranfenicol Inibe 70s: linezolide Entram na cel e inibem o ribossomo 1. MACROLÍDEOS Vem de um fungo isolado em 1972 Aztromicina(maioria, para casos simples 500 mg por 3 dias e complicada em 5 dias, tempo de 10 a 20 horas. Para de tomar, permanece por 7 dias mesmo após apenas 3 dias), claritromicina (h. pylori), eritromicina (grávidas e crianças apesar da baixa meia vida, topicamente para acne, metabolizados pelo fígado e excreção via biliar). Não mata P. aeruginosa, enterobacterias. (S. aureus -> usar penicilina), ação contra atípicas: micoplasmas, clamídia, legionella (não têm parede, não serve penicilina). Podem ser bactericidas ou bacteriostáticas Reações adversas: hepatotoxicidade, dor abdominal e epigástrica, tromboflebite, Interações: Antagônicas: com b-lactamicos (inibidores de parede) 2. LINCOSAMIDAS Lincomicinla e clindamicina (melhor opção para matar anaeróbios e estafilococos, tem penetração óssea). Mas C. dificille matar com vancomicina ou metronidazol. 3. Esptreptograminas INIBEM 30s 4. TETRACICLINAS Tem 4 aneis cíclicos, inibem 30s Tetraciclina, doxiciclina (clamídia e DSTs), tigeciclina: muito semelhantes a macrolídeos, uso de bac resistentes. Indicações: CGP incluindo MRSA, VISA, VRE mas não mata pseudômonas Penetram muito bem células e tecidos (pele, mm., ossos, pulmão) e ficam bastante tempo no organismo. Não utilizar em crianças (tecidos em calcificação), gestantes (teratogênica). 5. AMINOGLICOSÍDEOS Amicacina, gentamicina, neomicina São extremamente oto e nefrotóxicas -vão para tecido vestibular (surdez reversível até certo ponto), não utilizados VO Não penetra SNC, baixa ligação ptn plasmática baixa meia vida, tudo que passa inalterado pelos rins é mais importante para infecção urinária. Bactericidas ou bacteriostáticos: depende da dose. Indicações: bacilos GN graves, cocos GP (estafilo, enterro -sinergismo), MRSA, tuberculose, otite externa, gonorreia. Pode haver bloqueio neuromuscular. Cronofarmacologia: melhor adm durante o dia (função renal durante o dia é maior, período de maior TFG). 6. CLORANFENICOL Usada em febre tifoide, maior uso veterinário. Pode causar anemia aplasica, mielodepressão, síndrome do bebe cinzento (fatal) 4ª CLASSE: INIBIDORES DA SINTESE DO DNA BACTERIANO 1. QUINOLONAS -floxacina: ciprofloxacina, levoflofaxina → efetivas contra BGN: ITUs Protótipo: ác. Nalidixíco. Inibe sintese de DNA bacteriano por agir em duas enzimas: DNA-girase em BGN e topoisomerase IV em BGN → ação bactericida. Também induzem topisomerases a lesar o DNA Gerações: fluorquinolona o 1ª: ac. Nalidixico → matam BGN: família enterobacteriaceae o 2ª: mata também P. aeruginosa, atípicas e estafilococos o 3ª: mata o da 2ª + estreptococos o 4ª: mata ainda os anaeróbios Tratar ITU, prostatite, uretrite e cervicite gonocócica, TGI, osteomielite, 3 e 4ª G para infecções de pele e tecidos moles Em crianças: fibrose cística por P aeruginosa, lesão articular, febre em tifoide e paratifoide, shigelose e salmonelose potencialmente invasiva. Farmacocinética: boa disponibilidade (50 a 100%), alto volume de distribuição, baixa ligação proteica, metabolização por CYP e conjugação com ac glicurônico. 2. RIFAMPICINA Inibe a sintese de RNA em bactérias, micocbacteriias e clmidias ligando-se a RNA-polimerase DNA dependedentes Anti tuberculose Associado a sulfonas: dapizonal (profilaxia meningocócica) 5ª CLASSE: ATBS QUE INTERFEREM COM A TRANSFORMAÇÃO METABOLICA NO CITOPLASMA 1. SULFONAMIDAS Alta taxa de resistências → utilizados para diversos fins = diurese (tiazídicos), diabéticos Sulfametoxazol → alto espectro de ação sobre GN e GP Cotrimoxazol, trimetropim → matam GP, GN, shigella, listeria, catarrhalis... = maior espectro que sulfonamidas Alta biod. oral, distribuição tecidual (SNC e feto, leite), alta ligação a proteínas → tomar mais agua (até 2 L) se não pode levar a precipitação de cálculos; kernicterus Mecanismo: inibição das enzimas que sintetizam folato (sintetiza purinas e aas → fundamentais para crescimento bacteriano) são incapazes de obtê-lo = devem formá-lo a partir do PABA → sulfonamidas inibem didropleroato sintase e impede a incorporação do PABA no ac fólico 1) inibidores da síntese do folato (inibe a didrofolato sintaze): sulfametoxazol 2) inibidores da redução do folato (inibe didrofolato redutase): trimetropim 3) inibem as as enzimas: clotrimoxazol → mata mais que a sulfa normal Cuidados: tomar pelo menos 2 L agua, dar HCO3 caso tenha tendência a fazer precipitações Kernicterus: precaução em mulheres grávidas e RN → ligação forte com ptn plasmáticas (albumina) e a bilirrubina não-conjugada não é carreada. Metronidazol: mecanismo de ação não definido, mata mais contra protozoárias (giárdia, amebas, tricomonas) e bactérias anaeróbias. Reações adversas: reação tipo dissulfiram (cefalosporinas, sulfa e metronidazol). Associação Antimicrobianas: risco de toxicidade, colonização por multirresistentes, reações adversas, não se usar no dia-a-dia! Por H. pylori -amoxicilina + claritromicina + IBP (omeprazol, pantoprazol etc) Interações medicamentosas: redução da ação de contraceptivos orais, redução do efeito bactericida com bacteriostáticos → nunca usar penicilina e cefalosporinas Probenicida + penicilina = aumenta tempo de ação da penicilina (inibe a secreção de penicilina no túbulo renal).
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