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O que é o sono e como ele afeta o cérebro

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Sono (Guilherme Ferreira Morgado)
	Sono é definido como um estado de inconsciência do qual uma pessoa pode ser despertada por estimulo sensorial ou outro estimulo, sendo que existem dois tipos: o sono de onda lenta e o sono com movimentos rápidos dos olhos(REM). A maior parte do sono durante a noite é de onda lenta, que é o sono profundo e restaurador, mas o sono REM acontece em intervalos de 90 minutos e está associado a sonhos vividos. 
	O sono de ondas lentas é especialmente relaxante e está associado a diminuição do tônus vascular periférico, diminuindo a PA, freqüência respiratória e taxa de metabolismo basal, sendo que os sonhos desse tipo de sono usualmente não são lembrados, pois não ocorre consolidação da memória. 
	O sono REM pode durar de 5 a 30 minutos, sendo que quando a pessoa está muito sonolenta o sono REM é mais curto ou pode até não ocorrer, dessa forma a medida que a pessoa vai ficando mais descansada esse aumenta a sua duração. O sono REM está ligado a sonhos ativos e a movimentos musculares, é mais difícil desperta um individuo por um estimulo sensorial do que durante o sono de ondas lentas, mas a pessoa acorda de manha durante um sono REM, o tônus muscular está bastante reduzido, as freqüências cardíacas e respiratoriaas tornam-se irregulares, movimentos musculares irregulares podem ocorrer, movimentos rápidos dos olhos e o encéfalo está muito ativo no sono REM, por isso esse sono é chamado de paradoxal. 
	A teoria passiva do sono afirma que as áreas excitatórias do sistema ativador reticular se fastigam durante o dia, tornando-se inativas, mas hoje acredita-se que o sono seja causado por um processo inibitório ativo, que é realizado por áreas abaixo da região médiopontina do tronco que inibem partes do encéfalo. Certas áreas do cérebro se estimuladas induzem ao sono, como os núcleos da rafe. As fibras desse núcleo disseminam-se na formação reticular do tronco cerebral e também para o tálamo, hipotálamo, sistema límbico, neocortex do telencéfalo e para a medula. Muitas dessas terminações nervosas liberam serotonina, por isso conclui-se que essa é um neurotransmissor associado ao sono. A estimulação de área no núcleo do trato solitário também pode causar sono, sendo que nele projetam-se as informações sensoriais viscerais do vago e glossofaríngeo. A estimulação da parte rostral do hipotálamo, principalmente área supraquiasmatica e uma área nos núcleos talâmicos também provoca o sono. Dessa forma, lesões no núcleo da rafe e na área supraquiasmatica levam a um elevado estado de insônia. 
	O peptídeo muramil se acumula no LCR e na urina em animais mantidos acordado por muito tempo, sendo que ela pode provocar o sono se injetada no terceiro ventrículo. Também existe o nonapeptideo, que também é capaz de causar sono e está presente no sangue. Os mecanismos que ativam o sono REM não são conhecidos, mas acredita-se que os grandes neurônios que secretam acetilcolina na formação reticular da porção superior do tronco podem ativar muitas regiões do cérebro. 
	Quando os núcleos do sono não estão ativados, os núcleos mesencefalicos e ativador reticular pontino superior excitam o córtex cerebral e o sistema nervoso periférico, que mandam sinais de feedback positivo de volta para o mesmo núcleo. Depois de varias horas, os neurônios do sistema ativador se fastigam, o que acaba com o feedback positivo, então, os centros do sono passa a agir. A falta de sono certamente afeta as funções do sistema nervoso central,sendo que a vigília prolongada está associada a ma-função progressiva no processo de pensamento e pode causar atividade corporais anormais. Então, o sono é importante para restaurar os níveis normais de atividade cerebral, ou seja, restabelecer o equilíbrio natural entre os centros neuronais. 
	Existe uma atividade elétrica constante no cérebro, sendo que tanto a intensidade quanto os padrões são determinados pelas regiões do sono e vigília. As ondulações nos potenciais elétricos são chamadas de ondas cerebrais, sendo que o caráter dessas ondas depende das respectivas áreas do córtex ativadas. Essas ondas podem ser classificadas em alfa, beta , teta e delta. As alfa são rítmicas e são encontradas quando a pessoa está acordada e num estado calmo e atividade cerebral em repouso, elas ocorrem mais na região occipital e no sono profundo elas desaparecem. Quando a atenção da pessoa é direcionada para algo, as ondas alfa são substituídas por ondas beta, essas são percebidas nas regiões parietal e frontal. As ondas teta ocorrem nas regiões parietal e temporal em crianças, mas também no estresse emocional em adultos. As ondas delta ocorrem no sono profundo na infância e na doença cerebral orgânica grave, sendo que elas podem ocorrer independentemente das atividades nas regiões mais inferiores do encéfalo. A intensidade dessas ondas é determinada pelo numero de neurônios que disparam sincronicamente e não pelo nível total de atividade cerebral.As ondas alfa não ocorrem no córtex sem conexão com o tálamo, por isso acredita-se que as ondas alfa resultem das oscilações espontâneas do sistema talamocortical difuso. Mas lesões nessa região já não impedem as ondas (, o que demonstra que mecanismo sincronizados podem ocorrer somente no córtex cerebral. Durante o período de atividade neuronal as ondas tornam-se assincronicas mais do que crônicas, e assim a voltagem cai consideravelmente, apesar do aumento da atividade cortical. O estado de vigília com alerta é caracterizado por ondas beta de alta freqüência, já se a pessoa estiver relaxada as ondas alfa predominam. O sono de onda lenta é dividido em quatro estágios: no primeiro, ocorre os fusos de sono, que são surtos de ondas alfa, já nos estágios 2,3 e 4 as ondas delta estão presentes. Já as ondas no sono REM tem um padrão de quando a pessoa está acordada, ou seja, não há sincronia no disparo dos neurônios, por isso esse sono é chamado de dissincronizado.

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