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Resumo Obrigações Direito Civil

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Gabriel Carvalho e Passos – Resumo Direito Civil AP2 
TEORIA DO PAGAMENTO
O pagamento nada mais é do que a satisfação do prometido ou devido em qualquer variedade de obrigação, é a forma pela qual a obrigação se extingue.
São três os elementos fundamentais do pagamento:
Vinculo obrigacional – trata-se da causa, fundamento pela qual o devedor está obrigado a cumprir com o pagamento para com o credor;
Sujeito ativo do pagamento – é o DEVEDOR, pois é ele quem realiza o ato, entrega o dinheiro, etc. É aquele que cumpre com a obrigação pactuada; SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO
Sujeito passivo do pagamento – é o CREDOR, aquele que recebe. SUJEITO ATIVO DA OBRIGAÇÃO
NOTE-SE QUE HÁ INVERSÃO DOS POLOS DA OBRIGAÇÃO QUANDO DO PAGAMENTO.
De quem deve pagar
A priori, quem deve pagar (cumprir com a obrigação) é o devedor (solvens), que seja, aquele que assumiu primariamente com a obrigação, mas há casos em que pessoa diversa do devedor pode cumprir com a obrigação – o terceiro – estando ou não juridicamente interessado nesta.
Por terceiro interessado entenda-se aquele que, mesmo não figurando como polo passivo na obrigação base, está adstrito juridicamente ao pagamento da obrigação em caso do devedor principal não o fazer. É o caso do fiador.
O terceiro interessado pode utilizar-se dos meio necessários para saldar a obrigação em caso do credor se recusar à recebê-la, como por exemplo uma ação de consignação em pagamento, exonerando assim tanto a si, quanto o devedor principal.
Já o terceiro não interessado trata-se de pessoa que não guarda condão jurídico com a obrigação base, mas sim aquele que realiza o pagamento por interesse moral. É o caso de pai, irmão, amigo, que salda a dívida para honrar o nome daquele que a contraiu. São casos de solidariedade moral.
Terceiro não interessado que paga dívida em nome e à conta do devedor (art 304, § único, cc) não tem , a priori, o direito de cobrar o valor que desembolsou para solver a dívida, haja vista ter realizado por solidariedade ao devedor principal. Entretanto, deve demonstrar sua legitimidade para fazê-lo, tendo em vista que invoca direito alheio e não próprio.
Terceiro não interessado paga a dívida em seu próprio nome (art. 305, cc) neste caso tem direito de reaver o que pagou, embora não se sub-rogue nos direitos do credor. Importa em dizer também, que caso a obrigação base tivesse garantia REAL, está não pode ser oponível contra o devedor primário em eventual cobrança. Ainda, se pagar antes do vencimento, só terá o direito de reembolso no vencimento daquela.
Ainda preleciona o art. 306, cc, em caso de desconhecimento ou oposição do devedor, este não se obriga a reembolsa o terceiro desinteressado caso tivesse meios de ilidir a obrigação.
A oposição de pagamento do devedor àquele que saldou sua dívida pode ter tanto fundo moral, quando jurídico (dívida não mais exigível paga por terceiro desinteressado).
Ainda, o art. 307, cc, dita que só terá eficácia o pagamento, que importar em transmissão de propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto. Assim a legislação visa evitar que terceiro não interessado pague dívida e tome posse de bem que não o pertence.
Daqueles a quem se deve pagar
O art. 308 diz que só terá efeito o pagamento realizado ao credor, ou a quem tenha direito de representa-lo, sob pena de só valer se por ele ratificado posteriormente, ou tanto quanto se reverter em seu proveito.
A primeira vista, o credor (accipiens) é quem deve receber a obrigação, pois é este o sujeito ativo titular da obrigação. Porém, pode ocorrer a transmissão de crédito (inter vivos) ou ainda em caso de morte do credor original (post mortem), de maneira que o cessionário no primeiro caso, e o legatário ou herdeiro no segundo, passarão a ser legítimos credores.
Ainda pode o credor outorgar poderes para que representante legal ou voluntário receba o pagamento e dê quitação.
Se pessoa diversa – não autorizada pelo credor, receba o pagamento e ofereça quitação, é o devedor quem deve tomar as cautelas necessárias para assegurar que o pagamento foi realizado de forma correta, sob pena de cair no velho ditado “quem paga mal paga duas vezes”. Dormientibus ne securrit jus.
O art. 311, cc, no qual considera-se autorizado a receber aquele que possuir em mãos a quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante. (caso de furto da promissória por exemplo). Caso que ressalva a lei a ratificação do credor (art. 310, cc).
TEORIA DA APARÊNCIA
Se o pagamento é realizado ao credor putativo, ou aquele que aparenta ser o real credor da obrigação (funcionário que não estava mais no quadro da empresa por exemplo). Em não havendo razão plausível para que o devedor suspeite que aquele não era o credor legítimo, e existindo a boa-fé, não há porque não se admitir o pagamento como válido. (art. 309, cc)
Regra importante está no art. 312, cc, da qual se extrai que se o devedor for intimado de penhora do valor que deve ao credor, e mesmo assim realizar o pagamento àquele (credor original) o pagamento não terá validade, pois “quem paga mal, paga duas vezes”. Aqui, o devedor já ciente da penhora do crédito por terceiros, efetua o pagamento ao credor (ressalte-se que ele já sabia que aquele valor estava penhorado por credores do seu credor), o pagamento não terá validade.
Do objeto do pagamento e sua prova
Art. 313 e 314 do cc, contém os princípios da correspondência e indivisibilidade, ditando que o credor não está obrigado a receber objeto diverso do convencionado, mesmo que mais valioso, nem a recebe-lo em partes, o mesmo serve para o devedor.
Ainda têm-se que as dívidas de dinheiro deverão ser pagas em moeda nacional corrente e na data do vencimento, pelo seu valor nominal (art. 315, cc). Porém, nada impede que sejam estipuladas cláusulas de atualização monetária com critérios escolhidos pelas partes.
Assim, se o devedor deve pagar (cumprir) com sua obrigação, forçoso é convir que terá o direito de exigir uma prova de que adimpliu com a obrigação. A quitação é este meio de prova, a qual consiste em um instrumento público ou particular, datado e assinado pelo próprio credor ou por representante seu.
O devedor tem direito subjetivo à quitação, caso seja recusada poderá reter a coisa, facultando-lhe depositá-la em juízo, via consignação em pagamento (art. 319, cc). Não poderá abandonar a coisa à própria sorte, contudo, terá direito ao ressarcimento das despesas que teve para conservar a coisa.
REQUISITOS LEGAIS DA QUITAÇÃO:
Valor em espécie da dívida quitada;
Nome do devedor ou de quem por este pagou;
Tempo do pagamento;
Lugar do pagamento;
Assinatura do credor ou de seu representante.
Nada obstante, pode o devedor, por inexperiência, deixar de exigir tais requisitos, é o que o art. 320, cc, resguarda, aludindo o diploma que se dos termos ou das circunstancia resultar haver sifo paga a dívida há possibilidade de se admití-la.
Presunção de pagamento reconhecidas pela lei:
Pagamento realizado em quotas mensais, presume-se com o pagamento da última, até que prove o contrário, que as anteriores foram saldadas. (art. 322, cc);
Havendo quitação do capital, presumem-se pagos os juros (art. 323, cc);
A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.
Todas estas hipóteses, por sua vez, são relativas, cabendo ao credo o ônus de provar o não pagamento.
Na terceira hipótese, a lei prevê o prazo de sessenta dias para que o credor prove a inocorrência do pagamento (art. 324, cc). Por fim, o artigo 326, cc, traz que, quando o pagamento deva ser efetuado por medidas ou peso, no silêncio das partes, que aceitaram o do lugar da execução.
Do lugar do pagamento
Efetuar-se-á no domicílio do devedor, salvo as partes convencionaram diversamente, ou se o contrário resultar da lei ou da natureza da obrigação.
No caso de não haver convenção (ou a mesma ser no domicílio do devedor) teremos uma obrigação quesível, ou seja, o credor deverá buscar o pagamento. Já, se a convenção for no domicílio do credor, estaremos diantede uma obrigação portável, neste caso é o devedor quem deve buscar o credor para efetuar o pagamento.
Ainda aduz o art. 327, que se forem convencionados dois ou mais lugares para o pagamento, a escolha caberá ao CREDOR. Ademais, caso consista em tradição de imóvel, ou prestação relativa a imóvel, o pagamento deverá ser efetuado no lugar onde se situa o mesmo (art. 328), uma vez que é ali o lugar onde se procederá o registro público de transferência.
O art. 329 ainda preleciona que, por motivo grave, poderá o devedor, sem prejuízo ao credor, efetuar pagamento em local diverso do estipulado. Ex. estado de calamidade pública. Da mesma forma, o art. 330, diz que o pagamento efetuado reiteradamente em outro local faz presumir a renúncia do credor ao lugar previsto no contrato.
Do tempo do pagamento
Em princípio, todo pagamento deverá ser efetuado no dia do vencimento.
O art. 331 traz que, salvo em disposição contrária, não tendo sido ajustado tempo do pagamento, este poderá ser requisitado imediatamente. Já o art. 332 aduz que se a obrigação for condicional, o pagamento ficará na dependência do implemento da condição.
Finalmente, é possível ao credor exigir o pagamento antecipadamente nos casos previstos em lei (numerus clausus) Art. 333:
No caso de falência do devedor ou de concurso de credores;
Se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução de outro credor;
Se cessarem, ou tornarem-se insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, negar-se a reforça-las.
FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO (ARTS. 334 E 335, CC)
Se o credor se nega a receber a prestação devida, no prazo estipulado, por qualquer que seja a razão, pode o devedor depositá-la em juízo ou em instituição bancária, extinguindo-se assim a obrigação e não constituindo mora.
Assim, trata-se a consignação em pagamento de instituto jurídico pelo qual o devedor, ao ver-se diante de um obstáculo ao pagamento criado pelo credor, ou quaisquer outras circunstâncias impeditivas do pagamento, exerça, por depósito da coisa devida, o direito de adimplir com sua obrigação, liberando-se do liame obrigacional.
Consignante – devedor		consignatário – credor		consignado – a coisa
Requisitos de validade:
Deve ser realizado pelo devedor ou quem o represente, salvo se ratificado pelo credor ou se reverter em seu proveito;
O pagamento deve ser realizado na integralidade, uma vez que o credor não está obrigado a recebe-lo parcialmente;
Deve o pagamento ser realizado dentro do convencionado, nem menos nem mais, já que o credor não precisa aceitar receber coisa diversa; vale lembrar que, se a obrigação é quesível, o depósito é feito no domicílio do devedor, já se é portável, deve ser realizado no domicílio do credor;
Deve ser realizado ao tempo certo, sendo vedado efetuar-se antes de vencida a dívida.
Quanto ao levantamento do depósito:
Antes da aceitação ou impugnação do credor: o devedor tem total liberdade de levantar o depósito, haja vista que ainda encontra-se no seu patrimônio jurídico, porém deverá arcar com as despesas;
Depois da aceitação ou impugnação do credor: aqui, pelo credor ter aceito ou impugnado (para que complemente ou qualquer outra hipótese), para que o devedor levante deverá ocorrer a anuência do credor, o qual perderá a preferência e a garantia que lhe competia sobre o consignado, liberados os fiadores e codevedores que não tenham anuído;
Julgado procedente o depósito: aqui não há mais como o devedor levantar o depósito, haja vista o pagamento ter sido concretizado, extinguindo-se judicialmente a obrigação.
Coisa certa e incerta
O artigo 342 dita que, em caso de coisa imóvel ou corpo certo, o credor deverá ser citado para vir ou mandar retirá-la, sob pena de depósito.
Todavia, se a coisa for indeterminada, na expressão do art. 342, é necessário proceder sua certificação, pela operação denominada “concentração do débito”. Quando a escolha cabe ao devedor, nenhum problema têm-se, caso a escolha caiba ao credor, deve ele ser citado para tal fim, sob cominação de perder o direto de escolha e de ser depositada a coisa. (art. 894, cpc)
Quando procedente, as despesas correm pelo credor, do contrário pelo devedor. (art. 343)
Ainda no caso de prestações periódicas, o devedor poderá consigná-las na medida em que forem vencendo (alimentícias, alugueis).
PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO (ARTS. 346 A 351, CC)
Fato pelo qual alguém, que não o devedor, paga com o consentimento deste expressamente manifestado ou por fatos donde claramente se deduza, ficando investido nos direitos do credor.
Sub-rogação real ou objetiva: a qual se substitui o objeto da prestação, sendo que o novo objeto toma as características do antigo na obrigação;
Sub-rogação pessoal ou subjetiva: é aquela que se substituem os sujeitos da relação jurídica.).
Quando o terceiro paga ou empresta para que seja solvida a obrigação, operar-se-á, por convenção ou por força de lei, a transferência dos direitos e garantias do credor que foi satisfeito para o terceiro que quitou a obrigação.
Há, portanto, dois efeitos provenientes da sub-rogação, quais sejam: a liberação (pela extinção do débito em virtude do credor principal) e o translativo (pela transferência da relação obrigacional para o novo credor).
Pagamento com sub-rogação legal: art. 346, cc
Em favor de credor que paga dívida do devedor comum; (Se duas ou mais pessoas são credoras do mesmo devedor, operará a sub-rogação legal se qualquer dos sujeitos ativos pagar ao credor preferencial (aquele que tem prioridade no pagamento do crédito) o valor devido. EX Não havendo dívida trabalhista, se o primeiro credor, é a União, detentora do crédito Tributário, poderá qualquer um dos outros credores objetivando acautelar seu crédito, pagar ao Fisco da União, sub-rogando-se em seus direitos. Dessa forma, tem direito de reaver, além de seu próprio crédito, o valor da dívida adimplida.
Em favor de adquirente do imóvel hipotecado, que paga ao credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado do direito sobre o imóvel; Ex Um adquirente (o comprador de uma fazenda), objetivando liberar o imóvel, poderá pagar a soma devida ao credor hipotecário, sub-rogando-se em seus direitos. Embora se trate de hipótese não muito frequente, não é impossível ocorrer, e, no caso, paga a dívida, poderá o terceiro adquirente, sub-rogado nos direitos do credor, exigi-la do devedor.
Em favor do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Ex È o caso mais comum. Quando um terceiro, juridicamente interessado no cumprimento da obrigação, paga a dívida, sub-rogando-se nos direitos do credor. È o caso do fiador. Que paga a dívida do devedor principal, passando a partir daí poder exigir o valor de desembolsado. Utilizando se necessário as garantias do credor original. 
Pagamento com sub-rogação convencional: art. 347, cc
Decorre da vontade das partes.
Quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transmite todos seus direitos; Ex Situação muito semelhante á cessão de crédito, sendo inclusive aplicadas as mesmas regras (art 348 CC), porém não significa que sejam idênticos. A cessão, que poderá ser feita inclusive gratuitamente, não se submete aos limites impostos pelo Código ao pagamento com sub-rogação. Além disso, na cessão de crédito, a cientificação do devedor também é condição indispensável para que o ato tenha eficácia jurídica. 
Quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. Ex Se A empresta um valor a B, sob a condição de sub-rogar-se nos direitos do credor primitivo, poderá não apenas exigir o reembolso do que pagou, mas utilizar-se das eventuais garantias pactuadas em prol do credor inicial.
Na forma legal da sub-rogação, o sub-rogado pode ser cobrar a medida que desembolsou para o credor originário,a exemplo, se A deve 1000 para B, e C para B a quantia de 800 que emite quitação total, C somente poderá opor para A a quantia paga (800).
Pois bem.
O pagamento com sub-rogação traduz a ideia de cumprimento da dívida por terceiro, com a consequente substituição dos sujeitos da relação jurídica obrigacional originária.
Sai o credor originário e entra o terceiro que pagou a dívida ou emprestou o necessário para o devedor solver a obrigação
Quando esse terceiro paga ou empresta o necessário para que o devedor solva a sua obrigação, haverá a transferência dos direitos e garantias do credor originário para o terceiro (sub-rogado). 
IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO (ART. 352 A355, CC)
É a determinação feita pelo devedor, dentre dois ou mais débitos da mesma natureza, positivos e vencidos, devidos a um só credor, indicativa de qual das dívidas quer solver.
Requisitos legais indispensáveis: (cumulativos)
Igualdade de sujeitos (credor e devedor);
Liquidez e vencimento de dívidas da mesma natureza.
Porém, o credor anuindo imputar dívida ilíquida e ainda não vencida é possível realizar, pois o credor assentiu, e o único prejudicado com a atitude poderia ser ele mesmo.
Ainda preleciona o art. 534, cc, que a pretensão deve ser feita primeiro aos juros vencidos e depois ao capital.
Imputação ao credor
Caso o devedor não indique qual o débito que deseja pagar, se aceitar a quitação de qualquer um deles não poderá mais reclamar, salvo se prova dolo ou violência. (art. 353, cc)
Imputação legal
Quando a quitação é omissa a qual dívida foi paga, cujas regras se encontram nos artigos 354 3 355 do cc:
Prioridade para os juros vencidos em detrimento ao capital;
Prioridade das liquidas e vencidas primeiro.
Prioridade das mais onerosas, se vencidas e liquidas ao mesmo tempo. 
E se todas as dívidas tiverem exatamente a mesma natureza, vencimento e valor?
A doutrina entende aplicar-se analogicamente o art 433 do Código Comercial Brasileiro, sendo as dívidas da mesma data e de igual natureza, entende-se o pagamento feito por conta de cada dívida, a sua devida proporção. Tal entendimento culmina ao credor o recebimento parcial da dívida, porém ele de certa forma contribuiu ao seu destino ao não cuidar de indicar qual dívida seria imputada o pagamento na quitação.
DAÇÃO EM PAGAMENTO (arts. 356 a 359, cc)
Consiste na entrega de uma prestação diversa daquela pactuada com a finalidade de extinguir imediatamente a obrigação anterior, deve haver consentimento do credor quanto ao novo objeto.
Vale ressaltar que a obrigação base não necessita ser pecuniária, pode ser uma obrigação de DAR, FAZER ou NÂO FAZER, o que realmente interessa é a natureza diversa da nova obrigação.
Não se confunde com as obrigações alternativas ou sucessivas, pois estas estão previstas no contrato, já a dação em pagamento é pactuada posteriormente,0, ou seja, é nova obrigação que extingue a anterior, não estava convencionada.
Requisitos:
Existência de uma dívida vencida;
Consentimento do credor (haja vista não estar obrigado a receber coisa diversa art 313);
A entrega de coisa diversa da devida (deve ser entrega coisa diferente da res debita);
Ânimo de solver (animus solvendi) sem a intenção de saldar a obrigação principal não subsiste a dação;
Ainda, não existe dação em pagamento de título de crédito, o que acontece na hipótese é a cessão de crédito (regulada pelos arts. 286 a 298), ocorrendo somente o pagamento.
Evicção da coisa dada em pagamento
Ocorre a evicção quando o adquirente de um bem vem a perder a sua propriedade ou posse em virtude de decisão judicial que reconhece o direito anterior de terceiro sobre o mesmo, ou seja, o objeto dado em pagamento vem a ser perdido em decisão judicial que julga que ele deve pertencer a outrem.
Aqui existem três sujeitos: 
Alienante – responderá pelos riscos da evicção, será responsável pelos prejuízos causado ao adquirente;
Evicto – o adquirente, que sucumbe a pretensão reivindicatória do terceiro;
Evictor – o terceiro que prova seu direito anterior sobre a coisa.
Caso ocorra a evicção, ou seja, o credor (evicto) aceita um imóvel do devedor invés de 10 mil reais, por exemplo, e um terceiro(evictor), que, posteriormente reivindique direito sobre este imóvel, a obrigação anterior será restabelecida, ficando sem efeito a quitação dada pelo credor da obrigação base.
Obs: Em caso de boa-fé, se uma obrigação originária fosse a entrega de um carro, e esse carro é perdido por terceiro por força de evicção, não há como retornar á obrigação originária, mantendo o mesmo objeto (carro). Deverão na falta de solução melhor, resolver a obrigação em termos pecuniários. 
Dação pró solvendo
Ocorre quando a obrigação não se extingue imediatamente com o novo objeto, mas quando o devedor entrega algo que facilite a cobrança para o credor UMA GARANTIA (um crédito para com terceiro por exemplo), assim restando ainda a obrigação base, até que seja totalmente satisfeita.
NOVAÇÃO (arts. 360 e ss) Se a dívida venceu não é novação, é dação em pagamento
Dá-se a novação quando as partes criam uma nova obrigação com o intuito de substituir e extinguir a anterior, porém não necessariamente há de ser imediato o cumprimento nesta nova obrigação. Extingue-se um crédito, com a criação de um novo.
Há de se frisar entretanto, que a novação é sempre negocial, nunca ocorrerá por força de lei, haja vista que as partes não são obrigadas a receber coisa diversa da pactuada, muito menos substituir a res da obrigação.
Requisitos:
Existência de uma obrigação anterior – deve existir obrigação primitiva para ser substituída. Se a obrigação primitiva era ANULÁVEL, tem-se que a novação é possível, uma vez que obrigação anulável pode ser confirmada pelas partes. Porém, se era NULA, não há como ocorrer a novação, mas sim deverá a obrigação ser novamente pactuada;
Criação de uma nova obrigação, substancialmente diversa da anterior – não há novação quando, por exemplo, o banco refinancia, aumenta juros ou altera os prazos, pois o objeto do pagamento continua sendo o mesmo;
Animus novandi – é indispensável que as partes tenha a vontade de novar, o qual deve ser realizado de modo inequívoco. 
Espécies de novação:
Novação objetiva: é a mais simples, ocorre quando as partes convencionam a criação de uma nova obrigação para substituir e extinguir a antiga, vem disposta no inciso I do art 360;
Novação subjetiva: aqui a alteração versa no sentido dos sujeitos da obrigação, podendo ser PASSIVA (quando há alteração de devedor), ATIVA (quando há alteração do credor) e MISTA (quando se altera tanto o sujeito quanto o objeto).
Ocorre Novação Subjetiva Passiva quando um novo devedor sucede o antigo, ficando este, quite com o credor. Podendo ser por meio da EXPROMISSÃO, caso em que o devedor originário é substituído por novo devedor, sem seu consentimento, mas com anuência do credor)
Exemplo de Novação Subjetiva Passiva por Extromissão: Imagine a hipótese de um filho abastado, angustiado pela vultosa dívida contraída por seu pobre pai, dirigir-se ao credor, solicitando-lhe que, mesmo sem o consentimento do seu genitor (homem orgulhoso e conservador), admita que suceda ao seu pai, na obrigação contraída.
. Ainda a DELEGAÇÃO, ato em que o devedor primário indica novo devedor que assumirá o débito com a aquiescência do credor.
Vale destacar que, em caso do novo devedor tornar-se insolvente, não cabe ao credor ação regressiva contra o devedor primitivo da primeira obrigação, haja vista estar extinta.
O que acontece na hipótese da NOVAÇÃO SUBJETIVA ATIVA é a substituição de credores, consoante com o inciso III do 360. Exemplo disso é o caso em que A tem um devedor B, e um credor C, então por meio da novação ativa, A acerta com B para que este pague a C. Sai então o credor A, sendo substituído por B (que era credor de A), que passa a ser credor de C. Note-se que houve uma mudança nos credores da obrigação, sai o credor A e entra o credor C, a quem B deverá pagar a dívida.Novação mista: aqui ocorre tanto a alteração do sujeito quanto do objeto, é exemplo o caso de um pai assumir a dívida pecuniária de um filho e pagá-la com um serviço.
Efeitos:
O principal efeito é o liberatório, ou seja, a extinção da primitiva obrigação, por meio de outra, criada para substituí-la.
Ocorre nos casos de fiador e hipotecário de bem real dado em garantia, que devem anuir com a novação para que continuem na relação obrigacional, caso contrário, deverão ser liberados.
É o caso também de devedores solidários, que caso não prestem aquiescência com a nova obrigação, restarão liberados da dívida anterior, haja vista estar extinta com a novação.
Em caso de credores solidários, aquele que novou a dívida sem o consentimento dos demais, responde para estes pelas cotas de cada um.
IMPORTANTE ! Diferença entre SUB-ROGAÇÃO e NOVAÇÃO SUBJETIVA ATIVA ---- > A diferença recai na satisfação(pagamento) da obrigação.
Na sub-rogação há a troca do credor, extinguindo o crédito em face do credor original , ou seja, há o cumprimento, satisfação, pagamento da obrigação por 3º ao credor original. O 3º assume o vínculo com o devedor.(extinção obrigacional satisfativa)
Ex:
“A” é credor de “B”
“C” é credor de “B”
“A” PAGA para “C” a obrigação de “B”. “A” substitui “C” e assume o vínculo com “B”. O vínculo obrigacional é o mesmo que era com o C.
CREDOR--DEVEDOR
--A-------B
--C-------B
NOVA SITUAÇÃO
--A-----B
--A-----B
Na novação subjetiva ativa há um novo vínculo obrigacional ( novo contrato) fundado na mudança de credor, SEM que o credor original tivesse o PAGAMENTO DA OBRIGAÇÃO pelo 3º.
Ex:
"A" é credor de "B"
"C" é credor de "A"
"B" e "C" fazem novo contrato, sendo que "C" assume como credor de "B". (extinção obrigacional não satisfativa).
CREDOR DEVEDOR
--A-------B
--C-------A
NOVA SITUAÇÃO
--C-------B
COMPENSAÇÃO Arts 368 a 380, cc
A compensação é uma forma de extinção de obrigações, em que seus titulares são, reciprocamente, credores e devedores. A qual se dará nos limites da existência do crédito reciproco, remanescendo, se houver, o saldo em favor do maior credor. (art. 368)
Compensação LEGAL, é a regra geral, na qual preenchidos os requisitos autorizadores, o juiz somente a declara, pois já aconteceu no plano ideal.
A compensação CONVENCIONAL decorre da direta autonomia de vontade, não se exigindo os mesmo requisitos da legal, podendo, inclusive, ser convencionada em obrigações de natureza diversa (obrigação de dar x obrigação de fazer).
Por sua vez, existe ainda a compensação JUDICIAL, que é realizada perante o judiciário, por autorização expressa de norma processual, independente de provocação (compensação de honorários e despesas processuais, em hipótese de ambos os litigantes serem vencedor e vencido).
REQUISITOS DA COMPENSAÇÃO LEGAL:
Reciprocidade das obrigações: somente pode-se falar em compensação legal quando há simultaneidade de obrigações, com inversão de sujeitos em seus polos.
Liquidez das dívidas: as duas obrigações devem já possuir valor econômico certo, em expressão numérica.
Exigibilidade atual das prestações: é imprescindível que as obrigações estejam vencidas, entendido isso como a imediata exigibilidade da dívida. Assim, salvo por via convencional, não se fala em compensação de dívida por vencer. Aqui vale ressaltar qu e, se A que possui dívida vencida de R$1500 com B, e concede-lhe prazo a mais para o cumprimento, nada impede que B possa compensar tal crédito com outra dívida vencida que tem em relação a A .
Fungibilidade dos débitos: exige-se que as dívidas, além de vencidas, sejam da mesma natureza, ou seja, fungíveis entre si. A ressalva encontra-se na qualidade, desta forma, se A possui dívida de 5 sacas de soja com B, e B possua dívida de 3 sacas de soja com A, somente se operará a compensação legal caso sejam da mesma qualidade e especificação.
IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO:
Dívidas provenientes de esbulho, furto ou roubo: a ilicitude da origem da coisa impede até mesmo a cobrança, quiçá a compensação.
Se uma das dívidas se originar de comodato, depósito ou alimentos: o comodato e o depósito possuem objeto certo e determinado, o que impede que sejam compensados legalmente, haja vista serem infungíveis; por sua vez, os alimentos tem caráter pessoal, os quais são necessários para a sobrevivência do indivíduo, a compensação negaria sua /natureza.
Se uma das dívidas for de coisa não suscetível de penhora: bens impenhoráveis assim o são por sua extrema necessidade e importância (vide o salário), nem mesmo o Estado pode se apoderar deles, assim não sendo lógico que se operasse a compensação legal. Ainda, não se pode haver compensação em prejuízo de terceiros, desta forma, devedor que se torne credor de seu credor, depois de penhorado o bem, não pode opor contra o próprio credor a compensação, pois dessa o mesmo disporia.
Note-se, que tais impossibilidades são absolutas em sua operação de plano (direta), porém, na medida que for convencionado, pode-se operar.
Dívidas fiscais: ??????
Ainda, quanto às regras de compensação, entende-se que pode ser utilizada, suplementarmente, as da imputação ao pagamento, quais sejam:
O devedor pode apontar qual pretende compensar;
No silencio deste, o credor deve fazer a imputação;
No silencio de ambas, segue a imputação legal (juros antes do capital, liquidas e vencidas anteriormente em detrimento das mais recentes, mais onerosas em detrimento as mais vultosas, ou ainda proporcionalmente).
CONFUSÃO (arts 381 a 384, cc)
Trata-se de situação onde as qualidades de credor e devedor reúnem-se em uma mesma pessoa, extinguindo-se a obrigação. Ex: quando um sujeito é devedor de seu tio, e, por força do falecimento deste, adquire, por sucessão, a sua herança. Ou ainda, quando indivíduo passa título de crédito como forma de pagamento, o qual circula e chega novamente, por endosso, a sua pessoa.
Poderá ainda determinar a extinção TOTAL ou PARCIAL da dívida (art. 382); 
Há ainda a CONFUSÃO IMPRÓPRIA, caso em que se reúnem na mesma pessoa o GARANTE e o SUJEITO (passivo ou ativo), por exemplo, quando devedor e fiador se encontram na mesma pessoa, não se extingue a dívida, mas somente a obrigação acessória.
Ainda, desaparecendo a confusão, restabelecer-se-á a obrigação original.
Pessoa Jurídica NÃO REPRESENTA CONFUSÃO
Reestabelecimento Ex: Ausentes, cônjugues (enquanto casado, deve para si mesmo) (a pessoa sumiu e tem um curador, o curador deve a si mesmo, se a pessoa volta, reestabelece)
REMISSÃO (arts. 385 a 388, cc)
A obrigação sempre tem como intuito final seu cumprimento, entretanto, pode ocorrer, por quaisquer motivos, que o credor não mais queira isso, perdoando de forma inequívoca a dívida. O que pode ocorrer em declaração expressa ou tácita, ou ainda na pratica de atos incompatíveis com tal possibilidade. Porém, é necessário que seja juridicamente possível.
Pode-se operar somente inter partes, e nunca em prejuízo à terceiro, na forma do art. 385, cc.
REMISSÃO – PERDÃO, extinção da obrigação
REMIÇÃO – PAGAMENTO, RESGATE
Requisitos da remissão:
Animo de perdoar: perdoar é uma manifestação volitiva, assim, em regra deve ser expressa, sendo admitida tacitamente naqueles casos em que houver presunção legal.
Aceitação do perdão: o devedor deve aceitar o perdão, pois, pode ter seus motivos para não o fazer (não dever favores, honra social), ao tempo que deverá consignar o valor, colocando-o ao dispor do credor.
Pode operar de forma TOTAL ou PARCIAL, ainda EXPRESSA ou TÁCITA.
A forma expressa ocorre tanto de forma escrita quanto verbal, já a remissão tácita está prevista nos art. 386 e 387 do CC:
Art. 386 – a devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus coobrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.
Art. 387 – A restituição voluntária do objeto empenhado proa a renúncia do credor à garantia real, não a extinção da dívida.
Assim, na primeira hipótese,se o credor destrói o título na frente do devedor, mesmo que nada fale, está presumida a remissão; ainda, no segundo caso, há remissão da relação jurídica obrigacional acessória, com a devolução do objeto do penhor, e não da dívida principal.
Remissão a codevedor
No caso de devedores solidários, a remissão da dívida quanto a um deles, importa que o credor não poderá cobrar esta cota dos demais, assim temos que, se A, B e C são devedores de D de uma quantia de 300 reais, se D perdoar a dívida para A (100 reais) poderá cobrar de B e C somente 200 reais, e não mais 300.
A ACEITAÇÃO DO DEVEDOR È NECESSÀRIA 
Cessão de Crédito
A cessão de crédito é uma transmissão de obrigações em que o credor (cedente) transfere total ou parcialmente o seu crédito a um terceiro (cessionário), mantendo-se a mesma relação obrigacional – primitiva – com o devedor (cedido).
Nota-se que a relação obrigacional é a mesma, razão pela qual não pode ser confundida com a novação sub jetiva ativa, caso em que, com o ingresso do novo credor, é considerado criado uma nova obrigação.
Também é instituto jurídico diferente da sub-rogação, pois apesar dos pontos serem semelhantes. Na cessão, seu efeito só ocorre a partir do momento em que se notifica o devedor da cessão, o que não ocorre na sub-rogação. Existe sub-rogação por força de lei, enquanto a cessão é ato voluntário. Há limitação na sub-rogação do direito do sub-rogado até a soma que este desembolsou para desobrigar o devedor. Na cessão, não existe esse limite, a cessão pode ter sempre caráter especulativo, e também pode ser gratuita.
Pode ser Onerosa ou gratuita – na gratuita, já serve para não identifica-la totalmente com o pagamento com sub-rogação (que é sempre oneroso, por envolver pagamento)
O devedor deve ser comunicado da cessão feita, sob pena de não ser a mesma eficaz em face dele
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o titulo de cessão, o da obrigação cedida;
Regra geral, o cedente responderá apenas pela existência do crédito cedido, não se responsabilizando pela solvência do devedor (cessão pro soluto); nada impede, no entanto, como decorrência da autonomia privada, que seja convencionada também a responsabilidade pela solvência do devedor (cessão pro solvendo).
Cessão do Débito 
A cessão de débito ou assunção de dívida opera-se por meio de um negócio jurídico pelo qual o devedor, com expresso consentimento do credor, transfere o seu débito a terceiro.
A relação obrigacional é a mesma, razão pela qual não se identifica com a novação subjetiva passiva
Vale observar que a anuência do credor é indispensável para que se dê esta modalidade de cessão.
É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Obrigações Naturais 
Em essência e na estrutura, a obrigação natural não difere da obrigação civil: cuida-se de uma relação de débito e crédito que vincula objeto e sujeitos determinados. Todavia, distingue-se da obrigação civil por não ser dotada de exigibilidade jurídica. Tal inexigibilidade pode pretender preservar a segurança e a estabilidade jurídicas, como ocorre, por exemplo, na prescrição de uma pretensão decorrente de uma dívida (em que o direito não se satisfaz com obrigações perpétuas) ou na impossibilidade de cobrança judicial de dívida de jogo (pelo reconhecimento social do caráter danoso de tal conduta). A conseqüência ou efeito jurídico decorrente da obrigação natural é a retenção do pagamento (soluti retentio), ou seja: posto não possa cobrá-lo, caso receba o pagamento, poderá o credor retê-lo.
Obs: Normas de ordem religiosa, doméstica ou simplesmente de cortesia não compreendem obrigações naturais (a exemplo do dever cristão de amar ao próximo), por não gerarem efeito algum na órbita do direito.
Assim, colocada em um meio-termo entre os campos da moral e do direito, dá-se por natureza jurídica de uma obrigação imperfeita, por lhe faltar a exigibilidade característica das obrigações em geral.
As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
Destaque-se, por fim, que a irrepetibilidade do pagamento existe na obrigação natural ainda que se trate de caso de erro quanto à incoercibilidade da dívida (ou dolo do credor, nesse sentido), sendo irrelevante o fato de o devedor ter realizado a prestação na convicção de que podia ser compelido a pagar. O pagamento, todavia, deve ser realizado sem coação ou qualquer outro vício de consentimento que não importe em uma falsa percepção da realidade, pois, do contrário, a repetição é cabível.
 Teoria do Inadimplemento
O desfecho normalmente esperado de uma obrigação dá-se por meio de seu adimplemento (cumprimento) voluntário.
Todavia, pode a contecer de não ser cumprida a prestação pactuada, seja por meio do adimplemento direto, seja pelas formas especiais, já estudadas.
Neste caso fala-se em Inadimplemento da obrigação.
Inadimplemento culposo da obrigação
O inadimplemento pode ser absoluto ou relativo.
Diz-se que o Inadimplemento é absoluto quando a prestação, por não ter sido cumprida no tempo, lugar e forma pactuados, perde a utilidade ao credor.
Ex: noiva que recebe o vestido após o casamento
No entanto, há situações que mesmo não tendo sido cumprido no tempo, lugar e forma pactuados, a prestação poderá ser cumprida a posteriori, por não ter perdido completamente a utilidade para o credor. Este será o inadimplemento relativo, que caracteriza a mora disciplinada nos arts 394 a 401 do CC.
O inadimplemento absoluto é previsto no art. 389 do CC, que impõe a responsabilização do devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária, além de honorários advocatícios. Este dispositivo é considerado a base da responsabilidade civil contratual. (ex Inad. Absoluto.: a destruição do cereal que seria entregue pelo devedor, seja de maneira total ou parcial, quando há pluralidade de objetos e apenas parte deles se inviabiliza) Converte-se a obrigação, em obrigação de indenizar.
Inadimplemento fortuito da obrigação
Ocorre por fato não imputável ao devedor, ou seja, quando não resultar de ação dolosa ou culposa do devedor, por isso não estará obrigado a indenizar, salvo se houver expressamente se responsabilizado. São os denominados “casos fortuito ou de força maior” situação prevista no art. 393 do CC.
Da Mora
È o retardamento culposo no cumprimento de uma obrigação, ainda realizável. Espécies Art 394 CC
Mora solvendi ou debendi = é a mora do devedor (1ª Parte)
Mora accipiendi ou credendi = mora do credor (2ª Parte)
Mora do Devedor (Mora solvendi)
Ocorre quando o devedor retarda CULPOSAMENTE o cumprimento da obrigação.
Se a obrigação for negativa (de não fazer) e o devedor realizar a prestação a que se comprometeu a não efetivar, não se tratará de mora, mas de inadimplemento absoluto, por isso previsto nas disposições gerais (art 390) e não na parte da mora.
Requisitos da Mora do Devedor
Existência de dívida líquida e certa
O vencimento (exigibilidade) da dívida
Culpa do devedor – art 396 - Não há mora sem culpa ou dolo do devedor. (Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora.)
Constituição em Mora
Mora ex re – é aquele que tem um termo de vencimento certo. Constitui-se de pleno direito em mora o devedor, aplicando-se a regra dies interpelalt pro homine.
Diferentemente da mora ex persona, que é aquela em que não há termo definido, devendo o credor interpelar o devedor, judicial ou extrajudicialmente, para constituí-lo em mora.
ObservaçõesImportantes:
*Não se pode esquecer que para que haja Mora – inadimplemento relativo – a prestação em atrasado tem que ter viabilidade para o credor, pois caso não mais o interesse, este poderá considerar resolvida a obrigação, pois se caracterizará o inadimplemento absoluto – art 395 (Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos.
**A impossibilidade de cumprimento da obrigação deverá ser posterior ao contrato, pois se for no momento da formação do contrato, será causa de nulidade deste. 
*** Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora desde que o praticou, na forma do art. 398
EFEITOS JURÍDICOS DA MORA DO DEVEDOR
Responsabilidade civil pelo prejuízo causado ao credor em decorrência do descumprimento culposo da obrigação – art 395 caput
Responsabilidade pelo risco de destruição da coisa devida, durante o período em que há mora do devedor – art 399 (a isenção de culpa ai não é no fato, mas no retardamento da prestação, Por exemplo, o credor não pôde receber) Ex: comodatário que recebeu um puro sangue, a título de empréstimo gratuito por quinze dias, e findo o prazo, atrasa a devolução do animal. Percebendo o mesmo em decorrência de uma enchente (fortuito) que inundou completamente o pasto onde estava, o devedor poderá ser responsabilidade com base no art 399.
Salvo se provar a isenção de culpa no evento ( o credor não pode receber o animal) ou se o dano sobreviria mesmo que a prestação fosse cumprida (enchente também atingir os pastos do credor)
Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.
 
MORA DO CREDOR- ACCIPIENDI OU CREDENDI. Art 400
-Pode dar ensejo ao pagamento por consignação.
a) Subtrai o devedor o ônus pela guarda da coisa, ressalvada a hipótese de ter agido com dolo (ex: deixar de alimentar o animal)
b) Obrigado o credor a ressarcir o devedor pelas despesas de conservação da coisa
c) Sujeito o credor a receber coisa pela estimação mais favorável ao devedor, se houver oscilação entre o dia estabelecido para o pagamento e o dia de sua efetivação
PURGAÇÃO E CESSAÇÃO DA MORA
Purgação ou emenda da mora consiste no ato jurídico por meio do qual a parte neutraliza os efeitos do seu retardamento, ofertando a prestação devida (mora solvendi) ou aceitando-a no tempo, lugar e forma estabelecidos pela lei ou pelo título da obrigação (mora accipiendi)
Por parte do devedor, a purgação da mora efetiva-se com a sua oferta real, abrangendo a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do atraso (juros, correção monetária, despesas etc..)
Por parte do credor, a emenda se dá oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data-art 400 CC, indenizando o devedor pelos prejuízos experimentados (art 401, II, CC)
Se houver mora recíproca, extinguem-se as responsabilidades.
Das perdas e danos
Significa os prejuízos, os danos, causados ante o descumprimento da obrigação.
Pagar perdas e danos significa indenizar aquele que experimentou um prejuízo, uma lesão em seu patrimônio material ou moral, por força do comportamento ilícito do transgressor da norma.
Compreende (art 402)
Danos emergentes – o que efetivamente perdeu
Lucros cessantes – o que razoavelmente deixou de lucrar
Dano patrimonial – material 
Dano moral – pessoal
DANO INDENIZÀVEL – art. 403 – REQUISITOS
Efetividade ou certeza
Subsistência se já foi reparado, não há o que indenizar
Lesão a um interesse juridicamente tutelado, de natureza material ou moral
*** As perdas e danos nas obrigações de pagamento em dinheiro incluem atualização monetária e juros (art. 404 e 405 CC)
Juros Legais
È o fruto civil correspondente a remuneração devida ao credor em virtude da utilização do seu capital.
Espécies:
Legais: determinados por lei
Convencionais: fixados pelas próprias partes
Compensatórios: objetivam remunerar o credor pelo simples fato de haver desfalcado seu patrimônio, concedendo o numerário solicitado pelo devedor, remuneram o credor por ter sido privado de usar a coisa. Normalmente são convencionais
Moratórios : indenização devida ao credor por força do retardamente culposo no cumprimento da obrigação. São regulados no art. 406 CC
Taxa em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos á Fazenda Nacional não é a taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia ), 
 porque esta contém atualização monetária embutida.
Na ausência de pactuação de juros moratórios em relações civis, já de se continuar aplicando o percentual de 1% nos termos do Art 161, paragrafo 1º do CTN, ou seja, 12% ao ano.
*** O Código Civil de 2002 não estebelece limite á cobrança dos juros compensatórios. Normalmente são juros convencionais.
Súmula 392 STJ – A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não caracteriza abuso, entendendo-se que é necessário analisar cada caso concreto.

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