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* * METODOLOGIA E PRÁTICA DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO TAISA COSTA VLIESE EAD – PEDAGOGIA - CAMPUS VIRTUAL Rio de Janeiro, 28 de julho de 2011. A FORMAÇÃO DE LEITORES E ESCRITORES NO BRASIL Quem foi a pessoa importante no seu processo de formação como leitor e escritor? Para você qual é a função social da leitura e da escrita? Por que existem tantos analfabetos funcionais? * * PROGRAMA DA DISCIPLINA METODOLOGIA E PRÁTICA DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO - Panorama da alfabetização no Brasil: - O suporte teórico para a elaboração de métodos de alfabetização: - alfabetização na perspectiva construtivista alfabetização numa dimensão discursiva Algumas teorias e sua contribuição para formação de leitores e escritores Letramento e alfabetização: como alfabetizar letrando. Como alfabetizar com o texto Leitura como processo. * * APRESENTAÇÃO DA PROFESSORA Taísa Vliese – é Psicóloga, Especialista em Saúde Mental e Desenvolvimento da Criança e do Adolescente, Mestre em Educação. Na produção do conteúdo desta disciplina – juntamente com a professora Maria Cristina Lima - pretendeu trabalhar com diversas linguagens que promovessem a formação de pedagogos aptos a alfabetizarem, formarem leitores e escritores em diferentes fases do processo educativo, coordenassem projetos sobre leitura, escrita, oralidade e letramento e sobretudo, AMASSEM A LEITURA. * * É POSSÍVEL FAZER ALGUÉM AMAR A LEITURA? Para Pennac ( 1998 p. 13), no livro: Como um Romance: “O verbo ler não suporta o imperativo. Aversão que partilha com alguns outros: o verbo “amar”... O verbo “sonhar”... Bem, é sempre possível tentar, é claro. Vamos lá: “Me ame!” “Sonhe!” “Leia!” “Leia logo, que diabo, eu estou mandando você ler!” – Vá para o seu quarto e leia! Resultado? Nulo. Ele dormiu em cima do livro. * * E NA SUA HISTÓRIA, COMO VOCÊ SE CONSTITUIU COMO LEITOR E ESCRITOR? Quais as lembranças que têm da escola e do ambiente alfabetizador? Seus familiares liam para você? A escola contribuiu para despertar o seu gosto e sua competência pela leitura e pela escrita? Em sua vida, quem foi o mais importante mediador na construção deste gosto e desta competência? Em se tratando de existência: A leitura, como todas as práticas de linguagem formam e transformam a subjetividade. * * O MEU PROCESSO ME CONSTITUIU COMO “CABEÇA DE VENTO” http://www.youtube.com/user/biabedran?blend=13&ob=5#p/u/0/iJ2_N-ibafc * * HÁ SEGREDO PARA FORMAR UM BOM LEITOR? Existe um segredo para uma boa leitura? “O bom leitor não se faz por acaso. Quase sempre é formado na infância, antes mesmo de saber ler, através do contato com a literatura infantil e as experiências positivas no início da alfabetização” (CARVALHO, 2001, p. 11) Estudos do início dos anos 80 Crianças que tinham contato com livros e revistas em casa antes do processo de alfabetização apresentavam mais facilidade em lidar com as demandas escolares. Compreensão de como são organizados, na escrita, os gêneros: o vocabulário adequado, formato, a sintaxe , a função social de cada um etc. * * UMA PRIMEIRA VISÃO DO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO - MODELO MECANICISTA Domínio de um código de transcrição: assegura-se apenas a inteligibilidade do texto; desconsidera-se a compreensão. Ler = decodificar; converter letras em sons; a compreensão seria consequência natural dessa ação. Esses “leitores” são capazes de decodificar qualquer texto, mas têm dificuldades para compreender o que tentam ler = concepção mecanicista de leitura (baseada no Behaviorismo) Sonorização dos signos escritos Leitura = ato mecânico * * “A leitura do mundo precede a leitura da palavra (...) Se for capaz de escrever minha palavra estarei, de certa forma transformando o mundo. O ato de ler o mundo implica uma leitura dentro e fora de mim. Implica na relação que eu tenho com esse mundo”. (Paulo Freire – Abertura do Congresso Brasileiro de Leitura – Campinas, novembro de 1981). MODELO MECANICISTA X FORMAÇÃO DE LEITORES Leitura como processo instantâneo: decodificação e significado. Erro do pressuposto: Para Carvalho (2001 ) é preciso mostrar aos alunos o que se ganha com a leitura, através de atividades que façam sentido, atividades de compreensão da leitura desde as etapas inicias da alfabetização. * * É um processo de interação entre as estruturas cognitivas que o sujeito apresenta e as informações do texto: modelo descendente de leitura. O leitor precisa de conhecimento para aplicar no texto. MODELO PSICOLINGUÍSTICO Exemplo. Girassóis vendidos por um preço recorde. (É preciso conhecimento sobre o pintor Vicent Van Gogh, que pintou um quadro chamado Girassóis: isso é um conhecimento cultural específico) Não se deve ensinar a ler por meio de práticas centradas na decodificação: leitura é processo e não somente produto. * * LER = IV + INV IV = informação captada pelos olhos (visual). Necessária à compreensão, mas não suficiente). InV = informação não visual - conhecimento de mundo, conhecimento partilhado, frames etc. Ler = o que o leitor sabe + o que o leitor retira do texto. O modelo dialógico de leitura é um modelo eficiente: o sentido se constroi a partir da interação entre leitor e autor do texto. “Ler é como se deixar penetrar por uma substância que tem o poder de transformar a alma!” Jorge Larrosa * * POR QUE NO BRASIL HÁ TANTOS ANALFABETOS FUNCIONAIS ? Veja os gráficos: Gráf3 0.56 0.505 0.396 0.336 0.255 0.201 0.136 Analfabetos Plan1 EVOLUÇÃO TEMPORAL DA TAXA DE ANALFABETISMO POR DÉCADA (Fonte. Disponível em www.iets.org.br/article.php3?id_article=527) 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 Analfabetos 56% 50.50% 39.60% 33.60% 25.50% 20.10% 13.60% (Síntese de indicadores sociais) Plan1 Plan2 Analfabetos Plan3 * * ENQUANTO O ÍNDICE DE PESSOA ALFABETIZADAS AUMENTA, O ÍNDICE DE ANALFABETOS FUNCIONAIS TAMBÉM. Gráf1 66 29 4 1 10 44 41 6 0 24 61 15 0 6 56 38 0 1 31 68 Analfabeto Rudimentar Básico Pleno Plan1 Nenhuma 1ª a 4a 5ª a 8ª Ensino Médio Ensino Superior Analfabeto 66 10 0 0 0 Rudimentar 29 44 24 6 1 Básico 4 41 61 56 31 Pleno 1 6 15 38 68 Plan1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Analfabeto Rudimentar Básico Pleno Plan2 Plan3 * * Analfabetismo e suas várias faces ANALFABETISMO Corresponde à condição dos que não conseguem realizar tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares (números de telefone, preços etc.). ALFABETISMO RUDIMENTAR Corresponde à capacidade de localizar uma informação explícita em textos curtos e familiares (como um anúncio ou pequena carta), ler e escrever números usuais e realizar operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias ou fazer medidas de comprimento usando a fita métrica * * ALFABETISMO BÁSICO - As pessoas classificadas neste nível podem ser consideradas funcionalmente alfabetizadas, pois já lêem e compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo que seja necessário realizar pequenas inferências, lêem números na casa dos milhões, resolvem problemasenvolvendo uma seqüência simples de operações e têm noção de proporcionalidade. Mostram, no entanto, limitações quando as operações requeridas envolvem maior número de elementos, etapas ou relações. * * ALFABETISMO PLENO Classificadas neste nível estão as pessoas cujas habilidades não mais impõem restrições para compreender e interpretar elementos usuais da sociedade letrada: lêem textos mais longos, relacionando suas partes, comparam e interpretam informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências e sínteses. Quanto à matemática, resolvem problemas que exigem maior planejamento e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de área, além de interpretar tabelas de dupla entrada mapas e gráficos. Fonte: site http://www.conexao24horas.com.br/Materias.html acesso 24/07/2011 22h. * * OBSERVEM A PLANILHA INAF / BRASIL – EVOLUÇÃO DO INDICADOR DE ALFABETISMO NA POPULAÇÃO DE 15 A 64 ANOS (%) Fonte: site http://www.conexao24horas.com.br/Materias.html acesso 24/07/2011 22h * * E SOBRE A ESCRITA? COMO ESTAMOS? A comunicação por signos escritos foi um importante passo para a evolução da humanidade E o internetês? * * PENSAR É TRANSGREDIR “ Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto. Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida. Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar. * * Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo. Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos. Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem. Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada. Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado. * * Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança. Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas, mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade. Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for. E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer”. Link: Referência: LUFT, Lya (2004) Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record. * * Na próxima aula você conhecerá a história da alfabetização no Brasil, os principais métodos utilizados e as práticas de letramento que devem ser realizadas na escola para dotar os leitores e escritores de competências lingüísticas atuais. Participe do Fórum 1 * *
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