Buscar

Aula 01 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL

Prévia do material em texto

1 
 
AULA 01 
DM10/DN10 
Origens, evolução histórica e conceito do Direito Internacional 
Público 
 
Professor: Ms.Ângela Diniz Linhares Vieira 
Disciplina: Direito Internacional 
Curso: DIREITO 
 
 
 
Fontes do Direito Internacional. 
 
1. Fontes do Direito Internacional. 
 Defende-se uma ampliação dos “meios tradicionais pelos quais o Direito 
Internacional opera”. 
 “Um ato comissivo (como a ocupação de um território ou uma 
manifestação unilateral de vontade) ou omissivo (que aceita pacificamente a 
ação de outro Estado) e, obviamente, a conclusão de atos formalmente 
internacionais (como a celebração de um tratado internacional, sua 
denúncia etc.), têm igual aptidão para criar e ser fontes do Direito 
Internacional Público”. Mazzuoli 
 FONTES MATERIAIS – “Se referem ao conjunto de fatores sociológicos, 
econômicos, ecológicos, psicológicos e culturais, que condiciona a decisão do 
poder no ato de edição e formalização das diversas fontes do Direito”. Miguel 
Reale 
 FONTES FORMAIS – “São os métodos ou processos de criação da 
normas jurídicas, as diversas técnicas que permitem considerar uma norma 
como pertencente ao mundo jurídico, vinculando os atores para os quais se 
destinam”. 
 A validade de uma determinada norma como fonte de Direito 
internacional está a depender da forma por meio da qual referida norma é 
celebrada (por Estados ou organismos internacionais) e de como a mesma se 
converte em obrigatória no plano jurídico externo”. Mazzuoli. 
 A enumeração da maior parte das fontes formais de DIP pode ser 
encontrada no art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ), 
nos seguintes termos: 
1. A Corte, cuja função é decidir em conformidade com o direito 
internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: 
 a. As convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que 
estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; 
 b. O costume internacional, como prova de uma prática geral aceite 
como direito; 
 c. Os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas; 
 d. Com ressalva das disposições do artigo 59, as decisões judiciais e a 
doutrina dos publicistas mais qualificados das diferentes nações, como 
meio auxiliar para a determinação das regras de direito. 
 
 
2 
 
 2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir 
uma questão ex aequo et bono, se as partes assim convierem. (segundo a 
equidade e o bem) 
 
 Ao elencá-las, o art. 38 não estabeleceu ordem de importância entre elas, 
o que significa dizer que, para o direito internacional, não há hierarquia de 
fontes. 
 A decisão "ex aequo et bono" é o coroamento e a comprovação da 
existência dos princípios gerais do Direito, que são fonte real do Direito das 
Gentes. 
 A equidade pode ser entendida com a aplicação dos princípios da justiça 
natural a um caso concreto, visando abrandar o rigorismo das regras 
jurídicas incidentes. Nos julgamentos "ex aequo et bono", o magistrado pode 
estar corrigindo o Direito das Gentes ou, quem sabe, pode estar suprindo as 
lacunas do Direito Internacional Público ou, ainda, pode não aplicar as 
normas preestabelecidas e lançar mão de outras que lhes são contrárias. 
 São, assim, fontes de DIP: os tratados, o costume, os princípios 
gerais do direito, as decisões judiciais, a doutrina e a equidade. 
 Costumes: “...prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;” 
(art. 38 ECIJ) 
 “É o conjunto de normas consagradas pelo longo uso e observadas na 
ordem internacional como obrigatórias.” (Silva) 
 Elementos: 
▪ Material – uso geral; prática, multiplicação de precedentes; 
▪ Subjetivo – opinio júris; consciência coletiva da Sociedade Internacional 
aceitando o costume como um novo direito 
 Características: 
▪ Prática comum – repetição uniforme de certos atos da vida internacional; 
▪ Prática obrigatória – o costume é direito e deve ser respeitado por toda a 
Sociedade Internacional; 
Prática evolutiva – possui plasticidade, que permite adequar-se às novas 
circunstâncias. 
 Prova: 
 “Quem invocar o costume tem o ônus da prova” (Brownlie cit por 
Silva) 
 “A parte que invoca um costume (...) tem que provar que este 
costume está estabelecido de tal modo que se tornou vinculativo para a 
outra parte, (...) que a norma invocada está de acordo com um uso constante 
e uniforme praticados pelos Estados em causa (...)” (Acórdão da CIJ – Asilo, 
1950) 
 Interpretação: 
▪ Costume especial derroga o geral 
▪ Costume posterior derroga o anterior 
Exemplo: 
Naufrágio do Navio Prestige: 
 O navio Prestige era uma embarcação de bandeira das Bahamas, que 
saiu de um país Árabe, foi feito no Estado A, foi fiscalizado no Estado B, saiu 
do Estado C, tinha bandeira das Bahamas e iria aportar da Espanha, esse 
navio foi liberado para navegação com avarias, era um navio monocasco, 
carregava petróleo e foi navegando sem manutenção, ninguém que liberou o 
navio alertou sobre as avarias que ele tinha e foram liberando, quando 
 
3 
 
chegou na Espanha, antes das 12 milhas, o prático (cidadão que libera a 
entrada do navio no mar territorial a partir dessas 12 milhas) pega uma 
embarcação, vai até o navio, sobe nele, fiscaliza o navio e diz que está 
liberado, pode aportar, ele traz a embarcação (vem junto) e quando chegou e 
olhou o Prestige, falou que não tem condições de aportar, pois o navio está 
vazando óleo e diz que não vai aportar na Espanha, era para voltar para alto 
mar, como ele estava com avarias, ele não aguentou, continuou navegando 
até que o navio naufragou antes de chegar em alto mar, foi um dano 
ambiental muito grande, vazou óleo tanto para costa portuguesa quanto 
para a espanhola, gerou uma sério de danos, alegou-se o direito de 
passagem inocente, que o Estado não podia impedir, que ele queria aportar, 
mas que a Espanha não permitiu, gerou uma controvérsia internacional no 
Tribunal Marítimo e todos os Estados, o da bandeiras, o que liberou, o que 
fabricou e o que mandou de volta foram responsabilizados 
internacionalmente (responsabilidade solidária de todos os Estados), porque 
a Espanha não deveria mandar para alto mar já que sabia que ele estava 
com avarias e poderia causar o dano, as Bahamas porque era a bandeira do 
navio, quem fabricou o navio porque tinha erro humano na fabricação do 
navio e o Estado o liberou para ser utilizado, e mais todos os outros Estados 
pelos quais ele tinha aportado e não tinham feito nenhum tipo de 
fiscalização nesse sentido. Em relação ao direito de passagem inocente, 
temos uma prática dentro do direito internacional que a partir dessas 12 
milhas, não criar nenhum empecilho, a Espanha foi responsabilizada porque 
o navio precisava abortar, se ele estivesse simplesmente circulando no 
domínio marítimo da Espanha 12,1 milhas, a Espanha não seria 
responsabilizada, pois o navio estava só passando pelo seu domínio 
marítimo, e se tivesse sido assim, ela seria vítima do naufrágio do navio 
Prestige. Hoje, temos uma norma costumeira que foi convencionada na 
Convenção sobre o Direito do Mar de 1982, nessa Convenção, o que era um 
costume internacional passou a ser uma norma escrita que se traduziu num 
princípio (Princípio da Livre Navegação). Mesmo quem não assinou a 
Convenção de 1982 precisa respeitar a Livre Navegação, porque ela é 
oriunda de um costume internacional que não foi revogado pela Convenção 
de 1982 exatamente porque a Convenção vai no mesmo sentido da norma 
costumeira. Uma coisa é você se submeter ao texto da Convenção, outra 
coisa é a norma costumeira. Um norma costumeira pode conviver com uma 
Convenção de mesma regulação e quem não assinou à Convenção tem que 
se submeterà norma em função do costume internacional! 
 Normas de Direito Humanitário: As normas que regulam conflitos 
armados, são normas de origem costumeira. Na Guerra de Tróia, Heitor (o 
irmão corajoso) vai para o campo de batalha e morre, quando ele morre, para 
a guerra e fazem todo o processo de morte, e a guerra fica suspensa por 
alguns dias, nenhum lado poderia atacar o outro naquele período de uns 15 
dias, isso não estava escrito em nenhum lugar, mas isso era uma norma 
costumeira, já era um costume de guerra, claro que isso não acontece mais, 
antes haviam lugares específicos para as guerras acontecerem, tinha data 
certa para começar a guerra, ela terminava quando tinha a bandeira branca, 
existiam alguns costumes de guerra. Hoje, atualizados para as práticas 
atuais, as Convenções de Genebra de 1949 fazem é exatamente dar o caráter 
de norma escrita para aquilo que já era norma costumeira. Por exemplo, o 
Comitê Internacional da Cruz Vermelha sempre defende que mesmo que eu 
 
4 
 
não seja signatário das Convenções de Genebra, tenho que respeitar as 
normas de direito humanitário porque elas são oriundas de costumes 
internacionais. Isso faz todo sentido quando pensamos em beligerância e 
dizemos que não é necessário reconhecimento formal, pois as normas de 
guerra incidem no conflito, mesmo que apenas um Estado manifeste o 
reconhecimento daquela circunstância. O costume internacional como fonte 
do direito internacional é uma norma informal, porque ele não nasce pela 
declaração ou porque os Estados assinam um termo, ele nasce porque 
aquela prática é repetida ao longo de forma generalizada com caráter de 
obrigação, e é mais fácil alterar um costume do que alterar um tratado, o 
costume pode ser modificado na medida em que a prática se modifica, ele 
pode ser extinto na medida em que ele cai em desuso. A principal fonte do 
direito internacional é o costume, mas não é a mais comum, a mais comum 
hoje são os tratados! Costume é fonte formal no plano internacional, pode 
ser discutido de forma diferente no plano interno que temos países que 
adotam o sistema da Civil Law e a fonte formal por natureza é a lei, mas 
temos países cujo sistema é a Common Law e o costume também é fonte 
formal, mas mesmo os países cujo sistema é da Civil Law tem que se 
submeter ao costume internacional! Costume gera obrigação para o Estado! 
 Princípios Gerais do Direito Internacional. 
 São princípios gerais comuns à ordem interna e internacional que têm a 
finalidade de preencher lacunas do Direito, como elemento subsidiário para 
as decisões da Corte Internacional de Justiça. 
▪ Abstenção de recorrer a ameaça ou uso da força; 
▪ Solução pacífica de litígios; 
▪ Não-intervenção em assuntos de jurisdição interna; 
▪ Cooperação; 
▪ Igualdade de direitos e livre determinação dos povos; 
▪ Igualdade soberana; 
▪ Cumprimento em boa-fé das obrigações contraídas. 
Princípios comuns à ordem interna e externa. 
▪ Relativos ao nascimento das obrigações – nascidas de atos unilaterais; 
▪ Relativos à execução das obrigações – pacta sunt servanda; 
▪ Relativos ao exercício dos direitos – abuso do direito; direito adquirido; 
▪ Relativos à extinção das obrigações – prescrição liberatória. 
 
Princípios Específicos de Direito Internacional. 
▪ Primado do Direito Internacional sobre a lei interna; 
▪ Respeito à independência dos Estados; 
▪ Continuidade dos Estados; 
▪ Responsabilidade Internacional – indenização apreciada a partir da data 
de realização efetiva do prejuízo; 
▪ Patrimônio comum da humanidade (Amazônia) 
 O Direito Internacional Público é o ramo do direito responsável por 
preservar as relações entre os Estados, buscando evitar a ocorrência de 
conflitos, ou, quando não for possível, amenizá-los, bem como a seus efeitos 
sobre o mundo inteiro, uma vez que um conflito entre dois países, ou mais, 
causam reflexos em vários outros que não esteja envolvidos em tais 
ocorrências. A sua finalidade primordial é estabelecer a paz entre os 
Estados, já que tem uma relação direta com os direitos humanos. 
 
5 
 
 Para alcançar seu objetivo, o Direito Internacional conta com alguns 
princípios, os quais funcionam como normas “jus cogens”, abrangendo todos 
os Estados, até mesmo aqueles que não ratificaram qualquer tratado que 
fosse. 
 Inicialmente, há que se falar sobre o princípio da independência 
nacional, pelo qual as relações internacionais de um País devem consolidar-
se na soberania política e econômica, e de autodeterminação dos povos, 
repudiando a intervenção direta ou indireta nos negócios políticos de outros 
Estados. 
 Há também o princípio da prevalência dos direitos humanos, ou do 
respeito aos direitos humanos, um dos mais importantes a serem 
considerados, que teve o auge do seu desenvolvimento após o fim da 
Segunda Guerra Mundial, ante aos intensos abusos cometidos durante 
aquele período. 
 O princípio da autodeterminação dos povos estabelece que o povo de 
um Estado possui a prerrogativa de tomar as escolha que são necessárias 
sem qualquer interferência externa, escolhendo o seu destino e a forma da 
qual será dirigido. Tem sua base na soberania do País. 
 O princípio da não-intervenção tem relação direta com o princípio da 
independência nacional, e é a regra, que cada País se desenvolve da forma 
que lhe convier, sendo soberano, e não sujeito a sofrer intervenção de 
qualquer outro país, seja ele qual for. 
 Contudo, admitem-se exceções, onde a intervenção será admitida quando 
for autorizada previamente pelo Conselho de Segurança da Organização das 
Nações Unidas, sendo possível que essa autorização venha após a 
intervenção no país, nos casos em que se exija urgência. Importa ressaltar 
que a intervenção somente será autorizada mediante motivos suficientes. 
 Pelo princípio da igualdade entre os Estados temos que, se todos 
possuem um governo, um território e um povo próprio, nenhum deles poderá 
ser superior ou mais importante no cenário internacional para justificar 
qualquer desigualdade entre os mesmos. Assim, o exercício pleno de todos 
os diretos e garantias fundamentais pertence a todas as pessoas, 
independentemente de sua raça, condição social, genealogia, seco, credo, 
convicção política, filosófica ou qualquer outro elemento arbitrariamente 
diferenciador, defendendo as minorias étnicas – indígenas e os estrangeiros – 
religiosas, linguísticas e políticas de discriminações. 
 A defesa da paz é um dos mais almejados, a paz é tida como a regra para 
as relações humanas, ficando a questão da força e da guerra reservada para 
casos excepcionais. 
 O princípio da solução pacífica dos conflitos afirma que para a solução 
de divergências e demais conflitos, é necessária a utilização de meios 
pacíficos, que subdividem-se em diplomáticos, políticos, jurídicos e 
jurisdicionais. O meio não pacífico (coercitivos e guerra) somente serão 
admitidos quando do meio pacífico não surtir efeito. 
 Os Países também tem o dever de combater o terrorismo e o racismo, ou 
seja, caso existam grupos terroristas e ataques racistas dento dele, é dever 
combater e repudiar, não apoiando as ações, e caso não faça nada para 
combatê-lo estará sujeito à intervenção, uma vez que o apoio a questões 
desse tipo constituem verdadeiro desrespeito aos direitos humanos. 
 
6 
 
 Pelo princípio da cooperação entre os povos para o progresso da 
humanidade tem-se que toda a humanidade deve cooperar entre si, para a 
perpetuação da paz. 
 Por fim, pelo art. 4º, X da Constituição Federal, encontramos a 
concessão de asilo político como um dos princípios a serem seguidos pelo 
país, por meio deste encontramos o primardo de que será concedido asilo 
político ao estrangeiro perseguido – quer por dissidência política,quer por 
livre manifestação de pensamento ou por crimes relacionados à segurança 
do Estado, desde que não configurem delitos no direito penal comum – que 
tenha ingressado nas fronteiras nacionais, colocando-se no âmbito espacial 
de sua soberania. É, portanto, um ato de soberania estatal, de competência 
do presidente da república e, uma vez concedido o ministro da justiça 
lavrará termo no qual serão fixados o prazo de estada do asilado no Brasil e, 
se for o caso, as condições adicionais aos deveres que lhe imponham o 
direito internacional e a legislação vigente, às quais ficará sujeito. 
 Os princípios estabelecidos no art. 4º da Constituição Federal compõem 
um rol exemplificativo, uma vez que existem vários outros que regem o 
Direito Internacional Público, contudo, são estes os mais significativos por 
ora. Tais princípios possuem grande importância, e se forem seguidos e 
obedecidos da forma que deveriam contribuiriam para que a finalidade do 
Direito Internacional seja alcançado, e a paz mundial mantida. 
 Entretanto, é certo que existem vários abusos por partes de certos entes 
internacionais, uma vez que muitas vezes não são observadas tais normas, 
culminando em desrespeito aos Estados e à população, que ora sofre com o 
desrespeito de seus governantes, e ora sofrem com o abuso de países que se 
revestem de personalidade “pacificadora”, mas que ao final acabam 
provocando intensos dissabores, o exemplo clássico é o Afeganistão, invadido 
após ataques do 11 de setembro, cujas tropas continuam no país até os dias 
atuais; outro, o Iraque. Estes países sofriam sob as mãos dos ditadores que 
o governavam, e houve a intervenção, uma delas não autorizada, pelos 
Estados Unidos da América. Contudo, há casos em que as intervenções 
visam os princípios ali elencados, como no caso do Brasil com o Haiti. 
 Em suma, é necessário frisar que tais princípios são princípios gerais, 
elencados pela Constituição Federal mas estabelecidos para o bom 
funcionamento das relações entre os Países e Organizações Internacionais, 
para o fim específico o Direito Internacional Público, que é estabelecer a paz, 
e prezar pela evolução das relações pacíficas entre os Estados, bem como a 
evolução e desenvolvimento dos Direitos Humanos. 
 
 Contudo, considerando que o referido Estatuto foi promulgado em 1945, 
ele acabou, naturalmente, por não contemplar as chamadas fontes novas, 
ou seja, aquelas surgidas em razão do desenvolvimento do DIP após a 
referida data. Logo, deve-se acrescentar à enumeração acima: 
 Os Atos unilaterais - Trata-se de manifestação unilateral da vontade 
oriunda de um sujeito de DIP pela qual ele se vincula e não depende, para 
emanar efeitos jurídicos, de outro ato. É, portanto, obrigatório ao seu autor, 
conferindo aos demais sujeitos de DIP o direito de exigir o seu cumprimento. 
São exemplos de atos jurídicos unilaterais a denúncia, a adesão ou a reserva 
a tratados internacionais. São considerados fontes novas porquanto não 
elencados no art. 38 do Estatuto da CIJ. 
 
7 
 
 As Resoluções das Organizações Internacionais - Também são fontes 
novas de DIP, não mencionadas no Estatuto da CIJ. Constituem em atos 
jurídicos unilaterais das Organizações Internacionais, por meio dos quais é 
refletida a opinio iuris generalizada da entidade, são enunciados novos 
conceitos e princípios gerais, são requeridos determinados tipos de ação 
visando determinados resultados, entre outros, externalizando a atuação das 
Organizações. Diz-se que têm caráter facultativo para os membros que a 
compõem, motivo pelo qual apenas convidam os destinatários a adotar 
determinado comportamento. As resoluções emanadas da Assembleia-Geral 
da ONU têm essa característica. 
 A Lei Internacional - Também são consideradas atos unilaterais das 
Organizações Internacionais. Diferem, contudo, das anteriores porquanto 
têm caráter obrigatório, como as Resoluções emanadas do Conselho de 
Segurança da ONU. Criam, assim, obrigações a seus destinatários que não 
têm a opção de escolher cumpri-las ou não. São igualmente denominadas de 
decisões das Organizações Internacionais.

Continue navegando