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Aula 6 Exercícios Terapêuticos Ativo Livres e Resistidos

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Exercícios Terapêuticos Ativo-Livres e Resistidos
Prof. Marcelo Grandini Spiller
Cinesioterapia
Fisioterapia
Força muscular, resistência muscular, coordenação e flexibilidade são importantes para a realização confortável e segura das atividades de vida diária e de muitas atividades profissionais;
Músculos fortes funcionam como amortecedores de forças externas, aliviando as articulações e proporcionam grandes benefícios nas disfunções de doenças reumatológicas, ortopédicas e neurológicas;
Os exercícios resistidos podem ser elaborados e praticados de muitas formas, desde um simples exercício em uma clínica, até o uso de um dinamômetro isocinético em centros especializados, ou até mesmo em domicílio sem nenhum aparato mais elaborado: com os exercícios resistidos manualmente e/ou os exercícios em cadeia fechada com uso do próprio corpo.
O fisioterapeuta deverá estar apto a, após uma avaliação minuciosa, elaborar uma proposta de exercícios resistidos como elemento essencial dos programas de reabilitação para pessoas com função comprometida, ou em programas de condicionamento para aqueles que desejam promover ou manter a saúde;
Exercício resistido é qualquer forma de exercício ativo no qual uma contração muscular dinâmica ou estática é resistida por uma força externa aplicada de modo manual ou mecânico (VAISBERG e MELLO, 2010);
Pode ser chamado de treino resistido ou ADM ativo-resistida e é um elemento essencial dos programas de reabilitação para pessoas com função comprometida, que visam manter saúde, bem estar, potencializar o desempenho de habilidades motoras e reduzir o risco de lesões, disfunções e doenças.
Benefícios do exercício terapêutico resistido:
• Otimização do desempenho muscular: restauração, melhora ou manutenção de força, potencia e resistência à fadiga;
• Aumento da força dos tecidos conjuntivos: tendões, ligamentos, tecido conjuntivo intramuscular;
• Maior densidade mineral óssea;
• Diminuição da sobrecarga nas articulações;
• Redução do risco de lesões;
• Melhora no equilíbrio;
• Aumento da massa magra e diminuição da gordura corporal;
• Sensação de bem-estar;
• Possível melhora na percepção da incapacidade e qualidade de vida.
Tipos de Exercícios Resistidos
Resistido Manual;
Resistido Mecânico:
Princípio da Sobrecarga
Princípio da Sobrecarga: Conceitos
Força muscular pode ser definida como a força ou tensão que um músculo ou, mais corretamente, um grupo muscular consegue exercer contra uma resistência, em um esforço máximo;
Potência muscular, relaciona-se com a força e velocidade do movimento e é definida como Trabalho (força x distância). É a rapidez com que o trabalho é realizado (KISNER e COLBY, 2016);
Endurance (resistência muscular a fadiga) é a habilidade de um músculo de contrair-se repetidamente contra uma carga (resistência), gerar e sustentar a tensão e resistir à fadiga durante um período extenso;
A manutenção do equilíbrio e do alinhamento apropriados dos segmentos corporais requer a manutenção do controle (resistência à fadiga) pelos músculos posturais.
Força muscular, potência e endurance (resistência) podem ser aprimoradas com programas de exercícios corretamente planejados e cuja resistência é representada por pesos;
Um exame e uma avaliação minuciosa do paciente são a base do Fisioterapeuta para determinar se um programa de exercícios resistidos é indicado para melhorar o nível atual de função ou prevenir disfunções potenciais;
É preciso levar em consideração fatores como a patologia de base; a extensão e a gravidade dos acometimentos no desempenho muscular; a presença de outros déficits; o estágio de cicatrização dos tecidos após uma lesão ou cirurgia; a idade do paciente, seu nível geral de preparação física e sua habilidade de cooperar e aprender.
O Fisioterapeuta é necessário para implementar inicialmente o programa, ensinar e supervisionar os exercícios prescritos, fazendo uma transição suave para um programa domiciliar independente (VAISBERG e MELLO, 2010);
Um dos princípios que orientam a prescrição de exercícios é o princípio da sobrecarga, que resulta de uma relação entre estímulo, adaptação e aumento da sobrecarga;
Depois de um tempo realizando exercícios com uma determinada carga, devemos aumentá-la para continuarmos a ter os benefícios que o exercício proporciona, elevando limite de adaptação;
Se permanecêssemos com a mesma carga, manteríamos apenas o mesmo nível de condicionamento já alcançado;
Em um programa de treinamento de força, a quantidade de resistência aplicada ao músculo é aumentada aos poucos e de forma progressiva;
Para o treinamento de resistência à fadiga, enfatiza-se mais o aumento do tempo durante o qual uma contração muscular é mantida ou o número de repetições realizadas, em vez de aumentar a resistência;
Para que esse aumento seja progressivo, adequado às possibilidades do paciente, o fisioterapeuta deve estar atento à execução do movimento, pois o aumento da carga não deve acontecer à custa da perda de qualidade de execução dos movimentos.
Importante elaborar um programa de exercícios que simule muito bem as atividades funcionais desejadas;
 A maioria dos exercícios devem estar de acordo com os requisitos e as demandas encontradas e vivenciadas pelo paciente durante a realização das atividades funcionais específicas;
As mudanças adaptativas nos sistemas corporais, como o aumento de força e resistência à fadiga, em resposta a um programa de exercícios resistidos, são transitórias, a menos que as melhoras produzidas pelo treino sejam usadas regularmente nas atividades funcionais ou o paciente participe de um programa de manutenção com exercícios resistidos.
O destreinamento, que se reflete por uma redução no desempenho muscular, começa após uma ou duas semanas da interrupção dos exercícios resistidos e continua até os efeitos dos treinos serem perdidos;
Por essa razão, é fundamental que os ganhos de força e resistência à fadiga, sejam incorporados às atividades diárias o mais cedo possível em um programa de reabilitação;
Um exercício leve for feito durante o período de recuperação (recuperação ativa), essa ocorre mais rapidamente do que com repouso total (recuperação passiva);
A recuperação mais rápida com exercício leve é, provavelmente, resultado de influências neurais e circulatórias;
Sobrecarga é um esforço imposto ao organismo, maior do que aquele regularmente encontrado durante a vida cotidiana.
Efeitos Fisiológicos, Indicação e Contraindicação
Os exercícios resistidos podem ser considerados muito seguros, mesmo para pessoas idosas e debilitadas;
A segurança musculoesquelética é dada pela adequação ideal das sobrecargas às condições físicas dos praticantes;
Não apenas as cargas, e consequentemente as repetições, mas também a amplitude dos movimentos, os intervalos de descanso, o número de séries e de exercícios, e a frequência das sessões de intervenção;
Os movimentos são relativamente lentos e cadenciados, sem acelerações ou desacelerações violentas;
O corpo permanece em posições anatômicas e confortáveis durante os exercícios, sem a possibilidade de desequilíbrios, quedas e torções (SIMON NETO, 2006).
O trabalho de força muscular é de fundamental importância na medida em que proporciona um incremento da massa muscular e, consequentemente, a força muscular evita quedas e preserva a capacidade funcional e a independência;
Devem ser priorizados os grandes grupos musculares (glúteos, quadríceps, músculos posteriores da coxa, peitorais, dorsais, abdominais) que são importantes das atividades do cotidiano;
Como em toda forma de atividade física, a pressão arterial se eleva também nos exercícios resistidos, mas dentro de limites seguros, mesmo com cargas elevadas, desde que não se realizem contrações isométricas em apnéia;
Devido ao caráter interrompido do treinamento, a frequência cardíaca eleva-se em níveis discretos, portanto, baixo risco cardíaco.
Em função de sua segurança e das qualidades de aptidão que desenvolvem, os exercícios com
pesos têm sido utilizados com sucesso na reabilitação cardíaca e profilaxia de incapacidades em pessoas idosas;
Todas as qualidades de aptidão física são estimuladas pelos exercícios resistidos: força, potência, resistência, coordenação e flexibilidade;
O músculo torna-se mais forte devido a dois mecanismos básicos: maior recrutamento das unidades motoras das fibras e hipertrofia das fibras musculares individuais;
Durante as primeiras semanas de treinamento, a força aumenta em consequência das adaptações neurais;
Aumentos na força e na endurance são acompanhados por certas alterações fisiológicas tipo aumento do tamanho muscular (hipertrofia), pequenas alterações bioquímicas e adaptações dentro do sistema nervoso.
O princípio fisiológico por trás ao desenvolvimento da força e da endurance é denominado princípio da sobrecarga, já citado anteriormente;
O desempenho muscular se modifica ao longo da vida;
Se a meta de um programa de treinamento resistido é tratar comprometimentos e limitações na execução de atividades (limitações funcionais) ou melhorar o preparo físico e o desempenho de atividades físicas, é necessária uma compreensão das mudanças “típicas” no desempenho muscular e na resposta aos exercícios durante cada fase da vida;
A dor muscular aguda é causada pela falta de um fluxo sanguíneo adequado (isquemia), ao passo que a dor muscular tardia é causada provavelmente pela ruptura dos tecidos conjuntivos.
Muitos elementos (variáveis) determinam se um programa de exercícios é apropriado, efetivo e seguro;
Cada um desses elementos deve ser evidenciado para melhorar um ou mais aspectos do desempenho muscular e atingir os resultados funcionais desejados;
O alinhamento e a estabilização são elementos básicos e a dosagem conveniente de exercícios também deve ser determinada;
A escolha e prescrição dos exercícios são determinadas por:
Alinhamento dos segmentos corporais durante o exercício;
Estabilização das articulações envolvidas, prevenindo as substituições;
Intensidade (carga do exercício) relacionada a resistência;
Número, sequência e frequência dos exercícios propostos;
Intervalo do repouso para recuperação dos tecidos;
Duração do tempo de exercícios;
Tipo de contração, fonte de resistência, arco de movimento e posição do paciente;
Velocidade do exercício;
Periodização;
Integração dos exercícios em atividades funcionais.
Os exercícios resistidos são graduados de acordo com o desenvolvimento da força, respeitando o ritmo constante e a máxima amplitude articular possível durante a execução;
A sobrecarga de trabalho muscular é que determina as melhoras nos níveis de força e resistência muscular;
Treinar com pesos elevados e com baixas repetições visam aumentos de força; e com pesos mais leves e maior número de repetições resulta em melhor resistência muscular e força;
Não há um número ideal de repetições, mas se obtém bons resultados treinando de 2 a 10 resistências máximas (RM), onde a carga utilizada cumpra somente o número de repetições estipuladas.
Precauções para o Treinamento Resistido
Temperatura ambiente confortável;
Ausência de dor durante o exercício;
Não iniciar o treinamento usando nível máximo de resistência;
Evitar usar resistência pesada para crianças, idosos e pacientes com osteoporose;
Atenção às articulações instáveis;
Atenção à manobra de Valsalva (prender a respiração);
Evitar movimentos balísticos descontrolados;
Observar e prevenir movimentos compensatórios;
Evitar sobrecargas sobre a coluna vertebral;
Conhecer medicamentos utilizados pelo paciente;
Evitar fadiga cumulativa (frequência e/ou treinamento excessivos);
Interromper exercícios na presença de dor, tontura ou falta de ar não usual ou súbita.
Sinais e sintomas de fadiga muscular
Sensação de desconforto muscular, tremor, dor ou cãibras;
Inabilidade para completar o padrão de movimento;
Uso de movimentos substitutivos.
Contraindicações do Exercício Resistido
Há apenas alguns casos em que os exercícios resistidos são contraindicados. O treinamento resistido é frequentemente contraindicado durante período de inflamação aguda e em algumas doenças e distúrbios agudos. Escolhendo cuidadosamente o tipo apropriado (modo) de exercício (estático versus dinâmico; com ou sem apoio de peso) e mantendo a intensidade inicial do exercício em um nível bem baixo a moderado, os efeitos adversos o treinamento resistido podem ser evitados.
Inflamação aguda;
Dor articular ou muscular intensa durante o exercício resistido ou por mais de 24 horas após o exercício;
Doença neuromuscular inflamatória;
Doença cardiopulmonar grave.
Protocolos de Treinamento Resistido
Teste de 10 RM: Realizar 10 RM com carga estimada até fadigar. Até 4 tentativas. Intervalos de 3 minutos entre elas;
Exemplo: 10 RM = 10Kg; 50% = 5 Kg; 75% = 7,5 Kg
Zona de Treinamento
Treino de Força Muscular (Exercícios Terapêuticos)
Adultos saudáveis: 60% a 70% de 10 RM;
Adultos já treinados: 80% ou 95% de 10 RM;
Pessoas sedentárias: 30% a 40% de 10 RM;
Idosos e crianças: 30% a 50% de 10 RM;
Repetições e Séries (Exercícios Terapêuticos)
Resistência Manual: 3-5 séries de 5 a 10 repetições;
Resistência Mecânica: 3-6 séries de 8 a 12 repetições;
Protocolo de Rockwood 
(Fortalecimento de Manguito Rotador)
Conteúdo para a prova prática... Ainda serão acrescentados dados!
Técnicas de ADM passiva: pp. 51 a 60;
Técnicas de ADM Autoassistida: pp. 61 a 65;
Exercícios terapêuticos ativos-resistidos (Resistência manual): pp. 197 a 203;
Livro para estudar: Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas (Carolyn Kisner e Lynn Allen Colby).

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