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ASFIXIA PERINATAL E CONSEQUÊNCIAS Prof. Fernando Lamy Filho Mortalidade Infantil no Brasil Taxa de Mortalidade Infantil (por mil nv). Brasil e regiões, 1990 a 2011* TMI 2011: 15,3* óbitos infantis por mil nv ! Meta ODM: 15,7 óbitos infantis por mil nv ! Queda (1990 – 2011*) = 67,5% META Fonte: CGIAE/SVS/MS * 2011, projeção feita em base ao período de 2000 a 2010. Mortalidade Infantil no Brasil Taxa de Mortalidade Infantil (por mil nv), segundo componentes. Brasil, 1990 a 2011 Variação (%) da taxa de mortalidade entre 1990 e 2011: Infantil -67 ,5 Neo- Precoce -54,1 Neo- Tardia -52,8 Pós- Neonatal -80,8 Fonte: CGIAE/SVS/MS Mortalidade Infantil no Brasil Distribuição proporcional (%) de óbitos infantis, segundo classificação de evitabilidade. Brasil, 1996 a 2011 “ Observa-se manutenção do percentual de óbitos evitáveis – em torno a 70%” Fonte: CGIAE/SVS/MS Classificação Brasileira de evitabilidade. Malta e cols. Mortalidade Infantil no Brasil 2000 2011 1 Prematuridade Malformações congênitas 1 2 Infecções da criança Prematuridade 2 3 Malformações congênitas Infecções perinatais 3 4 Infecções perinatais Asfixia/hipóxia 4 5 Asfixia/hipóxia Fatores maternos 5 6 Fatores maternos Infecções da criança 6 7 Causas externas na criança Causas externas na criança 7 8 Desnutrição e anemias nutricionais Transtornos CV originados no período perinatal 8 9 Transtornos CV originados no período perinatal Desnutrição e anemias nutricionais 9 10 Afecções respiratórias perinatais Afecções respiratórias perinatais 10 Ranking das causas de mortalidade infantil. Brasil, 2000 e 2011 ASFIXIA PERINATAL 5 milhões de óbitos neonatais/ano (OMS,1995) (1 milhão/ano) 19% ASFIXIA PERINATAL 78.000 óbitos neonatais/ano (1997) (7.800/ano)10% (22,2%) ASFIXIA PERINATAL Asfixia Perinatal obito Ao nascer Primeiros movimentos respiratórios O LÍQUIDO PULMONAR fetal é reabsorvido Os ALVÉOLOS expandem-se Aumenta o FLUXO SANGÜÍNEO para os pulmões As ARTERÍOLAS PULMONARES dilatam-se O CANAL ARTERIAL fecha-se ELEMENTOS DE ADPTAÇÃO Á VIDA EXTRAUTERINA Os pulmões e a circulação Nascimento Líquido Pulmonar Fetal 1o 2o 3o As arteríolas dilatam e o fluxo sangüíneo aumenta Movimentos Respiratórios Fluxo sangüíneo pulmonar aumenta Ducto Arterioso fechado Aorta Tronco Pulmonar FISIOPATOLOGIA DA ASFIXIA PERINATAL Fluxo sangüíneo diminuído nos pulmões fetais Arteríolas Ducto Arterioso Tronco Pulmonar Aorta Constrição Arteriolar (vasos sangüíneos) FISIOPATOLOGIA DA ASFIXIA PERINATAL ASFIXIA Hipoxemia Acidose Arteríolas pulmonares permanecem constritas Canal Arterial permanece aberto Persiste o padrão da Circulação Fetal FISIOPATOLOGIA DA ASFIXIA PERINATAL Apnéia Primária X Secundária Movimentos Respiratórios Rápidos Apnéia Primária Apnéia Secundária Gaspings PARTO PARTO FISIOPATOLOGIA DA ASFIXIA PERINATAL DESCOLAMENTO DE PLACENTA Fonte: Clinica Mayo Fonte: Clinica Mayo OLIGOHIDRÂMNIO (Prolapso de cordão?) PROLAPSO DE CORDÃO Impossibilidade de distinção entre APNÉIA PRIMÁRIA e SECUNDÁRIA Atraso na intervenção proporciona demora na resposta e lesão neurológica APNÉIA ao nascer Considerar como APNÉIA SECUNDÁRIA Iniciar reanimação imediatamente FISIOPATOLOGIA DA ASFIXIA PERINATAL Quanto maior a demora para iniciar a reanimação, maior sua dificuldade, e mais elevado o risco de lesão cerebral. 1 em cada 10 RN necessita de assistência para iniciar a respiração ao nascimento ASFIXIA 1 em cada 100 RN necessita de intubação traqueal e/ou massagem cardíaca 1 em cada 1.000 RN necessita de IOT, MC e MEDICAÇÕES, desde que a ventilação com balão e máscara seja realizada corretamente Asfixia Perinatal ❑ Respiratória ❑ Renal ❑ Esplâncnica ❑ Encefalopatia hipóxico-isquêmica ❑ Cardíaca e vascular ❑ Endócrina Conseqüências Asfixia Perinatal Os efeitos pulmonares incluem redução da síntese de surfactante, hemorragia pulmonar e Síndrome da Hipertensão Pulmonar Persistente ! Fisiopatologia: Conseqüências ❑ Aparelho Respiratório Pulmão fetal Asfixia Ereção capilar sem vasodilatação Circulação fetal mantida Asfixia Perinatal Síndrome da Hipertensão Pulmonar Persistente (HDC/hipoplasia pulmonar/asfixia) Conseqüências ❑ Aparelho Respiratório NO Ventilação Mecânica + NO Tratamento: Asfixia Perinatal Síndrome da Hipertensão Pulmonar Persistente ! Produção de NO endógeno inibição 1! 2! Inibidores ! das PDEs PDEs! 5,1,3,4 Terapêuticas medicamentosas para a SHPP Inibidores das PDEs ▪ Sildenafil – Inibidor da PDE5. Seguro na terapia adjunta ao NO. – Inferior ao NO na vel. de ação/efeitos exclusivos na vasculatura pulm. e ajuste de dose (opção secundária) ▪ Milrinone - – Inibidor da PDE3. inotrópico (+) / vasodilat. periférica/ diminui a pós-carga deVE/ diminui resist. Vasc. Pulm. – Poucas evidências na literatura. ▪ Dipiridamol – Inibidor da PDE5. Sem evidências em humanos. ▪ Zaprinast – Inibidor da PDE1. Sem evidências em humanos. Análogos das Prostaglandinas Iloprost (similar da PGI2. Menos problemas que a prostaciclina). Poucos trabalhos em RN ! Prostaciclina EV Estimula a prod. de cAMP. Possibilidade de hipotensão sistêmica. Prostaciclina Inalat. Irritação de mucosa e probl. nos circuitos. Prostaglandina 2 Poucos trabalhos em RN Asfixia Perinatal Conseqüências ❑ Necrose tubular aguda ! ❑ retenção de líquidos ❑ aumento do edema cerebral ❑ retenção nitrogenada (uréia e creatinina elevadas) ! tratamento ❑ restrição de líquidos (2/3 da NHD) ❑ diuréticos de alça (furosemida) ❑ diálise peritonial !!!!! Renais ❑ Secreção Inapropriada do HAD ❑ oligúria ! ❑ queda do Htc / Ptn sérica (dilucional) ! ❑ excreção fracionada de sódio alterada ! EFNa = Na urinário/Na sérico X 100! ! Uréia urinária/uréia sérica Diagnóstico diferencial de oligúria no RN asfixiado Peso DU EFNa EAS Necrose Tubular Aguda ↑ ↓ >2,5 Alterado SIHAD ↑ ↑ <2,5 Normal Desidratação ↓ ↑ <2,5 Normal Asfixia Perinatal Conseqüências ❑ Esplâncnica ! ❑ Enterocolite Necrosante ! ❑ prematuros com dieta ❑ sepse associada ❑ alta letalidade (grau III de Bell) ❑ tratamento ❑ dieta zero ❑ Nutrição Parenteral Total ❑ cirurgia (perfuração) ❑ antibióticos Asfixia Perinatal Conseqüências ❑ Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica Fisiopatologia EHI Isquemia Radicais livres Autorregulação cérebro-vascular prejudicada Aminoácidos excitatórios (glutamato)+ + Hipoxemia Fisiopatologia Lesão de reperfusão Diagnóstico Sinais Inespecíficos. Suspeita se confirma com dados da história obstétrica e do parto. Distúrbios metabólicos, disgenesias cerebrais e infecção podem gerar quadros similares. Clínico Diagnóstico Classificação (Volpe, 1999) – valor prognóstico EHI leve – alerta intenso, tremores, hiperreflexia Risco de seqüela de longo prazo baixo < 24h de duração ! EHI moderada – letargia, estupor, hipotonia e hiporreflexia . Pode haver convulsão Risco de seqüela de longo prazo de 20-40% EHI grave – coma, convulsão, disfunções autonômicas e de tronco cerebral. Pressão intracraniana elevada – mau prognóstico.Sempre associada a seqüelas de longo prazo Ideal ! entre 2º e 4º dias Fonte: Hill &Volpe, in Neonatologia, fisiopatologia e tratamento do recém-nascido, ! Avery, Fletcher e Mcdonald Medsi, 1999 Diagnóstico por Imagem 4 dias Atenuação diminuída ! (necrose + edema) 4 meses Encefalomalácia multicística + atrofia Diagnóstico Exames Eletroencefalograma Padrão descontínuo com supressão da voltagem e manifestações repentinas, rápidas, de atividade aguda e ondas lentas. ! ! ! Mau prognóstico Patologia Tipos de lesões • Necrose neuronal seletiva (córtex; tálamo; cerebelo; corno anterior da medula) • Lesão cerebral parassagital (junção das artérias cerebrais ! hipotensão) • Estado marmóreo dos gânglios basais e do tálamo (necrose neuronal e da glia ! aspecto de mármore) • Necrose cerebral focal e multifocal (infarto multifocal anterior) • Leucomalácia periventricular (zonas arteriais terminais na subs. Branca) Tratamento o ventilação e perfusão adequadas; ! o manutenção da pressão arterial; ! o manutenção da normoglicemia; ! o controle de convulsões ! o correção de hipoxemia e hipercapnia ! o prevenção da lesão secundária Objetivos: o ventilação mecânica ! o uso de aminas vasoativas; ! !! o infusão adequada de glicose ! o uso de anticonvulsivantes ! o uso do óxido nítrico/ECMO ! o uso de hipotermia (corporal ou cefálica) Estratégias: Tratamento Tipos corporal ou cefálica ! Temperatura alvo 32 –34°C ! Início até 6h após o agravo ! Período 72h ! Critérios de inclusão acidose severa Apgar do 10ºmin < 5 necessidade de ventilação mecânica EHI moderada/grave (SARNAT) Hipotermia Tratamento Hipotermia NEUROPROTEÇÃO! Síndrome hipóxico-isquêmica- HIPOTERMIA ! Os mecanismos! -Redução no metabolismo energético cerebral,! -Supressão da morte celular programada, ! -Supressão da acumulação de citotoxinas pós-isquêmica (por exemplo,radicais livres de oxigênio e óxido nítrico), ! -Preservação de antioxidantes endógenos, proteção contra a peroxidação lipídica e ! -Redução da acidose intracelular. controle hipotermia Fonte: Paulo Margotto controle hipotermia Asfixia Perinatal Conseqüências ❑ Cardíaca e Vascular !! ❑ Lesões isquêmicas do miocárdio !! ❑ alterações enzimáticas (CPK e CPK-mb) !! ❑ alterações eletrocardiográficas (alterações de repolarização) !! ❑ insuficiência cardíaca (miocardiopatia dilatada) Asfixia Perinatal Conseqüências ❑ Cardíaca e Vascular ❑ Hipotensão arterial e perfusão diminuída ! ❑ choque cardiogênico !! ❑ hipoxemia tecidual !! ❑ acidose metabólica Asfixia Perinatal Conseqüências ❑ Cardíaca e Vascular ❑ Tratamento ❑ digitalização (se necessário) ! ❑ aminas vasoativas (dopamina; dobutamina) ! ❑ oxigenioterapia Asfixia Perinatal Conseqüências Hematológicas: Coagulação intravascular disseminada que ocorre por lesão do endotélio vascular, diminuição da produção de fatores da coagulação por acometimento hepático e por plaquetopenia decorrente de isquemia da medula óssea. ! ! Metabólicas: •Hiperglicemia devida à descarga adrenérgica ou hipoglicemia por depleção das reservas de glicogênio durante o processo de asfixia com glicólise anaeróbia. ! •Hipocalcemia: Provavelmente decorrente do aumento da carga de fosfato endógeno secundário à lesão celular hipóxica.
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