53 pág.

Pré-visualização | Página 5 de 10
Para resolver este tipo de EDOL na˜o homogeˆnea: 1. Devemos obter a soluc¸a˜o geral yh = yh(x) da equac¸a˜o linear homogeˆnea associada L(y) ≡ ay′′ + by′ + cy = 0 isto e´, devemos garantir que L(yh) = 0. 2. Por algum me´todo matema´tico, obter uma soluc¸a˜o particular yp = yp(x) para a EDO original, isto e´, L(yp) = d(x). 3. A soluc¸a˜o geral y = y(x) da EDO e´ a soma da soluc¸a˜o geral da equac¸a˜o homogeˆnea associada, obtida em (1) com a soluc¸a˜o particular obtida em (2), isto e´: y(x) = yh(x) + yp(x) Assim, garantimos que L(y) = L(yh + yp) = L(yh) + L(yp) = d(x) 3.5 Soluc¸a˜o da equac¸a˜o Homogeˆnea Associada Para resolver uma EDOL com coeficientes constantes, devemos ob- ter a equac¸a˜o caracterı´stica associada a` mesma, que e´ dada por: ar2 + br + c = 0 Obter as raı´zes da equac¸a˜o caracterı´stica equivale a obter os auto- valores do operador diferencial linear: L = aD2 + bD + cI Como a equac¸a˜o caracterı´stica e´ do segundo grau, ela possui exata- mente duas raı´zes no conjunto dos nu´meros complexos. Equac¸o˜es Diferenciais Ordina´rias - Prof. Ulysses Sodre´ - Matema´tica - UEL - 2013 3.6 Me´todo de d’Alembert para obter uma outra soluc¸a˜o 23 Quando a, b, c ∈ R, existem treˆs possibilidades para obter as raı´zes: 1. Duas raı´zes reais e distintas: Se r e s sa˜o raı´zes reais e distintas as duas autofunc¸o˜es (autovetores) associadas a estes autovalo- res em relac¸a˜o ao operador L, formam o conjunto: {erx, esx} 2. Duas raı´zes reais e iguais: Se r e´ um autovalor real (multipli- cidade 2), as duas autofunc¸o˜es (autovetores) associadas a estes autovalores em relac¸a˜o ao operador L, formam o conjunto: {erx, xerx} 3. Duas raı´zes complexas conjugadas: Se r = a + ib e s = a − ib sa˜o raı´zes complexas conjugadas, as autofunc¸o˜es associadas a tais autovalores em relac¸a˜o ao operador L, formam o conjunto: {eax cos(bx), eax sin(bx)} Se {y1, y2} e´ um dos conjuntos citados acima, este conjunto e´ linear- mente independente (LI) no espac¸o vetorial das func¸o˜es reais sobre o corpo R dos nu´meros reais, assim, toda combinac¸a˜o linear destas func¸o˜es da forma y = c1y1 + c2y2 tambe´m e´ soluc¸a˜o da EDOL: ay′′ + by′ + cy = 0 3.6 Me´todo de d’Alembert para obter uma outra soluc¸a˜o Seja uma EDOL homogeˆnea de segunda ordem da forma: L(y) = a(x)y′′ + b(x)y′ + c(x)y = 0 Quando temos uma soluc¸a˜o conhecida y1 = y1(x) da EDOL dada, o me´todo de d’Alembert, permite construir uma segunda soluc¸a˜o y2 = y2(x) para esta EDOL de modo que o conjunto {y1, y2} das soluc¸o˜es de L(y) = 0 seja linearmente independente (LI). Equac¸o˜es Diferenciais Ordina´rias - Prof. Ulysses Sodre´ - Matema´tica - UEL - 2013 3.6 Me´todo de d’Alembert para obter uma outra soluc¸a˜o 24 O me´todo produz uma segunda func¸a˜o y2 = y2(x) pela multiplicac¸a˜o da soluc¸a˜o conhecida y1 = y1(x) por uma func¸a˜o desconhecida v = v(x) que deve ser a soluc¸a˜o de uma equac¸a˜o que aparece ao substi- tuirmos y2 = y2(x) na EDOL dada, desde que L(y1) = 0, isto e´: y2(x) = v(x)y1(x) Na˜o apresentaremos a teoria do assunto, mas apenas o funciona- mento do me´todo de d’Alembert, na resoluc¸a˜o de algumas EDOL. Exemplo 1: Seja a equac¸a˜o x2y′′ − 4xy′ + 6y = 0 A func¸a˜o y1(x) = x2 e´ uma soluc¸a˜o (verifique!). Tomando y2(x) = v(x)x 2 e derivando, obtemos y2 ′(x) = v′(x)x2 + 2xv(x) e y2 ′′(x) = v′′(x)x2 + 4xv′(x) + 2v(x) o que significa que x4v′′(x) = 0 ou seja v′′(x) = 0 Esta u´ltima EDO, tem soluc¸a˜o geral v(x) = ax+ b Como procuramos apenas uma func¸a˜o simples (pode ser um caso particular) com esta propriedade, mas que na˜o seja identicamente nula, tomamos a = 1 e b = 0 e assim v(x) = x A nossa segunda soluc¸a˜o sera´ y2(x) = x x2 = x3 e a soluc¸a˜o geral da EDO dada sera´ y(x) = C1x 2 + C2x 3 = x2[C1 + C2x] Equac¸o˜es Diferenciais Ordina´rias - Prof. Ulysses Sodre´ - Matema´tica - UEL - 2013 3.6 Me´todo de d’Alembert para obter uma outra soluc¸a˜o 25 Exemplo 2: Seja a equac¸a˜o t2y′′ + 3ty′ + y = 0 A func¸a˜o y1(t) = 1 t e´ uma soluc¸a˜o (verifique!). Tomando y(t) = v(t) 1 t e derivando, obtemos y′(t) = 1 t v′(t)− 1 t2 v(t) e y′′(t) = 1 t2 [t v′′(t)− 2v′(t) + 21 t v(t)] Substituindo estas derivadas e a func¸a˜o y = y(t) na EDO com coefi- cientes varia´veis obtemos: t v′′(t) + v′(t) = 0 Tomando v′(t) = p(t), obtemos a EDOL de primeira ordem t p′(t) + p(t) = 0 cuja soluc¸a˜o geral e´ p(t) = K t Voltando a` varia´vel introduzida inicialmente, obtemos v′(t) = K t cuja soluc¸a˜o e´: v(t) = C +D ln(t) Voltando a` func¸a˜o tomada inicialmente, com C = 0 e D = 1: y2(x) = 1 t ln t e a soluc¸a˜o geral da EDO dada sera´ y(x) = 1 t [C1 + C2 ln t] Equac¸o˜es Diferenciais Ordina´rias - Prof. Ulysses Sodre´ - Matema´tica - UEL - 2013 3.7 Equac¸a˜o equidimensional de Euler-Cauchy 26 3.7 Equac¸a˜o equidimensional de Euler-Cauchy Uma EDO equidimensional de Euler (Cauchy) e´ uma EDOL da forma anx ny(n) + an−1xn−1y(n−1) + ...+ a1xy′ + a0y = g(x) onde n e´ um nu´mero natural que fornece a ordem da equac¸a˜o com an 6= 0, ak ∈ R para k = 0, 1, 2, ..., n e a func¸a˜o g = g(x) e´ contı´nua sobre um intervalo aberto real. A equac¸a˜o de Euler e´ importante quando pesquisamos soluc¸o˜es u = u(x, y) para a equac¸a˜o diferencial parcial (EDP) de Laplace de segunda ordem sobre uma regia˜o circular ∂2u(x, y) ∂x2 + ∂2u(x, y) ∂y2 = 0 Estudar esta equac¸a˜o em uma regia˜o circular e´ complicado com o uso de coordenadas retangulares (x, y), mas com uma mudanc¸a de varia´veis para coordenadas polares (r, θ), definidas por x = r cos(θ) e y = r sin(θ) obtemos a EDP de Laplace em coordenadas polares: ∂2u(r, θ) ∂r2 + 1 r ∂u(r, θ) ∂r + 1 r2 ∂2u(r, θ) ∂θ2 = 0 e para esta equac¸a˜o, procuraremos soluc¸o˜es da forma u = u(r, θ). Para resolver esta u´ltima EDP, usamos o me´todo de separac¸a˜o das varia´veis que adota u(r, θ) = R(r) T (θ) para obter uma outra equac¸a˜o d2R(r) dr2 T (θ) + 1 r dR(r) dr T (θ) + 1 r2 R(r) d2T (θ) dθ2 = 0 que pode ser separada em duas partes r2R′′(r) + rR′(r) R(r) ≡ −T ′′(θ T (θ) sendo que o primeiro membro so´ conte´m a varia´vel r e o segundo membro so´ conte´m a varia´vel θ. Ambas as expresso˜es devem coin- cidir com uma constante λ, assim podemos escrever r2R′′(r) + rR′(r) R(r) = λ = −T ′′(θ T (θ) Equac¸o˜es Diferenciais Ordina´rias - Prof. Ulysses Sodre´ - Matema´tica - UEL - 2013 3.7 Equac¸a˜o equidimensional de Euler-Cauchy 27 A primeira igualdade conduz a uma equac¸a˜o de Euler: r2R′′(r) + rR′(r)− λR(r) = 0 Agora, mostraremos como resolver EDOL de Euler homogeˆneas. Para resolver uma EDOL de Euler da forma anx ny(n) + an−1xn−1y(n−1) + ...+ a1xy′ + a0y = 0 devemos obter nu´meros r reais ou complexos tal que a func¸a˜o y(x) = xr seja soluc¸a˜o da EDOL dada. Outra forma e´ usar a mudanc¸a de varia´vel x = et para transformar a EDOL de Euler em uma EDOL com coeficientes constantes. Assim, obtemos n soluc¸o˜es LI para a EDOL dada. Dessa forma y′ = rxr−1 y′′ = r(r − 1)xr−2 e em geral y(k) = A(r, k) xr−k onde A(r, k) e´ o arranjo de r elementos com a taxa k, definido por: A(r, k) = r(r − 1)(r − 2)...(r − k + 1) Para facilitar os trabalho, tomaremos o caso geral de uma EDOL de Euler de ordem n = 2, isto e´: a x2 y′′ + b x y′ + c y = 0 Substituindo a func¸a˜o y(x) = xr e as suas derivadas, obtemos: xr[ar(r − 1) + br + c] = 0 Como procuramos soluc¸o˜es LI, devemos obter valores de r que sa- tisfazem a` equac¸a˜o indicial: ar(r − 1) + br + c = 0 que pode ser escrita na forma ar2 + (b− a)r + c = 0 Equac¸o˜es Diferenciais Ordina´rias - Prof. Ulysses Sodre´ - Matema´tica - UEL - 2013 3.7 Equac¸a˜o equidimensional de Euler-Cauchy