Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIDADE III: Teoria Cognitiva dos Transtornos de Personalidade Teorias Cognitivas da Personalidade Psicologia - 4º período Profª. Ana Clara Aubin Transtornos de Personalidade • “Padrões de comportamento permanentes e profundamente arraigados no ser, os quais se manifestam como respostas inflexíveis a uma ampla série de situações pessoais e sociais. Elas representam desvios extremos ou significativos do modo como o indivíduo médio, em uma dada cultura, percebe, pensa, sente e, particularmente, se relaciona com os outros.” (CID 10) Transtornos de Personalidade • “Um transtorno de personalidade é um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é difuso e inflexível, começa na adolescência ou no início da fase adulta, é estável ao longo do tempo e leva a sofrimento ou prejuízo.” (DSM V /2014) Transtorno de Personalidade Critérios: A. Um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo. Esse padrão manifesta-se em duas (ou mais) das seguintes áreas: 1. Cognição (formas de perceber e interpretar a si mesmo, outras pessoas e eventos) 2. Afetividade (variação, intensidade, labilidade e adequação da resposta emocional) 3. Funcionamento interpessoal 4. Controle de impulsos Transtorno de Personalidade B. O padrão persistente é inflexível e abrange uma faixa ampla de situações pessoais e sociais. C. O padrão persistente provoca sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. D. O padrão é estável e de longa duração, e seu surgimento ocorre pelo menos a partir da adolescência ou no início da fase adulta. E O padrão persistente não é mais bem explicado como uma manifestação ou consequência de outro transtorno mental. F. O padrão persistente não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ( droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica ( traumatismo craniencefálico) Normalidade x Patologia A diferença entre uma personalidade “normal” e outra “patológica” é quantitativa Todos distorcem a realidade, a questão é o quanto fazem isso. • Gatilhos • Frequência • Duração • Intensidade Efeitos do ambiente moderno: sobrecarga contextual; restrição de comportamentos adaptativos; frustração Personalidade e Transtorno • O “normal” (esperado?) seria a pessoa ser “um pouco de tudo”, sem prevalecer patologicamente nenhuma delas. • Quando se destaca um traço marcante torna-se possível a classificação. • Caso esta característica responsável pela classificação prejudique ou faça sofrer seu portador ou outras pessoas, ao invés de ser um certo tipo de traço de personalidade, fala-se em Transtorno de Personalidade. Transtornos de Personalidade • Eles não sentem esses traços de personalidade como disfuncionais; parecem “certos” aos seus olhos. (Cuidado para o terapeuta não invalidar!!) • Os traços de personalidade pouco geram sofrimento para eles – perturbam suas relações com outras pessoas. • Ou eles não percebem o sofrimento • Ou eles não querem perceber o sofrimento Transtorno de Personalidade • Pouco motivados para o tratamento: diagnóstico normalmente é estabelecido a partir de uma perspectiva exterior. • Em geral, o paciente chega ao tratamento: • Imposição (cônjuge/família); • Quando o comportamento afeta de maneira drástica os relacionamentos pessoais e profissionais; • Queixas de depressão e ansiedade. O que faz com que o terapeuta tenha a falsa impressão de que está diante de um “caso fácil”. Características Gerais do Tratamento Quanto ao paciente... • TP raramente leva o paciente a terapia. Somente veem seus padrões de forma indesejáveis quando estes levam a sintomas ou quando parecem interferir em aspirações sociais ou ocupacionais. • “Eu sempre fui assim” • Falta de adesão/trava a terapia; • Paciente parece inconsciente de que seu comportamento causa sofrimento sobre os outros – enxergam como naturais. • A incapacidade cognitiva decorre da perda temporária de acesso aos modos racionais de cognição pelos quais testamos nossas conclusões. Características Gerais do Tratamento Quanto ao terapeuta... • Reformular expectativas quanto aos objetivos do tratamento; • Ganhos relativamente imediatos e práticos; engajamento; lentidão; • Criatividade, flexibilidade • Manusear e monitorar o próprio estresse. Características Gerais do Tratamento Quanto a relação terapêutica... • Tempo para familiarizar-se com a história de vida; • Papel de conselheiro amistoso • Com o tempo passa a servir como modelo • Imposição de limites. Avaliação dos T. Personalidade • O padrão manifesta-se em duas ou mais das seguintes áreas: 1. Cognição 2. Afetividade 3. Funcionamento Interpessoal 4. Controle dos impulsos • Importante ter em mente duas perguntas críticas em mente, ao decidir se um diagnóstico de TP se justifica: As experiências internas e os comportamentos relevantes representam padrões inflexíveis, globais e de longa duração, e não apenas efeitos temporários ou episódicos relacionados ao atual estado psiquiátrico do paciente? Esses padrões de longa duração criam sofrimento significativo ou prejudicam significativamente o funcionamento em múltiplos domínios ( social, ocupacional)? Quanto à avaliação diagnóstica: • Questionário? Sincero... • Informantes próximos do paciente • Múltiplos exemplos de situações – conceitualização • Questionários de auto-relato são mais indicados • Entrevistas clínicas estruturadas • 10 sinais que podem indicar a presença de T. Personalidade: 1. O paciente/familiar relata o problema como sendo severo, disfuncional e persistente. “Ele sempre fez assim desde criança.” 2. O paciente é resistente ao regime terapêutico. Embora essa resistência seja comum a contínua resistência deve ser vista como um sinal para a exploração adicional de questão do Eixo II. 3. A terapia parece parar, repentinamente e inexplicavelmente, apesar do terapeuta ajudar a reduzir sintomas como ansiedade e depressão. 4. O paciente parece não perceber o efeito de seu comportamento sobre outros. 5. Há dúvidas sobre a motivação do paciente para mudar. Paciente não te demanda clara ou não coopera. 6. O paciente “fala da boca para fora” sobre a terapia e a importância de mudar, mas parece evitar mudanças. 7. Os problemas de personalidade parecem ser aceitáveis e naturais para o paciente: “É assim que eu sou” 8. O paciente considera seus problemas o resultado somente de causas externas. 9. Alguns são superficialmente cientes do autoboicote presente em seus problemas de personalidade, mas vêm-se impotentes para efetivamente mudar seus próprios comportamentos: “Não consigo” 10. Outros podem reconhecer seus padrões de comportamento mal-adaptativos e ter a motivação para mudá-los mas não ter as habilidades necessárias “Não sei”
Compartilhar