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Aula 5 Teoria do Comunicação

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1 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
 
 
 
História da Comunicação 
 
 
 
Aula 5 
 
 
 
 
Prof. Otacilio Vaz 
 
2 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
Conversa Inicial 
Olá! 
Agora é a vez da aula 5, em que conversaremos sobre questões ligadas 
aos nosso dias, como a era digital e seus efeitos. Veremos o surgimento da 
informática; o mundo da cibercultura (a cultura das máquinas 
computadorizadas); o conceito de ciberdemocracia, apontado por Pierre Lévy; 
como o mundo da informática se desenvolveu ao longo do século XX, levando 
ao surgimento da WWW (World Wide Web) e suas consequências, como as redes 
sociais. Será uma conversa muito interessante. Vamos lá? 
Contextualização 
O século XX é século da tecnologia, apesar de toda violência que o marca, 
como afirma o historiador Eric Hobsbawn. Além dos avanços tecnológicos na 
área da comunicação, já apontados nas aulas anteriores, como o rádio e a 
televisão, chegamos agora ao ponto em que os computadores e a informática 
tomam conta do cenário de discussão. A partir do momento em que os 
computadores se tornaram parte das nossas vidas, saindo do ambiente militar e 
acadêmico, como no início, uma nova cultura se estabelece, a cibercultura. 
Livros, filmes, desenhos animados surgem sobre mundos futurísticos, onde os 
cérebros eletrônicos fariam tarefas impensáveis para nós, humanos. Com o 
advento da internet no final dos anos 1990, tivemos a possiblidade de interligar 
computadores por todo o mundo, facilitando as trocas comerciais e culturais. A 
cibercultura ganha novos contornos; cria-se uma nova forma de ver o mundo e 
as pessoas. 
As redes sociais surgem para que pessoas ao redor do planeta 
compartilhem informações e experiências; a visibilidade (já discutida em aulas 
anteriores) ganha novas possibilidades nunca antes imaginadas. O avanço 
tecnológico que permitiu o surgimento dos dispositivos móveis deu a todos a 
praticidade e a mobilidade para trocarem conhecimento onde quer que estejam. 
Articulações políticas são planejadas pelas pessoas mesmo a distância, como 
foi o caso da Primavera Árabe e das manifestações em junho de 2013, no Brasil. 
3 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
As trocas de informação que ocorrem no interior das redes sociais podem se 
estender para a ideia de uma governança coletiva, feita por pessoas ao redor do 
mundo, um governo sem um ponto central. Essa é a ideia da ciberdemocracia, 
pela qual todos podem acompanhar e interferir nas formas de governo ao redor 
do mundo. Desafios para o futuro! 
Muito vem se discutindo sobre a chamada era digital e suas implicações. 
A segunda metade do século XX e tudo o que foi desenvolvido na área da 
informática e das telecomunicações foram uma espécie de incubação para a 
chegada da era digital, a partir dos anos 1990. As conquistas tecnológicas 
permitiram uma enxurrada de novas possibilidades comunicacionais. Pessoas 
ao redor do planeta trocando informações, maior facilidade para o processo da 
compra de produtos, melhores recursos para os meios de transporte, para a área 
da saúde, da construção civil, mais velocidade e portabilidade e conquistas 
tecnológicas pensadas apenas em filmes de ficção científica agora são 
realidade. Contudo, apesar de todas as conquistas tecnológicas, tivemos algum 
preço a pagar? As relações humanas foram afetadas pela CMC (Comunicação 
Mediada por Computador)? As relações familiares, profissionais ou pessoais 
foram, de alguma forma, afetadas? Governos ao redor do mundo se viram 
ameaçados pelas trocas comunicacionais entre as pessoas? Essas são 
questões interessantes para abordarmos aqui. 
Tema 1: A informática e a WWW 
A segunda metade do século XX teve uma enorme transformação, no que 
diz respeito às tecnologias da informação. O mundo da informática ganha fôlego 
a partir da Guerra Fria, conflito ideológico que segue a Segunda Guerra Mundial. 
A Guerra Fria estimulou as pesquisas sobre máquinas que fossem capazes de 
fazer cálculos, armazenamento e processamento de informações em alta 
velocidade; por tal razão, principalmente nas universidades e nas forças 
armadas americanas e europeias, surgem grandes computadores, como o 
Eniac, o Colossus e o Univac, durante a década de 1950. 
4 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
Eram máquinas que poderiam ocupar uma sala inteira, sendo operadas por 
diversas pessoas, envolvendo um complexo emaranhado de fios e válvulas. 
Figura 1: Univac 
 
Figura 2: Colossus 
Fonte: Wikipedia, 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
Figura 3: Eniac 
 
Fonte: Cafeína codificada, 2016. 
No início da década de 1960, com a criação dos transistores e a 
substituição das válvulas pelos circuitos integrados (microchip), surgiram 
computadores de menor porte, possibilitando o uso domésticos dos 
computadores. Com isso, houve uma corrida para o desenvolvimento dos 
computadores pessoais, em que várias empresas conhecidas, como Xerox e 
IBM, apresentaram ao mercado, no início dos anos 1970, alguns modelos de 
computadores pessoais. Entretanto, a grande revolução ficou por conta da 
californiana Apple, ao lançar, em 1984, o Macintosh, um computador pessoal 
que vinha com um mouse de um botão e sistema operacional que já trabalhava 
com o conceito de área de trabalho, ícones, lixeira, etc. O Macintosh foi pensado 
para ser utilizado como um eletrodoméstico, a exemplo de um televisor ou um 
toca-discos. Foi uma revolução no universo da informática, que levou ao 
computador doméstico, para se utilizar no dia a dia, portátil, de fácil uso, 
quebrando-se o mito dos computadores como máquinas feitas apenas para 
técnicos de empresas utilizarem. A Apple utilizou soluções tecnológicas feitas 
por outras pessoas e combinou os elementos, trazendo novas soluções para os 
usuários. O Macintosh permitiu a cultura do computador pessoal, a máquina que 
nos acompanha, o que possibilitou todo o universo da portabilidade que temos 
hoje, com soluções vindas de diversas empresas de equipamentos e de 
softwares. 
6 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
Isso facilitou a conectividade entre as pessoas e a circulação de informações, 
mas quando as pessoas começaram a se conectar através dos computadores? 
Figura 4: Apple Macintosh (1984) 
Fonte: The Sunday Morning Herald, 2016. 
O ponto de partida para o que chamamos internet pode ser posicionado 
nos Estados Unidos dos anos 1970, quando uma rede de computadores que 
interligava universidades e centros de pesquisa foi criada sob o nome de 
Arpanet. Foi uma ideia que já vinha sendo pensada desde o início da Guerra 
Fria, quando houve a preocupação com a perda de dados que estivessem 
concentrados em apenas uma máquina, sendo uma rede de computadores a 
solução para esse problema. Qualquer computador interligado à rede poderia 
acessar os dados, que circulavam no formato chamado de “pacotes de dados”, 
através de e-mails. Já no final dos anos 1980, algumas padronizações da 
internet já eram rotina, como o uso do “.com”, para estabelecer endereços 
comerciais, do “.mil”, para uso militar, e também do sinal “@”, para os endereços 
de e-mail. 
Com o crescimento do uso comercial da internet, favorecido por 
provedores como o CompuServe, que operava desde 1979, a internet ganhou 
proporções gigantescas no início dos anos 1990, com provedores como o 
7 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
American Online e Prodigy, contabilizando 3,5 milhões de assinantes. No 
entanto, foi o inglês Tim Berners-Lee quem criou o termo WWW (World Wide 
Web), sob a ideia de que qualquer computador deveria se interligar com outro, 
formando uma rede mundialde computadores em todo o planeta. A rede saiu 
dos centros de pesquisa, das bases militares e das universidades para as 
residências de pessoas comuns, o que iniciou a troca de informações entre 
todos, em escala planetária. A revista Time batizou Berners-Lee como o pai da 
web, alguém que tinha criado “um sistema de comunicações poderoso, que 
somente a elite poderia usar, e transformara-o em meio de comunicação de 
massa”. 
Figura 5: Tim Berners-Lee 
Fonte: Wikipedia, 2016. 
Tema 2: A era digital 
Ao entrarmos no século XXI, as relações entre os indivíduos com as 
máquinas e das máquinas com as máquinas foram alteradas de forma 
irreversível. Todo o processo de desenvolvimento tecnológico que vimos 
acontecer no século XX (conforme o tema anterior), quando os computadores 
entraram nas casas das pessoas e os telefones passaram a nos acompanhar 
onde quer que fôssemos, ganhou novos contornos e formas de usos no século 
XXI, na chamada era digital ou era da conexão. 
 
8 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
Pensemos no processo evolutivo da era digital, a partir do ponto em que 
os primeiros computadores pessoais (PC) surgiram ainda nos anos 1970, e as 
primeiras redes de computadores interligados começam a se firmar nos anos 
1980, avançando para a WWW nos anos 1990. Os avanços tecnológicos do 
início do século XXI apontavam para novos conceitos, novas formas de pensar 
a comunicação entre pessoas, para termos os computadores coletivos (CC) e as 
redes de computadores conectados sem fio (Wi-Fi/Bluetooth), permitindo a 
criação dos computadores coletivos móveis (CCm). As antigas formas de 
interação com as máquinas, antes confinadas a um ambiente, dependentes da 
energia elétrica e dos fios que permitiam a conexão com o mundo, foram, então, 
substituídas por máquinas móveis, nômades, que acompanham seu usuário 
onde quer que ele vá. Essa possibilidade de estar conectado em qualquer lugar 
é o que André Lemos chama de ubiquidade, ao afirmar que “a cibercultura solta 
as amarras e desenvolve-se de forma onipresente, fazendo com que não seja 
mais o usuário que se desloque até a rede, mas a rede que passa a envolver os 
usuários e os objetos numa conexão generalizada” (Lemos, 2005, p. 2). 
A era digital também afetou nossas relações com os espaços físicos. Os 
chamados dispositivos móveis (celulares, notebooks, tablets, etc.) permitiram 
estarmos conectados em qualquer lugar, a qualquer hora, borrando a linha que 
separa o conceito de público e privado. Podemos estar em uma praça e não 
interagindo com ela, mas sim com alguém que conversamos pelo smartphone; 
podemos estar no nosso quarto, mas com uma webcam ligada, transmitindo a 
imagem desse quarto para todo o planeta pela web. Vivemos um momento de 
transição, de um mundo analógico, de comunicação massiva, para um mundo 
digital, pós-massivo, onde velhas práticas e hábitos comunicacionais se alteram 
de forma definitiva e as relações humanas jamais serão as mesmas. 
Existem indícios de que a tecnologia nos levará para trocas de 
informações entre as pessoas, de uma forma nunca antes vista. O 
compartilhamento de experiências e informações acontecerá de forma coletiva, 
sob o conceito de nuvem – os servidores espalhados pelo mundo, onde os 
nossos dados ficam armazenados –, que permitem utilizar qualquer máquina, 
9 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
em qualquer lugar do planeta, e acessar nossos dados, de forma que não temos 
mais os dados de forma localizada. As trocas não são apenas de dados, mas de 
culturas, comportamentos, de forma coletiva, local e global, através das redes 
sociais. E esse será o nosso próximo tema! 
Tema 3: As redes sociais 
Apesar de não ser uma invenção da era digital, o conceito de redes sociais 
ganhou um novo significado a partir da comunicação mediada por computadores 
(CMC), a partir da popularização da internet no início dos anos 2000. A 
possibilidade de trocas em escala planetária permitiu que houvesse o 
compartilhamento de experiências, gostos, opiniões em comum. Através das 
máquinas, os limites impostos pelas distâncias seriam superados. A partir dos 
pressupostos apresentados por Recuero (2009) sobre as redes sociais na 
internet e suas características, podemos compreender melhor esse fenômeno 
da era digital. O primeiro ponto é apresentar as características de uma rede 
social, dividia por Recuero em 3 partes: os atores, as conexões e o capital social, 
sendo que as conexões são divididas em: interação, relação e laços sociais. 
Vejamos como cada elemento desses funciona. 
Os atores de uma rede social, segundo Recuero, são as pessoas nela 
envolvidas, que criam as trocas de informação, firmando laços sociais por 
afinidade. Os atores são também denominados de nós (ou nodos), os pontos 
que se interligam, formando a rede. Segundo a autora, como os nós interagem 
de forma remota, mediada por computadores, esse ator é uma representação 
virtual; os nós são “construções identitárias do ciberespaço”. Sobre as conexões, 
analisaremos o primeiro tema, que são as interações, tratadas por Recuero. 
Enquanto que os atores são os nós nas redes sociais, as conexões seriam os 
laços entre esses atores, construídas por laços de afinidade, compartilhamento, 
fruto de uma interação social. Segundo Recuero, as interações deixam rastros 
que superam questões tempo/espaço, sendo possível perceber como elas se 
deram, mesmo que a partir de um passado remoto. A partir desse ponto, teremos 
a análise da interação, da relação e dos laços sociais. 
10 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
Para a autora, as interações são as relações entre os atores e seus pares, 
a partilha das experiências e informações, as trocas comunicativas que ocorrem 
nas redes sociais da internet, sem uma presença física. Tal ausência é 
possibilitada pela comunicação mediada por computador, o que permite uma 
interação assíncrona. A partir de um conjunto de interações, temos as relações, 
padrões de interação que definem uma relação. Na internet, as relações podem 
ser variadas, devido à existência de diferentes tipos de ambientes, relacionados 
ao trabalho ou a interesses pessoais. Com a manutenção das relações 
estabelecidas ao longo do tempo, temos como resultado a criação dos laços 
sociais. Os laços são, portanto, fruto de um processo de aproximação e 
intimidade, estabelecidos ao longo do tempo através de uma comunicação 
mediada por computador. De acordo com a autora, eles podem ser fortes ou 
fracos, dependendo do tempo de persistência das relações estabelecidas. 
Apesar do distanciamento que a CMC impõe, vimos que é possível estabelecer 
relações de proximidade nas redes sociais, replicando uma dinâmica semelhante 
a que encontramos no mundo offline (o mundo real). 
Tema 4: A ciberdemocracia 
Os conceitos relativos à ciberdemocracia que trataremos aqui partem dos 
pressupostos trabalhados por Pierre Lévy, em sua obra O futuro da internet, 
produzida em parceria com o pesquisador brasileiro André Lemos. A 
ciberdemocracia está ligada ao universo da cibercultura, que estuda o 
ciberespaço, o ambiente da cibernética, da informática e sua convergência com 
a telefonia (telemática), além da relação entre a comunicação e o mundo 
científico. Segundo Lévy (2010), o termo cibernética vem do grego kubernetes, 
que significa “o piloto, aquele que tem o controle do governo”. Para o autor, “não 
há governança possível sem circuito de comunicação, sem espaço de circulação 
de informação”. Os conceitos de cidadania e de democracia envolvem o alfabeto 
(grego), que possibilita a aplicação da cidadania, participando das decisões, 
criando e criticando as leis. Isso envolve o conceito de opinião pública, algoque 
foi tão praticado nos séculos XVII e XVIII, com a possibilidade de materiais 
11 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
impressos, escritos em línguas nativas de cada povo, oferecendo informação 
compartilhada. Um dos vários resultados são as revoluções que rompem com os 
controles monárquicos na Europa e na América. O ciberespaço é, portanto, o 
ambiente democrático que envolve a internet e a comunicação mediada por 
computador (CMC), em que as trocas comunicacionais alcançam uma escala 
planetária, nunca antes imaginada. Segundo o autor, o ciberespaço possibilita o 
que ele chama de inteligência coletiva, uma rede de trocas coletivas entre as 
pessoas e entre pessoas e governos, possibilitando mais transparência às ações 
governamentais e um maior exercício da cidadania, desenvolvendo o 
ciberativismo não apenas em uma escala local, mas também global. 
Figura 6 
Tema 5: A sociedade da informação 
Até agora, vimos como as tecnologias digitais transformaram o mundo, as 
pessoas e as relações sociais. As possibilidades tecnológicas nos deram voz, 
som, texto e imagem, e nos tornaram capazes de realizar conexões uns com os 
outros, ao redor do planeta, em tempo real. Barreiras geográficas são quebradas 
através das tecnologias. Nunca estivemos tão próximos! A Tailândia é tão perto 
quanto seu vizinho; enquanto “estou” na Tailândia, estou em todos os lugares ao 
mesmo tempo, no que podemos chamar de ubiquidade. A essas relações que 
se estabelecem a partir do ciberespaço, podemos dar o nome de “sociedade da 
informação”. 
No entanto, não podemos considerar apenas uma sociedade 
interconectada pela web como sendo uma sociedade da informação. As mídias 
12 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
surgidas durante o século XX, como o rádio, o cinema e a televisão, além da 
telefonia, estabeleceram uma sociedade da informação. Seria interessante, 
portanto, pensarmos em “sociedades da informação”, pois vivemos realidades 
distintas em relação às formas de trocas de informação, principalmente em 
países do Terceiro Mundo como o Brasil. Sabemos que, mesmo nos grandes 
centros urbanos, com toda a estrutura tecnológica oferecida, se vive em 
contraste com as regiões periféricas, muitas vezes privadas de acessos a 
determinados tipos de tecnologias da informação. Portanto, tratam-se de 
universos diferentes, sociedades da informação variadas, com formas distintas 
de comunicação entre si e com os outros. 
Figura 7 
Fonte: Casa dos Focas, 2016. 
Ao falarmos da sociedade da informação no século XXI, podemos notar 
que se trata de um momento híbrido, em que ainda convivemos com mídias 
surgidas nos séculos XIX e XX, juntamente com as novas tecnologias do século 
XXI. Ainda presenciamos (e usamos) as velhas tecnologias da comunicação, 
desde o telefone, rádio e televisão até o lápis, o papel e a caneta. Vivemos um 
momento de transição de mundos: o velho mundo analógico que dá lugar ao 
universo do virtual, do digital, das telas de vidro. 
13 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
Juntamente com as mudanças tecnológicas, assistimos a olho nu às 
transformações sociais, às mudanças de hábito, às mutações de valores sociais, 
de conceitos. Para os que viram a era digital chegar, várias dessas 
transformações causam, ao mesmo tempo, fascínio e inquietação, ou até mesmo 
podem gerar discussões sobre valores socioculturais. Para a geração que já 
nasceu na era digital, nenhuma dessas discussões faz o menor sentido; eles já 
vieram ao mundo com essas transformações estabelecidas ou em processo de 
se estabelecer. A atual sociedade da informação vive esse momento de 
metamorfose, em que é, ao mesmo tempo, usuária e testemunha das 
transformações. Uma nova sociedade virá a partir das novas tecnologias. 
Síntese 
Terminamos a aula 5! Praticamos um pequeno olhar sobre esse mundo 
atual que nos rodeia, o mundo das máquinas, das comunicações feitas à 
distância, dos tablets, smartphones, redes sociais e tantas outras ferramentas, 
antes apenas imaginadas nos livros ou filmes de ficção científica, e que agora 
fazem parte de nossas vidas. Vimos como o esforço criativo e muita pesquisa de 
grandes profissionais nos ofereceram as capacidades tecnológicas que 
utilizamos hoje, transformando a sociedade ao longo das últimas décadas, de 
forma radical. A criação dos computadores domésticos; a convergência da 
telefonia com a informática, que permitiu o surgimento da WWW (world wide 
web); a telefonia móvel, que permitiu surgirem os smartphones, tablets, 
notebooks, etc.; as plataformas sociais como YouTube, Facebook, Twitter, entre 
outros; tudo isso transformou a sociedade para sempre. As formas de ser e estar 
no mundo nunca mais foram as mesmas. Ao contrário do que afirmaram alguns 
pensadores como Walter Benjamin e Guy Debord, ao falarem sobre a morte da 
conversação e da narratividade, nunca se conversou e se narrou tanto quanto 
hoje. Vivemos uma nova sociedade, um novo espetáculo, em que a informação 
saiu das mãos das grandes mídias, indo para o interior da sociedade, para o 
subterrâneo das relações entre pessoas, grupos de discussão, de comunidades 
digitais. A área do jornalismo precisou entender e se adaptar a esse novo 
14 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
momento, a essa nova forma de circulação de informações. Esse será o tema 
da nossa última aula. Até lá! 
 
Referências 
 
BRIGGS, A.; BURKE, P. Uma história social da mídia: de Gutenberg à Internet. 
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006. 
 
CAFÉ codificado. Disponível em: <http://cafeinacodificada.com.br/>. Acesso em: 
14 ago. 2016. 
 
CASA dos focas. Disponível em: <http://www.casadosfocas.com.br/>. Acesso 
em: 14 ago. 2016. 
 
LEMOS, A. Cibercultura e mobilidade: a era da conexão. In: XXVIII Congresso 
Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2005, Rio de Janeiro. Anais do XXVIII 
Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Rio de Janeiro: UERJ, 
2005. Disponível em: 
<http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2005/resumos/r1465-1.pdf>. 
Acesso em: 14 ago. 2016. 
 
LEMOS, A.; LÉVY, P. O futuro da internet: em direção a uma ciberdemocracia. 
São Paulo: Paulus, 2010. 
 
RECUERO, R. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. 
 
SIBILIA, P. O show do eu: a intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 2008. 
 
15 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
THE SUNDAY Morning Herald. Disponível em: <http://www.smh.com.au/>. 
Acesso em: 14 ago. 2016. 
 
WIKIPEDIA. Disponível em: <http://www.en.wikipedia.org/>. Acesso em: 14 ago. 
2016.

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