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Módulo I Aula 1 formacao docente para diversidade

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FORMAÇÃO 
DOCENTE PARA 
A DIVERSIDADE
FORMAÇÃO DOCENTE 
PARA A 
DIVERSIDADE
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Margarete Terezinha de Andrade Costa
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9 7 8 8 5 3 8 7 6 1 5 7 0
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48416
Margarete Terezinha de Andrade Costa
IESDE BRASIL S/A
Curitiba
2016
Formação Docente 
para a Diversidade
Apresentação
© 2016 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem 
autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Produção
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
________________________________________________________________________
Costa, Margarete Terezinha de Andrade 
Formação docente para a diversidade / Margarete Terezinha de Andrade Costa. - 1. ed. - 
Curitiba, PR : Iesde Brasil, 2016. 
184 p. : il. ; 28 cm.
 ISBN 978-85-387-6157-0
 1. Educação - Brasil. 2. Igualdade na educação - Brasil. 3. Professores - Formação. 
4. Prática de ensino. 5. Educação - Aspectos sociais. 7. Educação inclusiva - Brasil. I. 
Título.
16-32463 CDD: 370.981
 CDU: CDU: 37(81)________________________________________________________________________
Capa: IESDE BRASIL S/A.
Imagem da capa: Shutterstock
Apresentação
A superação dos problemas sociais, comuns no cotidiano brasileiro, se dá com uma edu-
cação voltada à cidadania. Esta exige conhecimento sobre ações e políticas necessárias para a 
transformação social, pois se acredita que a desigualdade é superada com a universalização do 
acesso e permanência bem-sucedida numa escola de qualidade.
Este livro foi escrito com intenção de contribuir para a mudança necessária na formação 
do professor, alunos e comunidade escolar na busca de uma educação suficiente para formar 
pessoas comprometidas com a democratização da sociedade brasileira, que possui em sua raiz 
a riqueza da pluralidade e da diversidade.
Para procurar dar conta de uma formação docente para a diversidade, discutiremos a 
prática docente na diversidade, ressaltando o conceito de alteridade, os diversos níveis e mo-
dalidades de ensino, a educação profissionalizante, em tempo integral, de jovens e adultos, 
especial e inclusiva, a distância, no campo e indígena.
Sobre a autora
Sobre a autora
Margarete Terezinha de Andrade Costa
Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialista 
em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade de Artes do Paraná (FAP) e em 
Graduada em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e em 
Letras Português/Inglês pela PUCPR. Magistério de 1.º e 2.º graus pela Faculdade de Ciências 
Humanas e Sociais de Curitiba.
1
Aula
 A PRÁTICA DOCENTE NA DIVERSIDADE 9
PARTE 1: POR QUE PENSAR A DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO? 10
PARTE 2: FORMAÇÃO DOCENTE: ÁREAS DE ATUAÇÃO 14
PARTE 3: DIVERSIDADE CURRICULAR: UM DESAFIO 20
2
Aula
 NÍVEIS DE ENSINO 28
PARTE 1: EDUCAÇÃO BÁSICA 29
PARTE 2: EDUCAÇÃO SUPERIOR 36
PARTE 3: POLÍTICAS PÚBLICAS NA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 39
3
Aula
 MODALIDADES DE ENSINO 46
PARTE 1: DEFINIÇÃO DE MODALIDADES DE ENSINO 47
PARTE 2: FINALIDADES E OBJETIVOS 52
PARTE 3: CARACTERÍSTICAS CURRICULARES E DIRETRIZES 56
4
Aula
 EDUCAÇÃO PROFISSIONALIZANTE 63
PARTE 1: EDUCAÇÃO TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO 64
PARTE 2: EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 66
PARTE 3: ABRANGÊNCIA DE CURSOS X MERCADO DE TRABALHO 71
Sumário
5
Aula
 EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 84
PARTE 1: O QUE É EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL? 84
PARTE 2: O QUE PRETENDE A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL? 89
PARTE 3: LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA E LDB 91
6
Aula
 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 99
PARTE 1: OBJETIVO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 100
PARTE 2: DIREITO DE ACESSO E GRATUIDADE 106
PARTE 3: AÇÕES E PROGRAMAS DE INCENTIVO À EJA 109
7
Aula
 EDUCAÇÃO ESPECIAL E A INCLUSÃO 117
PARTE 1: DEFINIÇÕES DA LEI PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL 118
PARTE 2: ADAPTAÇÕES PARA O ATENDIMENTO A ALUNOS ESPECIAIS 123
PARTE 3: DESAFIOS PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL SER INCLUSIVA 129
8
Aula
 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 137
PARTE 1: O QUE É EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 138
PARTE 2: LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 142
PARTE 3: REGULAMENTAÇÃO E CERTIFICAÇÃO 145
Sumário
9
Aula
 EDUCAÇÃO NO CAMPO E EDUCAÇÃO INDÍGENA 153
PARTE 1: EDUCAÇÃO NO CAMPO 154
PARTE 2: EDUCAÇÃO INDÍGENA 156
PARTE 3: O QUE DIZ A LEI SOBRE EDUCAÇÃO INDÍGENA 160
10
Aula
 PANORAMA DA DIVERSIDADE DA EDUCAÇÃO NO BRASIL 171
PARTE 1: AÇÕES E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A UNIVERSALIZAÇÃO DE ACESSO À EDUCAÇÃO 172
PARTE 2: CONTRIBUIÇÃO DAS AÇÕES DE INCENTIVO À EDUCAÇÃO 176
PARTE 3: O PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO COMO AGENTE DE MUDANÇAS 179
Sumário
Aula 1
Docente 
A Prática 
na Diversidade
Prática docente e diversidade, duas categorias que exigem 
um exercício de reflexão intensa e desafiadora. Intensa pela 
complexidade que o universo docente se apresenta e desafiadora 
porque nos exige um ir além do que se sabe e do que se vive. O mais 
interessante disso é que ambas as categorias são infinitas, isto é, 
não se acabam; não conseguimos definir, estruturar e conhecê-las 
de forma terminal. Elas crescem à medida que o nosso contexto 
social se modifica. Assim, elas também se modificam à medida 
que os seres vivem suas relações humanas. Elas não se esgotam 
em um único estudo e em uma única observação, pois são tão 
variáveis como nós.
Para começar a conhecer a prática docente na diversidade, 
começaremos essa aula questionando: por que pensar a diversidade 
na educação? Em seguida, buscaremos como se dá a formação 
docente e suas áreas de atuação e, por fim, terminaremos com o 
desafio da diversidade curricular.
9Formação Docente para a Diversidade
Aula 1 A Prática Docente na Diversidade
10 Formação Docente para a Diversidade
Parte
1 Por que pensar a diversidade 
na educação?
Para pensar a diversidade na educação devemos entender primeiramente o que é diversidade.
O Dicionário Michaelis traz a seguinte definição:
Fe
ng
 Y
u/
Sh
ut
te
rs
to
ck
diversidade – sf (lat diversitate)
1 Qualidade daquele ou daquilo que é diverso.
2 Diferença, dessemelhança: Diversidade de interpretações.
3 Variedade: diversidade de dons.
4 Contradição, oposição. Antôn (acepção 2): unidade; (acepção 4): 
harmonia.
(Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php? 
lingua=portugues-portugues&palavra=diversidade>.)
O Dicionário Aurélio nos traz:
Diversidade -
1 Qualidade de diverso.
2 Variedade (em oposição a identidade); multiplicidade.
(Disponível em: <http://dicionariodoaurelio.com/diversidade>.)
Assim, a diversidade está voltada para a variedade, a pluralidade, a diferença. Se formos analisar o 
contexto em que vivemos, perceberemos que são poucas as coisas não variáveis. Na realidade, raras são 
exatamente iguais. Vivemos em um universo ímpar, isto é, composto de elementos diversos.
Estamos rodeados de diversidade biológica, cultural, linguística, religiosa, étnica, musical, entre tan-
tas outras. Assim, pensar a diversidade na educação significa tornar visível o que está implícito em nossas 
relações sociais.
Aula 1A Prática Docente na Diversidade
11Formação Docente para a Diversidade
Quando relacionada à cultura, objeto nuclear da educação, a diversidade desnuda uma gama de ele-
mentos constantes como:
Linguagem • culta, coloquial, formal, regional, técnica...
Religião • católica, evangélica,espírita, candomblé...
Organização familiar • pai, mãe e filhos; mãe e filhos; avós e netos; casal homoafetivo...
Política • democracia, oligarquia, imperialismo...
Étnica • negros, branco, pardos, orientais...
Desta forma, podemos perceber que estamos inseridos em um contexto social composto por elementos 
diversos. Daí a importância de a temática da diversidade ser infinitamente explorada frente às relações humanas.
Observe o cartaz da Associação ILGA Portugal, que nos faz refletir e repensar a organização familiar:
(Disponível em: <http://familias.ilga-portugal.pt/>.)
Aula 1 A Prática Docente na Diversidade
12 Formação Docente para a Diversidade
Campanhas como essas devem ser estimuladas e divulgadas constantemente.
Na maioria das vezes trabalhamos com padrões idealizados que desvalorizam o diferente. Um bom 
exemplo disso são as mulheres excessivamente magras, que desfilam em passarelas denominadas “mode-
los”. Vejam que o termo modelo determina um padrão aceitável socialmente como esteticamente perfeito, 
que serve para ser reproduzido. As modelos das passarelas não representam muitas vezes o padrão de beleza 
que temos e gostamos, mas são idealizadas. Dessa forma, há a urgência de estudo sobre a diversidade na 
educação.
Outro fator importante é o que nos rege legalmente. Vejamos o que nossa lei maior, a Constituição 
Federal, traz sobre os direitos e garantias fundamentais dos indivíduos:
TÍTULO II 
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
CAPÍTULO I 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5.º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, ga-
rantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
Todos nós somos iguais perante a lei, não devendo haver distinção de qualquer natureza. A lei ainda 
traz que: “I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”.
A Constituição traz no mesmo artigo a liberdade de crença:
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo 
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na 
forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; [...]
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença 
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar 
para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a 
cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica 
e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
Temos, então, respaldo legal frente à diversidade. A lei certifica as diferenças de crenças religiosas, 
convicções filosóficas ou políticas e da mesma forma tem assegurado legalmente a livre expressão.
Aula 1A Prática Docente na Diversidade
13Formação Docente para a Diversidade
Sobre a educação, a nossa legislação prioriza a educação em nossa lei maior:
TÍTULO VIII 
DA ORDEM SOCIAL
CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colabo-
ração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho.
A educação é direito de todos, independentemente das condições em que a pessoa se encontre, e é dever 
do Estado. Ele é responsável em garantir a educação com ajuda da sociedade para o pleno desenvolvimento 
da pessoa para a cidadania e para o trabalho.
Agora já podemos responder com mais fundamentos a questão título desta parte da aula: Por que pensar 
a diversidade na educação?
Porque a educação é um direito de todos, e a escola como espaço formal do trabalho com a educação, 
deve considerar e acolher a diversidade, visto que todos nós somos diferentes.
A escola deve valorizar a diversidade em sua prática pedagógica e levar em conta que nem todos apren-
dem da mesma forma e ao mesmo tempo. Que metodologias devem ser pesquisadas e empregadas a fim 
de alcançar a maioria dos alunos. O processo ensino-aprendizagem precisa voltar-se para todos os alunos, 
levando-se em consideração suas diferenças.
Por outro lado, a interação com os outros traz à tona diferenças que devem ser respeitadas, todas elas. 
As mais explícitas como as de gênero e de etnia e as mais implícitas como as de gostos e de preferências 
pessoais. Isso significa não esconder as desigualdades e nem “tolerar” o diferente, mas conhecê-lo, valori-
zá-lo e respeitá-lo como se deve conhecer, valorizar e respeitar todo ser humano.
Aqui cabe um termo importante: a alteridade.
Alteridade é um substantivo feminino que expressa a qualidade ou o 
estado do que é outro ou do que é diferente.
É um termo abordado pela Filosofia e pela Antropologia.
Natureza ou qualidade do que é outro, do que é distinto.
Relações de contraste, distinção, diferença.
R
aw
pi
xe
l.c
om
/S
hu
tte
rs
to
ck
(Disponível em: <www.significados.com.br/alteridade/>.)
Aula 1 A Prática Docente na Diversidade
14 Formação Docente para a Diversidade
A alteridade tem como princípio a interação do ser humano com outro ser humano. Somente com essa 
interação somos um ser, um “eu” que se relaciona com um “outro” que, por sua vez, também é um “eu”; e 
nessa relação se percebe no outro as mesmas necessidades que temos. Ao se colocar no lugar do outro, o 
“eu” respeita-o como igual, mesmo sendo diferente. Se a escola entender a alteridade inerente ao ser humano 
e trabalhar assertivamente com ela, o papel de educação irá além de um dever ou direito expresso em lei.
Ao lembrar que somos diferentes, a diversidade deve ser vista como natural. Mas não devemos não 
perceber que em nossa realidade ela esconde desigualdades, que são “toleradas” pelas elites sociais. Fechar 
os olhos e não levar situações de diversidades para discussões coletivas faz da diversidade um problema e 
não uma solução, e assim, ela pode ser vista como contradição das desigualdades sociais.
A diversidade é uma grande riqueza que temos, pois ela garante a nossa sobrevivência.
Parte
2 Formação docente: áreas de atuação
O que é ser professor?
A resposta parece simples, porém, exige um aprofundamento maior de reflexão sobre a função docente 
– que, aliás, tem várias denominações: professor(a), mestre(a), regente, docente, educador(a), instrutor(a), 
catedrático(a), mentor(a), entre outras.
A nossa lei maior – A Constituição Federal – traz o termo: função de magistério:
Cf. Art. 67, §2.º: Para os efeitos do disposto no §5.º do art. 40 e no §8.º do art. 201 da Constituição Federal, são 
consideradas funções de magistério as exercidas por professores e especialistas em educação no desempenho de 
atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis e modali-
dades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessora-
mento pedagógico. (Incluído pela Lei 11.301/2006.)
Observem que, conforme a lei, a função de magistério é exercida por professores e especialistas (quem 
faz um curso de especialização – pós-graduação) somente nos estabelecimentos de educação básica e unida-
des escolares. Interessante saber que a função docente admite mais de um exercício, visto que o profissional 
da educação pode atuar em instâncias diferentes ao mesmo tempo. Ele pode estar vinculado ao estado e ao 
município, por exemplo. Ele pode atuar como regente e atuar também fora de sala de aula.
O Dicionário Aurélio traz:
1 Aquele que ensina uma arte, uma atividade, uma ciência, uma língua etc.
2 Pessoa que ensina em escola, universidade ou noutro estabelecimento de ensino.
3 Executante de uma orquestra de primeira ordem.
Aula 1A Prática Docente na Diversidade
15Formação Docente paraa Diversidade
4 Aquele que professa publicamente as verdades religiosas.
5 Entendido, perito.
6 Que ensina.
7 Professor livre: o que ensina sem estipêndio do governo.
(Disponível em: <http://dicionariodoaurelio.com/professor>.)
O dicionário amplia o âmbito de atuação do professor e sua formação, observe o item um “aquele que 
ensina uma arte” pode ser qualquer arte, qualquer artesão. O item três volta-se para a formação musical; o 
item quatro, formação religiosa; o item seis, qualquer pessoa que entende muito bem de alguma coisa; o item 
6, aquele “que ensina” é professor, assim, mãe é a primeira das professoras.
Vamos começar a nossa conversa retomando a organização da educação no Brasil. Vejamos a tabela a 
seguir:
Nível de ensino Denominação
ED
U
C
A
Ç
Ã
O
 
B
Á
SI
C
A
Educação Infantil Creche
Pré-escola
Ensino Fundamental Anos iniciais: 1.º ao 5.º ano
Anos finais: 6.º ao 9.º ano
Ensino Médio 1.º ao 3.º ano
ED
U
C
A
Ç
Ã
O
 
SU
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R
IO
R
Graduação Licenciatura, Bacharelado ou Tecnólogo
Pó
s-
G
ra
du
aç
ão
Tempo e trabalho apresentado
Especialização 1 ano (monografia, artigo científico etc.)
Mestrado 2 anos (dissertação)
Doutorado 4 anos (tese)
Nossa educação está sob determinação legal – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 
de dezembro de 1996 – LDB 9.394/96. Ela é a legislação que regulamenta o sistema educacional (público 
ou privado) do Brasil (da Educação Básica ao Ensino Superior). E é a LDB que estabelece organizações de 
ensino, dentre as quais podemos destacar:
• A Educação Básica é constituída pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
• Há também as modalidades de ensino: Educação de Jovens e Adultos (fundamental ou médio), 
Educação profissional ou técnica, Educação Especial e a Educação a Distância (EAD), Educação 
do Campo, Educação Indígena.
Aula 1 A Prática Docente na Diversidade
16 Formação Docente para a Diversidade
• A Educação Superior ou Graduação se divide em: Licenciatura, Bacharelado e Tecnológico. Todas 
as três conferem diplomas de nível superior.
Analisemos as principais diferenças entre elas:
bikeriderlondon/Shutterstock
SergeBertasiusPhotography/Shutterstock
Kzenon/Shutterstock
Licenciatura
• são aptos a ministrarem aulas na educação básica;
• presença de matérias de cunho pedagógico; 
• duração que varia entre 4 e 6 anos.
Tecnólogo
• apto para atuar em apenas uma área específica;
• têm um objeto de estudo bastante específico.
• duração que varia entre 2 e 3 anos.
Bacharelado
• estuda um pouco sobre tudo dentro da área escolhida;
• pode atuar em diversas áreas;
• duração que varia entre 4 e 6 anos.
Muitas pessoas pensam que especialização e pós-Graduação é a mesma coisa; observem que os cursos 
de Pós-Graduação, como o próprio nome já diz, são aqueles realizados depois da graduação. Assim, a espe-
cialização, o mestrado e o doutorado são cursos que estão dentro da categoria pós-Graduação.
Com relação à administração das instituições de ensino, elas podem ser:
• Públicas – geridas pelo Poder Público.
• Privadas – geridas por pessoas físicas ou jurídicas de direito.
Os órgãos responsáveis pela educação são:
Esferas de poder Governo Estado
Nível federal MEC Ministério da Educação CNE Conselho Nacional de Educação
Aula 1A Prática Docente na Diversidade
17Formação Docente para a Diversidade
Nível estadual CEE
Conselho Estadual de 
Educação
SEE Secretaria de Educação
Nível municipal CME
Conselho Municipal de 
Educação
SME Secretaria Municipal de Educação
Depois desta visão geral da organização da educação no Brasil, vamos localizar os cenários que os 
professores se encaixam.
De acordo a determinação legal, podem lecionar nas escolas de Educação Básica, os graduados em 
licenciatura e Pedagogia. Os cursos de licenciatura habilitam o profissional a atuar como professor.
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/96) traz:
Art. 61. A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e mo-
dalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos:
1.a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço; 
2. aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades.
A necessária relação entre a teoria e a prática, esta feita em serviço: Educação continuada.
Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de 
licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como 
formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do Ensino 
Fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.
A lei reconhece à necessidade da modalidade Normal, visto a falta de professores licenciados para 
atender a demanda de crianças.
Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão:
1. cursos formadores de profissionais para a educação básica, inclusive o curso normal superior, destinado à 
formação de docentes para a educação infantil e para as primeiras séries do Ensino Fundamental; 
2. programas de formação pedagógica para portadores de diplomas de educação superior que queiram se 
dedicar à educação básica; 
3. programas de educação continuada para os profissionais de educação dos diversos níveis.
Na Educação Infantil e nos primeiros anos do Ensino Fundamental, podem atuar professores com for-
mação mínima de nível médio (Normal e/ou Magistério).
Aula 1 A Prática Docente na Diversidade
18 Formação Docente para a Diversidade
Vamos estruturar as informações de atuação dos professores de acordo com sua formação:
Cursos Atuação
Licenciaturas Graduação
Educação Infantil
Ensino Fundamental
Ensino Médio
Normal Superior Graduação
Educação infantil
Primeiros anos do Ensino Fundamental
Magistério Nível médio
Educação Infantil
Primeiros anos do Ensino Fundamental
Bacharelado Graduação Não habilitam o profissional a lecionar
Pedagogia Graduação
Educação Infantil
Anos iniciais do Ensino Fundamental
Ensino Médio – na modalidade Normal – formação de professores
Educação Profissional
Educação de Jovens e Adultos
Serviços e de Apoio Escolar
Gestão do sistema escolar
Gestor de processos educativos
Organização e no funcionamento de sistemas e de instituições de ensino
É importante salientar que os cursos de bacharelado não habilitam o profissional a lecionar, este precisa 
de curso de complementação pedagógica para tal.
Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e 
orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em Pedagogia ou em nível 
de Pós-Graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.
Observe que, mesmo para atuação fora da sala de aula, mas dentro do ambiente escola, a lei pede o 
curso de Pedagogia ou Pós-Graduação.
Aula 1A Prática Docente na Diversidade
19Formação Docente para a Diversidade
Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, 
inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público:
1. ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; 
2. aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim; 
3. piso salarial profissional; 
4. progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho; 
5. período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho; 
6. condições adequadas de trabalho.
Parágrafo único. A experiênciadocente é pré-requisito para o exercício profissional de quaisquer outras 
funções de magistério, nos termos das normas de cada sistema de ensino.
O artigo 67 traz expressa a valorização dos professores. É interessante conhecer o artigo e fazer uso 
dele quando necessário.
Para atuar em escolas públicas (estaduais, municipais ou federais) o professor, em geral, passa por um 
processo de seleção (concurso público), que lhe trará um regime estatutário de trabalho.
Direitos e deveres previstos em lei municipal, estadual ou federal do regime 
estatutário: estabilidade no emprego; aposentadoria com valor integral do salário 
(mediante complementação de aposentadoria), férias, gratificações, licenças e adi-
cionais variáveis de acordo com a legislação específica.
Poderá atuar na rede particular de ensino ou pública (se for concursado) nos turnos diurno ou noturno.
Em muitas escolas públicas, faltam professores contratados para lecionar, neste 
caso, as secretarias abrem vagas temporárias para contratação de professores e cada 
estado segue um critério de contratação. Este contrato não tem vínculo estatutário.
O pedagogo pode atuar em distintas áreas, tais como: creches, escolas, empresas, hospitais, associa-
ções, clubes, editoras, recursos humanos, espaços educativos, entre outras; daí a importância de uma forma-
ção voltada para a diversidade.
Aula 1 A Prática Docente na Diversidade
20 Formação Docente para a Diversidade
Parte
3 Diversidade curricular: um desafio
Vamos começar nossa conversa refletindo “o que é um currículo?”.
Currículo é o documento que expressa as diretrizes teóricas e práticas a serem desenvolvidas na es-
cola. Basicamente é um instrumento facilitador da administração escolar em sua totalidade. Ele reflete as 
intenções, objetivos, métodos utilizados em um sistema escolar. Temos várias especificidades curriculares:
• Currículo Formal, Oficial, Prescrito, Explícito – é estabelecido pelo sistema de ensino oficial 
que determina diretrizes curriculares, objetivos e conteúdos a serem trabalhados em determina-
das etapas do ensino. As diretrizes dos Parâmetros Curriculares Nacionais fazem parte do nosso 
Currículo Formal.
• Currículo Real – expressa o que deve acontecer dentro das escolas, ele deve estar relacionado com 
o Projeto Político Pedagógico de cada escola e os seus Planos de Ensino.
• Currículo Oculto – é o que realmente acontece nas salas de aulas e que vai além do planejado. Ele 
representa o que realmente os professores ensinaram e os alunos aprenderam.
Assim, concluímos que o currículo é o cerne do pensar escolar, ele é o espaço de atuação pedagógica 
que exige discussão coletiva e participativa em sua elaboração, execução e avaliação.
São nos currículos de cada escola que devem estar expressos as posições de seus atores frente à diver-
sidade. Não há neutralidade neste documento, assim como as instituições, as políticas e os interesses sociais 
não são neutros. Sabendo disso, há e deve haver intenções claras e coletivamente tomadas.
Ao considerar que cada ator escolar – professores, alunos, gestores, colaboradores – é bagageiro de ca-
racterísticas socioculturais próprias que resultam de suas vivências, e que expressa tais diferenças de forma 
distinta, deve-se expressar no currículo tais diferenças e mostrar formas de trabalhar com elas harmonica-
mente. Isso deve ser previsto, executado e constantemente avaliado por todos. Este é o processo que incita a 
socialização, o diálogo constante sobre as diferenças e as condições para se trabalhar com elas.
A diversidade curricular pressupõe que se considerem as diferentes formas de aprender, principalmente 
para aqueles que apresentam diferenças físicas, psicológicas, culturais, entre outras, garantindo o acesso 
irrestrito aos saberes selecionados e trabalhados nas escolas.
Aula 1A Prática Docente na Diversidade
21Formação Docente para a Diversidade
Observe que interessante a crítica feita 
nesta charge sobre a padronização da práti-
ca docente:
Poderíamos dizer que o professor da 
charge está sendo justo e igualitário, mas 
não é verdade frente à diversidade dos 
alunos.
A teoria parece justa, porém na prática 
deve desdobrar na busca de fazeres peda-
gógicos que atinjam a todos, apesar de suas 
diferenças. Exercício que exige mais esfor-
ço dos professores e da equipe pedagógica. 
Pensar em atividades abertas e diversificadas 
que possam ser abordadas por diferentes níveis de compreensão e execução pelos alunos não é tarefa fácil.
O ideal é pensar coletivamente, pais, professores, alunos, gestores e outros envolvidos no processo, 
sobretudo, para a redefinição de objetivos, metas e ações propostas pelo currículo formal que subsidia o 
Projeto Político Pedagógico de cada escola.
Sempre lembrando que o ato de educar tem como finalidade instigar o desenvolvimento e não a sub-
missão de uns sobre os outros.
Extra
Currículo, Conhecimento e Cultura
Antonio Flavio Barbosa Moreira
Vera Maria Candau
[...]
Se entendermos o currículo, como propõe Williams (1984), como escolhas que se fazem em vasto 
leque de possibilidades, ou seja, como uma seleção da cultura, podemos concebê-lo, também, como 
conjunto de práticas que produzem significados. Nesse sentido, considerações de Silva (1999b) podem 
ser úteis. Segundo o autor, o currículo é o espaço em que se concentram e se desdobram as lutas em 
torno dos diferentes significados sobre o social e sobre o político. É por meio do currículo que certos 
grupos sociais, 
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Aula 1 A Prática Docente na Diversidade
22 Formação Docente para a Diversidade
especialmente os dominantes, expressam sua visão de mundo, seu projeto social, sua “verdade”. O 
currículo representa, assim, um conjunto de práticas que propiciam a produção, a circulação e o consumo de 
significados no espaço social e que contribuem, intensamente, para a construção de identidades sociais e culturais. 
O currículo é, por consequência, um dispositivo de grande efeito no processo de construção de identidade do(a) 
estudante.
Não se mostra, então, evidente a íntima relação entre currículo e cultura? Se, em uma sociedade cindida, 
a cultura é um terreno no qual se processam disputas pela preservação ou pela superação das divisões sociais, 
o currículo é um espaço em que esse mesmo conflito se manifesta. O currículo é um campo em que se tenta 
impor tanto a definição particular de cultura de um dado grupo quanto o conteúdo dessa cultura. O currículo é 
um território em que se travam ferozes competições em torno dos significados. O currículo não é um veículo 
que transporta algo a ser transmitido e absorvido, mas sim um lugar em que, ativamente, em meio a tensões, se 
produz e se reproduz a cultura. Currículo refere-se, portanto, a criação, a recriação, a contestação e a transgressão 
(Moreira e Silva, 1994).
Como todos esses processos se “concretizam” no currículo? Pode-se dizer que no currículo se evidenciam 
esforços tanto por consolidar as situações de opressão e discriminação a que certos grupos sociais têm sido sub-
metidos, quanto por questionar os arranjos sociais em que essas situações se sustentam. Isso se torna claro ao nos 
lembrarmos dos inúmeros e expressivos relatos de práticas, em salas de aulas, que contribuem para cristalizar 
preconceitos e discriminações, representações estereotipadas e desrespeitosas de certos comportamentos, certos 
estudantes e certos grupos sociais. Em Conselhos de Classe, algumas dessas visões, lamentavelmente, se refletem 
em frases como: “vindo de onde vem, ele não podia mesmo dar certo na escola!”.
Ao mesmo tempo, há inúmeros e expressivos relatos de práticas alternativas em que professores(as) desa-
fiam as relações de poder que têm justificado e preservado privilégios e marginalizações, procurando contribuir 
para elevar a autoestima de estudantes associados a grupossubalternizados. Ou seja, no processo curricular, 
distintas e complexas têm sido as respostas dadas à diversidade e à pluralidade que marcam de modo tão agudo 
o panorama cultural contemporâneo.
Cabe também ressaltar a significativa influência exercida, junto às crianças e aos adolescentes que povoam 
nossas salas de aula, pelos “currículos” por eles “vividos” em outros espaços socioeducativos (shoppings, clubes, 
associações, igrejas, meios de comunicação, grupos informais de convivência etc.), nos quais se fazem sentir com 
intensidade muitos dos complexos fenômenos associáveis ao processo de globalização que hoje vivenciamos. 
Nesses outros espaços extraescolares, os currículos tendem a se organizar com objetivos distintos dos currículos 
escolares, o que faz com que valores como padronização, consumismo, individualismo, sexismo e etnocentrismo 
possam entrar em acirrada competição com outras metas, visadas por escolas e famílias. Vale perguntar: como 
temos, nas salas de aula, reagido a esse “confuso” panorama em que a diversidade se faz tão presente? Como te-
mos nos esforçado para desestabilizar privilégios e discriminações? Como temos buscado neutralizar influências 
“indesejáveis”? Como temos, na escola, dialogado com os “currículos” desses outros espaços?
Aula 1A Prática Docente na Diversidade
23Formação Docente para a Diversidade
Em resumo, o complexo, variado e conflituoso cenário cultural em que estamos imersos se reflete no 
que ocorre em nossas salas de aula, afetando sensivelmente o trabalho pedagógico que nelas se processa. 
Voltamos a perguntar: como as diferenças derivadas de dinâmicas sociais como classe social, gênero, et-
nia, sexualidade, cultura e religião têm “contaminado” nosso currículo, tanto o currículo formal quanto o 
currículo oculto? Como temos considerado, no currículo, essa pluralidade, esse caráter multicultural de 
nossa sociedade? Como articular currículo e multiculturalismo? Que estratégias pedagógicas podem ser 
selecionadas? Temos professores e gestores, reservado tempo e espaço suficientes para que essas discussões 
aconteçam nas escolas? Como nossos projetos político-pedagógicos têm incorporado tais preocupações? 
Como temos atendido ao que determina a Lei 10639/2003, que torna obrigatório, nos estabelecimentos de 
Ensino Fundamental e Médio, o ensino sobre História e Cultura afro-brasileira? De que modo os professo-
res se têm inteirado das lutas e conquistas dos negros, das mulheres, dos homossexuais e de outros grupos 
minoritários oprimidos?
Sem pretender oferecer respostas prontas a serem aplicadas em quaisquer situações, move-nos a inten-
ção de apresentar alguns princípios que possam nortear a construção coletiva, em cada escola, de currículos 
que visem a enfrentar alguns dos desafios que a diversidade cultural nos tem trazido. Fundamentamo-nos, 
nesse propósito, em estudos, pesquisas, práticas e depoimentos de docentes comprometidos com uma es-
cola cada vez mais democrática. Nossa intenção é convidar o profissional da educação a engajar-se no 
instigante processo de pensar e desenvolver currículos para essa escola.
Desejamos, com os princípios que vamos sugerir, intensificar a sensibilidade do(a) docente e do gestor 
para a pluralidade de valores e universos culturais, para a necessidade de um maior intercâmbio cultural 
no interior de cada sociedade e entre diferentes sociedades, para a conveniência de resgatar manifestações 
culturais de determinados grupos cujas identidades se encontram ameaçadas, para a importância da partici-
pação de todos no esforço por tornar o mundo menos opressivo e injusto, para a urgência de se reduzirem 
discriminações e preconceitos.
O objetivo maior concentra-se, cabe destacar, na contextualização e na compreensão do processo de 
construção das diferenças e das desigualdades. Nosso propósito é que os currículos desenvolvidos tornem 
evidente que elas não são naturais; são, ao contrário, “invenções/construções” históricas de homens e mu-
lheres, sendo, portanto, passíveis de serem desestabilizadas e mesmo transformadas. Ou seja, o existente 
nem pode ser aceito sem questionamento nem é imutável; constitui-se, sim, em estímulo para resistências, 
para críticas e para a formulação e a promoção de novas situações pedagógicas e novas relações sociais.
[...]
(MOREIRA, Antonio Flávio Barbosa; CAUDAU, Vera Maria. Currículo, Conhecimento e Cultura. In: 
BEAUCHAMP, Jeanete; PAGEL, Sandra Denise; NASCIMENTO, Aricélia Ribeiro do (Org.). Indicações sobre 
Currículo. Brasília: Ministério da Educação, 2007. p. 17-46. (Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arqui-
vos/pdf/Ensfund/indag3.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2014.)
Aula 1 A Prática Docente na Diversidade
24 Formação Docente para a Diversidade
Atividades
1. A Constituição traz, em seu artigo 5.º, “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza”.
Veja esta charge.
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IGUALDADE JUSTIÇA
Com relação à igualdade, avalie as afirmações a seguir:
I. Todo cidadão deve ser tratado de forma igual independente de sua condição econômi-
ca, raça, credo, sexo, e assim por diante.
II. A verdadeira desigualdade seria tratar igualmente aqueles que são desiguais.
III. Todos devem ser tratados de formas desiguais até o limite de sua desigualdade, sem 
discriminação arbitrária ou abusiva.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III apenas.
d) II e III, apenas
e) I, II e III.
Aula 1A Prática Docente na Diversidade
25Formação Docente para a Diversidade
2. Veja a imagem a seguir.
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O artigo 67 da LDB traz: “Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais 
da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira 
do magistério público”.
I. Com relação ao que é assegurado ao professor, avalie as afirmações a seguir:
II. Ingresso não necessariamente por concurso público de provas e títulos.
III. Aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remu-
nerado para esse fim.
IV. Período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III apenas.
d) II e III, apenas
e) I, II e III.
3. Leia este trecho retirado de Indagações sobre Currículo:
“Seria muito mais simples dizer que o substantivo diversidade significa variedade, diferença 
e multiplicidade. Mas essas três qualidades não se constroem no vazio e nem se limitam a 
ser nomes abstratos. Elas se constroem no contexto social e, sendo assim, a diversidade 
pode ser entendida como um fenômeno que atravessa o tempo e o espaço e se torna uma 
questão cada vez mais séria quanto mais complexas vão se tornando as sociedades.”
(Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag4.pdf>.)
Aula 1 A Prática Docente na Diversidade
26 Formação Docente para a Diversidade
Com relação ao currículo, avalie as afirmações a seguir:
I. A educação de uma maneira geral é um processo constituinte da experiência humana, 
por isso se faz presente em toda e qualquer sociedade.
II. A escolarização, em específico, é um dos recortes do processo educativo mais amplo.
III. Somente na escola realizamos aprendizagens de natureza mais diferentes.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III apenas.
d) I e II, apenas
e) I, II e III.
Referências
ARROYO, Miguel Gonzáles. Indagações sobre currículo: educandos e educadores: seus direitos e o currículo. 
Organização do documento: Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. Brasília: 
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008.
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.Acesso em: 02 mai. 2016.
______, LEI Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, publicado 
no DOU de 23.12.1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 02 mai. 
2016.
GIMENO SACRISTÁN, J. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Tradução Ernani F. da Fonseca. 3. Ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2000.
MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa, CANDAR, Vera Maria. Currículo, Conhecimento e Cultura. In: Indagações 
sobre currículo: currículo, conhecimento e cultura / [Antônio Flávio Barbosa Moreira , Vera Maria Candau]; 
organização do documento Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. – Brasília: 
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/
pdf/Ensfund/indag3.pdf. Acesso em: 02 mai. 2016.
Resolução das atividades
1. e
2. d
3. d
Aula 2
De Ensino
Níveis 
Para estudar “níveis de ensino”, vamos começar esta aula 
buscando o significado de nível. Muitos são os significados, o mais 
interessante para nós é: “s.m. Estado de um plano horizontal.”1. 
Isto quer dizer que os níveis de ensino são o plano horizontal de 
estudos dos alunos. A linha que deve ser seguida para se obter 
uma formação escolar.
O objetivo desta aula é estudar os níveis de ensino voltados 
para a diversidade, para isso, começaremos com a Educação 
Básica, em seguida Educação Superior e completaremos com as 
políticas públicas na avaliação da aprendizagem.
1 Disponível em: <www.dicio.com.br/nivel/>.
27Formação Docente para a Diversidade
Aula 2 Níveis de Ensino
28 Formação Docente para a Diversidade
Parte
1 Educação básica
Como vimos na aula 1, os Níveis de Ensino são estabelecidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
(LDB 9394/96). Em nossa história, ela é a segunda LDB que regulamenta todos os níveis. A primeira foi a 
LDB 4023/61, promulgada em 20 de dezembro de 1961.
A LDB 9394/96, em seu artigo 21, divide a educação brasileira em dois níveis: a Educação Básica e o 
Ensino Superior, com determinação de idades:
Educação Básica Ensino Superior
Educação
Infantil
Ensino Fundamental
Ensino
Médio
Graduação
Creches (de 0 a 3 
anos)
Pré-escolas (de 4 a 5 
anos)
Anos iniciais ou ciclo I (1.º ao 
5.º ano)
(de 6 a 10 anos)
Anos finais ou ciclo II (6.º ao 
9.º ano)
(de 11 a 14 anos)
1.º ao 3.º ano
(de 15 a 17 anos)
Licenciatura
Bacharelado
Tecnólogo
(acima dos 18 anos)
É gratuita, mas não 
obrigatória.
É obrigatório e gratuito. É obrigatório e gratuito. É de competência da 
União,
Cabe a União auto-
rizar e fiscalizar as 
instituições privadas de 
Ensino Superior.
É de competência dos 
municípios.
Os municípios estão atendendo 
aos anos iniciais e os Estados, 
aos anos finais.
É de responsabilidade dos 
Estados. Pode ser técnico 
profissionalizante, ou não.
Você deve ter observado que há uma correlação entre a idade e o nível de ensino, porém as leis e os re-
gulamentos educacionais garantem o direito a todo cidadão de frequentar a escola regular em qualquer ida-
de. Essa possibilidade amplia a educação para a diversidade, pois possibilita que pessoas com necessidades 
Aula 2Níveis de Ensino
29Formação Docente para a Diversidade
especiais em idades diferentes possam frequentar o ensino regular. No entanto, é uma obrigação do Estado 
oferecer Educação de Jovens e Adultos (que veremos mais cuidadosamente no próximo capítulo) para aque-
les que não tenham frequentado a escola na idade recomendada.
Quanto aos níveis de ensino, a LDB traz no Título V, capítulo II, seção I, suas disposições: No artigo 
22 aparece a finalidade de desenvolver o educando para o exercício da cidadania com meios para progredir 
no trabalho e estudos. O exercício de uma plena cidadania envolve ações voltadas para a diversidade e as 
singularidades, assim a lei dá subsídios para a inclusão.
O artigo 23 coloca que a organização da Educação Básica poderá ser em séries anuais, semestrais, 
ciclos, períodos alternados, grupos não seriados, pelas competências ou outro critério que não vá contra o 
interesse do processo de aprendizagem.
Esse mesmo artigo fala sobre a reclassificação dos alunos, principalmente em transferências entre 
colégios. E sobre a construção do calendário escolar, que poderá adequar-se às particularidades de cada 
localidade, porém sem redução de horas letivas previstas na Lei.
Em relação à carga horária, o artigo 24 estabelece que o Ensino Fundamental e Médio deve ter carga 
horária mínima anual de oitocentas horas; distribuídas em um mínimo de duzentos dias letivos. E acrescenta 
de efetivo trabalho escolar, isto é, não se devem considerar atividades diversas e nem mesmo exames finais 
nestes dias.
O artigo 25 delega às autoridades responsáveis a decisão sobre a relação adequada entre o número de 
alunos e o professor. Este é um item preocupante, pois não leva em consideração o fazer pedagógico como 
prioridade, mas sim interesses políticos e financeiros.
O artigo 26 apresenta a organização curricular em uma base nacional comum e sua complementação 
que fica a critério de cada sistema de ensino, denominada parte diversificada.
Observe o que a lei traz nas diferentes disciplinas:
Língua portuguesa
Obrigatoriamente
Matemática
Conhecimento do mundo 
• físico e natural
Estudo da realidade social e política, 
especialmente do Brasil.
Aula 2 Níveis de Ensino
30 Formação Docente para a Diversidade
O ensino da arte
Componente curricular obrigatório, de forma a promover o desenvolvi-
mento cultural dos alunos.
A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo.
Educação Física
Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é com-
ponente curricular obrigatório da Educação Básica, sendo sua prática 
facultativa ao aluno:
– que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas;
– maior de trinta anos de idade;
– que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação simi-
lar, estiver obrigado à prática da educação física;
– que tenha prole.
O ensino de História do Brasil
Nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e de Ensino Médio, 
públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura 
afro-brasileira e indígena.
[...], tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos 
negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasi-
leira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando 
as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes 
à história do Brasil.
Língua estrangeira moderna
Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a 
partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira 
moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das 
possibilidades da instituição.
Proteção e defesa civil e a educação 
ambiental
Os currículos do Ensino Fundamental e Médio devem incluir os 
princípios da proteção e defesa civil e a educação ambiental de forma 
integrada aos conteúdos obrigatórios.
Filmes de produção nacional
A exibição de filmes de produção nacional constituirá componente cur-
ricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola, sendo 
a sua exibição obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais.
Aula 2Níveis de Ensino
31Formação Docente para a Diversidade
Direitos humanos
Conteúdos relativos aos direitos humanos e à prevenção de todas as for-
mas de violência contra a criança e o adolescente serão incluídos, como 
temas transversais, nos currículos escolares.
Observe que a disciplina de História contempla, de acordo com a legislação, diferentes culturas e et-
nias, aqui a diversidade é contemplada na lei.
As diretrizes apresentadas no artigo 27 são:a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos 
direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática; consideração das condi-
ções de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento; orientação para o trabalho; promoção do desporto 
educacional e apoio às práticas desportivas não formais. Todas com cunho de inclusão e abertura para tal 
cabem usar de tais determinações e buscar espaços para a prática da valorização da diversidade.
Cada nível de ensino tem objetivos próprios e formas de organização diversificadas, vejamos mais 
detalhadamente cada uma das etapas.
• Educação Infantil
A Educação Infantil é a primeira etapa da criança na escola (0 a 5 anos de idade) e tem como foco o 
desenvolvimento físico, psicológico, intelectual e social da criança, completando a ação da família e da 
comunidade.
Crianças de zero a três anos podem frequentar as creches ou instituições equivalentes. Já para as crian-
ças entre quatro e cinco anos, o ensino é realizado em pré-escolas. (LDB, artigo 29)
Em abril de 2013, a LDB foi alterada por uma emenda constitucional aprovada pelo Congresso Nacional em 2009. 
Ela altera a idade de matrícula de seis para quatro anos. E determina que até 2016 os estados e municípios devem 
oferecer vagas na rede pública de ensino para crianças dessa faixa etária.
A carga horária mínima anual nas pré-escolas, segundo a mesma emenda constitucional é de 800 horas.
• Ensino Fundamental
O Ensino Fundamental é dever do Estado e é uma etapa obrigatória da Educação Básica, sendo minis-
trado em Língua Portuguesa, garantindo às comunidades indígenas o uso de suas línguas maternas e de pro-
cessos próprios de aprendizagem. A jornada escolar (artigo 34) será de no mínimo quatro horas de trabalho 
efetivo em sala de aula para o turno diurno, sendo progressivamente ampliado o período de permanência 
na escola. Atentem para o termo “trabalho efetivo em sala de aula”, isto quer dizer que não se considera 
atividades diferenciadas na carga horária mínima.
Aula 2 Níveis de Ensino
32 Formação Docente para a Diversidade
O artigo 32 da LDB determina que a duração mínima do Ensino Fundamental é de nove anos (Lei 
11.274/2006.), e será ministrado de forma obrigatória e gratuita na escola pública. Ele é presencial, sendo o 
ensino a distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais.
Os objetivos são: o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno 
domínio da leitura, da escrita e do cálculo; a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, 
da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; o desenvolvimento da capacidade 
de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e va-
lores; o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca 
em que se assenta a vida social.
Vejamos o que determina o artigo 32 da LDB:
§5.º O currículo do Ensino Fundamental incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das 
crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da 
Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de material didático adequado. (Incluído pela 
Lei 11.525/2007).
§6.º O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como tema transversal nos currículos do Ensino 
Fundamental. (Incluído pela Lei 12.472/2011).
Os símbolos nacionais são:
Hino Nacional; Armas Nacionais; Selo Nacional e Bandeira Nacional.
O Ensino Fundamental é dividido em dois ciclos ou etapas:
- Ciclo I – do primeiro ao quinto ano (6 a 10 anos de idade);
- Ciclo II – do sexto ao nono ano (11 a 14 anos de idade).
O Conselho Nacional de Educação (CNE) e a Câmara de Educação Básica (CB) fixaram as diretrizes 
curriculares nacionais para o Ensino Fundamental (Resolução CNE/CBE 2/98), que exibem como principal 
norteador da ação pedagógica a autonomia, a responsabilidade, o respeito ao bem comum, os direitos e de-
veres da cidadania, os exercício da criticidade e também os princípios estéticos, tais como a sensibilidade, a 
criatividade e a diversidade de manifestações artísticas e culturais.
Aula 2Níveis de Ensino
33Formação Docente para a Diversidade
Vejamos o artigo 3.º da Resolução CEB 2, de 7 de abril de 1998, que institui as Diretrizes Curriculares 
Nacionais para o Ensino Fundamental.
IV – Em todas as escolas deverá ser garantida a igualdade de acesso para alunos a uma base nacional comum, 
de maneira a legitimar a unidade e a qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional. A base comum 
nacional e sua parte diversificada deverão integrar-se em torno do paradigma curricular, que vise a estabelecer 
a relação entre a educação fundamental e:
a) a vida cidadã através da articulação entre vários dos seus aspectos como: 1. a saúde 2. a sexualidade 
3. a vida familiar e social 4. o meio ambiente 5. o trabalho 6. a ciência e a tecnologia 7. a cultura 8. as 
linguagens.
b) as áreas de conhecimento: 1. Língua Portuguesa 2. Língua Materna, para populações indígenas e migran-
tes 3. Matemática 4. Ciências 5. Geografia 6. História 7. Língua Estrangeira 8. Educação Artística 9. Educação 
Física 10. Educação Religiosa, na forma do artigo 33 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
O artigo 33 da LDB determina que o ensino religioso tenha sua matrícula facultativa, constitui disci-
plina dos horários normais das escolas públicas de Ensino Fundamental, sendo oferecido, sem ônus para 
os cofres públicos, de acordo com as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis em 
caráter. Ou seja, o Estado não tem deveres financeiros com os professores de ensino religioso.
Ensino Médio
A duração mínima do Ensino Médio é de três anos e sua finalidade, de acordo com o artigo 35 da LDB, é: a 
consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosse-
guimento de estudos; a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, 
de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento pos-
teriores; o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento 
da autonomia intelectual e do pensamento crítico; a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos 
processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
O Ensino Médio é dividido em áreas que englobam os conhecimentos que compartilham objetos de 
estudo:
Linguagens, Códigos e 
suas Tecnologias
• Língua Portuguesa e literatura
• Língua(s) estrangeira(s)
• Informática
• Artes
• As atividades físicas e desportivas
Aula 2 Níveis de Ensino
34 Formação Docente para a Diversidade
Ciências da Natureza, 
Matemática e suas 
Tecnologias
Ciências Humanas e 
suas Tecnologias
• Ciências da Natureza
• Matemática 
• Biologia
• Física
• Química
• História
• Geografia
• Filosofia
• Sociologia
A intenção é de que o aluno termine a Educação Básica dominando os conhecimentos e as habilidades 
que permitam que ele escolha seus rumos na vida adulta. Assim, a educação pretende prepará-lo para a in-
serção no mercado de trabalho e para o Ensino Superior.
Parte
2 Educação Superior
O Ensino Superior , segundo a LDB (artigo 43), tem como finalidades o estímulo à cultura e ao espírito 
científico; prevê a formação dos alunos nas diferentes áreas do conhecimento com aptidões profissionais 
e participação social; incentiva a pesquisa na busca do desenvolvimento científico, tecnológico e cultural, 
assim como a sua divulgação a fim de sistematizar o conhecimento produzido e repassá-lo a cada geração.
Em relação aos cursos e programas, a LDB no artigo 44 prevê:
Cursos sequenciais• por campo de saber
• de diferentes níveis de abrangência
• abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos 
pelas instituições de ensino
Aula 2Níveis de Ensino
35Formação Docente para a Diversidade
de graduação
• abertos a candidatos que tenham concluído o Ensino Médio ou 
equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo
de Pós-Graduação
• programas de mestrado e doutorado
• cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos 
a candidatos diplomados em cursos de graduação e que aten-
dam às exigências das instituições de ensino
de extensão
• abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos 
pelas instituições de ensino.
A Educação Superior será efetuada em Instituições de Ensino Superior (IES), de acordo com o artigo 
45 da LDB, tanto públicas quanto privadas com variados graus de abrangência ou especialização. As IES 
deverão ter autorização, reconhecimento e credenciamento em prazos limitados necessitando ser renovados 
periodicamente (artigo 46 da LDB). Após a avaliação haverá um prazo para saneamento de deficiências e 
haverá nova avaliação que poderá descredenciar o curso ou até mesmo a instituição de ensino.
Assim como na Educação Básica, o ano letivo regular, na Educação Superior será de duzentos dias de 
trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver. Sendo obrigató-
ria a frequência tanto dos alunos como professores se o curso não for a distância, nas instituições públicas 
de Educação Superior (artigo 57) o professor ficará obrigado ao mínimo de oito horas semanais de aulas.
O artigo 52 da LDB expressa que as universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos 
quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, 
que se caracterizam pela produção intelectual, e para tal deverão ter um terço do corpo docente, pelo menos, 
com titulação acadêmica de mestrado e doutorado e um terço de professores em regime de tempo integral.
A educação superior é aquela que deve proporcionar um ensino que visa atender a diversidade cultural 
de sua comunidade. Ela é o lugar no qual todos os alunos devem ter as mesmas oportunidades. Sabemos que 
a entrada na universidade já é um diferencial explícito em nossa sociedade.
Aula 2 Níveis de Ensino
36 Formação Docente para a Diversidade
Há muitas formas de discriminação na porta de entrada das universidades, seu acesso não é democráti-
co visto o número de vagas e a quantidade de candidatos.
Outra grande situação explicita é que o Brasil é um país diverso, rico em diferentes culturas, costumes, 
crenças e saberes. Uma universidade que atenda um ensino que respeite a cultura da comunidade significa 
ter várias universidades dentro de cada uma delas. Neste contexto, a dificuldade é explorar um universo 
representado por uma população formada de incontáveis grupos étnicos, com seus costumes, culturas e 
conhecimentos.
Adaptar o currículo escolar sem ocorrer no processo de exclusão é um exercício complexo, que antes 
de tudo precisa de vontade. Um currículo multiculturalista atenderia a necessidade das misturas de culturas 
em uma mesma localidade. Mas para tal, é preciso entendimento de sua necessidade. Sabemos que a diver-
sidade cultural é um tema complicado e precisa ser compartilhado pela comunidade acadêmica.
No universo aberto e plural do multiculturalismo, a educação intercultural orientaria um processo de 
que tem por base o reconhecimento do direto à diferença. De acordo com Candau:
“a interculturalidade orienta processos que têm por base o reconhecimento do direito à diversidade e a luta 
contra todas as formas de discriminação e desigualdade social. Tenta promover relações dialógicas e igualitá-
rias entre pessoas e grupos que pertencem a universos culturais diferentes, trabalhando os conflitos inerentes 
a essa realidade. Não ignora as relações de poder presentes nas relações sociais e interpessoais. Reconhece e 
assume os conflitos, procurando as estratégias mais adequadas para enfrentá-los”. (Candau, 2011, p. 32)
Assim, um Ensino Superior que mostre uma formação dos alunos nas diferentes áreas do conhecimen-
to, com aptidões profissionais e participação social precisa repensar um currículo multiculturalista.
Muita coisa já vem sendo pensada e feita e há muito material sobre o assunto, vejam o “O Programa 
Diversidade na Universidade e a Construção de uma Política Educacional Antirracista”.
O Programa Diversidade na Universidade e a Construção de uma 
Política Educacional Antirracista.
(Disponível em: <http://pronacampo.mec.gov.br/ima-
ges/pdf/bib_volume29_o_programa_diversidade_na_
universidade_e_a_construcao_de_uma_politica_educacio-
nal_anti_racista.pdf>.)
A discussão é ampla e necessita de o envolvimento de todos.
Aula 2Níveis de Ensino
37Formação Docente para a Diversidade
Parte
3 Políticas públicas na avaliação 
da aprendizagem
A avaliação é uma das mais importantes ferramentas para indicar se o processo de ensino-aprendizagem 
está se efetivando da melhor forma possível ou não. Ela não é um instrumento de classificação e categorização de 
alunos. Porém, a escola, os professores e até mesmo os alunos usam a avaliação como um aparelho de “poder”. 
A escola aprova ou reprova os alunos, dizendo se eles são ou não são “capazes” de progredir nos estudos. Os 
professores utilizam de avaliações como controle de disciplina ou de estudos; quem nunca ouviu dizer: “Isso vai 
cair na prova”. Os alunos veem a avaliação como único objetivo de estudar: “isso vale nota?”.
Mesmo tendo consciência disso e sabendo da importância de se ter conhecimento sobre determinado 
assunto, é no momento da avaliação (quando ela acontece sem momentos estanques) que os envolvidos 
“acordam” em seu fazer escolar. É para prova que se estuda, é para ganhar nota que se faz a atividade, se 
não houver avaliação não se pode aprovar ou reprovar os alunos, a avaliação coloca autoridade nos termos: 
semana de provas, média final, faltam dois décimos, os alunos colam etc.
Em nosso dia a dia, sabemos que a avaliação é um processo que acontece o tempo todo, com todo mun-
do, todos os dias. Ao levantar e olhar no espelho, estamos fazendo uma avaliação. Ao olhar pela janela para 
saber do tempo, estamos avaliando; quando não gostamos de uma comida, de uma roupa ou de um olhar, 
estamos avaliando. E isso não reprova ou aprova o tempo, a roupa ou a comida. Na avaliação diária sabemos 
que somos diferentes, temos gostos e olhares distintos para as coisas.
Na escola não temos essa consciência. Normalmente as avaliações são feitas ao mesmo tempo para 
todos de uma sala, como o mesmo instrumento. E as respostas estarão certas ou erradas e cada uma valerá 
um número que determinará a média do aluno e o quanto ele sabe ou não sabe. E isso acontece de forma 
sistematizada e institucionalizada.
É interessante refletir que às vezes estudamos muito, e “cai” na prova àquilo que não estudamos. Ou o 
contrário, a prova pede exatamente aquele único ponto que sabemos... “por sorte”, como se a avaliação real, 
verdadeira e sincera precisasse de sorte. Até mesmo alguns professores colocam nas provas “Boa sorte”. 
Como se fosse preciso ter sorte para saber ou não das coisas.
É perceptível que muita coisa deve ser discutida em relação à avaliação. Acredito que a grande discus-
são começa mesmo com o conceito de certo ou errado, as finalidades da educação, o grupo ao qual se está 
avaliando entre outros pontos importantes.
A solução é discutir claramente o que se quer, tanto como professor, aluno, pais, gestores. Assim, os critérios de avaliação 
podem ser negociados coletivamente buscando um fim comum.
Algumas coisas devem ser respeitadas e avaliar o que se ensinou é uma delas. Não se pode cobrar aquilo que não se infor-
mou. Entre outros fatores que precisam ser refletidose tratados, mas esta discussão pede outros momentos pedagógicos.
Aula 2 Níveis de Ensino
38 Formação Docente para a Diversidade
Vamos verificar o que a LDB orienta sobre avaliação:
Artigo 12 –
Os estabelecimentos 
de ensino
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os respon-
sáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da 
proposta pedagógica da escola; (Redação dada pela Lei 12.013/2009.)
Artigo 13
Os docentes incumbir-
-se-ão de:
III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;
Artigo 23 –
A educação básica
§1.º - A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de transferên-
cias entre estabelecimentos situados no País e no exterior, tendo como base as normas 
curriculares gerais.
Artigo 24 –
A educação básica.
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do Ensino Fundamental, 
pode ser feita:
por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase anterior, na 
própria escola;
por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;
independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola, que 
defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na 
série ou etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino;
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o regimento escolar 
pode admitir formas de progressão parcial, desde que preservada a sequência do currículo, 
observadas as normas do respectivo sistema de ensino;
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos 
aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os 
de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, 
para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de 
ensino em seus regimentos;
VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu regimento 
e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a frequência mínima de setenta e 
cinco por cento do total de horas letivas para aprovação;
Aula 2Níveis de Ensino
39Formação Docente para a Diversidade
Artigo 31 –
A educação infantil
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, 
sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental; (Incluído 
pela Lei 12.796/2013.)
Artigo 32 –
O Ensino 
Fundamental
§2.º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem adotar no 
Ensino Fundamental o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação 
do processo de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de 
ensino.
Artigo 36 –
 O currículo do Ensino 
Médio
2 – adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos 
estudantes; 
§1.º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizados de tal 
forma que ao final do Ensino Médio o educando demonstre:
domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna; 
2. conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;
Artigo 41 –
Educação profissional 
e tecnológica
O conhecimento adquirido na educação profissional e tecnológica, inclusive no tra-
balho, poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prossegui-
mento ou conclusão de estudos. (Redação dada pela Lei 11.741/2008.)
É importante destacar que no artigo 24 consta que a verificação do rendimento, em que a avaliação 
deverá ser contínua e cumulativa e deverão prevalecer os aspectos qualitativos sobre os quantitativos, 
assim como o resultado ao longo do período sobre os de eventuais provas finais. Isto é, as avaliações deve-
rão acontecer a todo tempo no Ensino Fundamental e não deverá haver uma única forma de avaliação. Fica 
claro, assim, que o objetivo das avaliações é diagnosticar o que foi e o que não foi aprendido pelos alunos a 
fim de sanar as deficiências, pois a avaliação não é um processo final, na realidade ela é o início das tomadas 
de decisões do processo ensino-aprendizagem.
Extra
Sistema Educacional Brasileiro
Ebenezer Takuno de Menezes
É a forma de como se organiza a educação regular no Brasil. Essa organização se dá em sistemas 
de ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A Constituição Federal de 1988, 
com a Emenda Constitucional n.º 14, de 1996 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
Aula 2 Níveis de Ensino
40 Formação Docente para a Diversidade
(LDB), instituída pela lei nº 9394, de 1996, são as leis maiores que regulamentam o atual sistema edu-
cacional brasileiro.
A atual estrutura do sistema educacional regular compreende a educação básica – formada pela 
educação infantil, ensino fundamental e ensino médio – e a educação superior. De acordo com a le-
gislação vigente, compete aos municípios atuar prioritariamente no ensino fundamental e na educação 
infantil e aos Estados e o Distrito federal, no ensino fundamental e médio. O governo federal, por sua 
vez, exerce, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, cabendo-lhe prestar assistência 
técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Além disso, cabe ao governo 
federal organizar o sistema de educação superior.
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, é oferecida em creches, para crianças de 
até 3 anos de idade e em pré-escolas, para crianças de 4 a 6 anos. O ensino fundamental, com duração 
mínima de oito anos, é obrigatório e gratuito na escola pública, cabendo ao Poder Público garantir sua 
oferta para todos, inclusive aos que a ele não tiveram acesso na idade própria.
O ensino médio, etapa final da educação básica, tem duração mínima de três anos e atende a for-
mação geral do educando, podendo incluir programas de preparação geral para o trabalho e, facultati-
vamente, a habilitação profissional.
Além do ensino regular, integram a educação formal: a educação especial, para os portadores de 
necessidades especiais; a educação de jovens e adultos, destinada àqueles que não tiveram acesso ou 
continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade apropriada. A educação profissional, 
integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciências e à tecnologia, com o objetivo de 
conduzir ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva. O ensino de nível técnico é 
ministrado de forma independente do ensino médio regular. Este, entretanto, é requisito para a obtenção 
do diploma de técnico.
A educação superior abrange os cursos de graduação nas diferentes áreas profissionais, abertos a 
candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em pro-
cessos seletivos. Também faz parte desse nível de ensino a pós-graduação, que compreende programas 
de mestrado e doutorado e cursos de especialização. A partir da LDB de 1996 foram criados os cursos 
seqüenciais por campo do saber, de diferentes níveis de abrangência, que são abertos a candidatos que 
atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino superior.
Disponível em: <http://www.educabrasil.com.br/sistema-educacional-brasileiro/>. Acesso em: 27 de jun. 2016.
Aula 2Níveis de Ensino
41Formação Docente para aDiversidade
Atividades
1. Faça uma reflexão sobre o Ensino Fundamental no Brasil comparando as diferenças que 
você conhece da educação pública e da privada.
2. Considerando que o Ensino Superior deve proporcionar um ensino que atenda a diversidade 
cultural de sua comunidade, qual o grande desafio para se alcançar tal objetivo?
3. Faça uma crítica ao sistema avaliativo que concentra as provas em datas específicas, como 
semana de provas ou datas de avaliação concentradas.
Referências
BRASIL, LEI Nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, publicado no 
DOU de 27.12.1961. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L4024.htm. Acesso em: 02 mai. 
2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: 
pluralidade cultural, orientação sexual. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997.
______, LEI Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, publicado 
no DOU de 23.12.1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 02 mai. 
2016.
______, LEI Nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006. Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei no 9.394, de 20 de 
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) 
anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade, publicado no DOU de 
07.02.2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11274.htm. Acesso em: 02. 
Mai. 2016.
______, LEI Nº 11.525, de 25 de setembro de 2007. Acrescenta § 5o ao art. 32 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 
1996, para incluir conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes no currículo do ensino fundamental, 
publicado no DOU 26.06.2007. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/
L11525.htm. Acesso em: 02. Mai. 2016.
______, LEI Nº 14.472, de 1º de setembro de 2011. Acrescenta § 6o ao art. 32 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro 
de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, incluindo os símbolos nacionais como tema 
transversal nos currículos do ensino fundamental, publicado no DOU 02.09.2011. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12472.htm..Acesso em: 02. Mai. 2016
______, Ministério da Educação, Resolução CEB N º 2, de 7 de abril de 1998. Institui as Diretrizes Curriculares 
Nacionais para o Ensino Fundamental, publicada no DOU 15.04.98. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/
arquivos/pdf/rceb02_98.pdf. Acesso em: 02. Mai. 2016.
Aula 2 Níveis de Ensino
42 Formação Docente para a Diversidade
______, LEI Nº 12.796, de 04 de abril de 2013. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece 
as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras 
providências. Publicado no DOU 05.04.2013. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2013/lei/l12796.htm. Acesso em: 02. Mai. 2016.
______, LEI Nº 11.741, de 16 de julho de 2008. Altera dispositivos da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, 
que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para redimensionar, institucionalizar e integrar as ações 
da educação profissional técnica de nível médio, da educação de jovens e adultos e da educação profissional e 
tecnológica. Publicado no DOU 17.07.2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2008/Lei/L11741.htm. Acesso em: 02. Mai. 2016.
CANDAU, V. Diferenças Culturais e Educação; Construindo Caminhos. São Paulo: Sete Letras, 2011.
_____________, Cultura(s) e educação: entre o crítico e o pós-crítico. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
GADOTTI, M. Diversidade cultural e educação para todos. Rio de Janeiro: Graal, 1992.
MENEZES, Ebenezer Takuno de, SANTOS, Thais Helena dos. Verbete sistema educacional brasileiro. Dicionário 
Interativo da Educação Brasileira - Educabrasil. São Paulo: Midiamix, 2001. Disponível em: <http://www.educabrasil.
com.br/sistema-educacional-brasileiro/>. Acesso em: 02 de mai. 2016.
Resolução das Atividades
1. Espera-se que o aluno mostre que a educação privada é privilegiada em relação à educação 
pública.
2. A dificuldade é explorar um universo representado por uma população formada de incontáveis 
grupos étnicos, com seus costumes, cultura e conhecimentos.
3. A avaliação deverá ser contínua e cumulativa e deverão prevalecer os aspectos qualitativos sobre 
os quantitativos, assim como o resultado ao longo do período sobre os de eventuais provas finais.
Aula 3
de Ensino
Modalidades 
Para iniciar nossos estudos sobre Modalidades de Ensino, 
vamos buscar o entendimento do termo. O que é modalidade? É 
um substantivo feminino, que indica tipo, aparência ou aspecto 
de algo. Assim, este capítulo vai apresentar os “tipos” de ensino 
que temos em nosso país e seu caráter flexível. Começaremos 
conhecendo as modalidades apresentadas pela LDB (9.394/96) 
e, em seguida, as que surgiram conforme as necessidades que se 
foram apresentando ao longo do caminho. Veremos também as 
finalidades e objetivos de cada modalidade e terminaremos com 
as características curriculares e diretrizes que se voltam para a 
diversidade.
43Formação Docente para a Diversidade
Aula 3 Modalidades de Ensino
44 Formação Docente para a Diversidade
Parte
1 Definição de modalidades de ensino
Como já vimos, o sistema educacional no Brasil é dividido em Educação Básica e Ensino Superior. A 
LDB (9.394/96) também estrutura a educação por etapas e modalidades de ensino. As etapas são: Educação 
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, já estudadas por nós anteriormente. E as modalidades de en-
sino de acordo com a LDB são: Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional e Educação Especial.
Um termo muito usado nos ambientes escolares é ensino regular. É considerado “regular” o sistema 
de ensino tradicional que se realiza em tempo e espaços previstos pela lei de forma geral. As modalidades 
de ensino foram criadas para atender diversamente os alunos com necessidades distintas. Assim podemos 
ter a seguinte definição:
Modalidade de ensino é um tipo de oferta do ensino básico 
distinto do regular para atender alunos com diversas necessidades.
A LDB, ao valorizar as modalidades, contribui para a diversidade. Elas podem ser ofertadas em todos 
os níveis de ensino, inclusive no Ensino Superior. Vejam as modalidades de ensino ofertadas pelo nosso 
sistema de ensino atualmente:
Educação
Escolar
Indígena
Educação
Especial
Educação de 
Jovens e 
Adultos (EJA)
Educação
do Campo
Educação
Profissional
Vamos conhecer mais sobre cada uma dessas modalidades.
Aula 3Modalidades de Ensino
45Formação Docente para a Diversidade
Educação de Jovens e Adultos
A Seção V da LDB é voltada para a Educação de Jovens e Adultos, também conhecida pela sigla EJA. 
O artigo 37 orienta para quem ela se destina: “àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos 
no Ensino Fundamental e Médio na idade própria”. Também é assegurado no mesmo artigo a oferta, gratui-
dade e oportunidades educacionais apropriadas. Para tal, a lei prevê estímulo ao acesso e permanência do 
trabalhador na escola por meio de ações integradas e complementares entre si. Em 2008, a Lei 11.741acres-
centa à LDB a articulação preferencial do ensino com a educação profissional.
O artigo 38 determina aos sistemas de ensino, cursos e exames supletivos para habilitar o prossegui-
mento de ensino para aqueles que não o tenham feito em tempo normal. Tais exames poderão ser aplicados 
no nível de conclusão do Ensino Fundamental em alunos com mais de quinze anos e no nível de Ensino 
Médio para maiores de dezoito anos.
Educação Profissional

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