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Eq. Diferenciais Parciais – Tópico 2 • Condução de calor em uma barra • Método de separação de variáveis Método de separação de variáveis; condução de calor em uma barra � As equações diferenciais básicas de condução de calor, propagação de onda e teoria do potencial, que discutiremos nestes tópicos de EDP, estão associadas com três tipos distintos de fenômenos físicos: processos difusivos, oscilatórios, e processos estacionários (independentes do tempo). � Consequentemente, elas têm grande importância em muitos ramos de física e da matemática. � As equações diferenciais parciais cuja teoria é melhor desenvolvida e cujas as aplicações são mais importantes e variadas são as equações lineares de segunda ordem. � Todas estas equações são classificadas em três tipos: � A equação do calor, a equação de onda, e a equação do potencial, são os protótipos destas categorias. Condução de calor em uma barra: hipóteses (1 de 6) � Considere o problema de condução de calor em uma barra de seção reta uniforme e feita de material homogêneo. � Escolhemos o eixo x ao longo do eixo da barra, de forma que x = 0 e x = L serão os extremos . Veja figura abaixo. � Suponha que os extremos da barra são isolados e portanto não passa calor ao longo deles. � Assumiremos que a seção reta é pequena o suficiente para que a temperatura u possa ser considerada constante em qualquer seção reta. � Então u é uma função somente da coordenada axial x e tempo t. Equação de condução de calor (2 de 6) � A variação de temperatura na barra é governada pela equação de condução de calor, e tem a forma onde α2 é uma constante conhecida como difusividade térmica. � O parâmetro α2 depende somente do material no qual a barra é feita, e é definida por α2 = κ/ρs, onde κ é a condutividade, ρ é a densidade, e s é o calor específico do material na barra. As unidades de α2 são (comprimento)2/tempo. 0,0,2 ><<= tLxuu txxα Condução de calor: condições iniciais e de fronteira (3 de 6) � Além disso, assumiremos que a distribuição inicial de temperatura na barra é dada por onde f é uma função conhecida. � Finalmente, assumiremos que os extremos da barra estão a uma temperatura fixa: temperatura T1 em x = 0 e T2 em x = L. � Por questão de simplicidade, adotaremos que T1 = T2 = 0. � Assim, temos as seguintes condições de contorno: Lxxfxu ≤≤= 0),()0,( 0,0),(,0),0( >== ttLutu Problema de condução de calor (4 de 6) � Assim, o problema fundamental da condução de calor é determinar u(x,t) que satisfaça � Com respeito a variável t, este é um problema de valor inicial; uma condição inicial é dada e a equação diferencial determina o que acontece em seguida. � Com respeito a variável espacial x, ele é um problema de calor de contorno; condições de fronteira são impostas em ambas as extremidades da barra e a equação diferencial descreve a evolução da temperatura neste intervalo espacial. Lxxfxu ttLutu tLxuu txx ≤≤= >== ><<= 0),()0,( 0,0),(,0),0( 0,0,2α Condução de calor: problemas de fronteira (5 de 6) � Alternativamente, podemos considerar o problema como um problema de valor de contorno no plano xt, veja a figura abaixo. � A solução u(x,t) satisfaz o problema de condução de calor na faixa semi-infinita 0 < x < L, t > 0, sujeita a condição de que u(x,t) deve assumir um valor dado em cada ponto da fronteira dessa faixa. Lxxfxu ttLutu tLxuu txx ≤≤= >== ><<= 0),()0,( 0,0),(,0),0( 0,0,2α Condução de calor: equação linear homogênea (6 de 6) � O problema de condução de calor é linear uma vez que u e suas derivadas aparecem somente uma vez em cada termo. � A equação diferencial e as condições de fronteira são homogêneas. � Isto sugere que procuremos determinar todas as soluções possíveis da equação diferencial sujeitas as condições de fronteira, e em seguida superpomos as soluções para que satisfaçam a condição inicial. � Descreveremos a seguir como implementar este procedimento. Lxxfxu ttLutu tLxuu txx ≤≤= >== ><<= 0),()0,( 0,0),(,0),0( 0,0,2α Método de separação das variáveis (1 de 7) � O objetivo é procurar soluções não triviais da equação diferencial e das condições de contorno. � Começamos assumindo que a solução u(x,t) tem a forma � Substituindo esta forma na nossa equação diferencial obtemos ou )()(),( tTxXtxu = txx uu = 2α TXTX ′=′′2α T T X X ′= ′′ 2 1 α Equações diferenciais ordinárias (2 de 7) � Temos � Observe que o lado esquerdo depende somente de x e o lado direito depende somente de t. � Assim, para que esta equação seja válida para 0 < x < L, t > 0, é necessário que ambos os lados desta equação sejam iguais a mesma constante -λ. Então, � Assim, a equação diferencial parcial é substituida por duas equações diferenciais ordinárias. T T X X ′= ′′ 2 1 α 0 01 22 =+′ =+′′ ⇒−=′=′′ TT XX T T X X λα λ λ α Condições de fronteira (3 de 7) � Lembremos nosso problema original � Substituindo u(x,t) = X(x)T(t) na condição de contorno em x = 0, � Uma vez que estamos interessados em soluções não triviais, vamos exigir que X(0) = 0 ao invés de T(t) = 0 para t > 0. Similarmente, X(L) = 0. � Portanto temos o seguinte problema de valor de contorno Lxxfxu ttLutu tLxuu txx ≤≤= >== ><<= 0),()0,( 0,0),(,0),0( 0,0,2α 0)()0(),0( == tTXtu 0)()0(,0 ===+′′ LXXXX λ Autovalores e autofunções (4 de 7) � Assim, � Do tópico anterior, sabemos que as únicas soluções não triviais deste problema de valor de contorno são as autofunções associados com os autovalores � Com estes valores para λ, a solução da equação de primeira ordem é 0)()0(,0 ===+′′ LXXXX λ ( ) K,3,2,1,/sin)( == nLxnxX n pi K,3,2,1,/ 222 == nLnn piλ 02 =+′ TT λα constante. , 2)/( n tLn nn kekT piα− = Soluções fundamentais (5 de 7) � Assim, as soluções fundamentais tem a forma onde estamos suprimindo as constantes de proporcionalidade. � As funções un são chamadas de soluções fundamentais do problema da condução de calor. � Destas soluções, ficará apenas aquelas que satisfazem a condição inicial � Assim, o problema de valor inicial será resolvido fazendo a combinação linear das soluções fundamentais e então ajustando os coeficientes para que as condições iniciais sejam satisfeitas. � Lembre que temos infinitas soluções fundamentais. ( ) ,,3,2,1,/sin),( 2)/( K== − nLxnetxu tLnn pipiα Lxxfxu ≤≤= 0),()0,( Coeficientes de Fourier (6 de 7) � As soluções fundamentais são � Lembrando das condições iniciais � Portanto, assumimos que onde os cn são escolhidos para que as condições iniciais sejam satisfeitas por � Assim, escolheremos os coeficientes cn para obter a série de Fourier em senos. ( ) ,,3,2,1,/sin),( 2)/( K== − nLxnetxu tLnn pipiα Lxxfxun ≤≤= 0),()0,( ( )∑∑ ∞ = − ∞ = == 1 )/( 1 /sin),(),( 2 n tLn n n nn Lxnectxuctxu pi piα ( )∑∞ = == 1 /sin)()0,( n n Lxncxfxu pi Solução (7 de 7) � Portanto, a solução para o problema de condução de calor é dado por onde ( )∑∞ = − = 1 )/( /sin),( 2 n tLn n Lxnectxu pi piα ( )∫= Ln dxLxnxfLc 0 /sin)(2 pi Lxxfxu ttLutu tLxuu txx ≤≤= >== ><<= 0),()0,( 0,0),(,0),0( 0,0,2α Exemplo 1: problema de condução de calor (1 de 6) � Vamos determinar a temperatura u(x,t) em qualquer tempo em um bastão de metal de 50 cm de comprimento, com as pontas isoladas, na qual a temperatura inicial de 20° C é uniformemente distribuida em toda a parte interna e cujas as extremidades são mantidas a 0° C para todo t > 0. � Este problema de condução de calor tem a forma 500,20)0,( 0,0),50(,0),0( 0,500,2<<= >== ><<= xxu ttutu txuu txxα Exemplo 1: solução (2 de 6) � A solução para o problema proposto é onde � Assim, ( )∑∞ = − = 1 )50/( 50/sin),( 2 n tn n xnectxu pi piα ( ) ( ) ( ) ( ) =−== == ∫ ∫∫ par,0 í,/80 cos14050/sin 5 4 50/sin20 50 2/sin)(2 50 0 50 00 n mparnn n n dxxn dxxndxLxnxf L c L n pi pi pi pi pipi ( )∑∞ = − = 1 )50/( 50/sin180),( 2 n tn xne n txu pi pi piα Exemplo 1: Convergência rápida (3 de 6) � Assim, a temperatura ao longo do bastão é dado por � A exponencial negativa em cada termo faz com que a série convirja rapidamente, excetuando-se os casos de pequenos valores de t ou α2. � Portanto, resultados precisos podem ser alcançados usando apenas alguns poucos termos da série. � Para fazermos uma análise quantitativa, é necessário escolher um valor para α2. Escolhendo α2 = 1 em unidades de cm2/seg temos então o tempo t medido em segundos. ( )∑∞ = − = 1 )50/( 50/sin180),( 2 n tn xne n txu pi pi piα Exemplo 1: gráficos de temperatura (4 de 6) � O gráfico para a distribuição de temperatura para vários tempos é mostrado abaixo a esquerda. � Observe que a temperatura diminui constantemente a medida que a barra perde calor pelas extremidades. � O modo pelo qual a temperatura diminui em um dado ponto é mostrado no gráfico a direita, onde a temperatura é graficada versus o tempo para alguns pontos específicos. Exemplo 1: gráfico de u(x,t) (5 de 6) � Um gráfico tridimensional de u versus x e t é dada abaixo. � Observe que obtivemos os gráficos anteriores pela intersecção da superfície abaixo com os planos na qual t ou x é constante. � A pequena ondulação no gráfico abaixo para t = 0 resulta do uso de um número finito de termos da série para u(x,t) e da fraca convergência da série para t = 0. Exemplo 1: temperatura de 1° C em todo bastão (6 de 6) � Relembrando a solução para o problema de condução de calor proposto: � Suponha que queiramos determinar o tempo τ na qual todo o bastão esteja mais frio que 1° C. � Devido a simetria da distribuição de temperatura inicial e sas condições iniciais, o ponto mais quente da barra é sempre o ponto central. � Assim,τ é obtido resolvendo-se u(25,t) = 1 para t. � Usando apenas o primeiro termo da série de Fourier, obtemos ( )∑∞ = − = 1 )50/( 50/sin180),( 2 n tn xne n txu pi pi pi ( ) sec 820/80ln25002 ≅= pipiτ
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