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R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 • 65 Caso Clínico A importância da incorporação e controle de torque no tratamento ortodôntico Guilherme Thiesen* Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego* Luciane Macedo de Menezes** Susana Maria Deon Rizzatto*** Resumo O torque é uma torção no fi o em torno do seu longo eixo. Com este procedimento, consegue-se controlar a posição vestíbulo-lingual da raiz, através da utilização de fi os de secção retangular. O fi o retangular encontra na canaleta do braquete uma relação de superfície, e não de pontos de tan- gência, como ocorre com o fi o redondo. Assim, a utilização do fi o retangular, bem como o torque incorporado a este, é primordial para uma adequada fi nalização ortodôntica, uma vez que a correta inclinação vestíbulo-lingual dos dentes anteriores e posteriores é essencial para a obtenção de uma intercuspidação adequada. Daí a importância da completa compreensão da construção do torque na mecânica ortodôntica, pois muitas vezes o ortodontista deve incorporá-lo no fi o retangular mesmo com a utilização de acessórios pré-programados. Destaca-se a importância de um adequado controle do torque durante algumas fases do tratamento ortodôntico, como por exemplo, a de fechamento de espaços, bem como no manejo de casos tratados de maneira compensatória que visam a mascarar discrepâncias esqueléticas entre as bases ósseas. Palavras-chave: torque, inclinações dentárias axiais, mecânica de retração, tratamentos compensatórios. * Mestrandos em Ortodontia e Ortopedia Facial da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS. ** Mestre e Doutora em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro –UFRJ, Professora do Curso de Mestrado em Ortodontia e Ortopedia da Facial da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS, Coordenadora do Curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da ABO-RS. *** Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS, Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul –UFRGS, Professora do Curso de Mestrado em Ortodontia e Ortopedia da Facial da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS, Professora do Curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da ABO-RS. INTRODUÇÃO A técnica Edgewise surgiu com Angle, em 1925, e recebeu essa denominação devido à utilização de fi os retangulares inseridos no in- terior dos braquetes com sua maior dimensão horizontalizada (Arco de Canto). Em decorrên- cia da justaposição do arco retangular com as superfícies internas das canaletas dos braquetes, ocorre a formação de um complexo sistema. Essa interação torna a mecânica mais efi ciente, permitindo um controle tridimensional efetivo dos dentes2. Assim, a incorporação de torções diferenciadas no arco retangular promove o cor- reto posicionamento dos elementos dentários nas arcadas, uma vez que suas faces vestibulares possuem inclinações vestíbulo-linguais caracte- rísticas para os diferentes grupos dentários. Em Ortodontia, esta torção é comumente conhecida como torque8,10,24. Portanto, esta denominação diz respeito à resultante decorrente da torção do arco em torno do seu longo eixo8,24,26. Com o surgimento de novas modalidades de A importância da incorporação e controle de torque no tratamento ortodôntico 66 • R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 Guilherme Thiesen, Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego, Luciane Macedo de Menezes, Susana Maria Deon Rizzatto R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 • 67 FIGURA 1 - Corretas inclinações e angulações dos dentes, em um caso tratado ortodonticamente. TORQUE CLASSIFICAÇÃO DIVISÃO DESCRIÇÃO Região Anterior Distal do IL do lado esquerdo à distal do IL do lado direito Posterior Mesial de canino à distal do 20 molar de ambos os lados do arco Intensidade Passivo Não exerce nenhuma força de inclinação quando no interior do bracket Resistente Força mínima, incapaz de determinar movimento dentário, porém suficiente para contrabalançar forças colaterais indesejáveis Ativo Força capaz de determinar movimento de inclinação dentária Distribuição Contínuo Mesma intensidade em todos os dentes de um mesmo segmento Progressivo Forças de intensidades progressivas para os dentes de um mesmo segmento Sentido Vestibular Determina inclinação vestibular da coroa dentária Lingual Determina inclinação lingual da coroa dentária Alicate Neutro Extremidades do arco passam no centro do alicate Ativo Extremidades passam acima ou abaixo das hastes do alicate QUADRO 1 - Classificação dos torques. tratamento e dos acessórios pré-programados, a aplicação do torque passou a ser realizada de duas formas distintas: pela torção do fio retan- gular em torno do longo eixo (Técnica Edgewi- se) ou diretamente pela presença na base ou na canaleta dos acessórios (Técnica Straight Wire). Apesar da incorporação das características ideais de torque na estrutura de tais braquetes, em alguns casos existe a necessidade da realização de torques adicionais ou individuais em certos dentes, com o objetivo de finalizar o tratamento ortodôntico com todos os elementos dentários posicionados de maneira adequada, propor- cionando deste modo, estabilidade, estética e função oclusal. Para os profissionais alcançarem os resulta- dos almejados, uma técnica precisa para a apli- cação do torque deve ser desenvolvida, assim como o completo entendimento das forças que o mesmo origina. Quando o profissional não possui estes predicativos, muitos movimentos dentários adversos podem ocorrer, fazendo que o tratamento ortodôntico se torne mais comple- xo ou até mesmo, apresente limitações quanto aos objetivos a serem atingidos20. REVISÃO DE LITERATURA Para se alcançar sucesso nos tratamentos, deve-se estabelecer como meta, a obtenção de certas características que constituem uma oclusão dentária ideal. Estas características constituem as 6 chaves da oclusão normal, A importância da incorporação e controle de torque no tratamento ortodôntico 66 • R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 Guilherme Thiesen, Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego, Luciane Macedo de Menezes, Susana Maria Deon Rizzatto R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 • 67 FIGURA 2 - Aferição do torque na região posterior inferior, (A e B) apresentando-se neutro no alicate (torque real), porém (C e D) vestibular na boca (torque relativo), devido à inclinação vestíbulo-lingual apresentada pelos dentes deste segmento. Torque VestibularD Torque VestibularC A Torque NeutroB FIGURA 3 - Maloclusão de Classe II, divisão 2 com acentuada retroinclinação dos incisivos centrais superiores no início do tratamento (A-C) e finalização do tratamento com correção da inclinação axial dos incisivos superiores, apresentando torque vestibular de coroa dos mesmos (D-F). A B C D E F descritas por Lawrence F. Andrews1 em 1972. Uma destas chaves, mais especificamente a 3a chave da oclusão normal, é alcançada com a utilização de arcos retangulares, por intermédio dos torques ou dobras de terceira ordem confe- ridas nesses arcos ou incorporadas nos acessórios A importância da incorporação e controle de torque no tratamento ortodôntico 68 • R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 Guilherme Thiesen, Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego, Luciane Macedo de Menezes, Susana Maria Deon Rizzatto R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 • 69 ortodônticos. A habilidade do profissional em controlar adequadamenteo torque determinará a dife- rença entre um caso tratado artisticamente (Fig. 1), que apresenta um sorriso belo e agradável, dentes com inclinações axiais características e posições harmônicas, de um caso onde é rea- lizado um simples alinhamento e nivelamento dentário20. Os torques podem ser classificados quanto ao segmento ou região do arco dentário, quanto à intensidade, quanto à distribuição da intensi- dade e também quanto ao sentido de movimen- tação8,9, conforme demonstrado no Quadro 1. Aferição dos torques O torque pode ser mensurado de duas formas distintas: no alicate (torque real) ou no dente (torque relativo)7,20 (Fig. 2). Deve-se observar que nem sempre o torque verificado no alicate corresponde ao torque (inclinação vestíbulo-lingual) que está no dente (Fig. 2B e C). Pode-se incorporar torção no fio, de forma que, avaliada no alicate, seja vestibular, porém, quando este mesmo arco é inserido na canaleta do braquete, a resultante é um torque lingual. Isso acontece, por exemplo, quando a in- clinação vestibular dos elementos dentários excede o torque vestibular dado no alicate, e o inverso ocorre quando os dentes se encon- tram acentuadamente lingualizados. Assim, de acordo com o posicionamento dentário inicial e a meta terapêutica a ser atingida, deve-se au- mentar ou diminuir o torque, a fim de se obter uma adequada inclinação dos dentes ao final do tratamento (Fig. 3). Verificação dos torques no alicate Para uma correta verificação dos torques no alicate, é importante ter como um parâmetro, uma referência, que pode ser o posicionamento do ômega. Para facilitar o entendimento, no arco superior o ômega deve estar voltado para cima, e no inferior, este deve estar voltado para baixo (Fig. 4, 5). Além disso, a nomenclatura adotada será relacionada à coroa dos dentes. O torque no alicate é vestibular quando o fio apresenta uma torção no sentido de produzir um binário com movimento resultante da co- roa, vestibular, e da raiz, lingual. Ao colocar-se o alicate na região anterior do arco superior, as extremidades deste arco passam bem acima da região média do alicate (Fig. 4), sendo o raciocínio inverso válido para o arco inferior (Fig. 5). Quando o torque no alicate é lingual, o fio apresenta uma torção no sentido de promover um binário com movimento resultante da co- roa, lingual, e da raiz, vestibular. Ao se colocar o alicate na região anterior do arco superior, as extremidades se voltam para baixo (Fig. 4), sendo o raciocínio inverso válido para o arco inferior (Fig. 5). O torque é neutro no alicate, quando o seg- mento transversal do fio se apresenta paralelo ao plano horizontal. Colocando-se a região anterior do arco no alicate, o mesmo fica paralelo ao plano horizontal, coincidindo com a porção mediana do alicate (Fig. 6). Verificação dos torques nos dentes O arco com torque passivo, quando no interior dos braquetes, não exerce força de inclinação dentária e mantém o dente na mes- ma posição, pois a sua inserção no acessório ocorre sem nenhuma resistência, ou seja, sem a formação de um binário no interior da cana- leta8,9,21,24. O arco com torque resistente, quando intro- duzido no braquete, exerce uma força mínima incapaz de provocar movimentação dentária; apenas mantém a inclinação do dente, equili- brando as forças colaterais indesejáveis decor- rentes da mecânica ortodôntica (como reforço de ancoragem, auxiliando na manutenção das inclinações dentárias)8,9. O arco com torque ativo exerce uma força capaz de determinar movimento de inclinação dentária, alterando assim o posicionamento dos dentes8,9. Torque na região anterior (incisivos) Ao adaptar o fio retangular na canaleta dos braquetes dos incisivos superiores, deve-se observar as duas extremidades do arco, para mensuração do torque. Caso as mesmas estejam voltadas para o lado gengival, o arco está com torque vestibular de coroa (Fig. 7). Quando a A importância da incorporação e controle de torque no tratamento ortodôntico 68 • R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 Guilherme Thiesen, Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego, Luciane Macedo de Menezes, Susana Maria Deon Rizzatto R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 • 69 FIGURA 8 - Torque passivo na região anterior inferior. A B FIGURA 9 - Torque lingual contínuo na região posterior superior: A – vista lateral; B – vista frontal. A B FIGURA 4 - Aferição dos torques no alicate (arco superior com ômega voltado para cima). Vestibular Neutro Lingual Arco Superior FIGURA 5 - Aferição dos torques no alicate (arco inferior com o ômega voltado para baixo). Vestibular Neutro Lingual Arco Inferior FIGURA 6 - Torque neutro no alicate idealmente preco- nizado para a região anterior do arco inferior. Ômega Arco Inferior FIGURA 7 - Torque vestibular na região anterior su- perior. A importância da incorporação e controle de torque no tratamento ortodôntico 70 • R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 Guilherme Thiesen, Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego, Luciane Macedo de Menezes, Susana Maria Deon Rizzatto R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 • 71 inclinação dos dentes anteriores estiver deficien- te (incisivos verticalizados), deve-se acentuar o torque vestibular de coroa, no alicate20. Ao adaptar-se o arco na região dos braquetes dos incisivos superiores e verificar-se que a extre- midade do mesmo está voltada para o lado oclu- sal, tem-se um torque lingual de coroa. Caso a extremidade do arco coincida exatamente com a altura dos tubos dos molares, significa que o torque anterior está completamente passivo. O torque ideal para a região de incisivos superiores deve ser vestibular, propiciando assim, uma leve inclinação vestibular das coroas, e lingual das raízes. No arco inferior o torque ideal deverá ser passivo, com os incisivos inferiores apre- sentando-se verticalizados em sua base apical24 (Fig. 8). Torque na região posterior (caninos, pré-molares e molares) Numa oclusão normal, os dentes posteriores (caninos, pré-molares e molares) apresentam-se com inclinação para lingual das coroas, tanto no arco superior como inferior. Para os dentes posteriores, têm-se dois tipos de torques: Torque Contínuo: exerce uma força uni- forme em todo o segmento do fio. O torque lingual contínuo é característico da região posterior superior9,20. Torque Progressivo: as forças são de inten- sidade diferentes e aumentam gradativamente, no segmento de caninos a molares. O torque lingual progressivo é característico da região posterior inferior9,20. Para verificação do torque na região de mo- lares, deve-se adaptar uma extremidade do arco e observar o comportamento da extremidade oposta. Quando, ao se colocar o arco no tubo do molar do lado direito, observar-se que a extre- midade esquerda do mesmo, passa coincidente com o tubo do molar, tem-se um torque pas- sivo. Quando esta extremidade estiver voltada gengivalmente, tem-se um torque vestibular, e quando voltada oclusalmente, um torque lin- gual (Fig. 9). Esta verificação deve ser realizada para ambos os lados do arco dentário. INCORPORAÇÃO DOS TORQUES IDEAIS Conforme já mencionado, cada grupo de FIGURA 10 - Incorporação do torque vestibular da região anterior superior. Ì Arco Superior Arco Superior FIGURA 12 - Torque vestibular no alicate, idealmente preconizado para a região anterior superior. Ômega Arco Superior FIGURA 11 - Incorporação do torque vestibular com a utilização de alicate e pressões digitais. Arco Superior ã A importância da incorporação e controle de torque no tratamento ortodôntico 70 • RClín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 Guilherme Thiesen, Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego, Luciane Macedo de Menezes, Susana Maria Deon Rizzatto R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 • 71 dentes apresenta inclinações características no sentido vestíbulo-lingual, que podem ser incor- poradas aos dentes pelos acessórios ortodônticos (Técnica Straight Wire) ou por torções realiza- das nos arcos (Técnica Edgewise). Região Anterior Região Anterior Superior – torque vestibular de coroa O torque vestibular é introduzido da região distal de incisivo lateral de um lado à distal de incisivo lateral do outro, utilizando-se dois alicates 442 (alicate de Tweed). Segura-se o fio retangular com um dos alicates, firmemente na mão esquerda, pressionando-o como uma mor- ça, e com a mão direita faz-se um movimento para cima. Repete-se a mesma seqüência para o lado oposto (Fig. 10). A incorporação deste torque vestibular também pode ser realizada com a utilização de um alicate 442 e pressões digitais (Fig. 11). Aplicando-se leves pressões para cima na região anterior do arco, e com o FIGURA 16 - Torque lingual contínuo, idealmente preconizado para a região posterior superior: A – região de caninos; B – região de pré-molares; C – região de molares. A B C FIGURA 13 - Torque neutro na região anterior inferior. Arco Inferior Arco Inferior FIGURA 14 - Modelo superior de um paciente com oclusão normal, evidenciando o torque lingual contínuo no segmento posterior do arco. FIGURA 15 - Incorporação do torque lingual contínuo da região posterior superior. ã Arco Superior A importância da incorporação e controle de torque no tratamento ortodôntico 72 • R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 Guilherme Thiesen, Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego, Luciane Macedo de Menezes, Susana Maria Deon Rizzatto R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 • 73 alicate deslizando paulatinamente da distal do incisivo lateral, de um lado ao outro, o torque vestibular será incorporado ao segmento ante- rior do arco retangular (Fig. 12). Região Anterior Inferior – torque lingual de coroa O torque da região dos incisivos inferiores deve ser neutro no alicate, a fim de que estes se apresentem com leve inclinação lingual da coroa (Fig. 13). Região Posterior Região Posterior Superior – torque lingual de coroa, contínuo O torque lingual posterior da arcada supe- rior deve ser contínuo, iniciando-se na região dos caninos, como pode-se observar na figura 14. Segura-se o fio retangular com um dos alicates 442, firmemente na mão esquerda, pressionando na região correspondente à distal do incisivo lateral (mesial do canino); e com a mão direita, utiliza-se o outro alicate 442, po- sicionando-o distalmente ao mesmo, justaposto ao primeiro, a fim de se incorporar um torque que seja contínuo desde a região de caninos até a região de molares. Faz-se um movimento para cima com o alicate da mão direita (Fig. 15). Repete-se a mesma seqüência para o lado oposto, incorporando, assim, o torque lingual contínuo posterior (Fig. 16). A incorporação do torque lingual contínuo na região posterior superior também pode ser realizada a partir do espaço distal do canino, e, optando-se por este procedimento, o torque deste dente deve ser neutro no alicate. Região Posterior Inferior – torque lingual de coroa progressivo O torque lingual posterior no arco inferior deve ser progressivo, iniciando-se na região dos caninos e acentuando-se em direção aos molares, conforme pode-se observar na figura 17. Segu- ra-se o fio retangular com um dos alicates 442, firmemente na mão esquerda, na região distal do incisivo lateral (mesial do canino); com a mão direita, utiliza-se o outro alicate 442 que deve ser colocado na extremidade do arco, a fim de, ao se promover a torção no fio, seja incorporado um torque com diferentes intensidades. Faz-se um movimento de torção para dentro com o alicate da mão direita, lembrando sempre de deixar o ômega voltado para baixo (Fig. 18). Repete-se a mesma seqüência para o lado oposto, incorpo- rando o torque lingual progressivo nos dentes posteriores (Fig. 19). Da mesma forma que no arco superior, a incorporação do torque lingual na região posterior inferior pode também ser realizada a partir do espaço distal do canino, e, com este procedimento, o torque deste dente deve ser neutro no alicate. Na técnica Straight-Wire o torque é incorpo- rado à base ou à canaleta do braquete, utilizan- do-se valores médios das inclinações dentárias para cada segmento do arco. Algumas vezes torna-se necessária, mesmo com a utilização desta técnica, a incorporação de torques no arco para permitir uma melhor finalização do tratamento, devido às variações morfológicas individuais dos dentes inerentes a cada paciente. Daí a importância da completa compreensão da incorporação do torque na mecânica orto- dôntica, pois, muitas vezes, o ortodontista deve incorporá-lo no fio retangular, mesmo com a utilização de acessórios pré-programados. CONSIDERAÇÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DO TORQUE DURANTE O TRATAMENTO ORTODÔN- TICO Importância do torque na mecânica de retra- ção O correto posicionamento dos dentes ante- riores é, reconhecidamente, uma característica essencial tanto para a estética, como para a estabilidade e função oclusal. Deste modo, a retração desses dentes, principalmente em ca- sos com extrações, representa uma etapa fun- damental e geralmente crítica do tratamento ortodôntico5. A mecânica de fechamento de espaços apre- senta variação muito grande no que diz respeito à maneira como é executada, podendo ser apre- sentada de dois tipos: mecânica de retração com e sem fricção21,23. Na mecânica com fricção, um elástico ou mola funciona como componente de força da retração, existindo assim, a interação arco-bra- quete, sendo esta responsável pela produção do momento. Apresenta como vantagens a não uti- A importância da incorporação e controle de torque no tratamento ortodôntico 72 • R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 Guilherme Thiesen, Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego, Luciane Macedo de Menezes, Susana Maria Deon Rizzatto R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 • 73 lização de alças e maior conforto ao paciente. Porém, apresenta algumas desvantagens, visto que qualquer sistema que envolva fricção retarda o movimento do dente ao longo do arco, além de haver dificuldade na determinação do sistema de força empregado, uma vez que a quantidade de atrito é desconhecida clinicamente e, deste modo, imprevisível. A fricção varia de acor- do com a composição e o formato do fio e a composição do braquete23. Teoricamente, estas desvantagens presentes na mecânica de deslize podem ser superadas na mecânica sem fricção, onde os dentes são movimentados sem o des- locamento dos braquetes pelo arco. A retração FIGURA 17 - Modelo inferior de um paciente com oclusão normal, evidenciando o torque progressivo lingual no segmento posterior do arco. FIGURA 19 - Torque lingual progressivo, idealmente preconizado para a região posterior inferior: A – região de caninos; B – região de pré-molares; C – região de molares. A B C FIGURA 18 - Incorporação do torque progressivo lingual no segmento posterior do arco inferior. Ê A importância da incorporação e controle de torque no tratamento ortodôntico 74 • R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 Guilherme Thiesen, Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego, Luciane Macedo de Menezes, Susana Maria Deon Rizzatto R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v.2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 • 75 é realizada através do uso de alças incorporadas aos arcos, como fonte de força, que promovem um movimento dentário mais controlado que na mecânica com fricção. Assim, eliminam-se os problemas de atrito e interrupção do mo- vimento17,19. Porém, esta mecânica também apresenta algumas desvantagens, como a ne- cessidade de um ótimo controle da mesma, além de ocasionalmente provocar desconforto ao paciente21,23. Ao retrair a bateria anterior, a tendência de movimento dos incisivos é de inclinar a coroa lingualmente e a raiz, para o lado vestibular, uma vez que a força aplicada no braquete se encontra distante do centro de resistência dos dentes, ocorrendo assim, a formação de um momento22. É também importante determi- nar a localização do centro de resistência deste grupo de dentes, a fim de se compreender me- lhor a natureza e o tipo de movimentação que irá ocorrer quando se aplica certa quantidade de força. Quanto maior o número de dentes incorporados ao bloco anterior, durante a re- tração, mais apicalmente se localizará o centro de resistência deste segmento, tornando-se mais difícil o controle do movimento25. Isto ocor- re, por exemplo, quando se realiza a retração simultânea de incisivos e caninos em apenas uma fase (retração em massa), ao invés de se realizar o fechamento de espaço em dois tempos (retração dos caninos e incisivos, isoladamente). Em relação à mecânica com retração prévia dos caninos, deve-se verificar que as suas raízes es- tejam bem posicionadas no osso basal (entre as corticais ósseas vestibular e lingual), apalpando o volume de sua eminência alveolar. Caso este volume seja grande por vestibular, significa que a raiz está contra a tábua óssea cortical, sendo necessária a aplicação de torque vestibular de coroa, para assim, ocorrer o posicionamento da raiz no osso esponjoso. O movimento distal do canino só deve ser realizado após o torque tornar-se passivo21. Ao se construir o arco de retração, deve-se ter em mente estes aspectos biomecânicos e, além disso, avaliar a posição dos incisivos no início da retração, para se incorpo- rar a quantidade adequada de torque e, assim, contrapor de maneira satisfatória o momento criado. Portanto, a finalidade do torque ante- rior durante a retração é favorecer o movimento lingual da raiz7. O posicionamento dos incisivos é avaliado de forma confiável por meio de telerradiogra- fias em norma lateral. Caso os dentes anteriores estejam bem posicionados, devem ser manti- dos com esta inclinação, ou seja, retraídos com movimento de translação20. Para que este mo- vimento ocorra, é incorporado um torque ves- tibular resistente, anulando o momento gerado pela força de retração e mantendo a posição dos dentes durante a movimentação. Clinicamente, o torque resistente dos incisivos superiores é medido colocando-se o arco posicionado na região anterior e verificando as extremidades posteriores, que devem estar posicionadas cervicalmente, na altura da margem gengival8. Na prática, o controle do movimento dentário deve ser realizado periodicamente. Assim, pode tornar-se necessária a incorporação de torque vestibular ou lingual ativo durante a mecânica de retração, a fim de se obter uma correta in- clinação vestíbulo-lingual dos incisivos ao final do fechamento dos espaços (Fig. 20). Caso os incisivos estejam muito inclina- dos para o lado vestibular, é interessante que, durante a retração, eles se inclinem um pouco lingualmente, e para isso, deve-se aplicar um torque anterior passivo. Quando os incisivos já estiverem inclinados lingualmente, deve-se vestibularizá-los incorporando torque vesti- bular ativo, que é mais intenso que o torque resistente17. Outro fator que interfere na quantidade de torque é o tamanho do espaço da retração. Quando o espaço for grande, a tendência do incisivo se inclinar para o lado lingual é maior; portanto, durante a retração, caso se perceba perda de inclinação dos incisivos, deve-se au- mentar o torque vestibular anterior. Resumindo, existem três fatores que deter- minam a quantidade de torque na região ante- rior durante a retração: número de dentes in- cluídos no bloco anterior (retração em massa ou retração dos caninos e incisivos, isoladamente), inclinação vestíbulo-lingual dos incisivos (deter- minada pela telerradiografia), tamanho do espa- ço a ser fechado (espaço residual da extração). Salienta-se a importância de controle periódico A importância da incorporação e controle de torque no tratamento ortodôntico 74 • R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 Guilherme Thiesen, Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego, Luciane Macedo de Menezes, Susana Maria Deon Rizzatto R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 • 75 da inclinação dos incisivos e da quantidade de espaço remanescente durante toda a fase de re- tração, a fim de se evitar o fechamento completo dos espaços sem a correção do posicionamento vestíbulo-lingual dos incisivos. Importância da individualização dos torques nos tratamentos compensatórios Um grande número de maloclusões apre- senta algum grau de comprometimento esque- lético, que pode ser submetido ao tratamento ortodôntico/ortopédico, com grande sucesso durante os períodos de maior crescimento craniofacial, por meio do controle e/ou redi- recionamento do mesmo11,12,13. Uma vez que o crescimento tenha cessado, apenas dois tipos de abordagem podem ser utilizadas: movimentos dentários para compensar as discrepâncias es- FIGURA 20 - Aspecto radiográfico de um caso tratado com a extração de quatro pré-molares, evidenciando o correto controle de torque durante a mecânica de retração dos dentes anteriores. Telerradiografia inicial (A, B) e telerradio- grafia final (C, D). A B C D A importância da incorporação e controle de torque no tratamento ortodôntico 76 • R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 Guilherme Thiesen, Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego, Luciane Macedo de Menezes, Susana Maria Deon Rizzatto R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 • 77 queléticas, levando a uma situação aceitável de estética facial e oclusão dentária, e tratamento ortodôntico – cirúrgico14. Apesar da cirurgia ortognática ser o procedimento de eleição, em muitos casos de desarmonias esqueletais, um tratamento opcional com abordagem pura- mente ortodôntica pode ser proposto, como por exemplo, na existência de uma condição limítrofe ou ainda, na inviabilidade de uma terapia cirúrgica por parte do paciente. Deste modo, alguns casos de pacientes adultos que apresentam má relação entre as bases ósseas, são tratados de forma compensatória, prin- cipalmente quando tais discrepâncias não apresentam grande severidade e o tratamento ortodôntico for capaz de contribuir para a ob- tenção de uma estética aceitável. O conceito de compensação envolve o ajus- te de posicionamento dos elementos dentários, ou seja, quando os dentes tendem a apresentar um movimento contrário ao desajuste criado por uma desarmonia esquelética maxilo-man- dibular3. Assim, o tratamento compensatório de maloclusões com envolvimento das bases FIGURA 21 - Aspecto radiográfico da maloclusão de classe II esquelética tratada com movimento compensatório dos incisivos superiores e inferiores. Telerradiografia inicial (A, B) e telerradiografia final (C, D). A B C D A importância da incorporação e controle de torque no tratamento ortodôntico 76 • R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 Guilherme Thiesen, Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego, Luciane Macedo de Menezes, Susana Maria Deon Rizzatto R Clín Ortodon Dental Press, Maringá,v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 • 77 ósseas, consiste na inclinação dos dentes em direção antagônica à discrepância esquelética. Por exemplo, na maloclusão de Classe II, 1a divisão, a camuflagem é promovida à custa da incorporação de torques no arco retangular, com a inclinação lingual dos incisivos superiores e vestibular dos inferiores, a fim de tentar corrigir a desarmonia sagital existente. Este movimen- to de inclinação reduz a discrepância criada no sentido ântero-posterior, ou a sobressaliência, e aumenta o perímetro do arco inferior, criando espaços para acomodar todos os dentes sem apinhamento significativo e ainda, gerando condições que permitem a migração mesial dos molares, chegando a estabelecer uma relação de Classe I com os molares superiores4. Esta com- FIGURA 22 - Aspecto radiográfico de maloclusão de Classe III esquelética, tratada com compensações dentárias. Telerradiografia inicial (A, B) e telerradiografia final (C, D), com protrusão dos incisivos superiores e retrusão dos incisivos inferiores. A B C D A importância da incorporação e controle de torque no tratamento ortodôntico 78 • R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 Guilherme Thiesen, Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego, Luciane Macedo de Menezes, Susana Maria Deon Rizzatto R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 • 79 pensação é capaz de acertar, relativamente, as relações dentárias dentro das condições criadas pela desarmonia esquelética (Fig. 21). Do mes- mo modo, devem ser realizadas as compensações dentárias nos casos de maloclusão de Classe III, porém, com linha de raciocínio inverso, ou seja, vestibularização dos incisivos superiores e lingualização dos incisivos inferiores, respeitan- do-se sempre os requisitos de estética, função e estabilidade14,15 (Fig. 22). A extensão da movimentação dentária com- pensatória depende de uma série de fatores: análise facial, integridade periodontal, adequada altura e espessura do osso alveolar, comprimento e forma radicular e estabilidade dos resultados obtidos. Devido às inúmeras peculiaridades de cada caso, torna-se difícil a definição de regras ou fórmulas, porém é prudente se evitar a movimentação anterior excessiva dos incisivos superiores e inferiores, por questões básicas de estabilidade e suporte ósseo. Em casos extre- mos pode-se pensar em um limite máximo de 2 a 3 mm de movimentação vestibular desses dentes6,16,28. No sentido lingual, a quantidade de movimentação dos incisivos superiores e inferiores estão em limites de 5 a 7 mm16. O tratamento ortodôntico com movimen- tações dentárias compensatórias, objetivando camuflar discrepâncias esqueléticas, é efetivo apenas em pacientes que apresentem razoável estética facial no início do tratamento, uma vez que a abordagem cirúrgica estaria melhor indicada para os casos de desarmonias faciais marcantes18. A análise da queixa principal do paciente e de quanto o tratamento ortodônti- co contribuirá para a melhora da estética facial também são fatores importantes na escolha por esse tipo de terapia. CONCLUSÃO O torque incorporado no arco retangular ou em acessórios pré-programados é, provavelmen- te, uma das mais importantes etapas da mecâ- nica ortodôntica. Por outro lado, como se trata de um assunto pouco discutido, não é comple- tamente compreendido por muitos. Com um adequado entendimento da biomecânica e uma abordagem técnica e sistemática, a construção dos torques no arco retangular, durante as fases distintas do tratamento, passa a ser mais facili- tada. Assim, a utilização do fio retangular, bem como o torque incorporado a este, é primordial para uma adequada finalização dos tratamentos ortodônticos, uma vez que as inclinações vestí- bulo-linguais dos dentes anteriores e posteriores devem ser individualizadas para cada paciente, sendo fundamentais para a obtenção de uma correta intercuspidação das arcadas superior e inferior, obedecendo assim certos critérios e princípios estético-funcionais. Importance of torque incorporation and control in the orthodontic treatment Abstract Torque is a twist in the wire around it´s long axis. It is possible, with this procedure, to con- trol the root´s labio-lingual position by the use of retangular cross section wires. A rectangular wire finds in the braquete slot a relationship of surface, not tangent points like in a round wire. In this way, the use of rectangular wires, with torque incorporated, is esssencial to the orthodontic finishing, once correct labio-lin- gual inclination of anterior and posterior teeth is important for the achievement of correct in- tercuspidation. That enphasizes the importance of completely understanding the confection of torque in orthodontic mechanics, once many times the orthodontist must incorporate it in the rectangular wire even with the use of pre- adjusted accessories. The importance of adequate torque control is ratified during some stages of the orthodontic treatment, like space closure, as well as cases treated with compensation mechanics aming to compensate skeletic discrepancies between skeletal bases. Key words: Torque. Dental axial inclination. Re- traction mechanics. Compensatory treatments. A importância da incorporação e controle de torque no tratamento ortodôntico 78 • R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 Guilherme Thiesen, Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego, Luciane Macedo de Menezes, Susana Maria Deon Rizzatto R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 4, p. 65-79 - ago./set. 2003 • 79 Endereço para correspondência: Guilherme Thiesen Rua Irmão Geraldo n0 24, apto 302, Bairro Partenon CEP: 91520- 090 - Porto Alegre – RS E-mail: guithiesen@hotmail.com REFERÊNCIAS 1. ANDREWS, L. F. The six keys to normal occlusion. Am J Orthod, St. Louis, v. 62, no. 3, p. 296-309, Sept. 1972. 2. ANGLE, E. H. The latest and the best in orthodontic mechanism. Dental Cosmos, Philadelphia, v. 71, no. 3, p. 260-270, Mar. 1929. 3. BACA, A. Mecanismos incisales de compensación de las disarmonias esqueléticas sagitales: resultados de un estudio sobre 500 pacientes maloclusivos. R Esp Ortodon, Ma- drid, v. 22, n.1, p. 36-52, jan. 1992. 4. 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