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AULA 5 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL DANO MORAL E OUTROS DANOS Responsabilidade Civil RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS OBJETIVOS IDENTIFICAR quem é parte legítima para pleitear o dano moral. SABER que a pessoa jurídica possui direito à indenização por dano moral. ANALISAR a liberdade de informação e a inviolabilidade da vida privada como direitos fundamentais. OBSERVAR que a pessoa falecida tem o direito à imagem. COMPREENDER o dano à imagem e o dano estético. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS 1. Dano moral da pessoa jurídica 2. Legitimação para pleitear o dano moral 3. Transmissibilidade do dano moral 4. Dano à imagem da pessoa falecida 5. Liberdade de informação versus inviolabilidade da vida privada 6. Dano estético 7. Liquidação do dano CONTEÚDO RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS DANO MORAL DA PESSOA JURÍDICA Conceito: É a lesão de um bem jurídico ligado a honra objetiva. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS 2.1 – Código Português 2.2 – Código Civil (dano material) Art.496 n.2 Art.20 PU Por morte da vítima, o direito à indemnização por danos não patrimoniais cabe, em conjunto, ao cônjuge não separado judicialmente de pessoas e bens e aos filhos ou outros descendentes; na falta destes, aos pais ou outros ascendentes; e, por último aos irmãos ou sobrinhos que os representem. Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. 2. Legitimação para pleitear o dano moral. Possui legitimidade todo aquele que possuir íntimo contato. Direito Comparado: http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10828 RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS TRF-2 - APELAÇÃO CIVEL AC 228264 RJ 2000.02.01.012999-2 (TRF-2) Data de publicação: 13/01/2009 Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MILITAR IMPEDIDO DE EXERCER SUA PROFISSÃO DE AVIADOR. PORTARIAS S-50-GM5 e S-285-GM5. INDENIZAÇÃO. CABIMENTO. DANO MORAL. LEGITIMIDADE DOS HERDEIROS PARA PLEITEAR. I Rejeita-se a preliminar de ilegitimidade ativa apresentada pela União Federal, porquanto os filhos do militar falecido, herdeiros dele que são, têm evidente legitimidade para pleitear em juízo a reparação pecuniária que seria devida ao prejudicado, se vivo fosse, certo que as questões alusivas à partilha dos bens do espólio do finado são irrelevantes na seara federal. II Igualmente não assiste razão à União no tocante à alegada inviabilidade de se aquinhoar os autores com verba compensatória de dano moral infligido ao militar falecido. De fato, da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça extrai-se que a ação por danos morais transmite-se aos herdeiros do autor por se tratar de direito patrimonial. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS TRANSMISSIBILIDADE DO DANO MORAL 1 – Posições: Intransmissibilidade É a corrente que indica pela impossibilidade da transmissão do dano moral. ( Léon Mazeaud) Transmissibilidade Condicionada É a que admite a possibilidade da transmissão com o fator condicionante da demanda ter sido ajuizada. (resp.11.735 – Min. Eduardo Ribeiro) Transmissibilidade Incondicionada Trata-se da transmissibilidade da indenização resultante do dano e não da transmissão do dano em si. Obs. A lesão deve ter ocorrido em vida. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS • Dano Moral Punitivo • Teoria do mais desestímulo • Dano Estético • Dano Material Reflexo (ricochete) • Dano a imagem • Dano a imagem de pessoa falecida • Uso imagem de pessoa falecida • Dano jornalístico OUTRAS ESPÉCIES DE DANO RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS STJ Súmula nº 221 Responsabilidade Civil - Publicação pela Imprensa - Ressarcimento de Dano São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente de publicação pela imprensa, tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de divulgação. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS * Rompimento ás vésperas do casamento sem justo motivo. * ação de interdição de pessoa que tem plena capacidade civil * lesões físicas por agressão de um dos cônjuges, expondo o outro a situação vexatória. * Injúria proferida por um dos cônjuges ao outro, acarretando prejuízos à sua imagem social ou profissional. * Internet Entrevista: http://www.cartaforense.com.br/conteudo/entrevistas/dano-moral-no-direito-de- familia/9087 DANO MORAL FAMILIAR RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS A matéria liquidação de danos encontra-se prevista nos arts.945-954. Nesse momento iremos tratar da liquidação dos casos em que a vítima venha chegar ao óbito. 1 – Tratamento 2 – Funeral 3 – Luto da Família (danos emergentes) 4 – Pensionamento a quem a vítima devia alimentos (L.Cessante) LIQUIDAÇÃO DO DANO RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS 1 - Pensão ao pai pela morte do filho Filho em idade de trabalho a remuneração se dará até os 65 anos. Vale frisar que após os 25 anos a indenização deve ser reduzida em 50% em razão da presunção de formação de família. 2 – Pensão a filho menor por morte do pai. A indenização finda aos 25 anos.(período de conclusão da formação escolar) RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS 3 – Indenização previdenciária e comum. As indenizações de cunho previdenciário e comum não se comunicam, haja vista, tratar-se de uma nova lesão ao patrimônio da vítima. 4 – Seguro obrigatório (DPVAT) e indenização comum. Neste caso existirá a compensação. O objetivo é obstar o bis in idem. 5 – 13 Salário O décimo terceiro salário deve integrar a pensão, desde que fique comprovado o vínculo empregatício. 6 – Prova do dano RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS O Art.475 – Q do CPC propicia uma garantia para o cumprimento da prestação. Senão vejamos: Art. 475-Q. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, o juiz, quanto a esta parte, poderá ordenar ao devedor constituição de capital, cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) § 1o Este capital, representado por imóveis, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do devedor. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL PARA GARANTIR A PENSÃO RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS § 2o O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do beneficiário da prestação em folha de pagamento de entidade de direito público ou de empresa de direito privado de notória capacidade econômica, ou, a requerimento do devedor, por fiança bancária ou garantia real, em valor aser arbitrado de imediato pelo juiz. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) § 3o Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS § 4o Os alimentos podem ser fixados tomando por base o salário-mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) § 5o Cessada a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS Joana e João da Silva moveram ação de indenização por dano moral contra o Estado do Rio de Janeiro porque dois servidores estaduais, José da Silva e Aroldo dos Santos, assinaram, divulgaram e promoveram distribuição de aviso de suspeita de caso de AIDS no Município do Rio das Pedras, indicando o nome do filho dos autores, Antonio da Silva, como sendo portador de tal doença. Sustentam que o mencionado aviso, além de violar o direito à intimidade e à vida privada de Antonio, debilitou ainda mais o seu estado de saúde, apressando a sua morte, ocorrida poucos meses depois da divulgação. Em contestação o Estado alega não terem os autores, pais de Antonio, legitimidade para pleitearem a indenização porque o dano moral, por se tratar de direito personalíssimo, é intransmissível, desaparece com o próprio indivíduo, impossibilitado a transmissibilidade sucessória e o exercício da ação indenizatória por via subrogatória. Diante do caso concreto, aborde a possibilidade de os pais de Antonio obterem a reparação civil pelos danos causados ao seu filho. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS Com relação ao dano estético é CORRETO afirmar: I- Existe jurisprudência que coloca o dano estético como um terceiro tipo de dano ao lado do dano material e moral. II- Há quem defenda que o dano estético não é um tipo autônomo de dano. III- Não há qualquer controvérsia sobre o tema. A) Somente a I e II estão corretas. B) Somente a I e III estão corretas. C) Somente a II e III estão corretas. D) Nenhuma está correta RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS Informativo nº 0516 Período: 17 de abril de 2013. Terceira Turma DIREITO CIVIL. DANOS MORAIS PELO USO NÃO AUTORIZADO DA IMAGEM EM EVENTO SEM FINALIDADE LUCRATIVA. O uso não autorizado da imagem de atleta em cartaz de propaganda de evento esportivo, ainda que sem finalidade lucrativa ou comercial, enseja reparação por danos morais, independentemente da comprovação de prejuízo. A obrigação da reparação pelo uso não autorizado de imagem decorre da própria utilização indevida do direito personalíssimo. Assim, a análise da existência de finalidade comercial ou econômica no uso é irrelevante. O dano, por sua vez, conforme a jurisprudência do STJ, apresenta-se in re ipsa, sendo desnecessária, portanto, a demonstração de prejuízo para a sua aferição. REsp 299.832-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/2/2013. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS Informativo nº 0508 Período: 5 a 14 de novembro de 2012. Segunda Turma DIREITO ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. PESSOA JURÍDICA. HONRA OBJETIVA. VIOLAÇÃO. Pessoa jurídica pode sofrer dano moral, mas apenas na hipótese em que haja ferimento à sua honra objetiva, isto é, ao conceito de que goza no meio social. Embora a Súm. n. 227/STJ preceitue que “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral”, a aplicação desse enunciado é restrita às hipóteses em que há ferimento à honra objetiva da entidade, ou seja, às situações nas quais a pessoa jurídica tenha o seu conceito social abalado pelo ato ilícito, entendendo-se como honra também os valores morais, concernentes à reputação, ao crédito que lhe é atribuído, qualidades essas inteiramente aplicáveis às pessoas jurídicas, além de se tratar de bens que integram o seu patrimônio. Talvez por isso, o art. 52 do CC, segundo o qual se aplica “às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção aos direitos da personalidade", tenha-se valido da expressão "no que couber", para deixar claro que somente se protege a honra objetiva da pessoa jurídica, destituída que é de honra subjetiva. O dano moral para a pessoa jurídica não é, portanto, o mesmo que se pode imputar à pessoa natural, tendo em vista que somente a pessoa natural, obviamente, tem atributos biopsíquicos. O dano moral da pessoa jurídica, assim sendo, está associado a um "desconforto extraordinário" que afeta o nome e a tradição de mercado, com repercussão econômica, à honra objetiva da pessoa jurídica, vale dizer, à sua imagem, conceito e boa fama, não se referindo aos mesmos atributos das pessoas naturais. Precedente citado: REsp 45.889-SP, DJ 15/8/1994. REsp 1.298.689-RS, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 23/10/2012. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS Informativo nº 0508 Período: 5 a 14 de novembro de 2012. Terceira Turma DIREITO CIVIL. DANOS MORAIS. MATÉRIA JORNALÍSTICA SOBRE PESSOA NOTÓRIA. Não constitui ato ilícito apto à produção de danos morais a matéria jornalística sobre pessoa notória a qual, além de encontrar apoio em matérias anteriormente publicadas por outros meios de comunicação, tenha cunho meramente investigativo, revestindo-se, ainda, de interesse público, sem nenhum sensacionalismo ou intromissão na privacidade do autor. O embate em exame revela, em verdade, colisão entre dois direitos fundamentais, consagrados tanto na CF quanto na legislação infraconstitucional: o direito de livre manifestação do pensamento de um lado e, de outro lado, a proteção dos direitos da personalidade, como a imagem e a honra. Não se desconhece que, em se tratando de matéria veiculada em meio de comunicação, a responsabilidade civil por danos morais exsurge quando a matéria for divulgada com a intenção de injuriar, difamar ou caluniar terceiro. Além disso, é inconteste também que as notícias cujo objeto sejam pessoas notórias não podem refletir críticas indiscriminadas e levianas, pois existe uma esfera íntima do indivíduo, como pessoa humana, que não pode ser ultrapassada. De fato, as pessoas públicas e notórias não deixam, só por isso, de ter o resguardo de direitos da personalidade. Apesar disso, em casos tais, a apuração da responsabilidade civil depende da aferição de culpa sob pena de ofensa à liberdade de imprensa. Tendo o jornalista atuado nos limites da liberdade de expressão e no seu exercício regular do direito de informar, não há como falar na ocorrência de ato ilícito, não se podendo, portanto, responsabilizá-lo por supostos danos morais. Precedentes citados: REsp 1.082.878-RJ, DJe 18/11/2008; e REsp 706.769-RN, DJe 27/4/2009. REsp 1.330.028-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 6/11/2012. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS Informativo nº 0502 Período: 13 a 24 de agosto de 2012. Quarta Turma DANO MORAL. REPREENSÃO EM ESCOLA. LEGITIMIDADE. VALOR DA INDENIZAÇÃO. Trata-se de ação de indenização proposta pelos pais da vítima – uma adolescente já falecida ao tempo da propositura da presente demanda – em conjunto com o seu ex-namorado à época dos fatos, contra diretora escolar que supostamente teria repreendido, de forma excessiva, o casal de namorados que trocavam carícias no pátio do colégio – mesmo após advertência anterior pelo mesmo motivo. Consta ainda que, em razão dos fatos narrados, foi determinado o desligamento do casal de estudantes do estabelecimento de ensino. Acolhida a pretensão nas instâncias ordinárias, a diretora do estabelecimento comercialfoi condenada ao pagamento de danos morais sofridos pelo casal. Nas preliminares, a Turma entendeu que, de acordo com a jurisprudência do STJ, os pais podem ajuizar ação de indenização de danos morais sofridos pela filha falecida, em razão da proteção dada à imagem de quem falece. Quanto à legitimidade passiva, o Min. Relator asseverou que, nos casos em que uma pessoa física age em nome de uma pessoa jurídica, ocorrendo evento danoso, cabe ao interessado escolher entre ajuizar a ação reparatória contra a pessoa jurídica em conjunto com a pessoa física que atuou como órgão social, ou, ainda, separadamente, preferindo acionar uma ou outra. Assim, se a diretoria da escola era exercida de forma unipessoal por uma das sócias administradoras da sociedade educacional, ela é parte legítima para responder por danos eventualmente causados no exercício de suas funções. No mérito, não obstante a diretora tenha agido com rigidez para com os alunos, aparentou cuidado que não extrapolou o limite do razoável, sobretudo porque não utilizou expressões incompatíveis com o contexto educacional. Assim, no caso, os danos morais foram fixados em valor exacerbado e restou configurada a exceção que autoriza a alteração pelo STJ do valor da condenação por danos morais. Precedentes citados: AgRg no EREsp 978.651-SP, DJe 10/2/2011, e REsp 268.660-RJ, DJ 19/2/2001. REsp 705.870-MA, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 21/8/2012. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS Informativo nº 0459 Período: 6 a 10 de dezembro de 2010. Terceira Turma DANOS MORAIS REFLEXOS. LEGITIMIDADE. Trata-se de REsp em que a controvérsia é definir se os pais da vítima sobrevivente de acidente de trânsito têm legitimidade para pleitear compensação por danos morais, considerando-se que, na espécie, a própria acidentada teve reconhecido o direito a receber a referida compensação por tais danos. A Turma assentou que, não obstante a compensação por dano moral ser devida, em regra, apenas ao próprio ofendido, tanto a doutrina quanto a jurisprudência têm firmado sólida base na defesa da possibilidade de os parentes do ofendido a ele ligados afetivamente postularem, conjuntamente com a vítima, compensação pelo prejuízo experimentado, conquanto sejam atingidos de forma indireta pelo ato lesivo. Observou-se que se trata, na hipótese, de danos morais reflexos, ou seja, embora o ato tenha sido praticado diretamente contra determinada pessoa, seus efeitos acabam por atingir, indiretamente, a integridade moral de terceiros. É o chamado dano moral por ricochete ou préjudice d´affection, cuja reparação constitui direito personalíssimo e autônomo dos referidos autores, ora recorridos. Assim, são perfeitamente plausíveis situações nas quais o dano moral sofrido pela vítima principal do ato lesivo atinja, por via reflexa, terceiros, como seus familiares diretos, por lhes provocar sentimentos de dor, impotência e instabilidade emocional. Foi o que se verificou na espécie, em que postularam compensação por danos morais, em conjunto com a vítima direta, seus pais, perseguindo ressarcimento por seu próprio sofrimento decorrente da repercussão do ato lesivo na sua esfera pessoal, visto que experimentaram, indubitavelmente, os efeitos lesivos de forma indireta ou reflexa, como reconheceu o tribunal de origem, ao afirmar que, embora conste da exordial que o acidente não atingiu diretamente os pais da vítima, eles possuem legitimidade para pleitear indenização, uma vez que experimentaram a sensação de angústia e aflição gerada pelo dano à saúde familiar. Diante disso, negou-se provimento ao recurso. Precedentes citados: REsp 160.125-DF, DJ 24/5/1999; REsp 530.602-MA, DJ 17/11/2003; REsp 876.448-RJ, DJe 21/9/2010; REsp 1.041.715-ES, DJe 13/6/2008, e REsp 331.333-MG, DJ 13/3/2006. REsp 1.208.949-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 7/12/2010. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS Informativo nº 0454 Período: 1º a 5 de novembro de 2010. Quarta Turma RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE. TRÂNSITO. Trata-se de ação de indenização proposta na origem por vítima de acidente de trânsito em que preposto de empresa de transporte efetuou manobra de ultrapassagem em caminhão sem as devidas cautelas. Buscou o autor indenização pelo dano estético nos termos do art. 1.538, § 1º, do CC/1916 e lucros cessantes, visto que passou dois anos sem poder desenvolver atividade como produtor de shows e eventos. O acórdão recorrido deu provimento ao apelo do autor para dar os lucros cessantes, a serem apurados em dobro por ocasião da liquidação; proveu parcialmente o apelo da ré para reduzir o quantum indenizatório por danos estéticos para R$ 45 mil e, ainda, para postergar o cálculo do limite da apólice de seguro para o momento da satisfação do crédito. Por fim, desproveu o recurso interposto pela seguradora litisdenunciada. No REsp, a empresa de transporte recorrente defende a tese de que a dobra mencionada no § 1º do art. 1.538 do CC/1916 diz respeito apenas à multa criminal ali prevista, e não ao total do valor indenizatório. Para o Min. Relator, com base na doutrina, o citado preceito legal buscou conceder, com a duplicação, a compensação tanto pelo dano material quanto pelo moral, neste último compreendido o dano estético. Entretanto, explica que, com o advento da CF/1988, passou a ser indenizável, também, o dano moral, e a jurisprudência deste Superior Tribunal tem afastado a dobra prevista no mencionado dispositivo, admitindo-a apenas relativamente à multa ali prevista. Dessa forma, assevera que essa dobra ficou inoperante, pois passou- se a indenizar a vítima pelo dano moral, antes não contemplado, e a jurisprudência passou a admitir as indenizações por dano material e dano moral pagas em uma só vez. Observa que o CC/2002 recepcionou essa jurisprudência quanto à indenização do dano moral. Ao final, anota, ainda, que a dobra das verbas visa à compensação pelo aleijão, que é o ressarcimento que já ocorre pelo denominado dano estético; assim, caso deferidos o dano estético e mais a dobra, ocorreria um bis in idem. Diante do exposto, a Turma conheceu parcialmente do recurso e, nessa parte, deu-lhe provimento para afastar a dobra relativa aos lucros cessantes, mantido, quanto ao mais, o acórdão recorrido. Precedentes citados: REsp 623.737-DF, DJ 14/3/2005; AgRg na MC 14.475-SP, DJe 26/9/2008; REsp 248.869-PR, DJ 12/2/2001, e REsp 135.777-GO, DJ 16/02/1998. REsp 866.290-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/11/2010. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS Informativo nº 0443 Período: 16 a 20 de agosto de 2010. Terceira Turma (isenção de responsabilidade) CIRURGIA ESTÉTICA. INDENIZAÇÃO. QUELOIDES. Trata-se, na origem, de ação de indenização por danos morais e estéticos, ajuizada pela ora recorrente contra o recorrido, na qual alega que foi submetida a uma cirurgia estética (mamoplastia de aumento e lipoaspiração), que resultou em grandes lesões proliferativas – formadas por tecidos de cicatrização – nos locais em que ocorreram os cortes da operação. Ora, o fato de a obrigação ser de resultado, como o caso de cirurgia plástica de cunho exclusivamente embelezador, não torna objetiva a responsabilidade do médico, ao contrário do que alega a recorrente. Permanece subjetiva a responsabilidade do profissional de Medicina, mas se transfere para o médico o ônus de demonstrar que os eventos danosos decorreram de fatores alheios à sua atuação durante a cirurgia. Assim, conforme o acórdão recorrido, o laudo pericial é suficientemente seguro para afirmar a ausência de qualquer negligência do cirurgião. Ele não poderia prever ou evitar as intercorrências registradas no processo de cicatrização da recorrente. Assim, não é possível pretender imputar ao recorrido a responsabilidade pelo surgimento de um evento absolutamente casual, para o qual não contribuiu.A formação do chamado queloide decorreu de característica pessoal da recorrente, e não da má atuação do recorrido. Ademais, ao obter da recorrente, por escrito, o termo de consentimento, no qual explica todo o procedimento, informando-lhe sobre os possíveis riscos e complicações pós-cirúrgicos, o recorrido agiu com honestidade, cautela e segurança. Logo, a Turma negou provimento ao recurso. REsp 1.180.815-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 19/8/2010. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS Informativo nº 0515 Período: 3 de abril de 2013. Quarta Turma DIREITO PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE DA MÃE PARA O AJUIZAMENTO DE AÇÃO OBJETIVANDO O RECEBIMENTO DE COMPENSAÇÃO POR DANO MORAL DECORRENTE DA MORTE DE FILHO CASADO E QUE TENHA DEIXADO DESCENDENTES. A mãe tem legitimidade para ajuizar ação objetivando o recebimento de indenização pelo dano moral decorrente da morte de filho casado e que tenha deixado descendentes, ainda que a viúva e os filhos do falecido já tenham recebido, extrajudicialmente, determinado valor a título de compensação por dano moral oriundo do mesmo fato. Nessa situação, é certo que existem parentes mais próximos que a mãe na ordem de vocação hereditária, os quais, inclusive, receberam indenização e deram quitação, o que poderia, à primeira vista, levar à interpretação de estar afastada sua legitimidade para o pleito indenizatório. Ocorre que, não obstante a formação de um novo grupo familiar com o casamento e a concepção de filhos, é de se considerar que o laço afetivo que une mãe e filho jamais se extingue, de modo que o que se observa é a coexistência de dois núcleos familiares cujo elemento interseccional é o filho. Correto, portanto, afirmar que os ascendentes e sua prole integram um núcleo familiar inextinguível para fins de demanda indenizatória por morte. Assim, tem-se um núcleo familiar em sentido estrito, constituído pela família imediata formada com a contração do matrimônio, e um núcleo familiar em sentido amplo, de que fazem parte os ascendentes e seu filho, o qual desponta como elemento comum e agregador dessas células familiares. Destarte, em regra, os ascendentes têm legitimidade para a demanda indenizatória por morte da sua prole, ainda quando esta já tenha constituído o seu grupo familiar imediato, o que deve ser balizado apenas pelo valor global da indenização devida, ou seja, pela limitação quantitativa do montante indenizatório. REsp 1.095.762-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 21/2/2013. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS Informativo nº 0521 Período: 26 de junho de 2013. Segunda Seção DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPETÊNCIA PRA JULGAR AÇÃO EM QUE O AUTOR PRETENDA, ALÉM DO RECEBIMENTO DE VALORES POR SERVIÇOS PRESTADOS COMO COLABORADOR DE SOCIEDADE DO RAMO PUBLICITÁRIO, A COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTES DE ACUSAÇÕES QUE SOFRERA. Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar ação em que o autor pretenda, além do recebimento de valores referentes a comissões por serviços prestados na condição de colaborador de sociedade do ramo publicitário, a compensação por danos morais sofridos em decorrência de acusações infundadas de que alega ter sido vítima na ocasião de seu descredenciamento em relação à sociedade. A competência para julgamento de demanda levada a juízo é fixada em razão da natureza da causa, que, a seu turno, é definida pelo pedido e pela causa de pedir. Na situação em análise, a ação proposta não tem causa de pedir e pedido fundados em eventual relação de trabalho entre as partes, pois em nenhum momento se busca o reconhecimento de qualquer relação dessa natureza ou ainda o recebimento de eventual verba daí decorrente. Trata-se, na hipótese, de pretensões derivadas da prestação de serviços levada a efeito por profissional liberal de forma autônoma e sem subordinação, razão pela qual deve ser aplicada a orientação da Súmula 363 do STJ, segundo a qual compete “à Justiça Estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente”. CC 118.649-SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 24/4/2013. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS Informativo nº 0520 Período: 12 de junho de 2013. Segunda Seção DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E DE COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS PROPOSTA POR PASTOR EM FACE DE CONGREGAÇÃO RELIGIOSA À QUAL PERTENCIA. Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar ação de indenização por danos materiais e de compensação por danos morais proposta por pastor em face de congregação religiosa à qual pertencia na qual o autor, reconhecendo a inexistência de relação trabalhista com a ré, afirme ter sido afastado indevidamente de suas funções. A competência para julgamento de demanda levada a juízo é fixada em razão da natureza da causa, que é definida pelo pedido e pela causa de pedir deduzidos. Na hipótese em análise, a questão jurídica enfatiza aspectos de política interna de uma congregação religiosa na relação com seus ministros, envolvendo direitos e garantias constitucionais de liberdade e exercício de culto e de crença religiosos (CF, art. 5º, VI e VIII). Trata-se, portanto, de discussão atinente ao alegado direito de pastor excluído supostamente de forma indevida de suas funções à indenização material e reparação moral de direito civil. Nesse contexto, considerando o cunho eminentemente religioso e civil da controvérsia, tem aplicação o entendimento consolidado nesta Corte de que não compete à Justiça do Trabalho processar e julgar demanda em que a causa de pedir e o pedido deduzidos na inicial não guardem relação com as matérias de competência da Justiça Laboral elencadas no art. 114 da CF. CC 125.472-BA, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 10/4/2013. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS Informativo nº 0504 Período: 10 a 19 de setembro de 2012. Terceira Turma DANO MORAL. ESPERA EM FILA DE BANCO. O dano moral decorrente da demora no atendimento ao cliente não surge apenas da violação de legislação que estipula tempo máximo de espera, mas depende da verificação dos fatos que causaram sofrimento além do normal ao consumidor. Isso porque a legislação que determina o tempo máximo de espera tem cunho administrativo e trata da responsabilidade da instituição financeira perante a Administração Pública, a qual poderá aplicar sanções às instituições que descumprirem a norma. Assim, a extrapolação do tempo de espera deverá ser considerada como um dos elementos analisados no momento da verificação da ocorrência do dano moral. No caso, além da demora desarrazoada no atendimento, a cliente encontrava-se com a saúde debilitada e permaneceu o tempo todo em pé, caracterizando indiferença do banco quanto à situação. Para a Turma, o somatório dessas circunstâncias caracterizou o dano moral. Por fim, o colegiado entendeu razoável o valor da indenização em R$ 3 mil, ante o caráter pedagógico da condenação. Precedentes citados: AgRg no Ag 1.331.848-SP, DJe 13/9/2011; REsp 1.234.549-SP, DJe 10/2/2012, e REsp 598.183-DF, DJe 27/11/2006. REsp 1.218.497-MT, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 11/9/2012. RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, DANO MORAL E OUTROS DANOS Material de Apoio: Vídeos: Dano Moral ( Nelson Rosenvald – TV Justiça) http://www.youtube.com/watch?v=zNIhCf0f7gY Indicação de Filmes: Inimigo do Estado. http://br.bing.com/videos/search?q=privacidade&view=detail&mid=D804FB95 66624DC89406D804FB9566624DC89406&first=0&FORM=NVPFVR Um pouco de arte para relaxar: Poesia – Elisa Lucinda (só de sacanagem – Ana Carolina) http://www.youtube.com/watch?v=rfR9swi7R84 Show – Ana Carolina – Ensaio de Cores http://www.youtube.com/watch?v=gNn2P6Ttejg
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