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Apostila de direito ambiental

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Prof. Felipe Magalhães Bambirra 
Mestre e Doutor em Direito (UFMG) 
Pós-Doutorando em Direitos Humanos na UFG 
Pesquisador do Max-Planck Institut für ausländiches öffentliches Recht und 
Völkerrecht (Heidelberg) / Institut für Staatsphilosophie und Rechtspolitik (Köln) 
fmbambirra@gmail.com 
DIREITO AMBIENTAL 
DIREITO AO MEIO AMBIENTE COMO DIREITO 
FUNDAMENTAL 
• Revolução industrial e poluição 
• Teoria das “gerações de direitos” (Karel Vasak) 
• Primeira Geração (Liberdade) 
• Segunda Geração (Igualdade 
• Terceira Geração (Fraternidade) 
• Estados Unidos? 
• Direitos Humanos são universais? 
• Turboglobalização (Mayos) e Sociedade Mundial do Risco (Beck) 
 
NASCIMENTO DO DIREITO AMBIENTAL 
• Origem no Direito Internacional 
• Primeira fase do Direito Ambiental: funcionalista, 
prevenção do dano 
• Declaração de Estocolmo 
• Direito de desfrutar dos seus próprios recursos 
naturais, conforme política interna de Direito Ambiental 
• Proibição da poluição transfronteiriça 
 
NASCIMENTO DO DIREITO AMBIENTAL 
• Comissão Bruntdland – relatório “Our Common 
Future” 
• Conceito de desenvolvimento sustentável: “o 
desenvolvimento que satisfaz as necessidades 
presentes, sem comprometer a capacidade das 
gerações futuras de suprir suas próprias 
necessidades”. 
• Relatório já aponta a incompatibilidade entre o 
consumo atual (daquela época!) e os padrões de 
desenvolvimento sustentável. 
 
NASCIMENTO DO DIREITO AMBIENTAL 
• Tese: crescimento zero (Clube de Roma) 
 
• Antítese: crescimento sustentado (Estocolmo) 
 
• Síntese: Crescimento sustentável (Comissão 
Brundtland) 
 
CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O 
MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO – RIO 92 
– CÚPULA DA TERRA 
• Inaugura a segunda fase do Direito Ambiental: globalismo 
ambiental, fundado sob os princípios da cooperação 
internacional, e o princípio da precaução. 
• Problemas de ordem global: falta de água, mudanças 
climáticas, risco. 
• Convenção sobre o clima (Kyoto); Convenção sobre a 
biodiversidade 
• Declaração do Rio – 27 princípios. 
• Agenda 21: programa de ação para identificar as ações 
necessárias para a implementação do desenvolvimento 
sustentável, de modo que os Estados possam regular 
comportamentos. 
CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O 
MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO – RIO 92 
– CÚPULA DA TERRA 
• Nascem princípios do Direito Ambiental, como 
• Princípio da precaução (inversão do ônus da prova) 
• Princípio do poluidor-pagador 
• Princípio do usuário-pagador 
• Avaliação do impacto ambiental 
• Responsabilidade comum, porém diferenciada 
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL 
• Princípio da Responsabilidade – art. 225, §3º da CF: 
• O causador de dano ao meio ambiente deve por ele responder, ficando sujeito a 
sanções cíveis, penais e administrativas. Os dois últimos são aplicados como 
corolário da gestão antecipatória do risco ambiental, já que, sem possibilidade 
de reparação do dano, as ações de precaução e prevenção teriam pouca ou 
nenhuma utilidade. 
• A responsabilização supõe o reconhecimento de uma nova face da 
responsabilidade civil em matéria ambiental: trata-se de reparar prevenindo. 
• Art. 
NATUREZA DO DIREITO AO MEIO AMBIENTE 
• Natureza transindividual, transgeracional, difusa e coletiva 
• Código de Defesa do Consumidor : 
• Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas 
poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. 
• Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: 
• I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste 
código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares 
pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; 
• II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste 
código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, 
categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma 
relação jurídica base; 
• III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os 
decorrentes de origem comum. 
 
O ART. 255 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
• Art. 225. Todos têm direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, bem 
de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá- lo para as 
presentes e futuras gerações. 
O ART. 255 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
• § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder 
Público: 
• I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover 
o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; 
• II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do 
País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de 
material genético; ( 
• III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e 
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a 
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada 
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que 
justifiquem sua proteção; 
 
O ART. 255 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
• IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, 
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; ( 
• V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, 
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de 
vida e o meio ambiente; 
• VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 
• VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que 
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies 
ou submetam os animais a crueldade. ( 
 
O ART. 255 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
• § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio 
ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público 
competente, na forma da lei. 
• § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 
• § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal 
Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-
se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio 
ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. 
• § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por 
ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 
• § 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida 
em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. 
• 
 
O ART. 255 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
• José Afonso da Silva divide o artigo da seguinte maneira: 
• Norma-Princípio ou Norma -atriz – meio ambiente 
ecologicamente equilibrado (caput) 
• Norma-Instrumento: instrumentos para dar efetividade à 
norma-matriz (§1º) 
• Conjunto de determinações particulares: relacionado a 
setores e objetos específicos, que requerem cuidado e 
regulamentação própria (§2º ao 6º) 
 
CONCEITO DE MEIO AMBIENTE 
• Natural: art. 225, caput, §1º, I e II da CF/88 
• Artificial: art. 225, 182 e 21, XX da CF/88 
• Cultural: art. Art. 216 da CF/88 
• Do Trabalho: art. 7º, XXII e 200 da CF/88 
CONCEITODE MEIO AMBIENTE 
• Natural 
• Agua, ar, solo, fauna e flora 
• Consiste no equilíbrio dinâmico entre os seres vivos e o 
meio em que vivem; 
 
• Artificial 
• Espaço urbano construído, consistente no conjunto de 
edificações públicas e privadas; 
• Relacionado como ambiente urbano; 
• Art. 225; art.182; art.21, XX, dentre outros. 
 
CONCEITO DE MEIO AMBIENTE 
• Cultural 
• Patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, 
turístico; 
• Traduz a história de um povo, sua formação cultural; 
• Art. 216, CF. 
• “Enquanto o patrimônio natural é a garantia de 
sobrevivência física da humanidade, que necessita do 
ecossistema – ar, água e alimentos –para viver, o patrimônio 
cultural é garantia de sobrevivência social dos povos, 
porque é produto e testemunho de sua vida”.(Carlos F. 
Marés) 
 
 
 
 
CONCEITO DE MEIO AMBIENTE 
• Trabalho: 
• Baseado na salubridade do meio e na ausência de agentes 
que comprometam a incolumidade físico-psíquica do 
trabalhador; 
• Art. 200, VIII, CF. 
 
CONCEITO DE MEIO AMBIENTE 
• Conceito deve ser globalizante: 
• •“O conceito de meio ambiente há de ser, pois, globalizante, 
abrangente de toda a natureza original e artificial, bem como os 
bens culturais correlatos compreendendo, portanto, o solo, a 
água, o ar, a flora, as belezas naturais, o patrimônio histórico, 
artístico, turístico, paisagístico e arqueológico”.(José Afonso da 
Silva) 
 
• Conceito legal 
• Art. 3º, I, Lei Federal n. 6.938/81: “o conjunto de condições, leis, 
influências e interações de ordem física, química e biológica, que 
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”; 
 
 
CONCEITO DE DIREITO AMBIENTAL 
• Direito Ambiental: é o conjunto de normas (regras e princípios) pertencentes 
a vários ramos do Direito, reunidos por sua função instrumental para o 
estudo das relações do homem com o meio que o circunda e envolve 
 
• Bem ambiental: 
• Macro: Terceiro gênero, não se confunde com os bens públicos e 
tampouco bens privados (bem de uso comum do povo, essencial à sadia 
qualidade de vida – art. 225, CF) – bem difuso (indeterminação dos 
sujeitos e indivisibilidade do objeto). Características: indivisível, 
extrapatrimonial, inalienável, indisponível e essencial a todas as formas 
de vida. 
• Micro: Públicos (ex. recursos minerais); privados (ex. meus gatos); de 
uso comum do povo (ex. ar). 
PRINCÍPIOS 
• Princípio do direito à sadia qualidade de vida 
• Caso do Arroz Dourado 
• Princípio do poluidor-pagador 
• a) a responsabilidade civil objetiva; 
• b) prioridade da reparação específica do dano ambiental; e 
• c) solidariedade para suportar os danos causados ao meio ambiente. 
• Conceito de poluição: art. 3º, II, III e IVda Lei 6.938/81 
• Precaução e Prevenção 
• Megaprincípio do Direito Ambiental 
PRINCÍPIOS 
• Participação 
• Informação ambiental: art. 6º, §3º da PNMA 
• Educação ambiental – art. 225, §1º, IV – Lei 9.795/99 
• Princípio da ubiquidade 
• Princípio da vedação ao retrocesso 
• Responsabilidade 
• Desenvolvimento sustentável 
• Educação, informação e participação 
 
COMPETÊNCIA 
• Federalismo de Cooperação – Princípio da Cooperação Ambiental 
• Bens da União – que podem atrair a competência da União e da Justiça Federal – 
art. 20, CF/88: 
• II – Terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras (...); 
• III – Lagos, rios e correntes d’água (Internacionais ou mais de 1 Estado); 
• IV – Ilhas fluviais, praias marítimas, ilhas oceânicas e costeiras (excluidas Ilhas 
capitais de Estado – caso de Florianópolis) 
• VI - Mar Territorial; 
• VIII - os potenciais de energia hidráulica; 
• IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; 
• X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-
históricos; 
• XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. 
 
COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA 
• Competência Administrativa – a regra é a cooperação! Art. 23, CF: 
• III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os 
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
• IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de 
valor histórico, artístico ou cultural; 
• VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
• VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
• Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do 
bem-estar em âmbito nacional. 
 
• Exceção: Art. 21 – Competência exclusiva da União 
• XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; 
• XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em 
forma associativa. 
 
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 
• Art. 24, CF: 
• I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; 
• V - produção e consumo; 
• VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, 
proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
• VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
• VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor 
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
• § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar -se-á a estabelecer normas 
gerais. 
• § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar 
dos Estados. 
• § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa 
plena, para atender a suas peculiaridades. 
• § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que 
lhe for contrário. 
 
COMPETÊNCIA MUNICIPAL 
• Art. 30. Compete aos Municípios: 
• I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
• II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber ; 
• VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante 
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; 
• IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a 
legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. 
 
 
LEI COMPLEMENTAR 140 
• Definições legais (art. 2º) 
• I - licenciamento ambiental: o procedimento administrativo 
destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores 
de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou 
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental; 
• II - atuação supletiva: ação do ente da Federação que se 
substitui ao ente federativo originariamente detentor das 
atribuições, nas hipóteses definidas nesta Lei Complementar; 
• III - atuação subsidiária: ação do ente da Federação que visa a 
auxiliar no desempenho das atribuições decorrentes das 
competências comuns, quando solicitado pelo ente federativo 
originariamente detentor das atribuições definidas nesta Lei 
Complementar. 
 
LEI COMPLEMENTAR 140 
• Objetivos da cooperação federal (art. 3º) 
• I - proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
promovendo gestão descentralizada, democrática e eficiente; 
• II - garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a proteção do meio 
ambiente, observando a dignidade da pessoa humana, a erradicação da pobreza e a 
redução das desigualdades sociais e regionais; 
• III - harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a sobreposiçãode 
atuação entre os entes federativos, de forma a evitar conflitos de atribuições e 
garantir uma atuação administrativa eficiente; 
• IV - garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País, respeitadas as 
peculiaridades regionais e locais. 
 
LEI COMPLEMENTAR 140 
• Instrumentos de cooperação (art. 4º) 
• I - consórcios públicos, nos termos da legislação em vigor; 
• II - convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com 
órgãos e entidades do Poder Público, respeitado o art. 241 da Constituição Federal; 
• III - Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais e Comissão Bipartite 
do Distrito Federal; 
• IV - fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos; 
• V - delegação de atribuições de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos 
previstos nesta Lei Complementar; 
• VI - delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro, 
respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar. 
• Art. 5o - Delegação de competência Adm: desde que o ente destinatário da delegação 
disponha de órgão ambiental capacitado a executar as ações administrativas a serem 
delegadas e de conselho de meio ambiente. 
• Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do disposto no caput, aquele 
que possui técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número 
compatível com a demanda das ações administrativas a serem delegadas. 
• 
 
LEI COMPLEMENTAR 104 
• Artigos importantes: 7º, 8º e 9º!!!! 
 
• Ver, ainda, Decreto Federal 8.437/2015 
LEI FEDERAL N. 6.938/81 - POLÍTICA NACIONAL 
DO MEIO AMBIENTE 
Importante lei, que traz conceitos fundamentais de Direito 
Ambiental. 
• Objetivos da PNMA: art. 2º. “a preservação, melhoria e 
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, 
visando assegurar, no País, condições ao 
desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da 
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida 
humana” 
 
PNMA 
• Princípios: 
• I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, 
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser 
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso 
coletivo; 
• II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
• Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
• IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas 
representativas; 
• V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente 
poluidoras; 
 
PNMA 
• VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional 
e a proteção dos recursos ambientais; 
• VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
• VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento) 
• IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
• X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da 
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio 
ambiente. 
 
PNMA 
• Objetivos (art. 4º): 
• I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade 
do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; 
• II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio 
ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Territórios e dos Municípios; 
• III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas 
ao uso e manejo de recursos ambientais; 
• IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso 
racional de recursos ambientais; 
• V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e 
informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de 
preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; 
• VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional 
e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico 
propício à vida; 
• VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os 
danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com 
fins econômicos. 
 
PNMA – CONCEITOS (ART. 3º) 
• Meio Ambiente: “ o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, 
abriga e rege a vida em todas as suas formas”; 
• Degradação da qualidade ambiental: “a alteração adversa das 
características do meio ambiente”; 
• Poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, 
responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de 
degradação ambiental; 
• Recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais 
e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os 
elementos da biosfera, a fauna e a flora. 
 
 
PNMA – CONCEITOS (ART. 3º) 
• Poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de 
atividades que direta ou indiretamente: 
• a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da 
população; 
• b) criem condições adversas às atividades sociais e 
econômicas; 
• c) afetem desfavoravelmente a biota; 
• d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio 
ambiente; 
• e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões 
ambientais estabelecidos; 
 
SISNAMA – SISTEMA NACIONAL DO MEIO 
AMBIENTE 
• Organização: 
• Órgão Superior: o “Conselho de Governo”. Assessora o Presidente da 
República na formulação da política nacional e diretrizes 
• Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de 
Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os 
recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e 
padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e 
essencial à sadia qualidade de vida; 
• Órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, 
com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como 
órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para 
o meio ambiente; 
 
SISNAMA – SISTEMA NACIONAL DO MEIO 
AMBIENTE 
• Órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de 
Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com a 
finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes 
governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as 
respectivas competências; 
• Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela 
execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de 
atividades capazes de provocar a degradação ambiental 
• Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo 
controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas 
jurisdições; 
 
SISNAMA 
• Principais competências do CONAMA (art. 8º): 
• estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e 
critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou 
potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e 
supervisionado pelo IBAMA; 
• homologar acordos visando à transformação de penalidades 
pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse 
para a proteção ambiental; 
• Estabelecer normas sobre qualidade ambiental; 
 
PNMA - INSTRUMENTOS 
• Estão previstos no art. 9º: 
• I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
• Frederico Amado preceitua que estados, DF e municípios tambémpoderão fixar padrões 
de qualidade ambiental, comumente, mais restritivos. Defende que, a princípio, inexiste 
qualquer conflito quando as normas estaduais, distritais e municipais são mais 
restritivas que as federais, desde que não invadam a competência privativa de 
outros entes. Os padrões, nada mais são, do que a definição de níveis de poluição e da 
tecnologia a ser utilizada para a sua mitigação, sendo atribuição do CONAMA 
estabelecer tais limitações. 
 
 
PNMA - INSTRUMENTOS 
• II - o zoneamento ambiental 
• Conforme Frederico Amado, trata-se de uma modalidade de intervenção estatal sobre 
o território, a fim de reparti-lo em zonas consoante o melhor interesse na 
preservação ambiental e no uso sustentável dos recursos naturais. 
• Afirma Paulo de Bessa Antunes que “existe zoneamento quando são estabelecidos 
critérios legais e regulamentares para que em determinados espaços geográficos 
sejam fixados usos permitidos, segundo critérios preestabelecidos . Tais usos, uma 
vez estabelecidos, tornam-se obrigatórios, tanto para o particular, quanto para a 
Administração Pública, constituindo-se em limitação administrativa incidente sobre o 
direito de propriedade”. 
• art. 2º, do Decreto 4.297/02: é o instrumento de organização do território a ser 
obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e 
privadas, estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a 
qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, 
garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da 
população. 
 
 
PNMA - INSTRUMENTOS 
• III - a avaliação de impactos ambientais; 
• Conforme Res. CONAMA 237/97 (art. 1º, III), são espécies da AIA (nela denominada “Estudos 
Ambientais”), todos os estudos para análise da licença ambiental, tais como: relatório ambiental, 
plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, 
plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco. Essas 
outras espécies de Estudos Ambientais poderão ser requisitadas na hipótese de não se exigir o 
EPIA. 
• O EPIA está sujeito a três condicionantes: 
• Transparência administrativa – o EPIA é divulgado publicamente, respeitado o sigilo 
industrial; 
• Consulta aos interessados – possibilidade de efetiva participação e fiscalização da 
atividade administrativa por parte da comunidade, que pode exprimir suas dúvidas e 
preocupações; 
• Motivação da decisão ambiental – quando a Administração opta por uma das alternativas 
apontadas pelo EPIA que não seja ambientalmente a melhor, ou quando deixa de 
determinar sua elaboração por inexistência de “significativa degradação”, deve fundamentar 
sua decisão, inclusive para possibilitar seu questionamento futuro perante o Judiciário. 
 
 
PNMA - INSTRUMENTOS 
• IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou poten. Poluidoras 
é “o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental licencia a localização, 
instalação, ampliaão e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos 
ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer 
forma, possam causar degradação ambiental” (Resolução CONAMA 237/97, art. 1º, §1º). De 
acordo com art. 9º, IV, da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n. 6.938/81), o 
licenciamento ambiental é um instrumento de caráter preventivo de tutela do meio 
ambiente. (Fiorillo) 
O licenciamento ambiental é plurifuncional, pois se presta a diversas funções: a) objetiva o 
controle de atividades potencialmente poluentes ; b) operacionaliza os princípios da 
precaução, prevenção e poluidor-pagador; c) impõe medidas mitigadoras e 
compensatórias para a degradação ambienta l; d) possibilita inserir determinada 
atividade na programação e planificação do desenvolvimento econômico nacional, 
regional ou local; e e) instrumento de direito econômico, pois importa no planejamento 
e na tomada de decisões sobre o que preservar e o que degradar. 
 
PNMA - INSTRUMENTOS 
• V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou 
absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade 
ambiental; 
Tal previsão tem encontrado grande eco, atualmente, por força dos processos 
de certificação da ISO 9.000 e ISO 14.000. O objetivo deste instrumento é fazer 
com que o Poder Público estimule a adoção e práticas ecologicamente corretas 
por meio de incentivos fiscais ou econômicos. desdobramento do princípio do 
protetor-recebedor, efetivado por meio das chamadas sanções premiais. É o 
caso da isenção de ITR para imóveis transformados em espaço especialmente 
protegido. 
 
PNMA - INSTRUMENTOS 
• VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo 
Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de 
proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas 
extrativistas 
O conceito legal de Unidade de Conservação consta do art. 2º, I, da Lei do 
SNUC: “espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas 
jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente 
instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites 
definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam 
garantias adequadas de proteção”. 
 
PNMA - INSTRUMENTOS 
• VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; 
Visa fortalecer o processo de criação, sistematização, análise de informações, 
estatísticas e indicadores ambientais (relacionado aos princípios da 
obrigatoriedade da intervenção estatal, da informação e da participação 
democrática). Faz parte da estrutura do IBAMA, no âmbito do CNIA - Centro 
Nacional de Informação Ambiental. À União compete organizá-lo e mantê-lo (LC 
140/2011). Além disso, o novo Código Florestal instituiu o Cadastro Ambiental 
Rural – CAR, obrigatório para todos os imóveis rurais, para registros de posse e 
propriedades rurais. 
 
PNMA - INSTRUMENTOS 
• VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de 
Defesa Ambiental; 
Registro, com caráter obrigatório, de pessoas físicas ou jurídicas que se 
dedicam à consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à 
indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao 
controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras. É administrado pelo 
IBAMA, nos termos do artigo 17, I da Lei 6.938/81. 
 
PNMA - INSTRUMENTOS 
• IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das 
medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental 
 
Destaque para a responsabilização cível, administrativa e penal na esfera ambiental. 
Atenção para o art. 14, §1º, responsabilidade civel é OBJETIVA em matéria ambiental 
Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, 
o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e 
danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores: (...) 
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, 
independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao 
meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos 
Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos 
causados ao meio ambiente. 
PNMA - INSTRUMENTOS 
• X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio 
Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto 
Brasileiro doMeio Ambiente e Recursos Naturais 
Renováveis - IBAMA; 
Este item não tem sido cumprido sistematicamente, mas vale 
ressaltar a importância do Relatório lançado pelo IBAMA 
denominado GEO BRASIL 2002 - Perspectivas do meio ambiente 
no Brasil. 
 
PNMA - INSTRUMENTOS 
• XI - a garantia da prestação de informações relativas ao 
Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, 
quando inexistentes; 
Apesar do não cumprimento do encargo pelo Poder Público, a Lei 
10.650/03 dispõe sobre o a acesso público aos dados e 
informações existentes no SISNAMA. 
 
PNMA - INSTRUMENTOS 
• XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades 
potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos 
ambientais. 
Também em pleno funcionamento por parte do IBAMA, que o 
administra, nos termos do artigo 17, II, e inclusive cobra uma taxa 
anual para tal fim, nos termos da Lei 10.165/2000. 
 
PNMA - INSTRUMENTOS 
• XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, 
servidão ambiental, seguro ambiental e outros. 
 
PNMA – CADASTRO AMBIENTAL (ART. 9-A) 
• O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por 
instrumento público ou particular ou por termo administrativo firmado 
perante órgão integrante do Sisnama, limitar o uso de toda a sua 
propriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os 
recursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental. 
• A servidão ambiental não se aplica às Áreas de Preservação Permanente e à 
Reserva Legal mínima exigida. 
• A restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área sob servidão 
ambiental deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva 
Legal. 
• Pode ser negociada com outros proprietários ou possuidores para compensar 
áreas com proteção ambiental deficitária, ou com proprietário ou entidade 
pública ou privada que tenha a conservação ambiental como fim social. 
 
PNMA – CADASTRO AMBIENTAL (ART. 9-A) 
• O instrumento de instituição da servidão ambiental e o eventual contrato de alienação, 
cessão ou transferência devem ser objeto de averbação na matrícula do imóvel. 
• É vedada, durante o prazo de vigência da servidão ambiental, a alteração da 
destinação da área, nos casos de transmissão do imóvel a qualquer título, de 
desmembramento ou de retificação dos limites do imóvel. 
• A servidão ambiental poderá ser onerosa ou gratuita, temporária (prazo mínimo de 15 
anos) ou perpétua. 
• É dever do proprietário do imóvel serviente, entre outras obrigações, manter a área sob 
servidão ambiental e defender a posse da área serviente, por todos os meios em direito 
admitidos. 
• É dever do detentor da servidão ambiental, entre outras obrigações, defender 
judicialmente a servidão ambiental. 
 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
• Obrigação de licenciar atividades potencialmente poluidoras 
• Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e 
atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores 
ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de 
prévio licenciamento ambiental. 
• § 1o Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão 
publicados no jornal oficial, bem como em periódico regional ou local de grande 
circulação, ou em meio eletrônico de comunicação mantido pelo órgão ambiental 
competente. 
 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
• Resolução CONAMA 237 
• Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições: 
• I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental 
competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais , consideradas efetiva 
ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar 
degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as 
normas técnicas aplicáveis ao caso. 
• II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, 
estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser 
obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar 
e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, 
possam causar degradação ambiental. 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
• III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos 
ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma 
atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença 
requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório 
ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de 
área degradada e análise preliminar de risco. 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
“Licença ambiental” possibilidade de recusa, duração, 
possibilidade de retirada do ato administrativo (formas e condições) e 
conseqüências jurídico-econômicas da retirada. 
 
 Licença: Ato-vinculado e definitivo – José Afonso da Silva e Lúcia 
Valle Figueiredo 
 Autorização: Ato discricionário e precário – Paulo Leme Affonso 
Machado 
 Permissão; 
 Ato discricionário sui generis: Celso Fiorillo e Marcelo Abelha 
Rodrigues 
 
 
 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
• Revogação da Licença: 
• TRF1: “Se há previsão de criação de unidade de conservação ambiental 
em área onde anteriormente havia sido deferida licença de pesquisa para 
explotação de calcário biogênico, é possível a revogação da licença 
concedida, pois o princípio da precaução recomenda que em defesa do 
meio ambiente não seja admitida a exploração da área em questão. (AC 
0028271-34.2003.4.01.3400/TRF1)” 
• José Afonso da Silva: 
• a) mudança das circunstâncias, por desaparecido das que motivaram 
sua outorga ou sobrevirem outras que, se existissem antes teriam 
justificado sua denegação; 
• b) adoção de novos critérios de apreciação, como plano diretor, 
modificação de zoneamento etc. 
• C) erro na autorga. 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
• Cabimento de indenização na hipótese de revogação: 
• (i) inexiste direito a indenização, uma vez que ao “empreendedor são imputados todos 
os riscos de sua atividade, o que se coaduna com os princípios do Poluidor-pagador e da 
Precaução. Portanto, constatada a impertinência de determinada atividade econômica 
regularmente licenciada, impõe-se ao Poder Púbico a análise da conveniência e 
oportunidade da revogação, não se vislumbrando a possibilidade de indenização por 
perdas e danos” (Maurício de Jesus Nunes da Silva) 
• (ii) há direito a indenização, haja vista que mesmo suspensa ou cassada a licença, é 
importante assinalar, remanesce o direito do administrado de algum modo vinculado ao 
empreendimento: se não sob a forma de atividade efetiva, ao menos sob a forma de 
ressarcimento dos danos (materiais e morais) que vier a sofrer pela perda dos 
investimentos que antes foram legítima e legalmente autorizados (Edis Milaré) 
• (iii) em regra, não há direito a indenização, “salvo quando a sua causa determinante do 
cancelamento puder ser imputada diretamente à Administração Pública ambiental, 
quando, por exemplo, equivocar-se ao licenciar uma atividade que sabidamente, 
naquele momento, não deveria sê-lo, pois incompatível com o interesse público” 
(Frederico Amado). 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
• Não gera dano moral a conduta do Ibama de, após alguns anos concedendo 
autorizações para desmatamento e queimada em determinado terreno com a 
finalidadede preparar o solo para atividade agrícola, deixar de fazê-lo ao constatar 
que o referido terreno integra área de preservação ambiental (...) Como se pode 
depreender, o agricultor é simultaneamente agente agressor do meio ambiente e titular do 
direito difuso à preservação ambiental contra suas próprias técnicas agropastoris. Assim, 
não se legitima a pretensão indenizatória que busca responsabilizar o Poder Público por 
proteger o próprio agricultor – na qualidade de titular coletivo do direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado – contra os danos provocados pelas suas próprias técnicas de 
plantio. Além disso, a simples vedação da utilização de técnica degradadora no preparo do 
solo não impede que se dê continuidade à atividade agrícola com o uso sustentável de 
técnicas alternativas à queima e ao desmatamento. Ademais, a concessão de 
autorização para queimada e desmatamento nos anos anteriores não gera um direito 
para o agricultor, pois a negativa configura nítido exercício do poder de autotutela 
(Súmula 473 do STF), por meio do qual a Administração Pública busca justamente 
recompor a legalidade do ato administrativo. Por fim, ganha substancial relevo o 
princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, porque a limitação 
imposta pelo Poder Público quanto à forma de exploração da propriedade constitui 
medida restritiva a um direito individual que, todavia, reverte positivamente em favor 
de um direito de titularidade difusa – o meio ambiente. (REsp 1.287.068). 
 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
• Todo o procedimento de licenciamento ambiental deverá ser elaborado de acordo com os 
princípios do devido processo legal, devendo-se garantir: 
• a) um órgão neutro; 
• b) notificação adequada da ação proposta e de sua classe; 
• c) oportunidade para a apresentação de objeções ao licenciamento; 
• d) o direito de produzir e apresentar provas; 
• e) o direito de conhecer a prova contrária; 
• f) o direito de contraditar testemunhas; 
• g) uma decisão baseada somente nos elementos constantes da prova produzida; 
• h) o direito de se fazer representar; 
• i) o direito à elaboração de autos escritos para o procedimento; 
• j) o direito de receber do Estado auxílio técnico e financeiro; 
• l) o direito a uma decisão escrita motivada 
 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
• O licenciamento ambiental é plurifuncional, pois se presta a diversas funções: 
• a) objetiva o controle de atividades potencialmente poluentes; 
• b) operacionaliza os princípios da precaução, prevenção e poluidor-pagador; 
• c) impõe medidas mitigadoras e compensatórias para a degradação 
ambiental; 
• d) possibilita inserir determinada atividade na programação e planificação do 
desenvolvimento econômico nacional, regional ou local; 
• e) instrumento de direito econômico, pois importa no planejamento e na 
tomada de decisões sobre o que preservar e o que degradar. 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
• I – Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do 
empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a 
viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem 
atendidos nas próximas fases de sua implementação; 
 
• II – Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade 
de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos 
aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual 
constituem motivo determinante; 
 
• III – Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, 
após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as 
medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. 
• Parágrafo único - As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou 
sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou 
atividade. 
 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
• Atividades sujeitas ao licenciamento: 
• Anexo I da Resolução CONAMA 237; 
• Decreto Federal 8.427/2015; 
• Legislação estadual 
 
 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
• Procedimento (art. 10, Res. 237 Conama): 
• I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do 
empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, 
necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à 
licença a ser requerida; 
• II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado 
dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a 
devida publicidade; 
• III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, dos 
documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de 
vistorias técnicas, quando necessárias; 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
• IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo 
órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, uma 
única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos 
e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo 
haver a reiteração da mesma solicitação caso os 
esclarecimentos e complementações não tenham sido 
satisfatórios; 
• V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a 
regulamentação pertinente; 
• VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo 
órgão ambiental competente, decorrentes de audiências 
públicas, quando couber, podendo haver reiteração da 
solicitação quando os esclarecimentos e complementações não 
tenham sido satisfatórios; 
 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
• VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, 
parecer jurídico; 
• VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-
se a devida publicidade. 
• § 1º - No procedimento de licenciamento ambiental deverá 
constar, obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura Municipal, 
declarando que o local e o tipo de empreendimento ou atividade 
estão em conformidade com a legislação aplicável ao uso e 
ocupação do solo e, quando for o caso, a autorização para 
supressão de vegetação e a outorga para o uso da água, 
emitidas pelos órgãos competentes. 
 
EIA/RIMA 
• Diagnóstico do empreendimento em vias de ser licenciado, 
confrontando-o com as prováveis modificações das diversas 
características socioeconômicas e biofísicas do meio ambiente. 
 
• EIA ferramenta do licenciamento ambiental, que deve, 
necessariamente, ser acompanhado de um RIMA, que será sempre 
divulgado e submetido à "consulta pública“ e em certos casos, 
discutido em "audiências públicas". 
 
 
EIA/RIMA 
• Fundamento Constitucional – art. 225, §1º 
• Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de 
vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
• § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao 
Poder Público: 
• IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio 
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade; 
 
EIA/RIMA 
• Resolução CONAMA 01/86 
• Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto 
ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, 
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer 
forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas 
que, direta ou indiretamente, afetam: 
• I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
• II - as atividades sociais e econômicas; 
• III - a biota; 
• IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
• V - a qualidade dos recursos ambientais. 
 
 
EIA/RIMA 
• Artigo2º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de 
impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e 
do IBAMA e1n caráter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio 
ambiente, tais como: 
• I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; 
• II - Ferrovias; 
• III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; 
• IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de 
18.11.66; 
• V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos 
sanitários; 
• VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV; 
• VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para 
fins hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais 
para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d'água, abertura de barras e 
embocaduras, transposição de bacias, diques; 
 
EIA/RIMA 
• VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); 
• IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração; 
• X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; 
• Xl - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, 
acima de 10MW; 
• XII - Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, 
cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos); 
• XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI; 
• XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares 
ou menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância 
do ponto de vista ambiental; 
• XV - Projetos urbanísticos, acima de 100ha. ou em áreas consideradas de relevante 
interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais 
competentes; 
• XVI - Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a dez 
toneladas por dia. 
 
EIA/RIMA 
• Artigo 5º - O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em 
especial os princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio 
Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes gerais: 
• I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de 
projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto; 
• II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados 
nas fases de implantação e operação da atividade ; 
• III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente 
afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, 
considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza; 
EIA/RIMA 
• lV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em 
implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade. 
• Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estudo de impacto 
ambiental o órgão estadual competente, ou o IBAMA ou, quando couber, o 
Município, fixará as diretrizes adicionais que, pelas peculiaridades do 
projeto e características ambientais da área, forem julgadas necessárias, 
inclusive os prazos para conclusão e análise dos estudos. 
 
EIA/RIMA 
• Artigo 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes 
atividades técnicas: 
• I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise 
dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a 
situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando: 
• a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos 
minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime 
hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas; 
• b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as 
espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e 
ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente; 
• c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio-
economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais 
da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos 
ambientais e a potencial utilização futura desses recursos. 
 
• II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através 
de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos 
prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos 
(benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, 
temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades 
cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais. 
• III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os 
equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a 
eficiência de cada uma delas. 
• lV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os 
impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem 
considerados. 
• 
 
AUDIÊNCIA PÚBLICA 
• Art. 11, § 2º - Ao determinar a execução do estudo de impacto 
ambiental e apresentação do RIMA, o estadual competente ou 
o IBAMA ou, quando couber o Município, determinará o prazo 
para recebimento dos comentários a serem feitos pelos órgãos 
públicos e demais interessados e, sempre que julgar 
necessário, promoverá a realização de audiência pública para 
informação sobre o projeto e seus impactos ambientais e 
discussão do RIMA; 
AUDIÊNCIA PÚBLICA 
• Resolução CONAMA 009/87 
• Art. 1º - A Audiência Pública referida na RESOLUÇÃO/conama/N.º 001/86, tem 
por finalidade expor aos interessados o conteúdo do produto em análise e do seu 
referido RIMA, dirimindo dúvidas e recolhendo dos presentes as críticas e 
sugestões a respeito. 
 
• Art. 2º - Sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado por entidade 
civil, pelo Ministério Público, ou por 50 (cinqüenta) ou mais cidadãos, o Órgão de 
Meio Ambiente promoverá a realização de audiência pública. 
 
• § 1º - O Órgão de Meio Ambiente, a partir da data do recebimento do RIMA, 
fixará em edital e anunciará pela imprensa local a abertura do prazo que será no 
mínimo de 45 dias para solicitação de audiência pública. 
 
AUDIÊNCIA PÚBLICA 
• § 2º - No caso de haver solicitação de audiência pública e na hipótese do Órgão Estadual não 
realizá-la, a licença concedida não terá validade. 
 
• § 3º - Após este prazo, a convocação será feita pelo Órgão Licenciador, através de 
correspondência registrada aos solicitantes e da divulgação em órgãos da imprensa local. 
 
• § 4º - A audiência pública deverá ocorrer em local acessível aos interessados. 
 
• § 5º - Em função da 1ocalização geográfica dos solicitantes, e da complexidade do tema, 
poderá haver mais de uma audiência pública sobre o mesmo projeto de respectivo Relatório 
de Impacto Ambiental - RIMA. 
AUDIÊNCIA PÚBLICA 
• Art 4º - Ao final de cada audiência pública será lavrara uma ata 
sucinta 
 
• Parágrafo Único -Serão anexadas à ata, todos os documentos 
escritos e assinados que forem entregues ao presidente dos 
trabalhos durante a seção. 
RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL 
• Fundamento no princípio da corresponsabilidade (art. 225, §3o, CF/88) e na 
funcionalização da autonomia privada 
• Art. 225, §3º: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente 
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sançõespenais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.” 
 
• Regime: Responsabilidade objetiva – recepção constitucional do art. 14, parágrafo único, 
da Lei Federal nº 6.938/81. 
• Admite tanto a teoria do risco integral (não admite excludentes) 
• Quanto a teoria do risco criado (causalidade adequada – admite excludentes) 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL 
• Fundamento também no Código Civil de 2002, art. 927: “Aquele que, por ato ilícito (art. 
186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”´. 
• Parágrafo único: “Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de 
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de 
outrem”. 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL 
• Pressupostos da Responsabilidade Civil Ambiental: 
• Ação/Omissão (?) 
• Nexo causal (?) 
• Dano 
• Dano ambiental: 
• Amplitude: art. 3º, II e III da Lei Federal nº 6.938/81 
• Perda ou diminuição da qualidade ambiental 
• Alteração adversa das características do meio ambiente 
• Violação dos padrões de emissão de poluentes 
• Conteúdo ambivalente: alterações + efeitos que provoca 
• Danos ecológicos propriamente ditos + danos individuais/coletivos 
• É autônomo em relação aos danos privados stricto sensu 
• Dano material e imaterial 
 
RESP. CIVIL AMBIENTAL – O DANO AMBIENTAL 
• Dano moral difuso (dano reflexo) 
• Fundamentos: 
• art. 5º, V e X, CF/88: “ é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, 
além da indenização por dano material, moral ou à imagem;” “ são invioláveis a 
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito 
a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;” 
• art. 6º, VI: São direitos básicos do consumidor: “ a efetiva prevenção e reparação 
de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos ;” 
• Súmula 37 do STJ: “São cumuláveis as indenizações por dano material e dano 
moral oriundos do mesmo fato.” 
• Lei 7347/85 – art. 1º - Aplicação da LACP ao dano ambiental 
• Repara-se a dor, sofrimento, desgosto de pessoas dispersas pelo dano ambiental 
RESP. CIVIL AMBIENTAL – O DANO AMBIENTAL 
• Formas de reparação do dano: 
• Repação in natura e in situ – art. 225, §1º: restaurar processos ecológicos: 
• Recuperação: art. 2º, XIII, Lei 9985/2000: “restituição de um ecossistema ou de 
uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode 
ser diferente de sua condição original”. 
• Restauração: art. 2º, XIV, Lei 9985/2000: “restituição de um ecossistema ou de 
uma população silvestre degradada o mais próximo possível de sua condição 
original”. 
• Art. 2º, VIII e 4º, VI, PNMA 
• Compensação ecológica: art. 84, CDC 
RESP. CIVIL AMBIENTAL – O DANO AMBIENTAL 
• Compensação Ambiental 
• Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz 
concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado 
prático equivalente ao do adimplemento. 
 § 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor 
ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente. 
 § 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa. 
 § 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do 
provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu. 
 § 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente 
de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o 
cumprimento do preceito. 
 § 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz 
determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, 
desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial. 
 
• V. art. 139, IV, NCPC!!! 
RESP. CIVIL AMBIENTAL – O DANO AMBIENTAL 
• Ultima ratio: indenização! 
 
3. Ao responsabilizar-se civilmente o infrator ambiental, não se deve confundir prioridade da 
recuperação in natura do bem degradado com impossibilidade de cumulação simultânea dos 
deveres de repristinação natural (obrigação de fazer), compensação ambiental e indenização 
em dinheiro (obrigação de dar), e abstenção de uso e de nova lesão (obrigação de não 
fazer). (...) 
9. A cumulação de obrigação de fazer, não fazer e pagar não configura bis in idem, porquanto 
a indenização, em vez de considerar lesão específica já ecologicamente restaurada ou a ser 
restaurada, põe o foco em parcela do dano que, embora causada pelo mesmo 
comportamento pretérito do agente, apresenta efeitos deletérios de cunho futuro, irreparável 
ou intangível.– STJ - RESP Nº 1.198.727 - MG (2010/0111349-9) - RELATOR : MINISTRO 
HERMAN BENJAMIN – julgado em 14/08/12, publicado em 09/05/2013. 
RESP. CIVIL AMBIENTAL – O DANO AMBIENTAL 
• Dimensão extrapatrimonial do dano ambiental: 
• Lesão à qualidade de vida humana, bem-estar, sossego e tranquilidade; 
• Lesão a valores imateriais significativos para a comunidade 
• Lesão ao valor intrínseco do meio ambiente (valor de existência) 
• Dano ambiental moral ambiental coletivo (injusta lesão da esfera moral de uma 
determinada comunidade: diminuição de bem estar, da qualidade de vida da 
coletividade, decorrente de uma degradação, ou destruição de bens do patrimônio 
histórico-cultural). 
• Dano ao valor de existência dos elementos naturais, decorrente do tempo 
necessário à regeneração natural do próprio ambiente a partir da percepção do seu 
valor intrínseco. 
RESP. CIVIL AMBIENTAL – O DANO AMBIENTAL 
• RESP 0111349-9/2010 (CITADO): 
• 10. Essa degradação transitória, remanescente ou reflexa do meio ambiente inclui: 
• • a) o prejuízo ecológico que medeia, temporalmente, o instante da ação ou omissão danosa e 
o pleno restabelecimento ou recomposição da biota, vale dizer, o hiato passadiço de 
deterioração, total ou parcial, na fruição do bem de uso comum do povo (= dano interino ou 
intermediário ), algo frequente na hipótese, p. ex., em que o comando judicial, restritivamente, 
se satisfaz com a exclusiva regeneração natural e a perder de vista da flora ilegalmente 
suprimida; 
• b) a ruína ambiental que subsista ou perdure, não obstante todos os esforços de 
restauração (= dano residual ou permanente ), e 
• • c) o dano moral coletivo . Também deve ser reembolsado ao patrimônio público e à 
coletividade o proveito econômico do agente com a atividade ou empreendimento 
degradador, a mais-valia ecológica ilícita que auferiu (p. ex., madeira ou minério retirados 
irregularmente da área degradada ou benefício com seu uso espúrio para fim 
agrossilvopastoril, turístico, comercial). 
RESP. CIVIL AMBIENTAL – NEXO DE 
CAUSALIDADE 
• Funções da teoria da causalidade: 
• Imputação do dano ao responsável 
• Limitar o dever de ressarcir ao dano efetivamente “causado” 
 
• Teoria do Risco Integral 
• Causa é toda condição sem qual não teria produzido o resultado (conditio sine quae non); 
• Causa = condição 
• Não admite excludentes (H. Benjamin; Edis Milaré; Nelson Nery Jr. José Afonso da S. e 
outros) 
• STJ, RESP 650.728/SC: “13. Para o fim de apuração do nexo de causalidade no dano 
ambiental, equiparam-se quem faz, quem não faz quando deveria fazer, quem deixa 
fazer, quem não se importa que façam, quem financia para que façam, e quem se 
beneficia quando outros fazem”. 
RESP. CIVIL AMBIENTAL – NEXODE 
CAUSALIDADE 
• Teoria do risco criado 
• Teoria da causalidade adequada: uma condição deve ser considerada causa de um 
dano quando constituir uma consequencia normal, típica, provável daquela – análise 
de base estatística 
• Causa é aquela em condições efetivas de produzir o dano 
• Admite excludentes de responsabilidade (fortuito externo) 
 
RESP. CIVIL AMBIENTAL – O POLUIDOR 
• Art. 3º, IV, PNMA; 
• Responsabilidade direta e indireta; 
• Pessoas físicas, jurídicas, entes despersonalizados, de direito público ou privado. 
• Solidariedade: art. 258, 259, 942, CC/2000; 
• Financiador: RESP 1.071.741/SP 
• RESP 647.493/SC: “5. Havendo mais de um causador de um mesmo dano ambiental, 
todos respondem solidariamente pela reparação, na forma do art. 942 do Código Civil. De 
outro lado, se diversos forem os causadores da degradação ocorrida em diferentes 
locais, ainda que contíguos, não há como atribuir-se a responsabilidade solidária 
adotando-se apenas o critério geográfico” 
RESP. CIVIL AMBIENTAL – O POLUIDOR 
• Adquirente de área degradada: 
• Obrigação proter rem decorrente da função social da propriedade; 
• Dever de evitar o agravamento do dano ambiental; 
• Responsabilidade pela situação do bem ambiental 
• Obrigação que recai, portanto, sobre um bem, por força de direito real: 
• Art. 5º, XXII e XXIII (direito de propriedade e função social); 
• Código Civil, art. 1228; 
• Estatuto da Terra (função social da propriedade) 
• Novo Código Florestal (art. 7º, §2º - APP; e art. 66, §1º) 
RESP. DO ESTADO POR DANO AMBIENTAL 
• Direito fundamental à boa administração pública (princípio republicano); 
• Responsabilidade objetiva: art. 37, §6º, e art. 14, §1º, PNMA; 
• Concessão de serviço público: responsabilidade objetiva e solidária ente o 
concessionário e concedente (Resp. 28.222/STJ); 
 
• Responsabilidade por omissão: 
• Teoria do risco administrativo - Leme Machado, Juarez Freitas 
• Responsabilidade indireta – conceito de poluidor do art. 3º, IV, PNMA; 
• Admite excludentes de responsabilidade 
• É de execução subsidiária; 
RESP. DO ESTADO POR DANO AMBIENTAL 
• Aplica-se em três situações: 
• Deficiência da fiscalização – resp. subjetiva 
• Licenciamento ou autorização que cause um dano – resp. objetiva 
• Omissão nas prestações positivas – resp. objetiva 
 
• “Nada obstante a solidariedade do Poder Público, o certo é que as sociedades mineradoras, 
responsáveis diretas pela degradação ambiental, devem, até por questão de justiça, arcar 
integralmente com os custos da recuperação ambiental. E o fazendo o Estado, em razão da cláusula 
de solidariedade, a ele há de ser permitido o ressarcimento total das quantias despendidas, uma vez 
que, embora tenha sido omisso, não logrou nenhum proveito com o evento danoso, este apenas 
beneficiou as empresas mineradoras. Em face do dispositivo acima, entendo que a União não tem a 
faculdade de exigir dos outros devedores que solvam as quantias eventualmente despendidas, mas 
sim, o dever, pois há interesse público reclamando que o prejuízo ambiental seja ressarcido primeiro 
por aqueles que, exercendo atividade poluidora, devem responder pelo risco de sua ação, mormente 
quando auferiram lucro no negócio explorado” (RESP 647.493/SC – Rel. Min. João Otávio Noronha). 
 
RESP. CIVIL AMBIENTAL - JURISPRUDÊNCIA 
“No Direito brasileiro e de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a 
responsabilidade civil pelo dano ambiental, qualquer que seja a qualificação jurídica do degradador, 
público ou privado, é de natureza objetiva, solidária e ilimitada, sendo regida pelos princípios 
poluidor-pagador, da reparação in integrum , da prioridade da reparação in natura e do favor debilis, 
este último a legitimar uma série de técnicas de facilitação do acesso à justiça, entre as quais se 
inclui a inversão do ônus da prova em favor da vítima ambiental. Também é entendimento do STJ 
que o princípio da prioridade da reparação in natura convive com a possibilidade de simultânea 
exigibilidade de indenização pecuniária, sobretudo quanto aos danos extrapatrimoniais ou naqueles 
casos em que a recuperação do meio ambiente degradado é incompleta ou faz-se de maneira 
lenta, no decorrer dos anos (...) Vale dizer, se é certo que a responsabilidade civil do Estado, por 
omissão, é, ordinariamente, subjetiva ou por culpa, esse regime, tirado da leitura do texto 
constitucional, enfrenta pelo menos duas exceções principais. Primeiro, quando a 
responsabilização objetiva para a omissão do ente público decorrer de expressa Determinação 
legal, em microssistema especial, como na proteção do meio ambiente (Lei 6.938/81, art. 3º, IV, c.c. 
o art. 14, § 1º). Segundo, quando as circunstâncias indicarem a presença de um dever de ação 
estatal – direto e mais rígido – que aquele que jorra, segundo a interpretação doutrinária e 
jurisprudencial, do texto constitucional”. (RESP 1.071.741/SP). 
RESP. CIVIL AMBIENTAL – INOVAÇÕES! 
• Responsabilidade boomerang: atividade causadora de dano ambiental acaba afetando, 
também, o causador do dano, no âmbito de sua atuação, gerando vítimas silenciosas. Solução 
é a notificação compuslória; 
• Responsabilidade comum mas diferenciada – princípio da proporcionalidade; 
• Responsabilidade em cadeia: exige solução legislativa adequada; 
• Responsabilidade cumulativa: pequenos atos/omissões contribuem para o dano ambiental, 
dificultando a sua identificação; 
• Responsabilidade dinâmica: efeitos iniciais de uma conduta transformam-se com o tempo, em 
razão de processos bio-geo-físicos-quimicos e antrópicos. 
• Responsabilidade ecológica: deriva do “dano ecológico”, que é o dano sem efeitos antrópicos. 
• Responsabilidade facultativa compulsória: é aquela derivada da manifestação de vontade. 
• Responsabilidade não linear: ultrapassagem de ponto de inflexão (tipping point) de fenomenos 
bio-geo-físicos-químicos

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