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Resumo do Livro - Antropologia para quem não quer ser antropólogo(1)

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Resumo do Livro “ANTROPOLOGIA PARA QUEM NÃO VAI SER ANTROPÓLOGO” 
1. I. O que é, como surgiu? 
2. 1. O que é Antropologia? 
O estudo das Ciências Sociais é motivo de grandes questionamentos quanto a sua utilidade. 
Afinal, o desconhecido de tal matéria é praticamente geral, mesmo entre os estudantes. 
Além de que existe um grande pensamento equivocado em relação ao protótipo do 
antropólogo, onde ele é visto como alguém da selva, em busca de aventuras e de desvendar 
histórias. 
E muitas pessoas também os confundem com outros tipos de profissionais relacionadas com a 
pesquisa histórica, como os arqueólogos, ou até com os paleontólogos, ao imaginar que eles 
estudam os fósseis ou algo relacionado. 
Outra complicação à cerca da Antropologia é quanto ao significado de seu nome, que diz ser 
o estudo do homem, mas atualmente este é um conceito inválido, mesmo porque não tem um 
sentido próprio e abranda o geral. 
Entretanto, a Antropologia não tem um conceito claro, ela é um conjunto de estudos e 
pesquisas das coisas que estão no nosso meio social, seja em relação à educação, à política, 
etc., envolvendo desde os índios até a sociedade contemporânea. 
 
1. 2. Como surgiu? Um pouco de história 
A Antropologia surgiu na Europa, aproximadamente no século XI, e foi motivo de várias 
comparações com a Sociologia, já que iniciaram da mesma forma devido aos contextos sociais 
intelectuais, econômicos, políticos e culturais, sendo a Sociologia uma ciência da sociedade 
industrial, sociedade esta que prevalecia na época. 
Já a Antropologia teve uma forte ligação com o surgimento do capitalismo, sendo este parte 
de sua origem histórica refletido nas teorias dessa ciência. Além disso, sofreu influências do 
positivismo, do evolucionismo, entre outras correntes. 
 
1. 3. Evolucionismo Social e Positivismo, Meio e Raça. 
3.1 Evolucionismo Social 
O meio europeu daquela época teve fortes influências das Ciências da Natureza, nas quais se 
destacaram os intelectuais Pierre Lamarck e Charles Darwin, ambos com teorias que tratavam 
da evolução da sociedade que representaram um grande avanço. 
Para Lamarck, as sociedades evoluíam por conseqüência de mudanças e adaptações no meio 
ambiente. Para Darwin, a evolução do indivíduo se dava por meio de uma seleção natural. Mas 
ambas tinham a mesma idéia de que o ser humano ia do mais “simples” para o mais 
“complexo”, enfim, que ele evoluía. 
E, por isso, vários outros pensadores da época resolveram adotar esse método, inclusive os 
antropólogos, que levaram vários de seus aspectos para a ciência da Antropologia. 
A partir daí, antropólogo Henry Lewis Morgan criou uma concepção de que existia 
humanidade selvagem, bárbara e civilizada, por critério de evolução. Já James Frazer afirmou 
uma evolução do pensamento, onde ele teria estágios que seriam magia, religião e ciência. 
Mas essa idéia evolucionismo só teve realmente critério na sociedade Européia, porque os 
mesmos se classificavam evolutivamente, considerando-se civilizados e tinham as colônias 
como primitivas. 
3.2 O Positivismo 
O Positivismo também surgiu a partir das Ciências da Natureza, mas era levado para um lado 
mais racional dos pensamentos ainda que com a ajuda dos meios naturais, nascendo a 
Sociologia positivista através de Auguste Comte. 
Para ele, as explicações dos homens para os fenômenos teriam passado por três fases: a 
teleológica ou fictícia, a metafísica ou abstrata e a científica ou positivista, onde as explicações 
seriam baseadas em ações sobrenaturais, em especulações filosóficas e nos métodos 
científicos, respectivamente. 
E, por isso, com o tempo, os antropólogos e sociólogos, passaram a não ter mais interesse em 
estudar a sociedade de acordo com o meio natural e sim a ver o homem social como um ser 
racional. 
Mas é importante destacar que mesmo que a Antropologia e a Sociologia tenham mudado o 
método de suas pesquisas, existe ainda sim a presença do evolucionismo e do positivismo no 
nosso modo de pensar e ver a vida social. 
3.3 Meio e Raça 
Durante algum tempo, a idéia do determinismo geográfico foi muito utilizada para explicar as 
diferenças das regiões ou para explicar porque um lugar é mais desenvolvido do que o outro, 
dando como reposta que o tempo quente ou frio nos torna mais trabalhador ou mais 
preguiçoso, respectivamente, tendo o homem como um “produto do meio”. 
Mas a Antropologia mudou essa perspectiva ao afirmar que mesmo as sociedades que são 
semelhantes geograficamente ou climaticamente possuem diferenças em relação à cultura, já 
que é uma questão de seletividade e não de causa e efeito. 
O determinismo biológico também foi bastante utilizado, ao comparar as raças com o nível de 
desenvolvimento da sociedade, tanto que nos Estados Unidos, até pouco tempo, os negros 
eram considerados inferiores. 
Entretanto, é indispensável dizer que as mudanças sociais são freqüentes e umas são mais 
fáceis de serem vistas do que outras, seja internas no próprio meio ou com a influência de 
outras culturas, através, atualmente, da globalização. 
Nesses casos, a Antropologia se baseia principalmente na História, nos levando a entender que 
há uma grande diversidade cultural entre as sociedades, mas que são apenas diferenças e não 
desigualdades geográficas ou biológicas. 
 
1. 4. Etnocentrismo 
O Etnocentrismo seria a nossa maneira de se portar em sociedade que traz vários conflitos e 
dificuldades para a Antropologia, em termos metodológicos ou políticos. 
Seja quando nossa cultura social e individual, que obtemos desde pequenos, prevalece sobre 
outras realidades ou quando temos idéias baseadas na raça e no meio, tornando as convicções 
de uma sociedade superior a de outra. 
E o desafio da Antropologia seria o de descobrir a relatividade da nossa cultura e das outras 
culturas, tanto em relação aos nossos princípios, quanto ao que nos motiva a pensar 
politicamente sobre um determinado ponto de vista. 
 
1. II. E as visões foram mudando… 
2. 1. O trabalho de campo: o antropólogo “dança com lobos”. 
Surge uma Antropologia moderna através de pesquisas e coletas de dados, ou seja, a partir de 
uma etnografia, que mudou a visão do antropólogo em relação às sociedades estudadas. 
E essa seria uma das características da Antropologia, onde podemos citar como exemplo o 
filme “Dança com Lobos”, em que o personagem principal adquire aos poucos a cultura Sioux a 
partir de uma convivência efetiva com locais. 
Um dos grandes representantes que usou a etnografia foi Malinowski, que acrescentou várias 
técnicas a ela e métodos que a desenvolveram. A partir daí surgiu uma Antropologia visual e 
um registro livre do discurso, que ainda forneceu métodos para o evolucionismo social e o 
etnocentrismo. 
Mas, em contrapartida, o autor Franz Boas superou esse conceito do evolucionismo e do 
etnocentrismo ao dizer que existia um “relativismo cultural”, ou seja, que as sociedades 
deveriam ser compreendidas relativamente. 
E foram esses autores, Malinowski e Boas, que modernizaram a Antropologia considerando o 
trabalho de campo o maior método dessa ciência. 
 
 
1. 2. Enquanto isso, na França. 
Para os franceses, as diferenças entre a Sociologia e a Antropologia praticamente não existem, 
devido a terem recebido influências de pesquisas empíricas e por terem uma concepção mais 
intelectual, sem a necessidade das pesquisas de campo. 
Por isso, Émile Durkheim quis mostrar que a Sociologia possuía características individuais. Não 
tinha nada haver com a concepção biológica dos seres humanos ou com a subjetividade 
efetiva da psicologia, e sim que a sociedade está no interior de nós a partir de um processo 
que vai desde quando nascemos até a vida adulta.Durkheim afirmava que a anterioridade e a exterioridade do indivíduo são refletidas por meio 
da educação, seja escolar ou familiar. 
Ele também dizia que até o nosso modo de sentir e pensar é absorvido da sociedade e 
aprendido nela, dando origem ao que ele chamou de Fato Social, da Sociologia, com uma idéia 
de que é coercível ao indivíduo. 
Em concordância, a Antropologia diz que nossos pensamentos são oriundos de uma vida 
social, onde nos relacionamos com os outros. 
Marcel Mauss, posteriormente, concluiu um conceito de Fato Social Total, mais evolutivo e 
desenvolvido do que o fato social de Durkheim porque envolve vários elementos da sociedade 
em uma única vez, como no Natal, onde todos os nossos atos sociais se realizam para uma 
finalidade única e geral, que seria o dar e receber de presentes. 
 
1. III. O olhar antropológico 
2. 1. Tão diferentes, tão iguais: somos todos “tribais”. 
Uma coisa que nos motiva é a curiosidade em entender todos os elementos e conceitos de 
outras sociedades para descobrir como realmente é a cultura que seguimos e respeitamos, a 
partir de comparação entre as diferenças. 
Um exemplo disso é sobre as atividades tribais que tem relações com o nosso consumo na 
sociedade, já que ambas tentam tomar o símbolo pela coisa simbolizada, levando à conclusão 
de que somos todos tribais. 
Outro exemplo diz questão ao totemismo, onde nas sociedades tribais há uma ligação entre a 
natureza e a cultura e nas atuais essa mesma relação se dá no mesmo sentido envolvendo a 
publicidade, onde nós transformamos objetos não-humanos em coisas culturais e não a 
natureza. 
Além desses casos, podemos perceber que temos ainda muitas características indígenas, como 
o ato de visitar parentes. 
Isso só confirma o que nós já concluímos, que a Antropologia é uma ciência muito extensa 
abrangendo diversos assuntos, desde os exóticos ao familiar. 
1. 2. A experiência da pesquisa: o “estar lá”. 
Uma das várias características da Antropologia e a de que ela tem relação com a quantidade 
movida pelo interesse do antropólogo em se aprofundar no assunto, para obter o que se 
deseja. 
E para isso é preciso “estar lá”, ou seja, participar da vida social e da cultura do lugar, voltando 
ao caso da etnografia. 
Esse trabalho consiste em observar diretamente o que acontece na sociedade, e para isso é 
preciso que tenha uma estreita relação humana, com respeito por parte das pessoas 
envolvidas. 
O escritor Anthony Seeger, a partir de uma convivência com os Suyá, pôde definir alguns 
aspectos que seriam importantes para o trabalho de pesquisa: participar do cotidiano e 
“olhar”. 
Por fim, pode-se entender que a Antropologia se baseia em uma totalidade e não em métodos, 
onde o “olhar” e o “estar lá” têm forte influência. 
Claro que ela é bem mais abrangente do que tudo que se falou, mas temos que saber que nós 
somos cidadãos e que estamos numa sociedade em processo cultural, e é aí que entra a 
diversidade da Antropologia.

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