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Resumo Dos delitos e das penas – Cesare Beccaria

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jusbrasil.com.br
8 de Março de 2018
Resumo - Dos delitos e das penas – Cesare Beccaria
I - Dos Delitos e Das Penas – Cesare Beccaria
O autor declara realizar no livro uma análise dos pareceres dos jurisconsultos, mas,
somente, no âmbito criminal. Propõe-se a, criticar, examinar, abusos dos séculos
anteriores a ele. Retoma as fontes da moral que, pelo autor, são a Revelação, as leis
e a convenção social. Esta última é o foco do livro, pois, segundo ele, os pareceres
estão nesta inclusos. Beccaria coloca as leis naturais e divinas como imutáveis e
constantes; impondo uma ressalva às naturais, as quais podem variar de acordo
com a vantagem, ou tomando-se imprescindível. Porém, esta mudança é feita pela
avaliação das “relações complicadas das inconstantes combinações que governam
os homens”.
Beccaria propõe, como ideal, que houvesse distribuição equitativa das vantagens
entre os membros da sociedade. Porém, na realidade concentram-se privilégios em
poder de poucos. Assim sendo, somente as leis podem impedir ou pôr fim nestes
abusos.
Junta-se a isto o fato de ocorrer inércia quando aos males que atormentam a
sociedade, até os últimos extremos; e é, então, que se remetiam estes males. As
leis, até hoje, não puderam mudar de vez este quadro de concentração de
privilégios, pois não são feitas por observadores da natureza buscando o bem
comum.
A história mostra que as leis nasceram como instrumentos das paixões da minoria;
e não foram elaboradas como convenções estabelecidas entre homens livres. O
autor mostra indignação com a barbárie das penas em uso nos tribunais da época,
e, ainda, com a ausência de crítica sobre isto e sobre os erros acumulados há
séculos. Reconhece, também, que este abuso de poder é considerado direito por
poderosos.
Beccaria põe como proposta a indicação de princípios gerais dos delitos; e,
também, aponta uma séria de questões que dizem sobre a finalidade da lei, sua
eficácia, influência dos costumes sobre ela, entre outros assuntos.
PUBLICAR CADASTRE-SE ENTRARPESQUISAR
II - Origem das penas e do direito de punir
Segundo o autor, a lei [e a moral política] deve estar “baseada em sentimentos
indeléveis do coração do homem”. Ninguém faz graciosamente o sacrifício de uma
parte de sal liberdade apenas visando o bem comum. Na origem das agrupações, as
liberdades foram sacrificadas para haver mais segurança; entra, então, em cena o
poder soberano. O depósito destas liberdades seria a lei; a qual não é o suficiente
para evitar o despotismo. Por este fato, e para este motivo, foram criadas penas a
estas leis.
Estas penas devem ser sensíveis, segundo o autor, pois deste modo impediriam que
as paixões particulares superassem o bem comum. Por dever ser posta de lado a
liberdade, escolhe-se a menor parcela dela, somente a que se faz necessária. A
reunião das pequenas parcelas [de todos] fundamenta a possibilidade de punir do
Direito. Quando não houver este fundamento, não haverá justiça e nem poder de
direito; é um poder de fato, porém, usurpado.
“As penas que vão além da necessidade de manter o deposito da salvação pública
são injustas por sua natureza; e tanto mais justas serão quanto mais sagrada e
inviolável for a segurança e maior a liberdade que o poder soberano propiciar aos
súditos.
III - Consequência desses princípios
1º) As leis [penais] podem indicar penas de cada delito, e o direito de
estabelecê-las cabe ao legislador, apenas. O magistrado não pode aplicar pena
não prevista em lei (“nulla poena sine praevia lege”); ele é injusto, também,
quando é mais severo que a lei, aumentando, por exemplo, o efeito da lei.2º)
Deve haver intermédio do magistrado para decidir se o soberano ou o acusado
está correto quanto a um determinado caso, pois a terceira pessoa é imparcial.
Ao soberano não compete julgar.
3º) a crueldade nos castigos é inútil, sendo, então, odiosa e injusta.
IV – Da Interpretação das leis
“As leis tomam sua força da necessidade de guiar os interesses particulares para o
bem geral”
Beccaria, logo após essa afirmação, coloca o poder soberano como interprete da lei;
verifica-se, então, com o juiz se fora cometido algum delito. O juiz deve fazer um
silogismo; a premissa maior seria a lei; a ação, a menos; e a sentença; a
consequência. Se houve excesso a esta ação, há incerteza quanto ao julgamento.
Para Beccaria, consultar o espírito das leis [penais] é um erro, devendo manter-se
apenas às letras delas.
Deve haver essa prisão ao texto da lei, pois cada homem tem uma opinião, pode
haver paixões decidindo e julgando, e há frequente mudança de ideias e ideais;
logo a lei assegura que o delito seja julgado e punido da mesma maneira em dois
tribunais diferentes, faz com que haja uma mesma justiça.
Seguindo, literalmente, a lei o cidadão é protegido de abuso de tiranos e, também,
pode desviar-se da prática criminosa ao identificá-la de tal forma, pois o texto da
lei diz.
V – Da Obscuridade das Leis
A obscuridade das leis é um mal tanto quanto é a arbitrariedade, pois aquela
precisa ser interpretada. Para livrar o domínio da lei de um pequeno grupo, deve-
se traduzir os códigos legais, e tornar a lei conhecida do povo; assim, com “o texto
sagrado das leis nas mãos do povo”, há menos delitos. Com isso é esperado que o
conhecimento e a certeza das penas freiem as paixões, que levam ao cometimento
de delitos.
Não haverá sociedade com forma fixa de governo pela força força de um corpo
político sem a disseminação do conhecimento legal, somente haverá força dos que
compõe esse grupo. Se não há instante estável no pacto social, não existirá
resistência quanto ao tempo e as vontades humanas. Essa disseminação é feita
através da imprensa, que faz do público o depositário das leis; assim como foi,
segundo o autor, a imprensa que fez a Europa deixar o estado de barbárie. Neste
capítulo, Beccaria ainda critica expressivamente a nobreza e o claro.
VI – Da Prisão
Trata-se do direito de prender os cidadãos de modo discricionário, poder que tem
o magistrado. Deste modo, a prisão continua tendo o caráter essencial que a penas
à lei cade indicar, entretanto, é indicado pelo juiz. Esclarece-se aqui que a lei deve
estabelecer fixamente quais indícios de delito um acusado pode ser preso.
Ainda neste capitulo, o autor afirma que serão possíveis prisões com provas mais
fracas quando as penas forem mais suaves e as prisões não forem um lugar horrível
de desespero e fome. Aponta-se alguns erro na justiça criminal: há emprego de
força e poder, não justiça; há, na mesma prisão, detentos inocentes (suspeitos) e
criminosos convictos; entre outros.
“As leis e os usos de um povo estão sempre atrasados vários séculos em relação aos
progressos atuais (...)”
VII – Dos indícios do delito e da forma dos
julgamentos
Há dois tipos de provas quanto à quantidade, as de um fato que se apóiam todas
entre si, e as que independem uma das outras. Às primeiras não importam o
número de provas, pois destruindo uma (mais verossimilhante) as outras não
valem; ao segundo tipo, quanto mais provas melhor. Quanto à qualidade, também,
há outros dois grupos, perfeitas e imperfeitas. As perfeitas não existe possibilidade
de inocentar o acusado, as imperfeitas mantém a possibilidade de inocência.
Ao juiz cabe a constatação dos fatos, quando a lei é clara e exata; quando
necessárias destreza e habilidade na investigação das provas, o bom senso é
suficiente ao magistrado. O melhor julgamento, de fato, seria o feito por iguais, não
ocorrendo, então, sentimentos de desigualdade; o julgamento deve, ainda, ser
público e obter legitimidade.
VIII – Das Testemunhas
A confiança que se deposita em uma testemunha deve ser medida pelo interesse
que ela tem em dizer ou não a verdade; deve-se, portanto, ceder à testemunha
maior ou menor confiança, na proporção do ódio ou da amizade que tem ao
acusado e de outras relações mais ou menos estreitas que ambos mantenham.
Houveabusos diversas vezes cometidos, como considerar nulos os testemunhos de
condenados e de mulheres.
Arrolar testemunhas pode parecer adiar um processo, entretanto, procrastinações
são necessárias, pois, assim, não há arbítrio do juiz e faz o povo entender que
julgamentos são feitos formalmente e não pelo interesse.
Há necessidade de que não seja apenas uma testemunha. É dada maior
importância às testemunhas quanto mais atrozes os crimes. O discurso da
testemunha é, também, muito importante, pois se ele tiver a intenção de
incriminar e não puder ser repetido com a mesma intensidade e tonalidade não
pode ser considerado.
IX – Dos interrogatórios sugestivos
O único interrogatório deve ser sobre a forma do cometimento do crime e de suas
circunstâncias. Quem se negar a responder o interrogatório ao juiz deve sofrer
pena pesada estabelecida por leis; deve ser muito pesada devido a ofensa para a
justiça. Assim como as confissões não são necessárias quando provas comprovam a
autoria do crime; também não são necessários interrogatórios quando se foi
verificado o crime.
X – Dos Juramentos
O juramento é uma contradição entre leis e sentimentos naturais, não há como
exigir de um acusado que diga a verdade, quando seu interesse é esconder. Destrói-
se a força do sentimento religioso [ao jurar em nome de Deus]; por este motivo,
entre outros, o juramento é uma mera formalidade, tanto é inútil que o juramento
nunca faz com que o acusado diga a verdade.
XI – Da tortura
A tortura é uma barbárie consagrada pelo uso na maioria dos governos até a época
de Beccaria; porém, ela demonstra o direito da força, pois inflige pena ao cidadão
quando não se sabe se é inocente ou não. Pode haver crime certo ou incerto, se é
certo deve ser punido pela lei fixa, se não deve ser considerado inocente. Esta
prática [tortura] assemelha-se ao ordálio, usado no direito divino (Direito
Canônico na Idade Média), a única diferença é que o foco da tortura é a confissão,
enquanto no ordálio as marcas eram provas de crime.
Este método faz o inocente “confessar” crimes também, ou seja, o meio de
separação de inocentes e culpados une as duas classes. O resultado pode ser trágico
quando o inocente fraco confessa e o culpado forte é tido como inocente. Portanto,
o aquele está numa situação desfavorável; enquanto este, numa situação favorável.
Pode ser usado para conhecer cúmplices, pois quem acusa a si mesmo acusa a
outros mais facilmente. Porém, o autor acreditava que, uma vez sob o risco de
serem pegos, os cúmplices manteriam-se longe do crime e a sociedade de novos
atentados. Há exemplos de que isso não acontece, como no caso de grupos
criminosos, onde o réu, mesmo confessando, não acusa cúmplices por medo de
sanção maior do grupo.
Beccaria crê que a origem tenha sido religiosa, até pelo ato da confissão.
XII – Da duração do processo e da sua
prescrição
“Cabe tão-somente às leis determinar o espaço de tempo que se deve utilizar para a
investigação das provas do crime, e o que se deve conceder ao acusado para que se
defenda.”
Para crimes hediondos não deve haver qualquer prescrição em favor do culpado.
O tempo que é empregado na investigação das provas e o que determina a
prescrição não devem ser aumentados em virtude da gravidade do delito que se
persegue. Separa- se então duas categorias de delitos: Grandes e Pequenos. São
separados, dentre outros critérios, pela verossimilhança, sendo o primeiro menos
verossimilhante e o segundo mais.
XIII – Dos crimes iniciados; dos cúmplices;
da impunidade
O princípio de um crime deve ser castigado, mas de forma mais branda, por se
tratar da vontade de cometer um crume. Busca-se prevenir até tentativas iniciais
do crime; porém, a punição deve ser mais branda para também fazer com que a
pessoa que iniciou o crime não busque completá-lo.
Há tribunais que oferecem impunidade para cúmplice que trair seus colegas,
considerado uma covardia do legislativo e, logo, do soberano, mas que pode
funcionar. A impunidade pode encorajar o povo e prevenir grandes delitos; propõe
que seja feita lei geral para isto, ao invés de declaração especial num caso
particular.
XIV – Da moderação das penas
A função dos castigos é de impedir o culpado de tornar-se futuramente prejudicial
à sociedade, e afastar a sociedade do caminho do crime, ou seja, a função da pena é
utilitarista. “Quanto mais terríveis forem os castigos, tanto mais cheio de audácia
será o culpado em evitá-los. Praticará novos crimes, para subtrair-se à pena que
mereceu pelo primeiro.
” Historicamente, verifica-se que onde as penas foram mais cruéis, foram os
lugares onde cometeu-se maior número de crimes hediondos. Nota-se que para
surtir efeito, o mal causado pela pena deve superar o bem retirado pelo crime.
Porém, a crueldade das penas tem dois resultados: é difícil estabelecer proporção
entre delito e pena, pois sempre haverá superação do limite humano; os tormentos
mais terríveis podem provocar impunidade. O autor expõe que o rigor das penas
deve estar de acordo com o atual estado do país.
XV – Da pena de morte
Esta pena não é baseada em direito algum, é, apenas, uma guerra considerada
necessária contra um cidadão da sociedade; fora isto, ela nunca pôs fim ao
cometimento de delitos. Este castigo tem menos efeito do que uma pena de longa
duração; uma pena perpétua pode afastar o crime de qualquer cidadão. O que a
pena de morte proporciona é um arrependimento fácil de última hora, a
perpetuidade da pena daria uma comparação dos males praticados. Para finalizar,
é dito que nenhum homem tem direito legítimo sobre a vida de outro.
XVI – Do banimento e as confiscações
É discutido se deve ser feita confiscação de bens devido ao banimento, a perda de
bens é pena maior que o exílio. Se a lei determinar que todos os laços entre o
condenado e a sociedade estão quebrados, pode haver confiscação. Porém, isto
pode fazer de um inocente um criminoso.
XVII – Da infâmia
Não é uma pena que decorre das leis, mas do povo; deve ser rara para não abalar o
poder da opinião pública, e sua própria força. Também, não deve recair sobre
muitas pessoas.
XVIII – Da publicidade e da presteza das
penas
“Quanto mais rápida for a aplicação da pena e mais de perto acompanhar o crime,
tanto mais justa e útil será.” Trata-se da prisão preventiva, encarceramento tempo
suficiente para a instrução do processo. Tratando do processo, o autor indica o
contraste entre a demora do magistrado e a pressa do acusado. “Uma pena muito
retardada torna menos estreita a união dessas duas ideias: crime e punição.”
XIX – Dos asilos
Para o autor, há pouca diferença entre impunidade e asilo, que é abrigo contra a
ação das leis. Porém, ele entende que um crime deve ser castigado somente no país
em que foi cometido.
XX – Do uso de pôr a cabeça a prêmio
Entre os diversos argumentos do autor, os que mais são gravados são: o que ele
tece quanto a debilidade da nação que precisa de ajuda para se defender, por não
ter força; e o da criação de mais cem crimes para a prevenção de um.
XXI – Que as penas devem ser proporcionais
aos delitos
O meio utilizado pela legislação para prevenir o crime deve ser mais forte à medida
que é mais danoso ao bem público. Busca-se uma proporção entre delito e pena. Se
não há essa proporção não se faz na mente da população diferença entre crimes. É
necessário que sejam estabelecidas divisões principais na distribuição das penas
proporcionadas aos crimes.
XXII – Da medida dos delitos
A exata medida é o prejuízo causado à sociedade. A intenção não infere na
grandeza do crime, pois tal sentimento varia em todos os homens e no próprio
indivíduo.
XXIII – Divisão dos delitos
São considerados delitos somente ações que tendam à destruição da sociedade ou
aos que a representam, ações que afetam o cidadão quanto à existência, bens ou
honra, ou ações que executem atos contrários aos determinados em lei ou
executematos os quais a lei proíbe – visando o bem público.
XXIV – Dos crimes de lesa-majestade
Grande crime, prejudicial à sociedade. Deve ser considerada a moral e, também, o
local do ato.
XXV – Dos atentados contra a segurança dos
particulares e sobretudo das violências
Existem atentados contra existência, contra honra e contra propriedade. Beccaria
inclui no primeiro grupo violências por parte da nobreza e dos juízes. O autor
afirma que as penas devem ser as mesmas independentemente da posição social.
XXVI – Das injúrias
Elas são punidas pela infâmia, a punição tem força vinda da opinião pública; esta
evita os males que não podem ser evitados pela lei. A injúria tem como
fundamento a honra, que é algo complexo, composto tanto de ideias complexas
como de ideias simples. É possível a ação da opinião pública num ambiente de
extrema liberdade política, no caso, as monarquias modernas, com tirania
controlada pela lei.
XXVII – Dos duelos
O autor defende que quem incitou o duelo deve ser castigado, enquanto o outro
participante não, por, apenas, defender sua honra.
XXVIII – Do roubo
É feita a divisão entre roubo com violência e sem, o que dá base para a diferença
entre assalto e furto. O primeiro deve ser punido com pena em dinheiro, não tendo
essa possibilidade – para não gerar pobreza e mais violência – pode ser punido
com a escravidão. Ao segundo deve ser acrescido pena corporal.
XXIX – Do contrabando
O contrabando produz ofensa ao soberano e à nação, mas não deve haver infâmia,
pois não afeta suficientemente o povo para provocar sua indignação. A vantagem
do contrabando é diretamente proporcional ao número de direitos existentes.
XXX – Das falências
Faz-se diferença entre a falência por ação de má-fé e de boa-fé. Portanto, há de
existir em lei a distinção entre faltas graves e leves, não se pode deixar à
arbitrariedade de um magistrado. Deste modo, previnem-se as falências por
fraude, e recuperam-se a economia dos homens de boa-fé.
XXXI – Dos crimes que perturbam a
tranquilidade pública
“(...) os cidadãos devem conhecer o que precisam fazer para serem culpados, e o
que necessitam evitar para serem inocentes.”
XXXII – Da ociosidade
Não se admite ociosidade por parte do governo, devendo ele ser partícipe nas
relações sociais; porém, há um tipo de ociosidade que é aceitável e pode ser
vantajosa, dando maior liberdade e riqueza ao cidadão.
XXXIII – Do suicídio
Embora seja um crime, o autor acredita que não é um delito que deve ser punido
pelo homem, mas sim por Deus, que é o único que pode punir após a morte. Sendo
assim, a pena ou lei para este delito é injusta e sem utilidade, porque a pena
recairia sobre a família, que é inocente.
XXXIV – De alguns delitos difíceis de serem
constatados
Trata-se do adultério, da pederastia e do infanticídio. O primeiro é comum porque
as leis não são fixas e porque é natural a atração pelo sexo oposto, não deve haver
– embora exista – quase punição, pois ela é um incentivo. A pederastia é um desvio
das paixões do homem escravizado pela sociedade. As leis não procuram prevenir
estes delitos com os melhores meios possíveis.
XXXV – De uma espécie particular de crime
Trata aqui da Inquisição, ou Tribunal do Santo Ofício. Diz-se que somente religiões
com fundamentos pouco estáveis recorrem à força. E que, por vezes as punições
religiosas perturbam a calma pública.
XXXVI – De algumas fontes gerais de erros e
de injustiças na legislação
- E, antes de tudo, das falsas ideias de utilidade
Um exemplo de falsa ideia de utilidade é observar mais as necessidades
particulares que as públicas. Sendo assim, essas falsas ideias são fonte de erros e
injustiça. As injustiças são próprias da sociedade, e não da natureza; o delito
cometido em natureza é vantajoso, por vezes, em sociedade não há proveito no
prejuízo de outrem.
XXXVII – Do espírito de família
É fonte de injustiças na legislação; quanto ao legislador, ele considerou a sociedade
um conjunto de famílias e não de indivíduos para criar barbaridade e vícios. Pelas
leis serem obras dos chefes de família, a sociedade é dividida por família, assim o
espírito monárquico penetra na república. Assim como na república, os filhos
numa família mantêm-se sob o domínio ou proteção dos pais pela vantagem que
lhes é oferecida.
XXXVIII - Do espírito do fisco
Anteriormente à época do autor, as penas eram, apenas, de ordem pecuniária. A
preocupação do juiz era em conseguir confissão do acusado para benefício do fisco;
buscava-se, assim, um culpado no réu, e não a verdade.
XL – Dos meios de prevenir crimes
É preferível prevenir os delitos a puni-los, tenta-se proporcionar o máximo
possível de bem aos homens e livrá-los do máximo de males. Atos não prejudiciais
que são tidos como proibidos fazem, simplesmente, com que ocorra novos crimes.
A melhor maneira de prevenir os delitos seria a formulação de legislação com
maior clareza; a legislação exata substitui a incerteza da lei – através de
revoluções. Porém, para que houvesse um permanente estado de sociedade, sem
retorno à barbárie, foi preciso a utilização da religião, e a ilusão de uns poucos que
erraram com boa intenção. Somente a religião seria capaz de fazer os homens
obedecerem as leis a princípio.
XLI – Conclusão
A pena deve conter as seguintes características: publicidade, prontidão,
utilitarismo, a menor possível dependendo de cada caso, proporcional ao crime e
prevista em lei.
Disponível em: http://larissaamorim5015.jusbrasil.com.br/artigos/149726288/resumo-dos-delitos-e-das-penas-cesare-beccaria

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