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01 AfeC90es do Potro recem-nascido 1.1. Nascimento - cuidados gerais e amamenta~ao. Os potros, por constitulrem 0 futuro e a finalidade para 0 qual se criam cavalos, devem receber atenc;:aomesmo antes do nasci- mento. Eguas prenhes, no terc;:o final de gestac;:ao, devem ser agrupadas em pastagens pre- maternais onde deverao receber suplementac;:ao alimentar e um fornecimento adicional de con- centrados e sais minerais, devi- damente equilibrados na rela- c;:aoCa: P,a fim de que 0 desen- volvimento do feto nao possa ser prejudicado. Aproximadamente seis se- manas antes do parto, as eguas devem ser conduzidas aos pi- quetes-maternidade com a fina- lidade do animal se ambientar e assegurar a formac;:aode anticor- pos colostrais espedficos contra os antlgenos do meio ambiente. Pode-se neste perlodo, ainda, vacinar a egua de acordo com 0 programa, estabelecido no haras, contra a influenza, tetano, aborto equino a Virus, rotavlrus, corona- Virus,e aborto infeccioso causa- do pela Salmonella abortusequi. Emuito importante que os pique- tes-maternidade sejam pianos, de boa qualidade nutricional, e que haja um manejo de rotina tranquilo e de preferencia pelo mesmo funcionario da proprie- dade. Deve-se evitar movimenta- c;:aodesnecessaria e rUldosanor- mais ao ambiente junto aos pi- quetes-maternidade. E tambem muito importante que 0 animal tenha a sua disposic;:ao agua a vontade e de boa qualidade, as- sim como tambem se deve cui- dar para que a dieta da gestante seja de boa qualidade. As eguas gestantes, agrupa- das nos piquetes-maternidade, devem ser diuturnamente obser- vadas a distancia, principalmente quando comec;:aa ocorrer 0 de- senvolvimento do ubere, sinal im- portante durante 0 perlodo de preparac;:aoao parto. o inlcio do parto, que em con- di<;6esde normalidade gestacio- nal ocorre entre 330 a 340 dias, estabelece 0 primeiro perlodo, que e caraderizado por aumento da temperatura cutanea da egua, sudorese localizada ou genera- lizada, intranquilidade, manotea- mento ao solo, olhar os flancos, deambulac;:aoconstante, expres- saD de ansiedade, contrac;:6es involuntarias dos membros pos- teriores e batidas da cauda sobre o perlneo. Os sinais premonit6rios po- dem ser observados por picos contrateis do utero, cada vez mais frequentes, cuja intensi- dade dolorosa pode ser leve e levar varias horas, intercalados por perlodos de repouso em que a egua pode ate querer se ali- mentar, permanecendo tranquila. Ocasionalmente pode ser obser- vada a emissao em jatos, de grande quantidade de colostro. Durante a primeira fase do parto, apenas deve-se observar tranquilamente 0 animal, porem mantenha preparado sobre uma bandeja os seguintes materiais: a. Um par de tesouras cirurgi- ca de 10 a 14cm para, se ne- cessario, realizar a episioto- mia e 0 corte do cordao um- bilical, e uma pinc;:ahemosta- tica tipo Kely, de 18cm. b. Dois lenc;:6islimpos, um para forrar 0 solo, caso haja neces- sidade de auxnio ao parto e outro para enxugar 0 potro. c. Tintura de iodo a 10% e fio de cordone grosso para de- sinfecc;:ao do umbigo e liga- dura do mesmo. d. Fonte de oxigenio conedada a tubo de latex de cerca de 2 cm de diametro para ser uti- lizado, se necessario, na res- suscitac;:ao. e. Cerca de 100 a 200 ml de so- luc;:aode bicarbonato de s6dio a 3% para 0 combate a aci- demia, caso ocorra problemas e 0 potro venha apresentar quadro de slndrome de asfixia f. Drogas estimulantes do co- rac;:aoe da respirac;:ao. g. Fonte de calor para 0 aque- cimento do neonato. A segunda fase do parto e marcada pela exteriorizac;:ao atraves dos labios vulvares, dos amnios, que, com os esforc;:os expulsivos, rompem-se e exterio- rizam, quando 0 posicionamento do feto para 0 parto e normal, os membros anteriores do potro. Nesta fase, geralmente, a egua encontra-se em decubito lateral, realizando esforc;:os expulsivos cada vez mais fortes, ate que a cabec;:ado feto aparec;:aentre os membros anteriores atraves dos labios vulvares. Em seguida, a egua permanece, geralmente, nesta posic;:aoate que se com- plete a "expulsao" do potro. II Assim que 0 potro estiver to- talmente exteriorizado, a egua pode permanecer em decubito lateral, repousando, ou levantar- se imediatamente, causando a ruptura precoce do cordao umbi- lical e perda de volume sangur- neo que se encontrava circulan- do atraves do umbigo do potro. Mas, se a egua nao se levantar,0 cordao umbilical podeni romper- se com as tentativas e os movi- mentos "descoordenados" que 0 potro pode realizar para levantar- se, 0 que deve ocorrer ate cerca de 1 hora ap6s 0 nascimento. o auxilio ou a intervent;:aoso- mente devem ser realizados se o potro estiver recoberto pelas membranas fetais, ou se nao houver a ruptura do cordao um- bilical. Procure retirar cuidadosa- mente as membranas fetais que envolvem 0 potro e desobstrua as narinas, fazendo movimentos de frict;:ao com os dedos sobre o nariz, no sentido da extremida- de do focinho. Procure nao introduzir os de- dos na boca do animal para nao levar baderias ou corp os estra- nhos precocemente ao seu apa- relho digest6rio. Com uma toalha ou lent;:ol limpos fat;:a a limpeza do potro, enxugando-o atraves de frict;:6es suaves, principal mente sobre a regiao dorsal e toracica, procu- rando, desta forma, est(mular a respira<;ao do animal. Assim que a respirat;:ao esti- ver praticamente normalizada, sem qualquer rurdo IIquido ou es- tertoroso, volte ao cordao umbi- lical; palpe com os dedos as arte- rias umbilicais e sinta 0 pulso, que no inrcio e cheio e forte. A medida que ocorra redut;:ao do fluxo arterial umbilical, fat;:amovi- mentos de compressao do cor- dao no sentido do corpo do potro para "empurrar" 0 maximo de sangue contido nos vasos umbi- licais. Ap6s esta manobra, apli- que a pint;:a hemostatica sobre o cordao umbilical prendendo-o, cerca de 2 a 3 dedos abaixo do umbigo; ligue 0 cordao com fio de cordone, abaixo da pint;:a e seccione-o cerca de 1 dedo abaixo. Fat;:a a desinfect;:ao do cordao umbilical imergindo-o em tintura de iodo a 10%. No inrcio do terceiro perrodo do trabalho de parto, a placenta e eliminada, levandoem media 60 minutos ap6s 0 potro ter nascido. A egua pode apresentar sinais de desconforto, girar, suar, patear 0 solo e apresentar intranquilidade, muito semelhante aos sinais ini- ciais do trabalho de parto. A placenta e considerada re- tida quando decorrerem pelo menos 10 horas ap6s 0 nasci- mento do potro, sendo, nesta cir- cunstancia, necessaria a inter- vent;:ao para a sua retirada, que pode ser manual e/ou medica- mentosa, utilizando-se aplica- t;:6esde 30 a 60 UI de ocitocina dilurda em 1 a 2 litros de solut;:ao fisio/6gico, pela via intravenosa. Recolha os restos placentcf- rios e mantenha a mile e filho sob tranquilidade e observat;:ao a distancia. o potro, com 0 tempo, procu- ra se levantar para mamar 0 co- lostro, que e 0 leite mais impor- tante por transmitir imunidade passiva atraves de anticorpos ne- cessarios contra as enfermidades, nas primeiras semanas de vida, ate que 0 seu sistema imunitario possa iniciar a produt;:aodos an- ticorpos e protege-Io das agres- s6es do meio ambiente. Normalmente, a amamenta- t;:aodo potro ocorre sem grandes dificuldades, devido ao instinto maternal apurado que as eguas possuem. Porem, pode ocorrer que por qualquer motivo a egua nao aceite 0 potro, ou entao ocorra a morte da mae no mo- mento do parto, 0 que e pouco frequente, ou durante 0 primeiro mes de vida do potrinho, surgin- do a necessidade do aleitamento artificial. Como ja foi dito, 0 colostro e o leite mais importante para 0 po- tro e ele devera toma-Io no ma- ximo dentro das primeiras 6 a 12 horas de vida, que e 0 perrodo que ocorre 0 pico de absort;:ao das imunoglobulinas, reduzindo gradativamenteem razao das modificat;:6es das celulas epite- liais por celulas maduras e inicio da atividade enzimatica. Com 24 horas de nascimento, 0 rndice de absort;:ao de imunoglobulinas ingeridas fica abaixo de 1%. Por ser epoca de nascimento, procure sempre manter colostro estocado sob refrigerat;:ao ou congelamento para, no caso de necessidade, poder ser adminis- trado ao potro neonato. Aquet;:a 0 leite (colostro) a uma temperatura de 37°C e ad- ministre cerca de 1,0 a 1,5 litros nas primeiras 12 horas de vida do potro, com auxnio de mama- deira ou atraves de sonda naso- gastrica. Uma observa<;:aoimpor- tante a ser feita e a prova de isoimuniza<;:ao para evitar-se a incompatibilidade imunol6gica do colostro com 0 sangue do potro e prevenir a ocorrencia de icte- rfcia hemolftica. Na falta de colostro, ou dese- jando-se potencializar a transfe- rencia da imunidade passiva, po- de-se administrar, pela via intra- venosa, cerca de 20 ml/kg de plasma de sangue de doador, previamente testado quanto a compatibilidade com 0 sangue do potro. Para as amamenta<;:6essub- sequentes, utilize as seguintes formulas de aleitamento artificial: LEITE A Leite de vaca - 700 ml Agua fervida - 300 ml Lactose ou glicose - 30 9 Carbonato de calcio - 5 9 Gema de ovo - 1 unidade LEITE B 1/3 de leite de vaca 1/3 de leite em po ou mingau ralo de aveia 1/3 de agua fervida ou filtrada 1 gema de ovo/litro 3 9 de lactose/litro 5 gotas de acido cftrico Em toda amamenta<;:aoarti- ficial e necessario se estabele- cer um esquema racional e pro- gressivo baseando-se no fato de que os potros devem mamar cer- ca de 10% de seu peso ao dia Figura 1.1 Amamentac;ao de potro com mamadeira. em leite artificial, administrado varias vezes ao dia, com interva- los de 2 horas entre as mama- das, nos primeiros 5 dias de vida. A medida que a quantidade de leite mamado for aumentando, as quantidades de mamadas ao dia se reduzem, e 0 potro devera ser ensinado a mamar em baldes ou em mamadeiras apropriadas para maiores volumes de leite. A partir da segunda semana de vida, se 0 potro for 6rfao, pro- cure arranjar-Ihe companhia, in- tegrando-o aos demais potros do haras, de preferencia da mesma idade, e inicie um sistema de ali- menta<;:ao com alimentos con- centrad os, balanceados para po- tro ate sete meses, e volumosos verdes e tenros de boa qualidade. Pelo menos duas vezes ao dia, observe atentamente todos os potros, verifique se estao ma- mando e se alimentando no "cli- per" normal mente, se estao tris- tes e apaticos, se sofrem diar- reia, observe as narinas e veja se nao ha corrimento purulento ou se 0 potro tosse. Em razao do potro neonato nao possuir um sistema imune ativo, 0 colostro torna-se 0 leite mais importante em sua ama- menta<;ao e responsavel pela transferencia de imunoglobuli- nas que iran protege-Io, notada- mente no primeiros do is meses de vida. o colostro a ser mamado pe- 10 potro, deve ser avaliado pelo medico veterinario tanto f1sica como laboratorial mente, para subsidiar a decisao de substitul- 10 por outro de melhor qualidade, se for 0 caso (banco de colostro), ou suplementa-Io com colostro ou plasma estocados (banco de colostro e banco de plasma). "amarelo ouro" cremoso, es- pesso (consistencia seme- Ihante a parafina IIquida); gravidade; avaliada atraves do colostrometro e esta cor- relacionada com a concentra- <;aode IgG. Teste de imunodifusao radial simples para determina<;ao de imunoglobulinas (lgG). Teste de aglutina<;ao para determina<;ao de aloanticor- pos anti-hemacias (icterlcia hemolltica). Teste de aglutina<;aoem latex e outros. A avalia<;ao do colostro pelo metodo da gravidade especffica (colostrometro), permite identi- ficar com facilidade colostros de baixa qualidade (nlveis de IgG baixos) e quais os potros expos- tos ao risco de receberem defi- cientemente a transferencia de imunidade, predispondo-os a se- rios riscos de adquirirem graves afec<;6es nas primeiras sema- nas de vida. A gravidade especffica pode ser medida no colostro imediata- mente ap6s 0 nascimento do po- tro e antes da primeira mamada, em amostras de 5 ml do leite, e deve ser, pelo menos, maior ou no mlnimo igual a 1.060, e con- ter por testes especfficos, no ml- nimo 3.000 mg de IgG/dl, pa- ra conferir boa transferencia de imunidade e se prestar para que o excesso possa ser estocado no banco de colostro. A avalia<;ao do colostro 1 a 4 horas ap6s 0 nascimento do potro ou ap6s a primeira mama- da fornece dados relativos e nao confiaveis em razao da ocorren- cia do decllnio natural das taxas normais, prejudicando a inter- preta<;ao real da qualidade ini- cial do leite materno. A detec<;ao de colostro de baixa qualidade, quando a gra- vidade especffica encontra-se entre 1.050 a 1.060, e a con- centra<;ao de IgG menor do que cerca de 3.000 mg/dl, deve ser compensada com suplementa- <;aode cerca de 300 a 500 ml de colostro de boa qualidade administrado atraves da sonda nasogastrica. Entretanto, quan- do a densidade estiver abaixo de 1.050,0 volume de colostro a ser suplementado para 0 potro, pode atingir ate 1 litro. Este procedi- mento, certamente Iraconferir ao potro neonato, nlveis de imuno- globulinas adequados, protegen- do-o de infec<;6es neonatais. 1.3. Avalia~o da imunidade passiva no potro neonato. A necessidade de avalia<;ao dos nlveis de imuno-competen- cia do potro neonato reside, no- tadamente, na avalia<;aode defi- ciencias na transferencia de imu- nidade, em razao da ingestao de colostro de baixa qualidade, aga- lactia da egua, ordenha preco- ce, ou ate mesmo amamenta<;ao tardia (primeira mamada) por quest6es de manejo inadequa- do ou por dificuldades inerentes ao potro, como por exemplo, nos casos de deficiencias congeni- tas e ma-absor<;ao intestinal de imunoglobulinas e ma forma<;ao dos membros, que 0 impe<;amde levantar-se ou permanecer em posi<;aoquadrupedal. Ap6s 0 nascimento do potro, o tempo em que ele leva para executar a primeira mamada, a quantidade de leite ingerido, e o tipo de anticorpos especfficos contidos no leite, san fatores fundamentais na preven<;ao de infec<;6es, e frequentemente a execu<;ao de um manejo ade- quado de maternidade e aten- <;aoao neonato, tornam-se im- portantes para que hajam nlveis de imunoglobulinas no leite, su- ficientes para a defesa do ani- mal. (Ouadro 1). QUADRO 1. Valores de IgG e c1assificayao em transfer€!ncia de imunidade passiva no potro neonato. < 200mg IgG/dl 200 a 400mg IgG/dl > 400mg IgG/dl 400mg IgG/dl A avaliac;aodos nrveisde IgG serico antes de 12 a 18 horas ap6s 0 nascimento do potra po- de resultar em leituras abaixo dos nrveis normais desejados, e, po- dendo elevar-se em novas amos- tras colhidas ate a 24a hora, devi- do, principalmente, ao transporte contrnuo pela via sangurnea e lin- fatica, das imunoglobulinas absor- vidas pelo trato gastrenterico. En- tretanto, ao se testar os nfveisse- ricos de IgG de potros neonatos da 8a a 11a horas de nascidos (teste precoce), os resultados podem demonstrar nrveis meno- res do que 200 a 400 mg IgG/dl. Caso estes nfveissejam cons- tatados em potros que se ali- mentaram na primeira mamada, com colostro testado e conside- rado de boa qualidade, 0 potro deve ser considerado como imuno-incompetente, e, portan- to, de alto risco, tornando-se ne- cessaria a infusao de plasma pela via intravenosa. Ouando os nrveis sericos de IgG saGavaliados entre 18 e 24 horas ap6s 0 nascimento (teste tardio), e demonstrarem falha de transferencia imunol6gica de qualquer natureza, deve-se ins- tituir imediatamente a terapia com plasma, pois quanto mais tardia for a detecc;ao de nfveis baixos de IgG (menores do que 400/dl), e a instituic;ao de trata- mento com plasma, maiores se- rao os riscos do potro em con- trair infecc;6es,desenvolver sep- ticemia e ir a 6bito. Varios saGos testes que po- dem ser utilizados para a avalia- c;ao e controle da transferencia de imunidade passiva do potro: 1. Metodo do fracionamento de protefna por eletroforese: se- parafrac;6esda globulina (alfa, beta e gama) e albumina. 2. Metodo da imunodifusao radial: proporciona avaliac;:ao quantitativa do IgG que se movimenta atraves do gel para juntar-se aos anticorpos e formar cfrculos visfveis. 0 teste dura 24 horas e possi- bilita a medic;:aode 0 a 3.000 mg IgG/dl, sendo necessa- rio a. utilizac;:aode "kits" apra- priados para tal. E importan- te ressaltar-se que 0 padrao de referencia de imunodifu- sac varia com 0 sistema de obtenc;:aoutilizado, podendo a mesma amostra de sora in- dicar quantidades de IgG di- ferentes quando testadas em varios laborat6rios. 3. Metodo de avaliayao imuno- enzimatiea: e um metodo de avaliac;:ao semiquantitativo que utiliza padrao de cores estabelecido pela combina- c;:aode enzima com IgG. 0 padrao de cores pode medir 200,400 e 800 mg IgG/dl contidos em soro ou sangue integral. 0 metodo e reali- zado com "kits" especfficos e fornece resultado em apro- ximadamente 10 minutos ap6s 0 seu infcio. 4. Metodo da aglutinayao em latex: 0 metodo estima a con- centrac;:aode IgG por agluti- nac;:ao somente em nrveis abaixo de 400 mg/dl no soro ou sangue total de potros. Os resultados SaGobtidos em 10 minutos e nao sofrem interfe- rencia de hem6lise. 0 teste pode apresentar nrveis de IgG acima do real. 5. Metodo da turvayao do sul- fato de zineo: e um metodo correlato a imunodifusao ra- dial, consistindo na avaliac;ao semiquantitativa de imuno- globulinas totais. A avaliac;ao e realizada pela precipitac;ao das imunoglobuli- nas do soro que se combinam com fons zinco em soluc;ao. A leitura pode ser efetuada por espectrofot6metro, ou visual- mente pela turbidez da amos- tra, conforme a experiencia do operador. o metodo pode ser realiza- do com "kits" comerciais ou por preparo adequado da solu<;ao teste no laborat6rio. A hem61ise pode superestimar a leitura em potros que apresentam niveis abaixo de 400 mg IgG/dl. 1.4. Utiliza~ao de plasma no tratamento de afec~oes no potro neonato. o potro neonato pode ser acometido par varias deficiencias e afec<;6es que podem neces- sitar a utiliza<;aodo plasma, pre- ventivamente, au como adjuvan- te no tratamento de infec<;6es graves. Situa<;6escomo falencia absoluta da transferencia de imunidade passiva, em que os niveis de IgG estejam abaixo de 200 mg/dl, ou em potros consi- derados de alto risco, com niveis de 200 a 400 mg IgG/dl, paten- cialmente podem expo-Ios a pro- cessos infecciosos, geralmente letais, como por exemplo, as sep- ticemias. (Ouadro 2). Preventivamente, a eleva<;ao dos niveis sericos de IgG, testa- dos laboratorial mente, em po- tros entre 18 a 24 horas de vida, devem situar-se ap6s a adminis- tra<;:aode plasma, entre a faixa de 600 a 800 mg/dl para que o organismo do potro possa ter um sistema de defesa compe- tente no combate as agress6es par microarganismos. Varios sac os tipos de plas- mas que podem ser utilizados na terapia de potros neonatos e es- tao relacionados a indica<;:aode acordo com a etiopatogenia do processo,como a anti-endotoxina J-5 (E coli); a anti-endotoxina S. typhimurium; 0anti-Rhodococcus equi e 0 plasma de doador nao hiperimunizado. Evidentemente, em situa<;6es de preven<;ao,ou nos casos em que 0 diagn6stico c1inicoesta definido, a utiliza<;ao de plasma hiperimune espedfico torna-se mais interessante do que a aplica<;aode plasma nao hipe- rimunizado.Entretanto, nao se ve- rifica nenhum efeito terapeutico adicional ao se utilizar 0 plasma anti-RhodocoCCU5 equi, ern po- tros que apresentam les6es ins- taladas nos pulm6es, articula<;6es e no mesenterio, demonstrando que este detalhe nao e funda- mental ou importante para me- Ihorar os resultados do trata- mento instituido. o volume total de plasma a ser administrado, pode ser cal- culado com base nas necessi- dades de eleva<;:ao dos niveis sericos de IgG do potro. A dose de 20 ml/kg de peso, em media (± 1 litro de plasma/potro de 45 kg de peso), pode elevar os ni- veis sericos de IgG do potro en- tre 50 a 200 mg/dl, sendo ne- cessaria a realiza<;:aode controle p6s-transfusao para 0 acom- panhamento da eleva<;:ao dos niveis de defesa do organismo. Entretanto, em situa<;:6es de septicemia, torna-se imperioso que os niveis sericos de IgG se- jam elevados ate entre 600 a 800 mg/dl/45kg de peso de potro, 0 que exige que se fa<;aa transfusao de cerca de 4 litros ate 6 litros de plasma. o potro que Ira receber a transfusao de plasma ou outro tipo de fluidoterapia pela via intravenosa, deve ser devida- mente preparado para tal. Reco- Plasma intravenoso em potros com mais de 18 horas de vida. Bom manejo em potros de baixo risco. Pode-se tratar com plasma intravenoso. Nao tratar, a nao ser que 0 potro seja de alto risco ou apresentar septicemia; em caso de sepse, elevar IgG ate 800mg/dl. menda-se a tricotomia e anti- sepsia de ambas as goteiras ju- gulares, no terc;;omedio do pes- coc;;o,e aplicac;;aode cateter fixa- do por sutura cutanea ou banda- gem aderente, antes da acopla- gem do equipo de transfusao. A velocidade de fluxo do plasma nao deve ser maior do que 1 litro por um perfodo de 15 minutos para um potro de 45 quilos, sen- do que 0 ideal deveria situar-se em tomo de 20 ml/kg/hora, 0 que corresponderia a cerca de I litro de plasma por hora de infusao. A transfusao de plasma exi- ge monitorizac;;aoconstante das grandes func;;6es, por parte do medico veterinario, em virtude da possibilidade de ocorrencia de reac;;6esadversastipo anafilaticas. o aumento das frequencias car- dfaca e respirat6rio, a presenc;;a de tremores, sudorese generaliza- da e agitac;;ao,podem ser indica- tivos de reac;;6esao plasma,0 que obriga a reduc;;aodo fluxo ou inter- rupc;;aoda transfusao pelo menDs durante 5 a 10 minutos, ate que os sinais de incompatibilidade desaparec;;amou fiquem reduzi- dos de intensidade. Caso haja persistencia dos sinais, 0 potro devera receber imediatamente, pela via intravenosa, cerca de 100 a 200 mg de prednisolona e 0,5 a 1,0 mg de prometazina. A via oral para a administra- c;;aode plasma podera ser utili- zada somente em situac;;6esem que haja, comprovadamente, deficiencia absoluta ou relativa de IgG, em potros de alto risco e com menDs de 12 horas de vida, pois os nfveis da absorc;;aoente- rica se reduzem drasticamente com 0 tempo, podendo resultar em baixos nfveis sericos de imu- noglobulinas, proporcionando falsa sensac;;ao ao profissional que 0 animal encontra-se imuno- logicamente protegido. 1.5. Icterfcia hemoHtica do neonato. Constitui processo de anemia hemolftica resultante da isoimu- nizac;;aoda egua contra hema- cias do potro durante a gestac;;ao, a semelhanc;;ada icterfcia do re- cem-nascido por problema de Rh no homem. A isoimunizac;;aoe desenca- deada pel a incompatibilidade sangufnea feto-mae, atraves da ativac;;aodo sistema imunitario da egua por antfgenos provenientes das hemacias do feto. A maneira com que os antfge- nos atravessam a barreira trans- placentaria nao esta bem deter- minada, havendo, porem, a possi- bilidade de ocorrer atraves de pe- quenas les6es ou descolamentos aclfnicos da placenta, no terc;;ofi- nal da gestac;;ao,uma vez que os anticorpos da mae em condic;;6es de higidez gestacional nao cau- sariam nenhum dano ao feto, em razaoda impossibilidade de trans- ferencia transplacentaria. Em eguas que nao possuem antfgenos dos grupos Aa ou Oa, a aloimunizac;;aopor "quebras"nas barreiras da circulac;;aomaterno- fetal, devidas as micro-les6es, po- de desencadear a afecc;;ao no potro. As sucessivas absorc;;6es de aloanticorpos Aa e Oa,que se acumulamno colostro, podem, tambem, desencadear a isoeritr6- lise. Entretanto, eguas que nao possuem anticorpos Ca, sac me- nos propensas a apresentarem respostas imune do que as do grupo sangufneo Aa. o potro ao nascer nao apre- senta qualquer alterac;;aoc1fnica aparente, e mama normalmente o colostro rico em anticorpos an- ti-hemacias produzidos durante a isoimunizac;;ao.Por este motivo podera, ja a partir das 24 a 40 horasde vida,em virtudeda absor- c;;aointestinaldos anticorpos,apre- sentar sinais de apatia ou fadiga; desinteresse em mamar, mesmo quando a teta Ihe e oferecida; aumento das frequencias respi- rat6ria e cardfaca; conjuntivas inicialmente palidas a anemicas e, posteriormente, adquirindo a colorac;;aoamarelo-esverdeada, caracterfstica da icterfcia. A uri- na podera, em casas agudos, com instalac;;aoda afecC;;aonas primeiras vinte e quatro horas de vida, apresentar ligeira des- colorac;;ao para tornar-se aver- melhada devido a eliminac;;aode hemoglobina. A confirmac;;ao da enfermi- dade e realizada pelo teste da aglutinac;;ao, misturando-se em partes iguais sangue do potro com soro sangufneo da mae, ou 1 gota de sangue do potro, com anticoagulante, com 1 gota do colostro. Caso ocorra aglutina- c;;ao,realize diluic;;6esdo colostro em soluc;;aofisiol6gico ate 1:32 e teste 0 sangue do potro para cada uma das diluic;;6es.Tftulo acima de 1 :8 deve ser conside- rado positivo, sendo necessaria a substitui<;:ao do colostro da egua mae por colostro de outra egua cuja rea<;:aoseja negativa com 0 sangue do potro. Profilaticamente, a icterlcia hemolltica podera ser evitada realizando-se 0 teste acima cita- do para 0 diagn6stico da enfer- midade no potro recem-nasci- do, ou at raves da prova de aglu- tina<;:aodo sangue do garanhao, pai do potro, e do soro da mae, duas semanas antes do parto. Este procedimento permite, com relativa antecedencia, que as providencias possam ser toma- das para a substitui<;:ao do co- lostro, ou para que 0 aleitamen- Figura 1.2 Mucosa oral icterica - isoeritr61ise neonatal. to do potro que vai nascer seja artificial. o potro ao nascer devera ter seu sangue testado para se evi- tar a incompatibilidade, antes da primeira mamada. Caso seja po- sitivo, devera ser impedido de mamar, portanto 0 parto prefe- rencialmente, deve ser assistido, e ele devera receber colostro de outra egua ap6s 0 teste, asso- ciado ou nao a administra<;:aode plasma. A egua devera ser orde- nhada a cada 2 horas durante 3 a 5 dias, possibilitando, desta for- ma,depois de decorrido este pe- rlodo, a amamenta<;:aodo potro direto na mae sem que ele possa correr 0 risco de apresentar qual- quer problema, ja que nao mais ocorrera a absor<;:aode anticor- pos incompatlveis ao seu sangue. o tratamento curativo exige alem dos procedimentos citados, quanto a ingestao de colostro de doadoras sadias, transfusao de sangue previamente testado quando 0 hemat6crito for menor do que 18, ou a exsangulneo transfusao quando os nlveis de hemacias forem menores do que 3 x 106/1-11(cerca de 1 a 2 litros de sangue total). No combate ao choque que se instala na maioria dos casos, a oxigenioterapia, cor- ticoterapia (dexametasona na dose de 0,1 a 0,2 mg/kg) e anti- histamlnicos (prometazina na do- se de 0,25 mg/kg), sac vitais pa- ra a sustenta<;:aodo potro e 0 blo- queio do cicio do choque. Em ra- zaodo estresse e da possibilidade de imuno-incompetencia passi- va do potro, este podera ficar sus- ceptlvel as infec<;:6es,sendo reco- Figura 1.3 Icterfcia neonatal - visceras. mendado, nestes casos, a insti- tui<;:aode antibioticoterapia pre- ventiva, preferencialmente com antibi6ticos de amplo espectro de a<;:ao. 1.6. Srndrome de ma-adapta~o neonatal. Conhecidos como "Iadrado- res", "idiotas" e "convulsivos", os potros acometidos pela sfndrome de ma-adapta<;:aoapresentam um conjunto de sinais que secaracte- rizampor anormalidades de com- portamento geral e da psique. A causa, ou causas da sfndro- me de ma-adapta<;:aoainda saG desconhecidas, no entanto, pode- se evidenciar situa<;:6esdesenca- deantes como traumas, an6xia e hemorragias do sistema nervoso central. Potros com septicemias, meningite septicemica, hipogli- cemia, desequillbrios eletrolfticos, desequillbrio acido-base e malfor- ma<;:6escongenitas, podem apre- sentar sinais e comportamentos semelhantes a sfndrome de ma- adapta<;:aoneonatal c1assica o potro ao nascer apresenta comportamento geralmente nor- mal ate as primeiras 24 a 72 horas,mamando e se relacionan- do bem com 0 ambiente e a mae. Os sinais c1fnicosse iniciam com desorienta<;:ao,andar em drcu- los e permanecer nos cantos se estiver estabulado na maternida- de. Neste perfodo, 0 potro nao reconhece a mae e parece es- tar cego, realiza amplos movi- mentos de pesco<;:o,dos mem- bros e do corpo, que podem du- rar horas e anteceder as crises convulsivas. A convulsao se ca- racteriza por espasmos progres- sivos do pesco<;:o,membros e cauda, intercalados de contra- <;:6estonico-c1onicas, seguidas de opist6tomo e extensao rfgida do corpo. A dura<;:ao da crise pode ser de ate 30 minutos, po- dendo, inclusivo, levar 0 potro a morte. Alguns animais podem se recuperar entre 7 a 10 dias ap6s a primeira crise, demonstrando os primeiros sinais de melhora entre 4 a 5 dias do infcio das ma- nifesta<;:6es. o diagn6stico da sfndrome de ma-adapta<;:aotem por base os sinais c1assicos da afec<;:ao, devendo 0 medico veterinario sempre realizar os procedimen- tos necessarios para 0 diagn6s- tico diferencial com outras afec- <;:6esque manifestam sinais c1f- nicos semelhantes como a me- ningite septica, hipoglicemia se- vera (nfveis de glicose menores do que 100 mg/dl, que pode ser causada por septicemia, doen<;:a hepatica aguda, prematuridade e dismaturidade). Exames como hemograma, bioqufmicos do soro, Ifquidocefa- lorraquidiano, hemogasometria, medidas dos nfveis de IgG serico e hemocultura saGimportantes na avalia<;:aodo quadro c1fnicoe para a determina<;:ao do diagn6stico diferencial. o tratamento da sfndrome de ma-adapta<;:aoneonatal consiste, fundamental mente, em terapia de suporte e prote<;:ao24 horas ao dia, exigindo um servi<;:ode enfermagem eficiente. 0 potro deve ser alimentado via sonda nasogastrica a cada 1 hora du- rante pelo menos 3 a 4 dias, e depois a cada 2 a 3 horas, com leite materno ou leite artificial, em volume diario de 10% a 20% de seu peso bruto. Este regime ali- mentar deve proporcionar um ganho diario ponderal de cerca de 20%. Fluidoterapia eletrolltica e glicose pela via intravenosa, au- xiliam namanuten<;aoda homeos- tase e do metabolismo como um todo, assim como a oxigeniotera- pia fornecera ventila<;aoadequa- da e essencial ao equilibrio gaso- so, principal mente em animais em crise ou semicomatosos. Muitos potros apresentam hi- perreflexia que os levam a exte- nua<;aomuscular, obrigando-nos, nestas situa<;6es,a aplica<;aode drogas sedativas, ate que possa- mos controlar a intensidade e fre- quencia das crises convulsivas. Drogas como diazepam (0,1 a 0,4 mg/kg); fenobarbital (5 a 20 mg/ kg) e pentobarbital s6dico (2 a 4 mg/kg) saG eficientes e devem ser utilizadas preferencialmente pela via intravenosa e diluidas em solu<;aofisiol6gica Fenotiazinicos e xilazina saG contra indicadas para 0 controle das crises convul- sivas, em razao dos efeitos vaso- motores indesejaveis que provo- cam. Frente a suspeita de ede- ma cerebral, drogas hiperosm6- ticas como 0 manitol, devem ser evitadas, podendo-se optar, na fase aguda do processo, pelo DMSO na dose de 0,5 a 1,0 mg/ kg diluido em solu<;aoa 10%. o progn6stico para os casos de sindrome de ma-adapta<;ao c1assica e favoravel, sendo que 80% dos potros afetados sobre- vivem quando nao apresentarem hemocultura positiva, IgG serico abaixo de 400 mg/dl, com- prometimentopulmonar, refluxo gastrico, diarreia e prematuridade. A antibioticoterapia e 0 trata- mento adjuvante com plasma de- vem ser utilizados frente a possi- bilidade do potro ser imuno-in- competente e desenvolver qua- dros septicos fatais. 1.7. Malforma~ao do reto e anus. Afec<;ao relativamente fre- quente, de carater congenito, que impede a elimina<;aodo meconio e defeca<;6es consecutivas. Caraderiza-se por uma im- perfura<;aodo oriffcio anal acom- panhada, as vezes, por uma oclu- saG da ampola retal, que pode terminar em fundo de saco a uma distancia variavel em rela- <;aoao anus. Potros portadores desta ma- forma<;ao nascem e se alimen- tam normal mente ate as primei- ras 24 horas, para em seguida apresentarem abdomen abaula- do, crises de desconforto abdo- minal de intensidade variavel, e evidentes sinais de auto-intoxi- ca<;ao, com aumento das fre- quencias respirat6ria e cardiaca, congestao de conjuntiva e, pos- teriormente, apatia. 0 diagn6sti- co e simples de ser realizado, bastando a observa<;ao da au- sencia do oriffcio anal. Ocasionalmente,o potro alem de apresentar a imperfura<;ao anal,podera ser portador, no caso de femeas, de fistula reto-vaginal. Nestas circunstancias, havera eli- mina<;aode fezes atraves da va- gina, sendo os sintomas gerais brandos ou mesmo ausentes. o tratamento e exclusiva- mente cirurgico e deve ser feito 0 mais rapido possivel para se evi- tar as complica<;6es de auto-in- toxica<;aoe morte. Normalmente, logo ap6s a abertura cirurgica do orificio anal,0 potro come<;aa de- fecar em grande quantidade, res- tabelecendo 0 volume e 0 nume- ro de defeca<;6esde maneira gra- dativa. Ouando a interven<;aofor tardia e 0 animal ja apresentar sinais de auto-intoxica<;ao,admi- nistre solu<;aode glicose 5% por via intravenosa na dose de apro- ximadamente 10 a 20 ml/kg, num fluxo de 60 gotas/minuto. Fa<;a cobertura antibi6tica preventiva aplicando 10.000 a 20.000 UIde penicilina G benza- tina ou 10 mg/ kg de terramicina pela via intramuscular. Em situa<;6es em que ha a ocorrencia de fistula reto-vagi- nal, torna-se necessaria a repa- ra<;aoda comunica<;ao por meio da abla<;ao do trajeto fistuloso e a recomposi<;ao, tanto da pa- rede do reto, quanto da vagina. Sao chamadas de meconio as fezes eliminadas na primeira defeca<;aodo potro ap6s 0 nasci- mento. Em condi<;6es normais, ap6s a primeira mamada do co- lostro,o meconio e eliminado den- tro das primeiras 12 horas p6s- natal,sendo que 0 colostro consti- tui importante fator de lubrifica<;ao e de estfmulo para 0 transito fecal. Frequentemente, potros re- cem-nascidos podem apresentar constipa<;ao caraderizada pela total ausencia de elimina<;aodas primeiras fezes, cuja causa prin- cipal consiste na demora da in- gestao do colostro, ou decorren- te de estreitamento da pelvis nos machos, advindo, consequente- mente, compactac;ao e endure- cimento das fezes. Ocasional- mente, a nao eliminac;ao do me- c6nio decorre da ausencia de abertura da ampola retal, 0 que independe da presenc;a ou nao do oriflcio anal, ou ser conse- quencia de ma-formac;ao conge- nita do aparelho digestorio, como no caso de agenesia parcial do colon maior e menor. Algumas vezes a constipac;ao podera ser tardia, apresentando, o potro, retenc;ao das fezes devi- da a compactac;ao,muito embora possa ter eliminado pequena quantidade do mec6nio logo no infcio de sua vida. Os sintomas consistem em manifestac;6es de desconforto abdominal leve e progressivo; 0 potro escoiceia, deita e se levan- ta com frequencia, podendo apre- sentar,com a persistencia do pro- blema,sintomas de auto-intoxica- c;ao,como conjuntivas congestas, taquipneia, taquicardia e ocasio- nalmente elevac;ao no tempo de replec;aocapilar. o manejo preventivo consis- te na administrac;ao precoce do colostro. o tratamento deve ser inicia- do administrando-se laxantes por sonda nasogastrica, como dioctil-sulfosuccinato de sodio, ou oleo de rfcino.Decorridos cer- ca de 30 a 40 minutos pode-se auxiliar atraves de toque retal, re- tirando-se 0mec6nio acumulado no reto. Diante do insucesso des- ses procedimentos, devem ser Figura 1.4 Tenesmo em potro com retenyao de meconio. Figura 1.5 Agenesia parcial do colon maior e menor. Figura 1.6 Meconio na agenesia parcial do colon maior e menor. realizados enemas, introduzindo- se uma sonda de borracha flexi- vel atraves do oriflcio anal, 0 mais profundo possivel, e infundindo- se em seguida uma mistura em partes iguais de glicerina liquida neutra e agua morna, completan- do um volume total de cerca de 500 ml. A t8cnica do enema .00- dera ser repetida ate 3 vezes, se necessario. Pode-se utilizar tam- bem para a realizac;:aodo enema em potros, soluc;ao de fosfato monoss6dico e fosfato diss6dico (produto comercial), munido de aplicador especial, ou realizar-se infusao continuada de soluc;:aofi- siol6gica com auxOio de equipo introduzido no reto. Se ap6s cer- ca de 6 a 12 horas 0 meconic permanecer retido, ou 0 quadro c1inicoagravar-se com sinais de intenso desconforto abdominal com alterac;:6esna normalidade circulat6ria, a laparoenterotomia constituir-se-a como ultimo recur- so para a soluc;ao do problema. o uraco e um pequeno canal que carre junto aos vasos umbi- Iicais, cuja finalidade e a de eli- minar a urina fetal para a cavi- dade alant6idea, formando 0 li- quido alant6ide. A persistencia ou a nao-re- gressao do conduto urinario fetal, que em condic;:6es normais se oblitera logo ap6s 0 nascimento, possibilita a eliminac;:aoda urina atraves do umbigo. A urina es- corre gota a gota pelo coto umbi- lical que em sua base esta sen- sivel,quente e umido. Ocasional- mente a afecc;:aoreg ride espon- taneamente ap6s alguns dias; no entanto, e conveniente que se inicie 0 tratamento imediatamen- te, aplicando-se tintura de iodo 2% a 5% ou nitrato de prata 1% em torno do anel umbilical, uma vez ao dia. Quando a cura nEW ocorre pelo metodo conservador, 0 pro- cesso inflamat6rio que se insta- la em torno do anel umbilical pre- disp6e a instalac;:aode bacterias que podem agravar 0 quadro, de- sencadeando bacteremia e .00- liartrite. A intervenc;:aocirurgica, constando de laparotomia e la- queadura do uraco junto a bexiga urinaria, e 0 tratamento radical e definitivo para os casos rebeldes ao tratamento convencional. 1.10. Ruptura da bexiga - uroperit6nio. Ocorre devido a compressao que sofre a bexiga urinaria do .00- tro durante os esforc;:osde expul- sac realizados pela egua no mo- mento do parto, ou a extrema tensao que sofre 0 cordao umbi- lical, fazendo com que, conse- quentemente,o uraco tracione e rompa a bexiga repleta de urina. Os sinais c1inicos iniciam-se 12 a 24 horas ap6s 0 nascimen- to caracterizando-se por depres- sac e desconforto. 0 animal apre- senta ainda: tenesmo, manifesta- c;:6esde desconforto abdominal, aumento das frequencias respi- rat6rio e cardiaca, conjuntivas pa- lidas, estranguria, letargia e con- vulsao nas fases finais da afec- c;:ao.Oabdomen apresenta abau- lamento progressivo causado pe- 10 acumulo de urina, assim como podem surgir sinais gerais de in- toxicac;:ao,levando alguns potros a coma e morte por uremia. o quadro de desconforto ab- dominal (c6Iica) apresentado pe- Joanimal decorre, principal men- te, devido a instalac;:aode perito- nite irritativa (asseptica), desen- cadeada pela presenc;:ade urina na cavidade abdominal. o diagn6stico tem por base a manifestac;:ao c1inica, podendo ser consubstanciado por exames laboratoriais, Raios-X (urografia excretora ou retr6grada) e ultra- sonografia da bexiga, uraco e ureteres. A percussao digito-di- gital da parede abdominal abau- lada pode mostrar a formac;:aode ondas caracteristicas da presen- c;:ade IIquido cavitario. Laboratorialmente, os potros com uroperitonio podem apre-sentar leucocitose com neutrofi- lia (> 15.000/ ml), hiponatremia, hipocloremia, hipercalemia e aci- dose metab6lica. A ureia e crea- tinina geralmente encontram-se em niveis acima de 66 mg/dl e 4,1 mg/dl respectivamente, sen- do a relac;:ao ureia/creatinina > 11,4:1.Outro dado laboratorial importante e a relac;:aocreatinina serica/creatinina peritoneal, .00- dendo-se obter valores > 1 : 2. Sob 0 ponto de vista pratico, e na presenc;:ade uroperitonio de- corrente de ruptura de bexiga, 0 teste da infusao de azul de meti- lena a 1% par via uretral retr6gra- da, antes da paracentese abdo- minai, possibilita 0 diagn6stico da afecc;:ao.Infundindo-se cerca de 10 ml de azulde metileno a 1%, e, em havendo ruptura vesical, a pa- racentese abdominal Ira revelar liquido peritoneal tingido. a tratamento deve ser institui- do 0 mais precocemente possi- vel, consistindo de sustentac;:ao do animal com fluidoterapia po- li6nica e correc;:ao do equillbrio acido-base. A laparotomia segui- da de cistorrafia deve ser realiza- da imediatamente ap6s a estabi- lizac;:aodo quadro c1inicodo ani- mal, e se constitui no metodo de- finitivo de resoluc;:ao. Tratamentos conservadores, com base na sustentac;:aometa- b61ica e drenagem abdominal por paracentese, raramente for- necem resultados satisfat6rios. Eo processo inflamat6rio que acomete 0 cordao umbilical dos potros neonatos, resultante da falta de higiene ambiental, de cuidados gerais e de tratamento do umbigo, no momento do nas- cimento e nos dias seguintes. A instalac;:aodo processo ori- gina-se por invasao bacteriana, lesando os tecidos do cordao umbilical, produzindo inicialmen- te tumefac;:aoquente e dolorosa. Na contingencia da patogenici- dade do microorganismo ou do estado imunitario do potro, que pode estar comprometido pela falta de ingestao de colostro e por imuno-incompetencia, pode- ra ocorrer invasao bacteriana produzindo bacteremia, e os mi- croorganismos instalarem-se nas articulac;:6es,ocasionando a poliartrite dos potros. a organismo do animal po- dera responder a infecc;:aopro- duzindo um tecido reacional em torno da afecc;:ao,encapsulando- a. Este quadro e 0 mais frequen- te, sendo observado, na regiao umbilical, um aumento de volu- me de diametro variavel, frio, in- sensivel a palpac;:aoe flutuante por conter pus em seu interior, que pode ser colhido atraves de punc;:ao para ser submetido a cultura e antibiograma. Tendo em vista as peculia- ridades anat6micas do cordao umbilical, composto por duas ar- terias que se conectam com a arteria iliaca interna; uma veia que interliga a placenta ao f1ga- do, e 0 uraco que comunica a be- xiga fetal a cavidade alant6ide, a infecc;:ao podera se estender atingindo principalmente 0 f1ga- do atraves da veia umbilical. Figura 1.7 Onfaloflebite - umbigo aumentado de volume. Figura 1.8 Onfaloflebite atingindo 0 figado. Nestas condi<;i5es, a avaliac;:ao somente paden§. ser realizada atraves de ultra-sonografia au mesmo durante a ato cirurgico. o tratamento, na fase inicial, deve ser feito pela aplica<;ao de tintura de iodo 2%, diariamente no coto do umbigo, e cobertura antibi6tica com penicilina G ben- zatina na dose de 30.000 UI/kg, pela via intramuscular, au genta- micina na dose de 2 mg/kg, pela via intramuscular au subcutanea a cada 8 horas, pelo menos du- rante 5 dias. Eventualmente, po- de-se drenar a conteudo e tratar a "balsa" atraves de infusoes de anti-septicos com ac;:aodeter- gente e tintura de iodo a 2%, concomitantemente a antibioti- coterapia. Nos casas em que a processo ja esta organizado, pela forma<;ao da capsula fibrosa, a tratamento deve ser cirurgico, com a retirada da "bolsa" purulenta sem que haja ruptura e extravasamento do pus. Ouando a processo se estende ao segmento abdominal do cor- dao umbilical, e ate a interior do fig ad0, devido a nao regressao neonatal da veia umbilical, fre- quentemente a progn6stico tor- na-se extremamente grave e a eutanasia a unica indicac;:ao. As septicemias sao caracte- rizadas par um estado de inva- sao de microorganismos na cor- rente sangulnea, determinando lesoes generalizadas em prati- camente todos os 6rgaos, cons- tituindo causa comum de morta- lidade em potros neonatos. Os potros podem estar expos- tos a invasao de bacterias pato- genicas, virus e, raramente, fun- gas, principalmente devido a: a. Problemas com a egua ges- tante, tais como processos placentarios, infecc;:oesvagi- nais, c61icasno terc;:ofinal da gestac;:ao,endotoxemias,esta- dos febris e perdas significati- vas de colostro antes do parto. b. Problemas com a parto, como distocias e parto induzido. c. Problemas com 0 potro, nos casas de reflexo de succ;:ao ausente ou deficiente, ges- ta<;ao prolong ada, prematu- ridade e imaturidade. d. Fatores ambientais em con- dic;:aode falta de higiene du- rante 0 parto, pouca venti la- c;:ao,superpopulac;:ao e can- tata com animais enfermos. A maior incidencia de proces- sos septicemicos ocorre em po- tros prematuros que nascem fra- cas, assim como em potros que nao mamaram colostro au softe- ram falencia parcial na transfe- rencia passiva de imunoglobuli- nas.Alguns potros prematuros e estressados podem, eventual- mente, apresentarem deficiencia em adquirir nlveis imunol6gicos normais, a despeito de terem in- gerido colostro de boa qualida- de e dentro do perlodo habil de absorc;:aode anticorpos. o nascimento de potros em locais inadequados, sem a higie- ne necessaria, aliado a falta de cuidados iniciais quanto a de- sinfecc;:aodo umbigo logo ap6s a nascimento, tem aumentado em muito a incidencia de pro- cessos septicemicos fatais. Os principais microorganismos en- volvidos em infecc;:oes e septi- cemias nos potros sao: Actino- bacillus equuli (Shigella), Esche- richia coli, Klebsiella pneumo- niae, AHa-streptococcus spp., Enterobacter cloacae, Bacillus spp., Staphylococcus spp., Citro- bacter spp., Salmonella spp., e outros como a Rhodococcus equi, Pasteurella e Clostridium spp.Al- guns virus como Herpesvirustipo I, Adenovirus e Rotavirus podem eventual mente ser as agentes causadores. o processo se inicia com a invasao do organismo pelos ger- mes, atraves do umbigo, trato respirat6rio, aparelho digest6rio e placenta, liberando exotoxinas au endotoxinas, dependendo do tipo de bacteria, que causara se- vera toxemia com danos vascu- lares e lesoes viscerais muitas vezes irreverslveis. o diagn6stico precoce mui- tas vezes e diflcil de ser estabe- lecido, porque os sinais c1lnicos podem nao ser patognom6nicos, muito embora sejam sugestivos. No inlcio, os potros podem apre- sentar anorexia au desinteresse em mamar, abatimento e debili- dade geral acompanhada de de- sidrata<;ao, febre au hipotermia discreta, sendo que, geralmen- te, nas fases iniciais, pode-se ate constatar normotermia. As mani- festa<;oesque se seguem podem estabelecer quadros neurol6gi- cos devido a meningite com con- vulsao e coma, diarreia, pneumo- nias, raramente pleurites, osteo- mielite, artrite purulento, onfalo- flebite e uvefte. o estabelecimento c1fnicode sepsis determina estado de ano- rexia, abatimento, debilidade ge- ral, conjuntivas extremamente congestas e temperatura que pode atingir 41°C ou ate 42°C. A respirat;ao estara acelerada, assim como a frequ€mcia cardia- ca aumentada. Rapidamente 0 potro pode deitar-se, apresentar quadro con- vulsivo au comatoso, com tempe- ratura normal ou subnormal, so- brevindo frequentemente a mor- te. Nesta fase de evolut;ao, pode aparecer ictericia e petE§quiasnas conjuntivas e nas mucosas apa- rentes; a desidratat;ao se instala rapidamente, chegando a hipovo- lemia com desidratat;ao de ate cerca de 10%. o diagn6stico de septice- mia e baseado no quadro c1inico acima descrito, devendo-se dar atent;ao especial aos processoscomo pneumonias, onfaloflebites ou persist€mcia de uraco e, prin- cipalmente, as diarreias diagnos- ticadas antes au ap6s as primei- ras manifestat;6es de sepse. A confirmat;ao do diagn6s- tico e realizada pela hemocultu- ra em meio aer6bio e anaer6bio, podendo-se ainda encaminhar para cultivo, amostras de urina, fezes, Ifquido sinovial, Ifquido ce- falorraquidiano e exsudato abdo- minal e toracico. o tratamento deve ser inicia- do imediatamente pela infusao intravenosa de ringer lactato e bi- carbonato de s6dio, uma vez que ha grandes perdas de eletr61itos e a acidemia e um quadro que frequentemente se instala. Anti- bioticoterapia devera ser institui- da imediatamente, na fase de ata- que, com antibi6ticos de ampia espectro, ou a associat;ao de pe- nicilina mais um aminoglicosfdeo. Frequentemente a transfusao de plasma e necessaria e benefica, principalmente quando se suspei- ta de transferencia passiva defi- ciente de imunoglobulinas. A do- se recomendada e de 20 ml/kg, ou aproximadamente 1 litro de plasma para um potro de 45 kg. A antibioticoterapia devera ser mantida, no minimo, por 8 a 10 dias nos animais que respon- derem favoravelmente nas pri- meiras 72 horas de tratamento, e durante 15 dias no quadros c1i- nicos mais rebeldes. (Ouadro 3). A cateterizat;ao da veia jugu- lar,fixando-se 0 cateter com pon- to de pele, ou faixa de espa- radrapo ou outro material aderen- te, fornece segurant;a e menor trauma possivel a veia, uma vez que frequentemente a fluidotera- pia pode se estender por varios dias. Entretanto, devido a possi- bilidade de ocorrencia de flebite septica e de tromboflebite, a re- giao que sera utilizada para a rea- lizat;aoda venopunc;:ao,devera ser preparada assepticamente e a cateter trocado a cada 48 horas. Concomitantemente a fluido- terapia e antibioticoterapia, em potros com sinais evidentes de choque septico, deve ser instituf- das corticoterapia (dexametaso- na na dose de 0,5 a 2,00 mg/kg pela via intravenosa como dose unica) e anticoagulante (hepari- na na dose de 40UI/kg pela via subcutanea 3 vezes ao dia). Em potros com manifestat;6es con- vulsivas,a aplicat;ao de diazepini- cas na dose de 0,1 mg/kg pela via intravenosa a cada 4 a 6 ho- ras,prevenira as traumas e possi- bilitara a continuidade do trata- menta fluidoterapico. A alimenta- t;ao do potro pode ser mantida com leite au solut;6es nutrientes, administrando-se por sanda na- sogastrica a equivalente a 10% a 20% de seu peso corporal ao dia, dividido em volumes iguais a cada 2 a 4 horas. A complementat;ao do trata- menta exige, tambem, a comba- te aos focos de infect;ao que po- dem estar presentes no cordao umbilical e nas articulat;6es. A oxigenioterapia pode ser instituida com a intuito de melho- rar a ventilat;ao, mormente nos quadros de manifestat;ao pulmo- nar e acidemias graves. Os cuidados de enfermaria e de terapia intensiva sao importan- tes nos resultados do tratamento. o animal devera ser acompa- nhado pela enfermagem 24 ho- ras par dia,com a finalidade de se detectar qualquer modificat;ao do quadro m6rbido e ser imediata- mente medicado. 1.13. Poliartrite dos potros e osteomielite. E uma afect;ao geralmente de carMer agudo que pode aco- meter potros com menos de 30 dias de idade, causada pela in- 0 "C '0 l/l «l l: I E QUADRO 3. Drogas antimicrobianas utilizadas em potros: droga, dose, via e freqUencia de'(1) (,) aplicayoes ao dia.(1)~ 0~ (5 Droga Dose Via de aplicayao FreqUencia/diac. 0 -0 Amicacina 3,5 a 10,Omg/kg 1M/IV 2xen Q) '0<.r Amoxilina 10,0 a 30,Omg/kg PO/1M 3 a 4xt) Q) ~ Ampicilina 11,0 a 22,Omg/kg 1M/IV 2 a 3x Carbemicilina 50,0 a 80,Omg/kg 1M/IV 2 a 3x Cefadroxil 22,Omg/kg PO 3x Cefalotina 18,Omg/kg 1M/IV 3 a 4x Cefoxitina 30,0 a 40,Omg/kg 1M 3 a 4x Ceftriaxona 25,0 a 50,Omg/kg 1M/IV 2x Cloranfenicol sue. 25,Omg/kg 1M/IV 4 a 6x Eritromicina estol. 25,Omg/kg PO 2x Gentamicina 2,0 a 4,Omg/kg SC/IM/IV 2 a 4x Kanamicina 7,5mg/kg 1M/IV 3x Metricilina 25,Omg/kg 1M 4 a 6x Penicilina G procaina 20.000 a 50.000UI/kg 1M 2 a 3x s6dica 10.000 a 50.000UI/kg 1M/IV 4x Rifampicina 10,0 a 20,Omg/kg ou 5,0 a 10,Omg/kg PO 1 a 2x quando associada a eritromicina para potros com Rhodococcus equi PO 2x Sulfa-trimetropim 15,Omg/kg IV 2x 15,0 a 30,Omg/kg PO 2x Tetraciclina 6,6 a 11 ,Omg/kg IV 2x Ticarcilina 40,0 a 80,Omg/kg 1M/IV 3x vasao e instala<;ao de microor- ganismos no interior das articu- la<;6es e nos ossos. o processo pode ser decor- rente de septicemias, pneumo- nias focais, infec<;6es do umbigo (vasos ou uraco), diarreias com subsequente bacteremia, pene- tra<;ao de corpos estranhos devi- do a ferimentos ou por contigui- dade articular nas osteomielites adjacentes. Potros imuno-incom- petentes, por falhas na transfe- rencia de imunidade passiva, sac de alto risco e podem apresentar artrite septica e osteomielite com incidencia elevada. A infec<;ao acomete mais frequentemente as articula<;6es carpianas e tarsianas, caracteri- zando-se por aumento de volu- me e da temperatura local. Os potros relutam e sentem muita dificuldade para andar, devido principal mente a dor, alem de apresentarem os sinais clinicos da afec<;ao primaria. o diagn6stico tem como base os sinais c1inicosgerais (afec<;ao primaria) e locais,consubstancia- dos pelo hemograma, hemocul- tura, analise laboratorial do liquido sinovial, cultivo do liquido sinovial, e exames de ultra-sonografia, Raios-X e artroscopia A poliartrite dos potros pode ser c1assificada em 4 tipos (S, E, PeT) tendo como base a anamnese, os sinais c1inicos, os achados radiograficos, os resul- tados da hemocultura, 0 cultivo do liquido sinovial e os achados anatomopatol6gicos: a. Tipo S: Presen<;a de sinovite infecciosa sem comprometi- mento de cartilagem e ossos. b. Tipo E: Artrite septica com evidencias de infec<;aoda re- giao epifisaria, da cartilagem e do osso subcondral. c. Tipo P: Infec<;ao 6ssea adja- cente a regiao metafisaria, estendendo-se a articula<;ao. d. Tipo T: Infec<;aodos ossos do tarso concomitante a de ou- tras articula<;6es,encontradas preferencialmente em potros prematuros e imuno-incom- petentes passivos. Poderao tambem apresentar osteomie- lite neonatal, os ossos do car- po e a metafise das costelas. o tratamento de elei<;ao e 0 realizado pela aplica<;aode anti- bi6ticos intra-articular atraves da artrocentese ou depois de la- vado articular, associado a anti- bioticoterapia sistemica, deven- do-se dar preferencia a antimi- crobianos de amplo espectro, caso nao tenha sido possivel 0 cultivo e antibiograma (amino- glicosideos associados a penici- lina; cloranfenicol; cefalospori- nas, sulfa-trimetropim etc.). A aplica<;aode drogas antiin- flamat6rias nao ester6ides pode ser realizada no sentido de ali- viar a dor, reduzir a inflama<;ao sinovial e a lesao da cartilagem. Preferencialmente deve-se uti- lizar 0 flunixin meglumine na do- se de 1,1 mg/kg, durante 3 a 5 dias, uma vez ao dia, pela via in- travenosa, por ser 0 menos ulce- rogenico para potros. Em razao da redu<;aodos ni- veis de acido hialur6nico no li- quido sinovial comprometido pe- la artrite infecciosa, a institui<;ao de tratamento adjuvante com drogas contendo hialuronato ou outras glicosaminoglicanas, tem possibilitado prevenir ou tratar a doen<;a articular degenerativa de forma satisfat6ria. Caso as altera<;6es que 0 li- quido sinovial apresentar ao exame forem significativas, com derrame sanguineo ou de as- pecto turvo, fibrina em suspen- sao, presen<;a de bacterias, pro- teina > 4 g/dl e leuc6citos > 10.000 com 70% de neutr6filos, convem instituir-se 0 lavado ar- ticular, que e realizado com agu- Iha de dupla via, inserida no es- pa<;o articular, para infusao e drenagem de solu<;ao fisiol6gi- ca ouringer com cerca de 2,0 9 de c1oranfenicol ou 100 a 150 mg de gentamicina. Como em todo processo in- feccioso, a cultura para 0 isola- mento do agente etiol6gico e 0 antibiograma, proporcionam con- di<;6espara se realizar um trata- mento mais adequado, abrevian- do a cura, alem de se tornar menos dispendioso. A obten<;ao de resultado negativo no cultivo de rotina do liquido sinovial, nao elimina a possibilidade de infec- <;ao, devendo-se submeter a amostra a meios especiais para enterobacterias e anaerobiose. o repouso deve ser instituido para reduzir a possibilidade de trauma sobre as estruturas articu- lares comprometidas, podendo ser acompanhado de penso com- pressivo ap6s vigorosa massa- gem diaria com pomadas iodeta- das ou de a<;aoantiinflamat6rias. o tratamento sistemico deve ser mantido durante 3 a 4 sema- nas, e 0 repouso no minimo por 90 dias. 1.14. Pneumonia por Rhodococcus equi em potros. As pneumonias constituem a grande causa de mortalidade en- tre potros do segundo ao sexto mes de vida. Dentre os agentes causado- res de pneumonias nos potros, o Rhodococcus equi (antigo Corynebacterium eqUl),tem sido o responsavel por ocorrencias de surtos epidemicos e situat;:oes de graves endemias causado- ras de grandes prejurzos a equi- deocultura empresarial. Alem da infee<;:aorespirat6ria, caracteriza- da pela broncopneumonia absce- dante, 0 R. equi pode, ainda que ocasionalmente, ser oresponsa- vel por linfangites,abscessos sub- cutaneos, abscessos localizados no mesenterio, diarreias, artrites septicas, osteomielites e polissi- novites auto-imune secundaria a enterocolite. o R. equi pode ser encon- trado no solo seco, solo areno- so, no ar sob a forma de aeros- s6is, e no trato intestinal. Por estas razoes, a imunocompe- tencia do potro, constitui fator fundamental na defesa de seu organismo, impedindo a insta- lat;:aoe desenvolvimento da in- fec<;:ao, principalmente do se- gundo ao quarto mes de vida, ocasiao em que a imunidade passiva come<;:adeclinar. A infec<;:aopulmonar no po- tro instala-se primariamente de- vido a inala<;:aodo agente infec- cioso, ou, mais raramente, con- sequente a ingestoes repetidas, por parte de potros neonatos co- profagicos, de grande numero de microorganismos do solo e de fe- zes. Esta forma de infedar-se (alimentar) pode ocasionalmente restringir 0 processo somente ao trato intestinal, desencadeando colites e tiflites que resultam em ulcera<;:oesda mucosa. Os pul- moes apresentar-se-ao com broncopneumonia supurativa, com extensa absceda<;:aoasso- ciada a linfadenite traqueobron- quial. A infec<;:aopulmonar pode ser superaguda e 0 potro mor- rer sem apresentar sinais pre- coces que evidenciem a doen- <;:apulmonar. Em geral, os po- tros manifestam dispneia que os dificultam mamar mesmo estan- do em repouso, alem de ficarem debilitados e desorientados. Com a evolu<;:aodo processo, a temperatura retal podera atin- gir 41 Co, elevar-se a frequen- cia cardraca, podendo-se obser- var, tambem, corrimento nasal bilateral com caracterrsticas Figura 1.9. Abscessos pulmonares - Rhodococcus equi. mucopurulenta, A tosse e bran- da e profunda, nao tendo carac- teristicas de crise, Alguns potros poderao apre- sentar cronificac;ao da doenc;a, com exacerbac;ao dos sinais c1i- nicos, desconforto abdominal e extrema intolerancia a qualquer tipo de exerdcio, Nestas cir- cunstancias, pode ser frequen- te a ocorrencia de efus6es pleu- rais e abscessos a distancia, agravando ainda mais 0 estado geral do animal. o diagn6stico baseia-se na caracteristica epidemica ou en- demica da doenc;a e nos sinais c1inicos e ou anatomopatol6gi- cos, A auscultac;ao pulmonar pode revelar estertores, chia- dos, sibilos, estalos, roces e areas de silencio ou apenas ruidos respirat6rios "rudes" com reduc;ao dos sons do murmu- rio vesicular. E: comum a aus- cultac;ao pulmonar nao apre- sentar resultados compatlveis com 0 grau de severidade das les6es que se desenvolvem nos pulm6es, particularmente na fase inicial de abscedac;ao, Por esta razao, ap6s uma primeira auscultac;ao do t6rax, tape as narinas do animal por 10 a 15 segundos e repita a avaliac;ao, Esta manobra deve ser cuida- dosa, pois causa muito descon- forto ao potro, Laboratorialmente, os potros com pneumonia por R. equi, de- monstram leucocitose com neu- trofilia e monocitose, alem de fi- brinogenio elevado, o exame radiografico e de extrema importancia e de grande Figura 1.10 Abscesso mesenterico - Rhodococus equi. valor na avaliac;ao da gravidade da pneumonia e orientac;aoda te- rapia a ser utilizada, Os achados de Raios-X poderao revelar des- de discreto aumento difuso da densidade pulmonar, ate nodula- c;6esou les6es cavitarias de abs- cedac;ao e linfoadenopatia tra- queobronquial. A ultra-sonografia do t6rax e tecnicas de imuno-diagn6stico (ELISA), embora fornec;am re- sultados inconsistentes, podem se utilizados na avaliac;ao do quadro de infecc;ao. o lavado traqueobronquial ou 0 bronquioalveolar eo metodo mais importante para 0 diagn6s- tico de pneumonia por R, equi, e pod era revelar a presenc;a de formac;6es pleom6rficas intra- celulares Gram-positivas em cerca de 61% dos casos, 0 as- pirado traqueobronquial devera, ainda,ser cultivado em condic;6es aer6bias e anaer6bias, e os mi- croorganismos isolados subme- tidos ao antibiograma, o tratamento consiste basi- camente na utilizac;ao de anti- bioticoterapia associando-se eritromicina e rifampicina, A eritromicina na dose de 25 a 30 mg/kg, 4 vezes ao dia e a rifampicina na dose de 5 a 10 mg/kg, 2 vezes ao dia, ambos pela via oral, possui boa lipo- solubilidade e difusao nos teci- dos; por sinergismo, apresentam grande poder em com bater 0 R. equi, Ocasionalmente a eri- tromicina pode desencadear diarreia no potro, nao reque- rendo tratamento espedfico, pois a mesma cessara assim que a administrac;ao do antibi6tico for suspensa. A instituic;ao de medidas auxiliares, como aplicac;ao de broncodilatadores, mucoliticos e antiinflamat6rios nao hormo- nais, aliviam consideravelmente o quadro de insuficiencia res- pirat6ria, A aplicac;ao de plasma ou soro imune, obtido de doado- res que receberam baderinas aut6genas de R. equi, e capaz de estabilizar a infec<;:aoe pro- porcionar consideravel prote- <;:ao,reduzindo 0 numero de ca- sos em propriedades que apre- sentem a infec<;:aode forma en- demica, embora ainda consti- tua medida controvertida quan- to a ser de fundamental impor- tancia na cura do paciente. Os cuidados gerais de enfer- magem, como monitoriza<;:aoc11- nica constante, oxigenioterapia, remo<;:aodas fezes para ester- queiras, instala<;:6eslimpas, de- sinfetadas e arejada, saGfunda- mentais na fase de recupera<;:ao dos potros e na redu<;:aoda inci- dencia de infec<;:aopelo Rhodo- coccus equi. A hernia umbilical, dentro da conceitua<;:ao c1assica,e defini- da como a passagem de visce- ras para uma cavidade neofor- mada, atraves de um ponto ana- tomicamente fraco, neste caso, o umbigo. Em geral, a hernia umbilical constitui processo hereditario, devendo ser dada mais aten<;:ao ao fato nos programas de sele- <;:aodos animais.E observada co- mo um aumento de volume de diametro variavel, contendo no seu interior al<;:ado intestino, ge- ralmente delgado, ou partes do mesenterio. Na dependencia do diametro do anel herniario umbi- lical, maior ou menor quantidade de al<;:aintestinal ou mesenterio estarao alojados no interior do saco herniario. A sintomatologia, alem da apresenta<;:ao anat6mica da afec<;:ao, varia em fun<;:ao das complica<;:6esadvindas do novo posicionamento das al<;:as.A mais grave e 0 encarceramento e 0 estrangulamento que pode Figura 1.11 Hernia umbilical em potro. acometer 0 segmento herniado, devido ao acumulo de fezes e a compressao quea al<;:asofre contra a parede do saco e anel herniario. A manobra de redu<;:ao do conteudo do saco herniario (ta- xe) e imposslvel em alguns ca- sos, devido as aderencias ao pe- rit6nio, volume das al<;:asou ao pequeno diametro do anel. 0 animal passa a ter sinais eviden- tes de c61icase alterac;:6essiste- micas caraderlsticas de endo- toxemia. Ouando 0 desconforto e a dor diminuem, pode nao sig- nificar que esteja ocorrendo me- Ihora do problema, 0 que pode ter acontecido e a necrose da al<;:aestrangulada, produzindo rapida deteriora<;:ao do estado geral do animal, a despeito do tratamento de sustenta<;:ao, transformando 0 caso em emer- gencia cirurgica. No sentido de prevenir as complica<;:6es da hernia umbi- lical, todo potro portador desta afec<;:ao deve ser operado 0 mais cedo posslvel. No entan- to, quando as manifesta<;:6esde complica<;:6esaparecem, 0 qua- dro e grave e 0 progn6stico, quanto a recupera<;:ao, menos otimista em virtude da neces- sidade de se realizar uma la- parotomia e ressec<;:aoda al<;:a necrosada. 1.16. Hernia inguino- escrotal do potro. Frequentemente a hernia in- guino-escrotal do potro e con- genita, desenvolvendo-se des- de 0 nascimento ate 0 4° mes de vida, devido a amplitude do anel inguinal. A grande maioria destas hernias desaparece es- pontaneamente, mas pode per- sistir, complicando-se com en- carceramento e 0 estrangula- mento do segmento intestinal herniado. Geralmente, apenas um dos lados da bolsa escrotal pode apresentar 0 problema, mos- trando-se como aumento de vo- lume que varia de diametro con- forme 0 estado de replec;:aode conteudo alimentar nas alc;:as, ou entao, conforme 0movimento de elevac;:aoe abaixamento do testfculo na bolsa escrotal. As hernias inguino-escrotais estranguladas produzem 0 mes- mo quadro sintomatol6gico das umbilicais estranguladas, sendo o tratamento basicamente 0 mesmo - a cirurgia. Por existirem fortes indicios de hereditariedade no apareci- mento destas hernias, aconse- Iha-se a eliminac;:ao delas nos potros portadores, realizando-se concomitantemente a orquiec- tomia do testiculo correspon- dente ao lado herniado para, posteriormente, em torno de 2 a 3 anos de idade, retirar-se 0 testfculo restante. A castrac;:ao de ambos os testfculos em um s6 tempo cirurgico, embora nao exista comprovac;:ao cientifica, tem side apontada como fator de interferencia no desenvolvi- mento corp6reo do animal, prin- cipalmente quanto ao fen6tipo de macho. Figura 1.12 Hernia inguino-escrotal do potro. Figura 1.13 Hernia inguino-escrotal em potro - aspecto cirurgico.
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