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AFECÇÕES DO POTRO RECÉM NASCIDO

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01
AfeC90es do Potro recem-nascido
1.1. Nascimento - cuidados
gerais e amamenta~ao.
Os potros, por constitulrem 0
futuro e a finalidade para 0 qual
se criam cavalos, devem receber
atenc;:aomesmo antes do nasci-
mento. Eguas prenhes, no terc;:o
final de gestac;:ao, devem ser
agrupadas em pastagens pre-
maternais onde deverao receber
suplementac;:ao alimentar e um
fornecimento adicional de con-
centrados e sais minerais, devi-
damente equilibrados na rela-
c;:aoCa: P,a fim de que 0 desen-
volvimento do feto nao possa
ser prejudicado.
Aproximadamente seis se-
manas antes do parto, as eguas
devem ser conduzidas aos pi-
quetes-maternidade com a fina-
lidade do animal se ambientar e
assegurar a formac;:aode anticor-
pos colostrais espedficos contra
os antlgenos do meio ambiente.
Pode-se neste perlodo, ainda,
vacinar a egua de acordo com 0
programa, estabelecido no haras,
contra a influenza, tetano, aborto
equino a Virus, rotavlrus, corona-
Virus,e aborto infeccioso causa-
do pela Salmonella abortusequi.
Emuito importante que os pique-
tes-maternidade sejam pianos,
de boa qualidade nutricional, e
que haja um manejo de rotina
tranquilo e de preferencia pelo
mesmo funcionario da proprie-
dade. Deve-se evitar movimenta-
c;:aodesnecessaria e rUldosanor-
mais ao ambiente junto aos pi-
quetes-maternidade. E tambem
muito importante que 0 animal
tenha a sua disposic;:ao agua a
vontade e de boa qualidade, as-
sim como tambem se deve cui-
dar para que a dieta da gestante
seja de boa qualidade.
As eguas gestantes, agrupa-
das nos piquetes-maternidade,
devem ser diuturnamente obser-
vadas a distancia, principalmente
quando comec;:aa ocorrer 0 de-
senvolvimento do ubere, sinal im-
portante durante 0 perlodo de
preparac;:aoao parto.
o inlcio do parto, que em con-
di<;6esde normalidade gestacio-
nal ocorre entre 330 a 340 dias,
estabelece 0 primeiro perlodo,
que e caraderizado por aumento
da temperatura cutanea da egua,
sudorese localizada ou genera-
lizada, intranquilidade, manotea-
mento ao solo, olhar os flancos,
deambulac;:aoconstante, expres-
saD de ansiedade, contrac;:6es
involuntarias dos membros pos-
teriores e batidas da cauda sobre
o perlneo.
Os sinais premonit6rios po-
dem ser observados por picos
contrateis do utero, cada vez
mais frequentes, cuja intensi-
dade dolorosa pode ser leve e
levar varias horas, intercalados
por perlodos de repouso em que
a egua pode ate querer se ali-
mentar, permanecendo tranquila.
Ocasionalmente pode ser obser-
vada a emissao em jatos, de
grande quantidade de colostro.
Durante a primeira fase do
parto, apenas deve-se observar
tranquilamente 0 animal, porem
mantenha preparado sobre uma
bandeja os seguintes materiais:
a. Um par de tesouras cirurgi-
ca de 10 a 14cm para, se ne-
cessario, realizar a episioto-
mia e 0 corte do cordao um-
bilical, e uma pinc;:ahemosta-
tica tipo Kely, de 18cm.
b. Dois lenc;:6islimpos, um para
forrar 0 solo, caso haja neces-
sidade de auxnio ao parto e
outro para enxugar 0 potro.
c. Tintura de iodo a 10% e fio
de cordone grosso para de-
sinfecc;:ao do umbigo e liga-
dura do mesmo.
d. Fonte de oxigenio conedada
a tubo de latex de cerca de 2
cm de diametro para ser uti-
lizado, se necessario, na res-
suscitac;:ao.
e. Cerca de 100 a 200 ml de so-
luc;:aode bicarbonato de s6dio
a 3% para 0 combate a aci-
demia, caso ocorra problemas
e 0 potro venha apresentar
quadro de slndrome de asfixia
f. Drogas estimulantes do co-
rac;:aoe da respirac;:ao.
g. Fonte de calor para 0 aque-
cimento do neonato.
A segunda fase do parto e
marcada pela exteriorizac;:ao
atraves dos labios vulvares, dos
amnios, que, com os esforc;:os
expulsivos, rompem-se e exterio-
rizam, quando 0 posicionamento
do feto para 0 parto e normal, os
membros anteriores do potro.
Nesta fase, geralmente, a egua
encontra-se em decubito lateral,
realizando esforc;:os expulsivos
cada vez mais fortes, ate que a
cabec;:ado feto aparec;:aentre os
membros anteriores atraves dos
labios vulvares. Em seguida, a
egua permanece, geralmente,
nesta posic;:aoate que se com-
plete a "expulsao" do potro.
II
Assim que 0 potro estiver to-
talmente exteriorizado, a egua
pode permanecer em decubito
lateral, repousando, ou levantar-
se imediatamente, causando a
ruptura precoce do cordao umbi-
lical e perda de volume sangur-
neo que se encontrava circulan-
do atraves do umbigo do potro.
Mas, se a egua nao se levantar,0
cordao umbilical podeni romper-
se com as tentativas e os movi-
mentos "descoordenados" que 0
potro pode realizar para levantar-
se, 0 que deve ocorrer ate cerca
de 1 hora ap6s 0 nascimento.
o auxilio ou a intervent;:aoso-
mente devem ser realizados se
o potro estiver recoberto pelas
membranas fetais, ou se nao
houver a ruptura do cordao um-
bilical. Procure retirar cuidadosa-
mente as membranas fetais que
envolvem 0 potro e desobstrua
as narinas, fazendo movimentos
de frict;:ao com os dedos sobre
o nariz, no sentido da extremida-
de do focinho.
Procure nao introduzir os de-
dos na boca do animal para nao
levar baderias ou corp os estra-
nhos precocemente ao seu apa-
relho digest6rio.
Com uma toalha ou lent;:ol
limpos fat;:a a limpeza do potro,
enxugando-o atraves de frict;:6es
suaves, principal mente sobre a
regiao dorsal e toracica, procu-
rando, desta forma, est(mular a
respira<;ao do animal.
Assim que a respirat;:ao esti-
ver praticamente normalizada,
sem qualquer rurdo IIquido ou es-
tertoroso, volte ao cordao umbi-
lical; palpe com os dedos as arte-
rias umbilicais e sinta 0 pulso,
que no inrcio e cheio e forte. A
medida que ocorra redut;:ao do
fluxo arterial umbilical, fat;:amovi-
mentos de compressao do cor-
dao no sentido do corpo do potro
para "empurrar" 0 maximo de
sangue contido nos vasos umbi-
licais. Ap6s esta manobra, apli-
que a pint;:a hemostatica sobre
o cordao umbilical prendendo-o,
cerca de 2 a 3 dedos abaixo do
umbigo; ligue 0 cordao com fio
de cordone, abaixo da pint;:a e
seccione-o cerca de 1 dedo
abaixo. Fat;:a a desinfect;:ao do
cordao umbilical imergindo-o em
tintura de iodo a 10%.
No inrcio do terceiro perrodo
do trabalho de parto, a placenta
e eliminada, levandoem media 60
minutos ap6s 0 potro ter nascido.
A egua pode apresentar sinais de
desconforto, girar, suar, patear 0
solo e apresentar intranquilidade,
muito semelhante aos sinais ini-
ciais do trabalho de parto.
A placenta e considerada re-
tida quando decorrerem pelo
menos 10 horas ap6s 0 nasci-
mento do potro, sendo, nesta cir-
cunstancia, necessaria a inter-
vent;:ao para a sua retirada, que
pode ser manual e/ou medica-
mentosa, utilizando-se aplica-
t;:6esde 30 a 60 UI de ocitocina
dilurda em 1 a 2 litros de solut;:ao
fisio/6gico, pela via intravenosa.
Recolha os restos placentcf-
rios e mantenha a mile e filho
sob tranquilidade e observat;:ao
a distancia.
o potro, com 0 tempo, procu-
ra se levantar para mamar 0 co-
lostro, que e 0 leite mais impor-
tante por transmitir imunidade
passiva atraves de anticorpos ne-
cessarios contra as enfermidades,
nas primeiras semanas de vida,
ate que 0 seu sistema imunitario
possa iniciar a produt;:aodos an-
ticorpos e protege-Io das agres-
s6es do meio ambiente.
Normalmente, a amamenta-
t;:aodo potro ocorre sem grandes
dificuldades, devido ao instinto
maternal apurado que as eguas
possuem. Porem, pode ocorrer
que por qualquer motivo a egua
nao aceite 0 potro, ou entao
ocorra a morte da mae no mo-
mento do parto, 0 que e pouco
frequente, ou durante 0 primeiro
mes de vida do potrinho, surgin-
do a necessidade do aleitamento
artificial.
Como ja foi dito, 0 colostro e
o leite mais importante para 0 po-
tro e ele devera toma-Io no ma-
ximo dentro das primeiras 6 a 12
horas de vida, que e 0 perrodo
que ocorre 0 pico de absort;:ao
das imunoglobulinas, reduzindo
gradativamenteem razao das
modificat;:6es das celulas epite-
liais por celulas maduras e inicio
da atividade enzimatica. Com 24
horas de nascimento, 0 rndice de
absort;:ao de imunoglobulinas
ingeridas fica abaixo de 1%.
Por ser epoca de nascimento,
procure sempre manter colostro
estocado sob refrigerat;:ao ou
congelamento para, no caso de
necessidade, poder ser adminis-
trado ao potro neonato.
Aquet;:a 0 leite (colostro) a
uma temperatura de 37°C e ad-
ministre cerca de 1,0 a 1,5 litros
nas primeiras 12 horas de vida
do potro, com auxnio de mama-
deira ou atraves de sonda naso-
gastrica. Uma observa<;:aoimpor-
tante a ser feita e a prova de
isoimuniza<;:ao para evitar-se a
incompatibilidade imunol6gica do
colostro com 0 sangue do potro
e prevenir a ocorrencia de icte-
rfcia hemolftica.
Na falta de colostro, ou dese-
jando-se potencializar a transfe-
rencia da imunidade passiva, po-
de-se administrar, pela via intra-
venosa, cerca de 20 ml/kg de
plasma de sangue de doador,
previamente testado quanto a
compatibilidade com 0 sangue
do potro.
Para as amamenta<;:6essub-
sequentes, utilize as seguintes
formulas de aleitamento artificial:
LEITE A
Leite de vaca - 700 ml
Agua fervida - 300 ml
Lactose ou glicose - 30 9
Carbonato de calcio - 5 9
Gema de ovo - 1 unidade
LEITE B
1/3 de leite de vaca
1/3 de leite em po ou
mingau ralo de aveia
1/3 de agua fervida
ou filtrada
1 gema de ovo/litro
3 9 de lactose/litro
5 gotas de acido cftrico
Em toda amamenta<;:aoarti-
ficial e necessario se estabele-
cer um esquema racional e pro-
gressivo baseando-se no fato de
que os potros devem mamar cer-
ca de 10% de seu peso ao dia
Figura 1.1
Amamentac;ao de potro com mamadeira.
em leite artificial, administrado
varias vezes ao dia, com interva-
los de 2 horas entre as mama-
das, nos primeiros 5 dias de vida.
A medida que a quantidade de
leite mamado for aumentando,
as quantidades de mamadas ao
dia se reduzem, e 0 potro devera
ser ensinado a mamar em baldes
ou em mamadeiras apropriadas
para maiores volumes de leite.
A partir da segunda semana
de vida, se 0 potro for 6rfao, pro-
cure arranjar-Ihe companhia, in-
tegrando-o aos demais potros do
haras, de preferencia da mesma
idade, e inicie um sistema de ali-
menta<;:ao com alimentos con-
centrad os, balanceados para po-
tro ate sete meses, e volumosos
verdes e tenros de boa qualidade.
Pelo menos duas vezes ao
dia, observe atentamente todos
os potros, verifique se estao ma-
mando e se alimentando no "cli-
per" normal mente, se estao tris-
tes e apaticos, se sofrem diar-
reia, observe as narinas e veja
se nao ha corrimento purulento
ou se 0 potro tosse.
Em razao do potro neonato
nao possuir um sistema imune
ativo, 0 colostro torna-se 0 leite
mais importante em sua ama-
menta<;ao e responsavel pela
transferencia de imunoglobuli-
nas que iran protege-Io, notada-
mente no primeiros do is meses
de vida.
o colostro a ser mamado pe-
10 potro, deve ser avaliado pelo
medico veterinario tanto f1sica
como laboratorial mente, para
subsidiar a decisao de substitul-
10 por outro de melhor qualidade,
se for 0 caso (banco de colostro),
ou suplementa-Io com colostro
ou plasma estocados (banco de
colostro e banco de plasma).
"amarelo ouro" cremoso, es-
pesso (consistencia seme-
Ihante a parafina IIquida);
gravidade; avaliada atraves
do colostrometro e esta cor-
relacionada com a concentra-
<;aode IgG.
Teste de imunodifusao radial
simples para determina<;ao
de imunoglobulinas (lgG).
Teste de aglutina<;ao para
determina<;ao de aloanticor-
pos anti-hemacias (icterlcia
hemolltica).
Teste de aglutina<;aoem latex
e outros.
A avalia<;ao do colostro pelo
metodo da gravidade especffica
(colostrometro), permite identi-
ficar com facilidade colostros de
baixa qualidade (nlveis de IgG
baixos) e quais os potros expos-
tos ao risco de receberem defi-
cientemente a transferencia de
imunidade, predispondo-os a se-
rios riscos de adquirirem graves
afec<;6es nas primeiras sema-
nas de vida.
A gravidade especffica pode
ser medida no colostro imediata-
mente ap6s 0 nascimento do po-
tro e antes da primeira mamada,
em amostras de 5 ml do leite, e
deve ser, pelo menos, maior ou
no mlnimo igual a 1.060, e con-
ter por testes especfficos, no ml-
nimo 3.000 mg de IgG/dl, pa-
ra conferir boa transferencia de
imunidade e se prestar para que
o excesso possa ser estocado no
banco de colostro.
A avalia<;ao do colostro 1 a
4 horas ap6s 0 nascimento do
potro ou ap6s a primeira mama-
da fornece dados relativos e nao
confiaveis em razao da ocorren-
cia do decllnio natural das taxas
normais, prejudicando a inter-
preta<;ao real da qualidade ini-
cial do leite materno.
A detec<;ao de colostro de
baixa qualidade, quando a gra-
vidade especffica encontra-se
entre 1.050 a 1.060, e a con-
centra<;ao de IgG menor do que
cerca de 3.000 mg/dl, deve ser
compensada com suplementa-
<;aode cerca de 300 a 500 ml
de colostro de boa qualidade
administrado atraves da sonda
nasogastrica. Entretanto, quan-
do a densidade estiver abaixo de
1.050,0 volume de colostro a ser
suplementado para 0 potro, pode
atingir ate 1 litro. Este procedi-
mento, certamente Iraconferir ao
potro neonato, nlveis de imuno-
globulinas adequados, protegen-
do-o de infec<;6es neonatais.
1.3. Avalia~o da imunidade
passiva no potro neonato.
A necessidade de avalia<;ao
dos nlveis de imuno-competen-
cia do potro neonato reside, no-
tadamente, na avalia<;aode defi-
ciencias na transferencia de imu-
nidade, em razao da ingestao de
colostro de baixa qualidade, aga-
lactia da egua, ordenha preco-
ce, ou ate mesmo amamenta<;ao
tardia (primeira mamada) por
quest6es de manejo inadequa-
do ou por dificuldades inerentes
ao potro, como por exemplo, nos
casos de deficiencias congeni-
tas e ma-absor<;ao intestinal de
imunoglobulinas e ma forma<;ao
dos membros, que 0 impe<;amde
levantar-se ou permanecer em
posi<;aoquadrupedal.
Ap6s 0 nascimento do potro,
o tempo em que ele leva para
executar a primeira mamada, a
quantidade de leite ingerido, e
o tipo de anticorpos especfficos
contidos no leite, san fatores
fundamentais na preven<;ao de
infec<;6es, e frequentemente a
execu<;ao de um manejo ade-
quado de maternidade e aten-
<;aoao neonato, tornam-se im-
portantes para que hajam nlveis
de imunoglobulinas no leite, su-
ficientes para a defesa do ani-
mal. (Ouadro 1).
QUADRO 1. Valores de IgG e c1assificayao em transfer€!ncia de
imunidade passiva no potro neonato.
< 200mg IgG/dl
200 a 400mg IgG/dl
> 400mg IgG/dl
400mg IgG/dl
A avaliac;aodos nrveisde IgG
serico antes de 12 a 18 horas
ap6s 0 nascimento do potra po-
de resultar em leituras abaixo dos
nrveis normais desejados, e, po-
dendo elevar-se em novas amos-
tras colhidas ate a 24a hora, devi-
do, principalmente, ao transporte
contrnuo pela via sangurnea e lin-
fatica, das imunoglobulinas absor-
vidas pelo trato gastrenterico. En-
tretanto, ao se testar os nfveisse-
ricos de IgG de potros neonatos
da 8a a 11a horas de nascidos
(teste precoce), os resultados
podem demonstrar nrveis meno-
res do que 200 a 400 mg IgG/dl.
Caso estes nfveissejam cons-
tatados em potros que se ali-
mentaram na primeira mamada,
com colostro testado e conside-
rado de boa qualidade, 0 potro
deve ser considerado como
imuno-incompetente, e, portan-
to, de alto risco, tornando-se ne-
cessaria a infusao de plasma
pela via intravenosa.
Ouando os nrveis sericos de
IgG saGavaliados entre 18 e 24
horas ap6s 0 nascimento (teste
tardio), e demonstrarem falha de
transferencia imunol6gica de
qualquer natureza, deve-se ins-
tituir imediatamente a terapia
com plasma, pois quanto mais
tardia for a detecc;ao de nfveis
baixos de IgG (menores do que
400/dl), e a instituic;ao de trata-
mento com plasma, maiores se-
rao os riscos do potro em con-
trair infecc;6es,desenvolver sep-
ticemia e ir a 6bito.
Varios saGos testes que po-
dem ser utilizados para a avalia-
c;ao e controle da transferencia
de imunidade passiva do potro:
1. Metodo do fracionamento de
protefna por eletroforese: se-
parafrac;6esda globulina (alfa,
beta e gama) e albumina.
2. Metodo da imunodifusao
radial: proporciona avaliac;:ao
quantitativa do IgG que se
movimenta atraves do gel
para juntar-se aos anticorpos
e formar cfrculos visfveis. 0
teste dura 24 horas e possi-
bilita a medic;:aode 0 a 3.000
mg IgG/dl, sendo necessa-
rio a. utilizac;:aode "kits" apra-
priados para tal. E importan-
te ressaltar-se que 0 padrao
de referencia de imunodifu-
sac varia com 0 sistema de
obtenc;:aoutilizado, podendo
a mesma amostra de sora in-
dicar quantidades de IgG di-
ferentes quando testadas
em varios laborat6rios.
3. Metodo de avaliayao imuno-
enzimatiea: e um metodo de
avaliac;:ao semiquantitativo
que utiliza padrao de cores
estabelecido pela combina-
c;:aode enzima com IgG. 0
padrao de cores pode medir
200,400 e 800 mg IgG/dl
contidos em soro ou sangue
integral. 0 metodo e reali-
zado com "kits" especfficos
e fornece resultado em apro-
ximadamente 10 minutos
ap6s 0 seu infcio.
4. Metodo da aglutinayao em
latex: 0 metodo estima a con-
centrac;:aode IgG por agluti-
nac;:ao somente em nrveis
abaixo de 400 mg/dl no soro
ou sangue total de potros. Os
resultados SaGobtidos em 10
minutos e nao sofrem interfe-
rencia de hem6lise. 0 teste
pode apresentar nrveis de
IgG acima do real.
5. Metodo da turvayao do sul-
fato de zineo: e um metodo
correlato a imunodifusao ra-
dial, consistindo na avaliac;ao
semiquantitativa de imuno-
globulinas totais.
A avaliac;ao e realizada pela
precipitac;ao das imunoglobuli-
nas do soro que se combinam
com fons zinco em soluc;ao. A
leitura pode ser efetuada por
espectrofot6metro, ou visual-
mente pela turbidez da amos-
tra, conforme a experiencia do
operador.
o metodo pode ser realiza-
do com "kits" comerciais ou por
preparo adequado da solu<;ao
teste no laborat6rio. A hem61ise
pode superestimar a leitura em
potros que apresentam niveis
abaixo de 400 mg IgG/dl.
1.4. Utiliza~ao de plasma no
tratamento de afec~oes
no potro neonato.
o potro neonato pode ser
acometido par varias deficiencias
e afec<;6es que podem neces-
sitar a utiliza<;aodo plasma, pre-
ventivamente, au como adjuvan-
te no tratamento de infec<;6es
graves. Situa<;6escomo falencia
absoluta da transferencia de
imunidade passiva, em que os
niveis de IgG estejam abaixo de
200 mg/dl, ou em potros consi-
derados de alto risco, com niveis
de 200 a 400 mg IgG/dl, paten-
cialmente podem expo-Ios a pro-
cessos infecciosos, geralmente
letais, como por exemplo, as sep-
ticemias. (Ouadro 2).
Preventivamente, a eleva<;ao
dos niveis sericos de IgG, testa-
dos laboratorial mente, em po-
tros entre 18 a 24 horas de vida,
devem situar-se ap6s a adminis-
tra<;:aode plasma, entre a faixa
de 600 a 800 mg/dl para que
o organismo do potro possa ter
um sistema de defesa compe-
tente no combate as agress6es
par microarganismos.
Varios sac os tipos de plas-
mas que podem ser utilizados na
terapia de potros neonatos e es-
tao relacionados a indica<;:aode
acordo com a etiopatogenia do
processo,como a anti-endotoxina
J-5 (E coli); a anti-endotoxina S.
typhimurium; 0anti-Rhodococcus
equi e 0 plasma de doador nao
hiperimunizado. Evidentemente,
em situa<;6es de preven<;ao,ou
nos casos em que 0 diagn6stico
c1inicoesta definido, a utiliza<;ao
de plasma hiperimune espedfico
torna-se mais interessante do que
a aplica<;aode plasma nao hipe-
rimunizado.Entretanto, nao se ve-
rifica nenhum efeito terapeutico
adicional ao se utilizar 0 plasma
anti-RhodocoCCU5 equi, ern po-
tros que apresentam les6es ins-
taladas nos pulm6es, articula<;6es
e no mesenterio, demonstrando
que este detalhe nao e funda-
mental ou importante para me-
Ihorar os resultados do trata-
mento instituido.
o volume total de plasma a
ser administrado, pode ser cal-
culado com base nas necessi-
dades de eleva<;:ao dos niveis
sericos de IgG do potro. A dose
de 20 ml/kg de peso, em media
(± 1 litro de plasma/potro de 45
kg de peso), pode elevar os ni-
veis sericos de IgG do potro en-
tre 50 a 200 mg/dl, sendo ne-
cessaria a realiza<;:aode controle
p6s-transfusao para 0 acom-
panhamento da eleva<;:ao dos
niveis de defesa do organismo.
Entretanto, em situa<;:6es de
septicemia, torna-se imperioso
que os niveis sericos de IgG se-
jam elevados ate entre 600 a
800 mg/dl/45kg de peso de
potro, 0 que exige que se fa<;aa
transfusao de cerca de 4 litros
ate 6 litros de plasma.
o potro que Ira receber a
transfusao de plasma ou outro
tipo de fluidoterapia pela via
intravenosa, deve ser devida-
mente preparado para tal. Reco-
Plasma intravenoso em potros com mais de
18 horas de vida.
Bom manejo em potros de baixo risco.
Pode-se tratar com plasma intravenoso.
Nao tratar, a nao ser que 0 potro seja de alto
risco ou apresentar septicemia; em caso de
sepse, elevar IgG ate 800mg/dl.
menda-se a tricotomia e anti-
sepsia de ambas as goteiras ju-
gulares, no terc;;omedio do pes-
coc;;o,e aplicac;;aode cateter fixa-
do por sutura cutanea ou banda-
gem aderente, antes da acopla-
gem do equipo de transfusao. A
velocidade de fluxo do plasma
nao deve ser maior do que 1 litro
por um perfodo de 15 minutos
para um potro de 45 quilos, sen-
do que 0 ideal deveria situar-se
em tomo de 20 ml/kg/hora, 0 que
corresponderia a cerca de I litro
de plasma por hora de infusao.
A transfusao de plasma exi-
ge monitorizac;;aoconstante das
grandes func;;6es, por parte do
medico veterinario, em virtude da
possibilidade de ocorrencia de
reac;;6esadversastipo anafilaticas.
o aumento das frequencias car-
dfaca e respirat6rio, a presenc;;a
de tremores, sudorese generaliza-
da e agitac;;ao,podem ser indica-
tivos de reac;;6esao plasma,0 que
obriga a reduc;;aodo fluxo ou inter-
rupc;;aoda transfusao pelo menDs
durante 5 a 10 minutos, ate que
os sinais de incompatibilidade
desaparec;;amou fiquem reduzi-
dos de intensidade. Caso haja
persistencia dos sinais, 0 potro
devera receber imediatamente,
pela via intravenosa, cerca de
100 a 200 mg de prednisolona
e 0,5 a 1,0 mg de prometazina.
A via oral para a administra-
c;;aode plasma podera ser utili-
zada somente em situac;;6esem
que haja, comprovadamente,
deficiencia absoluta ou relativa
de IgG, em potros de alto risco e
com menDs de 12 horas de vida,
pois os nfveis da absorc;;aoente-
rica se reduzem drasticamente
com 0 tempo, podendo resultar
em baixos nfveis sericos de imu-
noglobulinas, proporcionando
falsa sensac;;ao ao profissional
que 0 animal encontra-se imuno-
logicamente protegido.
1.5. Icterfcia hemoHtica
do neonato.
Constitui processo de anemia
hemolftica resultante da isoimu-
nizac;;aoda egua contra hema-
cias do potro durante a gestac;;ao,
a semelhanc;;ada icterfcia do re-
cem-nascido por problema de
Rh no homem.
A isoimunizac;;aoe desenca-
deada pel a incompatibilidade
sangufnea feto-mae, atraves da
ativac;;aodo sistema imunitario da
egua por antfgenos provenientes
das hemacias do feto.
A maneira com que os antfge-
nos atravessam a barreira trans-
placentaria nao esta bem deter-
minada, havendo, porem, a possi-
bilidade de ocorrer atraves de pe-
quenas les6es ou descolamentos
aclfnicos da placenta, no terc;;ofi-
nal da gestac;;ao,uma vez que os
anticorpos da mae em condic;;6es
de higidez gestacional nao cau-
sariam nenhum dano ao feto, em
razaoda impossibilidade de trans-
ferencia transplacentaria.
Em eguas que nao possuem
antfgenos dos grupos Aa ou Oa,
a aloimunizac;;aopor "quebras"nas
barreiras da circulac;;aomaterno-
fetal, devidas as micro-les6es, po-
de desencadear a afecc;;ao no
potro. As sucessivas absorc;;6es
de aloanticorpos Aa e Oa,que se
acumulamno colostro, podem,
tambem, desencadear a isoeritr6-
lise. Entretanto, eguas que nao
possuem anticorpos Ca, sac me-
nos propensas a apresentarem
respostas imune do que as do
grupo sangufneo Aa.
o potro ao nascer nao apre-
senta qualquer alterac;;aoc1fnica
aparente, e mama normalmente
o colostro rico em anticorpos an-
ti-hemacias produzidos durante
a isoimunizac;;ao.Por este motivo
podera, ja a partir das 24 a 40
horasde vida,em virtudeda absor-
c;;aointestinaldos anticorpos,apre-
sentar sinais de apatia ou fadiga;
desinteresse em mamar, mesmo
quando a teta Ihe e oferecida;
aumento das frequencias respi-
rat6ria e cardfaca; conjuntivas
inicialmente palidas a anemicas
e, posteriormente, adquirindo a
colorac;;aoamarelo-esverdeada,
caracterfstica da icterfcia. A uri-
na podera, em casas agudos,
com instalac;;aoda afecC;;aonas
primeiras vinte e quatro horas
de vida, apresentar ligeira des-
colorac;;ao para tornar-se aver-
melhada devido a eliminac;;aode
hemoglobina.
A confirmac;;ao da enfermi-
dade e realizada pelo teste da
aglutinac;;ao, misturando-se em
partes iguais sangue do potro
com soro sangufneo da mae, ou
1 gota de sangue do potro, com
anticoagulante, com 1 gota do
colostro. Caso ocorra aglutina-
c;;ao,realize diluic;;6esdo colostro
em soluc;;aofisiol6gico ate 1:32
e teste 0 sangue do potro para
cada uma das diluic;;6es.Tftulo
acima de 1 :8 deve ser conside-
rado positivo, sendo necessaria
a substitui<;:ao do colostro da
egua mae por colostro de outra
egua cuja rea<;:aoseja negativa
com 0 sangue do potro.
Profilaticamente, a icterlcia
hemolltica podera ser evitada
realizando-se 0 teste acima cita-
do para 0 diagn6stico da enfer-
midade no potro recem-nasci-
do, ou at raves da prova de aglu-
tina<;:aodo sangue do garanhao,
pai do potro, e do soro da mae,
duas semanas antes do parto.
Este procedimento permite, com
relativa antecedencia, que as
providencias possam ser toma-
das para a substitui<;:ao do co-
lostro, ou para que 0 aleitamen-
Figura 1.2
Mucosa oral icterica - isoeritr61ise neonatal.
to do potro que vai nascer seja
artificial.
o potro ao nascer devera ter
seu sangue testado para se evi-
tar a incompatibilidade, antes da
primeira mamada. Caso seja po-
sitivo, devera ser impedido de
mamar, portanto 0 parto prefe-
rencialmente, deve ser assistido,
e ele devera receber colostro de
outra egua ap6s 0 teste, asso-
ciado ou nao a administra<;:aode
plasma. A egua devera ser orde-
nhada a cada 2 horas durante 3
a 5 dias, possibilitando, desta for-
ma,depois de decorrido este pe-
rlodo, a amamenta<;:aodo potro
direto na mae sem que ele possa
correr 0 risco de apresentar qual-
quer problema, ja que nao mais
ocorrera a absor<;:aode anticor-
pos incompatlveis ao seu sangue.
o tratamento curativo exige
alem dos procedimentos citados,
quanto a ingestao de colostro de
doadoras sadias, transfusao de
sangue previamente testado
quando 0 hemat6crito for menor
do que 18, ou a exsangulneo
transfusao quando os nlveis de
hemacias forem menores do que
3 x 106/1-11(cerca de 1 a 2 litros
de sangue total). No combate ao
choque que se instala na maioria
dos casos, a oxigenioterapia, cor-
ticoterapia (dexametasona na
dose de 0,1 a 0,2 mg/kg) e anti-
histamlnicos (prometazina na do-
se de 0,25 mg/kg), sac vitais pa-
ra a sustenta<;:aodo potro e 0 blo-
queio do cicio do choque. Em ra-
zaodo estresse e da possibilidade
de imuno-incompetencia passi-
va do potro, este podera ficar sus-
ceptlvel as infec<;:6es,sendo reco-
Figura 1.3
Icterfcia neonatal - visceras.
mendado, nestes casos, a insti-
tui<;:aode antibioticoterapia pre-
ventiva, preferencialmente com
antibi6ticos de amplo espectro
de a<;:ao.
1.6. Srndrome de
ma-adapta~o neonatal.
Conhecidos como "Iadrado-
res", "idiotas" e "convulsivos", os
potros acometidos pela sfndrome
de ma-adapta<;:aoapresentam um
conjunto de sinais que secaracte-
rizampor anormalidades de com-
portamento geral e da psique.
A causa, ou causas da sfndro-
me de ma-adapta<;:aoainda saG
desconhecidas, no entanto, pode-
se evidenciar situa<;:6esdesenca-
deantes como traumas, an6xia e
hemorragias do sistema nervoso
central. Potros com septicemias,
meningite septicemica, hipogli-
cemia, desequillbrios eletrolfticos,
desequillbrio acido-base e malfor-
ma<;:6escongenitas, podem apre-
sentar sinais e comportamentos
semelhantes a sfndrome de ma-
adapta<;:aoneonatal c1assica
o potro ao nascer apresenta
comportamento geralmente nor-
mal ate as primeiras 24 a 72
horas,mamando e se relacionan-
do bem com 0 ambiente e a mae.
Os sinais c1fnicosse iniciam com
desorienta<;:ao,andar em drcu-
los e permanecer nos cantos se
estiver estabulado na maternida-
de. Neste perfodo, 0 potro nao
reconhece a mae e parece es-
tar cego, realiza amplos movi-
mentos de pesco<;:o,dos mem-
bros e do corpo, que podem du-
rar horas e anteceder as crises
convulsivas. A convulsao se ca-
racteriza por espasmos progres-
sivos do pesco<;:o,membros e
cauda, intercalados de contra-
<;:6estonico-c1onicas, seguidas
de opist6tomo e extensao rfgida
do corpo. A dura<;:ao da crise
pode ser de ate 30 minutos, po-
dendo, inclusivo, levar 0 potro a
morte. Alguns animais podem se
recuperar entre 7 a 10 dias ap6s
a primeira crise, demonstrando
os primeiros sinais de melhora
entre 4 a 5 dias do infcio das ma-
nifesta<;:6es.
o diagn6stico da sfndrome
de ma-adapta<;:aotem por base
os sinais c1assicos da afec<;:ao,
devendo 0 medico veterinario
sempre realizar os procedimen-
tos necessarios para 0 diagn6s-
tico diferencial com outras afec-
<;:6esque manifestam sinais c1f-
nicos semelhantes como a me-
ningite septica, hipoglicemia se-
vera (nfveis de glicose menores
do que 100 mg/dl, que pode ser
causada por septicemia, doen<;:a
hepatica aguda, prematuridade
e dismaturidade).
Exames como hemograma,
bioqufmicos do soro, Ifquidocefa-
lorraquidiano, hemogasometria,
medidas dos nfveis de IgG serico
e hemocultura saGimportantes na
avalia<;:aodo quadro c1fnicoe para
a determina<;:ao do diagn6stico
diferencial.
o tratamento da sfndrome de
ma-adapta<;:aoneonatal consiste,
fundamental mente, em terapia
de suporte e prote<;:ao24 horas
ao dia, exigindo um servi<;:ode
enfermagem eficiente. 0 potro
deve ser alimentado via sonda
nasogastrica a cada 1 hora du-
rante pelo menos 3 a 4 dias, e
depois a cada 2 a 3 horas, com
leite materno ou leite artificial, em
volume diario de 10% a 20% de
seu peso bruto. Este regime ali-
mentar deve proporcionar um
ganho diario ponderal de cerca
de 20%. Fluidoterapia eletrolltica
e glicose pela via intravenosa, au-
xiliam namanuten<;aoda homeos-
tase e do metabolismo como um
todo, assim como a oxigeniotera-
pia fornecera ventila<;aoadequa-
da e essencial ao equilibrio gaso-
so, principal mente em animais
em crise ou semicomatosos.
Muitos potros apresentam hi-
perreflexia que os levam a exte-
nua<;aomuscular, obrigando-nos,
nestas situa<;6es,a aplica<;aode
drogas sedativas, ate que possa-
mos controlar a intensidade e fre-
quencia das crises convulsivas.
Drogas como diazepam (0,1 a 0,4
mg/kg); fenobarbital (5 a 20 mg/
kg) e pentobarbital s6dico (2 a 4
mg/kg) saG eficientes e devem
ser utilizadas preferencialmente
pela via intravenosa e diluidas em
solu<;aofisiol6gica Fenotiazinicos
e xilazina saG contra indicadas
para 0 controle das crises convul-
sivas, em razao dos efeitos vaso-
motores indesejaveis que provo-
cam. Frente a suspeita de ede-
ma cerebral, drogas hiperosm6-
ticas como 0 manitol, devem ser
evitadas, podendo-se optar, na
fase aguda do processo, pelo
DMSO na dose de 0,5 a 1,0 mg/
kg diluido em solu<;aoa 10%.
o progn6stico para os casos
de sindrome de ma-adapta<;ao
c1assica e favoravel, sendo que
80% dos potros afetados sobre-
vivem quando nao apresentarem
hemocultura positiva, IgG serico
abaixo de 400 mg/dl, com-
prometimentopulmonar, refluxo
gastrico, diarreia e prematuridade.
A antibioticoterapia e 0 trata-
mento adjuvante com plasma de-
vem ser utilizados frente a possi-
bilidade do potro ser imuno-in-
competente e desenvolver qua-
dros septicos fatais.
1.7. Malforma~ao do reto
e anus.
Afec<;ao relativamente fre-
quente, de carater congenito, que
impede a elimina<;aodo meconio
e defeca<;6es consecutivas.
Caraderiza-se por uma im-
perfura<;aodo oriffcio anal acom-
panhada, as vezes, por uma oclu-
saG da ampola retal, que pode
terminar em fundo de saco a
uma distancia variavel em rela-
<;aoao anus.
Potros portadores desta ma-
forma<;ao nascem e se alimen-
tam normal mente ate as primei-
ras 24 horas, para em seguida
apresentarem abdomen abaula-
do, crises de desconforto abdo-
minal de intensidade variavel, e
evidentes sinais de auto-intoxi-
ca<;ao, com aumento das fre-
quencias respirat6ria e cardiaca,
congestao de conjuntiva e, pos-
teriormente, apatia. 0 diagn6sti-
co e simples de ser realizado,
bastando a observa<;ao da au-
sencia do oriffcio anal.
Ocasionalmente,o potro alem
de apresentar a imperfura<;ao
anal,podera ser portador, no caso
de femeas, de fistula reto-vaginal.
Nestas circunstancias, havera eli-
mina<;aode fezes atraves da va-
gina, sendo os sintomas gerais
brandos ou mesmo ausentes.
o tratamento e exclusiva-
mente cirurgico e deve ser feito 0
mais rapido possivel para se evi-
tar as complica<;6es de auto-in-
toxica<;aoe morte. Normalmente,
logo ap6s a abertura cirurgica do
orificio anal,0 potro come<;aa de-
fecar em grande quantidade, res-
tabelecendo 0 volume e 0 nume-
ro de defeca<;6esde maneira gra-
dativa. Ouando a interven<;aofor
tardia e 0 animal ja apresentar
sinais de auto-intoxica<;ao,admi-
nistre solu<;aode glicose 5% por
via intravenosa na dose de apro-
ximadamente 10 a 20 ml/kg,
num fluxo de 60 gotas/minuto.
Fa<;a cobertura antibi6tica
preventiva aplicando 10.000 a
20.000 UIde penicilina G benza-
tina ou 10 mg/ kg de terramicina
pela via intramuscular.
Em situa<;6es em que ha a
ocorrencia de fistula reto-vagi-
nal, torna-se necessaria a repa-
ra<;aoda comunica<;ao por meio
da abla<;ao do trajeto fistuloso
e a recomposi<;ao, tanto da pa-
rede do reto, quanto da vagina.
Sao chamadas de meconio as
fezes eliminadas na primeira
defeca<;aodo potro ap6s 0 nasci-
mento. Em condi<;6es normais,
ap6s a primeira mamada do co-
lostro,o meconio e eliminado den-
tro das primeiras 12 horas p6s-
natal,sendo que 0 colostro consti-
tui importante fator de lubrifica<;ao
e de estfmulo para 0 transito fecal.
Frequentemente, potros re-
cem-nascidos podem apresentar
constipa<;ao caraderizada pela
total ausencia de elimina<;aodas
primeiras fezes, cuja causa prin-
cipal consiste na demora da in-
gestao do colostro, ou decorren-
te de estreitamento da pelvis nos
machos, advindo, consequente-
mente, compactac;ao e endure-
cimento das fezes. Ocasional-
mente, a nao eliminac;ao do me-
c6nio decorre da ausencia de
abertura da ampola retal, 0 que
independe da presenc;a ou nao
do oriflcio anal, ou ser conse-
quencia de ma-formac;ao conge-
nita do aparelho digestorio, como
no caso de agenesia parcial do
colon maior e menor.
Algumas vezes a constipac;ao
podera ser tardia, apresentando,
o potro, retenc;ao das fezes devi-
da a compactac;ao,muito embora
possa ter eliminado pequena
quantidade do mec6nio logo no
infcio de sua vida.
Os sintomas consistem em
manifestac;6es de desconforto
abdominal leve e progressivo; 0
potro escoiceia, deita e se levan-
ta com frequencia, podendo apre-
sentar,com a persistencia do pro-
blema,sintomas de auto-intoxica-
c;ao,como conjuntivas congestas,
taquipneia, taquicardia e ocasio-
nalmente elevac;ao no tempo de
replec;aocapilar.
o manejo preventivo consis-
te na administrac;ao precoce do
colostro.
o tratamento deve ser inicia-
do administrando-se laxantes
por sonda nasogastrica, como
dioctil-sulfosuccinato de sodio,
ou oleo de rfcino.Decorridos cer-
ca de 30 a 40 minutos pode-se
auxiliar atraves de toque retal, re-
tirando-se 0mec6nio acumulado
no reto. Diante do insucesso des-
ses procedimentos, devem ser
Figura 1.4
Tenesmo em potro com retenyao de meconio.
Figura 1.5
Agenesia parcial do colon maior e menor.
Figura 1.6
Meconio na agenesia parcial do colon maior e menor.
realizados enemas, introduzindo-
se uma sonda de borracha flexi-
vel atraves do oriflcio anal, 0 mais
profundo possivel, e infundindo-
se em seguida uma mistura em
partes iguais de glicerina liquida
neutra e agua morna, completan-
do um volume total de cerca de
500 ml. A t8cnica do enema .00-
dera ser repetida ate 3 vezes, se
necessario. Pode-se utilizar tam-
bem para a realizac;:aodo enema
em potros, soluc;ao de fosfato
monoss6dico e fosfato diss6dico
(produto comercial), munido de
aplicador especial, ou realizar-se
infusao continuada de soluc;:aofi-
siol6gica com auxOio de equipo
introduzido no reto. Se ap6s cer-
ca de 6 a 12 horas 0 meconic
permanecer retido, ou 0 quadro
c1inicoagravar-se com sinais de
intenso desconforto abdominal
com alterac;:6esna normalidade
circulat6ria, a laparoenterotomia
constituir-se-a como ultimo recur-
so para a soluc;ao do problema.
o uraco e um pequeno canal
que carre junto aos vasos umbi-
Iicais, cuja finalidade e a de eli-
minar a urina fetal para a cavi-
dade alant6idea, formando 0 li-
quido alant6ide.
A persistencia ou a nao-re-
gressao do conduto urinario fetal,
que em condic;:6es normais se
oblitera logo ap6s 0 nascimento,
possibilita a eliminac;:aoda urina
atraves do umbigo. A urina es-
corre gota a gota pelo coto umbi-
lical que em sua base esta sen-
sivel,quente e umido. Ocasional-
mente a afecc;:aoreg ride espon-
taneamente ap6s alguns dias; no
entanto, e conveniente que se
inicie 0 tratamento imediatamen-
te, aplicando-se tintura de iodo
2% a 5% ou nitrato de prata 1%
em torno do anel umbilical, uma
vez ao dia.
Quando a cura nEW ocorre
pelo metodo conservador, 0 pro-
cesso inflamat6rio que se insta-
la em torno do anel umbilical pre-
disp6e a instalac;:aode bacterias
que podem agravar 0 quadro, de-
sencadeando bacteremia e .00-
liartrite. A intervenc;:aocirurgica,
constando de laparotomia e la-
queadura do uraco junto a bexiga
urinaria, e 0 tratamento radical e
definitivo para os casos rebeldes
ao tratamento convencional.
1.10. Ruptura da bexiga -
uroperit6nio.
Ocorre devido a compressao
que sofre a bexiga urinaria do .00-
tro durante os esforc;:osde expul-
sac realizados pela egua no mo-
mento do parto, ou a extrema
tensao que sofre 0 cordao umbi-
lical, fazendo com que, conse-
quentemente,o uraco tracione e
rompa a bexiga repleta de urina.
Os sinais c1inicos iniciam-se
12 a 24 horas ap6s 0 nascimen-
to caracterizando-se por depres-
sac e desconforto. 0 animal apre-
senta ainda: tenesmo, manifesta-
c;:6esde desconforto abdominal,
aumento das frequencias respi-
rat6rio e cardiaca, conjuntivas pa-
lidas, estranguria, letargia e con-
vulsao nas fases finais da afec-
c;:ao.Oabdomen apresenta abau-
lamento progressivo causado pe-
10 acumulo de urina, assim como
podem surgir sinais gerais de in-
toxicac;:ao,levando alguns potros
a coma e morte por uremia.
o quadro de desconforto ab-
dominal (c6Iica) apresentado pe-
Joanimal decorre, principal men-
te, devido a instalac;:aode perito-
nite irritativa (asseptica), desen-
cadeada pela presenc;:ade urina
na cavidade abdominal.
o diagn6stico tem por base a
manifestac;:ao c1inica, podendo
ser consubstanciado por exames
laboratoriais, Raios-X (urografia
excretora ou retr6grada) e ultra-
sonografia da bexiga, uraco e
ureteres. A percussao digito-di-
gital da parede abdominal abau-
lada pode mostrar a formac;:aode
ondas caracteristicas da presen-
c;:ade IIquido cavitario.
Laboratorialmente, os potros
com uroperitonio podem apre-sentar leucocitose com neutrofi-
lia (> 15.000/ ml), hiponatremia,
hipocloremia, hipercalemia e aci-
dose metab6lica. A ureia e crea-
tinina geralmente encontram-se
em niveis acima de 66 mg/dl e
4,1 mg/dl respectivamente, sen-
do a relac;:ao ureia/creatinina
> 11,4:1.Outro dado laboratorial
importante e a relac;:aocreatinina
serica/creatinina peritoneal, .00-
dendo-se obter valores > 1 : 2.
Sob 0 ponto de vista pratico,
e na presenc;:ade uroperitonio de-
corrente de ruptura de bexiga, 0
teste da infusao de azul de meti-
lena a 1% par via uretral retr6gra-
da, antes da paracentese abdo-
minai, possibilita 0 diagn6stico da
afecc;:ao.Infundindo-se cerca de
10 ml de azulde metileno a 1%, e,
em havendo ruptura vesical, a pa-
racentese abdominal Ira revelar
liquido peritoneal tingido.
a tratamento deve ser institui-
do 0 mais precocemente possi-
vel, consistindo de sustentac;:ao
do animal com fluidoterapia po-
li6nica e correc;:ao do equillbrio
acido-base. A laparotomia segui-
da de cistorrafia deve ser realiza-
da imediatamente ap6s a estabi-
lizac;:aodo quadro c1inicodo ani-
mal, e se constitui no metodo de-
finitivo de resoluc;:ao.
Tratamentos conservadores,
com base na sustentac;:aometa-
b61ica e drenagem abdominal
por paracentese, raramente for-
necem resultados satisfat6rios.
Eo processo inflamat6rio que
acomete 0 cordao umbilical dos
potros neonatos, resultante da
falta de higiene ambiental, de
cuidados gerais e de tratamento
do umbigo, no momento do nas-
cimento e nos dias seguintes.
A instalac;:aodo processo ori-
gina-se por invasao bacteriana,
lesando os tecidos do cordao
umbilical, produzindo inicialmen-
te tumefac;:aoquente e dolorosa.
Na contingencia da patogenici-
dade do microorganismo ou do
estado imunitario do potro, que
pode estar comprometido pela
falta de ingestao de colostro e
por imuno-incompetencia, pode-
ra ocorrer invasao bacteriana
produzindo bacteremia, e os mi-
croorganismos instalarem-se
nas articulac;:6es,ocasionando a
poliartrite dos potros.
a organismo do animal po-
dera responder a infecc;:aopro-
duzindo um tecido reacional em
torno da afecc;:ao,encapsulando-
a. Este quadro e 0 mais frequen-
te, sendo observado, na regiao
umbilical, um aumento de volu-
me de diametro variavel, frio, in-
sensivel a palpac;:aoe flutuante
por conter pus em seu interior,
que pode ser colhido atraves de
punc;:ao para ser submetido a
cultura e antibiograma.
Tendo em vista as peculia-
ridades anat6micas do cordao
umbilical, composto por duas ar-
terias que se conectam com a
arteria iliaca interna; uma veia
que interliga a placenta ao f1ga-
do, e 0 uraco que comunica a be-
xiga fetal a cavidade alant6ide,
a infecc;:ao podera se estender
atingindo principalmente 0 f1ga-
do atraves da veia umbilical.
Figura 1.7
Onfaloflebite - umbigo aumentado de volume.
Figura 1.8
Onfaloflebite atingindo 0 figado.
Nestas condi<;i5es, a avaliac;:ao
somente paden§. ser realizada
atraves de ultra-sonografia au
mesmo durante a ato cirurgico.
o tratamento, na fase inicial,
deve ser feito pela aplica<;ao de
tintura de iodo 2%, diariamente
no coto do umbigo, e cobertura
antibi6tica com penicilina G ben-
zatina na dose de 30.000 UI/kg,
pela via intramuscular, au genta-
micina na dose de 2 mg/kg, pela
via intramuscular au subcutanea
a cada 8 horas, pelo menos du-
rante 5 dias. Eventualmente, po-
de-se drenar a conteudo e tratar
a "balsa" atraves de infusoes de
anti-septicos com ac;:aodeter-
gente e tintura de iodo a 2%,
concomitantemente a antibioti-
coterapia.
Nos casas em que a processo
ja esta organizado, pela forma<;ao
da capsula fibrosa, a tratamento
deve ser cirurgico, com a retirada
da "bolsa" purulenta sem que haja
ruptura e extravasamento do pus.
Ouando a processo se estende
ao segmento abdominal do cor-
dao umbilical, e ate a interior do
fig ad0, devido a nao regressao
neonatal da veia umbilical, fre-
quentemente a progn6stico tor-
na-se extremamente grave e a
eutanasia a unica indicac;:ao.
As septicemias sao caracte-
rizadas par um estado de inva-
sao de microorganismos na cor-
rente sangulnea, determinando
lesoes generalizadas em prati-
camente todos os 6rgaos, cons-
tituindo causa comum de morta-
lidade em potros neonatos.
Os potros podem estar expos-
tos a invasao de bacterias pato-
genicas, virus e, raramente, fun-
gas, principalmente devido a:
a. Problemas com a egua ges-
tante, tais como processos
placentarios, infecc;:oesvagi-
nais, c61icasno terc;:ofinal da
gestac;:ao,endotoxemias,esta-
dos febris e perdas significati-
vas de colostro antes do parto.
b. Problemas com a parto, como
distocias e parto induzido.
c. Problemas com 0 potro, nos
casas de reflexo de succ;:ao
ausente ou deficiente, ges-
ta<;ao prolong ada, prematu-
ridade e imaturidade.
d. Fatores ambientais em con-
dic;:aode falta de higiene du-
rante 0 parto, pouca venti la-
c;:ao,superpopulac;:ao e can-
tata com animais enfermos.
A maior incidencia de proces-
sos septicemicos ocorre em po-
tros prematuros que nascem fra-
cas, assim como em potros que
nao mamaram colostro au softe-
ram falencia parcial na transfe-
rencia passiva de imunoglobuli-
nas.Alguns potros prematuros e
estressados podem, eventual-
mente, apresentarem deficiencia
em adquirir nlveis imunol6gicos
normais, a despeito de terem in-
gerido colostro de boa qualida-
de e dentro do perlodo habil de
absorc;:aode anticorpos.
o nascimento de potros em
locais inadequados, sem a higie-
ne necessaria, aliado a falta de
cuidados iniciais quanto a de-
sinfecc;:aodo umbigo logo ap6s
a nascimento, tem aumentado
em muito a incidencia de pro-
cessos septicemicos fatais. Os
principais microorganismos en-
volvidos em infecc;:oes e septi-
cemias nos potros sao: Actino-
bacillus equuli (Shigella), Esche-
richia coli, Klebsiella pneumo-
niae, AHa-streptococcus spp.,
Enterobacter cloacae, Bacillus
spp., Staphylococcus spp., Citro-
bacter spp., Salmonella spp., e
outros como a Rhodococcus equi,
Pasteurella e Clostridium spp.Al-
guns virus como Herpesvirustipo
I, Adenovirus e Rotavirus podem
eventual mente ser as agentes
causadores.
o processo se inicia com a
invasao do organismo pelos ger-
mes, atraves do umbigo, trato
respirat6rio, aparelho digest6rio
e placenta, liberando exotoxinas
au endotoxinas, dependendo do
tipo de bacteria, que causara se-
vera toxemia com danos vascu-
lares e lesoes viscerais muitas
vezes irreverslveis.
o diagn6stico precoce mui-
tas vezes e diflcil de ser estabe-
lecido, porque os sinais c1lnicos
podem nao ser patognom6nicos,
muito embora sejam sugestivos.
No inlcio, os potros podem apre-
sentar anorexia au desinteresse
em mamar, abatimento e debili-
dade geral acompanhada de de-
sidrata<;ao, febre au hipotermia
discreta, sendo que, geralmen-
te, nas fases iniciais, pode-se ate
constatar normotermia. As mani-
festa<;oesque se seguem podem
estabelecer quadros neurol6gi-
cos devido a meningite com con-
vulsao e coma, diarreia, pneumo-
nias, raramente pleurites, osteo-
mielite, artrite purulento, onfalo-
flebite e uvefte.
o estabelecimento c1fnicode
sepsis determina estado de ano-
rexia, abatimento, debilidade ge-
ral, conjuntivas extremamente
congestas e temperatura que
pode atingir 41°C ou ate 42°C.
A respirat;ao estara acelerada,
assim como a frequ€mcia cardia-
ca aumentada.
Rapidamente 0 potro pode
deitar-se, apresentar quadro con-
vulsivo au comatoso, com tempe-
ratura normal ou subnormal, so-
brevindo frequentemente a mor-
te. Nesta fase de evolut;ao, pode
aparecer ictericia e petE§quiasnas
conjuntivas e nas mucosas apa-
rentes; a desidratat;ao se instala
rapidamente, chegando a hipovo-
lemia com desidratat;ao de ate
cerca de 10%.
o diagn6stico de septice-
mia e baseado no quadro c1inico
acima descrito, devendo-se dar
atent;ao especial aos processoscomo pneumonias, onfaloflebites
ou persist€mcia de uraco e, prin-
cipalmente, as diarreias diagnos-
ticadas antes au ap6s as primei-
ras manifestat;6es de sepse.
A confirmat;ao do diagn6s-
tico e realizada pela hemocultu-
ra em meio aer6bio e anaer6bio,
podendo-se ainda encaminhar
para cultivo, amostras de urina,
fezes, Ifquido sinovial, Ifquido ce-
falorraquidiano e exsudato abdo-
minal e toracico.
o tratamento deve ser inicia-
do imediatamente pela infusao
intravenosa de ringer lactato e bi-
carbonato de s6dio, uma vez que
ha grandes perdas de eletr61itos
e a acidemia e um quadro que
frequentemente se instala. Anti-
bioticoterapia devera ser institui-
da imediatamente, na fase de ata-
que, com antibi6ticos de ampia
espectro, ou a associat;ao de pe-
nicilina mais um aminoglicosfdeo.
Frequentemente a transfusao de
plasma e necessaria e benefica,
principalmente quando se suspei-
ta de transferencia passiva defi-
ciente de imunoglobulinas. A do-
se recomendada e de 20 ml/kg,
ou aproximadamente 1 litro de
plasma para um potro de 45 kg.
A antibioticoterapia devera
ser mantida, no minimo, por 8 a
10 dias nos animais que respon-
derem favoravelmente nas pri-
meiras 72 horas de tratamento,
e durante 15 dias no quadros c1i-
nicos mais rebeldes. (Ouadro 3).
A cateterizat;ao da veia jugu-
lar,fixando-se 0 cateter com pon-
to de pele, ou faixa de espa-
radrapo ou outro material aderen-
te, fornece segurant;a e menor
trauma possivel a veia, uma vez
que frequentemente a fluidotera-
pia pode se estender por varios
dias. Entretanto, devido a possi-
bilidade de ocorrencia de flebite
septica e de tromboflebite, a re-
giao que sera utilizada para a rea-
lizat;aoda venopunc;:ao,devera ser
preparada assepticamente e a
cateter trocado a cada 48 horas.
Concomitantemente a fluido-
terapia e antibioticoterapia, em
potros com sinais evidentes de
choque septico, deve ser instituf-
das corticoterapia (dexametaso-
na na dose de 0,5 a 2,00 mg/kg
pela via intravenosa como dose
unica) e anticoagulante (hepari-
na na dose de 40UI/kg pela via
subcutanea 3 vezes ao dia). Em
potros com manifestat;6es con-
vulsivas,a aplicat;ao de diazepini-
cas na dose de 0,1 mg/kg pela
via intravenosa a cada 4 a 6 ho-
ras,prevenira as traumas e possi-
bilitara a continuidade do trata-
menta fluidoterapico. A alimenta-
t;ao do potro pode ser mantida
com leite au solut;6es nutrientes,
administrando-se por sanda na-
sogastrica a equivalente a 10%
a 20% de seu peso corporal ao
dia, dividido em volumes iguais a
cada 2 a 4 horas.
A complementat;ao do trata-
menta exige, tambem, a comba-
te aos focos de infect;ao que po-
dem estar presentes no cordao
umbilical e nas articulat;6es.
A oxigenioterapia pode ser
instituida com a intuito de melho-
rar a ventilat;ao, mormente nos
quadros de manifestat;ao pulmo-
nar e acidemias graves.
Os cuidados de enfermaria e
de terapia intensiva sao importan-
tes nos resultados do tratamento.
o animal devera ser acompa-
nhado pela enfermagem 24 ho-
ras par dia,com a finalidade de se
detectar qualquer modificat;ao do
quadro m6rbido e ser imediata-
mente medicado.
1.13. Poliartrite dos potros
e osteomielite.
E uma afect;ao geralmente
de carMer agudo que pode aco-
meter potros com menos de 30
dias de idade, causada pela in-
0
"C
'0
l/l
«l
l:
I
E QUADRO 3. Drogas antimicrobianas utilizadas em potros: droga, dose, via e freqUencia de'(1)
(,)
aplicayoes ao dia.(1)~
0~
(5 Droga Dose Via de aplicayao FreqUencia/diac.
0
-0
Amicacina 3,5 a 10,Omg/kg 1M/IV 2xen
Q)
'0<.r Amoxilina 10,0 a 30,Omg/kg PO/1M 3 a 4xt)
Q)
~ Ampicilina 11,0 a 22,Omg/kg 1M/IV 2 a 3x
Carbemicilina 50,0 a 80,Omg/kg 1M/IV 2 a 3x
Cefadroxil 22,Omg/kg PO 3x
Cefalotina 18,Omg/kg 1M/IV 3 a 4x
Cefoxitina 30,0 a 40,Omg/kg 1M 3 a 4x
Ceftriaxona 25,0 a 50,Omg/kg 1M/IV 2x
Cloranfenicol sue. 25,Omg/kg 1M/IV 4 a 6x
Eritromicina estol. 25,Omg/kg PO 2x
Gentamicina 2,0 a 4,Omg/kg SC/IM/IV 2 a 4x
Kanamicina 7,5mg/kg 1M/IV 3x
Metricilina 25,Omg/kg 1M 4 a 6x
Penicilina G
procaina 20.000 a 50.000UI/kg 1M 2 a 3x
s6dica 10.000 a 50.000UI/kg 1M/IV 4x
Rifampicina 10,0 a 20,Omg/kg ou 5,0 a 10,Omg/kg PO 1 a 2x
quando associada a eritromicina
para potros com Rhodococcus equi PO 2x
Sulfa-trimetropim 15,Omg/kg IV 2x
15,0 a 30,Omg/kg PO 2x
Tetraciclina 6,6 a 11 ,Omg/kg IV 2x
Ticarcilina 40,0 a 80,Omg/kg 1M/IV 3x
vasao e instala<;ao de microor-
ganismos no interior das articu-
la<;6es e nos ossos.
o processo pode ser decor-
rente de septicemias, pneumo-
nias focais, infec<;6es do umbigo
(vasos ou uraco), diarreias com
subsequente bacteremia, pene-
tra<;ao de corpos estranhos devi-
do a ferimentos ou por contigui-
dade articular nas osteomielites
adjacentes. Potros imuno-incom-
petentes, por falhas na transfe-
rencia de imunidade passiva, sac
de alto risco e podem apresentar
artrite septica e osteomielite com
incidencia elevada.
A infec<;ao acomete mais
frequentemente as articula<;6es
carpianas e tarsianas, caracteri-
zando-se por aumento de volu-
me e da temperatura local. Os
potros relutam e sentem muita
dificuldade para andar, devido
principal mente a dor, alem de
apresentarem os sinais clinicos
da afec<;ao primaria.
o diagn6stico tem como base
os sinais c1inicosgerais (afec<;ao
primaria) e locais,consubstancia-
dos pelo hemograma, hemocul-
tura, analise laboratorial do liquido
sinovial, cultivo do liquido sinovial,
e exames de ultra-sonografia,
Raios-X e artroscopia
A poliartrite dos potros pode
ser c1assificada em 4 tipos (S,
E, PeT) tendo como base a
anamnese, os sinais c1inicos, os
achados radiograficos, os resul-
tados da hemocultura, 0 cultivo
do liquido sinovial e os achados
anatomopatol6gicos:
a. Tipo S: Presen<;a de sinovite
infecciosa sem comprometi-
mento de cartilagem e ossos.
b. Tipo E: Artrite septica com
evidencias de infec<;aoda re-
giao epifisaria, da cartilagem
e do osso subcondral.
c. Tipo P: Infec<;ao 6ssea adja-
cente a regiao metafisaria,
estendendo-se a articula<;ao.
d. Tipo T: Infec<;aodos ossos do
tarso concomitante a de ou-
tras articula<;6es,encontradas
preferencialmente em potros
prematuros e imuno-incom-
petentes passivos. Poderao
tambem apresentar osteomie-
lite neonatal, os ossos do car-
po e a metafise das costelas.
o tratamento de elei<;ao e 0
realizado pela aplica<;aode anti-
bi6ticos intra-articular atraves
da artrocentese ou depois de la-
vado articular, associado a anti-
bioticoterapia sistemica, deven-
do-se dar preferencia a antimi-
crobianos de amplo espectro,
caso nao tenha sido possivel 0
cultivo e antibiograma (amino-
glicosideos associados a penici-
lina; cloranfenicol; cefalospori-
nas, sulfa-trimetropim etc.).
A aplica<;aode drogas antiin-
flamat6rias nao ester6ides pode
ser realizada no sentido de ali-
viar a dor, reduzir a inflama<;ao
sinovial e a lesao da cartilagem.
Preferencialmente deve-se uti-
lizar 0 flunixin meglumine na do-
se de 1,1 mg/kg, durante 3 a 5
dias, uma vez ao dia, pela via in-
travenosa, por ser 0 menos ulce-
rogenico para potros.
Em razao da redu<;aodos ni-
veis de acido hialur6nico no li-
quido sinovial comprometido pe-
la artrite infecciosa, a institui<;ao
de tratamento adjuvante com
drogas contendo hialuronato ou
outras glicosaminoglicanas, tem
possibilitado prevenir ou tratar
a doen<;a articular degenerativa
de forma satisfat6ria.
Caso as altera<;6es que 0 li-
quido sinovial apresentar ao
exame forem significativas, com
derrame sanguineo ou de as-
pecto turvo, fibrina em suspen-
sao, presen<;a de bacterias, pro-
teina > 4 g/dl e leuc6citos >
10.000 com 70% de neutr6filos,
convem instituir-se 0 lavado ar-
ticular, que e realizado com agu-
Iha de dupla via, inserida no es-
pa<;o articular, para infusao e
drenagem de solu<;ao fisiol6gi-
ca ouringer com cerca de 2,0 9
de c1oranfenicol ou 100 a 150
mg de gentamicina.
Como em todo processo in-
feccioso, a cultura para 0 isola-
mento do agente etiol6gico e 0
antibiograma, proporcionam con-
di<;6espara se realizar um trata-
mento mais adequado, abrevian-
do a cura, alem de se tornar
menos dispendioso. A obten<;ao
de resultado negativo no cultivo
de rotina do liquido sinovial, nao
elimina a possibilidade de infec-
<;ao, devendo-se submeter a
amostra a meios especiais para
enterobacterias e anaerobiose.
o repouso deve ser instituido
para reduzir a possibilidade de
trauma sobre as estruturas articu-
lares comprometidas, podendo
ser acompanhado de penso com-
pressivo ap6s vigorosa massa-
gem diaria com pomadas iodeta-
das ou de a<;aoantiinflamat6rias.
o tratamento sistemico deve
ser mantido durante 3 a 4 sema-
nas, e 0 repouso no minimo por
90 dias.
1.14. Pneumonia por
Rhodococcus equi
em potros.
As pneumonias constituem a
grande causa de mortalidade en-
tre potros do segundo ao sexto
mes de vida.
Dentre os agentes causado-
res de pneumonias nos potros,
o Rhodococcus equi (antigo
Corynebacterium eqUl),tem sido
o responsavel por ocorrencias de
surtos epidemicos e situat;:oes
de graves endemias causado-
ras de grandes prejurzos a equi-
deocultura empresarial. Alem da
infee<;:aorespirat6ria, caracteriza-
da pela broncopneumonia absce-
dante, 0 R. equi pode, ainda que
ocasionalmente, ser oresponsa-
vel por linfangites,abscessos sub-
cutaneos, abscessos localizados
no mesenterio, diarreias, artrites
septicas, osteomielites e polissi-
novites auto-imune secundaria a
enterocolite.
o R. equi pode ser encon-
trado no solo seco, solo areno-
so, no ar sob a forma de aeros-
s6is, e no trato intestinal. Por
estas razoes, a imunocompe-
tencia do potro, constitui fator
fundamental na defesa de seu
organismo, impedindo a insta-
lat;:aoe desenvolvimento da in-
fec<;:ao, principalmente do se-
gundo ao quarto mes de vida,
ocasiao em que a imunidade
passiva come<;:adeclinar.
A infec<;:aopulmonar no po-
tro instala-se primariamente de-
vido a inala<;:aodo agente infec-
cioso, ou, mais raramente, con-
sequente a ingestoes repetidas,
por parte de potros neonatos co-
profagicos, de grande numero de
microorganismos do solo e de fe-
zes. Esta forma de infedar-se
(alimentar) pode ocasionalmente
restringir 0 processo somente ao
trato intestinal, desencadeando
colites e tiflites que resultam em
ulcera<;:oesda mucosa. Os pul-
moes apresentar-se-ao com
broncopneumonia supurativa,
com extensa absceda<;:aoasso-
ciada a linfadenite traqueobron-
quial. A infec<;:aopulmonar pode
ser superaguda e 0 potro mor-
rer sem apresentar sinais pre-
coces que evidenciem a doen-
<;:apulmonar. Em geral, os po-
tros manifestam dispneia que os
dificultam mamar mesmo estan-
do em repouso, alem de ficarem
debilitados e desorientados.
Com a evolu<;:aodo processo, a
temperatura retal podera atin-
gir 41 Co, elevar-se a frequen-
cia cardraca, podendo-se obser-
var, tambem, corrimento nasal
bilateral com caracterrsticas
Figura 1.9.
Abscessos pulmonares - Rhodococcus equi.
mucopurulenta, A tosse e bran-
da e profunda, nao tendo carac-
teristicas de crise,
Alguns potros poderao apre-
sentar cronificac;ao da doenc;a,
com exacerbac;ao dos sinais c1i-
nicos, desconforto abdominal e
extrema intolerancia a qualquer
tipo de exerdcio, Nestas cir-
cunstancias, pode ser frequen-
te a ocorrencia de efus6es pleu-
rais e abscessos a distancia,
agravando ainda mais 0 estado
geral do animal.
o diagn6stico baseia-se na
caracteristica epidemica ou en-
demica da doenc;a e nos sinais
c1inicos e ou anatomopatol6gi-
cos, A auscultac;ao pulmonar
pode revelar estertores, chia-
dos, sibilos, estalos, roces e
areas de silencio ou apenas
ruidos respirat6rios "rudes" com
reduc;ao dos sons do murmu-
rio vesicular. E: comum a aus-
cultac;ao pulmonar nao apre-
sentar resultados compatlveis
com 0 grau de severidade das
les6es que se desenvolvem nos
pulm6es, particularmente na
fase inicial de abscedac;ao, Por
esta razao, ap6s uma primeira
auscultac;ao do t6rax, tape as
narinas do animal por 10 a 15
segundos e repita a avaliac;ao,
Esta manobra deve ser cuida-
dosa, pois causa muito descon-
forto ao potro,
Laboratorialmente, os potros
com pneumonia por R. equi, de-
monstram leucocitose com neu-
trofilia e monocitose, alem de fi-
brinogenio elevado,
o exame radiografico e de
extrema importancia e de grande
Figura 1.10
Abscesso mesenterico - Rhodococus equi.
valor na avaliac;ao da gravidade
da pneumonia e orientac;aoda te-
rapia a ser utilizada, Os achados
de Raios-X poderao revelar des-
de discreto aumento difuso da
densidade pulmonar, ate nodula-
c;6esou les6es cavitarias de abs-
cedac;ao e linfoadenopatia tra-
queobronquial.
A ultra-sonografia do t6rax
e tecnicas de imuno-diagn6stico
(ELISA), embora fornec;am re-
sultados inconsistentes, podem
se utilizados na avaliac;ao do
quadro de infecc;ao.
o lavado traqueobronquial
ou 0 bronquioalveolar eo metodo
mais importante para 0 diagn6s-
tico de pneumonia por R, equi, e
pod era revelar a presenc;a de
formac;6es pleom6rficas intra-
celulares Gram-positivas em
cerca de 61% dos casos, 0 as-
pirado traqueobronquial devera,
ainda,ser cultivado em condic;6es
aer6bias e anaer6bias, e os mi-
croorganismos isolados subme-
tidos ao antibiograma,
o tratamento consiste basi-
camente na utilizac;ao de anti-
bioticoterapia associando-se
eritromicina e rifampicina, A
eritromicina na dose de 25 a 30
mg/kg, 4 vezes ao dia e a
rifampicina na dose de 5 a 10
mg/kg, 2 vezes ao dia, ambos
pela via oral, possui boa lipo-
solubilidade e difusao nos teci-
dos; por sinergismo, apresentam
grande poder em com bater 0
R. equi, Ocasionalmente a eri-
tromicina pode desencadear
diarreia no potro, nao reque-
rendo tratamento espedfico,
pois a mesma cessara assim que
a administrac;ao do antibi6tico
for suspensa.
A instituic;ao de medidas
auxiliares, como aplicac;ao de
broncodilatadores, mucoliticos
e antiinflamat6rios nao hormo-
nais, aliviam consideravelmente
o quadro de insuficiencia res-
pirat6ria,
A aplicac;ao de plasma ou
soro imune, obtido de doado-
res que receberam baderinas
aut6genas de R. equi, e capaz
de estabilizar a infec<;:aoe pro-
porcionar consideravel prote-
<;:ao,reduzindo 0 numero de ca-
sos em propriedades que apre-
sentem a infec<;:aode forma en-
demica, embora ainda consti-
tua medida controvertida quan-
to a ser de fundamental impor-
tancia na cura do paciente.
Os cuidados gerais de enfer-
magem, como monitoriza<;:aoc11-
nica constante, oxigenioterapia,
remo<;:aodas fezes para ester-
queiras, instala<;:6eslimpas, de-
sinfetadas e arejada, saGfunda-
mentais na fase de recupera<;:ao
dos potros e na redu<;:aoda inci-
dencia de infec<;:aopelo Rhodo-
coccus equi.
A hernia umbilical, dentro da
conceitua<;:ao c1assica,e defini-
da como a passagem de visce-
ras para uma cavidade neofor-
mada, atraves de um ponto ana-
tomicamente fraco, neste caso,
o umbigo.
Em geral, a hernia umbilical
constitui processo hereditario,
devendo ser dada mais aten<;:ao
ao fato nos programas de sele-
<;:aodos animais.E observada co-
mo um aumento de volume de
diametro variavel, contendo no
seu interior al<;:ado intestino, ge-
ralmente delgado, ou partes do
mesenterio. Na dependencia do
diametro do anel herniario umbi-
lical, maior ou menor quantidade
de al<;:aintestinal ou mesenterio
estarao alojados no interior do
saco herniario.
A sintomatologia, alem da
apresenta<;:ao anat6mica da
afec<;:ao, varia em fun<;:ao das
complica<;:6esadvindas do novo
posicionamento das al<;:as.A
mais grave e 0 encarceramento
e 0 estrangulamento que pode
Figura 1.11
Hernia umbilical em potro.
acometer 0 segmento herniado,
devido ao acumulo de fezes e a
compressao quea al<;:asofre
contra a parede do saco e anel
herniario.
A manobra de redu<;:ao do
conteudo do saco herniario (ta-
xe) e imposslvel em alguns ca-
sos, devido as aderencias ao pe-
rit6nio, volume das al<;:asou ao
pequeno diametro do anel. 0
animal passa a ter sinais eviden-
tes de c61icase alterac;:6essiste-
micas caraderlsticas de endo-
toxemia. Ouando 0 desconforto
e a dor diminuem, pode nao sig-
nificar que esteja ocorrendo me-
Ihora do problema, 0 que pode
ter acontecido e a necrose da
al<;:aestrangulada, produzindo
rapida deteriora<;:ao do estado
geral do animal, a despeito do
tratamento de sustenta<;:ao,
transformando 0 caso em emer-
gencia cirurgica.
No sentido de prevenir as
complica<;:6es da hernia umbi-
lical, todo potro portador desta
afec<;:ao deve ser operado 0
mais cedo posslvel. No entan-
to, quando as manifesta<;:6esde
complica<;:6esaparecem, 0 qua-
dro e grave e 0 progn6stico,
quanto a recupera<;:ao, menos
otimista em virtude da neces-
sidade de se realizar uma la-
parotomia e ressec<;:aoda al<;:a
necrosada.
1.16. Hernia inguino-
escrotal do potro.
Frequentemente a hernia in-
guino-escrotal do potro e con-
genita, desenvolvendo-se des-
de 0 nascimento ate 0 4° mes
de vida, devido a amplitude do
anel inguinal. A grande maioria
destas hernias desaparece es-
pontaneamente, mas pode per-
sistir, complicando-se com en-
carceramento e 0 estrangula-
mento do segmento intestinal
herniado.
Geralmente, apenas um dos
lados da bolsa escrotal pode
apresentar 0 problema, mos-
trando-se como aumento de vo-
lume que varia de diametro con-
forme 0 estado de replec;:aode
conteudo alimentar nas alc;:as,
ou entao, conforme 0movimento
de elevac;:aoe abaixamento do
testfculo na bolsa escrotal.
As hernias inguino-escrotais
estranguladas produzem 0 mes-
mo quadro sintomatol6gico das
umbilicais estranguladas, sendo
o tratamento basicamente 0
mesmo - a cirurgia.
Por existirem fortes indicios
de hereditariedade no apareci-
mento destas hernias, aconse-
Iha-se a eliminac;:ao delas nos
potros portadores, realizando-se
concomitantemente a orquiec-
tomia do testiculo correspon-
dente ao lado herniado para,
posteriormente, em torno de 2
a 3 anos de idade, retirar-se 0
testfculo restante. A castrac;:ao
de ambos os testfculos em um
s6 tempo cirurgico, embora nao
exista comprovac;:ao cientifica,
tem side apontada como fator
de interferencia no desenvolvi-
mento corp6reo do animal, prin-
cipalmente quanto ao fen6tipo
de macho.
Figura 1.12
Hernia inguino-escrotal do potro.
Figura 1.13
Hernia inguino-escrotal em potro - aspecto cirurgico.

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