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07/03/2018 1 UROANÁLISE E FLUIDOS CORPORAIS Profª Drª Márcia Cristina Pena Figueiredo Curso: Biomedicina Período: 4º/5º Semestre Turno: Noturno Atividade 1) Um trabalhador suspeita que será solicitada a coleta de uma amostra de urina não assistida para análise de drogas. Ele carrega uma amostra substituta no bolso por dois dias antes de ser encaminhado para coletar a amotra. Pouco depois de o trabalhador entregar a amostra, ele é instruído a coletar outra amostra. a) Qual teste foi realizado na amostra para determinar as possíveis manipulações? b) Como a amostra foi afetada nessa situação ? c) Se o resultado de uma análise de drogas na urina for positivo, indique uma possível defesa relacionada à coleta e ao manuseio da amostra que um advogado poderá utilizar. d) Como essa defesa pode ser evitada ? 07/03/2018 2 Atividade a) Qual teste foi realizado na amostra para determinar as possíveis manipulações? Resposta: A temperatura foi medida. b) Como a amostra foi afetada nessa situação ? Resposta: A temperatura era baixa. A temperatura ideal é 32,5 a 37,7ºC c) Se o resultado de uma análise de drogas na urina for positivo, indique uma possível defesa relacionada à coleta e ao manuseio da amostra que um advogado poderá utilizar. Resposta: A amostra analisada não pertence ao paciente. d) Como essa defesa pode ser evitada ? Resposta: Manter um formulário de CC (cadeia de custódia) exaustivamente documentado. Atividade 2) Que tipo de amostra de urina deve ser coletado de um paciente que reclama de dor ao urinar e o médico tenha ordenado um exame de urina de rotina e urocultura ? A) aleatória B) primeira da manhã C) jejum D) jato médio com assepsia 07/03/2018 3 Programa HCG - doação de urina de gestantes Histórico do programa Originalmente criado na Holanda, o Programa HCG foi trazido para o Brasil em 1986 Ao longo, destes anos de história, já ajudou indiretamente muitas mulheres a realizarem o sonho de ser mãe 07/03/2018 4 Pouca gente sabe, mas as doações de urina de gestantes tornam possível a produção de um medicamento à base do hormônio Auxilia no combate à infertilidade feminina Doação de urina de gestantes Utiliza-se o medicamento que tem como base o hormônio β-hCG Objetivo promover o amadurecimento dos óvulos e a ovulação O Programa HCG coletava o material (urina) das gestantes, até a 12ª semana da gravidez (3º mês) A Gonadotrofina Coriônica Humana β (β-hCG) 07/03/2018 5 A Gonadotrofina Coriônica Humana β (β-hCG) A Gonadotrofina Coriônica Humana β (β-hCG) é uma glicoproteína hormonal produzida pelas células trofoblásticas sinciciais (células da placenta) nos líquidos maternos pouco depois da fertilização Ele funciona como antiabortivo especialmente nos primeiros meses de gestação Desse modo, assegura a manutenção da gravidez no início do desenvolvimento do embrião Kit de agradecimento do programa HCG No final, a doadora recebia um enxoval para o bebê como forma de agradecimento à sua contribuição 07/03/2018 6 TESTE DE GRAVIDEZ β-hCG Exame de urina O exame de urina compreende : Exame físico Exame químico Exame microscópico Exame bacteriológico 07/03/2018 7 Exame de urina Exame físico: volume urinário Depende da quantidade de água que os rins excretam A água é um importante constituinte corporal, e o volume excretado é, geralmente, determinado pelo estado de hidratação do organismo Volume urinário Os fatores que influenciam o volume urinário incluem: Ingestão hídrica As variações na secreção do hormônio antidiurético A necessidade de excretar quantidades aumentadas de sólidos dissolvidos (ex: glicose ou os sais) Alimentação Exercício físico Um adulto saudável, sob dieta normal, produz em torno de 1.000 a 2.000 mL de urina por dia 07/03/2018 8 Oligúria é diminuição do débito urinário (ex: 400 mL/dia em adultos) Devido a perda de água por vômitos Diarreia Suor Queimaduras graves Volume urinário É vista quando o corpo entra em estado de desidratação Oligúria leva à anúria que é a interrupção do fluxo de urina Os rins excretam duas a três vezes mais urina durante o dia do que a noite Volume urinário Pode resultar de qualquer dano grave aos rins ou de diminuição no fluxo de sangue para os rins 07/03/2018 9 Os rins excretam duas a três vezes mais urina durante o dia do que a noite Nictúria é o aumento na excreção de urina noturna Poliuria é o aumento no volume de urina diário (superior a 2,5 L/dia em adultos e 2,5 a 3 mL/kg/dia em crianças) Volume urinário É frequentemente associada com Diabetes mellitus Diabetes mellitus e o Diabetes insipidus produzem poliúria por diferentes razões e a análise da urina é um passo importante no diagnóstico diferencial Volume urinário 07/03/2018 10 Diabetes mellitus O diabetes mellitus é causada por um defeito, que pode ser na produção pancreática de insulina ou na função da insulina, o que resulta no aumento da concentração de glicose Os rins não absorvem o excesso de glicose, necessitando aumentar a quantidade de água excretada para remover a glicose do organismo Apesar de diluída, a urina de um paciente com diabetes mellitus tem elevada densidade específica em razão do aumento do conteúdo de glicose Diabetes insipidus O diabetes insipidus resulta da diminuição da produção ou da função do ADH (hormônio antidiurético) Portanto, a água necessária para a adequada hidratação corporal não é reabsorvida do filtrado plasmático Nessa condição, a urina é verdadeiramente diluída e tem densidade baixa 07/03/2018 11 Polidipsia Poliuria Gravidade inespecífica Gravidade inespecífica aumentada Produção ou função de insulina diminuída Glicose aumentada Diabetes insipidus Produção ou função de ADH diminuída Gravidade inespecífica diminuída Diabetes mellitus Pode ser artificialmente induzida por diuréticos, cafeína ou álcool, os quais suprimem a secreção do hormônio antidiurético Volume urinário 07/03/2018 12 Poliuria Oligúria Volume urinário Exame de urina Exame físico – aspecto 07/03/2018 13 Aspecto da Urina ASPECTO DESCRIÇÂO Límpido Partículas não visíveis transparentes Opalescente Poucas partículas, texto impresso facilmente visualizado através da urina Ligeiramente turvo Muitas partículas, texto impresso borrado através da urina Turvo Texto impresso não pode ser visto através da urina Leitoso Podem precipitar ou ter coágulos Causas não patológicas de turvação na urina CAUSAS NÃO PATOLÓGICAS DE TURVAÇÃO DA URINA Células epiteliais escamosas Muco Fosfatos, carbonatos e uratos amorfos Sêmen, espermatozoide Contaminação fetal Meio de contraste radiográfico Talco Cremes vaginais 07/03/2018 14 Exame físico - cor A cor da urina é devido a um pigmento denominado urocromo, que é um produto do metabolismo endógeno, produzido em velocidade constante A coloração indica de forma grosseira, o grau de hidratação e o grau de concentração de solutos Procedimento: Observar macroscopicamente a coloração da urina Exame de urina Exame físico - cor 07/03/2018 15 Exame físico - cor COR CAUSA CORRELAÇÃO CLÍNICO /LABORATORIAL Incolor Ingestão recente de fluídos Comumente observada com amostras aleatórias Âmbar Desidratação pela febre ou queimadura Urina Incolor Urina cor âmbar Exame físico - cor COR CAUSA CORRELAÇÃO CLÍNICO /LABORATORIAL Amarela pálida Poliuria ou Diabetes insipidus Volume de 24 horas elevado Diabetes mellitus Elevadagravidade específica e resultado positivo para glicose Amostra aleatória diluída Consumo recende de fluídos 07/03/2018 16 Exame físico - cor COR CAUSA CORRELAÇÃO CLÍNICO /LABORATORIAL Amarela escura Amostra concentrada Pode ser normal após o exercício extenuante ou na primeira amostra da manhã COR CAUSA CORRELAÇÃO CLÍNICO /LABORATORIAL Laranja Bilirrubina Espuma amarela, quando agitada, resultado positivo nos testes químicos para bilirrubina Acriflovone Teste negativo para bile Fenazopiridina (Pyridium) Drogas comumente administradas para infecções do trato urinário Nitrofurantoina Pode ter espuma laranja e pigmento laranja denso que podem abscurecer ou interferir com leituras das tiras reagentes. Antibiótico administrado para infecções do trato urinário Fenindione Anticoagulante, laranja na urina alcalina, incolor em urina ácida 07/03/2018 17 COR CAUSA CORRELAÇÃO CLÍNICO /LABORATORIAL Amarela- verde Amarela-castanha Bilirrubina oxidada em biliverdina Espuma colorida na urina ácida e resultados falso- negativos nos testes químicos para a bilirrubina Verde Infecção por pseudomonas Urocultura positiva Azul-verde Amitriptilina Antidepressivo Metocarbamol (Robaxin) Relaxante muscular, pode ser verde-castanha Exame físico - cor Exame físico - cor COR0 CAUSA CORRELAÇÃO CLÍNICO /LABORATORIAL Rosa Vermelha Eritrócitos Urina turva com resultados positivos da análise química de hemoglobina e eritrócitos visíveis microscopicamente Hemoglobina Urina límpida com resultados positivo da análise química de hemoglobina; hemólise intravascular Mioglobina Urina límpida com resultados positivos da análise química de hemoglobina; lesão muscular 07/03/2018 18 Exame físico - cor COR CAUSA CORRELAÇÃO CLÍNICO /LABORATORIAL Rosa Vermelho Porfirinas Resultados negativos da análise química para hemoglobina. Detectada com o teste de Watson- Schwartz ou de fluorescência sob luz ultravioleta Beterraba Urina alcalina de pessoas geneticamente suscetíveis Rifampicina Medicações para tuberculose Contaminação menstrual Amostra turva com eritrócitos, muco e coágulos Exame físico - cor COR CAUSA CORRELAÇÃO CLÍNICO /LABORATORIAL Marrom Preta Hemoglobina oxidada a metemoglobina Visto em urinas ácidas um tempo após a coleta; resultado positivo da análise química para hemoglobina Metemoglobina Hemoglobina desnaturada Ácido homogentísico (Alcaptonúria) Visto em urinas alcalinas um tempo após a coleta Melanina ou melanogênio A urina escurece um tempo após a coleta e reage com nitroprussiato e cloreto férrico 07/03/2018 19 Exame físico - cor COR CAUSA CORRELAÇÃO CLÍNICO /LABORATORIAL Marrom Preta Derivados do fenol Interfere com os testes de redução do cobre Argirol (antisséptico) A cor desaparece com cloreto férrico Metildopa ou levodopa Anti-hipertensos Metronidazol (Flagyl) Escurece um tempo após a coleta Exame de urina 07/03/2018 20 Exame físico -odor A urina normal tem um odor característico devido à presença de uréia Quando o odor é muito forte, deve-se suspeitar de alguma alteração, como uma urina muito concentrada ou uma provável infecção Exame físico -odor ODOR CAUSA Aromático Normal Fétido, semelhante ao amoníaco Decomposião bacteriana, infecção do trato urinário Frutado, doce Cetonas (Diabetes Mellitus) Xarope de bordo Doença do xarope de bordo Ninho de rato Fenilcetonúria Rançoso Tirosinemia Pés suados Acidemia isovalérica Repolho Má-absorção de metionina Desinfetante Contaminação 07/03/2018 21 Exame físico - densidade A gravidade específica é a capacidade dos rins para reabsorver seletivamente as substâncias químicas essenciais e água do filtrado glomerular é definida como a densidade de uma solução em comparação com a densidade de um volume similar de água destilada, na mesma temperatura Exame físico - densidade Como a urina, na realidade, é água que contém substâncias químicas em dissolução, a densidade urinária é uma medida da densidade de substâncias químicas dissolvidas na amostra A densidade pode ser facilmente determinada com uso do urodensímetro, refratômetro ou tiras reativas 07/03/2018 22 Etapas na utilização do refratômetro para a medida da gravidade específica da urina Exame físico- densidade através do refratômetro O refratômetro: determina a concentração de partículas dissolvidas em uma amostra O índice de refração é uma comparação da velocidade da luz no ar com a velocidade da luz em uma solução 07/03/2018 23 Exame físico- densidade através do refratômetro A concentração de partículas dissolvidas presentes na solução determina a velocidade e o ângulo pelo qual a luz passa através de uma solução Os refratômetros clínicos fazem uso desses princípios de luz, utilizando um prisma para dirigir um comprimento de onda específico de luz do dia contra uma escala manufaturada de gravidade específica A concentração da amostra determina o ângulo em que o feixe de luz entra no prisma Portanto, a escala da gravidade específica é calibrada em termos de ângulos em que a luz passa através da amostra Exame físico - densidade Exame físico - densidade 07/03/2018 24 Exame físico- densidade através do refratômetro A calibração do refratômetro é realizada utilizando-se água destilada, que deve ler 1.000 A gravidade específica do plasma filtrado que entra no glomérulo é de 1.010 O termo isostenúria é utilizado para descrever a urina com gravidade específica de 1.010 Hipostenúricas: amostras abaixo de 1.010 Hiperstenúricas: amostras acima de 1.010 Exame físico- densidade através do refratômetro Resultados anormalmente elevados – acima de 1.035 – são vistos em pacientes que tenham realizado, recentemente, pielografia intravenosa (exame radiológico básico do trato urinário) Pacientes que estão recebendo outros fluidos de elevado peso molecular, por via intravenosa também produzem urina com gravidade específica anormalmente elevada Quando a presença de glicose ou de proteína é a causa dos resultados mais elevados, esse fato é detectado na análise química de rotina 07/03/2018 25 Exame de urina O exame de urina compreende : Exame físico Exame químico Exame microscópico Exame bacteriológico Exame - químico A maioria dos testes de triagem de urinálise são medidos por meio de uma fita reagente. Existem vários tipos de fitas reagentes Permitem um meio simples e rápido para a realização de análises químicas da urina, de parâmetros significativos que incluem: pH proteínas glicose cetonas sangue bilirrubina urobilinogênio nitrito leucócitos 07/03/2018 26 Técnica: a metodologia de análise inclui a imersão completa e rápida da tira reagente em uma amostra bem homogeneizada A eliminação do excesso de urina raspando-se a borda da tira no recipiente quando retirá-la da amostra, a espera do período especificado de tempo para as reações acontecerem, e comparação das reações coloridas de a acordo com a tabela do fabricante Exame - químico Exame químico - pH Os pulmões e os rins são os principais reguladores do equilíbrio ácido-básico do organismo A determinação do pH urinário é importante por ajudar a detectar possíveis distúrbios eletrolíticos sistêmicos de origem metabólica ou respiratória Ou também pode indicar algum distúrbio resultante da incapacidade renal de produzir ou reabsorver ácidos ou bases O controle do pH é feito principalmente da dieta, embora possam ser usados alguns medicamentos 07/03/2018 27 pH Exame químico - pH O crescimento bacteriano em uma amostra, pode tornar o pH alcalino devido ao fato da uréia ser convertida em amônia. Bibliografia STRASINGER, S. K.; DI LORENZO, M. S. Urianálise e Fluidos Corporais.5 Ed. São Paulo: Editora Médica Paulista Editora Ltda, 2009. HENRY, JB. Diagnótico Clinico e Tratamento por Métodos Laboratoriais.São Paulo: Manole, 2008.
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