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liquido cefaloraquidiano parte 1

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Prof. Dra Elaine Campana sanches Bornia
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO 
 (Parte 1)
Introdução
O líquido cefaloraquidiano (LCR) é um fluido aquoso que preenche o sistema ventricular do encéfalo e espaço subaracnóide da medula espinhal e cérebro (Cotugno, 1764).
O LCR é um dos principais fluidos do corpo, cuja as principais funções são:
Proteção da medula espinhal e cérebro (barreira mecânica).
Nutrição do tecido nervoso com oxigênio, glicose e outras substâncias. 
Remoção dos resíduos e substâncias tóxicas do tecido nervoso.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 
Dura-máter: é a membrana externa, mais espessa, próxima ao osso (crânio ou vértebras).
Aracnóide: é uma membrana intermediária filamentosa.
Pia-máter: é uma fina membrana mucosa que reveste as superfícies do cérebro e medula espinhal, acompanha todos os contornos, penetrando nos sulcos e contornando os vasos que entram no cérebro.
O LCR circula pelo espaço subaracnóideo, em torno do encéfalo e medula espinhal.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
O cérebro e a medula espinhal são forrados com as meninges, que constituem um sistema de membranas, formados por três camadas:
Formação do LCR
O LCR é produzido pelas células dos plexos coróides e ependimárias dos dois ventrículos laterais (direito e esquerdo) e do terceiro e quarto ventrículos.
Volume de líquor:
Adultos: 90-150 ml
Recém-nascidos: 10 a 60 ml
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Formação do LCR
Os plexos coróides são redes de capilares que formam o líquor a partir do plasma por mecanismos de filtração seletiva sob pressão hidrostática e transporte ativo de secreção.
Nos capilares cerebrais e plexos coróides, as células endoteliais têm espaços muito restritos que impedem a passagem de muitas moléculas, essa estrutura restrita é chamada de barreira hemato-encefálica (BHE).
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Formação do LCR
Manter a integridade desta barreira é essencial para proteger o cérebro de substâncias químicas e outras substâncias que circulam no sangue e poderiam prejudicar o tecido cerebral.
A BHE também impede a passagem de substâncias úteis como anticorpos e medicamentos, sua ruptura por doenças como meningites ou esclerose múltipla permite que leucócitos, proteínas e outras substâncias químicas entrem no líquor.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA
Formação do LCR
Para manter o volume de 90 a 150 ml em adultos e de 10 a 60 ml em recém-nascidos, o líquor circulante é reabsorvido para os capilares sanguíneos nas granulações aracnóideas a uma taxa igual a sua produção.
Diariamente são produzidos em torno de 500 ml/dia de LCR.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 Formação do LCR
Circulação do LCR
Indicações do exame de LCR, segundo a Acadêmia Americana de Neurologia (AAN).
Processos infecciosos do SN e seus envoltórios.
Ex. meningites agudas
Processos granulomatosos com imagem inespecífica.
Ex. metástases, neurotuberculose, neurocisticercose e neuromicoses.
Processos desmielinizantes.
Ex. esclerose múltipla
Leucemias e linfomas (estadiamento e tratamento).
Imunodeficiências.
Processos infecciosos com foco não identificado.
Ex. recém-nascidos e crianças febris sem causa aparente
Hemorragia sub-aracnóide.
Ex. traumatismos e AVCs
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Coleta e Manuseio
Existem três maneiras clássicas para punção (coleta) de amostra de LCR para análise laboratorial.
lombar (nas costas): mais utilizada (atinge o espaço subaracnóideo)
subocipital ou cisternal (nuca), (atinge a cisterna magna)
ou através de cânulas ventriculares.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Punção lombar
Punção cisternal
Punção Lombar
Técnica
 Paciente em decúbito lateral 
Pescoço, tronco, coxas, joelhos fletidos
Cabeça sobre travesseiro mesmo nível
Costas e ombros perpendiculares ao nível do leito
 Sítio de punção
Abaixo da medula espinhal
Término
Adultos
L1–L2 (94%)
L2-L3 (6%)
Crianças
L3 
L3-L4, L4-L5, L5-S1
Linha entre as porções superior-posterior das cristas ilíacas (L3 – L4)
abaixo L4
crianças
 A coleta é realizada pelo médico
Crianças
Adultos
Sítios de Punção Lombar
Punção Lombar
Coleta e Manuseio
A coleta requer determinadas precauções, como a medição da pressão de abertura do LCR tomada quando a agulha entra pela primeira vez no espaço subaracnóideo (adultos: 90- 180 mmH2O ; crianças: 10 – 100 mmH2O).
Cuidadosa técnica para evitar a introdução de infecção ou dano o tecido neural.
O volume de líquor que pode ser coletado baseia-se no volume disponível no paciente (adulto X neonato) e na pressão intracraniana.
Pressão elevada requer que o fluido seja retirado lentamente, com monitoramento da pressão, e pode impedir a coleta de grande volume (geralmente não coletar mais que 2 ml).
Normalmente até 20 ml podem ser colhidos em adultos com pressão normal.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Coleta e Manuseio
As amostras de LCR são coletadas em três tubos estéreis, que são rotulados em 1,2 e 3, na ordem em que são retiradas.
Tubo 1: utilizado para testes bioquímicos e imunológicos,
 pois estes testes são menos afetados pelo sangue ou por 
bactérias introduzidas como resultado do procedimento de punção.
Tubo 2: testes microbiológicos.
Tubo 3: utilizado para contagem de células e diferencial
 (citologia), porque é o menos provável de conter células 
introduzidas pelo procedimento da punção.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Um quarto tubo pode ser retirado para que o Laboratório de Microbiologia forneça melhor exclusão de contaminação da pele ou para testes sorológicos adicionais.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Coleta e Manuseio
O fluido sobrenadante que é deixado depois que cada seção do laboratório tenha realizado seus testes, também pode ser utilizado para complementar testes químicos ou sorológicos.
Excesso de fluido não deve ser descartado e deve ser congelado até que não haja mais nenhum uso para ele.
Considerando o desconforto para o paciente e as possíveis complicações que podem ocorrer durante a coleta da amostra, o laboratório deve manusear cuidadosamente as amostras de LCR.
Coleta e Manuseio
Idealmente, os testes devem ser realizados em caráter de urgência, para minimizar a degradação celular que começa praticamente uma hora após a coleta, se isso não for possível, as amostras deverão ser mantidas da seguinte maneira:
 hematologia e citologia: os tubos são refrigerados (tubo 3).
microbiologia: os tubos permanecem em temperatura ambiente (tubo2). 
 Micro-organismos exigentes como Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis não sobrevivem em baixas temperaturas.
 bioquímica e sorologia: os tubos são congelados (tubo 1).
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Procedimento Técnico
*** Todas as amostras de LCR devem ser tratadas com extremo cuidado, porque podem ser altamente contagiosas; devem ser sempre utilizadas luvas e máscaras para o rosto. A centrifugação do fluido deve ser realizada em tubos fechados. 
Exame de Rotina do LCR
Exame Físico do Líquor
B) Exame Citológico
C) Análise Bioquímica
D) Exame Microbiológico
E) Exame Sorológico
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Procedimento Técnico
A ) Exame Físico do Líquor
Aspecto
Corresponde à descrição da transparência do líquor observado, de preferência contra um fundo branco que apresente caracteres em negrito.
Os aspectos mais comumente encontrados:
Límpido
Opalescente/Turvo/Leitoso/Purulento
Hemorrágico
Procedimento Técnico
A ) Exame Físico do Líquor
Aspecto
Aspecto Límpido ou Cristalino: coloração incolor, quando o material apresentar-se perfeitamente transparente, comparável à água, segundo a comparação clássica (característica de um líquor normal).
Aspecto Opalescente, Turvo, Leitoso ou Purulento:é a diminuição da transparência, podendo apresentar-se desde discretamente até fortemente turvo. As causas podem ser diversas, por exemplo, bactérias, fungos, células, proteínas, lipídeos, etc.
*** A ocorrência de amostra opaca ou leitosa pode ser resultado de concentração elevada de proteínas ou lipídeos, mas também pode ser indício de infecção, sendo a opacidade causada pela presença de leucócitos.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Procedimento Técnico
A ) Exame Físico do Líquor
Aspecto
c) Aspecto Hemorrágico: possui coloração eritrocrômica, é a mistura de sangue com líquor em quantidades variáveis, podendo apresentar-se desde ligeiramente até fortemente hemorrágico.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Procedimento Técnico
A ) Exame Físico do Líquor
Aspecto
LCR macroscopicamente sanguinolento pode ser indicação de:
 hemorragia intracraniana;
 punção de um vaso sanguíneo durante o procedimento da coleta .
Quando o líquor for hemorrágico, é necessário distinguir hemorragia pré-existente de acidente de punção.
A diferenciação pode ser feita através das seguintes provas:
Prova dos três tubos
Prova da centrifugação
Formação de coágulo.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Procedimento Técnico
A ) Exame Físico do Líquor
Aspecto
Prova dos três tubos: 
O sangue de uma hemorragia cerebral será distribuído uniformemente pelos três tubos da amostra de líquor (Fig 1).
Enquanto na punção traumática terá elevada concentração de sangue no tubo 1, com gradual diminuição nos tubos 2 e 3. Estrias de sangue também podem ser vistas após uma punção traumática (Fig 2).
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Fig 1.
LCR proveniente de hemorragia
Fig 2.
LCR proveniente de punção traumática
Procedimento Técnico
A ) Exame Físico do Líquor
Aspecto
Prova da centrifugação: 
Sobrenadante incolor indica acidente de punção (Fig 1), lembrando que a centrifugação deve ser realizada imediatamente após a coleta (após 2 horas as hemácias começam a hemolisar). 
Um sobrenadante xantocrômico seria o resultado de sangue que está presente a mais tempo do que um eventual sangue introduzido pela punção (Fig 2).
*** O achado microscópico de macrófagos com GVs fagocitados (eritrofagocitose) ou grânulos de hemossiderina ou hematoidina são indicativos de hemorragia intracraniana.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Fig 1
Acidente de punção
Fig 2
Hemorragia mais antiga
Procedimento Técnico
A ) Exame Físico do Líquor
Aspecto
Formação de coágulo: 
Fluidos coletados por punção traumática podem formar coágulos em virtude da introdução de fibrinogênio plasmático na amostra. 
Líquor sanguinolento por causa de hemorragia intracraniana não contém fibrinogênio suficiente para coagular. 
Doenças que produzem dano a BHE (meningite) permitem a filtração de proteínas e fatores de coagulação e também causam a formação de coágulos, mas não costumam produzir fluido sanguinolento.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Procedimento Técnico
A ) Exame Físico do Líquor
2) Cor
Incolor
b) Eritrocromica
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Procedimento Técnico
A ) Exame Físico do Líquor
2) Cor
c) Xantocrômico: coloração rosada, laranja ou amarela, indica a presença de bilirrubina ou hemólise (produtos de degradação das hemácias).
Dependendo da quantidade de sangue e da duração do sangramento, a cor pode variar de:
 rosa (pouca quantidade de oxi-hemoglobina);
 laranja (hemólise maior);
 amarelo (conversão da oxi-hemoglobina em metahemoglobina e bilirrubina).
Em recém-nascidos, a xantocromia é um achado normal, conseqüência da imaturidade anatômica e funcional da barreira hematoencefálica, e proporcional aos níveis de bilirrubina (imaturidade da função hepática).
Outras causas de xantocromia incluem:
Bilirrubina sérica elevada ( cor característica da bilirrubina é denominada de ictérica)
Presença dos pigmentos caroteno e melanina;
Aumento acentuado na concentração de proteínas.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Aspecto
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 Aspecto/Cor
1- límpido/incolor
2-turvo/incolor
3-turvo/xantocrômico
4-turvo/ictérico
5-turvo/xantocrômico
6- hemorrágico/eritrocrômico
1
2
3
4
5
6
1
3
6
Procedimento Técnico
A ) Exame Físico do Líquor
3) Retículo Fibrinoso
Ausente: o líquor normal não contém fibrinogênio e nem trombina e por isso não há formação de retículo fibrinoso.
Presente: O retículo fibrinoso pode ser observado no líquor em casos de processos inflamatórios como, meningite, abscessos encefálicos, poliomielite, e em casos de processos compressivos.
 Em geral sua presença está associada com taxa de proteínas aumentada no líquor.
 Para observar sua formação, deve-se separar uma porção do líquor e deixar em repouso absoluto. O tamanho do retículo é variável, observando-se desde delicado, semelhante à teia de aranha, até um grosseiro coágulo fibrinoso.
** Uma clássica película reticular está associada a meningite tuberculosa e pode ser vista depois de uma noite de refrigeração do fluido.
 
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Procedimento Técnico
A ) Exame Físico do Líquor
4) Densidade
Procedimento Técnico
B ) Exame Citológico
 1) Características Celulares
A citologia deve ser iniciada prontamente, pois as células suspensas em líquor sofrem rápida degradação in vitro. 
Contam-se as células presentes por milímetro cúbico com uso da câmara de Fuchs-Rosenthal (padrão ouro), na sua ausência pode ser usada a câmara de Neubauer.
A diluição não é necessária, a menos que seja observada celularidade muito elevada.
Uma porção do líquor deve ser reservada para centrifugação e análise em uma lâmina fixada e corada para a diferenciação das células encontradas.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Procedimento Técnico
B ) Exame Citológico
 1) Características Celulares
Normalmente é encontrado um predomínio de linfócitos, com alguns monócitos e poucos (ou nenhum) neutrófilos.
Em indivíduos adultos, as proporções normais de células no LCR geralmente variam:
 50 a 70% de linfócitos, 
30 a 50% de monócitos
0 a 7% de neutrófilos. 
Outros segmentados como os eosinófilos, células ependimais e histócitos raramente são observados.
A contagem intensamente aumentada de leucócitos está associada a infecções, sendo o predomínio de neutrófilos indicativo de infecção bacteriana e o predomínio de linfócitos, associado a infecções virais, fúngicas ou tuberculosas.
Algumas condições, como a Esclerose Múltipla e a Síndrome de Guillan-Barré associam-se a um leve aumento na contagem de linfócitos. 
A presença de eosinófilos em qualquer número é considerada indício de acometimento parasitário do sistema nervoso, neurocisticercose ou neuroesquistossomose.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Procedimento Técnico
B ) Exame Citológico
 2) Contagem Global.
Utiliza-se a câmara de Fuchs-Rosenthal (padrão ouro).
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 A contagem das células é realizada no líquor não diluído (não centrifugar).
 A câmara de Fuchs-Rosenthal é preenchida por capilaridade.
 Contar sob microscopia, todos os elementos figurados encontrados na área reticulada, procurando diferenciar os leucócitos das hemácias.
As vantagens da câmara de Fuchs-Rosenthal sobre a câmara de Neubauer para a contagem global de células do LCR são:
- Maior capacidade (3,2 mm3)
- Menor coeficiente de variação
 
B ) Exame Citológico
 2) Contagem Global.
Utiliza-se a câmara de Fuchs-Rosenthal .
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 Cálculo: n0 total de leucócitos contados
 3,0
 O cálculo é igualmente feito quando forem encontradas hemácias.
Resultado: n0 de células/mm3
 Valores de referência: 
adultos: 0,0 a 05 células/mm3
 crianças:00 a 10 células/mm3
 recém-nascidos: até 30 células/mm3
Obs.: o fator 3,0, provem da capacidade da câmara de Fuchs-Rosenthal:
Área reticulada da câmara: 16 mm2 (0,0625 mm2 X 256)
Profundidade : 0,2 mm
Capacidade: 3,2 mm3
Deste modo, tanto o n0 de leucócitos como de hemácias encontradosdentro destes limites deverão ser divididos por 3,0, para indicar o resultado em mm3.
B ) Exame Citológico
 2) Contagem Global.
 A contagem de hemácias (GVs), em geral, é determinada apenas quando ocorre punção traumática, e uma correção para leucócitos (GBs) e proteínas é necessária.
Cálculos podem ser realizados para corrigir o número de leucócitos introduzidos artificialmente no líquor como resultado da punção traumática.
 GBs (adicionados) = GBs (sangue) X GVs (líquor)
 GVs (sangue)
Deste modo uma contagem aproximada de GBs no líquor pode ser obtida pela subtração dos GBs “adicionados”.
Quando as contagens de GVs e GBs no sangue periférico estão no intervalo normal, muitos laboratórios optam, simplesmente, por subtrair 1 GB para cada 700 GVs contadas no líquor.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
B ) Exame Citológico
 2) Contagem Global.
Uma fórmula análoga pode ser utilizada para corrigir as proteínas adicionadas:
PT (adicionadas)= [PT (soro) X (1-HCT) X GVs (líquor)
 GVs (sangue)
Deste modo um valor aproximado de proteínas no líquor pode ser obtida pela subtração das proteínas (PT) “adicionadas”.
Quando os valores de proteínas séricas e hematócrito no sangue periférico estão no intervalo normal, muitos laboratórios optam, simplesmente, por subtrair 1 mg/dL de proteínas para cada 1.200 GVs contados no líquor.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
B ) Exame Citológico
 3) Contagem Diferencial.
Só é realizada, quando a contagem global apresentar pleocitose/hipercitose.
Quando haver a solicitação de pesquisa de células neoplásicas a contagem diferencial é realizada independente do resultado da contagem global.
Identificar o tipo ou os tipos de células presentes no líquor é um precioso auxílio diagnóstico.
A quantidade de células, ou o tipo celular encontrado predominantemente , pode determinar o tempo de evolução da patologia e o agente ou grupo de agentes causais.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
B ) Exame Citológico
 3) Contagem Diferencial.
A contagem diferencial deve ser realizada em um esfregaço corado (corante hematológico) e não a partir da contagem das células na câmara (poucas células, e a identificação do tipo celular além de polinucleares e mononucleares é difícil em uma preparação a fresco).
Para garantir que o número máximo de células esteja disponível para análise, a amostra deve ser concentrada antes da preparação do esfregaço.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
B ) Exame Citológico
 3) Contagem Diferencial.
 As seguintes técnicas podem ser utilizadas para concentração do sedimento:
Gota espessa.
Esfregaço (centrifugação simples).
Câmara de sedimentação gravitacional ( câmara de suta).
Citocentrifugação.
Centrifugação com enriquecimento proteico.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Câmara de Suta
Citocentrífuga
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
B ) Exame Citológico
 3) Contagem Diferencial.
3.1) Constituintes celulares do líquor
As células encontradas no líquor normal são, principalmente, linfócitos , monócitos e poucos neutrófilos.
Adultos: predominância de linfócitos sobre monócitos (70:30).
Crianças: predominância de monócitos sobre linfócitos (70:30)
LCR: linfócitos normais (ampliação de 1000 X)
LCR: linfócitos e monócitos normais
 (ampliação de 500 X)
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
B ) Exame Citológico
 3) Contagem Diferencial.
3.1) Constituintes celulares do líquor
O aumento do número destas células normais (pleocitose) é considerado anormal, como também o achado de leucócitos imaturos, eosinófilos, plasmócitos, macrófagos, número de células de tecidos aumentado (plexo coróide e ependimal) e células malignas.
Quando a pleocitose envolve neutrófilos, linfócitos ou monócitos, a contagem diferencial do líquor é mais frequentemente associada com o seu papel no fornecimento sobre o tipo de microorganismo que está causando a infecção das meninges (meningite).
- n. de GBs onde a maioria são neutrófilos = indicativa de meningite bacteriana
- n. de GBs onde a maioria são linfócitos e monócitos = indicativa de meningite de origem viral, tuberculosa, fúngica ou parasitária.
B ) Exame Citológico
 3) Contagem Diferencial.
3.1) Constituintes celulares do líquor
3.1.1 Neutrófilos
 Principais significados clínicos
Meningite bacteriana: os neutrófilos podem conter bactérias fagocitadas.
 : aparecem com mudanças degenerativas intensas, principalmente cariorrexe.
Fase inicial de meningite viral, tuberculosa e fúngica.
Hemorragia cerebral.
Repetidas punções lombares.
Injeção de medicamentos ou contraste radiográfico.
Achados microscópicos
Os grânulos podem ser menos proeminentes do que no sangue.
Células se desintegram rapidamente.
Neutrófilos com núcleo picnótico indicam degeneração celular , podem se assemelhar a hemácias nucleadas, mas, geralmente tem múltiplos núcleos.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Neutrófilos
Neutrófilos com bactérias intracelulares e extracelulares vistos na meningite bacteriana.
(1.000 X)
Hemácias nucleadas vistas por contaminação da medula óssea (1000 X)
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 Pode-se observar três neutrófilos. O neutrófilo localizado na porção superior apresenta o núcleo fragmentado em grânulos, e com distribuição irregular de cromatina, caracterizando uma cariorrexe.
 Cariorrexe: a cromatina adquire uma distribuição irregular, podendo se acumular em grumos na membrana nuclear; há perda dos limites nucleares;
Quadro característico de meningite bacteriana 
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
B ) Exame Citológico
 3) Contagem Diferencial.
3.1) Constituintes celulares do líquor
3.1.2 Linfócitos e Monócitos
Principais significados clínicos
- Dentro dos valores de referência, são as células presentes no líquor normal .
Número aumentado Meningite viral
 Meningite tuberculosa
 Meningite fúngica
 Esclerose múltipla
Linfócitos reativos ou ativados com citoplasma aumentado, azul escuro, e cromatina condensada, são vistos com freqüência durante infecções virais.
Aumento de linfócitos no LCR também é observado em casos de infecção assintomática pelo HIV.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Linfócitos e Monócitos
Linfócitos e monócitos na 
meningite viral ( 1.000X)
Monócitos
Linfócitos
B ) Exame Citológico
 3) Contagem Diferencial.
3.1) Constituintes celulares do líquor
3.1.3 Eosinófilos
Principais significados clínicos
Infecções parasitárias ( Schistosoma mansoni ,Taenia solium, Toxoplasma sp).
Infecções fúngicas (principalmente Coccidioides immitis; Cryptococcus neoformans).
Introdução de material estranho, incluindo medicamentos e sondas no SNC.
Considera-se meningite eosinofílica a partir de 10%.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Eosinófilos (seta) , neutrófilos e hemácias.
Eosinófilos
Eosinófilos e uma célula coroidal.
B ) Exame Citológico
 3) Contagem Diferencial.
3.1) Constituintes celulares do líquor
3.1.4 Macrófagos
Principais significados clínicos
Remoção de restos celulares e corpos estranhos do líquor, como GVs.
Aparecem dentro de 2 a 4 horas após GVs entrarem no líquor e são observados com freqüência após repetidas punções.
Tendem a ter mais citoplasma do que os monócitos no sangue periférico.
O aumento de macrófagos é indicativo de hemorragia anterior.
A degradação dos GVs fagocitados resulta no aparecimento de grânulos de cor azul escura ou preta (hemossiderina com ferro).
Cristais amarelos de hematoidina representam mais degeneração, eles são isentos de ferro, constituídosde hemoglobina e bilirrubina não conjugada.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Macrófagos
Macrófagos com grânulos de hemossiderina e eritrofagocitose (500 X)
Macrófagos com grânulos de hemossiderina e cristais de hematoidina (cor amarela) 
B ) Exame Citológico
 3) Contagem Diferencial.
3.1) Constituintes celulares do líquor
3.1.5 Plasmócitos
Principais significados clínicos
São formas especializadas de linfócitos b produtores de anticorpos. 
Não costumam estar presentes no LCR.
Podem aparecer em uma variedade de condições inflamatórias juntamente com linfócitos grandes e pequenos:
Meningite tuberculosa
Meningoencefalite sifilítica
Esclerose múltipla
Infestações parasitárias do SNC
Infecções virais agudas, etc.
 Também aparecem em associação com tumores cerebrais malignos.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Plasmócitos
Plasmócito e linfócito
Plasmócito e polimorfonucleares
B ) Exame Citológico
 3) Contagem Diferencial.
3.1) Constituintes celulares do líquor
3.1.6 Outras células sem significado patológico
Essas células são mais freqüentemente observadas após procedimentos diagnósticos, como pneumoencefalografia e no fluido obtido por punção ventricular ou durante neurocirurgias.
As células, muitas vezes, aparecem em aglomerados e podem ser distinguidas das células malignas pela aparência uniforme.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
3.1.6 Outras células sem significado patológico
Células coroidais
São células epiteliais da mucosa do plexo coróide.
São vistas isoladamente e em grumos.
Os nucléolos são, geralmente ausentes e os núcleos têm aparência uniforme.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Células do plexo coróide: podem ser distinguidas das células malignas pela uniformidade do núcleo e nítida definição dos contornos celulares
3.1.6 Outras células sem significado patológico
Células ependimais
São provenientes do revestimento dos ventrículos e do canal neural.
Possuem membranas celulares menos definidas e são, freqüentemente, observadas em aglomerados.
Os nucléolos estão muitas vezes presentes.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Células ependimais
3.1.6 Outras células sem significado patológico
Células fusiformes
Representam células da aracnóide.
São geralmente vistas em agrupamentos e também em neoplasias sistêmicas.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Células fusiformes
B ) Exame Citológico
 3) Contagem Diferencial.
3.1) Constituintes celulares do líquor
3.1.7 Células Hematológicas Malignas
Blastos: Linfoblastos, mieloblastos e monoblastos, são vistos no líquor em casos de complicações de leucemias agudas.
Os nucléolos são, muitas vezes, mais proeminentes do que em esfregaços sanguíneos.
Células de linfoma: também são observadas no líquor, indicando disseminação a partir do tecido linfóide. Se assemelham a linfócitos pequenos e grandes, geralmente agrupados, os núcleos podem aparecer clivados e nucléolos proeminentes estão presentes.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Mieloblasto de leucemia aguda mielocítica (500X) 
Monoblastos e dois linfócitos, observe os nucléolos proeminentes (1000 X)
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Células de linfoma, observe os nucléolos proeminentes e a delicada cromatina nuclear (1000 X)
Linfoblasto de leucemia linfocítica aguda (500 X)
B ) Exame Citológico
 3) Contagem Diferencial.
3.1) Constituintes celulares do líquor
3.1.8 Células Malignas de Origem Não Hematológica
A origem das células de carcinoma metastático não hematológico são, principalmente, neoplasias de pulmão, mama, renais e gastrointestinais.
Tumores primários do SNC incluem astrocinomas, retinoblastomas e meduloblastomas.
Geralmente aparecem em agrupamentos, que devem ser distinguidos dos grupamentos normais de células ependimais, do plexo coróide e de células de linfoma e leucemia.
Essa distinção pode ser feita através da observação de Fusão de membranas celulares e irregularidades nucleares e nucléolos hipercromáticos, que são vistos em aglomerados de células malignas.
As lâminas que contém células anormais devem ser encaminhadas a patologia.
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
 LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Meduloblastoma, observe o aglomerado celular, as irregularidades nucleares (1000X)
EXERCÍCIO
As funções do LCR incluem todas as seguintes, exceto:
Remoção de resíduos metabólicos
Produção de ultrafiltrado de plasma
Fornecimento de nutrientes para o SNC
Proteção do cérebro e da medula óssea
2) O LCR circula através do:
Plexo coróide
Pia-máter
Espaço subaracnoide
Dura-mater
3) A passagem das substâncias presentes no LCR são controladas por:
Granulações aracnoides
Barreira hematoencefálica
Presença de válvula
Células ependimais
4) Coloque as letras à frente da afirmação que melhor descreve a amostra de LCR nas duas condições a seguir.
Punção hemorrágica
Hemorragia intracraniana
______Distribuição semelhante de sangue em todos os tubos.
______Sobrenadante xantocrômico
______A concentração de sangue no tubo 1 é maior que no tubo 3.
______A amostra contém coágulos.
A presença de xantocromia no sobrenadante de uma amostra de LCR pode ser causada por todas as seguintes, exceto:
Função hepática imatura
Degradação de GVs
Punção traumática
Proteínas elevadas no LCR
6) Uma amostra de LCR refrigerada com uma película semelhante à rede é indicativa de:
Meningite tuberculosa
Esclerose múltipla
Neoplasia primária do SNC
Meningite viral
7) O laboratório recebe três tubos de LCR, marcados com os números 1, 2 e 3. Eles devem ser destinados da seguinte maneira:
Citologia(contagem de células): 1; bioquímica: 2; microbiologia: 3
Citologia (contagem de células): 2; bioquímica: 3; microbiologia: 1
Citologia (contagem de células): 3; bioquímica: 1; microbiologia: 2
Citologia (contagem de células): 1; bioquímica: 3; microbiologia: 2
8) A contagem de leucócitos no LCR colhido durante uma punção traumática:
Deve ser realizada apenas com o uso de contadores eletrônicos de células.
Não deve ser realizada com o conteúdo de tubos que contenham estrias de sangue.
Deve ser corrigida quanto aos leucócitos introduzidos por punção traumática.
Deve ser corrigida quanto aos leucócitos e eritrócitos introduzidos por punção traumática.
9) Se os tubos n.2 e 3 do LCR não puderem ser analisados em uma hora, o procedimento correto é:
Refrigerar os dois
Deixar os dois em temperatura ambiente
Refrigerar o 2 e congelar o 3
Refrigerar o 3 e deixar o 2 em temperatura ambiente
10) A presença de grande quantidade de linfócitos ativados e não ativados no LCR tem relação com:
Meningite bacteriana
Reações alérgicas
Hemorragia cerebral
Meningite viral
11) A células identificada na figura abaixo (seta) são vistas no LCR nos casos de:
Hemorragia cerebral
Punção traumática
Infecções parasitárias
Meningite viral
12) As células mostradas na figura abaixo são vistas no LCR nos casos de:
Esclerose múltipla
Síndrome pré-cancerosas
Após pneumoencefalografia
Reações alérgicas 
Células do plexo coróide
13) Qual é a principal preocupação quando pleocitose de neutrófilos e linfócitos são encontradas.
Meningite
Neoplasia do SNC
Esclerose múltipla
Hemorragia
14) Macrófagos aparecem no sangue após:
Hemorragia
Repetidas punções lombares
Procedimentos diagnósticos
Todas as anteriores
15) Hemácias nucleadas são vistas no LCR como resultado de:
Hemácias elevadas no sangue
Tratamento de anemia
Hemorragia grave
Contaminação com medula óssea
REFERÊNCIAS
HENRY,John Bernard; BIANCO, Andrea, trad. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais. São Paulo: Manole, 21o ed., 2012.
STRASINGER, Susan King; DI LORENZO, Marjorie Schaub. Urinálise e fluidos corporais. São Paulo, SP. Livraria Médica Paulista, 2009.

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