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e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 1 GASTROINTESTINAL MEDBOOK DE CIRURGIA AUTORA: KEROLLEN N. CAVALCANTE COAUTORES: THAYNARA REIPERT BRUNO CÉSAR CAROLINA BELAI QUÉREN HAPUQUE JÚLIA MILAGRE WAL HENICKA MEDICINA 2017.2 e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 2 SUMÁRIO DOENÇAS DAS VIAS BILIARES ............................................................................................... 3 1. COLELITÍASE (COLECISTOLITÍASE OU LITÍASE BILIAR) ............................................. 7 2. COLECISTITE AGUDA CALCULOSA .......................................................................................... 9 3. COLEDOCOLITÍASE .......................................................................................................................... 15 4. COLECISTITE AGUDA ACALCULOSA .................................................................................... 16 5. TIPOS INCOMUNS .............................................................................................................................. 16 DOENÇAS E CIRURGIA DO BAÇO ....................................................................................... 18 CIRURGIAS ORIFICIAIS .......................................................................................................... 27 1. HEMORRÓIDA ...................................................................................................................................... 29 2. FISSURA ANAL .................................................................................................................................... 38 3. ABSCESSO ANORRETAL ................................................................................................................ 40 4. FÍSTULA ANORRETAL .................................................................................................................... 42 HEMORRAGIA DIGESTIVA .................................................................................................... 46 HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA - HDA ................................................................................... 49 FLUXOGRAMA PESQUISA DE HD ....................................................................................... 66 ABORDAGEM AO PACIENTE COM LESÃO HEPÁTICA ............................................. 67 LESÕES HEPÁTICAS BENIGNAS - CÍSTICAS ........................................................................... 68 LESÕES HEPÁTICAS BENIGNAS – SÓLIDAS ........................................................................... 70 CIRURGIA DO PÂNCREAS ...................................................................................................... 74 PANCREATITE AGUDA ........................................................................................................................ 75 PANCREATITE CRÔNICA ................................................................................................................... 83 CIRURGIA DAS ADRENAIS/SUPRA-RENAIS ................................................................... 88 SÍNDROMES DE HIPOFUNCIONAMENTO ADRENOCORTICAL: .................................. 89 1. SÍNDROME DE ADDISON ............................................................................................................... 89 SÍNDROMES DE HIPERFUNÇÃO ADRENOCORTICAL: ...................................................... 90 1 - SÍNDROME DE CUSHING ............................................................................................................. 90 2. SÍNDROME DE CONN – HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO ............................... 92 3. FEOCROMOCITOMA ......................................................................................................................... 94 4. SÍNDROME ANDRENOGENITAL ................................................................................................. 96 CIRURGIA DA TIREOIDE ........................................................................................................ 98 HIPERTIREOIDISMO ............................................................................................................................ 100 HIPOTIREOIDISMO ............................................................................................................................... 103 CÂNCER DE TIREÓIDE ....................................................................................................................... 104 NÓDULOS TIREOIDIANOS ............................................................................................................... 106 CIRURGIA DA PARATIREÓIDE ..................................................................................................... 107 e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 3 DOENÇAS DAS VIAS BILIARES Aula 1 – Docente: Spencer REVISÃO ANATÔMICA v O fígado produz a bile e é armazenada na vesícula. Saindo através de 2 ductos: hepático direito e hepático esquerdo que formam o ducto hepático comum. Este se une com o ducto cístico e forma o colédoco que irá desembocar na papila de vater na 2° porção do duodeno. v Não há como retirar cirurgicamente apenas os cálculos (pedras), então retira-se toda a vesícula clipando no final do ducto cístico próximo a sua inserção com colédoco. Procedimento chamado colecistectomia. v Componentes das vias biliares: Ø Intrahepática ü Canalículo intrahepáticos ü Ducto hepático D e E Ø Extrahepática ü Vesícula Biliar ü Ducto hepático comum (ducto hepático direito+ducto hepático esquerdo); ü Ducto colédoco • Em 85% dos casos o colédoco se liga à outro ducto chamado ducto de wirsung/ducto pancreático principal e desembocam na papila de vater que contém o esfíncter de oddi. v Sistema canalicular Ø Hepático Direito + Hepático Esquerdo à Hepático Comum (encontro cístico)à colédoco Intrahepática Extrahepática e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 4 METABOLISMO HEPÁTICO v Produz proteínas plasmáticas v Produz Fatores de coagulação (2,7,9,10) v Armazena vitaminas, ferro e cobre v Energia: glicogênio v Quebra dos aa: uréia v Albumina e fibrinogênio EXCREÇÃO BILIAR v Produção diária: 1000ml (1L/dia),não é eliminada nas fezes e sim reabsorvida por uma circulação chamada enterohepática no intestino grosso, levando ao fígado. v Constituição: Ø Água (principal constituinte da bile) Ø Sais biliares Ø Pigmentos Ø Colesterol(quando hipersaturado, desidrata a vesícula por conter pouco líquido e começam a se aglomerar os cálculos de colesterol) v Eritrócito à Biliverdina à Bilirrubina indireta àBDà Urobilinogênio à Urobilina à Estercobilina e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 5 Paciente pode está com bilirrubina aumentada e não estar ictérico. Porém sempre que estiver ictérico estará com bilirrubina aumentada acima de 2mg/dL METABOLISMODABILIRRUBINA v Provém da degradação do heme (Hemoglobina, mioglobina e hemoproteínas) v Principal fonte: Hemoglobina (80-85%), oriunda de eritrócitos senescentes v Hemoglobina – heme – biliverdina – bilirrubina (Forma não-conjugada/lipossolúvel) ICTERÍCIA v Bilirrubina plasmática> 2mg/dL Ø Normal até 1mg/dL Ø Aumentada 1,5mg/dL pcteSEM icterícia Ø Aumentada > 2mg/dL pcte COM icterícia v Cor amarela na pele, mucosa e escleróticapor impregnação de bilirrubina v Circulação enterro-hepática v Sais biliares Ø Facilitam a absorção de gorduras Ø Absorção de vitaminas lipossolúveis e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 6 FORMAÇÃO DA BILE – COMPOSIÇÃO v Sais biliares: cólico e quênico, são conjugados com taurina ou glicerina v 90% retorna ao fígado no íleo terminal v Água e eletrólitos v Fosfolipídeos: lecitina v Colesterol v Bilirrubina ARMAZENAMENTO DA BILE v Secreção de bile:500 – 1000ml/dia v Vesícula: remoção de 80 – 90% de água e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 7 DOENÇAS: 1. COLELITÍASE (COLECISTOLITÍASE OU LITÍASE BILIAR) v Conceito: Presença de cálculos na vesícula v Outros termos utilizados: Colelitíase e Litíase Biliar v Conhecida desde a antiguidade v Enfermidade biliar mais frequente FISIOPATOLOGIA v Hipomobilidade vesicular v Classificação de cálculos de acordo com a COMPOSIÇÃO: Ø (1) Cálculos de colesterol (amarelos)à Tipo MAIS FREQUENTE! ü Características: Cor castanho claro, polidos ou facetados, Únicos ou múltiplos. Em sua maioria são mistos; 70 – 80% dos cálculos no mundo ocidental. Ø (2) Cálculos pigmentares ü Características: Contém menos de 25% de colesterol; Principal componente é o Bilirrubinato de cálcio (cálcio e bilirrubina).Divide-se em cálculos negros e castanhos; ü Negros (bilirrubinato de cálcio) ü Castanhos ou Marrom (sãomistos: amarelo e negros) v Classificação de acordo com o TAMANHO: Ø Microcálculos →< 3mm; Ø Cálculos pequenos → entre 3 e 5mm; Ø Cálculos médios → entre 5 e 10mm; Ø Cálculos grandes →>10mm. v É MELHOR ter um cálculo grande(10mm), porque não passará pelo ducto cístico visto que o ducto tem de 3 a 5mm. Se for um cálculo pequeno poderá passar pelo ducto e impactar na papila podendo levar a pancreatite. v É importante após a cirurgia que o cálculo vá para o estudo anatomopatológico. 1 2 e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 8 ATENÇÃO! Quando o cálculo impacta na papila de vater impede a bile de sair e também impede o suco pancreático levando a pancreatite, pois como as enzimas não conseguem sair começam a “degradar/digerir” o próprio pâncreas. A principal causa de pancreatite aguda é cálculo impactado!!! Se a bile também não sai e o ambiente fica propicio à colonização de bactérias, gera um processo infeccioso na bile, chamado de colangite (TRÍADE DE CHARCOT: febre c/ calafrios, icterícia, dor abdominal) Quando evolui para colangite tóxica além dos 3 sintomas há confusão mental e hipotensão, a este fenômeno damos o nome de PENTADE DE REYNOULD. Duas afecções comum para cálculo impactado é pancreatite e colangite v No raio X o cálculo que aparece é o de bilirrubinato de cálcio e não o de colesterol. Então, para cálculo o RX geralmente não é feito, pois se não tiver nada na imagem não exclui a doença. v Na cirurgia quando retirada a vesícula e a parede da mesma está mais espessa do que o normal, entende-se que o paciente já teve vários episódios de colecistite aguda. Essa inflamação gera edema e até mesmo necrose. e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 9 2. COLECISTITE AGUDA CALCULOSA INTRODUÇÃO v Colecistite é uma Inflamação da vesícula que pode ou não ter cálculo ex.: Queimadura (por causa da desidratação), trauma v Colecistite aguda sem cálculo devido a trauma é a causa mais frequente de colecistite em criança MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS v Dor abdominal Ø Pode irradiar para o ombro direito e piora quando come alimentos gordurosos, leite integral, pizza, macarronada, etc, pois a vesícula biliar contrai pela ação da colecistocinina (CCK) liberada pelo duodeno. Assim, há liberação da bile e emulsificará a gordura. Essa contração da vesícula, cria um mecanismo de expulsão do cálculo, porém quando a pedra é grande fica impactada no cístico e não sai a bile, então as células do duodeno mandam mais CCK para que a bile saia gerando assim dor: liberação intensa de CCK + Contração excessiva da bile. v Comum referencia da dor para o dorso, principalmente para regiões escapulares, via nervos esplâncnicos v Anorexia, náusea e vômito são frequentes v Sinal de Murphy positivo v Massa palpável correspondente a vesícula distendida e hipersensível – 20% dos pacientes v Febre com calafrios sugere colecistite supurativa ou colangite associada EXAMES COMPLEMENTARES v LABORATÓRIOØ Discreta leucocitose (se muito alta suspeitar de perfuração) Ø Aumento discreto de bilirrubina (se maior que 4mg/dL suspeitar de coledocolitíase associada) Ø Aumento discreto de FA e TGO Ø Aumento de amilase sérica ü Na colecistite aguda não há aumento da amilase, porém se estiver aumentada, deve está tendo pancreatite como complicação da colecistite. DEVE SEMPRE PEDIR Ø Não precisa de exame para afirmar uma colecistite aguda, podem apenas sugerir uma infecção como por exemplo através da leucocitose v RX DE ABDOME Ø Não é necessário/obrigatório Ø Aparece apenas em Cálculos radiopacos de bilirrubinato de cálcio (15%) Ø Vesícula de porcelana ü Chamada assim porque o cálcio começa a se depositar nas paredes da vesícula e no RX da vesícula todo esse depósito na parede fica parecendo um vaso ü Vesícula em porcelana aumenta a chance de Adenocarcinoma de vesícula, se o paciente não tem dor, nem cálculo, mesmo assim tem que retirar a vesícula. ü Existem duas coisas que aumentam a chance de Adenocarcinoma de vesícula: (1) cálcio depositado na parede (2) pólipo de vesícula e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 10 Ø Calcificação pancreáticas ou renais Ø Ar na árvore biliar sugerindo fístula bilio-entérica Ø Ar na parede da via biliar, sugerindo colecistite enfisematosa v CINTILOGRAFIA DAS VIAS BILIARES Ø Exame de escolha – PADRÃOOURO - para confirmar suspeita de colecistite aguda calculosa Ø É O MELHOR EXAME! A USG não é padrão, se faz mais ela apenas pela praticidade e disponibilidade, porém padrão ouro é a cintilografia Ø Sensibilidade e especificidade de 97% Ø Técnica: Tecnécio 99 e injetado via intravenosa (IV). Em condições normais a vesícula é visível em 15 min, podendo chegar a 1 hora Ø Enchimento da vesícula diagnóstico improvável Ø Enchimento dos ductos biliares, porém não da vesícula: é um forte apoio a favor do diagnóstico v ULTRASSONOGRAFIA Ø Detecção de cálculos biliares e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 11 Ø Avaliação de órgãos vizinhos Ø Espessamento da parede da vesícula – IMPORTANTE para saber se há inflamação. v TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Ø Não é comum fazer diagnóstico de com TC, mas pode-se usar como exame também. Espessamento da parede da vesícula e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 12 Locais possíveis para fístula DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL v Os Principais são: Ø Apendicite Aguda (apêndice muito inflamado que pode está um pouco mais acima da sua topografia normal) Ø Pancreatite (pode coexistir com a colecistite) Ø Úlcera péptica perfurada (a alimentação também gera dor mas aqui é por tudo que comer até mesmo a ingestão de água causa dor) COMPLICAÇÕES v PERFURAÇÕES Ø Quadro geral mais exacerbado Ø Formas: ü Livre para cavidade peritoneal, com peritonite generalizada ü Localizada (contida por aderências), formando abscesso pericístico ü Para dentro de víscera oca, fazendo uma fístula Ø Perfuração livre se manifesta com: febre alta, leucocitose importante, sinais de toxicidade e quadro abdominal de peritonite Ø Tratamento: • Cirúrgico àAntibioticoterapia venosa + Colecistectomia de emergência v FÍSTULAS Ø Ocorre mais frequentemente com duodeno ü Pois o duodeno é um órgão próximo a vesícula e uma vez inflamada essa inflamação passa para o órgão adjacente. Esse processo inflamatório local forma uma fístula/comunicação entre as estruturas, e o cálculo da vesícula biliar pode migrar para o duodeno. Ø Após a fistulização intestinal, o material sob pressão é lançado no intestino, abortando a clínica álgica v ÍLEO BILIAR Ø Obstrução do delgado por um cálculo biliar volumoso (mais de 2,5cm) que foi parar no intestino por uma fístula e impacta no óstio ileocecal Ø É mais comum do que pode parecer, representa cerca de 25% dos casos de obstrução intestinal em pacientes com mais de 65 anos. Ø Manifestação clínica: Obstrução intestinal Ø Conduta: Cirurgia e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 13 v SÍNDROME PÓS-COLECISTECTOMIA Ø Após colecistectomia, 10% dos pacientes continuam com sintomas significativos ü Paciente queixa-se de dor, ao exame evidencia-se o cálculo, retira-se o cálculo através da cirurgia e o paciente continua sentindo dor. Ø A doença calculosa não era devido ao cálculo, ou seja, a causa das queixas pré-cirúrgica Ø Condições associadas que podem ser responsáveis: ü Coledocolitíase ü Pancreatite ü Úlcera péptica ü Síndrome do colón irritável ü Doenças do esôfago ü Patologia do esfíncter de Oddi (discinesia, estenose) TRATAMENTO – COLECISTITE AGUDA v Internação hospitalar v Dieta zero v Hidratação venosacom soro glicosado v Analgesia ü Mais usado: meperidina (dolantina) IV. Pode-se usar também dipirona IV ü NÃO pode dar morfina, pois leva à contração do esfíncter de oddi, pois o objetivo é sua dilatação para drenagem da bile. v Antibioticoterapia parenteral Ø Dificilmente se faz em paciente com colescistite aguda que não tem sinais de colangite Ø Caso brando: Cefoxitina Ø Caso grave: Ampicilina + Aminoglicosídeo + Metronidazol Imagem: Íleo Biliar e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 14 Incisão de 4cm na região umbilical onde passará a câmera e outras 3 incisões de 1-2cm para inserção de três trocateres. Durante a cirurgia deve-se insuflar o abdome com CO2, para que consiga posicionar os equipamentos de forma adequada e ter melhor visualização. O ducto cístico é clampeado com um Clamp (é um instrumento em formato de “V” metálico, dificilmente se dá ponto. E retira-se a vesículapelo orifício umbilical (maior). TRATAMENTO – COLELITÍASE v CIRÚRGICO/DEFINITIVO: Colecistectomia (mortalidade <2%) Ø Via laparoscópica: via preferencial, dificultada pela presença de aderências em torno do pedículo da vesícula ou fístulas colecisto-entéricas Ø Cirurgia precoce ou tardia? v CLÍNICO: FARMACOLÓGICO OU MECÂNICO Ø Raros os casos mas pode-se fazer também. Ø Farmacológico: ü Ácido quenodesoxicólico (EUA) ou Ursodesoxicólico (BRASIL) ü Casos em que pode-se tentar usar o Ursodesoxicólico: (1) cálculo de colesterol (não dissolve os pigmentares) (2) cálculo único (não consegue dissolver vários) (3) menor do que 1cm Ø Mecânico: ü NÃOse faz no Brasil, pois não é recomendado visto que não queremos quebrar um cálculo em vários pequenos. ü Litotripsia extracorpórea com ondas de choque e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 15 3. COLEDOCOLITÍASE DEFINIÇÃO v Migração do cálculo para o colédoco.à Se impactado pode desenvolver colangite v Silenciosa em 10 a 15% dos casos v Evolução para Colangite àDor, febre com calafrios e icterícia: TRÍADE DE CHARCOTà pode evoluir para PÊNTADE DE REYNOULD que é a tríade + confusão mental e hipotensão (Choque) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS v Icterícia v Colúria v Fezes acólicas ou hipocólicas v Lab: FA e Gama GT ü Exame laboratorial importante, pois essas são enzimas canaliculares e quando aumentadas pensar em coledocolitíase. Na litíase biliar o laboratório não ajuda muito, mas na coledocolitíase sim. v Leucocitose v Hiperbilirrubinemia às custas da Bilirrubina Direta (já foi conjugada e apenas não está saindo) v Aumento das enzimas hepáticas (AST e ALT) TRATAMENTO v CPRE - Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada ü É uma técnica que utiliza simultaneamente a endoscopia digestiva e a imagem fluoroscópica para diagnosticar e tratar doenças associadas ao sistema biliopancreático. ü Entra com um cateter até a segunda porção do duodeno e a papila de vater. O cateter possui uma linha metálica que passa corrente elétrica e corta a papila de vater (Papilotomia), esta irá abrir e assim possibilita a retirada do cálculo e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 16 4. COLECISTITE AGUDA ACALCULOSA v Responsável por 4 a 8% dos casos de colecistite aguda v Inflamação da vesícula que não é devido ao cálculo FATORES DE RISCO v Politraumatizados graves v Grandes queimados v Pós-operatório de grande porte recente Ex.: pcte em retirada do estômago, no momento da cirurgia, e pode ser que um dos afastadores fique contato com a vesícula e inflamando-a. v Jejum prolongado com nutrição parenteral v Doenças sistêmicas graves (LES, etc) FISIOPATOLOGIA v A estase biliar, falta de estímulo para contração da vesícula leva a concentração progressiva da bile, formando material espesso e viscoso (lama biliar) 5. TIPOS INCOMUNS COLECISTITE ENFISEMATOSA AGUDA v Presença de gás na parede da vesícula v Quadro clínico semelhante a calculosa, porém a instalação é súbita e a evolução mais rápida. A resposta inflamatória sistêmica é mais intensa v Patognomônico: presença de gás na topografia da vesícula biliar visto na radiografia simples de abdome v Tratamento emergencial, pois tem grande risco de gangrena e perfuração COLECISTITE TIFOIDE v Evento raro no curso da febre tifoife, geralmente na terceira semana v Cultura da bile é positiva para S.Typhi SÍNDROME DE MIRIZZI v CARACTERÍSTICAS: Ø Obstrução do ducto hepático comum causada por compressão de cálculo grande em infundíbulo ou ducto cístico(o cálculo biliar é tão grande que a vesícula cai em cima do colédoco levando a uma compressão do mesmo – conduta: retirar vesícula) Ø Fator predisponente: inserção baixa de um ducto cístico longo, paralelo ao colédoco v QUADRO CLÍNICO: Ø Apresenta-se como colecistite crônica, com dor tipo cólica biliar de longa data (crônica) e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 17 v TERAPIAS ALTERNATIVAS Ø Ácidos litolíticos Ø Ácido ursodesoxicólico (8 a 13mg/kg/dia) e ácido quenodesoxicólico Ø Pacientes com via biliar (VB) funcionante, cálculos menores que 15mm e radiotransparentes: dissolução completa em mais de 50% Ø Recidiva frequente LITÍASE BILIAR ASSINTOMÁTICA v Controvérsias entre fazer a cirurgia ou não v Possibilidade cirúrgica (indicações): se for grande ou muito pequeno. Ø Cálculos > 2cm Ø Cálculos < 3mm e associação com pólipos Ø Litíase dos canais biliares Ø História familiar de Ca de vesícula Ø Expectativa de vida >20anos(Jovens com 30 anos que ainda irão viver mais 20, já uma mulher de 70 não vale a pena o risco benefício) Ø Acima de 50 anos (avaliação individualizada) e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 18 DOENÇAS E CIRURGIA DO BAÇO Aula 2 – Docente: Spencer O QUE É BAÇO? v O Baço é um órgão do tipo glandular localizado na região superior esquerda da cavidade abdominal. Tem forma oval e pesacerca de 150 gramas. Tem duas faces, uma diafragmática, que se relaciona com o diafragma, e outra visceral, que se relaciona com o estômago, o cólon transverso e o rim esquerdo. v Atua na produção de célulasvermelhas do sangue, num processo chamado hematopoiese, e na destruição destas hemácias, quando elas atingem uma vida média de 120 dias. Este processo de destruição é chamado de hemocarotese. O baço possui função de defesa, fagocitando os microorganismos que penetram na corrente sanguínea. O baço é produtor de anticorpos, respondendo prontamente aos antígenos trazidos pelo sangue. ANATOMIA v Divisão histológica Ø Polpa branca: contém tecido linfático ü Ou seja, o baço é um dos órgãos responsáveis pela produção e liberação de células de defesa do organismo. Se um indivíduo faz esplenectomia a probabilidade de infecção aumenta, principalmente crianças que ainda não tem anticorpos suficientes circulando, podem ter sepse. Ø Polpa vermelha: cordões de células reticulares ü Baço é responsável pela destruição dealgumas células, como hemácias que duram aproximadamente 120 dias. Um dos locais que promove sua destruição é o baço. ü Relação clínica: paciente com esplenomegalia tem aumento da destruição das hemácias, levando a um quadro de anemia. e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 19 ESPLENOMEGALIA X HIPERESPLENISMO Esplenomegalia: é anatomicamente o aumento volumétrico do baço Hiperesplenismo: aumento das funções do baço v Artéria esplênica à artérias trabeculares à artérias centrais v Localização: Nível da 8˚ à 11˚ costelas ü Diferentemente do fígado, que pode ser palpável e normal, o baço não pode ser palpável quando está em tamanho normal, independente da manobra. Se o baço estiver palpável, ele está aumentado. ü É um órgão protegido pela arcocostal, porém é mais frágil. Por exemplo em trauma abdominal, o baço é o que mais facilmente sofre laceração. v Órgão adjacentes/próximos: Fundo do estômago, diafragma superior, cólon e flexura esplênica v Peso: 100 à 150g v Dimensão/Tamanho: 12 x 7 x 4 cm FISIOLOGIA v Passa de 250 – 350 L sangue diariamente pelo baço v Eritrócitos anormaissão destruídos, mesmo os normais também são destruídos na polpa vermelha. v Produz (na polpa branca): monócitos, linfócitos e plasmócitos v Produz: Anticorpos (imunoglobulinas) EXAME DO PACIENTE: Decúbito dorsal: Abaixo da última costela (no rebordo costal) do paciente localiza-se o baço.Só na ectoscopia consegue-se ver tamanho do baço desse paciente. E na palpação, esse paciente tem uma esplenomegalia sem dúvidas. HIPERESPLENISMO e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 20 v Hiperesplenismo: Exagero das funções do baço Ø Se há aumento do baço há aumento da destruição das hemácias, bem como pacientes com plaquetopenia, pois consome as plaquetas também. Nesse caso não adianta transfusão, o paciente pode melhorar no primeiro momento mas logo serão destruídas também e estarão diminuídas. Então, nesses paciente o que poderia ser feito é esplenetomia. Ø Mesmo com hematócrito baixo e com anemia, o principal risco para o paciente é a plaquetopenia, pois o risco de sangramento é alto. v Hiperesplenismo secundário Ø Hipertensão porta (mais comum) Ø Neoplasia (linfoma, leucemia) Ø Sarcoidose, lúpus v Causas de Hiperesplenismo Ø Esplenomegalias Ø Doenças inflamatórias e infecciosas Ø Doenças Linfo e mieloproliferativas Ø Anemias hemolíticas Ø Doenças de depósito v Manifestações Clínicas do Hiperesplenismo Ø Plenitude, desconforto, hematêmese ü Plenitude: explicada pela proximidade do baço com estômago, onde o mesmo começa a comprimir o estômago, diminuindo o seu volume. ü Hematêmese: uma das principais causas é a hipertensão porta que reflete nos vasos tributários, dentre eles, as esofagianas (levando à varizes esofagianas) Ø Anemia, leucopenia, trombocitopenia (Pancitopenia) Ø Maciçez à percussão no espaço de traube v Quadro Clínico do Hiperesplenismo Ø Manifestações da doença de base Ø Saciedade precoce Ø Dor em hipocôndrio esquerdo Ø Infecções repetidas O baço é interconectado pela vascularização com outros órgãos. Tem-se a veia esplênica que se une a mesentérica superior levando a formação da veia porta. Assim, qualquer alteração hepática (na imagem fígado cirrótico/fibrosado) haverá um aumento da resistência do fígado para receber o aporte do fluxo sanguíneo. Essa resistência é transmitida retrogradamente para as tributárias (no caso, veia esplênica). Assim, o aumento da pressão/resistência no fígado reflete retrogradamente em suas tributárias: veia esplênica e no baço (levando à esplenomegalia). Relação clínica: hipertensão portal é uma das principais causas de esplenomegalia. Paciente com esplenomegalia dificilmente a causa é primária, por doença do baço ou tumor no baço. Normalmente, é por causa secundária como a hipertensão da veia porta. e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 21 TC: ESPLENOMEGALIA Ø Esplenomegalia v Exames Complementares (Investigação) Ø Hemograma Ø Mielograma ü Paciente com hemograma prévio evidenciando anemia, trombocitopenia, leucopenia à O diagnóstico diferencial do paciente é a leucemia, por isso a importância do mielograma. Ø TC e RM ü Evidencia o aumento do baço, é o primeiro passo e um dos mais importantes como exame. Ø Fosfatase alcalina (FA), dosagem de ácido úrico (AU), eletroforese de proteínas séricas – são inespecíficos ü Valor de referência - FA: 50 – 136 UI/L ü Ácido úrico: < 7,0 mg/dL; Ureia: 16-40; Creatinina: 0,6-1,2mg/dL v Conduta Ø Tratar a doença base Ø CirúgicoàEsplenectomia ü Indicações: • (1) Pancitopenia grave • (2) Acidente Vascular esplênicos • (3) Tendência hemorrágica(com plaqueta baixa e com risco de vida) e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 22 ESPLENECTOMIA v Indicações Ø Estadiar e controlar doenças básicas do baço Ø Hiperesplenismo quando: (1) Pancitopenia grave; (2) Acidente Vascular esplênicos; (3) Tendência hemorrágica(com plaqueta baixa e com risco de vida) v Contra-indicações Ø Anemia falciforme (mesmo que haja esplenomegalia, a anemia não é por causa do aumento do baço) Ø Leucemia aguda Ø Síndrome de Wiskott-Aldrich (É a disfunção do hepatócito que leva a uma cirrose hepática e uma dilatação da veia porta; A Síndrome de Wiskott-Aldrich (WAS) é uma imunodeficiência rara, ligada ao X, com manifestações clínicas características que incluem trombocitopenia com plaquetas pequenas, eczema, infecções recorrentes e incidência aumentada de manifestações autoimunes e malignidades. O diagnóstico precoce é muito importante para um tratamento adequado. Até o momento, a única terapia curativa é o transplante de células tronco). Ø Agranulocitose (estado mórbido agudo que se caracteriza pela diminuição ou desaparecimento dos leucócitos polimorfonucleares) v Objetivo da esplenectomia: Ø Corrigir coagulação Ø Corrigir perda sanguínea Ø Tratar infecções Ø Hipovolemia: sangue total (normalmente a pressão sanguínea é baixa, devido o sequestro de sangue que o baço ocasiona) v Efeitos da Esplenectomia Ø Aumento das plaquetasü É um efeito comum e esperado. Quando há esplenomegalia o organismo tenta compensar produzindo mais plaquetas, porém não é suficiente devido o aumento do baço. Quando o paciente faz esplenectomia, o organismo leva um tempo para se readaptar (de 3 a 4 dias) a retirada do baço e continua produzindo muita plaqueta. Geralmente tem risco de trombose é importante recomendar o uso de anticoagulante por pelo menos 1 semana. Ø Hemorragia ü Devido ao deslocamento do plano da veia esplênica. Quando o baço está aumentado, a artéria esplênica no paciente é enorme. Assim, o fluxo de sangue que chega é muito grande. Na retirada do baço é muito fácil o paciente desenvolver hemorragia intra-operatório ou logo após do ato cirúrgico, então é importante ter muito cuidado com o paciente no momento de retirada o baço da cavidade peritoneal, pois a tendência a hemorragia no transoperatório é muito grande durante o ato de esplenectomia. e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 23 Ø Pancreatite ü Devido ao trauma cirúrgico e manipulação do baço no momento da cirurgia. ü Uma das causas principais de pancreatite na criança é devido ao trauma Ø Sepse: diminuição da depuração das bactérias v Complicações Ø Infecção da ferida operatório Ø Hemorragias Ø Alterações da composição do sangue Ø Lesões em órgãos adjacentes (pâncreas) Ø Suscetibilidade a infecções por bactérias encapsuladas Ø Sepse grave Ø Trombose venosa mesentérica e da veia porta v Técnica Cirúrgica Ø Aberta - Laparotomia: incisão no abdome com bisturi, logo abaixo da 11 costela no hipocôndrio esquerdo. Após incisão, faz-se a laparotomia e retira-se o baço. Ø Laparoscópica ü Retira-se o baço "por baixo" por meio de uma incisão de Pfannestiel) ü É a mesma técnica de retirada de vesícula, incisões de 3cm com câmera pela incisão umbilical. ü Deve-se camplear os vasos, faz-se uma incisão de pfannestiel e retira-se o baço através dela. Ø Esplenectomia Subtotal: preserva o polo inferior do baço CAUSAS DE HIPERESPLENISMO 1. ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA v Anemia hemolítica congênita mais comum v Eritrócitos não-deformáveis v Mal-estar, desconforto abdominal, icterícia, anemia, esplenomegalia e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 24 v Hemoglobina baixa, Teste de Coombs negativo (hemólise auto-imune), Bilirrubina Indireta (BI) elevada v Relação com colelitíase v Esplenectomia: único tratamento 2. TALASSEMIA MAJOR (ANEMIA DE COOLEY) v Defeito estrutural da hemoglobina v Lactância: anemia, icterícia, Hepatoesplenomegalia v Esfregaço do sangue periférico: células em alvo. v Persistência da hemoglobina fetal v Esplenectomia em alguns casos 3. PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IDIOPÁTICA/IMUNE (PTI) v Auto-anticorpo antiplaquetários v Equimoses, petéquias, gengivorragias v Plaquetas baixas, tempo de sangramento aumentado (TS) v Corticoterapia: 60mg/dia predinisona v Esplenectomia: sem resposta aos corticódes 4. ANEMIA HEMOLÍTICA ADQUIRIDA v Anemia, icterícia, febre v Baço palpável, cálculo biliar pigmentado v Anemia normocítica e normocrômica, reticulocitose, aumento BI v Início com corticoterapia v Sem resposta em 4 à 6 semanas: esplenectomia INDICAÇÕES DE ESPLENECTOMIA 1. ANEURISMA DA ARTÉRIA ESPLÊNICA – sem doença no baço v Mais em mulheres, grávidas e idosos v Não indicada esplenectomia: ˃ 60 anos sem sintomas v Esplenectomia ˂ 60 anos pelo risco de ruptura v Aneurismectomia + Esplenectomia v Retira-se o aneurisma da artéria e o baço v Obs.: Normalmente uma dilatação da artéria esplênica pode acontecer principalmente no sexo feminino, mulheres grávidas e idosos. Com mais de 60 anos, normalmente não indica- se a esplenectomia. Então, o paciente tem um aneurisma e chega mais sangue no baço, com isso mais células serão degradadas (mais plaquetas mais hemácias) e o paciente vai desenvolver um hiperesplenismo. Sendo assim,um paciente com mais de 60 anos e assintomático, não indica-se esplenectomia, porque se o risco do paciente desenvolver sepse depois da cirurgia é grande. Normalmente, pessoas menores de 60 anos deve-se indicar a esplenectomia, porque um paciente com 30 ou 35 anos com aneurisma de artéria esplênica não operado pode-se romper nos seguintes anos de sua vida. Se houver ruptura de aneurisma de artéria esplênica o paciente vai ter uma hemorragia grave e talvez uma morte súbita. células em alvo. e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 25 2. TUMORES E CISTOS DE BAÇO v Cistos parasitários (equinococos): esplenomegalia v Tumores linfoma (mais comum), sarcoma, hemangioma e hamartoma v Esplenectomia se tiver lesão/tumor restrita ao baço(se tiver metástase para outro órgão não retira-se o baço) 3. RUPTURA DE BAÇO v Traumatismo em flanco esquerdo com fratura de costela(pensar em baço) v Lesão mais frequente por trauma fechado v Traumatismo operatório do baço 20% das esplenectomias Ø Em cirurga operatória de outros órgãos, em 20% dos casos pode ter lesão do baço, necessitando de esplenenectomia. Ex.: Em uma cirurgia de gastrectomia, o afastador pode lesar o baço. v Trauma abdominal é uma das principais causas de lesão no baço v LEMBRAR: Qual principal órgão lesado durante um trauma abdominal fechado? R: O Baço, independente do local do trauma no abdome. v Qual principal órgão lesado em trauma aberto ou penetrante do abdome (ex.: facada, tiro)? R: Intestino, porque ele ocupa a maior área do abdome. v Manifestações Clínicas da Ruptura de Baço: Ø Traumatismo em flanco esquerdo dor à esquerda Ø SINAL DE KEHR: dor irradiada para ombro esquerdo (pelos ramos do nervo frênico). à Dor referida na região do ombro por irritação aguda ou subaguda da superfície inferior do diafragma. Ø Paciente pode referir dor nas costas também. Ø Macicez Ø Distensão abdominal: perda sanguínea (podendo levar ao choque hipovolêmico Ø Hipersensibilidade sobre 9° e 10° costela v Tratamento Ø Indicações não cirúrgicas - Não laparotomia ü Trauma fechado (nem sempre precisa de cirurgia) ü Hemodinamicamente estável ü Necessidade de transfusão menor que 02 unidades(visto que 1 unidade tem 450ml de sangue) Ø Laparotomia ü Trauma aberto = sempre fazer! ü Dilacerações capsulares no baço: colágeno microcristalizado ü Esplenorrafia (sutura das feridas do baço) feita quando há possibilidade de estancar o sangramento com a sutura apenas. TRAUMA FECHADO à BAÇO É O MAIS LESADO TRAUMA ABERTO à INTESTINO É O MAIS LESADO e-mail: kerollenng@hotmail.comCirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 26 4. SEPSE PÓS-ESPLENECTOMIA Ø Sepse: diminuição da depuração das bactérias ü Sendo o baço um órgão responsável pela produção de células de defesa, há maior suscetibilidade para infecções, pois o paciente está imunodeprimido. Ø Maior em crianças Ø Maior nos 2 primeiros anos (principalmente, porque a criança tem o sistema de defesa ainda imaturo) Ø Agentes mãos frequentes em ordem decrescente: Streptococus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Meningococos ü Qual microorganismo mais frequente em sepse pós-esplenectomia? R: Streptococus pneumoniae. Ø Prevenção da sepse: ü Vacinação profilática (antes da cirurgia): vacina pneumocócica polivalente (para prevenção da incidência de sepse em crianças e adultos) ü Proteção da vacina durante 4 à 5 anos ü Ampliar com ampicilina ou penicilina no intra-operatório ü Vacinação profilática antes do paciente ser submetido a cirurgia ü Antibiótico (ampicilina): durante ato cirúrgico. ESPLENOMEGALIA v Um baço desse tamanho precisa fazer esplenectomia. v Sinais e sintomas: a esplenomegalia não deve ser considerada uma doença, mas um sinal que deve desencadear a busca por uma afecção primária v Avaliação do Paciente com Esplenomegalia Ø Palpação e percussão no espaço de Traube Ø Métodos de imagem: USG e TC v Tratamento Ø Quando possível, o médico trata a doença subjacente causadora da esplenomegalia. Ø A esplenectomia raramente é necessária e pode causar problemas, incluindo a suscetibilidade a infecções graves e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 27 CIRURGIAS ORIFICIAIS Hemorróida; Fissura Anal; Abscesso Anorretal; Fístula Anorretal Aula 3 – Docente: Spencer ANATOMIA v Reto: compreende os 2cm iniciais do canal. Pode-se observer que começa desde a linha pectínia (denteada) que é facilmente visualizada na colonoscopia. v Ânus: abertura exterior do tubo digestivo, na extremidade do reto, pela qual se expelem os excrementos. v Reto e ânus são constituídos tecidos diferentes e quando há cancer em uma dessas regiões são histologicamentes diferentes, porque ocorrem em tecidos diferentes! v O câncer de reto e sigmoide é mais frequente do que câncer de ânus. v Vasos: estão localizados na submucosa e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 28 DOENÇAS ORIFICIAIS: 1. Hemorróida 2. Fissura Anal 3. Abscesso Anorretal 4. Fístula Anorretal e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 29 1. HEMORRÓIDA DEFINIÇÃO v Vaso que se exteriorizou da submucosa para luz do reto CLASSIFICAÇÃO v Hemorroidas internas: tem origem no reto, podendo ser de 1°, 2°, 3° e 4° grau. São as mais comuns. v Hemorroidas externas: origem no canal anal, sendo facilmente visualizada no exame físico. O paciente fica em decúbito lateral, afastam-se as nádegas e pode-se visualizar o mamilo hemorroidário. CLÍNICA v Hematoquezia – Sangramento nas fezes (por causa do atrito da passagem das fezes) – PRINCIPAL QUEIXA v Dor anal HEMORRÓIDAS INTERNAS v HEMORRÓIDAS DE 1° GRAU (INTERNA) É o tipo de hemorróida que nunca se exterioriza, mesmo que o paciente faça as manobra de valsalva, Diagnóstico: exame do reto como colonoscopia, retosigmoidoscopia TTO: Clínico e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 30 v HEMORRÓIDAS DE 2° GRAU (INTERNA) Hemorróida exterioriza e reduz espontaneamente Hemorróida que se exterioriza quando há aumento da pressão e força pela manobra de valsalva e se cessar o esforço: a hemorróida regrideà processo chamado redução espontânea (internaliza). Na externalização da mesma, pode- se observar o mamilo hemorroidário. Mais comum em paciente constipado TTO: Clínico v HEMORRÓIDAS DE 3° GRAU (INTERNA) Hemorróida que se exterioriza com as manobras de força e regride apenas com a redução digital. Nesse caso, quando a hemorróida se exterioriza o paciente faz a redução digital para que a hemorróida retorne TTO: cirúrgico v HEMORRÓIDAS DE 4° GRAU Hemorróida que se exterioriza e não retorna nem de forma espontânea e nem com a manobra digital Obs.: Não pode-se considerer externa por que a sua origem é no reto e não no ânus. TTO: cirúrgico e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 31 HEMORRÓIDAS EXTERNAS A hemorróida externa usualmente não causa sintomas; sangramento não ocorre, pois o plexo hemorroidário é recoberto por epitélio escamoso. Durante a higiene da região perianal, alguns pacientes se queixam de irritação local, prurido ou de uma sensação incomoda de tecido redundante. O tratamento das hemorroidas externas usualmente não é cirúrgico. Muitos proctologistas recomendam higiene local, utilizando água correntre e após evacuações usar ducha higiênica. Evento que complica hemorróidas externas é a trombose. O quadro clínico é de congestão, edema e dor acometendo o plexo hemorroidário externo. (MEDCURSO, 2016) HEMORRÓIDAS MISTAS SANGRAMENTO HEMORROIDÁRIO e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal.32 TRATAMENTO CLÍNICO: GRAU 1 e 2 v Dieta: ingesta de liquida, dieta rica em fibras solúveis ou insolúveis v Antiinflamatório VO (para dor do paciente): dicoflenaco, ibuprofeno v Analgésico e Antiinflamatório tópico: pomada proctil v Sempre que for ao banheiro: lavar a região anal com sabão. NUNCA usar papel higiênico, pois causa atrito, inflama e pode sangrar mais. v Banho de assento 2x ao dia por 10 minutos: sentar em uma bacia com água gelada para gerar vasoconstrição e melhorar sintomatologia. v Lembrando que a hemorróida acontece por dilatação dos vasos que já existiam na submucosa do canal, não há processo de neoangiogênese na fisiopatologia TRATAMENTO CIRÚRGICO: GRAU 3 e 4 v Seguir tratamento clínico até o dia da cirúrgia v Hemorroidectomia POSIÇÕES PROCTOLÓGICAS – EXAME CLÍNICO v Genu-peitoral (Fig. A): Embora desconfortável para o doente esta posiçãooferece excelentes condições para a realização do exame procotolóqico completo, principalmente para a endoscopia, pois a passagem da junção retosigmoidiana é muito facilitada pela queda do sigmoide para a parede anterior do abdômen, retificando sua angulação.(REFERÊNCIA: EXAME PROCTOLÓGICO – TÉCNICA REV. MED. - VÒL. 67 - N? 1: 19 a 22 – 1987) v Decúbito lateral esquerdo - posição de sims–(Fig. B): mais utilizada pois é confortável ao doente, principalmente para os mais idosos, gestante ou artritícos. Além disso o paciente se sente muito menos constrangido, e a posição é também confortável ao examinador, desde que o doente seja corretamente posicionado. O paciente se deita e m decúbito lateral esquerdo, obliquamente, com a cabeça colocada junto ao bordo lateral oposto ao do examinador. As nádegas devem projetar- se para fora do bordo lateral do mesmo lado que o examinador. As coxas fletem-se sobre o abdômen e as pernas fletem-se e m um ângulo de 90 graus. O paciente deve rodar o tronco no sentido de colocar a face na direção da superfície do diva, ficando discretamente pronado. Adicionalmente o paciente deve ser instruído para não mudra de posição durante o exame, pois existe a tendência de girar para u m decúbito dorsal a medida que ele procura falar com o examinador e acompanhar o que está ocorrendo. A fonte de iluminação coloca-se na direção dos pés do diva de forma a não interferir com o acesso do examinador ao instrumental colocado a sua direita. (REFERÊNCIA: EXAME PROCTOLÓGICO – TÉCNICA REV. MED. - VÒL. 67 - N? 1: 19 a 22 – 1987) Fig.Banho de assento e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 33 POSIÇÃO OPERATÓRIA - CIRURGIA DISPOSIÇÃO DE MAMILOS HEMORROIDÁRIOS Principais locais de acometimento por hemorróida: às 5 e 9 horas. Posição fig A: Decúbito ventral, normalmente às 2h, 5h e 9h são as regiões mais comuns de ter o mamilos hemorroidários Posição fig B: Decúbito dorsal A B A B ] e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 34 HEMORROIDECTOMIA ABERTA - MILLIGAN MORGAN v Técnica Milligan Morgan – mais realizada mundialmente. O procedimento consiste na incisão do epitélio do ânus e da mucosa do canal anal em torno do mamilo hemorroidário, dissecção e liberação deste mamilo dos planos profundos, identificação e ligadura dos vasos que nutrem a hemorroida e, por ultimo, ressecção da hemorroida. A ferida não é fechada com pontos e cicatriza por segunda intenção (daí o nome de hemorroidectomia aberta). (MEDCURSO, 2016) v FASES DA CIRURGIA 1. Anestesia: Pode ser feito a anestesia local, porem se a cirurgia demorar há um transtorno para o paciente. Então, opta-se pela raquianestesia 2. Exposição dos mamilos hemorroidários (Isolamento do vaso) 3. Ressecção da mucosa 4. Ligadura e exérese 5. Ponte 1. ANESTESIA Anestesia: Pode ser feito a anestesia local, porém se a cirurgia demorar há um transtorno para o paciente. Então, é preferível optar pela raquianestesia 2. EXPOSIÇÃO DOS MAMILOS Deve-se primeiramente isolar o vaso hemorroidário. Com a pinçaKelly, deve-se exteriorizar o mamilo hemorroidário. A e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 35 3. RESSECÇÃO DA MUCOSA Normalmente o vaso está aderindo à pele adjacente. Então, faz a ressecção separando o mamilo hemorroidário da mucosa (com tesoura ou bisturi elétrico) – isolando completamente o vaso 4. LIGADURA E EXÉRESE Após, isolamento do vaso, amarra-se na base do mamilo hemorroidário na saída do reto, impossibilitando a passagem de sangue. Por conseguinte, pode-se cortar acima do nó dado anteriormente e retira-se o mamilo hemorroidário. Neste momento deve-se ter cuidado para não lesionar o esfincter anal, senão o paciente terá um quadro de incontinência anal. 5. PONTES Após retirada dos mamilos hemorroidário, ficam as chamadas pontes. Na imagem retirados 3 mamilos hemorroidários e assim ficando com 3 pontes. e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 36 HEMORROIDECTOMIA - FERGUSON v Segunda técnica - A hemorroidectomia pela técnica fechada (Fergunson) não é utilizada com frequência em nosso meio. Embora os pacientes apresentem menos dor pós-operatória, a cirurgia de Ferguson encerra um maior risco de estenose do canal anal e infecção de sítio cirúrgico.(MEDCURSO, 2016) 1. ANESTESIA Faz-se o bloqueio anestésico – raquianestesia 2. EXÉRESE DOS MAMILOS Isolamento e retirada do mamilo hemorroidário 3. RAFIA Diferença: Na primeira técnica cirúgica de Milligan Morgan no final ficavam as pontes abertas (não aproxima a pele). Já aqui na técnica de Ferguson as pontes são fechadas com pontos cirúrgicos(aproximam a pele) - DIFERENÇA e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César,Belai, Quéren, Júlia e Wal. 37 No final do procedimento fecham-se as pontes com pontos cirúrgicos – aproximando a pele. Técnica de Ferguson é justificada pelo fato de no ato da passagem das fezes não haver contato com a região aberta e diminuir o risco de infecção. Porém, atualmente sabe-se que essa teoria caiu, pois não é verídica. Além disso, a técnica de fergunson não é mais indicada pelo risco de estenose anal por estiramento da pele que foi aproximada e suturada. Vale ressaltar que a execuçãoda primeira técnica, de milligan morgan, onde não há aproximaçãodas bordas da pele, o paciente evacuando e mantendo a higiene adequada, a chance de infecção é igual a da técnica de Fergunson e não tem chance de ter estenose anal. COMPLICAÇÕES v Dor v Retenção urinária v Hemorragia v Pliomas – complicação da hemorroidectomia à Plicoma anal é quando a pele desprende-se do ânus v Estenose anal (dependendo da técnica utilizada – risco na de ferguson) v Fissura residual v Incontinência anal (se lesar o esfincter anal) e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 38 2. FISSURA ANAL FISSURA ANAL: ANATOMIA v Abertura/laceração no ânus v Principal causa de fissura anal: constipação intestinal (passagem endurecida das fezes) ou diarreia intensa v Fissura anal acima de 5mm deve-se fazer fissurectomia à Indicação cirúrgica. Porém quando pequena, as pomadas cicatrizantes podem melhorar. v Principal sintoma: dor anal precipitada pela evacuação. Muitos pacientes relatam dor intenso, como uma lamina cortante ou em queimação, que pode persistir por horas após o ato de defecar. “Sangue vivo” pode ser observado no papel higiênico. (MEDCURSO, 2016) v Quando a queixa principal for a dor perineal relacionada a evacuação à Pensar primeiramente em FISSURA v Quando a queixa principal for sangramento ou prolapse indolor à Pensar primeiramente em Doença hemorroidária (MEDCURSO, 2016) TRATAMENTO TTO CLÍNICO: Em fissuras agudas tratar incialmente com bloqueadores dos canais de cálcio, pois relaxam musculatura do esfincter anal interno; outros: gel de diltiazem tópico e a nifedipina oral (20mg 2x ao dia) – obtiveram resultados satisfatórios na cicatrização (MEDCURSO, 2016). TTO CIRÚRGICO: FISSURECTOMIA à Em fissuras crônicas ou indicação absoluta na falência do tratamento clínico, ou seja, presença de doença persistente ou recorrente (MEDCURSO, 2016). FISSURECTOMIA v Com bisturi faz-se um triângulo envolta da fissura e retira-se em bloco. Não corta a fissura e sim ao redor e retira-se toda a região fissurada. Não precisa dar ponto cirúrgico. e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 39 v A remoção deve incluir não só a ferida (fissura), como também o tecido fibrótico (cicatriz endurecida) ao seu redor, pois essa fibrose evita a cicatrização e fechamento da fissura. FISSURECTOMIA + ESFINCTEROTOMIA OBJETIVO: Relaxar a musculatura esfincteriana hipertrófica sem comprometimento da continência fecal (MEDCURSO, 2016). COMPLICAÇÕES DA FISSURECTOMIA E ESFINCTEROTOMIA v Dor v Hemorragia v Incontinência fecal v Recidiva e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 40 3. ABSCESSO ANORRETAL ABSCESSO ANORRETAL v Inflamação do folículo piloso, pode-se ocasionar infecção local e formar pus. v Praticamente toda doença supurativa anorretal resulta de infecções de glândulas localizadas nas criptas anais (glândulas de chiari). A partir deste sítio, o processo infeccioso se estende e dá origem a coleções purulentas em diversos locais, originando os abscessos anorretais (MEDCURSO, 2016). v Conduta: ATB via oral; e eminentemente cirúrgico com drenagem do abscesso v Presença de sinais flogísticos: dor, edema, calor, rubor e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 41 TÉCNICA DO ABSCESSO ANORRETAL v A anestesia local não é indicada por causa de dificuldade da ação eficaz devido a inflamação local. Então, é preferível raquianestesia. v Seguida de incisão cirúrgica e drenagem do abscesso. Pus: coleção do abscesso sendo drenado e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 42 4. FÍSTULA ANORRETAL FÍSTULA ANORRETAL Fístula é uma comunicação com outro espaço v Tipos de fistula (depende do trajeto da fistula) Ø Extraesfincteriana ü Submucosa ü Subcutânea Ø Interesfincteriana à Mais comum 45% Ø Transesfincteriana ü Superficial ü Média ü profunda FONTE: MEDCURSO, 2016 e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 43 FONTE: MEDCURSO, 2016 FISTULA ANORRETAL: fistula que comunica ânus com a pele à MAIS COMUM Clínica: não tem dor e nem sangramento. Principal queixa: saída das fezes pelo orifício secundário CATETERIZAÇÃO Injetado azul de metileno para saber o trajeto da fistula. É importante sempre ter conhecimento do trajeto da fistula. à Para fazer a cirurgia chamada: fistulectomia e-mail: kerollenng@hotmail.comCirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 44 IDENTIFICAÇÃO DE TRAJETO Pode-se identificar o trajeto da fistula através do contraste de azul de metileno ou através da entradas de um catéter metálico pela fistula. FISTULECTOMIA INTRAESFINCTERIANA SUPERFICIAL Realizada também em bloco igual a fissurectomia. Corta-se envolta e retira-se toda a fistula. Porém deve-se primeiro identificar o trajeto da fístula 1° Identificar o TRAJETO da fístula 2° Fistulectomia com retirada em bloco! e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 45 FISTULECTOMIA INTRAESFINCTERIANA MEDIA FÍSTULA EM FERRADURA Extramamente rara COMPLICAÇÃOES CIRÚRGICAS DOS ABSCESSOS E FÍSTULAS v Retardo na cicatrização v Recidivas (não corrigir a causa, não ter higiene adequada do local pode ter recidivas) v Incontinência fecal (se lesão do esfíncter) e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 46 HEMORRAGIA DIGESTIVA Hemorragia digestiva alta e baixa Aula 4 – Docente: Spencer INTRODUÇÃO v Qualquer sangramento do TGI (Boca, esôfago, estômago, delgado, cólon, reto) v Hemorragia digestiva alta: qualquer sangramento advindo antes do ângulo de Treitz (esôfago, estômago e duodeno) v Hemorragia digestiva baixa: qualquer sangramento que ocorre depois do ângulo de Treitz v Ângulo de Treitz: Localizado entre o duodeno e o jejuno. Diferencia a HDA e HDB através da sua localização. v Hematêmese: Vômito com sangue - HDA v Melena: fezes com sangue em cor de “borra de café”, escurecida e fétida - HDA v Enterorragia: sangramento pelo ânus - HDB v Hematoquesia: Sangramento retal – sangue com coloração vermelho vivo - HDB v Sangue oculto: Exame laboratorial e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 47 v Esses dados são sugestivos de algumas causas, por exemplo: hematêmese: sugere hemorragia digestiva alta; Melena: sugere hemorragia digestiva alta; enterorragia: sugere Hemorragia digestiva baixa, como divertículo de cólon, CA de cólon sangrando. Hematoquezia: sugere hemorragia digestiva baixa, porém só sangue. Se um paciente se queixar de que quando evacua sai sangue, deve-se suspeitar de doença hemorroidária Imagem: Através da endoscopia é possível evidenciar a etiologia do sangramento, como por exemplo varizes esofágicas (evidenciada nas últimas 3 fotos). Na grande maioria dos casos de sangramento digestivo forma-se o coágulo. Estagnando o sangramento por si só. e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 48 MANEJO CORRETO v Independente da causa deve-se primeiramente estabilizar o paciente v História clínica:(se o paciente conseguir falar pode-se fazer algumas perguntas de forma rápida para estabilizá-lo) v Exame físico: nos determina a origem do sangramento e isso determina nosso tratamento, por exemplo, em caso de úlcera gástrica é incorreto usar o balão de Sengstaken-Blakemore. Já em caso de varizes esofágica coloca-se o balão de Sengstaken-Blakemore. Identificação de varizes esofagianas: paciente terá hipertensão portal, geralmente decorrente de cirrose hepática (alcoólica ou viral) – No paciente cirrótico apresentará: eritema palmar, ginecomastia, rarefação de pêlos, telangiectasias. v Medidas específicas de reanimação: Realizadas antes dos exames! São medidas como: administração de volume (ringer lactato) através do acesso periférico calibroso (preferencialmente abocath número 14) v Solicitação de exames auxiliares: Endoscopia Atos que se realizam simultaneamente e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia gastrointestinal 2017.2 AUTORA: KEROLLEN COAUTORES: Thay, César, Belai, Quéren, Júlia e Wal. 49 HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA - HDA OBJETIVOS v Estabilizar hemodinamicamente o pacienteàANTES DE TUDO! v Definir critérios prognóstico ATENDIMENTO INICIAL v Medidas Específicas (Reanimação Cardio-Circulatória) Ø Acesso a veia periférica adequada ou veia central (Choque Hipovolêmico): Acesso venoso periférico com reposição de volume com ringer lactato Ø Oxigenioterapia: porque houve perda de hemoglobina pelo sangue expelido; Ø Monitorização de funções vitais: a fim de evitar o choque (manifestado pela taquicardia e hipotensão) v Reposição sanguínea Ø Importância da história e do exame físico ü História prévia de anemia ü Doença coronariana Ø Hemograma e Hematócrito Ø Achados à endoscopia v Dieta zero: precisa está de jejum, pois se um local de sangramento formou um coágulo, com a administração de líquido ou sólido pode destruir o coágulo, desprende-lo e o sangramento retorna novamente v Proteger vias aéreas de aspiração: paciente acordado não é necessário, mas devido a hipotensão ou hipóxia ou perda de consciência é importante proteger a via aérea e mantê-la pérvia(se for necessário pode fazer intubação) v Uso de SNG (sonda nasogástrica): passa-se uma sonda do nariz ao estômago para aspiração da secreção ATENDIMENTO SEQUENCIAL RESUMIDO v Diagnóstico 1. Clínico 2. Endoscópico 3. Cirúrgico TESTES DIAGNÓSTICOS v Endoscopia Ø EDA (endoscopia digestiva alta) – visa identificar a etiologia do sangramento Ø Enteroscopia Ø Cápsula e-mail: kerollenng@hotmail.com Cirurgia
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