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1ª Aula ASPECTOS FILOSÓFICOS DO ESTUDO DA MOTIVAÇÃO E EMOÇÃO Um dos debates mais antigos da Filosofia com impacto direto na Psicologia é a questão mente x cérebro, que busca responder a seguinte questão: de onde vem à mente humana? (debate antes conhecido como mente x corpo) Existem duas possíveis respostas para esta questão, daí o debate. A perspectiva DUALISTA pressupõe que a mente e o cérebro são processos distintos e independentes. A mente é de natureza imaterial, ou seja, não tem substância, forma ou volume e é uma característica exclusivamente humana. Já o cérebro é formado por matéria e representa um órgão do corpo. Neste caso, seres humanos e outros animais compartilham deste sistema. Descartes é o principal representante da perspectiva dualista e desenvolveu uma teoria que pressupõe uma interação entre dois sistemas. Por exemplo: um mau funcionamento da mente (depressão) pode causar uma alteração no corpo do indivíduo, como por exemplo, a redução do sistema imunológico e o desenvolvimento (ex: gripe). Da mesma forma uma pessoa muito ansiosa ou estressada pode desenvolver uma úlcera gástrica. A esta teoria, denomina-se DUALISMO INTERACIONISTA, indicando que a mente imaterial de alguma forma atua sobre o corpo do indivíduo. Esta é a base também das doenças psicossomáticas. “Penso, logo existo.” ou “ O homem é um animal racional.” caracterizam bem o dualismo. A mente caracteriza e distingue o homem dos outros animais, que também possuem cérebro como uma característica comum. *PONTOS IMPORTANTE* 1 – Mente e cérebro interagem um com o outro, embora sejam coisas diferentes. 2- Há uma ruptura entre homens x animais. A perspectiva dualista pressupõe também que existiu uma ruptura entre seres humanos e animais, embora o cérebro seja uma característica comum entre animas e seres humanos, já a mente é uma característica exclusivamente humana. A perspectiva cartesiana (dualista internacionalista), frente ao debate mente e cérebro, parte do princípio de que deve haver dois profissionais distintos na área da saúde mental. Um profissional que estuda exclusivamente a mente, ou seja, o psicólogo cuja intervenção está relacionada com a psicoterapia. Já o cérebro está relacionado com outro tipo de profissional, o psiquiatra cuja intervenção envolve a prescrição de drogas psicotrópicas. O impacto dessa teoria no mundo de hoje é extremamente forte e de fato caracteriza a prestação de serviços na área da saúde mental. Em oposição à perspectiva dualista, encontra-se a visão monista a cerca deste debate. De acordo com essa teoria, mente e cérebro representam um único sistema, ou seja, a distinção entre mente e cérebro é falsa. Monistas atribuem à atividade mental consequência de funcionamento neural. A primeira pessoa a sistematizar a perspectiva monista foi Hipócrates ainda na Grécia Antiga. De acordo com Hipócrates toda e qualquer atividade mental deriva de atividade cerebral. Como se dá materialidade à mente, essa perspectiva é conhecida como monista materialista e representa a base da neurociência atual. Curiosidade: Cardiocentrista = Eu sei de cor (coração) = eu sei de coração. Antes do cérebro (M) substituir a mente, era tido órgão era o coração e em outros tempos o fígado. De acordo com a perspectiva monista, a distinção entre Psicoterapia e Psicofarmacologia, assim como Psicologia e Psiquiatria é falsa. Ambas as intervenções atuam no cérebro e consequentemente na mente. Mais ainda, a perspectiva monista também se opõe a ideia de uma ruptura entre animais e seres vivos, conforme postulado na perspectiva dualista. De acordo com a teoria monista existe uma continuidade entre as espécies, a atividade mental de cada espécie é proporcional à estrutura e funcionamento de seu tecido neural. Assim, a distância da atividade mental entre o macaco e um ser humano é menor do que a distância na atividade mental entre um peixe e um macaco. 2ª Aula O EXEMPLO DA CIRURGIA PARA ILUSTRAR O DEBATE MENTE E CÉREBRO Tereza é uma pessoa boa, vai à igreja todos os dias, ajuda os vizinhos da comunidade e é muito querida por todos. Lúcia é má, traficante de drogas, assassina, procurada pela polícia e temida por todos. Imagine que os corações de Tereza e Lúcia são trocados. Após a cirurgia Tereza continua Tereza e Lúcia continua Lúcia? ** Antes havia dois candidatos para sede da mente antes do cérebro: coração “saber de cor” e fígado “sentir nas entranhas” explica a raiz monista dessas expressões. ** Acredita-se que hoje o coração não tenha qualquer participação na atividade mental, portanto ambas continuavam ser as mesmas pessoas. Imagine agora que os cérebros de Tereza e Lúcia são trocados. Pergunta-se: o que deve acontecer após a cirurgia? 1ª Possibilidade – Tereza vira Lúcia e vice versa. 2ª Possibilidade – Tereza diz que é Lúcia (Não é possível em nenhuma teoria, pois Tereza não terá onde buscar essa resposta). 3ª Possibilidade – Tereza jamais fica Lúcia (Se perguntar que ela é ela não conseguirá responder) A teoria monista diz que toda atividade mental depende do cérebro, ou seja, trocou o cérebro trocou tudo. A teoria dualista diz que não é possível mais a interação entre a mente do indivíduo e um cérebro que ela não reconhece, ou seja, destrói o indivíduo. A perspectiva mais tradicional é a DUALISTA. Entretanto, a presente disciplina precisa se posicionar frente a este debate utilizando critérios objetivos e calcados em evidências científicas. EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS – MENTE X CÉREBRO A ciência só começou a estudar este debate filosófico (1970) recentemente. Em 1970 surgiam as neurocirurgias (técnicas de neuroimagem). Essas técnicas permitiam visualizar a resposta cerebral para os processos mentais. Em 1985 pesquisadores da UCLA (Universidade da Califórnia – Los Angeles) realizaram um estudo com um paciente que apresentavam TOC. Esse transtorno se caracteriza por duas alterações: obcessão, ou seja, ideias ou pensamentos intrusivos que invadem a consciência do indivíduo permanecendo sem qualquer controle. Compulsão, ato motor repetitivo e estereotipado, faz isso sempre e sempre da mesma forma, tem por característica aliviar a obcessão. Tipicamente existem duas formas de lidar com o TOC. Uma através de drogas (Fluoxetina) ou através de Psicoterapia. (TCC – Terapia Cognitivo Comportamental é uma das mais utilizadas no estudo realizado pela UCLA) Neste estudo os pacientes foram divididos em três grupos: O primeiro recebeu tratamento com fluoxetina O segundo com T.C.C O terceiro com placebo Pacientes da fluoxetina iam à farmácia receber a droga. Além disso, esses pacientes receberam placebo psicológico, ou seja, conversam com uma Assistente Social. Pessoas do grupo Psicoterapia foram submetidas a T.C.C e receberam placebo farmacológico, ou seja, pílulas de farinha. O terceiro grupo recebeu duplo placebo. Durante o estudo avaliou-se aspectos clínicos e atividade neural do indivíduo por meio de técnicas de neuroimagem antes do tratamento e dois meses após o término deste tratamento. Os dados mostravam que a intervenção farmacológica e psicológica foram iguais, tanto no seu aspecto clínico, quanto neural. (Favorecendo assim a perspectiva Monista). DE VOLTA A PROBLEMÁTICA LEVANTADA Com base na perspectiva monista que será adotada nessa disciplina, podemos responder que Tereza com o cérebro de Lúcia se torna Lúcia e Lúcia com o cérebro de Tereza se torna Tereza. Quinze anos após a cirurgia essas duas pessoas morrem, quem vai o céu e que vai para o inferno? Cérebro = mente ≠ alma (Monismo) Cérebro ≠ mente = alma (Dualismo) Essa questão não pode ser respondida pela presente disciplina, mas ela é importante porque torna explícita algumas características presentes nas perspectivas Monista e Dualista. 3ª Aula TEORIA DA EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES O Problema da Barata Você é síndico de um prédio que está com muitas baratas, você decide contratar uma empresa de dedetização que habitualmentefaz este serviço no prédio. Uma vizinha levanta a hipótese de que as baratas já adquiriram uma resistência a este veneno e por isso pede para contratar outra empresa. Você concorda com a vizinha? Para responder essa pergunta, podemos fazer uma análise histórica atual da teoria da evolução. Uma delas é a teoria da transmissão dos caracteres adquiridos. Essa teoria tentou responder a seguinte questão: Porque as girafas tem pescoço comprido? Sabe-se que existiam girafas de pescoço curto no passado. Sabe-se também que as girafas alimentavam-se de folhas de árvores, que em um determinado período começaram a ficar mais altas. A teoria da transmissão dos caracteres adquiridos parte do princípio que ao longo da vida o uso de determinados aspectos físicos iriam fazer com que eles se desenvolvessem, ou seja, determinadas características e caracteres seriam adquiridos. Mais ainda, essa teoria propõe também que essas características podem ser transmitidas para as gerações seguintes. Assim as girafas de pescoço curto foram obrigadas a exercitarem seus pescoços para atingirem as folhas mais altas e isto fez com os pescoços dessas girafas esticassem uns poucos milímetros. Quando um casal de girafas se reproduzisse, essas características seriam transmitidas para seus descendentes. Como isso ocorreu durante várias gerações, o pescoço da girafa foi gradativamente aumentando em comprimento. Essa teoria proposta por Lamarck sabe-se hoje que é incorreta graças a uma diferenciação entre genótipo e fenótipo. Define-se genótipo, como o conjunto de todos os genes que um determinado indivíduo apresenta. O fenótipo refere-se às características particulares do indivíduo, que mudam ao longo da vida graças à interação do genótipo com o meio. TEORIA DA SELEÇÃO NATURAL Calcado nesta distinção entre genótipo e fenótipo surgiu à teoria da seleção natural proposta por Darwin, que parte do princípio que somente o genótipo pode ser transmitido para as gerações seguintes. Portanto, é necessário que exista uma grande variabilidade no genótipo de todos os indivíduos que fazem parte da espécie. Calcado nesta teoria, parte-se do princípio que existiam originalmente girafas com diferentes comprimentos de pescoço. Aquelas com pescoço mais comprido sobreviveram ao aumento da vegetação nas árvores e as outras morreram. A minoria das girafas cm pescoço comprido começaram a se reproduzir e essa exceção se tornou regra. Essa teoria é a mais aceita e pode ser utilizada para compreender o problema das baratas. Assim, o veneno foi capaz de matar a grande maioria das baratas, mas algumas delas já eram naturalmente resistentes ao veneno, graças ao seu genótipo, que através da reprodução foi transmitido às gerações seguintes. Portanto a resistência não foi adquirida, ela existia e foi sendo transmitida naturalmente. 4ª Aula O ESTUDO DA MOTIVAÇÃO A maturação humana é complexa e certamente a sua compreensão plena é extremamente difícil. Para lidar com seu problema, o princípio da parcimônia nos diz que inicialmente precisamos adotar a explicação mais simples possível e a partir daí verificar se essa explicação é apropriada ou não. Caso não seja, deve-se abandonar a explicação mais simples e gradativamente torná-la mais complexa. A teoria da motivação busca compreender porque as pessoas se comportam de determinadas formas, ou seja, em última instância o objetivo final é explicar o comportamento. Comportamento é um fenômeno complexo que pode ser desmembrado em elementos mais simples denominados respostas (R). A explicação mais simples para compreender a ocorrência de uma R é aquela que nega a existência de processos motivacionais, neste caso a R é produzida por estímulo externo (S). Essa teoria é conhecia como S -> R, foi proposta pelo behaviorismo radical, também conhecido como análise experimental do comportamento. Para verificar até que ponto essa teoria é adequada, é necessário testá-la empiricamente. Nesse sentido é interessante testar essa teoria em animais, empregando assim o princípio da parcimoniosidade. O Modelo de Esgana Gato O peixe macho Esgana-Gato apresenta uma resposta muito característica quando encontra uma fêmea com o ventre avermelhado, neste caso, ele apresenta uma R de corte frente a este S. A partir desse modelo animal pode-se testar a teoria S -> R. Uma primeira evidência experimental para testar a teoria, é o fato de que o macho imediatamente após a cópula, não apresenta a R de corte na presença do S da fêmea com o ventre avermelhado. A este fenômeno, denomina-se: período refratário. Este fato impõe críticas à teoria S -> R. Uma outra evidência que critica a teoria S -> R é o fenômeno conhecido como comportamento no vácuo ou no vazio. Neste caso uma determinada R pode ocorrer na ausência do S, no caso do nosso modelo animal observa-se que o peixe macho pode emitir R de corte na ausência do S do ventre avermelhado, quando ele se encontra em um longo período de privação de cópula. Essas duas evidências empíricas (período refratário e comportamento no vácuo) nos leva a descartar a teoria S -> R e buscar uma teoria um pouco mais complexa. Toda teoria em motivação representa uma inferência, ou seja, um sistema te hipótese que postula a existência de um determinado constructo teórico com objetivo de compreender um determinado fenômeno. No caso da teoria S -> R excrementou-se o modelo, tornando-o mais complexo, postulando a existência de uma variável que não se observa diretamente e que fica entre o S e a R, a este modelo denomina-se S – O – R, neste caso o O significa objeto. A aplicação desse modelo para o estudo da motivação é igualar o objeto ao sistema motivacional, temos, portanto um estímulo que altera o sistema motivacional, que por sua vez é responsável pela produção da resposta, a este modelo denomina-se S – M – R. Onde o M estará envolto pro um círculo imaginário, que representa o fato de que não se pode observar diretamente a motivação do indivíduo. Infere-se a sua existência pelo fato de que o modelo S - > R apresenta duas críticas importantes. Define-se motivação como um constructo hipotético cuja existência é inferida para que se possa explicar um determinado comportamento. 5ª Aula O MODELO HIDRÁULICO DA MOTIVAÇÃO O modelo hidráulico da motivação tem como base o sistema de água que regula uma casa. Nesse sistema, a água de uma torneira depende de um encanamento que liga a torneira até a caixa d’água. A caixa d’água está colocada sempre na parte mais alta da casa por quê? Para que possa existir uma pressão hidráulica, para isso é necessário que exista uma bomba capaz de impulsionar a água da rua para caixa d’água. Para evitar que o sistema hidráulico entre em colapso, ou seja, bombear muita água para caixa d’água sem que seja usada, é necessário que a mesma apresente um ladrão, ou seja, uma saída completamente aberta, onde água possa sair naturalmente ao atingir o topo da caixa d’água. Utilizando essa analogia, é possível apontar os três componentes (S – O – R), que regem o nosso sistema atual de motivação. Neste modelo, a R é representada pela saída da água, que na sua forma esperada se dá através da torneira. O S pode ser representado pela abertura da torneira, assim ao abrir a válvula que represava, a água pode sair. Finalmente o constructo teórico relacionado com a motivação O pode ser representado pela caixa d’água. Nesse modelo podemos reproduzir o fenômeno do período refratário, cuja situação é aquela onde a torneira é aberta (presença do estímulo), mas a água não sai (não há resposta). Neste caso conclui-se que não há água na caixa d’água, ou seja, o reservatório está vazio. No sistema S – O – R diz que não há motivação, este modelo simula também o fenômeno do comportamento no vácuo, neste caso a R ocorre, ou seja, a água sai do sistema, entretanto o S não é apresentado, sendo assim nenhuma torneira foi aberta. Isso ocorre porque o sistema hidráulico tem mais água do que aquela que é utilizada.No caso do modelo S – O – R diz que a motivação é extremamente alta e que não foi adequadamente liberada. De acordo com este modelo, a principal característica da motivação é capacidade de reter ou armazenar um motivo qualquer. Este motivo é armazenado de forma regular, através da ocorrência do estímulo. Evitando assim um curto armazenamento (comportamento no vácuo) ou a ausência do motivo armazenado (período refratário). Pelo fato deste modelo atender as críticas do comportamento no vácuo e do período refratário, diz-se que este modelo tem um alto valor heurístico. Entretanto, ele apresenta algumas desvantagens, de acordo com este modelo, quando a água sai pelo ladrão, deve-se abrir o máximo de válvulas possíveis para que a água possa sair pela via natural. A TÉCNICA DA CATARSE E SUA RELAÇÃO COM O MODELO HIDRÁULICO A catarse é uma técnica que foi muito utilizada em ambientes clínicos, que partia do princípio de que uma determinada emoção e motivação ao ficar armazenada no indivíduo de forma muito intensa, pelo fato deste não expressar adequadamente, prejudicaria o funcionamento do paciente. Portanto, o Psicoterapeuta buscava estimular a expressão dessas emoções ou motivações no ambiente clínico com objetivo de esvaziar o reservatório desses processos armazenados. A técnica da catarse foi testada da seguinte forma: em uma entrevista demissional psicólogos organizacionais foram divididos em dois grupos. O primeiro grupo atende funcionários demitidos da empresa durante três meses, onde se estimulava no indivíduo a expressar todos seus sentimentos no momento em que ele recebeu a notícia e as consequências que este fato gerou em sua vida. Este foi o grupo da catarse presente. No segundo grupo, os psicólogos evitaram o uso da técnica da catarse. Toda vez que o indivíduo expressava seus sentimentos em relação ao evento trágico da perda do emprego e as consequências que isso gerou na sua vida, o psicólogo buscava uma alternativa para inibir essas reações. Este grupo foi o de catarse ausente. Em ambos os grupos registrados, foi registrado a porcentagem de pessoas que conseguiu se recolocar no mercado de trabalho após o período de três meses. O grupo catarse presente fundamenta-se no modelo hidráulico. Já o grupo catarse ausente vai contra este modelo, prevendo assim um prejuízo dessas pessoas com relação a sua recolocação no mercado de trabalho. Entretanto se observou o oposto daquilo previsto pelo modelo hidráulico. Aqueles que expressaram seus sentimentos sentiram-se aliviados imediatamente após a expressão deste comportamento, fato que está de acordo com o modelo hidráulico. Entretanto, no momento seguinte, a expressão deste comportamento tendeu AUMENTAR e não reduzir como prevê o modelo hidráulico, indicando assim que não existiu um reservatório, onde a motivação é armazenada. De fato aqueles que não foram submetidos à técnica da catarse e, portanto não expressaram reações emocionais frente ao fato da demissão, é que realmente expressaram a menor quantidade de reações emocionais, ou seja, nada ficou armazenado com o indivíduo. Este dado, portanto questiona a teoria de que a motivação representa um reservatório, que armazena uma determinada força motivacional. 6ª Aula TEORIA DO DRIVE OU DO IMPULSO A teoria do drive está calcada no conceito de homeostase, pode-se ilustrar o conceito de homesostase através do funcionamento de um ar condicionado. O funcionamento de um ar condicionado depende de seu compressor, que gera ar frio em um determinado ambiente. O comportamento do compressor é regulado pelo termostato que tem a capacidade de monitorar constantemente a temperatura do ambiente. Pode-se ajustar o controle da temperatura ambiente através do termostato, pois é ele que controla o comportamento do compressor. Por exemplo, pode-se ajustar a temperatura do termostato em 20°, neste caso sempre que a temperatura ambiente for igual ou maior que 20°, o termostato ativa o compressor fazendo com que ele gere ar frio no ambiente. O ar frio por sua vez faz com que a temperatura ambiente caia e eventualmente cruze um ponto mais baixo dos 20° do nosso exemplo. Quando isso ocorre, o termostato automaticamente desativa o compressor fazendo com que o ar condicionado pare de trabalhar. Como não há mais ar frio sendo gerado no ambiente, a temperatura deve subir cruzando agora a direção oposta ao ponto de 20º do nosso exemplo. Quando isso ocorre, o termostato ativa automaticamente o compressor fazendo com que o ar condicionado volte a funcionar e gerar novamente ar frio no ambiente. Sendo assim mais uma vez a temperatura irá cair abaixo do 20°e o termostato desliga o compressor. Esse exemplo ilustra o conceito de homeostase. Neste caso, temos um ponto de equilíbrio que quando é atingido faz com que o sistema pare de trabalhar. A ausência de trabalho faz com que ocorra uma fuga de variação no ponto de equilíbrio (desequilíbrio homeostático). Quando isso ocorre, o sistema é ativado para restaurar o equilíbrio original. O nosso corpo tem um sistema homeostático que regula nossa temperatura corporal, esse ponto de equilíbrio gera em torno de 37°. Entretanto, alterações do meio externo podem alterar a temperatura interna do corpo, por exemplo, em ambientes muito frios a temperatura corporal pode cair fazendo assim com que ocorra um desequilíbrio homeostático. Quando esse desequilíbrio homeostático ocorre, uma série de alterações fisiológicas automáticas são acionadas, como por exemplo, tremer uma vez que a ativação muscular gera calor. Essas reações são comuns a todas as pessoas e por essa razão diz-se que elas são inatas. Em determinadas situações onde o equilíbrio homeostático é quebrado, as reações fisiológicas inatas são suficientes para restaurar o equilíbrio original. Entretanto, em outras situações essas reações fisiológicas são insuficientes para restaurar o equilíbrio homeostático. Neste caso, surge um segundo sistema denominado de reações psicológicas, que criam um estado motivacional interno que por sua vez tem a capacidade de ativar uma série de comportamentos. Esses comportamentos a principio são aleatórios, uma vez que o individuo não sabe o que fazer para restaurar o equilíbrio homeostático. Entretanto um desses comportamentos casualmente tem a capacidade de restaurar uma parte do equilíbrio homeostático. Quando isso ocorre, diz-se que o comportamento foi reforçado e sua capacidade de ocorrer no futuro é aumentada. Note que o processo de reforço é por acaso em relação à resposta emitida pelo indivíduo, por essa razão esse mecanismo psicológico é específico para cada indivíduo, uma vez que depende de mecanismos aprendidos. Esse sistema pode ser ilustrado pelo esquema abaixo. Como se pode observar no que esquema acima, a motivação é sempre consequência de um desequilíbrio homeostático, que em última estância gera um drive ou impulso. O drive por sua vez, gera diversos comportamentos e aquele que tem capacidade de reduzir o drive é reforçado e tende a tornar um processo de aprendizagem. Portanto a aprendizagem reduz o drive. Pode-se então formular de forma abstrata, que o comportamento de um determinado indivíduo é junção de duas variáveis: o drive (D) que está relacionado com todo desequilíbrio homeostático que não pode ser restaurado e a aprendizagem (A) que refere-se à história passada do indivíduo em particular. Pode-se assim formular que o comportamento (C) é igual a DxA. A pessoa que formulou essa teoria trata-se de um behaviorista que se dedicou com estudo da aprendizagem como sendo tudo aquilo que restava de um desequilíbrio homeostático independente de reações fisiológicas. Portanto, a teoria do drive opõe-se a teoria hidráulica da motivação, que foi proposta por etnólogos que enfatizaram o aspecto inato da motivação, principalmente no que se diz respeito ao comportamento instintivo. A etnologia é uma área do conhecimento que estuda o comportamento animal em seu habitat natural.Propuseram o modelo hidráulico para caracterizar a motivação como um aspecto instintivo. Behavioristas também estudaram o comportamento animal, mais em situações controladas em laboratório, enfatizando assim a aprendizagem através da teoria do drive. Esse é o confronto conhecido como behavioristas x etnologistas. 7ª Aula MATERIA SCANNEADA DEVIDO AOS GRÁFICOS E ESQUEMAS. 8ª Aula EMOÇÃO O conceito de emoção assemelha-se muito ao conceito de motivação, no sentido de que não é possível observar diretamente o grau de uma emoção de uma pessoa. Pode-se apenas inferir a emoção de uma pessoa, neste sentido define-se emoção como um constructo psicológico, que é hipotetizado para explicar a relação do indivíduo com o meio que ele se encontra. Processando estímulos desse ambiente e respondendo adequadamente a estes estímulos, mais uma vez utiliza-se o modelo S – O – R, onde S é o estímulo, O é o constructo hipotético e R é a resposta. OS INDICADORES DE UMA EMOÇÃO Uma determinada emoção pode ser classificada de acordo com sua valência, ou seja, o tipo de emoção que o indivíduo vivencia. Neste sentido, a valência pode ser positiva, como por exemplo, alegria ou negativa, como por exemplo, a raiva. Emoções também podem ser classificadas de acordo com sua intensidade, nesse sentido elas podem ser fortes quando são muito ativas ou fracas, quando produzem uma baixa ativação. A forma como uma pessoa reage a uma situação externa, seja positiva ou negativa, pode estar relacionada por dois aspectos. O primeiro aspecto diz respeito às circunstâncias, por exemplo, uma pessoa pode reagir de forma negativa (agressiva) por que está passando por um momento difícil no seu trabalho. Neste caso, diz-se que a emoção é ESTADO, ou seja, depende de um determinado momento na vida do indivíduo. Por outro lado uma outra pessoa pode reagir de forma explosiva a um pequeno empurrão, porque já faz parte da sua personalidade, é uma característica inata da sua forma de ser. Neste caso, diz-se que a emoção é TRAÇO. Existem várias formas de inferir a presença de uma emoção, dentre elas destaca-se o comportamento do indivíduo, principalmente relacionado com as expressões faciais e expressões corporais. Outro aspecto relacionado à emoção é a experiência subjetiva que o indivíduo relata ao ser perguntado, esse é o aspecto cognitivo de uma emoção. O terceiro componente de uma emoção está relacionado com as reações fisiológicas que o indivíduo pode apresentar. AS REAÇÕES FISIOLÓGICAS Esse componente da emoção é extremamente objetivo, pois permite quantificar de forma neutra e com alta precisão uma série de reações viscerais do corpo do indivíduo. Grande parte dessas reações reagem da mesma forma independente da valência da emoção, por exemplo, uma pessoa assustada ou muito alegre pode apresentar um alto batimento cardíaco ou um aumento da sua pupila. Por essa razão, as reações fisiológicas são utilizadas para avaliar a intensidade da emoção (vantagem), mas não permitem diferenciar sua valência (desvantagem). As reações fisiológicas graças a sua objetividade foram e ainda são utilizadas como possível indicador para o fato de o indivíduo estar mentindo em uma situação de grande importância social. O principal indicador é o reflexo galvânico da pele que aumenta o suor do indivíduo e assim a resistência da pele. Existem muitas críticas em relação ao indivíduo, a principal é que o indivíduo pode ser treinado a passar no teste produzindo emoções artificiais ou mesmo a ativação dessas reações fisiológicas sem estar emocionado. A EXPERIÊNCIA SUBJETIVA O componente cognitivo da emoção representa um aspecto extremamente importante para determinar a valência de uma emoção, entretanto, graças ao seu aspecto subjetivo, é extremamente complexo quantificar a intensidade dessa emoção. Isso geralmente é realizado por meio de testes psicológicos, que são realizados por meio de questionários que utilizam diferentes escalas. Todos esses questionários produzem m número que pode set avaliado de acordo com as normas, que permitem indicar se o indivíduo está acima na média ou abaixo em relação ao grupo de pessoas. O COMPONENTE COMPORTAMENTAL As expressões corporais e principalmente as expressões faciais permitem inferir até certo ponto os diferentes tipos de emoção que o indivíduo apresenta. Isto porque elas tendem a ocorrer de forma rápida com intensidade proporcional a emoção, com características específicas a cada uma das emoções e principalmente de forma universal. Utilizando as expressões faciais, Ekman foi capaz de estabelecer as seguintes emoções básicas: alegria, tristeza, medo, raiva e nojo. Esse levantamento das emoções básicas revela um grande descompasso entre emoções com valência (1) positivas, negativas (4). A explicação para esse fato evolutivo é defender o indivíduo de perigos do meio externo. Mesmo aquela que tem valência positiva busca agregar um grupo de forma coesa contra ameaças externas. 9ª Aula TEORIAS DA EMOÇÃO Uma das principais discussões acerca das emoções é a discussão inato x adquirido, ou seja, a forma pela qual expressamos nossas emoções dependem de uma aprendizagem com o meio ou o indivíduo já nasce com essa capacidade? O que os dados mostram é que existem fenômenos relacionados com características inatas e aprendidas. A expressão de uma emoção está diretamente relacionada com processos inatos, por exemplo, bebês já expressam algumas emoções (tristeza, felicidade, medo, repulsa). Mais ainda, pessoas cegas tem a capacidade de expressar emoções da mesma forma que pessoas sem problemas visuais. Entretanto, as expressões das emoções podem também ser aprendidas, exemplo: atores são capazes de simular perfeitamente um grande número de emoções. Por outro lado, cegos de nascença são incapazes de expressar tais emoções. Os dados mostram, que se o indivíduo adquiriu a cegueira após os primeiros anos de vida, ele se torna capaz de expressar essas emoções, indicando assim que o aprendizado ocorre nos primeiros anos de vida. Caso o indivíduo adquira a visão na idade adulta, tendo ele nascido cego, a expressão facial das emoções se torna extremamente difícil, mostrando que o período de aprendizagem se dá durante os primeiros anos de vida e após a passagem deste período o processo de aprendizagem se torna extremamente difícil. Por essa razão, diz-se que este é o período crítico para o aprendizado. O período crítico apresenta duas grandes características: a primeira é uma grande capacidade de aprendizagem em curto período de tempo e que permanece pelo resto da vida. E a segunda característica, está relacionada com a privação deste processo de aprendizagem durante o período crítico, isto porque, a capacidade de resgatar o processo de aprendizagem fora do período crítico é extremamente difícil. O exemplo clássico está relacionado com o fenômeno de estampagem (Imprinting) descoberto pelo etologista Lorent. Trabalhando com patos recém-nascidos, Lorent descobriu que eles tinham um instinto de seguir o primeiro objeto móvel, este instinto permanecia por 24 horas após o nascimento. Terminado este período, o pato recém-nascido não tinha mais interesse em seguir este objeto. Se o animal fosse privado de seguir a pata-mãe, que certamente é o primeiro objeto em movimento após o nascimento, o pato recém-nascido não se ligava afetivamente a sua mãe (apego), em oposição aqueles que tinham possibilidade de seguir a mãe. Caso o recém-nascido seguisse um brinquedo qualquer ou mesmo a figura de Lorent, os patos passavam a seguir estes objetos. O mais interessante, é que na puberdade estes patos tentavam copular com estes objetos estampados na infância. No caso da ausência da estampagem, o pato não buscava parceira para copular, indicando a influência do aprendizado no período crítico na expressão do comportamento futuro. Em algumas espécies a estampagem modula, mas não determina o comportamento sexual, por exemplo, ratos recém- nascidosque foram amamentados deste o nascimento com cheiro de chocolate, tenderam a escolher fêmeas com cheiro de chocolate no processo de copulação. Caso não houvesse uma fêmea com o mesmo cheiro estampado na infância, o comportamento de copulação ainda existia, porém com um período bem mais longo. A CONSCIÊNCIA DE UMA EMOÇÃO Toda emoção apresenta três componente: reações somáticas ou viscerais, reações corporais ou faciais e consciência de uma emoção. Um das principais questões é de tentar descobrir a relação entre estes três componentes da emoção, privilegiando-se o aspecto cognitivo ou consciente desta emoção. TEORIA DO SENSO COMUM No primeiro momento, não se sabe responder precisamente essa pergunta, entretanto, existem algumas teorias que partem de princípios completamente distintos e que se opõe a visão comumente aceita no meio comum. De modo geral aceitasse que um estímulo externo com características emocionais (S), produz a consciência de uma emoção (CS) e a partir deste componente cognitivo, ocorrem as reações comportamentais/faciais, assim como as reações somáticas/viscerais. Entretanto este modelo apresenta muitas críticas, uma vez que a consciência de uma emoção é aspecto longo que demanda gasto de tempo e em certas situações de perigo é necessário que o comportamento e as reações fisiológicas ocorram de forma muito rápida. A TEORIA DE JAMES – LANGE Em oposição à teoria do senso comum, James e Lange propuseram um sistema inverso, ou seja, no processo de um estímulo externo, o indivíduo primeiro teria uma série de reações comportamentais e fisiológicas e essas reações que teriam a capacidade de produzir a consciência de uma emoção. Vide ilustração abaixo: 10ª Aula CONTINUAÇÃO DAS TEORIAS DA EMOÇÃO A teoria proposta por James e Lange é considera uma teoria em série, uma vez que os eventos devem ocorrer em sequência, por exemplo, a consciência de uma emoção depende necessariamente da ocorrência das respostas comportamentais e fisiológicas para que possa ocorrer. (Exemplo: para que uma pessoa ache algo engraçado, ela deve primeiro rir). Alguns dados da literatura apoiam esta teoria, por exemplo, um conjunto de pessoas foi divido em dois grupos que tinham que manter uma caneta na boca enquanto escutavam várias piadas. Um grupo segurava a caneta a caneta com os lábios de forma que não podiam expressar um sorriso, enquanto o outro grupo segurava a caneta com os dentes, de tal forma que podiam sorrir. Ao final de cada piada as pessoas julgavam, em uma escala de 0 a 5, o quanto cada piada era engraçada. Os resultados apoiaram a teoria de James e Lange. O grupo que segurou a caneta com os dentes e teve chance de expressar o sorriso, achou as piadas mais engraçadas em comparação ao grupo que segurou a caneta com os lábios. O TRANSTORNO DO PÂNICO O transtorno do pânico é um distúrbio mental, relacionado com reações de ansiedade que envolve dois sintomas: o ataque de pânico e o medo de ter novos ataques de pânico. O ataque de pânico se caracteriza por um conjunto de reações fisiológicas intensas, que ocorrem na ausência de estímulo de perigo. O ataque de pânico gera uma experiência de terror tão forte, que o indivíduo fica constantemente com medo e ansiedade de ter novos ataques. Esse medo de ter novos ataques de pânico pode ser tão intenso e constante, que impedem que o indivíduo saia de casa (transtorno do pânico com agorafobia). Esse transtorno ilustra também a teoria de James e Lange, uma vez que o indivíduo teve uma experiência consciente de medo intenso na ausência de qualquer estímulo de perigo, ou seja, a consciência da emoção (medo) foi consequência exclusiva de reações fisiológicas. 11ª Aula SÉRIE E PARALELO Em um sistema em série, a ocorrência de um evento obrigatoriamente depende da ocorrência de outro evento. Na ilustração abaixo, para que o evento ‘C’ possa ocorrer é necessário um evento ‘B’. A → B → C → SISTEMA EM SÉRIE (‘B’ e ‘C’ em série) Se o evento ‘B’ não ocorrer, então o evento ‘C’ não ocorre. Em oposição a um sistema em série, podem existir também sistemas que funcionam em paralelo, neste caso, dois eventos não guardam qualquer relação entre si. Na ilustração abaixo os eventos B e C guardam uma relação paralela entre si, ou seja, a ocorrência de um NÃO depende da ocorrência de outro. DE VOLTA AS TEORIAS DA EMOÇÃO A teoria de James e Lange é um bom exemplo de um sistema em série, onde as reações comportamentais e/ou viscerais antecedem e principalmente, necessitam ocorrer para que possa ocorrer a consciência de uma emoção. O exemplo clássico utilizado por James é o seguinte: uma pessoa ao ver um urso (S emocional), primeiro corre (R comportamental) e sente seu coração bater mais rápido (R visceral) e só depois ela sente medo (CS), algumas críticas podem ser levantadas em relação a essa teoria. CRÍTICA DO TETRAPLÉGICO Pessoas que são incapazes de ser movimentar e obviamente não podem correr, deveriam de acordo com a teoria de James e Lange, sentir menos medo quando defrontadas com situações de perigo. Embora isto possa ocorrer imediatamente após o período que ela ficou tetraplégica, com o tempo a emoção de medo desta pessoa frente à situação de perigo vai aumentando e eventualmente pode se tornar MAIOR em relação a pessoas sem deficiência. Pessoa que adquiriram uma paralisia facial e que não tem possibilidade de expressar um sorriso, de fato deixam de se tornarem contentes após a paralisia, mas com o tempo essa diferença na expressão da emoção tende a desaparecer. A INESPECIFICIDADE DAS RESPOSAS VISCERAIS Sabe-se que as reações fisiológicas INDEPENDEM da valência de uma emoção, ou seja, uma reação fisiológica pode ocorrer tanto na consciência de uma emoção positiva, quanto negativa. Portanto, é impossível discriminar o tipo de emoção calcado exclusivamente em reações fisiológicas. Essas duas críticas fizeram com que o sistema em série da teoria proposta por James e Lange fosse descartada e como alternativa, surgisse a teoria de Cannon e Bard. A TEORIA DAS EMOÇÕES DE CANNON E BARD Essa teoria adota um sistema em paralelo, ou seja, na frente de um estímulo emocional as reações comportamentais e viscerais ocorreriam de forma INDEPENDENTE da consciência de uma emoção. Essa teoria lida muito bem com as críticas impostas a teoria de James e Lange, uma vez que caso as respostas comportamentais e viscerais NÃO ocorram, a CS emoção ocorrerá de qualquer maneira. Como os dois eventos ocorrem concomitantemente, o indivíduo tem a impressão que um evento depende do outro. O RETORNO A TEORIA DE JAMES E LANGE A PROPOSTA DE SCHACHTER E SINGER Embora a teoria de James e Lange apresentem críticas importantes, Schachter e Singer incluíram um novo elemento na proposta original de James e Lange, denominado rótulo cognitivo. De acordo com essa proposta, a consciência de uma emoção depende de uma interpretação cognitiva da ocorrência das reações comportamentais e viscerais, por exemplo, quando o coração de uma pessoa dispara, o indivíduo busca elementos no ambiente para explicar essas reações (rótulo cognitivo). Se ele tiver em uma festa entre amigos, ele certamente irá sentir alegria, no entanto, se ele estiver em um beco escuro, ele sentirá medo. Essa é a teoria mais comumente aceita atualmente, principalmente porque envolve uma importante conjugação entre cognição e emoção.
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