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DISCIPLINA: GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS AULA 3 Prof.ª Carolina Walger 2 INTRODUÇÃO Seja bem-vindo(a) a aula 3 de Gestão de Recursos Humanos. Nesta aula vamos conversar sobre a Avaliação de Desempenho, uma ferramenta que pode impactar em todas as outras atividades de gestão de pessoas, sendo considerada um elemento integrador das demais práticas de recursos humanos. Portanto, vamos definir avaliação do desempenho, compreender seus objetivos e sua importância para as organizações, além de conhecer como os métodos de avaliação de desempenho podem ser utilizados. Para finalizar, vamos falar sobre a Educação Corporativa e o Desenvolvimento Organizacional, temas relacionados a Avaliação de Desempenho e a Treinamento e Desenvolvimento. Assista ao primeiro vídeo com da professora Carolina no material on-line! Lá você terá mais detalhes da aula de hoje! PROBLEMATIZAÇÃO Leia o caso a seguir... em seguida, reflita sobre as questões propostas: Paulo Souza sentou-se em sua mesa, olhando o formulário de avaliação de desempenho que acabava de preencher sobre Francisco Miranda, um de seus vendedores de seguros. Francisco estava vindo à sala de Paulo para realizar a entrevista anual de avaliação. Paulo tinha pavor destas reuniões, apesar de que até o momento não tivera que dar nenhum retorno negativo aos seus empregados. Dois anos atrás, a empresa havia experimentado um crescimento rápido e também havia decidido implantar um sistema de avaliação de desempenho. O formulário apresentado para os supervisores incluía cinco subcategorias diferentes, porém com uma pontuação geral. su Sticky Note 3 Solicitou-se aos supervisores que pontuassem os empregados, em cada um dos fatores, utilizando uma escala de 1 (inaceitável) até 5 (excepcional), e também se aconselhou que deveriam manter um arquivo de cada empregado, onde pudessem fazer anotações no decorrer do ano, a respeito do bom ou mau desempenho. O relatório tinha como objetivo ser um histórico documentado para ser utilizado no preenchimento da avaliação. Na orientação também se falou que somente deveriam dar pontuação geral de 1 ou de 5 se tivessem documentos sustentáveis para respaldar a referida pontuação. Paulo nunca havia dado uma dessas pontuações, já que não era muito cuidadoso em relação ao registro dos sucessos ou insucessos de seus empregados. Pensava que revisar toda essa documentação necessária para justificar a pontuação necessitaria de muito tempo. Existiam em seu departamento vários empregados que, na opinião de Paulo, mereciam uma pontuação de 5, porém até o momento nenhum deles havia questionado do porque não havia recebido. Francisco era um dos trabalhadores excepcionais. Paulo tinha três ou quatro exemplos de desempenho excelente nos registros de Francisco, porém observando o formulário de avaliação não conseguia identificar claramente qual categoria deveria assinalar. “Muito bem”, pensou Paulo, “lhe darei somente três ou quatro”. “Não tenho que justificá-los e até o momento Francisco nunca reclamou”. Uma das categorias da avaliação correspondia a análise dos materiais de trabalho, porém Paulo nunca havia entendido o que significava isto, ou se tinha alguma relação com o cargo de Francisco. Havia marcado a pontuação 3 (satisfatório) no formulário de Francisco, da mesma forma que sempre fez. Entendia os outros fatores – qualidade do trabalho, quantidade, melhora nos métodos de trabalho e relacionamento com os outros companheiros de trabalho, porém estava confuso em relação a pontuação que daria (3 ou 4) em cada categoria. Paulo chamou Francisco em sua sala. Paulo deu uma olhada e sorriu. E então Paulo lhe disse: — Como vai Francisco? Sente-se e vamos acabar logo com isso, para que possamos retornar ao nosso trabalho. O que você acha? 4 Vamos refletir sobre a situação exposta? Quais são os problemas com o Projeto de Avaliação de Desempenho? Sugira um possível plano de ação para a resolução do caso. Veja os comentários da professora Carolina no vídeo do material on-line sobre o caso acima!!! AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO Depois de contratados e treinados, os profissionais devem ser acompanhados no seu trabalho, o que é feito por meio da avaliação de desempenho. Com o uso dessa ferramenta é possível identificar: Se a pessoa está ocupando o cargo adequado, se apresenta potencial para desempenhar outras funções; Se está com alguma necessidade de treinamento; Se está sendo remunerada de acordo. A avaliação de desempenho é um método que visa estabelecer um combinado com os empregados referente aos resultados desejados pela organização e, assim, acompanhar os desafios propostos, corrigir os rumos e avaliar os resultados. Esta ferramenta pode ser conhecida com outras nomenclaturas, tais como avaliação por mérito, avaliação de pessoal e avaliação de eficiência individual, por exemplo. O fato, é que estamos falando da mesma coisa, “uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa, em função das atividades que ela desempenha, das metas e resultados a serem alcançados, das competências que ela oferece e do seu potencial de desenvolvimento” (CHIAVENATO, 2010, p. 241). Podemos identificar nessa definição alguns pontos importantes: A avaliação de desempenho é sistemática, ou seja, ela precisa ser feita rotineiramente, com a utilização de uma ferramenta, que pode ser melhorada ao longo do tempo, mas que deve seguir uma lógica no que se refere ao foco da avaliação. su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 5 As pessoas são avaliadas em função da atividade, das metas, dos resultados e das competências, isso significa que a avaliação não é em relação à pessoa, mas em relação ao seu trabalho, ao resultado que apresentou diante das metas que tinha. De acordo com Chiavenato (2010), a avaliação de desempenho pode focar no cargo ocupado pela pessoa ou nas competências que ela oferece para a organização. Conforme o enfoque, as nuances da avaliação serão diferentes, como apresentado a seguir: Baseada em Cargos Objetivo Primário: avaliar o desempenho no cargo Objetivo Final: cargos adequadamente desempenhados pelos ocupantes Eficiência: adequação dos ocupantes aos cargos ocupados Eficácia: força de trabalho adequada ao conjunto de cargos da organização Indicador: cargos ocupados e bem desempenhados na organização Retorno sobre o Investimento: cargos bem ocupados/custos da avaliação de desempenho Baseada em Competências Objetivo Primário: avaliar competências individuais ou grupais Objetivo Final: competências adequadamente aplicadas no trabalho pelas pessoas Eficiência: adequação das competências ao negócio da organização Eficácia: resultado das competências aplicadas ao negócio da organização Indicador: pessoas dotadas de competências essenciais do sucesso do negócio na organização Retorno sobre o Investimento: competências aplicáveis e aplicadas/custos de avaliação do desempenho su Sticky Note 6 A gestão de pessoas por competências é a mais moderna forma de gestão, contudo não podemos considerar equivocada a avaliação de desempenho com base nos cargos. Na verdade, ela será útil para muitas organizações. A escolha entre a avaliação de desempenho por cargo ou por competências deverá ser feita com base em toda a organização e o planejamento estratégico da mesma. Robbins (2005) explica que,de maneira geral, a avaliação de desempenho avalia dois tópicos: os resultados individuais da tarefa e os comportamentos. Agora que já sabemos o que é a avaliação de desempenho vamos entender melhor os seus objetivos e aplicações. Acompanhe a seguir! Objetivos da avaliação de desempenho Qualquer sistema de avaliação influencia o comportamento das pessoas e, de acordo com Robbins (2005), a avaliação de desempenho influencia o comportamento dos trabalhadores, a dedicação que terão para o trabalho, as técnicas que irão utilizar e o resultado do trabalho que irão executar. Aqui, encontramos o principal objetivo da avaliação de desempenho: oferecer ao avaliado feedback sobre o seu trabalho. Para Chiavenato (2010), sem receber esse tipo de retroação, o indivíduo não possui parâmetro sobre o seu desempenho e acaba não tendo a possibilidade de fazer os ajustes necessários. Assim, a avaliação proporciona desenvolvimento porque as pessoas passam a conhecer seus pontos fortes e fracos e possuem clareza do que a organização espera delas. A avaliação de desempenho também permite que as organizações e seus gestores conheçam melhor as potencialidades do seu pessoal. Assim, os gestores utilizam o resultado da avaliação de desempenho para tomar decisões de recursos humanos (ROBBINS, 2005). As práticas de gestão de pessoas podem ser sustentadas e justificadas por meio do resultado da avaliação de desempenho. Por exemplo, as recompensas podem ser embasadas na avaliação, podendo justificar aumentos salariais, promoções, transferências e até demissões. su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 7 A avaliação também pode atuar como um levantamento de necessidades de treinamento, identificando pontos que podem ser desenvolvidos em programas de treinamento e desenvolvimento de carreiras. Por ser um meio pelo qual se localizam problemas de supervisão e gerência, de integração das pessoas à organização, de adequação das pessoas ao cargo, de localização de possíveis dissonâncias ou carências de treinamento de construção de competências, a avaliação de desempenho torna-se uma prática de gerenciamento para garantir a vantagem competitiva, pois melhora o desempenho, a satisfação, a motivação e leva à melhoria continua. Para sintetizar, apresentamos a definição de Knapik (2011) sobre avaliação de desempenho, cujo objetivo será identificar potenciais, desenvolver equipes, melhorar relacionamentos e alinhar expectativas para o alcance de resultados, tendo as seguintes finalidades: Estabelecer o desempenho e os resultados esperados das pessoas; Alcançar maior comprometimento das pessoas para estimular a produtividade; Servir como ferramenta de apoio na tomada de decisões quanto a remanejamentos internos, dispensa e identificação de potenciais, etc; Alinhar esforços e expectativas para alcançar resultados; Identificar os incentivos mais adequados para a motivação das pessoas; Melhorar e incentivar a comunicação; Proporcionar feedback para o avaliado, um retorno do seu desempenho; Ajudar no processo de levantamento de necessidades de treinamento; Servir como um indicador de acompanhamento e desenvolvimentos dos colaboradores para o sistema da qualidade; Favorecer um clima de confiança e motivação Limitações da avaliação de desempenho Assim como qualquer ferramenta, a avaliação de desempenho pode apresentar alguns problemas, limitações e vulnerabilidades. De acordo com Marras (2012), uma das vulnerabilidades da avaliação de desempenho é a subjetividade. su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 8 No processo de avaliação, um indivíduo julga o comportamento de outro, gerando vícios e ambiguidade ao processo de avaliação. Para o autor, esses vícios estão ligados a efeitos psicológicos relativos ao avaliador, e não ao instrumento de avaliação. As atitudes dos avaliadores que podem distorcer a avaliação são tanto conscientes quanto inconscientes. Vamos ver cada uma delas em detalhes, a seguir: Atitudes conscientes Acontecem quando o avaliador “sob qualquer pretexto vicia um resultado, premeditando intencionalmente atender a interesses em jogo ou ajudar/prejudicar o avaliado” (MARRAS, 2012, p. 135). Alguns exemplos são: O Efeito Halo Consiste em uma tendência do avaliador de se deixar levar por alguma característica do avaliado que o tenha marcado de forma significativa, o que lhe impede de interpretar as demais características com neutralidade de clareza. Assim, a avaliação de um item pode interferir no julgamento sobre outros fatores, contaminando o resultado geral. Na avaliação de desempenho, este efeito é a interferência causada devido à simpatia ou antipatia que o avaliador tem pela pessoa que está sendo avaliada. O Efeito da Tendência Central É manifestado quando o avaliador utiliza um ponto central da escala de avaliação para não se comprometer ou não comprometer o avaliado. Assim, quando o avaliador não quer comprometer-se com avaliações muito boas ou muito ruins, para evitar explicações de extremos de desempenho junto ao avaliado, escolhe atribuir a nota média. Atitudes inconscientes Acontecem quando o avaliador vicia um resultado “sem a intenção premeditada e dolosa de provocar uma alteração no resultado original” (MARRAS, 2012, p. 135). su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 9 Tendência de Julgar sob a Impressão de uma Qualidade Acontece quando o avaliador se deixa influenciar por uma qualidade de destaque do avaliado e acaba o avaliando apenas com base nessa impressão. Tendência de Basear-se em Acontecimentos Recentes ou o Efeito da Recentidade Consiste na avaliação realizada com base em fatos acontecidos no período imediatamente anterior ao momento da avaliação. Assim, o avaliador considera apenas os últimos acontecimentos, e não o desempenho de todo o período de avaliação. Tendência de Levar em conta Características Pessoais Extracargo Consiste em avaliar o subordinado a partir de seus valores ou comportamentos fora do ambiente de trabalho Tendência de Supervalorizar as Qualidades Potenciais Acontece quando o avaliador confunde resultados realizados com características potenciais do avaliado. Efeito Semelhança Neste, o avaliador tem a tendência de avaliar o subordinado à semelhança de si próprio. Assim, o avaliador julga mais favoravelmente as pessoas que se identificam mais consigo. Efeito Comparação Neste, o avaliador apresenta uma tendência de avaliar para mais ou para menos, em virtude de comparação com outro funcionário que acabou de ser avaliado. Influência de Preconceitos (cor, raça, religião, gênero, etc.) Pode distorcer a avaliação e a postura de complacência ou rigor do avaliador, que pode acreditar que todos os membros de sua equipe são ótimos ou são péssimos. su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 10 Leitura obrigatória Leia o capítulo 8 do livro a seguir: KNAPIK, Janete. Gestão de Pessoas e Talentos. Curitiba: Intersaberes, 2011. Acesse no material on-line. Saiba Mais Conheça o Manual de Avaliação de Desempenho do Governo do Estado do Espírito Santo. Acesse: http://seger.es.gov.br/Media/seger/Avalia%C3%A7%C3%A3o%20de% 20Desempenho%20Individual-%20Manual/Manual%20Avalia%C3%A7%C3%A3o%20de%20Desempenho.pdf Sobre este tema de estudos, assista também ao vídeo da professora Carolina. Confira no material on-line! MODELOS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO Existem diversos métodos para realizar a avaliação do desempenho humano nas organizações, cada um deles com suas vantagens e desvantagens e com o seu grau de complexidade. Não podemos afirmar que um método é melhor do que o outro, mas que cada um será mais adequado para determinado contexto e necessidade de avaliação. Portanto, a escolha do método deve levar em conta as características da empresa e os objetivos da avaliação. Chiavenato (2010) recomenda que cada organização deve construir o seu próprio sistema de avaliação, ajustado as suas peculiaridades, a partir dos métodos descritos pela literatura. Isso torna comum a utilização dos chamados métodos mistos, que se caracterizam pela utilização da composição de dois os mais métodos, de forma a atender a necessidade da organização. Sendo assim, nosso objetivo é que você possa conhecer os métodos e identificar a melhor forma de aplicá-los nos diferentes contextos organizacionais. Acompanhe alguns a seguir! Incidentes Críticos O método consiste no registro, pelo avaliador, do chamado “comportamento crítico do avaliado”. Assim, toda vez que o colaborador realiza um trabalho tido como realmente de excepcional, ou, ao contrário, executa um determinado su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 11 serviço de forma acentuadamente negativa, tal comportamento é registrado em ficha específica de Avaliação de Desempenho do colaborador. Chiavenato (2010, p. 251) explica que esse é um método bastante tradicional de avaliação do desempenho, o qual “não se preocupa com o desempenho normal, mas com desempenhos excepcionais, sejam positivos ou negativos”. O método deve acontecer em três fases: 1. Observação sistemática, pelo superior imediato, do comportamento funcional do colaborador. 2. Registro dos fatos excepcionais no desempenho do colaborador. 3. Pesquisa de atitudes e do comportamento do colaborador analisado. Vantagens e Desvantagens do uso do método de Incidentes Críticos Vantagens Avalia o desempenho excepcionalmente bom e excepcionalmente ruim; Enfatiza os aspectos excepcionais do desempenho. As exceções positivas devem ser realçadas e ampliada a sua aplicação, enquanto as exceções negativas devem ser eliminadas ou corrigidas; Método de fácil montagem e de fácil utilização. Desvantagens Não se preocupa com aspectos normais do desempenho; Peca por fixar-se em poucos aspectos do desempenho, podendo se tornar tendencioso e parcial; Como o registro deve acontecer à medida que os comportamentos acontecem, muitos gestores esquecem de fazer as anotações, prejudicando a avaliação. Escalas Gráficas Esse é um dos métodos mais antigos e populares de avaliação – é o que afirma Robbins (2005). Também denominado de “sistema de gráficos analíticos”, consiste numa sequência de fatores de desempenho que o avaliador pretende medir ao analisar a execução do trabalho do avaliado. su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 12 Esse método avalia o desempenho das pessoas através de fatores de avaliação previamente definidos e graduados. Para isso, o instrumento se baseia em uma tabela de dupla entrada, com os fatores de avaliação dispostos nas linhas horizontais e os graus de avaliação do desempenho dispostos nas colunas verticais, como ilustrado na tabela a seguir. Escala Gráfica de Avaliação do Desempenho FATORES ÓTIMO BOM REGULAR SOFRÍVEL FRACO Produção (quantidade de trabalho realizada) Sempre ultrapassa os padrões Às vezes ultrapassa os padrões Satisfaz os padrões Às vezes abaixo dos padrões Sempre abaixo dos padrões Qualidade (esmero no trabalho) Excepcional qualidade do trabalho Superior qualidade no trabalho Qualidade satisfatória Qualidade insatisfatória Péssima qualidade no trabalho Conhecimento do trabalho (perícia no trabalho) Conhece todo o trabalho Conhece mais do que necessário Conhece o suficiente Conhece parte do trabalho Conhece pouco o trabalho Cooperação (relacionamento interpessoal) Excelente espírito de colaboração Bom espírito de colaboração Colabora normalmente Colabora pouco Não colabora Compreensão de situações (capacidade de resolver problemas) Excelente capacidade de intuição Boa capacidade de intuição Capacidade satisfatória de intuição Pouca capacidade de intuição Nenhuma capacidade de intuição Criatividade (capacidade de inovar) Tem sempre excelentes ideias Quase sempre tem excelentes ideias Algumas vezes apresenta ideias Raramente apresenta ideias Nunca apresenta ideias Realização (capacidade de fazer) Excelente capacidade de realizar Boa capacidade de realizar Razoável capacidade de realizar Dificuldade em realizar Incapaz de realizar Fonte: Chiavenato (2010, p. 250). Vamos conversar um pouco sobre a tabela que acabamos de ver? Acompanhe... vai ser importante explicar algumas coisas!!! su Sticky Note 13 Podemos observar que os fatores de avaliação, dispostos nas linhas horizontais à esquerda, constituem os critérios importantes para a avaliação do trabalho ou os parâmetros básicos para avaliar o desempenho dos colaboradores. De acordo com Chiavenato (2010), o primeiro passo na formatação desse instrumento é a escolha e a definição dos fatores de avaliação, que são comportamentos e atitudes valorizados pela organização. Logo, o preenchimento das linhas deverá ser único para cada organização, pois caracteriza aquilo que é importante naquela empresa, que deve estar alinhado a sua missão, visão, valores, objetivos e competências. Para evitar erros ou distorções de interpretação, Chiavenato (2010) sugere que cada fator de avaliação tenha uma descrição sumária, simples e objetiva, que defina o que se quer dizer com cada fator – é a informação que consta entre parênteses em cada fator. Ainda de acordo com Chiavenato (2010), após a definição dos fatores avaliação, o segundo passo na construção dessa metodologia é a definição dos graus de avaliação, dispostos nas colunas coloridas, os quais também podem variar conforme o interesse de cada organização. Encontramos na realidade organizacional a variação do uso de 3 a 10 critérios. Aqui, vale lembrar que uma das limitações da avaliação de desempenho é a Tendência Central. Nessa limitação, o avaliador tende a marcar a coluna do meio para evitar se comprometer ou comprometer o avaliado. Utilizando a tabela acima como exemplo, o avaliado teria a tendência de marcar o grau 3 para todos os fatores de avaliação. Portanto, ao optar por utilizar o Método de Escala Gráfica sugere-se a utilização de um número par de graus de avaliação (4, 6, 8 ou 10) para que o avaliador não tenha a possibilidade de marcar a coluna do meio. Outra sugestão, ao optar por utilizar uma escala ímpar (3, 5, 7 ou 9), é que seja feito um adequado trabalho de conscientização e capacitação dos avaliadores, a fim de evitar a Tendência Central. Após a definição dos fatores de avaliação e dos graus de avaliação,monta-se uma escala a ser preenchida. Na tabela anterior apresentamos um exemplo, porém a disposição gráfica das escalas pode variar de acordo com a criatividade dos organizadores do instrumento. su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 14 Vantagens e Desvantagens do uso do método de Escalas Gráficas: Vantagens Facilidade de planejamento e construção do instrumento de avaliação Simplicidade e facilidade de compreensão e utilização Visão gráfica e global dos fatores de avaliação envolvidos Facilidade na comparação dos resultados de vários colaboradores Proporciona fácil retroação de dados ao avaliado Permite a tabulação quantitativa dos resultados, de forma estatística É de rápido preenchimento Desvantagens Superficialidade e subjetividade na avaliação do desempenho Produz efeito de generalização Peca pela categorização e homogeneização das características individuais Limitação dos fatores de avaliação (funciona como um sistema fechado) Rigidez e reducionismo no processo de avaliação Nenhuma participação ativa do avaliado Avalia apenas o desempenho passado Escolha Forçada Consiste na avaliação do desempenho por meio de blocos de frases que descrevem determinados aspectos do comportamento, que são importantes para aquele cargo, setor ou organização. Essas frases podem ser escritas de forma positiva ou negativa e o avaliador deve escolher forçosamente se aquela afirmação condiz ou não com o comportamento do avaliado. Para isso, o avaliador deve assinalar o sinal positivo (+) quando aquela frase representa o avaliado, ou o sinal negativo (–) quando a frase não caracteriza o avaliado. Como exemplo para ampliar a compreensão da utilização do método, acesse o PDF “Escolha Forçada”, lá no material on-line! su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 15 Vantagens e Desvantagens do uso do método de Escolha Forçada: Vantagens Evita o efeito de generalizações na avaliação Reduz a influência pessoal do avaliador (subjetividade) Requer pouco treinamento dos avaliadores para a sua aplicação Instrumento de fácil manuseio pelos avaliadores Desvantagens Complexidade no planejamento e na construção do instrumento Não proporciona uma visão global dos resultados da avaliação Não provoca retroação de dados, nem permite comparações Técnica pouco conclusiva a respeito dos resultados Avaliação baseada em Resultados Também conhecida como Avaliação Participativa por Objetivos, este método de avaliação faz parte do grupo dos chamados métodos modernos de avaliação de desempenho, que buscam formas mais inovadoras e criativas para avaliar o desempenho humano, com menos burocracia e de forma mais personalizada a cada um dos colaboradores. De acordo com Chiavenato (2010), esse método de avaliação de desempenho deve acontecer em seis etapas: 1. Formulação de objetivos consensuais Um objetivo é uma declaração do resultado que se deseja alcançar dentro de um determinado período de tempo. Os objetivos são conjuntamente formulados entre o colaborador e seu gerente através de negociação entre ambos para chegar a um consenso. O desempenho deve estar focado no alcance desses objetivos e sua avaliação dependerá diretamente disso. su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 16 2. Comprometimento pessoal quanto ao alcance dos objetivos conjuntamente formulados É imprescindível a aceitação plena dos objetivos por parte do avaliado e o seu comprometimento íntimo em alcançá-los. Em alguns casos se celebra uma espécie de contrato formal ou psicológico para caracterizar o acordo feito. 3. Negociação com o gerente sobre a alocação dos recursos e meios necessários para o alcance dos objetivos Após a definição dos objetivos, é necessário definir os recursos que serão necessários para o alcance dos mesmos, que podem ser recursos materiais, humanos e etc. 4. Desempenho É o comportamento do avaliado no sentido de efetivar o alcance dos objetivos formulados. Constitui a estratégia pessoal escolhida pelo indivíduo para alcançar os objetivos pretendidos. 5. Constante monitoramento dos resultados e comparação com os objetivos formulados A medição constante dos resultados quanto ao alcance dos objetivos precisa ter base quantitativa e oferecer uma ideia objetiva e clara do andamento das coisas e do esforço do avaliado. 6. Retroação intensiva e contínua avaliação conjunta O avaliado precisa ter uma clara percepção e noção de como está caminhando para poder avaliar e tomar suas conclusões. Chiavenato (2010) explica que nessa forma de avaliação, o foco não está no passado, naquilo que o avaliado fez, mas sim no futuro, está orientada para o planejamento do desempenho futuro do avaliado. O desempenho deve ser orientado para metas e pelos objetivos previamente negociados e fixados, procurando cercar o colaborador de todos os recursos necessários para a sua adequada consecução, medi-lo com medições su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 17 adequadas e comparativas e, sobretudo, procurando dar-lhe consistência através de constante retroação e avaliação continua. Tudo para assegurar um desempenho conforme as necessidades da organização e os objetivos de carreira do avaliado. Essa avaliação deve estar associada a recompensas ao avaliado ao atingir suas metas, como a participação nos lucros e resultados. Confira um exemplo a seguir... Modelo de Formulário para Avaliação de Desempenho por Objetivos Leitura Obrigatória Leia o capítulo 6 do livro: LOTZ, E. G.; GRAMMS, L. C. Gestão de Talentos. Curitiba: Intersaberes, 2012. Acesse o livro no material on-line! Saiba Mais Leia mais sobre avaliação de desempenho. Acesse: http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/avaliacao-do-desempenho- por-competencias/23428/ Sobre este tema de estudos, assista também ao vídeo da professora Carolina, lá no material on-line. su Sticky Note su Sticky Note 18 TIPOS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO As organizações utilizam diferentes alternativas a respeito de quem deve avaliar o desempenho do colaborador. As mais democráticas e participativas proporcionam ao próprio colaborador a responsabilidade de autoavaliar livremente o seu desempenho. Outras organizações atribuem a responsabilidade pela avaliação ao gerente imediato, para reforçar a hierarquia. Outras ainda procuram integrar o gerente e o subordinado na avaliação, para reduzir a diferença hierárquica. Há também as que atribuem a avaliação de desempenho à equipe, principalmente, quando estão estruturadas em equipes autossuficientes e autogeridas. Assim como há as que ainda adotam um processo circular de 360º, na avaliação; e as que cujo órgão de RH centraliza a monopoliza totalmente o processo de avaliação. Acompanhe nas próximas telas alguns tipos de avaliação de desempenho que pensamos ser relevantes de serem estudadas. Autoavaliação Como o nome sugere, trata-se da avaliação feita pelo próprio indivíduo avaliado. Segundo Robbins (2005), fazer com que as pessoas avaliem o próprio desempenho é consistente com valores como o autogerenciamento e a autonomia. Este processocostuma atenuar a postura defensiva das pessoas em relação à avaliação e é uma forma de estimular as discussões sobre o desempenho no trabalho. Contudo, esse processo sofre com o risco de vieses autocondescendentes e superestimados, fazendo com que as pessoas se avaliem muito acima ou muito abaixo da realidade. Assim, a autoavaliação é mais indicada para propósitos de desenvolvimento e, enquanto avaliação, deve ser combinada com outros métodos para reduzir a margem de erros. su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 19 Superior Imediato É o tipo mais comum de avaliação, quando o gestor avalia o seu subordinado. De acordo com Robbins (2005), a autoridade de um executivo inclui, tradicionalmente, a avaliação de desempenho de seus subordinados. A lógica que sustenta essa tradição parece ser a de que, já que o executivo é o responsável pelo desempenho de seus subordinados, é ele quem deve fazer tal avaliação. Subordinados Imediatos Acontece quando os membros da equipe avaliam a chefia. Robbins (2005) explica que levar em conta a opinião dos subordinados é consistente com as recentes tendências de valorização da honestidade, da transparência e da autonomia dos funcionários. As avaliações feitas pelos subordinados imediatos podem oferecer informações precisas e detalhadas sobre o comportamento do administrador, pois os avaliadores estão em contato frequente com o avaliado. O problema desse sistema é o medo de represália em virtude da avaliação negativa dada ao chefe. Por esse motivo, a garantia do anonimato é crucial para que esse tipo de avaliação seja preciso. Chiavenato (2010) explica que essa avaliação permite que a equipe avalie o seu gestor, como ele proporcionou os meios e recursos para a equipe alcançar os objetivos e como o gerente poderia incrementar a eficácia da equipe e ajudar a melhorar os seus resultados. Essa avaliação permite que o grupo promova negociações e intercâmbios com o gerente, exigindo deste, novas abordagens em termos de liderança, motivação e comunicação, que tornem as relações de trabalho mais livres e eficazes. Avaliação dos pares de trabalho Acontece quando os colegas de trabalho avaliam um dos membros da equipe. Para Robbins (2005), a avaliação feita pelos colegas constitui uma das fontes mais confiáveis de julgamento, pois os colegas estão próximos das ações e as su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 20 interações diárias oferecem uma visão abrangente do desempenho de um funcionário. Utilizar os colegas como juízes resulta em diversos julgamentos independentes, oferecendo múltiplas avaliações, sendo confiável a média dessas avaliações. Por outro lado, os aspectos negativos podem ser a indisposição para julgar o trabalho de um colega e os vieses resultantes das relações de amizade e animosidades. Comissão de Avaliação de Desempenho Em algumas organizações, a avaliação é atribuída a uma comissão especialmente designada para essa finalidade. Trata-se de uma avaliação coletiva, feita por um grupo de pessoas direta ou indiretamente interessadas no desempenho dos colaboradores. A comissão é, em geral, constituída de pessoas de diversas unidades organizacionais, e formada por membros permanentes e transitórios. Trata-se de uma alternativa onerosa, trabalhosa e demorada e é um elemento estranho ao relacionamento entre o colaborador e seu entorno. Órgão de RH Nessa avaliação, o setor de Recursos Humanos assume totalmente a responsabilidade pela avaliação de desempenho de todas as pessoas da organização. Chiavenato (2010) explica que essa é uma alternativa comum em empresas conservadoras, mas está sendo abandonada, pois é centralizadora, monopolizadora e burocrática. Avaliação 360° É uma avaliação que considera múltiplas fontes de informação a respeito do desempenho de um empregado. Para Robbins (2005), essa avaliação fornece um feedback acerca do desempenho dado por todos aqueles que formam o círculo de contatos diários do funcionário, como chefia, subordinados, pares, clientes, fornecedores e etc. su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 21 Dessa forma, para uma única pessoa, é possível ter de 3 a 25 avaliações. Contudo, na maioria das organizações, esse número fica entre 5 e 10 avaliações por avaliado. O uso de diversas fontes traz uma possibilidade maior de conseguir capturar todos os aspectos do comportamento, oferecendo uma perspectiva mais ampla a respeito do desempenho. De acordo com Knapik (2011), essa prática vem ganhando espaço nas organizações. Trata-se de um método que envolve toda a rede de relacionamentos e tem como principal foco o desenvolvimento de competências a partir do feedback que se recebe. Vantagens e Desvantagens do uso do método Avaliação 360º Vantagens É mais compreensivo e as avaliações provêm de múltiplas perspectivas A qualidade da informação é melhor Complementa as iniciativas da qualidade total Enfatiza os clientes internos/externos e o espírito de equipe Como a retroação vem de vários avaliadores, pode haver preconceitos e prejuízos A retroação fornecida pelo entorno permite o autodesenvolvimento do avaliado Desvantagens É administrativamente complexo para combinar todas as avaliações A retroação pode intimidar e provocar ressentimentos no avaliado Pode envolver avaliações conflitivas sob diferentes pontos de vista O sistema requer treinamento dos avaliadores para funcionar bem As pessoas podem fazer conluio ou jogo para dar avaliação inválida para as outras su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 22 Leitura Obrigatória Leia o capítulo 3 do livro: JARDEWESKI, C. J. F.; JARDEWESKI, G. L. F. Técnicas e Métodos de Avaliação de Desempenho. Curitiba: Intersaberes, 2014. O Livro está no material on-line! Saiba Mais Leia mais sobre avaliação de desempenho. Acesse: http://exame.abril.com.br/pme/noticias/3-metodos-para-avaliar-o-desempenho- de-funcionarios Sobre este tema de estudos, assista também ao vídeo da professora Carolina que está no material online! EDUCAÇÃO CORPORATIVA A educação corporativa diz respeito ao processo educacional dos empregados d’ uma organização, os quais acontecem sob responsabilidade da própria empresa. A preocupação das organizações quanto ao aprendizado das pessoas tem se ampliado cada vez mais, pois o desenvolvimento delas acaba por favorecer a obtenção de resultados dos negócios. Chiavenato (2010) esclarece que a educação corporativa vem sendo estimulada por conta do ambiente turbulento decorrente da globalização, do desenvolvimento tecnológico, da competitividade e das mudanças rápidas e contínuas. Assim, há um interesse em incentivar a aprendizagem contínua, alinhando educação das pessoas e objetivos estratégicos da organização. Carvalho (2014) argumenta que a educação corporativa é uma estratégia capaz de promover vantagem competitiva e que contribui para transformar oportunidades em negócios por meio do conhecimento desenvolvido e compartilhado continuamente. Moscardini e Klein (2015) complementam que a educação corporativa favorece o aprendizado e cria condições para a inovação, o empreendedorismo e o desenvolvimento de líderes eficientes. su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 23 As práticas de educação corporativa,segundo Moscardini e Klein (2015, p. 90) são os conjuntos de “ações educacionais que a empresa estabelece a fim de assegurar que todos os participantes da sua cadeia de valor possam desenvolver as competências profissionais necessárias para a concretização da estratégia organizacional, com foco no negócio”. De acordo com Freire (2014), podemos considerar como ferramentas de educação corporativa: Programas de treinamento de curta e média duração, de cunho técnico, estratégico, comportamental e de gestão; Investimento em cursos de graduação e pós-graduação do quadro de pessoal, por meio do subsídio parcial ou total desses cursos em instituições formadoras (faculdades, centro universitários e universidades); Criação de Universidades Corporativas (UCs). Como explica Freire (2014, p. 216 e 217), a criação de uma (UC) é “uma estratégia para desenvolver e educar empregados, clientes, fornecedores e a comunidade em geral, com a finalidade de alcançar os objetivos da organização”. Ao optar por implementar uma UC, ou seja, uma universidade própria, as organizações visam aumentar a competitividade por meio do aumento do valor das pessoas, estimular e potencializar a inteligência empresarial e disseminar uma cultura de aprendizagem em todos os níveis organizacionais. Ainda de acordo com o autor (2014), o surgimento das UCs esteve ligado a fatores como: Emergência de organizações flexíveis com capacidade de respostas rápidas ao mercado; Educação como estratégia global, principalmente com o advento da internacionalização; Era do conhecimento como nova base para formação de riqueza na atualidade; Rápida obsolescência do conhecimento; Empregabilidade. su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 24 Como característica, Carvalho (2014) destaca que as UCs deslocam o objetivo principal do desenvolvimento de habilidades individuais para as competências do negócio, focando a aprendizagem organizacional. Assim, os cursos são desenhados a partir das estratégias do negócio. Outra questão importante é que as UCs não devem se limitar apenas ao ambiente interno da empresa (qualificando apenas os empregados), elas devem atingir o público externo também (como fornecedores, clientes, franquias e etc.). Como resultado das UCs, as organizações têm obtido melhoria dos serviços oferecidos e aumento de lucratividade. No Brasil, diversas são as organizações que já contam com suas próprias universidades, como: Grupo Accor, Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica, Grupo Globo, Carrefour, Bradesco e outras. Universidade McDonald’s Grupo Accor Universidade Brahma Universidade Motorola Localizada em Barueri, SP Inaugurada em 1997 Oferece treinamentos específicos sobre alimentação, eletricidade e refrigeração, sendo de interesse geral nas áreas de administração e qualidade Participantes: profissionais a partir da gerência Localizada em Campinas, SP Inaugurada em 1992 Oferece cursos sobre a cultura do grupo e assuntos de interesse geral, como criatividade, satisfação do cliente e etiqueta empresarial, dependendo da necessidade de cada departamento Participantes: funcionários Não tem espaço físico Inauguração em 1995 Oferece cursos específicos de interesse geral, que enfocam as diretrizes da empresa Participantes: funcionários Localizada em Jaguariúna, SP Inaugurada em 1999 Oferece cursos gerenciais e técnicos Participantes: funcionários, clientes e fornecedores Fonte: Chiavenato (2010, p. 389). su Sticky Note 25 Além das UCs, os programas de educação corporativa contam com diversas estratégias para a capacitação e o desenvolvimento de pessoas. Moscardini e Klein (2015) sintetizam essas estratégias em uma tabela... Acesse o PDF “Educação Corporativa” no material on-line e confira! Leitura Obrigatória Leia o capítulo 8 do livro: FREIRE, D. A. L. Treinamento e Desenvolvimento em Recursos Humanos: encenando e efetivando resultados. Curitiba: Intersaberes, 2014. Saiba Mais Conheça algumas Universidades Corporativas: http://www.eletrobras.com/elb/data/Pages/LUMIS70805430PTBRIE.htm http://www.bb.com.br/portalbb/home1,139,139,23,0,1,8.bb http://www.portaldaindustria.com.br/senai/canal/unindustria-home http://unicorreiosvirtual.correios.com.br http://www.cemig.com.br/pt- br/Recursos_Humanos/UniverCemig/Paginas/conceito_unicorp.aspx http://solutions.3m.com.br/wps/portal/3M/pt_BR/UniversidadeCorporativa/Home http://uni.imaginarium.com.br Sobre este tema de estudos, assista também ao vídeo – no material on-line – da professora Carolina. DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL Treinamento e desenvolvimento diz respeito aos programas que lidam com as mudanças das pessoas nas organizações, ou seja, a aprendizagem em nível individual. Mas, será que o aprendizado das pessoas por si só faz com que as organizações aprendam e mudem? su Sticky Note 26 É claro que o aprendizado dos indivíduos é importante, mas, quando estamos preocupados com a gestão da organização como um todo, é preciso olhar para o aprendizado organizacional. É a partir dessa ideia que surge o termo Desenvolvimento Organizacional. Como explica Chiavenato (2010), o Desenvolvimento Organizacional (DO) está ligado à aprendizagem e à mudança organizacional. Como apresenta o autor, o foco está em melhorar os processos de resolução de problemas e de renovação da organização. Isso acontece por meio da aplicação dos conhecimentos das ciências comportamentais, em intervenções planejadas, para melhorar a capacidade da empresa em enfrentar as mudanças, assim há incremento da eficácia organizacional e do bem-estar dos empregados. Leite e Albuquerque (2010) complementam que o DO é reconhecido como uma estratégia ou um programa de ação voltado para gerenciar o processo de mudança organizacional. Para os autores, DO não se trata apenas de uma técnica, mas de um processo contínuo decorrente da necessidade de mudança. Por isso, tal processo deve ser planejado e precisa envolver todos os escalões da organização. Quanto às características do DO, Chiavenato (2010) lista: a) É baseado na pesquisa e ação, utiliza diagnóstico e intervenção; b) Aplica conhecimentos das ciências comportamentais; c) Muda atitudes, valores e crenças dos empregados para que possam identificar e implementar as mudanças na organização; d) Muda a organização rumo a uma determinada direção, como melhoria na solução dos problemas, flexibilidade, reatividade, incremento da qualidade, mudança cultural e aumento da eficácia. É importante considerar que as mudanças não ocorrem de uma hora para outra, portanto o DO é um processo dinâmico, planejado e negociado, que ocorre em três fases distintas, como apontado por Chiavenato (2010): su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 27 Diagnóstico Investiga a situação atual, por meio de entrevistas e pesquisas com as pessoas envolvidas, tendo como objetivo identificar a percepção a respeito da necessidade de mudança organizacional. Intervenção São as ações executadas para alterar a situação, devem ser discutidas com os envolvidos e não impostas. Reforço Para que a nova situação seja mantida e estabilizada é necessárioum reforço que acontece com reuniões e avaliações periódicas. O processo de DO como um processo de mudança Fonte: Chiavenato (2010, p. 421). Para que o DO aconteça, diversas técnicas e tecnologias podem ser utilizadas para auxiliar as pessoas na compreensão e modificação de suas atitudes, valores e crenças que permitem melhorias para a organização, conforme menciona Chiavenato (2010), tais como: su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 28 Nível intrapessoal - Treinamento de sensitividade Reúne grupos de treinamento para aumentar a sensibilidade dos participantes quanto a habilidades e dificuldades de relacionamento interpessoal. Nível interpessoal - Análise transacional Tem como objetivo o autodiagnostico das relações interpessoais com foco nos estilos de comunicação. Nível intragrupal - Desenvolvimento de equipes, consultoria de procedimento São técnicas de mudança de comportamento de grupo e de compreensão de processos internos, respectivamente. Nível intergrupal - Reunião de confrontação Destina-se ao trabalho com diferentes grupos que estão em conflito, que exige autoavaliação e avaliação do outro, por meio da mediação de um consultor. Nível intraorganizacional - Retroação de dados Proporciona aprendizagem de novos dados visando a mudança de comportamento. Como apresentado, o uso dessas técnicas visa à melhoria dos comportamentos e relacionamentos interpessoais para que o trabalho conjunto e coordenado possa favorecer o alcance dos objetivos organizacionais. Contudo, o DO pode apresentar limitações na busca pela mudança e inovação organizacional, tais como o tempo e os custos envolvidos, bem como a dificuldade de avaliação de um programa de DO. Portanto, é preciso levar em consideração esses limites e planejar adequadamente o processo de DO. Leite e Albuquerque (2010) defendem que a estratégia de gestão de pessoas pode ser uma ferramenta do DO, posto que os ambientes psicossociais, o desenvolvimento do ser humano e de suas relações estão no bojo das atuações de gestão de pessoas e de DO. su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note su Sticky Note 29 Leitura Obrigatória Leia o artigo A estratégia de gestão de pessoas como ferramenta do desenvolvimento organizacional, disponível na Revista Ibero-Americana de Estratégia. Acesse a seguir: http://www.spell.org.br/documentos/ver/5756/a-estrategia-de-gestao-de- pessoas-como-ferramenta-do-desenvolvimento-organizacional Saiba Mais Leia mais sobre Desenvolvimento Organizacional, acesse os sites a seguir: https://casesdesucesso.wordpress.com/2008/11/20/teoria-do-desenvolvimento- organizacional/ http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/desenvolvimento- organizacional-e-o-sucesso-da-empresa/78980/ Assista também ao vídeo da professora Carolina no material on-line! Lá você encontra mais detalhes! NA PRÁTICA Acompanhe o caso a seguir. Depois faça o que se pede! Banco Auriverde S.A. O Banco Auriverde, fundado em 1975, é um grande banco de varejo, com 850 agências concentradas na região Sul-Sudeste e foi, até 1994, um dos mais lucrativos do Brasil. As constantes mudanças no panorama do setor, como a entrada de bancos internacionais, tiveram um impacto negativo sobre o desempenho do banco, obrigando a Diretoria a rever a sua estratégia e a sua organização. Após a reestruturação e o enxugamento do seu quadro de pessoal, o banco resolveu, dentre outras medidas estratégicas, diferenciar-se na qualidade de atendimento aos seus clientes, que havia se deteriorado em anos recentes. O Sr. Silva, Gerente de Gestão de Pessoas, foi contratado para reorganizar a área 30 e aperfeiçoar os processos de desenvolvimento e avaliação de desempenho do banco. Inicialmente, ele resolveu concentrar-se na área de atendimento, com a implantação de programas voltados para os funcionários das agências. Conversando com gerentes e caixas, ele descobriu que parte dos problemas de atendimento eram decorrentes da falta de diálogo entre chefe e subordinado no tocante à clarificação das expectativas do cargo. Também descobriu que inexistia um sistema de recompensas fundado no desempenho, o que causava uma sensação de injustiça nas agências. Silva já havia iniciado a revisão do trabalho nas agências, cuja principal inovação consistia na criação da função de Gerente de Contas – uma modificação das atribuições dos funcionários em posições de gerência e assistência que, no passado, eram essencialmente passivas e focadas nas relações públicas com clientes e usuários. Na nova concepção, o Gerente de Contas responde por um número de clientes importantes, adotando uma atitude proativa de identificação de oportunidades e de realização de negócios. Espera-se, com isso, melhorar os índices de qualidade de atendimento e de geração de novos negócios. Para evitar os problemas de desempenho já mencionados, Silva decidiu criar e implementar um sistema de avaliação de desempenho capaz de atingir os seguintes objetivos: Propiciar a gerentes e subordinados instrumentos para clarificar as expectativas recíprocas quanto ao desempenho; Identificar pontos fortes e fracos de desempenho, para que estas possam ser supridas com programas de treinamento; Identificar os diferentes níveis de desempenho e premiar aqueles com desempenho superior; Identificar os empregados candidatos à promoção. A Descrição do Cargo de Gerente de Contas foi apresentada da seguinte forma: Descrição Sumária Relacionar-se diretamente com os titulares das contas sob sua responsabilidade, procurando rentabilizá-las através da venda de produtos e serviços do Banco e do atendimento das necessidades dos clientes. 31 Descrição Detalhada Identificar o perfil e as necessidades dos titulares das suas contas, a partir da sua situação atual e do seu histórico no Banco. Visitar e contatar periodicamente os clientes, oferecendo novos produtos e serviços que atendam as suas necessidades, prestando informações e esclarecimentos sobre tarifas, taxas e condições gerais dos produtos e serviços do Banco. Alertar o cliente sobre eventuais problemas potenciais e tendências na sua conta, discutindo providências e sugerindo alternativas. Rentabilizar as contas dos clientes, procurando aumentar as vendas cruzadas de serviços e produtos bancários e financeiros. Analisar as necessidades de empréstimos e de outros serviços bancários, propondo termos e ajustes que atendam às necessidades dos clientes. Relacionar-se com outras áreas do grupo financeiro, representando os interesses dos clientes e facilitando a realização de negócios. Especificações Conhecimentos: curso superior completo, conhecimento de economia e administração financeira, inclusive mercado de capitais. Conhecimentos avançados dos produtos e serviços bancários, seguros, planos de previdência, matemática financeira e operação de softwares e planilhas eletrônicas. Experiência de 6 meses na área bancária. Habilidades e Atitudes: Negociação. Relacionamento interpessoal com clientes atuais e potenciais. Iniciativa para propor negócios “sob medida”. Comunicação verbal e escrita avançadas. Integridade. Responsabilidades: informações confidenciais e numerário Com base nas informações dadas, desenvolva um Formulário de Avaliação de Desempenho para o cargo de Gerente de Contas, que contemple avaliaçãode competências e de resultados. Agora veja o que professora Carolina fala sobre o caso do Banco Auriverde lá no material on-line! 32 SÍNTESE Nesse encontro conhecemos uma importante ferramenta estratégica na gestão de pessoas – a avaliação de desempenho. Identificamos o que é, qual é a importância e os objetivos da avaliação de desempenho, para depois conhecer suas limitações, métodos e tipos. Embora a organização do processo de avaliação seja uma tarefa da área de recursos humanos, o envolvimento dos gestores é essencial para que ela aconteça. Os gestores devem estar presentes no processo de conscientização e planejamento da avaliação e são os principais responsáveis pela aplicação dos instrumentos de avaliação, também são eles que devem garantir que os resultados da avaliação sejam revertidos em práticas de gestão de pessoas utilizadas pela organização. Também pudemos refletir sobre os processos de educação corporativa e desenvolvimento organizacional que nos chamam a atenção para a importância do aprendizado contínuo das pessoas e das organizações, frente a um ambiente de constantes mudanças. Assista ao último vídeo desta aula, no material on-line, com a fala da professora Carolina. Até a próxima! su Sticky Note su Sticky Note 33 REFERÊNCIAS CARVALHO, L. M. Educação corporativa e desempenho estratégico. Revista de Administração FACES Journal, v. 13, n. 3, p. 66-85, 2014. CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. FREIRE, D. A. L. Treinamento e Desenvolvimento em Recursos Humanos: encenando e efetivando resultados. Curitiba: Intersaberes, 2014. KNAPIK, J. Gestão de Pessoas e Talentos. Curitiba: Intersaberes, 2011. LEITE, N. R. P.; ALBUQUERQUE, L. G. A estratégia de gestão de pessoas como ferramenta do desenvolvimento organizacional. Revista Ibero-Americana de Estratégia, v. 9, n. 1, p. 32-55, 2010. MARRAS, J.P. Administração de Remuneração. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. MOSCARDINI, T.; KLEIN, A. Z. Estratégias de educação corporativa e suas relações com os diferentes níveis de aprendizagem organizacional. Revista de Administração da UFSM, v. 8, n. 1, p. 89-102, 2015. ROBBINS, S. P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
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