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DROGAS-CONCEITO, FORMAS FARMACEUTICAS E VIAS DE ADMINISTRAÇÃO FARMACOCINÉTICA I – ABSORÇÃO E DISTRIBUIÇÃO Curso de Biomedicina 2018.1 Professor: Dr. Vinícius Rocha “É uma área da farmacologia que estuda o destino dos fármacos no organismo, avaliando quantitativamente a cronologia dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação” Penildon Silva 7a edição Farmacocinética •Conceito: “Estudo do “percurso” do fármaco, desde sua administração até a sua eliminação” ADME •Absorção a partir do sítio de administração; •Distribuição pelo organismo; •Metabolização; •Eliminação Farmacocinética Farmacocinética O que o nosso organismo faz com o fármaco? O efeito farmacológico depende da concentração (quantidade) do fármaco no seu local de ação (aspecto farmacocinético) • Absorção • Distribuição • Metabolismo • Eliminação ADME Movimento das moléculas: - Fluxo de massa: Corrente sanguínea, fluido linfático e Cerebroespinhal. - Difusão: Molécula a molécula: membranas. Farmacocinética Movimento das moléculas: - Fluxo de massa: Corrente sanguínea, fluido linfático e Cerebroespinhal. - Difusão: Molécula a molécula: membranas. Adaptado de Rang & Dale, 7ed, 2012 Farmacocinética Farmacocinética ABSORÇÃO DE FÁRMACOS “Um fármaco precisa estar presente em concentrações adequadas nos seus locais de ação para produzir, então, seus efeitos característicos” Goodman & Gilman 9a edição Resposta farmacológica “É a passagem de uma substância do seu local de administração para a corrente sanguínea” Zanini • Oga 5a edição Farmacocinética ABSORÇÃO • Membranas biológicas; • Propriedades físico-químicas das moléculas do fármaco; • Forças responsáveis pela passagem do fármaco através das membranas; Farmacocinética ABSORÇÃO Farmacocinética ABSORÇÃO Camada dupla de fosfolipídios que as moléculas do fármaco precisam atravessar, atingir a corrente sanguínea e, então, o seu local de ação Propriedades da membrana plasmática • Controle do fluxo de substâncias para dentro e fora da célula • Impermeáveis à maioria das drogas polares e aos íons -Necessitam de processos especiais (ex.: canais hidrofílicos, etc..) • Permeáveis a drogas apolares por serem lipossolúveis • Proteínas de membrana exercem funções de transporte, intercomunicação e transdução energética – Proteínas receptoras para hormônios e neurotransmissores comunicação intercelular Vias pelas quais os fármacos podem atravessar a membrana plasmática Vias pelas quais os fármacos podem atravessar a membrana plasmática 1.Difusão direta através dos lipídeos 2.Difusão através de poros aquosos (aquaporinas) 3.Combinando-se com um transportador de soluto 4.Por picnose Propriedades químicas e variáveis fisiológicas 1. Lipossolubilidade / Hidrossolubilidade; 2. Estabilidade química; 3. Peso molecular; 4. Carga elétrica não carregada + lipossolúvel 5. Forma farmacêutica; 6. Velocidade de dissolução; 7. Concentração da droga no local de absorção: - pKa da droga - pH do meio - coeficiente de partição O/A Absorção Propriedades físico-químicas dos fármacos A maioria dos fármacos se comporta como ácidos ou bases fracas e sofrem dissociação dependente do pH do meio pKa e pH Equação de Henderson-Hasselbalch Ácido fraco Equação de Henderson-Hasselbalch Base fraca pKa de uma molécula é: O pH no qual 50% das moléculas em solução estão no estado ionizado “Em ambos os casos, a espécie ionizada, BH+ ou A-, possui lipossolubilidade muito baixa, sendo praticamente incapaz de atravessar as membranas, exceto quando existe um mecanismo específico de transporte”. Rang & Dale 4a edição • Há exceções – Ex: Antibióticos Aminoglicosídios (Gentamicina) pKa e pH pKa e pH Adaptado de Rang & Dale, 7ed, 2012 Aprisionamento iônico pKa e pH: Aprisionamento iônico Adaptado de Golan et al., 2009 Ligação de fármacos a proteínas plasmáticas Adaptado de Golan et al., 2009 Ligação de fármacos a proteínas plasmáticas • A fração livre do fármaco é que constitui a parte biologicamente ativa; • Essa fração pode ser menor do que 1% e, mesmo assim, o efeito farmacológico é mantido; • A albumina é a proteína plasmática mais importante, em relação a ligação de fármacos; • Albumina: liga-se a fármacos ácidos (varfarina, AINES, sulfonamida) e à uma pequena porção de fármacos básicos (antidepressivos tricíclicos); • Outras proteínas plasmática: β-globulina e glicoproteína ácida. Ligação de fármacos a proteínas plasmáticas • A ligação do fármaco as proteínas plasmáticas depende de: 1. [ ] do fármaco livre 2. Afinidade pelo sítio de ligação na proteína plasmática 3. A concentração da proteína Ligação de fármacos a proteínas plasmáticas • A ligação do fármaco as proteínas plasmáticas depende de: 1. [ ] do fármaco livre 2. Afinidade pelo sítio de ligação na proteína plasmática 3. A concentração da proteína Adaptado de Rang & Dale, 7ed, 2012 Biodisponibilidade Biodisponibilidade é a quantidade de uma determinada dose de um fármaco que chega ao seu local de ação, ou a um fluido biológico, livre de ligação a proteínas e apto a exercer o seu efeito farmacológico Goodman & Gilman 9a edição Adaptado de Golan et al., 2009 Biodisponibilidade Farmacocinética DISTRIBUIÇÃO DE FÁRMACOS Distribuição de fármacos A distribuição entre os diversos compartimentos depende da: • Permeabilidade através das barreiras teciduais; • Ligação dentro dos compartimentos • Partição pelo pH e • Partição O/A • Fluxo sanguíneo Adaptado de Rang & Dale, 7ed, 2012 Distribuição de fármacos A distribuição entre os diversos compartimentos depende da: • Permeabilidade através das barreiras teciduais; • Ligação dentro dos compartimentos • Partição pelo pH e • Partição O/A • Fluxo sanguíneo Adaptado de Golan et al., 2009 Distribuição de fármacos: a barreira hematoencefálica Distribuição de fármacos: a barreira hematoencefálica (BHE) • Camada contínua de células endoteliais unidas por junção de oclusão e cercadas por pericitos • Cérebro é inacessível a maioria dos fármacos • Inflamação pode romper a integridade da BHE: penicilina para meningite bacteriana • A BHE é permeável na zona quimiorreceptora do gatilho: tratamento de náuseas com domperidona • Peptídeos como a bradicinina e as encefalinas aumentam a permeabilidade da BHE • Alternativa: via intratecal Adaptado de Rang & Dale, 7ed, 2012 Volume de distribuição O volume de distribuição de um fármaco (Vd) representa o volume de líquido necessário para conter a quantidade total do fármaco absorvido no corpo, numa concentração uniforme equivalente à do plasma no estado de equilíbrio dinâmico. Golan et al., 2009. Volume de distribuição Fármaco [ ]plasma DISTRIBIOÇÃO Vd Tecidos com alta distribuição: adiposo e muscular Volume de distribuição Fármaco Vd (L/70Kg) Amiodarona 4,6 Amitriptilina 1 Anlodipina 1,1 Cloroquina 9,2 Vd: volume extrapolado com base na concentração do fármaco no plasma e não um volume físico Farmacocinética VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Vias de administração de fármacos Adaptado de Rang & Dale, 7ed, 2012 Vias de administração de fármacos • Oral (enteral) • Sublingual • Retal • Tópica • Inalatória • Parenteral Vias de administração de fármacos Oral • Pouca absorção até que o fármaco chegue no intestino delgado • Absorção dependente de ionização (pH/Pka) e lipossolubilidade • Difusão simples • Transportadores: levodopa (Parkinson),Ferro, Cálcio (Vit.D) Vias de administração de fármacos Adaptado de Rang & Dale, 7ed, 2012 Vias de administração de fármacos Fatores que afetam a absorção oral • Motilidade gastrintestinal • Fluxo sanguíneo • Tamanho da partícula e formulação • Fatores físico-químicos (interações – tetraciclina e cálcio) Vias de administração de fármacos Metabolismo de 1° passagem Vias de administração de fármacos Oral (enteral) Vias de administração de fármacos Parenteral -Injeção intravenosa ou arterial; -Injeção Subcutânea; -Injeção intramuscular; -Injeção intratecal; Vias de administração de fármacos Parenteral Vias de administração de fármacos Vias de administração de fármacos • Sublingual, ocular, retal, pulmonar, vaginal, etc... • Mucosas são altamente vascularizadas • Ação sistêmica e local Vias de administração de fármacos Discos transdérmicos de nicotina e estrógeno... Vias de administração de fármacos Sublingual • O metabolismo de 1° passagem é evitado; • Fármaco passa diretamente para a circulação sistêmica; • Efeito rápido; • Para fármacos instáveis no pH gástrico ou sensíveis ao metabolismo de 1° passagem Sistemas especiais para liberação de fármacos • Microesferas biologicamente erosíveis (terapia gênica); • Pro-fármacos; • Conjugados anticorpo-fármaco; • Acondicionamento em lipossomas; • Dispositivos revestidos implantáveis.
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