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Direito Civil I Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro - LINDB Conceito LINDB ! É um conjunto de normas sobre normas pois disciplina as próprias normas jurídicas, determinando o seu modo de aplicação e entendimento no tempo e no espaço. ! A LINDB é aplicável a todo ordenamento jurídico, tendo as funções de: ! ! a) Regular a vigência das normas jurídicas. (art. 1° e 2°). b) Apresentar soluções aos conflitos das normas no tempo (art. 6°). c) Apresentar soluções ao conflito das normas no espaço (art. 7° ao art. 19). d) Fornecer critérios de interpretação (art. 5°). e) Estabelecer critérios de integração da norma (art. 4°). f) Garantir a eficácia plena da ordem jurídica (art. 3°). g) Garantir a estabilidade, a certeza e segurança do ordenamento, preservando situações consolidadas (art. 6°). Obs: Tópico C será estudado mais para frente, direito internacional privado. Tópico D critérios de hermenêutica (interpretação). Tópico G trata do direito adquirido. Vigência: é uma qualidade temporal da norma, é a existência específica da norma em determinada época. Quando a lei produz efeitos. Promulgação: Ato de ordenar oficialmente a publicação de uma lei. ✦ Art. 1°: Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. • Regra: 45 dias após oficialmente publicada (vacacio legis). • Exceção: Salvo disposição em contrário (ex: CC - 1 ano). • Vacacio legis: É o intervalo entre a data da publicação e sua entrada em vigor. • Vacância: Aquilo eu ficou vago, que se apresenta vago. • Por exemplo, Vacacio de 15 dias: 16/01 Último dia 02/01 Inclui data da publicação 17/01 Entra em vigor • Nota: Prazo Civil DIFERENTE Prazo Processo Civil • Prazo Civil: Inclui a data da publicação • Prazo Processo Civil: Exclui data da publicação ✦Art. 1°, §1°: Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. • São hipóteses em que a lei tem campo de atuação em estados estrangeiros, cuidando de atribuições de ministros, embaixadores, funcionários de representações diplomáticas. • Regra: 3 meses (não noventa dias). ✦Art. 1°, §3°: Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. No período de vacacio legis é por ventura observado que ele errou alguma parte do texto (erro ortográfico), tem que corrigir se não é impresso com o erro, ninguém além do legislador pode corrigir (como por exemplo uma gráfica, ela não é autorizada a corrigir erro). • Se já passou do período do vacacio legis, somente uma lei nova pode alterar a antiga (revogando parcialmente). • Exemplo de correção ainda em vacacio legis: ✦Art. 1 § 4°: As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. ✦Art. 2°: Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue • Princípio da continuidade • Regra: Toda lei tem caráter permanente, permanece em vigor por prazo indeterminado (somente uma lei pode revogar outra). 05/02 Publica 10/02 Corrigido erro. Publica novamente. Prazo VL começa a contar daqui, apaga todo período de VL que houve antes (como se não tivesse ainda tido). • Principio da continuidade: Normalmente a lei tem caráter permanente, mantendo-se em vigor até que venha outra e a revogue. A lei tem vigência indeterminada. • Lei - Revoga - Lei Casos especiais de vigência temporária: 1) Chegada do termo fixado para sua duração: A lei expressamente é destinada a viger por certo período. Ex: lei que determinou o pagamento da CPMF (durou 10 anos). 2) Implemento da condição resolutiva: A lei encontra-se vinculada a uma situação determinada, como em períodos de guerra. Ex: Lei da copa (só serve par a copa). 3) Consecução dos seus fins: O fim que a lei se destina é atingido. Ex: Pagamento (que a lei determina) de indenização às famílias de vítimas de determinado evento. • Caducidade da lei: tornar sem efeito a lei pela superviniência de uma causa prevista em seu próprio texto, sem a necessidade de uma norma revogadora. (casos de vigência temporária). • Revogação: é a cessação (ou supressão) dos efeitos de uma lei, retirando seus efeitos perante a sociedade. (é um gênero, comporta espécies). Espécies de revogação: ! Quanto à extensão: ! ! ! ! - Total: Toda a lei - Ab-Rogação ! ! - Parcial: Parte da lei - Derrogação Ex: Total - CC de 2002 revogou o CC de 1916 inteiramente. Parcial - o CC de 2002 revogou parcialmente o Código Comercial. ! Quanto a forma de execução: ! - Expressa: quando a lei nova declara, de modo tachativo e inequívoco, que a lei anterior, ou parte dela, fica revogada. (ex: CC art. 2.045). - Tácita: quando não contem declaração nesse sentido, mas mostrasse incompatível com a lei antiga ou regula inteiramente a matéria de que trata a lei anterior. ! obs: se a lei nova não fala nada sobre a antiga e as duas são iguais é questão de ! interpretação. ✦Art. 2°, § 1°: A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. ✦Art. 2°, § 2°: A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. • Coexistência das normas • Quando estão em harmonia. • Quando não acontece: Antinomia. ✦Art. 2°, § 3°: Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. • Represtinação: é a restauração da lei revogada pelo fato da lei revogadora ter perdido a vigência. • Regra: Não pode haver represtinação. Lei A ------- Lei B ------ Lei C O parágrafo 3° do art. 2° nos trás duas regras: 1) Proibição da represtinação. 2) Restauração da antiga lei quando a norma revogadora tiver perdido a sua vigência, desde que haja disposição expressa nesse sentido. ✦Art. 3°: Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. • Força obrigatória da lei • Segurança da sociedade. • Interesse público. ... Revogada Continua Revogada Revogada Revoga lei B Código Civil ✦Proteção jurídica dos incapazes: art. 3° e art. 4° Art. 3° - Absolutamente incapaz • Vontade desprezada pelo direito • Ato nulo • Vício mais grave Art. 4° - Relativamente Incapaz • Não é totalmente desprezado pelo direito • São assistidos (supervisionados) • Ato Anulável • Vício grave Teorias sobre o Nascituro: 1) Teoria Natalista: adotada pelo código civil - art. 2° - Personalidade Civil inicia apenas com o nascimento. 2) Teoria Condicional: O nascituro é pessoa condicional, pois a aquisição de personalidade acha-se sob a pendência da condição suspensiva. 3) Teoria Concepcionista: Admite como a personalidade é adquirida antes do nascimento até a concepção. ✦Art 3°, § 1°: Menor impúbere (não tem ainda 16 anos de idade) critério objetivo (não há necessidade de processo de interdição). ✦Art 4°, § 1°: Menor púbere (16 anos de idade até a maioridade) critério objetivo (não há necessidade de processo de interdição). •Deficiente sensorial e físico: NÃO se encaixam nos arts. 3° e 4°. •Deficiente mental: se encaixa nos arts. 3° e 4°. • Protege o incapaz • Pródigo: mais desvio de caráter que patologia. • Conceito de Pródigo: É o indivíduo que dissipa seu patrimônio de forma desvairada, desordenada. Por ser portador de um defeito de personalidade, gasta imoderadamente , dissipando o seu patrimônio com risco de reduzir-se a miséria. Capacidade e Legitimação: • Não confundir: incapacidade com falta de legitimação • Legitimação: Pode faltar legitimaçãopara praticar um ato sozinho, mais não falta capacidade. Como por exemplo: para realizar um negócio jurídico - autorga uxória - assinatura da esposa para vender imóvel. • Conceito Legitimação: É a posição das partes em um ato jurídico, em virtude da qual tem competência para pratica-lo. É a possibilidade para prática de determinados atos jurídicos, uma espécie de capacidade especial exigida em certas situações. Exemplo: o tutor é capaz, porém lhe falta legitimação para adquirir bens do titulado (art. 496 CC). O homem casado por qualquer regime, exceto o da separação obrigatória, deve solicitar a anuência da sua esposa para vender bens imóveis de sua propriedade. (art. 1647 CC). • Da capacidade civil dos Índios (arts. 4°, Parágrafo único, arts 231 e 232 CF e lei n° 6.001/73 - Estatuto do índio): • 1916 CC: Índio - relativamente incapaz • 2002 CC: Capacidade do índio - lei especial (lei a parte). Indígenas: • Integrados na sociedade. • Não integrados na sociedade. • Em via de se integrar na sociedade. • FUNAI: Órgão responsável por tutelar direitos dos índios. (Contato entre os índios e a sociedade externa). • Indios: mesmos direitos (são brasileiros), mais tem uma situação especial. Para atingir a capacidade plena: decisão judicial (art 9° da lei 6.001/73). Nascituro (continuação...): Independemente da sua posição o nascituro não pode ser visto como um objeto do direito, tão pouco uma “coisa”, devendo ter seus direitos protegidos pelo direito. Nascituro, por tanto, tem: • Direito a vida • Dignidade da pessoa humana • Ter todos os meios possíveis para a sua subsistência, direito a integridade física, pode ser beneficiário de doação (art. 541 CC), adquirir bens por testamento (art. 1798 CC), ter reconhecimento de paternidade (art 1609, Parágrafo Único, CC e art 26 do ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente), alimentos gravídicos (lei 11.804/08), etc. obs: 3 ou 4 semanas de gestação pode ser considerado aborto. • Teoria mais usada é a natalista - adotada pela CC. • Pode defender outra na vida prática (NUNCA NA PROVA). • Ex: Maria Helena Diniz é concepcionista. Extinção da Personalidade Natural: Modos: 1) Morte real: art. 6°, 1° parte: ! Paralisação das atividades: ! ! Circulatória ! ! Respiratória ! ! Cerebral ! Prova formal do fim da personalidade: Atestado de óbito - art 9°, I , CC. ! Transplante (só pode com morte cerebral): art 3° lei 9434/97 2) Morte simultânea ou Comoriência: art 8°, CC. ! Só para direitos das sucessões, e se as pessoas que morreram eram uma herdeira da outra. ! Efeito: um herdeiro não herda do outro. (processo de justificação). 3) Morte presumida sem declaração de ausência: art 7°. ! Situação de perigo. ! Guerra, se não achar até dois anos depois do fim dela. 4) Morte Presumida com Declaração de ausência: art 22 ao 39 CC. ! Sumir do seu domicilio sem deixar rastros Ausência 3 Fases: 1) Curadoria dos bens do ausente: arts 22 ao 25. ! Há grande expectativa de retorno do ausente. 2) Supressão provisória: arts. 26 ao 36. ! Ainda existe a possibilidade de retorno, mas é remota. 3) Sucessão definitiva: arts 37 a 39. • Conceito de Comoriência: Instituto de Direito Civil que visa fixar regra sucessória quanto à herança de pessoas falecidas em virtude do mesmo evento ou em circunstância em que não se possa fixar com precisão exata a data do óbito de cada um. • Conceito de Ausente: Ausente é a pessoa que desaparece de seu domicílio sem dar notícia de seu paradeiro. Ausência 1° fase: • Art. 22: Ausente sem procurador • Art. 23: Ausente com procurador • Art. 24: Nomeação de curador (pessoa que cuidará dos bens do ausente). • Art. 25: Quem pode ser curador. Ausência 2° fase: • Art. 26: Um ano sem procurador. Três anos com procurador. • Art. 27: Interessados para abrir a sucessão. • Art. 28: Abertura de testamento, inventário e partilha de bens. • Art. 29: Substituição de bens sujeitos à deterioração. • Art. 30: Imissão: meio de aquisição da posse. • Art. 31: Alienação em caráter excepcional. • Art. 32: Representação do ausente. • Art. 33: Recebimento dos frutos. • Art. 34: Excluído da posse. • Art. 35: Descoberta do falecimento • Art. 36: Ausente apareceu. Ausência 3° fase: • Art. 37: 10 anos após abertura da sucessão provisória. • Art. 38: 5 anos (Mais de 80 anos de idade). • Art. 39: Retorno do ausente. Direitos da Personalidade: Individualização da pessoa natural: 1- Nome 2- Estado (da pessoa) • Político • Individual • Familiar 3- Domicílio nome: Carolina - prenome Silva - sobrenome Ex: George Miguel - prenome Atlas - Sobrenome Neto - Agnóstico Prenome é o primeiro nome, é o nome de batismo. É escolhido livremente pelos pais e pode ser simples ou composto. Lei de registros públicos 6.015/73 (fala mais sobre esse tema) Sobrenome é o nome de família ou apelido de família. É o sinal que indica procedência da pessoa. Agnome: sinal distintivo (não é obrigatório) Cognome: apelido da pessoa. Pseudônimo: é o nome fictício usado como alternativa ao nome legal. É escolhido pelo próprio indivíduo para o exercício de uma atividade específica (normalmente no meio artístico). A regra geral é a de que o prenome será definitivo, porém existem hipóteses de modificação: exemplos a) Evidente erro gráfico. b) Substituição por apelidos públicos notórios (art. 58 - lei 6.015/73) c) Adoção d) Alteração de sexo e) Exposição ao ridículo f) Ameaça decorrente da apuração de crime (programa de proteção a testemunha) (cartório pode agir de oficio - sem usar a justiça. mas na duvida não fazem , normalmente tem que ir a justiça e abrir jurisdição voluntária - não tem lide mais preciosa) Modificação de sobrenome: a) Modificação do estado de filiação (ação negatória ou de reconhecimento de paternidade) b) Casamento c) União estável d) Divórcio e) Enteado ou enteada pode solicitar inclusão do nome de família do padrasto ou madrasta, desde que haja expressa concordância e não prejudicar o apelido de família. Estado: estado é a posição jurídica da pessoa no meio social resultante de certas qualidades que são atribuídas a própria pessoa nos contextos político, familiar e individual. a) Estado individual: é o modo de ser da pessoa quanto à idade, sexo, cor, altura, saúde e etc. b) Estado político: indica a posição do indivíduo em face do Estado, podendo ser nacional (nato ou naturalizado) ou estrangeiro (Art. 12 CF). c) Estado familiar: indica a sua situação na família, em relação ao matrimônio (casado, solteiro, divorciado, viúvo...) e ao seu parentesco por consanguinidade ou afinidade (pai, filho, irmão, sogro, sogra, cunhado). Domicilio: (casa de praia e na cidade, quando vai de forma acidental, não tem roupas lá por exemplo nesse caso não é residência. Quando a pessoa vai de forma regular e tem tudo lá - pluralidade de domicilio) • Local onde estabelece sua residência. • Local onde estabelece seus negócios. Domicilio: (mais uma questão fática do que de direito - porque tem que analisar o caso) (domicilio importante para código civil - por ex. determina onde se deve entrar com o processo) • Elemento objetivo: Residência • Elemento subjetivo (elemento psicológico): ânimo de permanecer (intenção) Art. 70: conceito de domicilio Art. 71: pluralidade de domicilio Art. 72: domicilio profissional Art. 73: pessoa sem domicilio Art. 74: mudança de domicilio Art. 75: domicilio da pessoa Jurídica. Art. 76: domicilio necessário Art. 77: agente diplomático Art. 78: foro de eleição (pode escolher um lugar para entrar com ação mais desde que seja em uma relação de direito civil puro - pessoa física para pessoa física. Se fosse a Casas Bahia por exemplo não valeria (CDC) consumidor frágil - cláusula nula) Conceito de domicilio: Domicilio é a cede jurídica da pessoa onde se presumepresente para os efeitos de direito e onde exerce ou pratica habitualmente seus atos e negócios jurídicos. É o local onde a pessoa responde, permanentemente por seus negócios. Domicilio: conceito jurídico não consegue “abraçar ele”. Residência: é tangível - palpável, você pode pegar. Conceito de Habitação: habitação é o local onde a pessoa permanece acidentalmente, sem a intenção de permanecer. Ex: Hotéis, pousadas, casa de praia, casa de campo (nessas casas analisar a situação antes)... Pessoa Jurídica: Entidade (ente) - formado pela coletividade de: • Pessoas ! ou • Bens Contam com personalidade jurídica própria: • Patrimoniais (quase todos, menos sucessão pode deixar testamento mais não é herdeiro) • Extrapatrimoniais (tem bastante limitação aqui) (Ficção, por equiparação - PJ (personaldade) Bar do Zé é diferente do ZÉ - principio da separação patrimonial) Regra: principio da separação patrimonial (existem exceções) Conceito de PJ: Pessoas jurídicas são entidades a que a lei confere personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direitos e obrigações. PJ é a unidade de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa a realização de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações. Classificação da pessoa Jurídica: 1) Quanto à nacionalidade: • Nacional: Sede no Brasil • Estrangeira: Sede em outro país 2) Quanto a estrutura interna: • Corporação (união de pessoas): • Sociedade: Simples ou Empresariais (empresários) - Fins lucrativos • Associação - Sem fins lucrativos • Fundação (reunião de patrimônio) - Sem fins lucrativos 3) Quanto à orbita de atuação: • PJ de direito público: • Interno (41 CC) • Externo (42 CC) • Direito privado (44 CC) Autarquia: é uma entidade auxiliar da administração pública. Ex: INSS, BACEN, EMBRATUR... 42 CC: ONU, UNESCO, Santa Sé Requisitos para constituição da PJ: a) Vontade humana criadora: é a intenção de criar uma entidade distinta dos membros que a compõe. De constituir um corpo social diferente de seus integrantes. É necessária duas ou mais pessoas com vontades convergentes, ligadas por uma intenção comum. “Affectio Societatis” b) Objeto lícito c) Ato constitutivo (art. 46 CC - requisitos): é requisito formal exigido pela lei e se denomina estatuto (associações), contrato social (sociedade simples ou empresarial) e escritura pública ou testamento (fundações). Ato constitutivo + Registro Sociedade: Junta comercial Associação: Cartório de registro civil das PJ’s Entes despersonalizados: São grupos que apesar da aparência regular, não possuem personalidade jurídica própria, porém possuem capacidade processual. a) Família: não há motivo para conceder à família personalidade jurídica, uma vez que seus membros respondem de forma individual por seus atos e obrigações. b) Sociedade de fato: é aquela constituída sem registro no cartório (art. 45 e 1024 CC) c) Condomínio: A propriedade conjunta ou co-propriedade de bem móvel ou imóvel. Não é pessoa jurídica pois falta a intenção de criar uma pessoa jurídica. d) Massa falida: É o acervo patrimonial deixado pelo falecido cuja quebra foi decretada judicialmente (lei 11.101/2005). e) Espólio: É o conjunto de direitos e obrigações que integram aquilo que foi deixado pelo falecido (“de cujus”). Desconsideração da personalidade jurídica Princípios da separação patrimonial: • 1024 CC • 20 CC (16) (PJ tem existência distinta dos seus membros) O ordenamento jurídico confere as pessoas jurídicas personalidade distinta do seus membros. Diante do exposto, as sociedades podem ser utilizadas como instrumento para prática de fraude e abuso de direito contra credores, pois a PJ é utilizada como “capa” ou “escudo protetor” para proteção de negócios ilegais. Forma de proteção (reação) aos abusos: desconsideração da personalidade jurídica. Histórico: • Essa matéria começou a ser aplicada no CTN (Código tributário Nacional) - Art. 134/135 - Jurisprudência começa a aplicar como analogia a desconsideração no CC. • Rubens Requião (fala sobre isso - 1960) • 1990 - Art. 28 CDC (vê hipótese de desconsideração da personalidade jurídica). • Lei 9605/98 - lei que trata sobre atividades lesivas ao meio ambiente (Art. 4°). • 2002 - Art. 50 CC Conceito de desconsideração: É a possibilidade do juiz determinar que os bens dos sócios venham a responder pelas obrigações oriundas da pessoa jurídica. É uma forma de reação aos abusos praticados para que sejam alcançados os bens particulares dos sócios para a satisfação das dívidas da sociedade. Assim, poderá o juiz deixar de aplicar as regras da separação patrimonial entre sociedade e sócios, ignorando a existência da pessoa jurídica no caso concreto. Regras dos bens está no 655 do CPC. Requisitos para desconsideração da Personalidade Jurídica (Art. 50 CC): Abuso da personalidade, que consiste em: • Desvio de finalidade: É o mal uso da pessoa jurídica. É o uso indevido ou anormal da sociedade. Os sócios direcionam a PJ a um fim estranho à sua função. Os sócios utilizam-se da sociedade para fins diversos daqueles inseridos em seu objeto. • Confusão patrimonial: Do exame da escrituração contábil ou das contas bancárias da empresa apura-se que a sociedade paga as dívidas dos sócios ou estes recebem créditos dela ou ainda, constatam a existência de bens de sócios registrados em nome da sociedade. Os sócios confundem o que é patrimônio deles com o patrimônio da empresa. Abusos da personalidade, teoria maior (da desconsideração) (regra e segue Art. 50 CC) Teoria maior: a comprovação de fraude e do abuso por parte dos sócios constitui requisitos para que o juiz possa ignorar a autonomia patrimonial das pessoas jurídicas. Teoria menor: O simples prejuízo ao credor é motivo suficiente para a desconsideração. Não há preocupação em verificar se houve ou não utilização fraudulenta do principio da autonomia patrimonial, nem se houve abuso da personalidade, basta que a sociedade não possua patrimônio para responsabilizar os sócios pelas dívidas daquela. (por causa do CDC, lei 9.605/98 - usaria por analogia) (essa teoria é exceção - difícil rolar, normalmente só é aceita em caso do consumidor e do meio ambiente. Mais tem jurisprudência sobre o assunto.) Falta uma aula aqui (do dia 4/4) Administração da Associação Órgãos deliberativos: • Assembléia geral (OBRIGATÓRIO) - (reunião de todos associados - 1 ou 2 vezes por ano no máximo) • Conselho deliberativo (FACULTATIVO) Art. 61 CC: Término da Associação Órgãos Administrativos: • Diretoria (OBRIGATÓRIO) • Conselho Fiscal (FACULTATIVO) Associação Fundação Reunião de várias pessoas para realização de objetivos comuns. Conjunto de bens personificados segundo a vontade do Instituidor. Patrimônio constituído pelos associados. Patrimônio fornecido pelo Instituidor. Finalidade: pode ser alterada. Finalidade: não pode ser alterada. Pode ou não ter patrimônio Institucional. Patrimônio é condição para sua criação. (para associação registra no cartório o estatuto) Assembléia geral: Com presença obrigatória em toda Associação, é o órgão máximo de deliberação e decisão, tem caráter permanente e reúne todos os associados, tendo por competência privativa (Art. 59 CC) destituir os administradores e alteração do estatuto, dentre outras atribuições que serão fixadas no próprio estatuto. Conselho deliberativo: É um órgão formado por pessoas com grande conhecimento e experiência na área de atuação da associação. A existência do conselho é facultativa. (normalmente é aqui que são votados orçamentos, escolhida a diretoria...) Diretoria: É o órgão responsável pela gestão da Associação e execução das decisões dos órgãos deliberativos. Sua presença é obrigatória em toda associação. Conselho fiscal: Tem como funçãofiscalizar os atos administrativos e verificar o cumprimento dos deveres legais e estatutários, trazendo mais transparência às atividades e movimentação financeiras da Associação. (facultativo também - coloca isso para no futuro virar OSIP (ONG), se não colocar não vira) (para ter remuneração diretores - tem que falar no estatuto) Fundação: É um acervo de bens que recebe personalidade para realizar fins determinados. Fundação é a universalidade de bens personalizados pela ordem jurídica, em consideração a um fim estipulado pelo fundador. É um acervo de bens libres que recebe da lei capacidade jurídica para realizar as finalidade pretendidas pelo instituidor. Requisitos para constituição da Fundação: a) Ato de dotação: compreende a reserva ou a destinação de bens livres, com a indicação dos fins a que se destinam e a maneira de administra-los. Pode ser feito por escritura pública (inter vivos) ou testamento (causa mortis). (Art. 62 CC) O patrimônio pode ser constituído por diversas espécies de bens (imóvel, móvel, créditos). O patrimônio deve ser apto a produzir rendas ou serviços que possibilitem a realização dos fins visados pelo instituidor, sob pena de se frustar a iniciativa (Art. 63 CC). A intenção é respeitar a vontade do instituidor. Se a fundação não puder ser concretizada os bens serão aproveitados em outra instituição com a mesma finalidade. b) Elaboração do estatuto: Pode ser realizado pelo próprio instituidor ou por pessoa de sua confiança, por ele designada, caso não seja feito o estatuto, o Ministério Público deverá tomar a iniciativa (Art. 65 CC). (pode ser instituidor que fala quem fará o estatuto, na escritura ou no testamento - pessoa não é obrigada a fazer, ai pode ir para MP que tem uma ramificação para isso) c) Aprovação do estatuto: O estatuto é encaminhado ao MP da localidade para aprovação (arts. 1199 a 1204 do CPC - código de processo civil). d) Registro: No registro civil das pessoas jurídicas. Extinção da fundação (Art. 69 CC): • Caso torne ilícita, impossível ou inútil a sua finalidade. (aqui entra também má administração, crise econômica...) • Se vencer o prazo da sua existência. Bens (arts. 79 à 103) (objeto do direito que pode ser mensurado) Bem de Família: 1) Voluntário: (não costuma pedir na prova) • Arts. 1711 ao 1722 CC • Deve ser registrado • Não pode superar 1/3 do patrimônio. 2) Involuntário, obrigatório ou legal: • Lei 8.009/90 - Impenhorabilidade do bem de família. • Não necessita de registro • Regra: Bem de menor valor. Art. 5°, Parágrafo Único da Lei n. 8.009/90. • Exceções à impenhorabilidade: art. 3°, lei 8.009/90. Conceito de bem de família: a. É o termo utilizado para designar a proteção conferida pelo ordenamento jurídico a um mínimo de patrimônio que o cidadão tenha. b. O bem de família é um meio de garantir um asilo à família, tornando o imóvel onde a mesma instala seu domicílio impenhorável. Finalidade: a constituição do bem de família tem por finalidade proteger a moradia utilizada como sede da família, núcleo afetivo básico da sociedade (art. 226, CF), garantindo ao referido grupo um mínimo de dignidade ao não ter seu imóvel penhorado em caso de inadimplência. Solvente (tem capacidade de pagamento) Insolvente (não tem capacidade de pagamento) (patrimônio composto pela divida também) Exemplo de conta de solvência: 10 milhões (ativos) - 5 milhões (passivos): solvente 10 milhões (ativos) - 15 milhões (passivos): insolvente Conceito de patrimônio: Patrimônio é o conjunto de relação jurídica (bens, direitos, dívidas) de uma pessoa apreciável economicamente. (parte da doutrina não faz distinção entre coisa e bem - considera sinônimos) (outra parte da doutrina considera: Coisas: gênero, tudo aquilo que existe na natureza com exceção do homem e não tem valoração econômica, exemplo ar atmosférico, água dos oceanos... Bem: espécie, valor econômico, pode ser objeto de apropriação, pode ser objeto de relação jurídica por mais insignificante que seja) Bens corpóreos e Incorpóreos (não tem no CC essa classificação - é doutrinária) Bem Corpóreo: É aquele que tem existência física, material, que podem ser tocados ou perceptíveis por outros sentidos como por exemplo: gases, vapor, eletricidade. (transmissão: por compra e venda). Bens Incorpóreos: É aquele que tem existência abstrata, não possui existência física. Exemplo: direitos autorais, direito de crédito, imagem, etc. (transmissão: a “venda” é chamada de cessão de direitos) Bem móvel e imóvel: Bem Imóvel: É aquele que não pode ser transmitido ou removido de um lugar para outro sem perder a sua característica, integridade ou diminuição do valor. Bem Móvel: É aquele suscetível de movimento próprio (semoventes) ou de remoção por força alheia sem que isso altere a sua substância ou destinação econômica. Semoventes: Animais. Art. 80: P/E da lei Direitos Reais: 1225, CC - Propriedade e Usufruto (direito a sucessão aberta: herança) Art 80, II: Herança (7 carros ainda não foram partilhados= bem imóvel. Pode renunciar, não de maneira oral, tem que ser no cartório por ser considerado bem imóvel) Direito pessoal: Locação, prestação serviço. Direito real: Coisa Bens fungíveis e infungíveis Conceito bens fungíveis: Art. 85 CC Dinheiro é um bem fungível por excelência. Alimentos também são bens fungíveis, remédio, carvão, lenha, café... Bens consumíveis e inconsumíveis (86 CC) Bem consumível é aquele que seu uso importa a destruição imediata da sua substância, como também os bens destinados a alienação. Bem divisível e indivisível: Bens divisíveis: São os bens que podem ser repartidos em porções reais e distintas, formando cada qual um todo perfeito. Exemplo: saco de café e o dinheiro. Bens Indivisíveis: a) Por natureza: Não pode ser fracionado sem a alteração da sua substância, diminuição do valor ou prejuízo do uso, como o animal, relógio, quadro, etc. b) Por determinação legal: Quando a lei expressamente impede o seu fracionamento. Ex: herança até a partilha, art. 1791 CC e hipoteca, art. 1421 CC. (ex: hipoteca de 100% de um imóvel de 700mil, pessoa paga até faltar 60 mil, o imóvel continua 100% hipotecado até terminar de pagar a dívida. O banco pode dar o troco dos 640 mil caso precise cobrar a dívida nessa altura. Não pode dividir a hipoteca porque pagou uma parte). c) Vontade das partes: O acordo entre as partes transforma a coisa divisível em indivisível. Exemplo: art. 314 CC. Bem Singular / Coletivos: Arts. 89 a 91 CC. Conceito de bem singular: É aquele que considerado na sua individualidade. Exemplo: carro, cavalo, caneta, papel, etc. Art. 89 CC. Art. 90: Universalidade de fato. Ex: Biblioteca, rebanho, floresta, etc. Universalidade de fato: É constituída por várias coisas singulares, considerada em conjunto formando um todo que passa a ter individualidade própria. Art. 91: Universalidade de direito Ex: Herança, patrimônio, massa falida. Bens Reciproca // Considerados (arts. 92 a 97) Principal: Existência autônoma Acessório: Depende do principal para existir Conseqüência: Princípio da gravitação jurídica: o bem acessório segue a sorte do bem principal, segue o destino. No caso de extinção da obrigação principal (ex: contrato de locação) a obrigação acessória (ex: contrato de fiança) será extinto. O inverso não é verdadeiro. Classe de bens acessórios: a) Produtos (95): São as utilidades que se retiram da coisa diminuindo-lhe a quantidade, porque não se reproduzem periodicamente. Ex: carvão extraído da mina, petróleo do poço, pedras de uma pedreira. b) Frutos (95): São utilidades que a coisa periodicamente produz. Frutos podem ser: • Naturais: Sem atuação do homem, feito pela natureza. Ex: cria de animais, frutos arvores. • Industriais: Atuação do homem. Ex: produção de uma fábrica,inseminação artificial. • Civis. Ex: juros, aluguel. c)Pertenças (93/94 - conceito no art. 93 CC): é a coisa acessória destinada, de modo duradouro a conservar ou facilitar o uso, prestar serviço, ou ainda, servir de enfeite do bem principal, sem ser parte integrante. (Bem principal atingir seu propósito, não faz parte integrante do bem). Ex: bens móveis em geral, tratores, maquinário industrial, cortinas, quadros, animais, etc. De acordo com art. 94 CC observamos uma exceção ao princípio da gravitação jurídica, ou seja, se você vende o seu apartamento as pertenças não seguirão o mesmo destino. d)Benfeitoria (96): Contrato de locação, ler art. 578 CC e art. 35 e 36 da lei número 8.245/91 (lei da locação). Benfeitoria necessária: locatário tem direito de retenção Benfeitoria útil: locatário tem direito de retenção apenas se tiver sido feita com expressa autorização do locador. Benfeitoria voluptuária: não será indenizável, podendo ser levantada pelo locatário, desde que sua retirada não afete a estrutura do imóvel. Bens públicos e particulares: Art. 98: conceito. Espécies de bens públicos (99): • Uso comum do povo (99, I) • Uso especial (99, II) • Dominicais (99, III)
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