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CONTROLE DE QUALIDADE NAS FÁBRICAS DE RAÇÕES Roniê Pinheiro Patos de Minas – MG • Ênfase sobre os aspectos nutricionais das matérias-primas (valor nutricional), em detrimento da qualidade do ingrediente e do seu processamento adequado. • Controle de Qualidade: – aquisição consciente – gerenciamento dos fatores antinutricionais • micotoxinas • taninos • atividade ureática – O maior problema, em relação aos fatores anti-nutricionais, é DESCONHECER SUA INCIDÊNCIA • Primeiro passo para a produção de dietas de alta qualidade: aquisição de ingredientes de qualidade e armazenagem adequada dos mesmos! • Palatabilidade (Deve ser bem consumida) • Digestibilidade (Os nutrientes devem ser digeríveis) • Uniformidade de Mistura (A mistura deve ser homogênea) A QUALIDADE DE UMA RAÇÃO DEPENDE DE VÁRIOS FATORES: • Nutrição (Níveis nutricionais adequados) CONTROLE DE QUALIDADE DE FÁBRICA • Amostra os carregamentos • Executa as análises prévias ao recebimento • Compara os resultados obtidos nas análises com os padrões estabelecidos •Classifica os lotes em dentro ou fora dos padrões (conformes ou não conformes) • Buscar o desenvolvimento de fornecedores (Subcontratados) • Comprar somente de fornecedores aprovados AMOSTRAGEM CLASSIFICAÇÃO DOS GRÃOS PADRÃO PARA RECEBIMENTO DO MILHO • Programa de limpeza dos armazéns e silos ARMAZENAR ADEQUADAMENTE OS INGREDIENTES RECEBIDOS • Identificação • Usar sempre os lotes mais velhos (first in, first out) • Controlar insetos, roedores, aves, umidade e temperatura • Utilização de estrados PRODUTOS ENSACADOS • Estrados de madeira com 10 a 15 cm de altura. • Identificar os lotes. • Distancia das paredes: 50 cm • Protegidos da luz do sol. • Distância entre pilhas. • Facilidade de Limpeza e aeração. • Combate a ratos e insetos. ÁREA DE EXPEDIÇÃO: EMPILHAMENTO INADEQUADO ÁREA DE ENSACADOS: EMPILHAMENTO INADEQUADO ÁREA DE ENSACADOS: SACARIA FURADA PERDAS POR ATAQUES FÚNGICOS • Micotoxinas • Redução do valor nutritivo do alimento • Perda de peso específico • Diminuição da palatabilidade REDUÇÃO DO VALOR NUTRITIVO DO ALIMENTO Energia Metabolizável (Kcal/Kg) Proteína Bruta (%) Gordura Bruta (%) Fibra Bruta (%) Amido (%) Açúcares (%) Normal 3410 8.90 4.00 3.10 57.60 4.30 Com Fungos 3252 8.30 1.50 3.40 58.10 4.60 (Tindall,1983) EFEITOS DAS MICOTOXINAS Controle de Qualidade dos Processos de Fabricação Princípios • Estabelecer procedimento de verificação. • Estabelecer procedimentos de monitoria. • Estabelecer ações corretivas • Estabelecer procedimentos de armazenagem de informação. • Conduzir a análise do risco. • Determinar o controle dos pontos críticos . • Estabelecer os limites críticos PROGRAMA DE CONTROLE PRINCÍPIO 1: CONDUZIR A ANÁLISE DO RISCO • Desenvolver o fluxograma do processo • Descrever o processamento do alimento • Descrever a finalidade do alimento (espécie animal que vai consumir, fase de vida, etc) ÁREA DE RECEPÇÃO: BALANÇA E MOEGA DE RETENÇÃO ÁREA DE RECEPÇÃO: MOEGA DE RETENÇÃO ÁREA DE RECEPÇÃO: MOEGA DE RETENÇÃO ÁREA DE RECEPÇÃO: MOEGA DE RETENÇÃO PRINCÍPIO 2: DETERMINAR O CONTROLE DOS PONTOS CRÍTICOS PRINCÍPIO 2: DETERMINAR O CONTROLE DOS PONTOS CRÍTICOS PRINCÍPIO 2: DETERMINAR O CONTROLE DOS PONTOS CRÍTICOS PRINCÍPIO 2: DETERMINAR O CONTROLE DOS PONTOS CRÍTICOS PRINCÍPIO 2: DETERMINAR O CONTROLE DOS PONTOS CRÍTICOS PRINCÍPIO 2: DETERMINAR O CONTROLE DOS PONTOS CRÍTICOS PRINCÍPIO 3: ESTABELECER LIMITES CRÍTICOS PARA CADA ETAPA DO PROCESSO DE PRODUÇÃO • Cereal na Lavoura; • Armazenamento dos cereais; • Fábrica de rações; • Transporte de rações; • Armazenamento de rações nas granjas; • Comedouros. PRINCÍPIO 4: PROCEDIMENTO DE MONITORIAS DOS PONTOS CRÍTICOS • Desempenho zootécnico; • Quantificar problemas reprodutivos • Quantificar aparecimento de enfermidades (casos de diarréia, problemas respiratório, etc) • Avaliar imunidade através de anticorpos vacinais • Avaliar parâmetros de patologia clínica 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Março Abril Maio Junho % Antes Depois REPETIÇÃO DE CIO ANTES E APÓS IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA 0 100 200 300 400 500 600 700 Março Abril Maio Junho Antes Após NÚMERO DE NATIMORTOS PRINCÍPIO 4: PROCEDIMENTO DE MONITORIAS DOS PONTOS CRÍTICOS Escore de Limpeza de Silos PRINCÍPIO 4: PROCEDIMENTO DE MONITORIAS DOS PONTOS CRÍTICOS Escore de Limpeza de Silos PRINCÍPIO 4: PROCEDIMENTO DE MONITORIAS DOS PONTOS CRÍTICOS Escore de Limpeza de Silos MICOTOXICOSES • Classificação da matéria prima • Limpeza de grãos • Limpeza de equipamentos • Uso de Adsorventes PRINCÍPIO 5: ESTABELECER AÇÕES CORRETIVAS PRINCÍPIO 5: ESTABELECER AÇÕES CORRETIVAS PRINCÍPIO 5: ESTABELECER AÇÕES CORRETIVAS PRINCÍPIO 5: ESTABELECER AÇÕES CORRETIVAS PRINCÍPIO 5: ESTABELECER AÇÕES CORRETIVAS PRINCÍPIO 6: VERIFICAÇÃO DO PROGRAMA • Ideal que seja executada por especialistas independentes. • Constantes verificação dos limites críticos fundamentando-se em bases científicas • Reavaliação dos procedimentos de monitoria; • Reavaliação dos procedimentos corretivos. Pré-Limpeza • Remoção de materiais estranhos e partículas menores ou maiores que o grão em questão Sistema mais comum: conjunto de peneiras planas vibratórias com aspiração onde o material é separado por diferença de tamanho e densidade SISTEMAS DE LIMPEZA MILHO COM IMPUREZAS ÁREA DE PRÉ-LIMPEZA: ACÚMULO EXCESSIVO DE PÓ MOAGEM Objetivo: • Reduzir o tamanho das partículas dos ingredientes • Melhorar a digestão dos nutrientes • Facilitar a homogeneização das misturas Tendência: DGM – Diâmetro geométrico médio Recomendações: Suínos Pré iniciais / iniciais – 400 a 600 m Crescimento / terminação - 500 a 650 m Reprodução – 600 a 800 m DIGESTIBILIDADE DE DIETAS FARELADAS PARA SUÍNOS EM CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO, EM FUNÇÃO DO DGM DAS PARTÍCULAS DO MILHO1. Variáveis2 DGM m Grão inteiro3 1026 799 645 509 CDMS (%) 86,00 85,96 87,76 88,70 84,69 CDPB (%) 85,70 85,41 88,24 88,93 84,29 ED (kcal/kg) 3697 3717 3846 3912 3674 EM (kcal/kg) 3575 3604 3742 3797 3563 1 Valores na MS; 2 Efeito linear (P<0,001) de DGM; 3 DGM x Grão inteiro (P<0,01); ZANOTTO et al. (1995). CONTROLE DA QUALIDADE DO PROCESSO DE PRODUÇÃO Dosagem: Dimensionamento dos equipamentos (silos, balanças, etc.) • Considerar precisão desejada • Treinamento operacional Mistura: • Tempo de mistura adequado (tipo de misturador) • Misturador com baixo coeficiente de variação • Ração com uma mistura homogênea Dosagem e Mistura = Coração da Fábrica MISTURA DE INGREDIENTES Diversos modelos de misturadores, sendo mais comuns os seguintes: VERTICAL (rosca), HORIZONTAL (pás) e HORIZONTAL (helicóides). Tempos de mistura sugeridos: • Vertical: 15 min. • Horizontal pás: 6-7 min • Horizontal helicóides: 3-4 min Uniformidade da mistura deve ser o ponto de controle, e não especificamente o tempo de mistura utilizado. Sob o ponto de vista econômico: mínima demanda de tempo, trabalho e eletricidade define o sistema ideal: necessidade de um parâmetro para definição da uniformidadeadequada (mínima): CV CV: para algum nutriente ou marcador. CV menor ou igual a 10% tem sido sugerido como parâmetro. PROCESSO DE MISTURA DA RAÇÃO Sequência de carregamento: • Metade do fubá • Pré-Mistura • Metade do farelo de soja • Farinha de Carne • Calcário, Ostra • Farelo de trigo • Restante do farelo de soja • Restante do Fubá ADIÇÃO INCORRETA DE ÓLEO NO MISTURADOR • Capacidade do Misturador (Volume) • Densidade da ração • Horizontal – Não ultrapassar a altura dos helicóides • Vertical – Não completar todo o volume suportado PONTOS QUE INFLUENCIAM A UNIFORMIDADE DE MISTURA • Tamanho e forma das partículas (ingredientes) • Densidade dos ingredientes • Seqüência de adição dos ingredientes • Desgaste do misturador (roscas e helicóides) • Limpeza do misturador • Regulagem do misturador (rotação) • Rotação dos helicóides/roscas/pás FATORES QUE AFETAM O DESEMPENHO DOS MISTURADORES ATERRAMENTO DO MISTURADOR: Formação de carga eletrostática, pelo atrito entre os componentes da ração e também com as helicóides e rosca sem fim. Partículas de carga opostas se atraem e não permite mistura homogênea. AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO MISTURADOR Usar um indicador apropriado •Micro-tracer •Manganês •Sal (Cloreto de Sódio) • Coletar no mínimo 10 amostras • No mínimo 3 repetições das análises • Cuidado no manuseio das amostras INTERPRETAÇÃO DO TESTE DE MISTURADOR Coeficiente de Variação Conceito Ação Corretiva < 10 % Excelente Nenhuma 10 a 15 % Bom Inspecionar o misturador 15 a 20% Regular Aumentar o tempo de mistura, verificar o desgaste e limpeza do misturador, sobrecarga, ou sequência de adição de ingredientes > 20% Ruim Fazer uma combinação das checagens citadas acima e consultar o fabricante do equipamento Fonte: Feed Manufacturing – Testing mixer performance. Bulletin MF-1172 Revised, Kansas State University Cooperative Extension Service, Manhattan, KS MF-1172 Item 0 0,5 2 4 CV CV para Cr % 106,5 28,4 16,1 12,3 N/A GPMD (kg2) 0,27 0,38 0,38 0,40 12,0 CMD (kg3) 0,602 0,716 0,707 0,725 7,9 A/G4 2,24 1,89 1,85 1,81 9,1 Tempo de Mistura (minutos) EFEITO DO TEMPO DE MISTURA NA UNIFORMIDADE DA RAÇÃO E NO DESEMPENHO DE CRESCIMENTO DE LEITÕES1 1 Modificado de Traylor et al.(1994) 2 Efeito quadrático e cúbico (P<.02) 3 Efeito quadrático e cúbico (P<.08) 4 Efeito quadrático e cúbico (P<.03) EFEITO DA RPM DOS HELICÓIDES SOBRE O CV 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 4 5 6 7 8 9 10 11 C .V (% ) Tempo de mistura (min) Helicóide gasta Hlicóide normal Mistura adequada EFEITO DA HELICÓIDE EXTERNA SOBRE A PERFORMANCE DE MISTURA EM MISTURADOR HORIZONTAL DE 2 TONELADAS (WILCOX, 1988) 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 2 3 4 5 6 7 8 9 10 C. V. (% ) Tempo de mistura (min) Pá gasta Pá nova Mistura Adequada EFEITO DA PÁ EXTERNA SOBRE A PERFORMANCE DE MISTURA EM MISTURADOR HORIZONTAL DE 2 TONELADAS (WILCOX, 1988) 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 C. V. (% ) Tempo de mistura (min) Carga de 5 Ton. Carga de 4 Ton. Carga de 3 Ton. Mistura adequada MISTURADOR VERTICAL DE UMA ROSCA CAPACIDADE DE 4 TON. (WILCOX AND UNRUCH, 1986) CONTAMINAÇÃO CRUZADA Maior risco é de contaminação por drogas Pode ocorrer em quase todo o sistema • Misturadores (resíduo de fundo após a descarga: máximo 0,2%) • Roscas • Redlers • Elevadores • E principalmente em equipamentos com aterramento deficiente CONTAMINAÇÃO CRUZADA Métodos para reduzir o risco de contaminação: • Seqüência de mistura • Programa de limpeza • Equipamentos auto-limpantes Nível de sulfametazina nas rações medicadas Quantidade de ração medicada necessária para contaminar uma ton. de ração não medicada Nível de resíduo no tecido animal 110 g/ton 20,0 kg 0,1 ppm 220 g/ton 10,0 kg 0,1 ppm 330 g/ton 6,0 kg 0,1 ppm 440 g/ton 4,5 kg 0,1 ppm 550 g/ton 3,6 kg 0,1 ppm Adaptado de Leslie, A. J. Technical Bulletin ASA MITA (P) No 044/11/96 FT39-1997 CONTAMINAÇÃO CRUZADA POR DROGAS Redler FONTES DE CONTAMINAÇÃO DURANTE O PROCESSO Elevador de caçamba PROGRAMA DE LIMPEZA Objetivos: • Melhorar o ambiente de trabalho • Minimizar as perdas de ingredientes e rações • Minimizar as atividades microbianas • Minimizar infestações por insetos Como fazer: • Planejar - Organizar • Definir áreas e sistemas de limpeza • Fazer treinamentos • Promover a participação • Consciência: Gerente aos menores níveis (chão de fábrica) LIMPEZA E MANUTENÇÃO: • As dependências da fábrica de ração devem estar sempre limpas e organizadas. • Devemos considerar a fábrica de ração como se fosse a cozinha de nossa casa. • Reservar um tempo diário e semanal para fazer a limpeza e manutenção dos equipamentos. LIMPEZA • Reservar um tempo diário e semanal para fazer a limpeza interna e externa dos silos. • Fazer a limpeza de finais de roscas, elevadores, pés de elevadores. • Limpar internamente os misturadores e também aos arredores (buraco onde fica o misturador). • Varrer semanalmente a parte interna dos silos das granjas e também do bocal. CONSIDERAÇÕES FINAIS • A ração é o componente que mais influencia no custo da produção. • E uma ração de boa qualidade é de fundamental para a boa produtividade. • Todos os cuidados são importantes, desde a compra das matérias primas, o estoque, a fabricação da ração e também a correta distribuição das rações nas granjas. Quantas erros de misturas tivemos em nossas granjas nos últimos anos ? “Nós só gerenciamos aquilo que nós medimos”
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