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Pratica Ensino–Introducao Docencia

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Prática de Ensino – 
Introdução à Docência
Autor: Prof. Wanderlei Sérgio da Silva
Professor conteudista: Wanderlei Sérgio da Silva
Possui graduação em Geografia pela Universidade de São Paulo (1993), mestrado em Geografia (Geografia 
Humana) pela Universidade de São Paulo (2001) e doutorado em Geociências e Meio Ambiente pela Universidade 
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2006). Atualmente, é professor titular da Universidade Paulista – UNIP. Tem 
experiência na área de Geociências, atuando principalmente no tema: ambiente.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice‑Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice‑Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice‑Reitor de Pós‑Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice‑Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Profa. Melissa Larrabure
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Cid Santos Gesteira (UFBA)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Aileen Nakamura
Sumário
Prática de Ensino – Introdução à Docência
1 CONTExTUALIzAçãO DA PRáTICA DE ENSINO NO CURSO ...............................................................7
1.1 Prática de Ensino: Introdução à Docência ....................................................................................8
1.2 Prática de Ensino: Observação e Projeto .......................................................................................8
1.3 Prática de Ensino: Integração Escola – Comunidade ...............................................................8
1.4 Prática de Ensino: Vivência no Ambiente Educativo ................................................................9
1.5 Prática de Ensino: Trajetória da Práxis ...........................................................................................9
1.6 Prática de Ensino: Reflexões ...............................................................................................................9
2 ASPECTOS LEGAIS ..............................................................................................................................................9
2.1 Base Legal ................................................................................................................................................ 10
3 ASPECTOS CONCEITUAIS .............................................................................................................................. 10
3.1 Conceitos Importantes ....................................................................................................................... 10
3.1.1 Licenciatura ............................................................................................................................................... 10
3.1.2 Prática de Ensino .....................................................................................................................................11
3.1.3 Estágio Curricular Supervisionado....................................................................................................11
3.1.4 Competências ............................................................................................................................................11
3.1.5 Habilidades ................................................................................................................................................ 12
4 COMENTáRIOS ................................................................................................................................................. 12
5 A PRáTICA NAS RESOLUçõES CNE/CP Nº 01/2002 E 02/2002 ..................................................... 13
6 ATIVIDADES PARA AVALIAçãO .................................................................................................................. 18
7 TExTOS PARA ATIVIDADES ........................................................................................................................... 19
7.1 Educação? Educações: aprender com o índio .......................................................................... 19
7.1.1 Principais questões para reflexão ..................................................................................................... 21
7.2 O fax do Nirso ........................................................................................................................................ 23
7.2.1 Principais questões para reflexão ..................................................................................................... 24
7.3 A História de Chapeuzinho Vermelho (na versão do lobo) .................................................. 24
7.3.1 Principais questões para reflexão ..................................................................................................... 25
7.4 Uma pescaria inesquecível ............................................................................................................... 26
7.4.1 Principais questões para reflexão ..................................................................................................... 28
7.5 A Folha Amassada ................................................................................................................................ 28
7.5.1 Principais questões para reflexão ..................................................................................................... 29
7.6 A Lição dos Gansos .............................................................................................................................. 29
7.6.1 Principais questões para reflexão ..................................................................................................... 30
7.7 Assembleia na Carpintaria ................................................................................................................ 30
7.7.1 Principais questões para reflexão ..................................................................................................... 31
7.8 Colheres de Cabo Comprido ............................................................................................................ 31
7.8.1 Principais questões para reflexão ..................................................................................................... 32
7.9 Faça parte dos 5%................................................................................................................................ 32
7.9.1 Principais questões para reflexão ..................................................................................................... 34
7.10 O Homem e o Mundo ....................................................................................................................... 34
7.10.1 Principais questões para reflexão .................................................................................................. 35
7.11 Professores Reflexivos ...................................................................................................................... 35
7.11.1 Principais questões para reflexão ................................................................................................... 37
7.12 Um Sonho Impossível? ....................................................................................................................37
7.12.1 Principais questões para reflexão .................................................................................................. 38
7.13 Pipocas da Vida ................................................................................................................................... 38
7.13.1 Principais questões para reflexão .................................................................................................. 39
8 RECOMENDAçõES DE LEITURAS E REFLExõES COMPLEMENTARES .......................................... 39
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Prática de ensino – introdução à docência
1 ContExtualIzação Da PrátICa DE EnSIno no CurSo
De início, é importante que você entenda como se dará a articulação entre as atividades relacionadas 
à prática de ensino no curso.
A prática de ensino será desenvolvida em seis semestres, com atividades distribuídas por esse período. 
Naturalmente haverá uma articulação entre elas, perpassando todo o curso.
As atividades relacionadas à prática de ensino são as seguintes:
Prática de ensino
1º sem. 2º sem. 3º sem. 4º sem. 5º sem. 6º sem.
Introdução à 
Docência
Observação e 
Projeto
Integração Escola 
– Comunidade
Vivência no Ambiente 
Educativo
Trajetória da 
Práxis Reflexões
De modo geral, este conjunto de atividades visa levá‑lo a se perceber como indivíduo inserido em 
uma sociedade que compreende, entre outros aspectos, uma educação, que se configura como seu 
futuro ambiente de trabalho. Esta educação envolve vários elementos que serão aqui trabalhados.
Neste sentido, você deverá percorrer uma trajetória durante o curso que possibilite a compreensão do 
papel que deverá exercer futuramente como professor, ajudando a formar ou transformar esta sociedade.
Vejamos, então, como estas atividades se relacionam.
 observação
O conjunto de atividades de prática de ensino visa levá‑lo a se perceber 
como indivíduo inserido em uma sociedade que compreende, entre outros 
aspectos, uma educação.
Introdução à 
Docência
Reflexões
Prática
de
Ensino
Observação
e
Projeto
Trajetória 
da
Práxis
Vivência no 
ambiente 
educativo
Integração 
Escola ‑ 
Comunidade
Figura 1 – Articulação entre as ênfases da prática de ensino
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1.1 Prática de Ensino: Introdução à Docência
Neste momento, quando, de modo ideal, inicia‑se a reflexão sobre a prática de ensino, pretende‑se 
direcionar a sua atenção para perceber a educação (formal e informal) que acontece diariamente ao 
seu redor e, principalmente, para refletir sobre aspectos inerentes a ela que são de suma importância 
tanto para sua vida profissional, quanto para a prática da cidadania. Para isso, utiliza‑se de textos de 
conhecimento popular e de autores renomados, e instiga‑se o seu pensamento reflexivo.
 observação
Esta atividade direciona a sua atenção para perceber a educação (formal 
e informal) que acontece diariamente ao seu redor.
1.2 Prática de Ensino: observação e Projeto
A seguir, você deverá observar diferentes ambientes educativos (escolares ou não) existentes em 
locais que fazem parte do seu cotidiano e, a partir disso, fazer uma relação pedagógica entre um dos 
ambientes não escolares e a sua área de atuação, culminando com a elaboração de um pequeno projeto 
que vise possibilitar sua utilização e integração pedagógica.
Esta atividade leva você a observar diferentes ambientes educativos e relacionar um deles com a 
sua formação, possibilitando uma integração pedagógica.
1.3 Prática de Ensino: Integração Escola – Comunidade
Na atividade Prática de Ensino: Integração Escola – Comunidade, você deverá identificar uma escola que 
sirva de base para a sua pesquisa. É importante ressaltar desde já que a direção da escola precisa aceitar que 
você desenvolva as atividades necessárias naquele ambiente, o que pode envolver algumas conversações.
Uma vez identificada a escola, você deverá dar início a uma caracterização, tanto dela quanto da 
comunidade por ela servida, visando identificar necessidades e expectativas da comunidade que possam 
ser supridas, no todo ou em parte, com a sua participação na unidade escolar ali localizada.
Com base nos dados de caracterização, você deverá propor um projeto de integração entre escola e 
comunidade, no sentido de dar maior visibilidade para a escola, na comunidade onde se insere.
 observação
A caracterização, tanto da escola quanto da comunidade por ela 
servida, visa a identificar necessidades e expectativas que possam ser 
supridas, no todo ou em parte, por meio de um projeto de integração 
entre ambas.
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Prática de ensino – introdução à docência
1.4 Prática de Ensino: Vivência no ambiente Educativo
Durante o curso desta atividade, apoiado pelas experiências vivenciadas nas práticas anteriores, você 
estará apto a dar início ao seu estágio curricular supervisionado obrigatório, a ser realizado em escola 
de educação básica, em conformidade com a legislação em vigor.
Trata‑se de um momento de orientação para a necessária articulação entre a teoria e a prática propriamente 
dita, no qual você passará a vivenciar o ambiente escolar, ou seja, seu futuro ambiente de trabalho.
 lembrete
É neste momento em que se inicia o estágio curricular supervisionado 
em escola de educação básica.
1.5 Prática de Ensino: trajetória da Práxis
Prosseguindo o desenvolvimento das atividades, você deverá completar a carga horária de estágio, 
iniciada no semestre anterior. Além disto, estão previstas atividades que enriqueçam sua formação e 
contribuam com a sua qualificação para o exercício da docência.
 lembrete
É neste momento que se complementa a carga horária de estágio 
curricular supervisionado.
1.6 Prática de Ensino: reflexões
Finalmente, você deverá redigir um relatório‑síntese do estágio, que incorporará todas as atividades 
vivenciadas no transcorrer da dimensão prática do curso. Você terá, também, a oportunidade de realizar 
uma atividade de microensino muito interessante: uma avaliação crítica de aula que lhe permitirá avaliar 
uma aula do ponto de vista do aluno e, deste modo, aprimorar a qualidade das suas aulas futuramente.
 lembrete
Durante a elaboração de relatório, você incorporará todas as atividades 
vivenciadas no transcorrer de toda a prática do curso.
2 aSPECtoS lEgaIS
A Prática de Ensino: Introdução à Docência, bem como as demais atividades da dimensão prática 
do curso, apoiam‑se em documentos normativos e legais, bem como em conceitos neles estabelecidos.
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2.1 Base legal
Os principais diplomas legais que dão base à prática de ensino são os seguintes:
• Constituição da República Federativa do Brasil;
• Lei Federal 9394/96: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional;
• Lei nº 11.788/08: Lei dos Estágios;
• Resolução CNE/CP 001/02: Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de 
Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena;
• Resolução CNE/CP 002/02: Institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de 
graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior.
 observação
Base legal da Prática de Ensino: Constituição, LDBEN (Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional), Lei de Estágios, Res. CNE/CP 001/02, Res. 
CNE/CP 002/02.
3 aSPECtoSConCEItuaIS
3.1 Conceitos Importantes
3.1.1 Licenciatura
Trata‑se de uma licença, autorização, permissão ou concessão dada por uma autoridade pública 
competente para o exercício de uma atividade profissional, em conformidade com a legislação. É um 
título acadêmico, obtido em curso superior, que faculta ao seu portador o exercício do magistério na 
educação básica dos sistemas de ensino.
A licenciatura visa a formar cidadãos preocupados em se qualificar para intervir de forma significativa 
na formação de outros cidadãos. Seu diferencial em relação aos outros cursos de graduação reside na 
duplicidade da formação pessoal e profissional do graduando e na simultânea instrumentalização deste 
para a formação de seus futuros alunos.
 lembrete
Licenciatura: licença dada por uma autoridade pública competente 
para o exercício de uma atividade profissional.
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3.1.2 Prática de Ensino
Momento pelo qual se busca fazer algo, produzir algo, e que a teoria procura conceituar, significar e 
com isto administrar o campo e o sentido desta atuação. Contempla todas as atividades desenvolvidas 
com alunos e professores na escola ou em outros ambientes educativos, sob o acompanhamento e 
supervisão da instituição formadora. Em articulação intrínseca com o estágio curricular supervisionado 
e com as atividades de trabalho acadêmico, ela concorre conjuntamente para a formação da identidade 
do professor como educador.
3.1.3 Estágio Curricular Supervisionado
Tempo de aprendizagem que supõe uma relação pedagógica entre alguém que já é um profissional, 
reconhecido em um ambiente institucional de trabalho, e um aluno – o estagiário.
O estágio oferece ao futuro professor um conhecimento da realidade em situação de trabalho, 
ou seja, um modo especial de capacitação em serviço. Em contato com o mundo do trabalho, 
proporciona a aquisição de habilidades e competências para o exercício da docência, estimulando 
o futuro professor a pensar e propor soluções para problemas concretos, inerentes ao ambiente 
escolar.
É o momento de efetivar, sob a supervisão de um profissional experiente, um processo de 
ensino‑aprendizagem que se tornará concreto e autônomo quando da profissionalização deste 
estagiário. Não é uma atividade facultativa, mas obrigatória, já que se trata de uma das condições para 
a obtenção do diploma.
 lembrete
Estágio Curricular Supervisionado: tempo de aprendizagem que 
supõe uma relação pedagógica entre alguém que já é um profissional 
reconhecido em um ambiente institucional de trabalho e um aluno – 
estagiário.
3.1.4 Competências
São associadas à conjugação dos diversos saberes mobilizados pelo indivíduo (saber, saber‑fazer e 
saber‑ser) na realização de uma atividade. Não se referem apenas aos conhecimentos formais, mas a toda 
a gama de aprendizagens interiorizadas nas experiências vividas, que constituem nossa subjetividade 
(RAMOS, 2001).
De acordo com Cruz (2002), “é a prática de determinadas habilidades que constrói a competência”. 
Uma pessoa é competente quando tem os recursos para realizar bem uma determinada tarefa, mesmo 
que seja uma situação complexa. Este sujeito deverá ter disponíveis os recursos necessários para serem 
mobilizados (conhecimentos).
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3.1.5 Habilidades
Expressam competências. São representadas pelos componentes da competência expressos na 
ação. Configuram‑se na dimensão mais explicita da competência e, assim, servem como indicadores 
de desempenho com vistas à avaliação do desenvolvimento da competência prevista (RAMOS, 2001). 
Identificar variáveis, compreender fenômenos, relacionar informações, analisar, sintetizar, julgar, 
correlacionar ou manipular são exemplos de habilidades.
4 ComEntárIoS
A prática profissional do professor‑aluno se desenvolve com a Prática de Ensino, numa perspectiva de 
gradativa problematização do trabalho educativo que leve em conta a sua complexidade. As atividades 
previstas na dimensão prática do curso são planejadas com a intenção de desenvolver competências que 
possibilitem reflexão e organização do trabalho em equipes, na tentativa de abranger e, eventualmente, 
superar as condições do cotidiano das unidades escolares, muitas vezes caracterizadas por “mesmices” 
de ações pragmáticas.
As atividades práticas devem criar oportunidades para que você se defronte com problemas concretos 
do processo ensino‑aprendizagem e da dinâmica própria do espaço escolar, como resultado de estudos, 
propostas pedagógicas e pesquisas desenvolvidas ao longo de cada semestre. Isso deve impulsioná‑lo a um 
processo de reflexão sobre questões ligadas às políticas educacionais do país, ao projeto político‑pedagógico 
da escola e às ações político‑pedagógicas desenvolvidas no cotidiano das salas de aula.
 lembrete
Atividades práticas devem criar oportunidade para que você se 
defronte com problemas concretos do processo ensino‑aprendizagem e da 
dinâmica própria do espaço escolar.
A Prática de Ensino deve articular a teoria e a prática (enquanto Estágio Curricular Supervisionado), 
de maneira que, até o final do curso, você tenha aliado aos conhecimentos teóricos, práticas e saberes 
que o auxiliarão no exercício profissional da docência, adquirindo subsídios para questionamentos e 
reflexões sobre o objetivo, conteúdo e formas que envolvam o processo ensino‑aprendizagem, bem 
como problematizações e reflexões sobre a organização administrativo‑pedagógica da escola.
O Estágio Curricular Supervisionado, por sua vez, inserido em momento adequado do curso, 
constitui a fase de treinamento que permite a você, por meio da vivência prática das atividades 
docentes, complementar sua formação acadêmica nos aspectos técnico, cultural, científico e humano. 
É o espaço de consolidação dos conteúdos teóricos das disciplinas pedagógicas e de fundamentos da 
educação. É um período de permanência em ambiente real de trabalho em escolas da comunidade e 
em outros espaços educacionais, possibilitando a você vivências concretas como professor, de modo a 
prepará‑lo a assumir, no futuro, a liderança de uma sala de aula, assim como trocar experiências com 
outros profissionais da educação.
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O Estágio Curricular Supervisionado é realizado considerando‑se a formação pessoal, vivência 
profissional e cidadania. É atividade de ensino‑aprendizagem e não deve ser confundido com simples 
preparação para o mercado de trabalho.
Quanto às competências e habilidades, Bordoni (2010) afirma que “tanto o ensino 
fundamental quanto o médio têm tradição conteudista. Na hora de falar de competência, 
mais ampla, carrega no conteúdo”. Assim, a escola tende a trazer para os alunos respostas para 
perguntas que eles não fizeram e o resultado é manifestado pelo desinteresse. A explicação é 
simples: neste contexto, as perguntas são mais importantes do que as respostas. Em lugar de 
continuar a decorar conteúdos, os alunos devem ser ensinados a exercitar habilidades e, por 
meio delas, adquirir competências.
Você, futuro educador, deve ser formado para preparar as melhores condições para o 
desenvolvimento de competências. Não deve se restringir apenas a transmitir informações 
isoladas, mas deve apresentar conhecimentos contextualizados, usar estratégias para 
desenvolver habilidades específicas em seus futuros alunos. O processo de ensinar deve 
proporcionar a aquisição de recursos que possam ser mobilizados no momento em que os 
problemasse apresentarem.
Deste modo, imprimindo significado e relevância para os conteúdos escolares, você estará 
favorecendo uma ruptura com as práticas escolares tradicionais e proporcionando um avanço em 
direção a práticas mais pluralistas e harmônicas para seus futuros alunos.
Habilidades expressam competências, as quais se constituem na prática.
5 a PrátICa naS rESoluçõES CnE/CP nº 01/2002 E 02/2002
A Resolução CNE/CP 01/2002 afirma, em seus “considerandos”, que “os Pareceres CNE/
CP 09/2001 e 27/2001 são peças indispensáveis do conjunto das Diretrizes Curriculares 
Nacionais”.
Deste modo, neste item, apresenta‑se uma visão do conceito de prática apresentado no conjunto 
de documentos citados, elaborados no âmbito do Conselho Pleno do Conselho Nacional de Educação 
(Resoluções e Pareceres).
Compõe‑se basicamente de trechos extraídos direta e literalmente, acompanhados por uma adição 
interpretativa sobre o seu significado.
 observação
O Conselho Nacional de Educação aprimorou de modo significativo a 
concepção de prática e de estágio em documentos legais e normativos 
recentes.
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Concepção de prática em momento anterior aos pareceres e resoluções
A concepção dominante nos cursos de formação de professores apresentava dois pólos isolados:
a) Supervalorizava os conhecimentos teóricos, acadêmicos, desprezando as práticas como importante 
fonte de conteúdos de formação – visão aplicacionista das teorias;
b) Supervalorizava o fazer pedagógico, desprezando a dimensão teórica dos conhecimentos como 
instrumento de seleção e análise contextual das práticas – visão ativista da prática.
Evidenciava‑se, então, a necessidade de integração entre a teoria e a prática.
A visão aplicacionista das teorias, por um lado, ao desprezar a prática, diminuía o potencial de 
aprendizagem dos temas estudados, menosprezava o fazer em detrimento do saber. Ora, o saber sem uma 
aplicação necessária é praticamente inoperante. Não se pode imaginar a teoria sem a prática, pois ela (a 
teoria) só foi desenvolvida por necessidade prática, ou seja, alguém, na prática, observou a necessidade 
de desenvolvê‑la. Este extremismo aplicacionista das teorias, portanto, não oferecia resposta adequada 
aos problemas da sociedade, pois se mostrava reducionista do potencial de aprendizagem dos temas 
abordados.
Por outro lado, a visão ativista da prática também, ao desprezar a teoria, diminuía o potencial de 
aprendizagem dos temas estudados, pois menosprezava o saber em detrimento do fazer. Se há o que 
se fazer, que se faça direito, e fazer direito envolve a teoria necessariamente, o conhecimento em plena 
integração com a ação. A prática sem a teoria não oferece respostas adequadas para a evolução da 
sociedade. O fazer não pode prescindir do saber. Assim, o extremismo ativista da prática, do mesmo 
modo, se mostrava reducionista do potencial de desenvolvimento da aprendizagem, que visa à melhoria 
da sociedade.
Era necessária, portanto, uma mudança de paradigma, e isto foi objeto dos pareceres e resoluções do 
Conselho Nacional de Educação ora em análise.
Concepção de Prática como Componente Curricular
Dimensão do conhecimento que está presente tanto nos cursos de formação, nos momentos 
em que se trabalha na reflexão sobre a atividade profissional, como durante o estágio, nos 
momentos em que se exercita a atividade profissional. (grifo nosso)
Esta visão mostra uma importante evolução na concepção de prática. Aponta para o fato 
de que toda teoria apresenta uma dimensão prática e que esta dimensão está presente durante 
todo o processo de formação profissional do professor. A prática, portanto, não se restringe ao 
estágio, embora este faça parte relevante do processo de formação e tenha uma característica 
iminentemente prática. Esta prática, no entanto, não prescinde da teoria; pelo contrário, 
articula‑se com ela.
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Prática de ensino – introdução à docência
Articulação do estágio com as demais disciplinas
O planejamento e a execução das práticas no estágio devem estar apoiados nas reflexões 
desenvolvidas nos cursos de formação. (grifo nosso)
Em outras palavras, as reflexões desenvolvidas nos cursos devem apoiar o planejamento e a execução 
das atividades práticas do estágio. Deve haver, necessariamente, uma inserção dessas discussões nas 
disciplinas teóricas que permeiam os cursos de formação e um melhor aproveitamento da atividade de 
estágio no âmbito das disciplinas teóricas oferecidas pelos cursos de formação de professores.
A avaliação do estágio
A avaliação (...) constitui momento privilegiado para uma visão crítica da teoria e da estrutura 
curricular do curso. Trata‑se, assim, de tarefa para toda a equipe de formadores, e não, apenas, 
para o supervisor de estágio. (grifo nosso)
Nesta concepção, como o planejamento e a execução das atividades práticas passam a ser inseridas 
nas discussões e reflexões desenvolvidas nas demais disciplinas do curso, toda a equipe docente, e não 
apenas o supervisor de estágios, deveria participar do processo de avaliação dessas atividades.
Ideia a ser superada
O estágio é o espaço reservado à prática, enquanto que na sala de aula se dá conta da teoria. (grifo nosso)
O estágio não é uma atividade exclusivamente prática, uma vez que é alimentado pelas reflexões 
teóricas desenvolvidas durante o curso de formação do professor. Do mesmo modo, ele (o estágio) 
deve estar presente no ambiente da sala de aula e nas discussões teóricas a respeito da formação 
docente. Deste modo, não há como fazer uma distinção tão exata entre teoria e prática no curso de 
formação docente, tanto nas atividades envolvidas diretamente com o estágio quanto nas atividades 
desenvolvidas em sala de aula, nas demais disciplinas.
Relação entre o saber e o fazer
Não basta ao profissional ter conhecimentos sobre o seu trabalho. É fundamental que saiba 
mobilizar esses conhecimentos, transformando‑os em ação. (grifo nosso)
Particularmente no caso do professor profissional, esta discussão é muito interessante. São muito 
comuns casos em que ótimos profissionais técnicos são contratados para lecionar e não obtêm o êxito 
que deles se espera. Isto se explica de modo muito simples: o melhor engenheiro do país pode ser um 
professor medíocre. Por outro lado, um engenheiro medíocre pode se tornar um bom professor.
Isso ocorre pois são profissões diferentes. Para ser professor não basta conhecer, é necessário aplicar 
este conhecimento sobre o seu objeto de trabalho, que, no melhor sentido da palavra, é o aluno. Caso a 
aprendizagem não ocorra, não houve êxito.
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Ser professor exige técnicas especiais de transmissão do conhecimento que são inerentes à profissão. 
De nada adiantará o conhecimento profundo do tema a ser lecionado se isto não for acompanhado de 
uma didática que permita ao professor explicar convincentemente o tema.
Definição de Competência
Capacidade de mobilizar múltiplos recursos numa mesma situação para responder às demandas 
das situações de trabalho. (grifo nosso)
A competência, segundo este raciocínio, está intimamente ligada à teoria (ao saber), pois a 
multiplicidade de conhecimentos deve ser estruturada de forma compreensível para os alunos. Não 
basta o conhecimento do problema. O ideal é o conhecimento da situação problemática em que ele se 
envolve. Isto dá maior segurança ao professor e é requisito fundamental para o êxito na profissão.
Mas a competência está, também,ligada à prática (ao fazer), pois a capacidade de mobilização dos 
múltiplos recursos disponíveis se reflete numa prática profissional relevante, que não se resume em 
“passar o conhecimento”, mas desperta no aluno o interesse necessário para que ele se interesse pelo 
saber. Este estímulo é uma das tarefas básicas do bom professor.
Segundo Haidt (2002), na relação entre professor e aluno, o professor tem basicamente duas funções, 
e uma delas é a chamada “Função Incentivadora”, ou seja, aproveitando a curiosidade natural do aluno, 
o professor deve despertar seu interesse e mobilizar seus esquemas cognitivos para que a aprendizagem 
ocorra do modo esperado.
A necessidade da reflexão sobre a atividade prática
O desenvolvimento das competências pede uma outra organização do percurso de aprendizagem, 
na qual o exercício das práticas profissionais e de reflexão sistemática sobre elas ocupa um lugar 
central. (grifo nosso)
O exercício das atividades e a reflexão sobre as práticas deixam de ser periféricos na formação de 
professores e passam a ocupar um espaço maior e mais importante. Não se trata de desvalorizar a 
teoria, mas de valorizar a prática e colocá‑la em seu devido lugar. O conhecimento deve ser aplicável 
e aplicado, materializando‑se na realidade, elementos esses que eram negligenciados nos cursos de 
formação a um segundo plano, o que deve ser corrigido.
A prática deve permear todo o processo de formação do professor
É necessário que o futuro professor experencie, como aluno, durante todo o processo de formação, 
as atitudes, modelos didáticos, capacidades e modos de organização que se pretendem venham a ser 
concretizados nas suas práticas pedagógicas. (grifo nosso)
A prática não se resume ao estágio. Desde o início do curso de formação ela deve estar presente 
em todos os momentos para possibilitar ao professor em formação a experiência como aluno. A partir 
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de certo momento (metade do curso) ele deve observar os fatos diretamente numa escola, seu futuro 
ambiente de trabalho, como estagiário para que, deste modo, ao se formar, tenha uma visão abrangente 
sobre tudo o que de mais importante envolve o “ser professor” de uma escola de educação básica no 
Brasil, estando apto, assim, a atuar profissionalmente.
Importância das atividades coletivas dos docentes em formação
É fundamental promover atividades constantes de aprendizagem colaborativa e de interação, 
de comunicação entre os professores em formação e deles com os formadores, uma vez que tais 
aprendizagens necessitam de práticas sistemáticas (...) a escola de formação deverá criar dispositivos de 
organização curricular e institucional que favoreçam sua realização, empregando, inclusive, recursos de 
tecnologia de informação que possibilitem a convivência interativa dentro da instituição e entre esta e 
o ambiente educacional. (grifo nosso)
A promoção de atividades que propiciem comunicação entre os professores em formação e entre 
estes e seus docentes é condição sine qua non para a qualificação do curso. A socialização deve ser 
promovida e os alunos devem compartilhar suas experiências, visando somar conhecimentos e subtrair 
dúvidas nesses contatos.
A aplicação do conhecimento teórico na profissão
A formação de professores demanda estudos disciplinares que possibilitem a sistematização e o 
aprofundamento de conceitos e relações (...) no entanto é indispensável levar em conta que a atuação 
do professor não é a atuação nem do físico, nem do biólogo, psicólogo ou sociólogo, é a atuação 
de um profissional que usa os conhecimentos dessas disciplinas para (...) ensinar. (grifo nosso)
O professor é um profissional diferenciado que não deve ser confundido com o geógrafo, historiador, 
matemático, biólogo etc. Este profissional fez sua opção pela carreira docente, que tem seus métodos 
e objetos próprios de trabalho, os quais são diferenciados com relação aos profissionais formados em 
cursos de bacharelado. Neste sentido, o conhecimento básico obtido na dimensão teórica do curso deve 
ser aplicado na sua dimensão prática.
Articulação da prática com o restante do curso
A prática na matriz curricular dos cursos de formação de professores não pode ficar reduzida a 
um espaço isolado, que a reduza ao estágio (...) desarticulado do restante do curso”. (grifo nosso)
Prática é um termo que possui um conceito mais amplo se comparado ao termo “estágio”. Neste 
sentido, sua dimensão deve abranger todo o curso.
A dimensão prática
Todas as disciplinas que constituem o currículo de formação e não apenas as disciplinas pedagógicas 
têm sua dimensão prática. É essa dimensão prática que deve estar sendo permanentemente 
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trabalhada tanto na perspectiva da sua aplicação no mundo social e natural quanto na perspectiva da 
sua didática (...) em tempo e espaço curricular específico (...). As atividades deste espaço curricular 
de atuação coletiva e integrada dos formadores transcendem o estágio e têm como finalidade 
promover a articulação das diferentes práticas numa perspectiva interdisciplinar”. (grifo nosso)
Nesta perspectiva, não existe disciplina iminentemente teórica, completamente desarticulada da 
prática. Todas as disciplinas do curso têm uma dimensão prática, até porque as teorias somente são 
desenvolvidas quando, na prática, alguém descobre sua necessidade.
6 atIVIDaDES Para aValIação
Esta disciplina será avaliada com base nas atividades propostas a seguir.
Importante: não haverá prova.
Atividade em grupo A
Leia os textos referentes aos itens 7.1 a 7.13 e reflita sobre as inúmeras verdades que cada um deles 
encerra em suas entrelinhas, em relação à educação. Na sequência de cada texto, já são apresentadas 
algumas questões para reflexão. Reflita sobre essas questões e procure apontar, para cada texto, novas 
reflexões.
A atividade em si consiste em elaborar um relatório que contemple as principais reflexões que todos 
estes textos induziram no grupo de alunos, ou seja, mencionar o título de cada um dos textos e as 
principais reflexões que o grupo teve sobre cada um deles.
• O grupo deverá ser composto por alunos de um mesmo pólo e deverá ter, no máximo, 20 (vinte) 
alunos;
• Caso haja somente um aluno do curso no pólo, este deverá elaborar o trabalho de modo individual;
• As orientações sobre procedimentos de envio e data de entrega serão disponibilizadas no seu AVA 
oportunamente.
Atividade em grupo B
Seguindo o mesmo raciocínio da atividade mencionada, selecione um texto semelhante aos aqui 
apresentados e aponte as principais reflexões sobre a educação que o texto sugere. A atividade em 
si, portanto, consiste em elaborar um relatório que contenha um novo texto que guarde relações de 
semelhança com os que foram apontados no livro‑texto. O grupo de alunos deve refletir e apresentar 
tais reflexões em relatório.
• O grupo deverá ser composto por alunos de um mesmo pólo e deverá ter, no máximo, 20 (vinte) 
alunos;
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• Caso haja somente um aluno do curso no pólo, este deverá elaborar o trabalho de modo individual;
• As orientações sobre procedimentos de envio e data de entrega serão disponibilizadas no seu AVA 
oportunamente.
Ressalta‑se que haverá dois chats sobre tais atividades, visando sanar eventuais dúvidas. A sua 
presença (no pólo) será obrigatória em pelo menos um dos chats. As datas serão disponibilizadas 
oportunamente em seu AVA.
Vários aspectosda educação serão apontados nos textos a seguir e em suas reflexões. Outras 
certamente surgirão na sua mente, embora tenham fugido à nossa percepção, e isto deve nos instigar a 
nos debruçar cada vez mais sobre textos deste tipo.
A proposta desta disciplina é, portanto, que você aproveite este momento para se deliciar com tão 
sugestivas reflexões sobre a educação e se deixe apaixonar por ela. Os textos e as questões para reflexão 
são apresentados na sequência.
 observação
Você não precisa realizar nenhuma tarefa específica relativa a estas 
questões. Elas foram incluídas neste texto com o intuito exclusivo de 
estimular a sua reflexão.
7 tExtoS Para atIVIDaDES
7.1 Educação? Educações: aprender com o índio
Pergunto coisas ao buriti; e o que ele responde é: a coragem minha. 
Buriti quer todo o azul, e não se aparta de sua água – carece de espelho. 
Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende. 
(ROSA, 1986, p. 270‑1)
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos 
todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender‑e‑ensinar. 
Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Com 
uma ou com várias: educação? Educações. E já que pelo menos por isso sempre achamos que temos 
alguma coisa a dizer sobre a educação que nos invade a vida, por que não começar a pensar sobre ela 
com o que uns índios uma vez escreveram?
Há muitos anos nos Estados Unidos, Virgínia e Maryland assinaram um tratado de paz com os Índios 
das Seis Nações. Ora, como as promessas e os símbolos da educação sempre foram muito adequados 
a momentos solenes como aquele, logo depois os seus governantes mandaram cartas aos índios para 
que enviassem alguns de seus jovens às escolas dos brancos. Os chefes responderam agradecendo 
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e recusando. A carta acabou conhecida porque alguns anos mais tarde Benjamin Franklin adotou o 
costume de divulgá‑la aqui e ali. Eis o trecho que nos interessa:
“... Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e agradecemos de 
todo o coração.
Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas 
e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa ideia de educação não é a mesma 
que a nossa.
... Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a 
vossa ciência. Mas, quando eles voltavam para nós, eles eram maus corredores, ignorantes da vida da 
floresta e incapazes de suportar o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e 
construir uma cabana, e falavam a nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não 
serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.
Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá‑la, para 
mostrar a nossa gratidão oferecemos aos nobres senhores de Virgínia que nos enviem alguns dos seus 
jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles, homens.”
De tudo o que se discute hoje sobre a educação, algumas das questões entre as mais 
importantes estão escritas nesta carta de índios. Não há uma forma única nem um único 
modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o 
melhor; o ensino escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é o seu único 
praticante.
Em mundos diversos a educação existe diferente: em pequenas sociedades tribais de povos 
caçadores, agricultores ou pastores nômades; em sociedades camponesas, em países desenvolvidos e 
industrializados; em mundos sociais sem classes, de classes, com este ou aquele tipo de conflito entre 
as suas classes; em tipos de sociedades e culturas sem Estado, com um Estado em formação ou com ele 
consolidado entre e sobre as pessoas.
Existe a educação de cada categoria de sujeitos de um povo; ela existe em cada povo, ou entre povos 
que se encontram. Existe entre povos que submetem e dominam outros povos, usando a educação 
como um recurso a mais de sua dominância. Da família à comunidade, a educação existe difusa em 
todos os mundos sociais, entre as incontáveis práticas dos mistérios do aprender; primeiro, sem classes 
de alunos, sem livros e sem professores especialistas; mais adiante com escolas, salas, professores e 
métodos pedagógicos.
A educação pode existir livre e, entre todos, pode ser uma das maneiras que as pessoas criam para 
tornar comum, como saber, como ideia, como crença, aquilo que é comunitário como bem, como 
trabalho ou como vida. Ela pode existir imposta por um sistema centralizado de poder, que usa o saber 
e o controle sobre o saber como armas que reforçam a desigualdade entre os homens, na divisão dos 
bens, do trabalho, dos direitos e dos símbolos.
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A educação é, como outras, uma fração do modo de vida dos grupos sociais que a criam e recriam, 
entre tantas outras invenções de sua cultura, em sua sociedade. Formas de educação que produzem e 
praticam, para que elas reproduzam, entre todos os que ensinam‑e‑aprendem, o saber que atravessa as 
palavras da tribo, os códigos sociais de conduta, as regras do trabalho, os segredos da arte ou da religião, 
do artesanato ou da tecnologia que qualquer povo precisa para reinventar, todos os dias, a vida do grupo 
e a de cada um de seus sujeitos, através de trocas sem fim com a natureza e entre os homens, trocas 
que existem dentro do mundo social onde a própria educação habita, e desde onde ajuda a explicar – às 
vezes a ocultar, às vezes a inculcar – de geração em geração, a necessidade da existência de sua ordem.
Por isso mesmo – e os índios sabiam – a educação do colonizador, que contém o saber de seu modo 
de vida e ajuda a confirmar a aparente legalidade de seus atos de domínio, na verdade não serve para 
ser a educação do colonizado. Não serve e existe contra uma educação que ele, não obstante dominado, 
também possui como um dos seus recursos, em seu mundo, dentro de sua cultura.
Assim, quando são necessários guerreiros ou burocratas, a educação é um dos meios de que os 
homens lançam mão para criar guerreiros ou burocratas. Ela ajuda a pensar tipos de homens. Mais 
do que isso, ela ajuda a criá‑los, através de passar de uns para os outros o saber que os constitui e 
legitima. Mais ainda, a educação participa do processo de produção e crenças e ideias, de qualificações 
e especialidades que envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que, em conjunto, constroem tipos 
de sociedades. E esta é a sua força.
No entanto, pensando às vezes que age por si próprio, livre e em nome de todos, o educador imagina 
que serve ao saber e a quem ensina, mas, na verdade, ele pode estar servindo a quem o constituiu 
professor, a fim de usá‑lo, e ao seu trabalho, para os usos escusos que ocultam também na educação – 
nas suas agências, suas práticas e nas ideias que ela professa – interesses políticos impostos sobre ela e, 
através de seu exercício, à sociedade que habita. E esta é a sua fraqueza.
Aqui e ali será preciso voltar a estas ideias, e elas podem ser como que um roteiro daqui para a 
frente. A educação existe no imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais e, ali, sempre 
se espera, de dentro, ou sempre se diz para fora, que a sua missão é transformar sujeitos e mundo 
em alguma coisa melhor, de acordo com as imagens que se tem de uns e outros: “... e deles faremos 
homens”. Mas, na prática, a mesma educação que ensina pode deseducar, e pode correr o riscode 
fazer o contrário do que pensa que faz, ou do que inventa que pode fazer: “... eles eram, portanto, 
totalmente inúteis”.
Fonte: BRANDãO (1993)
7.1.1 Principais questões para reflexão
• Se é verdade que “ninguém escapa da educação”, como se explica a expressão “falta de educação”?
• Os índios das Seis Nações iniciam a sua carta com a expressão com “... Nós estamos convencidos, 
portanto, que os senhores desejam o bem para nós e agradecemos de todo o coração”. Seria um 
sinal de ingenuidade? Explique seu ponto de vista.
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• “Diferentes nações têm concepções diferentes das coisas”. Que relação há entre as diferentes 
nações e as diferentes educações de cada povo?
• A nação brasileira apresenta apenas uma educação?
• “... Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte (...). Mas, quando 
eles voltavam para nós, eles eram (...) totalmente inúteis. Nos enviem alguns dos seus jovens, que 
lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles, homens”. Como se insere a educação no 
processo de dominação de uma nação pela outra?
• “Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde 
ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única prática e o professor 
profissional não é o seu único praticante”. Considerando‑se esta afirmação, qual o papel da escola 
no processo educacional de um povo?
• “Existe a educação de cada categoria de sujeitos de um povo; ela existe em cada povo, ou entre 
povos que se encontram. Existe entre povos que submetem e dominam outros povos, usando a 
educação como um recurso a mais de sua dominância”. Com base nesta afirmação, como seria 
possível definir, em poucas palavras, a educação do Brasil?
• A educação “pode existir imposta por um sistema centralizado de poder, que usa o saber e o 
controle sobre o saber como armas que reforçam a desigualdade entre os homens”. Se há um 
controle sobre o saber, como ter certeza de que o que se aprende nas escolas é verdade?
• “A educação do colonizador, que contém o saber de seu modo de vida e ajuda a confirmar a aparente 
legalidade de seus atos de domínio, na verdade não serve para ser a educação do colonizado. Não 
serve e existe contra uma educação que ele, não obstante dominado, também possui como um dos 
seus recursos, em seu mundo, dentro de sua cultura”. Diante desta afirmação, o que dizer sobre o 
atual estágio da educação brasileira? Reflete a educação do vencedor ou do vencido? A educação 
que nós recebemos, então, não é a única possível? Explique seu ponto de vista.
• “... quando são necessários guerreiros ou burocratas, a educação é um dos meios de que os homens lançam 
mão para criar guerreiros ou burocratas. Ela ajuda a pensar tipos de homens. Mais do que isso, ela ajuda 
a criá‑los, através de passar de uns para os outros o saber que os constitui e legitima”. Faça uma relação 
entre esta afirmação e o processo de globalização, atualmente em curso em nosso planeta.
• “... pensando às vezes que age por si próprio, livre e em nome de todos, o educador imagina que 
serve ao saber e a quem ensina, mas, na verdade, ele pode estar servindo a quem o constituiu 
professor, a fim de usá‑lo, e ao seu trabalho, para os usos escusos que ocultam também na 
educação”. Qual a importância do professor/educador na formação ou na transformação da 
sociedade em que ele se insere?
• A missão da educação “é transformar sujeitos e mundo em alguma coisa melhor, de acordo com as 
imagens que se tem de uns e outros (...) e deles faremos homens”. Mas, na prática, a mesma educação 
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que ensina pode deseducar, e pode correr o risco de fazer o contrário do que pensa que faz, ou do 
que inventa que pode fazer: “... eles eram, portanto, totalmente inúteis”. Comente esta frase.
7.2 o fax do nirso
O gerente de vendas recebeu o seguinte fax de um dos seus novos vendedores:
Seo Gomis,
O criente de Beozonte pidiu mais cuatrucenta pessa. Faz favor toma as providenssa,
Abrasso,
Nirso
Aproximadamente uma hora depois recebeu outro:
Seo Gomis,
Os relatório di venda vai xega atrazado proque to fexando umas venda. Temo qui manda umas treis 
mil pessa. Amanhã to xegando.
Abrasso,
Nirso
No dia seguinte:
Seo Gomis,
Num xeguei pucausa de que vendi maiz deis mil em Beraba.
To indu pra Brasilha.
Abrasso,
Nirso
No outro:
Seo Gomis,
Brasilha fexo 20 mil. Vo pra Froniloplis e de la pra Sum Paulo no vinhâo das cete hora.
Abrasso,
Nirso
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E assim foi o mês inteiro. O gerente, muito preocupado com a imagem da empresa, levou ao presidente 
as mensagens que recebeu do vendedor. O presidente escutou atentamente o gerente e disse: “Deixa 
comigo, que eu tomarei as providências necessárias”.
E tomou. Redigiu de próprio punho um aviso e o afixou no mural da empresa, juntamente com as 
mensagens de fax do vendedor:
A parti de oje, nois tudo vamo fazê feito o Nirso. Si priocupá menos em iscrevê serto, mod vendê 
maiz.
Acinado, O Prizidenti.
(Autor Desconhecido)
7.2.1 Principais questões para reflexão
• A educação escolar está perdendo espaço no mercado de trabalho?
• Num mercado competitivo, todo profissional precisa de um diferencial para ocupar determinadas 
posições e ascender na carreira. Por vezes, este diferencial é representado por um ou mais 
diplomas. Com base no texto e nesta afirmação, analise o papel da educação formal no mercado 
de trabalho.
• Alguns estudiosos afirmam que a educação evolui num ritmo muito lento em relação a 
outros elementos da sociedade. Que aspectos devem, então, ser ressaltados na educação 
para que ela acelere sua evolução e consiga acompanhar o ritmo dos outros elementos 
sociais?
7.3 a História de Chapeuzinho Vermelho (na versão do lobo)
Esta história será contada de uma maneira não tradicional.
Certa manhã, estava eu passeando pela minha casa – sim, porque eu não sei se vocês sabem, mas a 
floresta é a minha casa – e, de repente, deparei com uma visão terrível.
Vi uma menina vestida com uma roupa vermelha horrorosa, com um chapéu vermelho igualmente 
horroroso, carregando uma cesta cheia de produtos embalados com material plástico, que leva milhares 
de anos para se desintegrar na natureza.
Imaginei que ela fosse fazer um piquenique ou coisa parecida e pensei: não posso permitir que ela 
deixe aquele material jogado pela mata. Ela vai sujar a minha casa e dos meus companheiros de floresta. 
Vou tentar preveni‑la dos cuidados ecológicos fundamentais. Por outro lado, que descuidados são esses 
humanos: deixar uma menina tão pequena passear pela floresta desse jeito, correndo o perigo de ser 
apanhada por algum predador (dentre os quais eu me incluo).
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Como eu estava com o apetite devidamente saciado resolvi, sem segundas intenções, falar com 
a menina e induzi‑la a sair da floresta pelo mesmo caminho por onde entrou. Isto seria melhor para 
todos... e assim o fiz, mas, assim que me deparei com a menina, ela foi logo gritando feito uma louca e 
me batendo com a cesta que tinha na mão; nem sequer me ouviu, não me deu oportunidade para falar 
o que eu queria e explicar o motivo da nossa conversa. Só repetia várias vezes que eu não iria comer o 
lanche que ela havia preparadopara a sua vovozinha, que eu era horrível, que isso e aquilo. Logo vi que 
não conseguiria atingir o meu intento. Mas... ela é só uma menina... e assim pensando, resolvi perdoá‑la.
Apesar de ter ficado furioso com ela num primeiro instante, resolvi procurar por uma velhinha 
que, algum tempo antes, havia construído uma casinha de madeira perto do rio. Na época, todos nós 
aqui da floresta havíamos ficado furiosos com ela, pois derrubou nossas árvores e, assim, destruiu a 
casa de muitos de nossos companheiros animais para construir aquela casa horrenda, mas, devido à 
avançada idade, resolvemos relevar e deixá‑la ficar. Só podia ser ela a vovozinha daquela menina tão 
mal‑educada.
Segui por atalhos que só nós, moradores da floresta, conhecemos e, assim, cheguei na casa da 
velhinha bem antes da sua neta. Segui um caminho muito longo para alertar a senhora dos males 
que ela e a sua neta poderiam provocar no nosso ecossistema, mas ela também não me deu a menor 
oportunidade de me pronunciar; foi logo me batendo e fazendo um escândalo tremendo, muito barulho, 
muita gritaria, virou‑se e pegou uma velha espingarda, certamente com a intenção de matar‑me. Não 
tive outra alternativa, senão comer a velha senhora.
Minutos depois, a menina acabou chegando na casa da sua avó. Sabendo que ela iria provocar novo 
escândalo, resolvi me disfarçar e, assim, vesti algumas roupas da tal velhinha e tentei me fazer passar 
por ela, deitado em seu leito.
Quando ela chegou, tentei dissuadi‑la a ir embora o quanto antes, mas a menina novamente 
começou a me insultar dizendo: que nariz grande e horrível você tem... que orelhas estranhas você tem... 
que olhos caídos e remelentos você tem... Eu procurei responder a todas as perguntas com ternura, mas 
para tudo há um limite, e minha paciência já estava em ponto de se esgotar, quando tirei o disfarce. 
Diante dos gritos da menina, e temendo a aproximação de caçadores que sempre afluíam ao local, não 
tive alternativa senão comê‑la também.
Meu temor, no entanto, se concretizou: um caçador me encontrou e, antes mesmo que eu começasse a 
me explicar, atirou impiedosamente e me acertou... agora, cá estou eu, com a barriga aberta, moribundo, 
e vocês ainda estão vibrando com isto, ensinando suas crianças que o malvado dessa história sou eu... 
isso é muito injusto, muito injusto.
Fonte: Adaptado de ANTUNES, 10 Histórias Exemplares (2004)
7.3.1 Principais questões para reflexão
Esta história possui uma peculiaridade: ela é relatada na versão do lobo. Isto nos leva a algumas 
importantes reflexões sobre a educação que estamos oferecendo em nossas escolas:
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• Ao apresentar aos alunos nossas opiniões sobre fatos como verdades absolutas, será que não 
estamos negando aos nossos alunos o direito de optar?
• Será que é justo negar‑lhes o direito de optar, mesmo que esta opção represente a ideia da 
minoria?
• Será que o que extraímos do conteúdo da geografia, da história, da literatura e mesmo da 
matemática representa uma verdade ou uma opinião?
• Será que, quando falamos em exclusão, não estamos sendo excludentes ao tirarmos a oportunidade 
do aluno de avaliar, fazer seu próprio julgamento e tirar suas conclusões?
• Com relação ao conteúdo ensinado e aprendido nas escolas, há apenas uma verdade?
• Com relação ao conteúdo ensinado e aprendido nas escolas, há apenas verdades?
• Problematizar uma dúvida não levaria à construção de outras verdades?
7.4 uma pescaria inesquecível
Ele tinha 11 anos e, a cada oportunidade que surgia, ia pescar num cais próximo ao chalé da família, 
numa ilha que ficava em meio a um lago.
A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para 
pegar apenas peixes, cuja captura estava liberada. O menino amarrou uma isca e começou a praticar 
arremessos, provocando ondulações coloridas na água.
Logo, elas se tornaram prateadas, pelo efeito da lua, nascendo sobre o lago.
Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha.
O pai olhava com admiração, enquanto o garoto, habilmente, e com muito cuidado, erguia o peixe 
exausto da água.
Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada.
O garoto e o pai olharam para o peixe, tão bonito, as guelras volvendo para trás e para frente.
O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio.
Pouco mais de 10 horas da noite...
Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da temporada.
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Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo:
— Você tem que devolvê‑lo, filho!
— Mas, papai, reclamou o menino.
— Vai aparecer outro, insistiu o pai.
— Não tão grande quanto este, choramingou a criança.
O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista.
Voltou novamente a olhar para o pai.
Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável.
Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura.
O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu.
Naquele momento, o menino teve certeza de que jamais pegaria um peixe tão grande quanto aquele.
Isso aconteceu há 34 anos. Hoje, o garoto é um arquiteto bem sucedido.
O chalé continua lá, na ilha, em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais.
Sua intuição estava correta.
Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como daquela noite.
Porém, sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que depara com uma questão ética.
Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de CERTO e ERRADO.
Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa.
A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos observando.
Esta conduta reta só é possível quando, desde criança, aprendeu‑se a devolver o PEIxE À AGUA.
A boa educação é como uma moeda de ouro: TEM VALOR EM TODA PARTE.
Fonte: LENFESTEI (2008)
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7.4.1 Principais questões para reflexão
• Complete a frase: “Ética é...”.
• Se a ética é algo tão importante, por que não faz parte da grade curricular da maior parte das 
escolas de educação básica no Brasil?
• Comente a frase: “Gosto de levar vantagem em tudo, certo?” – a chamada Lei de Gerson – e faça 
uma relação com o texto;
• Comente a frase: “O que é certo é certo, mesmo que ninguém o faça... e o que é errado é errado, 
mesmo que todo mundo o faça” e relacione com o texto.
7.5 a Folha amassada
Quando criança, por causa de meu caráter impulsivo, tinha raiva à menor provocação.
Na maioria das vezes, depois de um desses incidentes me sentia envergonhado e me esforçava por 
consolar a quem tinha magoado.
Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas, depois de uma explosão de raiva, e entregou‑me 
uma folha de papel lisa e me disse: Amasse‑a!
Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha.
— Agora, deixe‑a como estava antes, voltou a dizer‑me.
Óbvio que não pude deixá‑la como antes. Por mais que tentasse, o papel continuava cheio de pregas.
O professor disse então:
— O coração das pessoas é como esse papel. A impressão que nele deixamos será tão difícil de apagar 
como esses amassados.
Assim, aprendi a ser mais compreensivo e mais paciente. Quando sinto vontade de estourar, lembro 
daquele papel amassado. A impressão que deixamos nas pessoas é impossível apagar. Quando magoamos 
alguém com nossas palavras,logo queremos consertar o erro, mas é tarde demais.
Alguém já disse, certa vez:
— Fale somente quando suas palavras possam ser tão suaves como o silêncio.
Mas não deixe de falar, por medo da reação do outro.
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Acredite, principalmente em seus sentimentos!
“Seremos sempre responsáveis pelos nossos atos – nunca se esqueça.”
(Autor Desconhecido)
7.5.1 Principais questões para reflexão
• Como educador, no futuro, você terá que desempenhar várias funções que extrapolam o “simples” 
ensinar e que se inserem no contexto de educar. Você se considera preparado emocionalmente 
para exercer tais funções?
• Como lidar com alunos explosivos como o do texto?
• Aluno explosivo representa necessariamente um aluno problema?
• Como desenvolver autocontrole de modo que, como professor, você não corra o risco de soltar 
bombas com suas palavras com potencial de causar estragos irremediáveis na vida de seus futuros 
alunos?
7.6 a lição dos gansos
No outono, quando se vê bandos de gansos voando ao sul, formando um grande “V” no céu, 
indaga‑se o que a ciência já descobriu sobre o porquê de voarem desta forma. Sabe‑se que quando 
cada ave bate as asas, move o ar para cima, ajudando a sustentar a ave imediatamente detrás. Ao 
voar em forma de “V”, o bando se beneficia de pelo menos 71% a mais de força de voo do que uma 
ave voando sozinha.
Sempre que um ganso sai do bando, sente subitamente o esforço e a resistência necessários 
para continuar voando sozinho. Rapidamente, ele entra outra vez em formação para aproveitar o 
deslocamento de ar provocado pela ave que voa imediatamente à sua frente.
Quando o ganso líder se cansa, ele muda de posição dentro da formação e outro ganso assume os 
gansos que voam rumo ao sul.
Os gansos detrás gritam, encorajando os da frente para que mantenham a velocidade.
Finalmente, quando um ganso fica doente, ou ferido por um tiro e cai, dois gansos saem 
da formação e o acompanham para ajudá‑lo e protegê‑lo. Ficam com ele até que consiga voar 
novamente, ou até que morra. Só então levantam voo sozinhos, ou em outra formação, a fim de 
alcançar seu bando.
(Autor desconhecido)
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7.6.1 Principais questões para reflexão
• Pessoas que se deslocam numa mesma direção e que têm o sentido de comunidade podem 
atingir seus objetivos de forma mais rápida e fácil, pois se beneficiam de impulso mútuo. 
Numa equipe, quando um só elemento se esforça na direção contrária, o dispêndio de 
energia é muito maior e o avanço da equipe, menor. Será que você já aprendeu a lição dos 
gansos?
• Se tivéssemos o mesmo sentido dos gansos, nos manteríamos em formação com os que 
lideram o caminho para onde também desejamos seguir. Na educação, o papel de liderança 
é exercido pelos pais (na família), professores (na sala de aula), diretores (na unidade escolar) 
e, gradativamente, os liderados vão aprendendo a ocupar posições de liderança em suas vidas 
ou a aceitar as lideranças que se lhe apresentam. Você se sente preparado para exercer, por 
exemplo, o papel de professor?
• Que mensagem passamos quando gritamos detrás? Estímulo aos nossos líderes ou desestímulos? 
Será que nossa mensagem como liderados tem sido útil para promover a melhoria da qualidade 
de vida do grupo? Se você descobrir que tem errado na sua atitude, não se preocupe, pois isso não 
é o fim, mas o começo.
• Se tivéssemos o sentido dos gansos, também ficaríamos um ao lado do outro nos momentos de 
dificuldade. Isto se aplica aos seus futuros alunos. Colar em suas testas o rótulo de indisciplinados 
por este ou aquele motivo é uma tarefa muito fácil, que qualquer um pode fazer. Estimulá‑los a 
mudar de atitude e crescer como cidadãos, isso é tarefa para pessoas especiais.
7.7 assembleia na Carpintaria
Era uma vez uma carpintaria onde aconteceu uma estranha assembleia. Foi uma reunião de 
ferramentas para acertar suas diferenças.
Um martelo presidiu a reunião, mas os participantes avisaram‑no que teria de renunciar, pois fazia 
muito barulho e golpeava muito.
O martelo aceitou sua culpa, porém exigiu que fosse expulso o parafuso, alegando que dava muitas 
voltas para conseguir algo.
Diante do ataque o parafuso concordou desde que expulsassem a lixa por ser muito áspera no 
tratamento com os demais, atritando sempre.
A lixa acatou a decisão, mas exigiu a expulsão da trena por sempre medir os outros segundo a sua 
medida, como se fosse perfeita.
No auge da discussão, entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou seu trabalho. Utilizou o 
martelo, a lixa, a trena e o parafuso, convertendo uma rústica madeira em um fino móvel.
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Quando a carpintaria ficou novamente em silêncio com a saída do carpinteiro, a assembleia reiniciou. 
Foi então que o serrote, até então calado, falou:
— Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha somente com as 
nossas qualidades, com nossos pontos valiosos. Vamos deixar nossos pontos fracos e concentremos em 
nossos pontos fortes.
A assembleia entendeu então que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa 
era especial para limar e afinar a aspereza e a trena era precisa e exata. Sentiram‑se como uma 
verdadeira equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram, então, uma grande alegria em 
trabalhar juntos.
O mesmo ocorre com os seres humanos. Quando se busca defeito no outro, a situação fica tensa e 
negativa. Ao contrário, quando se busca sinceramente o ponto forte, as qualidades dos outros, florescem 
as melhores conquistas humanas.
É fácil encontrar defeitos, qualquer um pode fazê‑lo. Mas encontrar qualidades é para os sábios!
(Autor desconhecido)
7.7.1 Principais questões para reflexão
• Como você se sente quando as pessoas que o cercam dão destaque aos seus defeitos, em 
detrimento das suas qualidades?
• Como professor, como você acha que os seus alunos se sentiriam caso você destacasse seus 
defeitos, em detrimento das suas qualidades?
• Como você acha que um professor pode obter maior êxito na sua profissão: enfocando os defeitos 
ou as qualidades de seus alunos?
• Você considera necessário enfocar tanto os defeitos quanto as qualidades das pessoas? Afinal, 
quando apenas as qualidades são destacadas, a pessoa tende a entrar numa zona de conforto e 
não avançar qualitativamente. Por outro lado, quando são destacados seus defeitos, a tendência 
é que ela procure melhorar.
• Como tratar do assunto com sabedoria?
• Sozinho, você pode ser bom. Com outros, você tende a ser melhor. Discuta esta questão.
7.8 Colheres de Cabo Comprido
Um pastor foi convidado por Deus para conhecer o céu e o inferno. Ao abrir‑se a porta, viram uma 
sala em cujo centro havia um caldeirão cheio de suculenta sopa.
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À sua volta estavam pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher de cabo 
tão comprido que era possível alcançar o caldeirão, mas não a própria boca.
O sofrimento era imenso.
Em seguida, Deus levou o pastor para conhecer o céu.
Entraram em uma sala idêntica à primeira.
Havia o mesmo caldeirão, pessoas em volta e o mesmo cabo comprido.
A diferença é que todos estavam saciados.
— Eu não compreendo, disse o pastor.
— Por que aqui as pessoas estão tão felizes, enquantona outra sala morrem de aflição, se é tudo 
igual?
Deus sorriu e respondeu:
— Você não percebeu? É porque aqui elas aprenderam a dar comida umas às outras.
(Autor Desconhecido)
7.8.1 Principais questões para reflexão
• O que significa, concretamente, um trabalho em equipe?
• Uma das competências que se exige de uma pessoa que se forma em nível superior é que tenha 
capacidade de trabalhar em equipe. Portanto, prepare‑se.
• Espera‑se que você, no exercício futuro da sua profissão como professor, ajude a formar cidadãos, 
o que envolve desenvolver no aluno o senso de sociabilidade. Partindo‑se da premissa de que 
“ninguém pode dar o que não tem”, você se sente preparado para este desafio?
7.9 Faça parte dos 5%
Certa vez, tivemos uma aula de Fisiologia na escola de Medicina, logo após a Semana da Pátria. 
Como a maioria dos alunos havia viajado aproveitando o feriado prolongado, todos estavam ansiosos 
para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral. Nosso velho professor entrou na sala e 
imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio.
Com grande dose de paciência tentou começar a aula, mas você acha que minha turma correspondeu? 
Que nada. Com um certo constrangimento, o professor tornou a pedir silêncio educadamente.
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Não adiantou. Ignoramos a solicitação e continuamos firmes na conversa.
Foi aí que o velho professor perdeu a paciência e deu a maior bronca que eu já presenciei.
— Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez, disse, levantando a voz, e um silêncio 
carregado de culpa se instalou em toda a sala. E o professor continuou:
— Desde que comecei a lecionar, isso já faz muitos anos, descobri que nós, professores, trabalhamos 
apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos observei que de cada 100 alunos, apenas 5 são 
realmente aqueles que fazem alguma diferença no futuro; apenas 5 se tornam profissionais brilhantes e 
contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95 servem 
apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil.
O interessante é que esta porcentagem vale para quase tudo no mundo. Se vocês prestarem 
atenção, notarão que, de 100 professores, apenas 5 são aqueles que fazem a diferença; de 100 
garçons, apenas 5 são excelentes; de 100 motoristas de táxi, apenas 5 são verdadeiros profissionais. 
E podemos generalizar ainda mais: de 100 pessoas, apenas 5 são verdadeiramente especiais. É uma 
pena muito grande não termos como separar esses 5% do resto, pois, se isso fosse possível, eu 
deixaria apenas esses alunos especiais nesta sala e colocaria os 95% restantes para fora, e então 
teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranquilo à noite, sabendo ter investido 
nos melhores.
Mas, infelizmente, não há como saber quais de vocês são esses 5% de alunos especiais. Só o 
tempo é capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para esses 
alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelos 95% restantes. Claro que cada 
um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à 
aula de hoje.
Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu 
após esse discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, pois, depois desse dia minha turma teve 
um comportamento exemplar em todas as aulas de Fisiologia, durante todo o semestre; afinal, quem 
gostaria de espontaneamente ser classificado como fazendo parte dos 95% que o professor gostaria de 
ver longe dali?
Hoje não me lembro de muita coisa das aulas de Fisiologia, mas a bronca do professor eu nunca 
mais esqueci. Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida. De 
fato, percebi que ele tinha razão, e desde então tenho feito de tudo para ficar sempre no grupo dos 
5%, mas, como ele disse, não há como saber se estamos indo bem ou não; só o tempo dirá a que grupo 
pertencemos.
Contudo, uma coisa é certa: se não tentarmos ser especiais em tudo o que fazemos, se não tentarmos 
fazer tudo o melhor possível, seguramente faremos parte da turma do resto.
(Autor Desconhecido)
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7.9.1 Principais questões para reflexão
• Será mesmo que 5% das pessoas que existem fazem a diferença? Isto não é pouco?
• Será mesmo que 5% das pessoas que existem fazem a diferença? Isto não é muito?
• Será possível “trocar de grupo” com o passar do tempo?
• O que fazer para “trocar de grupo”?
• Este texto estimula você a continuar ou age no sentido contrário?
• O raciocínio do velho professor, de trabalhar para os 5%, está correto?
7.10 o Homem e o mundo
Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios 
de respostas para suas dúvidas.
Certo dia, seu filho de sete anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá‑lo a trabalhar. O cientista, 
nervoso pela interrupção, pediu que o filho fosse brincar em outro lugar. Vendo que seria impossível 
removê‑lo, o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho com o objetivo de distrair sua atenção: 
deparou‑se com o mapa do mundo, o que procurava.
Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita 
adesiva, entregou ao filho dizendo:
— Filho, você gosta de quebra‑cabeças? Então vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está o 
mundo todo quebrado. Veja se consegue consertá‑lo bem direitinho! E faça tudo sozinho.
Então, calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa.
Passadas algumas horas, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente.
— Pai, pai, já fiz tudo! Consegui terminar tudinho.
A princípio o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível na sua idade ter conseguido 
recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, 
certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos 
os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível?
Como o menino havia sido capaz?
— Você não sabia como era o mundo meu filho, como conseguiu?
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Prática de ensino – introdução à docência
— Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu 
vi que do outro lado havia a figura de um homem.
Tentei, mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar 
o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia 
consertado o mundo.
(Autor desconhecido)
7.10.1 Principais questões para reflexão
• Comente a frase: “Quando o homem resolver o problema entre homens e homens, aí estará pronto 
para resolver os problemas entre homens e mundo”.
• Você está preparado para aprender com uma criança? Afinal, isto é o inverso do que a educação 
pensa que faz, ou seja, é a geração mais nova ensinando a geração mais velha.
• Você pretende dedicar tempo para que seus futuros alunos se manifestem e, assim, você aprenda 
com eles? Ou não acha isto prudente?
7.11 Professores reflexivos
... a narrativa de como a experiência concreta de turista me fez pensar em como pode se sentir o 
aluno, o estagiário ou o professor que chega, pela primeira vez, a uma escola que não conhece...
Cheguei ao hotel, vinda do aeroporto. Eram duas e meia da tarde. Situado no característico nordeste

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