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O PANORAMA ECONÔMICO E ATUAL E O QUADRO DE REFERÊNCIA DO COMÉRCIO EXTERIOR

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Fundamentos do comércio exterior / Aula 1 - O panorama econômico atual e o quadro de referência do comércio exterior
Em nosso dia a dia consumimos produtos produzidos por empresas de todo o mundo. Também consumimos produtos fabricados aqui e projetados em outro país. Outros produtos são projetados e fabricados aqui, mas as máquinas que os produzem são importadas, com um conteúdo tecnológico avançado. Quando viajamos, encontramos produtos brasileiros nos lugares mais inesperados.
Ao seguirmos nossas carreiras profissionais, podemos trabalhar em empresas nacionais ou estrangeiras. Algumas vezes, a empresa nacional é controlada por acionistas estrangeiros, outras são investidores brasileiros que adquirem empresas estrangeiras. É como uma dança dinâmica, com resultados ora bons para nosso consumo e nossa carreira, ora nem tanto.
Essa realidade faz parte de um mundo globalizado, em que as transformações provocadas pelo comércio são determinantes na conformação das economias nacionais e, ao fim, das nossas próprias vidas. Isso ocorre porque construiu-se um sistema de comércio de abrangência mundial, composto por organismos que integram de forma crescente os sistemas nacionais de comércio. Nesta aula, estudaremos como se forma esse sistema e como se organiza o comércio exterior do Brasil.
Ao longo da história, o comércio de longa distância sempre teve um papel importante nas relações entre os países. No entanto, somente a partir das grandes navegações, formou-se o primeiro sistema de comércio em escala mundial.
Esse império colonial, que se estendeu das Américas até o Extremo Oriente, tinha por objetivo primeiro o desenvolvimento do comércio, permitindo a Portugal acessar e estabelecer zonas produtoras, criando uma extensa rede de trocas que terminavam por abastecer o mercado europeu com especiarias e açúcar, entre outros bens. Esse sistema, contemporâneo ao espanhol, foi seguido pelos sistemas holandês e inglês, tendo este constituído o maior império da Era Colonial.
A doutrina prevalecente na época era a do Mercantilismo, que entendia o acúmulo de riquezas como objetivo econômico do Estado-Nação. Entendia-se como riqueza nacional o espaço territorial, a população nacional e o acúmulo de metais preciosos. O sistema econômico da época era bastante regulamentado e havia uma postura fortemente protecionista nas relações comerciais. O acúmulo de superávits era o objetivo único do comércio exterior de um país.
Esse processo de expansão comercial europeu acelerou-se a partir do século XIX, com o advento do capitalismo, passando outros países europeus, como a Alemanha, a Itália e a França, à condição de metrópoles coloniais. Durante esse período, consolidou-se, pouco a pouco, uma doutrina liberal de comércio e, ao mesmo tempo, uma série de tratados de natureza comercial foi assinada entre diversos países, do Oriente ao Ocidente.
Um bom exemplo da formação desse sistema internacional de comércio foi a assinatura da Convenção da União de Paris, em 1883, celebrando o primeiro tratado multilateral sobre a propriedade intelectual, de modo a evitar a pirataria industrial e garantir o franco desenvolvimento do comércio, estimulando a inovação.
A partir da segunda metade do século XX, intensificou-se o esforço de integração da economia mundial. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, os países do bloco aliado, com o intuito de reconstruir a economia mundial e, na verdade, buscando construir um efetivo ambiente de cooperação econômica entre elas, celebraram o acordo de Bretton Woods. Esse acordo previa a criação de três instituições internacionais:
Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento — BIRD: Cujo objetivo era financiar os esforços de reconstrução do pós-guerra e promover o desenvolvimento. Atualmente, é identificado como Banco Mundial, sistema que congrega diversas instituições de fomento ao desenvolvimento.
Fundo Monetário Internacional — FMI: Cujo principal objetivo é garantir a estabilidade cambial e o equilíbrio dos balanços de pagamentos dos países membros, inclusive através do financiamento de eventuais déficits.
Organização Internacional de Comércio — OIC: Essa organização não teve seu tratado constitutivo, a Carta de Havana, ratificada pelos Estados Unidos, o que inviabilizou sua criação. Em seu lugar foi celebrado o Acordo Geral de Tarifas e Comércio — Gatt (sigla do nome em inglês General Agrément on Tariffs and Trade), com o objetivo mais modesto de promover a redução dos níveis de taxação aplicados pelos países membros na importação. O Acordo logrou sucesso e, na Rodada do Uruguai, foi acordada a criação, por fim, da Organização Mundial de Comércio — OMC, que iniciou suas operações em 1º de janeiro de 1995. A OMC é a principal organização mundial de promoção do livre comércio, abrigando diversos tratados internacionais sobre temas relacionados, como o citado GATT, o acordo sobre investimento (TRIMS), o acordo sobre propriedade intelectual (TRIPS), entre outros.
Ao lado dessas três, forma-se um conjunto de instituições, públicas e privadas, voltadas à promoção do comércio, que garantiu um rápido crescimento das exportações mundiais, resultando em uma forte integração entre mercados. Nesse mesmo contexto, os fluxos de capitais financeiros se tornam globais, acentuando-se, igualmente, as relações de natureza cultural e técnica, entre outras.
A integração é potencializada pelos processos de união econômica regionais. A União Europeia é o processo mais avançado de integração nos tempos atuais, que certamente foi, em grande parte, responsável pelo notável crescimento europeu no pós-guerra. O Brasil participa do Mercosul, talvez o processo de integração mais significativo da América do Sul, ao lado de outros, com variadas perspectivas de evolução positiva.
O Quadro 1 mostra o impressionante crescimento do comércio desde o pós-guerra. As exportações mundiais cresceram, entre 1948 e 2016, cerca de 8,6% ao ano, significando que, nesse período, o volume de comércio cresceu cerca de 275 vezes. Mesmo sabendo que esses números são a dólares correntes, isto é, os efeitos da inflação não estão descontados, partiu-se de 58 bilhões de dólares para um patamar de quase 16 trilhões de dólares ao ano, em menos de meio século. (Desde a crise de 2008, o crescimento do comércio tem sido incerto, tendo caído de cerca de 19 trilhões de dólares, em 2014, para o nível atual).
Nota-se que a Ásia apresenta o maior crescimento relativo das exportações (10,7% ao ano), resultado do modelo de desenvolvimento voltado para fora, adotado pelos países do Extremo Oriente (especialmente Japão, Coreia e China). A Europa foi outra região cujo crescimento do comércio foi acima da média mundial, devido, especialmente, ao grande esforço exportador nas décadas de 1950 a 1970.
nota-se, pelo Quadro 1, que as regiões mais desenvolvidas ou com um crescimento mais acelerado, Europa, Ásia e Oceania, apresentam taxas de crescimento do comércio acima da média mundial. Regiões menos desenvolvidas mostram um crescimento abaixo da média.
Cabe, então, perguntar: quais os benefícios que o comércio exterior traz para a economia de um país? Seria melhor se cada país voltasse seus esforços para produzir e consumir internamente?
A importância do comércio para o desenvolvimento econômico
A atividade produtiva é a responsável pela geração de riqueza em um país da seguinte maneira, basicamente:
Os economistas demonstram que uma economia, ao fazer comércio com outros países, aumenta sua capacidade de consumo, pois pode trocar o que produz de forma mais eficaz pelos bens que outro país produz mais eficientemente. O resultado final é que os preços da economia como um todo se tornam menores, beneficiando os compradores.
EXPORTAÇÃO
A exportação, em caráter comercial, leva a uma ampliação do mercado das empresas, pois elas passam a contar com os mercados estrangeiros e, com isso, ampliam sua produção e a geração de emprego na economia. O efeito sobre o emprego da exportação é no entanto, diferenciado. Os setores industriais, que possuemuma cadeia de produção mais longa, diz-se, com maior valor agregado no processo produtivo, geram maior emprego de todos os fatores da economia, contribuindo mais efetivamente para a elevação da renda. Os bens primários, de menor valor agregado, têm uma contribuição menor.
IMPORTAÇÃO
A importação, por seu turno, permite que se supram necessidades não atendidas pela produção doméstica. A doutrina liberal argumenta, e a história tem confirmado, que a livre entrada de bens promove, via concorrência, o aperfeiçoamento da indústria local, aumentando sua competitividade. De qualquer modo, o grau de abertura de um país depende das condições necessárias, em cada momento, ao desenvolvimento da economia, sendo as políticas de comércio exterior sempre usadas com pragmatismo pelos governos.
A história mostra uma forte relação entre o comércio exterior e o desenvolvimento econômico.
Os primeiros países europeus a adotarem o capitalismo industrial cresceram via desenvolvimento do mercado interno e das exportações.
Os países orientais, Japão, China e os “tigres asiáticos” (Hong Kong, Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan), cada um a seu tempo, adotaram o modelo chamado de “crescimento para fora”, isto é baseado nas exportações.
O Comércio Exterior Brasileiro
Até agora, abordamos os aspectos gerais das relações comerciais entre as nações – história, estrutura e objetivos. Esse campo de conhecimento e de atuação denominamos comércio internacional, que está inserido, conceitualmente falando, no ramo da economia internacional. Qua
O Brasil participa com pouco mais de 1% das exportações mundiais, o que não é muito considerando nossa extensão territorial e o tamanho de nossa economia, uma das dez maiores do planeta. Podemos ver pelo gráfico que nossas exportações começaram a cair, a partir de 2011, fruto de alguma retração no mercado internacional que, somando a fatores internos, fez com que nossa economia entrasse em um período recessivo, com impacto em nossas importações. Estas encolheram como consequência da retração do consumo e da demanda de insumos (matérias-primas e outros bens utilizados na produção) e de bens de capital (máquinas e equipamentos destinados à produção) por parte das empresas.
A composição de nossas exportações e importações, em termos de valor agregado, isto é, o grau de elaboração dos produtos exportados é mostrado no Quadro.
Vemos pelo Quadro 3 que a relação entre produtos básicos e manufaturados praticamente inverteu-se. Isso significa que o país perdeu completamente capacidade competitiva na exportação de manufaturados?
RF: Na verdade, embora as exportações passassem a ser compostas por 42,7% de produtos básicos, as exportações de manufaturados perderam posição relativa, mas cresceram em valores absolutos, de US$29 bilhões para US$73 bilhões. Essa nova relação entre básicos e manufaturados resultou de dois movimentos:
1. O aumento da demanda mundial pelas commodities brasileiras;
No entanto, nos referimos ao conjunto de leis, de práticas e de relações de um país no comércio internacional, estamos nos referindo ao comércio exterior desse país com o resto do mundo.de um país no comércio internacional, estamos nos referindo ao comércio exterior desse país com o resto do mundo
2. Devido à valorização cambial, houve perda de competitividade efetiva de, pelo menos, parte de nossa indústria, que não acompanhou o crescimento do fluxo de comércio.
O que significa, para o crescimento econômico, a menor participação relativa das exportações da indústria?
Como o setor industrial, ao contrário do setor primário, agrega mais valor à produção, seu menor crescimento relativo indica um menor crescimento do nível de emprego na economia.
O quadro de referência do Comércio Exterior
O comércio exterior de um país constitui-se de exportação e importação de mercadorias, (bens físicos destinados a satisfazer necessidades e desejos — como alimentos, roupas, minérios etc.) ou serviços (atividades profissionais que atendem a necessidades específicas, não resultando em posse de um bem tangível. Exemplo: serviços bancários, de transporte, de consultoria etc.).
Abordaremos em nossas aulas, especialmente, o comércio de mercadorias, que se reveste de maior importância no comércio internacional, embora o crescimento do setor de serviços, nos últimos anos, seja significativo. A necessidade de separarem-se as atividades decorre das características bem particulares de cada uma delas, em termos de procedimento operacionais e do tratamento dado pela legislação.
O Quadro de Referência do Comércio Exterior (Quadro 4) tem por objetivo mostrar de forma esquemática, porém abrangente, todos os principais atores e as principais operações do comércio exterior.
EXPORTAÇÃO
Consiste no envio de quaisquer mercadorias enviada para o exterior, em caráter comercial ou não, temporário ou definitivo.
• Exemplo de exportação não comercial: a bagagem com que viajamos para o exterior, pois é uma saída de mercadoria.
• Exemplo de saída temporária: um equipamento enviado para reparo no exterior.
IMPORTAÇÃO
É a entrada de mercadorias no país, procedentes do exterior, em caráter comercial ou não, temporário ou definitivo. Mesmo a importação feita sem caráter comercial está sujeita ao controle da alfândega, como nossa bagagem pessoal no retorno ao país.
O EXPORTADOR
Pela legislação brasileira é considerado exportador aquele que embarca a mercadoria para o exterior. Pode ser uma pessoa física ou jurídica. A pessoa física é autorizada a exportar comercialmente apenas nos casos em que é artesão, devidamente registrado no município, ou fazendeiro, registrado no Incra.
O IMPORTADOR
O importador é aquele em nome de quem é feita a importação, normalmente pessoa jurídica, ou o artesão ou fazendeiro ou assemelhado. A legislação brasileira prevê que as pessoas físicas, em geral, só podem fazer importações de natureza não comercial (livros, roupas etc.), limitando a frequência e os valores máximos das operações.
Em linhas gerais, o Quadro 4 mostra que o Exportador estabelece relações comerciais com o Importador e combinam as condições da operação, de acordo com a legislação de seus respectivos países. Os contratos comerciais internacionais compreendem, em linhas gerais: a descrição da mercadoria, o preço, as condições e a forma de pagamento, o modal de transporte, o prazo de entrega, entre outras condições. 
Quem, de fato, faz as operações de exportação e importação no comércio internacional são as empresas privadas ou estatais, que operam produtivamente. Organizações governamentais, como autarquias e órgãos da administração direta, também podem exportar e importar, embora isso seja menos frequente.
Os governos dos países definem legislações e regulamentos específicos para o comércio exterior, dada a maior complexidade e as peculiaridades dessas operações. O Brasil, por exemplo, tem três conjuntos de regulamentos básicos aplicáveis a essas operações, ao lado de outros:
Os governos, atendendo aos interesses nacionais e buscando estimular as atividades exportadoras, pois elas levam ao crescimento econômico, concedem incentivos às exportações. Esses incentivos podem se constituir de benefícios fiscais, isto é, alguma forma de redução ou isenção de tributos nas operações de exportação, de linhas de financiamento ou de crédito especiais, de programas de treinamento e de apoio nas áreas gerencial e de mercado, especialmente na promoção comercial.
Em outro sentido, buscando proteger a produção nacional da concorrência estrangeira e buscando garantir os direitos do consumidor local, quanto à qualidade e segurança dos produtos importados, os governos estabelecem procedimentos a serem cumpridos nas importações, que acarretam, de fato, restrições à entrada, constituindo as barreiras comerciais.
Com esse mesmo objetivo de proteção à indústria local, mas também com objetivos fiscais, isto é, de realização de receitas, os governos estabelecem tributos que incidem sobre a entrada de mercadorias. No Brasil, os produtos importados,de forma geral, sofrem a incidência do imposto de importação, além de outros tributos específicos à importação e ao consumo (como o IPI e o ICMS, também aplicáveis no mercado interno).
No entanto, se as empresas estão submetidas às leis de seus países, que condicionam suas operações de comércio exterior, os países, de forma semelhante, têm que estabelecer acordos com os outros países com que comerciam, de modo a garantir condições favoráveis ao comércio.
Dessa maneira, o ambiente internacional de comércio é formado por uma série de tratados, convenções e atos internacionais, bilaterais e multilaterais, que visa estabelecer as condições básicas do relacionamento comercial entre os países.
Atualmente, prevalece uma doutrina de liberdade do comércio, corporificada, especialmente, em uma série de acordos administrados pela Organização Mundial de Comércio – OMC, principal organismo público do comércio internacional. Existem, além desses, vários outros acordos e organizações públicas que tratam de aspectos mais específicos dessas relações.
Por esses tratados, existem limitações a serem observadas pelos países na concessão de incentivos à exportação e na interposição de barreiras à importação. O princípio básico por trás dessa doutrina é que os ganhos do comércio só podem se realizar plenamente se prevalecer um sistema de livre concorrência, com livre formação de preços. Incentivos à exportação que caracterizem subsídios que levem à formação de preços artificialmente baixos ou barreiras comerciais excessivas que impeçam, de fato, a entrada de mercadorias estrangeiras no país, a preços competitivos, não são aceitáveis no atual sistema internacional de comércio.
Além desses organismos públicos, fruto dos tratados feitos entre países, o ambiente internacional compõe-se, também, de organizações de natureza privada que buscam criar facilidades para as empresas em suas operações internacionais. Algumas delas, como a Câmara de Comércio Internacional – CCI, criam regras a serem voluntariamente adotadas pelas empresas em suas operações. As regras relativas aos pagamentos internacionais e aos termos de contratação, por exemplo, são regras estabelecidas pela CCI, amplamente utilizadas pelas empresas em suas transações.
O pagamento pelas mercadorias constitui, claro, uma das etapas essenciais do comércio, sofrendo forte regulamentação pelos governos nacionais. Todo o processo de exportação se justifica, ao final, pelo pagamento, e o risco de não recebimento constitui uma das principais, senão a principal, preocupações do exportador. Entretanto, o pagamento em si não constitui toda a história. Nesse ponto, o câmbio, isto é, a razão de troca entre a moeda estrangeira, em geral o dólar, e o real, é importante para determinar a rentabilidade da operação, pois indica quanto o exportador receberá em reais pela operação ou, em contrapartida, quanto o importador gastará em sua compra.

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