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08102017150241Aula 14 Extinçao contrato trabalho (1)

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AULA 14 - DIREITO DO TRABALHO – Profª Roseméri Simon Bernardi
CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO 
Por decisão do empregador
DESPEDIDA DO EMPREGADO SEM JUSTA CAUSA: 
saldo de salários,
aviso prévio, 
13( proporcional, 
férias vencidas e proporcionais, 
levantamento do FGTS 
indenização de 40%, 
seguro desemprego.
AVISO PRÉVIO 
	É a comunicação que uma parte do contrato de trabalho deve fazer à outra de que pretende rescindir o referido pacto sem justa causa, de acordo com o prazo previsto em lei, sob pena de pagar indenização substitutiva.
	É bilateral, sendo concedido pelo empregador ao empregado e ao empregado para o empregador.
	Obrigação de fazer, sob pena de se tornar uma obrigação de pagar. (CLT, art. 487, § 1º)
	Direito irrenunciável (ver Súmula 276 do TST)
	Quando o aviso prévio é dado pelo empregado o empregador pode renunciar, o contrário não.
Cabimento: contratos por prazo indeterminado (CLT, art. 487) e sem justo motivo. Não cabe aviso prévio na dispensa por justa causa e por culpa recíproca
Forma: a lei não estabelece forma. Recomenda-se ser por escrito mas admite-se o aviso prévio verbal.
Prazo: 8 dias se o pagamento é efetuado por semana ou prazo inferior.
	30 dias para quem recebe por quinzena ou mês, e todos que estão a mais de 12 meses na empresa
Ver CF, art. 7º, XXI e Ver Súmula 230 do TST
Horário reduzido em duas horas – CLT, art. 488 ou faltar ao serviço 7 dias corridos, sem prejuízo do salário.
Há possibilidade de reconsideração do aviso prévio.
Aviso prévio e estabilidade – ver CLT, art. 489 (tem dto à estabilidade se sobrevier a condição no período do AP)
Recente alteração. No dia 13 de outubro de 2011 passou a vigorar a Lei 12.506/2011, a qual dispõe sobre os novos prazos para concessão do aviso prévio, bem como os critérios de cálculo, alterando em parte o artigo 477 da Consolidação das Leis do Trabalho.
Antes do advento da Lei 12.506/11, o aviso prévio era de 30 dias, mas a regra mudou, e o aviso prévio passa a ser calculado da seguinte forma:
a) se o empregado estiver prestando seus serviços por menos de um ano, deverá ser observado o período de 30 dias;
b) além do aviso prévio de trinta dias, deverá ser observado o período de 3 dias a cada ano trabalhado, não podendo superar 60 dias.
c) assim, somando-se o aviso prévio de 30 dias (a) e o período de 3 dias a cada ano trabalhado (b), o aviso prévio será de, no máximo, 90 dias.
Com efeito, equivocada a compreensão de que o aviso prévio passa a ser de 90 dias, pois, em verdade, ele será de no máximo 90 dias, conforme se depreende do próprio texto legal.
O cálculo é simples, para os trabalhadores com mais de um ano de prestação se serviços:
Aviso prévio = [30 + (3 X número de anos trabalhados na mesma empresa)]
Suponhamos, por exemplo, que o empregado trabalhe 7 anos na mesma empresa:
Aviso prévio = [30 + (3 X 7)] = [30 + 21] = 51 dias
Exceção feita ao prazo, o regramento do aviso prévio está mantido, inclusive no que concerne ao desconto que o empregador pode promover sobre as verbas rescisórias do empregado quando este pede demissão.
Assim, se no caso acima o empregado tivesse pedido demissão e não respeitasse o aviso prévio, sofreria o desconto de 51 dias, reiterando-se que o aviso prévio é uma obrigação bilateral, tanto do empregador em favor do empregado como do empregado em favor do empregador.
Importante salientar, por fim, esta regra vale somente para as rescisões – sem justa causa em contratos a prazo indeterminado ou por pedido de demissão – que ocorrerem a partir da entrada em vigor da Lei 12.506/11, ou seja, 13 de outubro de 2011, não atingindo aquelas que ocorreram anteriormente.  
DESPEDIDA COM JUSTA CAUSA: 
saldo de salários e 
férias vencidas (salário-família quando for o caso)
férias proporcionais (decreto 3.197, de 5 de outubro de 1999, que ratificou a Convenção 132 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), segundo a qual as férias proporcionais são devidas independentemente da causa da rescisão contratual. 
Falta grave: CLT, art. 482
Elemento subjetivo: dolo ou culpa (negligência, imperícia ou imprudência)
Elementos objetivos: 
previsão legal – art. 5(, XXXIX, CF – nullum crimen nulla poena sine lege; 
fidúcia; 
nexo de causalidade entre a falta praticada e a dispensa; 
proporcionalidade; 
atualidade; 
non bis in idem - o empregador não poderá aplicar duas vezes a sanção pela mesma falta praticada pelo empregado 
Ônus da prova: empregador
Art. 482, a – Improbidade: Improbidade, regra geral, é toda ação ou omissão desonesta do empregado, que revelam desonestidade, abuso de confiança, fraude ou má-fé, visando a uma vantagem para si ou para outrem. Ex.: furto, roubo, apropriação indébita, adulteração de documentos pessoais ou pertencentes ao empregador, etc. 
Art. 482, b – Incontinência de Conduta ou Mau Procedimento: São duas justas causas semelhantes, mas não são sinônimas. Mau procedimento é gênero do qual incontinência é espécie. 
A incontinência de conduta está ligada ao desregramento do empregado no tocante à vida sexual, pela imoderação de linguagem ou de gestos. Ocorre quando o empregado comete ofensa ao pudor, pornografia ou obscenidade, desrespeito aos colegas de trabalho e à empresa. 
Mau procedimento caracteriza-se com o comportamento incorreto, irregular do empregado, através da prática de atos que firam a discrição pessoal, o respeito, que ofendam a dignidade, tornando impossível ou sobremaneira onerosa a manutenção do vínculo empregatício, e que não se enquadre na definição das demais justas causas. Ex: falar palavrões
Art. 482, c – Negociação Habitual: se o empregado, sem autorização expressa do empregador, por escrito ou verbalmente, exerce, de forma habitual, atividade concorrente, explorando o mesmo ramo de negócio, ou exerce outra atividade que, embora não concorrente, prejudique o exercício de sua função na empresa. Se houver permissão do empregador e eventualidade, a justa causa estará descaracterizada.
Art. 482, d – Condenação Criminal: O despedimento do empregado justificadamente é viável pela impossibilidade material de subsistência do vínculo empregatício, uma vez que, cumprindo pena criminal, o empregado não poderá exercer atividade na empresa. Havendo a concessão de sursis (suspensão condicional da pena) não está caracterizada a justa causa). Exige-se o trânsito em julgado.
Art. 482, e – Desídia: desídia é negligência, preguiça, má vontade, displicência, desleixo, indolência, omissão, desatenção, indiferença, desinteresse, relaxamento. A desídia pode também ser considerada como um conjunto de pequenas faltas, que mostram a omissão do empregado no serviço, desde que haja repetição dos atos faltosos.
Art. 482, f – Embriaguez Habitual ou em Serviço: A embriaguez deve ser habitual. Só haverá embriaguez habitual quando o trabalhador substituir a normalidade pela anormalidade, tornando-se um alcoólatra, patológico ou não. Para a configuração da justa causa, é irrelevante o grau de embriaguez e tampouco a sua causa, sendo bastante que o indivíduo se apresente embriagado no serviço ou se embebede no decorrer dele. O álcool é a causa mais freqüente da embriaguez. Nada obsta, porém, que esta seja provocada por substâncias de efeitos análogos (psicotrópicos). De qualquer forma, a embriaguez deve ser comprovada através de exame médico pericial. 
Art. 482, g - Violação de Segredo da Empresa: A revelação só caracterizará violação se for feita a terceiro interessado, capaz de causar prejuízo à empresa, ou a possibilidade de causá-lo de maneira apreciável, como a divulgação de marcas e patentes, fórmulas, que não deveriam ter se tornado públicas. 
Art. 482, h - Ato de Indisciplina ou de Insubordinação: Tanto na indisciplina como na insubordinação existe atentado a deveres jurídicos assumidos pelo empregado pelo simples fato de sua condição de empregado subordinado. 
Indisciplina: desobediência a norma genérica(regulamento da empresa). 
Insubordinação: desobediência a ordem direta, específica (ordem do chefe).
Art. 482, i - Abandono de Emprego: A falta injustificada ao serviço por mais de trinta dias faz presumir o abandono de emprego, conforme entendimento jurisprudencial. 
Existem, no entanto, circunstâncias que fazem caracterizar o abandono antes dos trinta dias. É o caso do empregado que demonstra intenção de não mais voltar ao serviço. Por exemplo, o empregado é surpreendido trabalhando em outra empresa durante o período em que deveria estar prestando serviços na primeira empresa. 
Art. 482, j – Ato Lesivo da Honra e da Boa Fama ou Ofensas Físicas contra qualquer pessoa
Art. 482, k – Ato Lesivo da Honra e Boa Fama ou Ofensas Físicas contra o empregador ou superiores hierárquicos: As ofensas físicas constituem falta grave quando têm relação com o vínculo empregatício, praticadas em serviço ou contra superiores hierárquicos, mesmo fora da empresa. 
As agressões contra terceiros, estranhos à relação empregatícia, por razões alheias à vida empresarial, constituirá justa causa se ocorrerem em serviço. 
A legítima defesa exclui a justa causa. Considera-se legítima defesa, quem, usando moderadamente os meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
São considerados lesivos à honra e à boa fama gestos ou palavras que importem em expor outrem ao desprezo de terceiros ou por qualquer meio magoá-lo em sua dignidade pessoal. 
Na aplicação da justa causa devem ser observados os hábitos de linguagem no local de trabalho, origem territorial do empregado, ambiente onde a expressão é usada, a forma e o modo em que as palavras foram pronunciadas, grau de educação do empregado e outros elementos que se fizerem necessários. 
Art. 482, l - Jogos de Azar: Jogo de azar é aquele em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente de sorte.  Para que o jogo de azar constitua justa causa, é imprescindível que o jogador tenha intuito de lucro, de ganhar um bem economicamente apreciável, não importa se é a dinheiro ou não. 
Art. 482, § único - Atos Atentatórios à Segurança Nacional: A prática de atos atentatórios contra a segurança nacional, desde que apurados pelas autoridades administrativas através de inquérito administrativo, é motivo justificado para a rescisão contratual.  Ex: atos de terrorismo. A lei de Segurança Nacional é a Lei 7170/83.
Outras hipóteses:
O empregado bancário pode ser demitido por justa causa em função de falta reiterada de pagamento de dívidas legalmente exigíveis, como ocorreria em função de um empréstimo feito ao obreiro pelo banco (CLT, art. 508). A falta de pagamento deve ser costumaz, sendo que uma única não caracterizará a justa causa.
A não observância das normas de segurança e medicina do trabalho e o não uso de equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa (CLT, art. 158, § único)
Em casos de urgência ou de acidente na estrada de ferro, o empregado não poderá se recusar, sem causa justificada, a executar serviço extraordinário, sob pena de ser demitido por justa causa (CLT, art. 240, § único)
Por decisão do empregado
PEDIDO DE DEMISSÃO 
O empregado fará jus ao 
13( salário proporcional (Enunciado 157 do TST), 
férias vencidas e proporcionais (estas se tiver mais de um ano de serviço - § único, artigo 146 da CLT)
RESCISÃO INDIRETA – o empregado pode permanecer ou não no emprego até que saia decisão judicial final.
Em virtude de falta grave cometida pelo empregador (CLT, art. 483)
Exemplo: 
Exigência de serviços superiores às forças do empregado - exigir de mulheres e menores força muscular superior a 25 quilos (CLT, art. 390 e § 5(, do art. 405)
Serviços proibidos por lei – menor que faz trabalho insalubre (CF, art. 7(, XXXIII)
Contrários ao bom costume, à moral
Serviços alheios ao contrato de trabalho
Rigor excessivo
O empregado correr perigo de mal considerável
Descumprimento de obrigações contratuais
Ofensa à honra e boa fama do empregado, ou pessoa de sua família
Ofensas físicas
Redução do trabalho de modo a afetar o salário
O § único do art. 407 da CLT prevê outra hipótese de rescisão indireta, quando a empresa não tomar as medidas possíveis e recomendadas pela autoridade competente para que o menor mude de função.
Na rescisão indireta são devidas as seguintes verbas: aviso prévio, saldo de salários, férias proporcionais, 13( proporcional, levantamento do FGTS, multa de 40% e seguro desemprego. São as mesmas verbas e direitos aplicáveis à dispensa sem justa causa.
APOSENTADORIA
Perdurou, durante longo tempo, jurisprudência segundo a qual, independentemente do afastamento do empregado, a aposentadoria espontânea geraria, como principal efeito, a extinção do vínculo. Esse posicionamento, antes conduzido pelo TST, mediante a OJ 177 da SDI-1 do TST (cancelada em 25/10/2006). A Corte Superior Trabalhista, entretanto, mudou de posicionamento e editou a OJ 361 da SDI-1. Veja-se:
Orientação Jurisprudencial 361 da SDI-1, TST. APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. UNICIDADE DO CONTRATO DE TRABALHO. MULTA DE 40% DO FGTS SOBRE TODO O PERÍODO. A aposentadoria espontânea não é causa de extinção do contrato de trabalho se o empregado permanece prestando serviços ao empregador após a jubilação. Assim, por ocasião da sua dispensa imotivada, o empregado tem direito à multa de 40% do FGTS sobre a totalidade dos depósitos efetuados no curso do pacto laboral (destaques não constantes do original). Publicado no DJU de 20-05-2008.
Com a aposentadoria há levantamento do FGTS (art. 20, III, Lei 8036/90)
Ademais, a alínea b, do inciso I, do artigo 49 da Lei 8213/91 determina que não há necessidade de desligamento do emprego para o requerimento da aposentadoria, estando o empregado autorizado a continuar trabalhando na empresa.
CESSAÇÃO POR DESAPARECIMENTO DE UMA DAS PARTES
MORTE DO EMPREGADO – havendo herdeiros, certos direitos será transferíveis, como o FGTS, o saldo de salários, as férias vencidas e as férias proporcionais, se o empregado tem mais de um ano de serviço e o 13( proporcional. O aviso prévio é indevido em razão de que não houve dispensa por parte do empregador.
MORTE DO EMPREGADOR PESSOA FÍSICA – no caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho (§ 2(, do art. 483, da CLT)
EXTINÇÃO DA EMPRESA – Na extinção da empresa ou de uma de suas filiais, o empregado fará jus a todos os direitos previstos como se tivesse ocorrido despedida sem justa causa.
Na falência do empregador, o empregado fará jus a todos os direitos trabalhistas, como se houvesse sido dispensado. Os riscos do negócio não podem ser transferidos para o trabalhador. 
Se houver a continuidade do trabalho da empresa falida, os contratos de trabalho não se resolvem, ou ainda na hipótese de o síndico preferir dar continuidade aos contratos de trabalho (art. 43, Decreto-Lei 7661/45)
CESSAÇÃO POR MÚTUO ACORDO DAS PARTES
Empregado e empregador poderão pactuar, mediante acordo, a cessação do contrato de trabalho. Os próprios interessados estabelecerão quais serão as formas e conseqüências do rompimento do vínculo de emprego.
	O levantamento do FGTS não será autorizado (art. 20 da Lei 8026/90). Os salários e as férias vencidas não poderão ser transacionados. As demais verbas poderão ser negociadas no acordo.
CULPA RECÍPROCA – falta praticada por ambas as partes. Falta do empregado, art. 482 e do empregador, art. 483. Deve haver nexo de causalidade entre as faltas cometidas. Havendo culpa recíproca a indenização devida ao empregado será reduzida à metade (art. 484, da CLT):
Verbas devidas:
Saldo de salário, se houver;
50% do aviso prévio;
Férias vencidas;
50% das férias proporcionais;
50% do 13° proporcional;
Multa do FGTS de 20%;
Liberação do FGTS
CESSAÇÃO POR ADVENTO DO TERMO DO CONTRATO
No término normal do contrato de trabalhopor prazo determinado o empregado tem direito:
Saldo de salário, se houver
Férias vencidas e proporcionais
13° proporcional 
Liberação do FGTS (código 04), sem a multa de 40% (Lei n° 8036/90, art. 20, IX)
O empregador que rescindir o contrato de trabalho antes do termo deverá indenizar o empregado com a metade da remuneração a que teria direito até o termo do contrato (CLT, art. 479).
O empregado que se desligar antes do término do contrato por prazo determinado deverá indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem (art. 480, CLT). A indenização não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado em idênticas condições (§ 1(, do art. 480, da CLT).
Nos contratos de prazo determinado que contiverem cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado (art. 481, da CLT). É o caso de contrato por prazo determinado que contêm cláusula de aviso prévio.
FORÇA MAIOR (20% do FGTS)
Força maior é o acontecimento inevitável e imprevisível, em relação à vontade do empregador, e para a realização do qual este não concorreu, direta ou indiretamente (art. 501, CLT). A imprevidência do empregador exclui a razão de força maior (§ 1(, do art. 501 da CLT). 
Exemplos de força maior: incêndio, terremoto, inundação. À ocorrência do motivo de força maior que não afetar substancialmente, nem for suscetível de afetar, as condições econômica e financeira da empresa não se aplicam as restrições previstas em lei, como a indenização pela metade, o pagamento pela metade da indenização de 40% do FGTS, devendo pagar as verbas pertinentes por inteiro.
A falência do empregador não será considerado como força maior, pois está inserida nos riscos do empreendimento. O mesmo ocorre com os planos econômicos do governo.
Não representa força maior a perda de um contrato importante para a empresa, mas risco do negócio.
FACTUM PRINCIPIS
O factum principis é causado pela Administração Pública (União, Estado ou Município) que através da promulgação de lei ou resolução impossibilita a continuação da atividade, provocando o encerramento da empresa e a dispensa dos seus empregados (ver. art. 486, CLT). 
As verbas rescisórias ficarão por conta da empresa, pois o empregado não pode assumir os riscos da atividade econômica do empregador.
ASSISTÊNCIA À RESCISÃO CONTRATUAL – CLT, art. 477, § 1( - o recibo de quitação da rescisão de empregado com mais de 1 ano de serviço só será válido se feito com a assistência do sindicato da categoria ou perante autoridade do Ministério do Trabalho. Na falta de ambos, a assistência poderá ser feita pelo MP, defensor público ou juiz de paz (§ 3(, art. 477).
PRAZO PARA PAGAMENTO – art. 477, § 6(
FRAUDE
No caso de simulação de rescisão ou simplesmente omissão do registro do contrato de trabalho, há fraude ao sistema previdenciário.
O trabalhador é obrigado a restituir as parcelas do benefício fraudadas e fica suspenso do Programa Seguro-Desemprego por dois anos.
O trabalhador e o empregador respondem como co-autores pelo crime de estelionato (CP, art. 171), pena de reclusão de 1 a 5 anos e multa. 
O empregador ainda responderá pelo crime de sonegação de contribuição previdenciária (CP, art. 337-A), cuja pena é de reclusão de 2 a 5 anos e multa.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01. (TRT 21ª Região, 2012, Juiz do Trabalho) – José Paulo, admitido em 20.04.2004, recebeu, em 02.01.2012, comunicação da empresa de que, a partir desta data, teria início o seu aviso prévio. Após 15(quinze) dias de trabalho, durante o cumprimento do aviso prévio, o seu superior hierárquico, perante todos os demais empregados, atacou a honra da esposa de José Paulo, que, de pronto, abandonou o trabalho, não mais retornando à empresa. Diante dessas circunstâncias, é CORRETO afirmar: 
a) nesse caso, o abandono do emprego pelo empregado resulta na perda do direito à percepção dos 15 dias restantes do aviso prévio;
b) diante da agressão sofrida, configura-se a hipótese de rescisão indireta, assegurado o pagamento dos 15 dias restantes do aviso prévio;
c) não tendo havido agressão ao empregado, configurou-se o abandono do emprego, com a consequente perda do direito às verbas rescisórias de natureza indenizatória;
d) nesse caso, o empregado tem direito ao pagamento dos 15 dias trabalhados e mais 33 dias indenizados, em face das circunstâncias em que ocorreu a ruptura do pacto laboral;
e) a hipótese não configura rescisão indireta, pois a agressão não foi perpetrada contra o empregado, mas contra sua esposa, que não é parte na relação contratual.
02. (TRT 6ª Região, 2012, Analista Judiciário - Área Administrativa) Clodoaldo, empregado da empresa “VV” há cinco anos, forneceu informação falsa quanto às suas necessidades de deslocamento de sua residência para o seu local de trabalho, visando receber maiores vantagens a título de vale transporte. Neste caso, Clodoaldo
a) praticou falta grave passível de rescisão de seu contrato de trabalho por justa causa, em razão da prática de ato de incontinência de conduta.
b) praticou falta grave passível de rescisão de seu contrato de trabalho por justa causa, em razão da prática de ato de improbidade.
c) praticou falta grave passível de rescisão de seu contrato de trabalho por justa causa, em razão da prática de ato de insubordinação.
d) praticou falta grave passível de rescisão de seu contrato de trabalho por justa causa, em razão da prática de ato de indisciplina.
e) não praticou falta grave passível de rescisão de seu contrato de trabalho, mas deverá receber punição disciplinar em razão da conduta descrita.
03. (TRT 6ª Região, 2012, Analista Judiciário - Área Judiciária) Venus trabalha há quatro meses na Clínica Médica Celta, exercendo as funções de secretária-recepcionista. Durante esse período, a empregada faltou por 25 dias alternados, sem apresentar justificativa legal para estas ausências. Nos dias em que compareceu ao trabalho, Venus frequentemente chegou com alguns minutos de atraso, bem como se esqueceu de agendar duas consultas, sofrendo advertências verbais e por escrito, além de duas suspensões. Nesta situação, a atitude da empregada enseja a rescisão do contrato por justa causa por 
a) abandono de emprego.
b) ato de insubordinação.
c) ato de indisciplina.
d) ato de improbidade.
e) desídia no desempenho das funções.
 
04. (TRT 6ª Região, 2012, Analista Judiciário - Execução de Mandados) Marius foi contratado por prazo indeterminado pela empresa Alfa Contabilidade Empresarial. Após onze meses de trabalho, recebeu um comunicado escrito da sua dispensa sem justa causa, com a determinação para trabalhar durante o período de aviso prévio. Na presente situação, conforme legislação aplicável ao aviso prévio, é correto afirmar:
a) O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, será reduzido de 1 (uma) hora diária, sem prejuízo do salário integral. 
b) É facultado ao empregado faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 7 (sete) dias corridos.
c) Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra parte é obrigada a aceitar a reconsideração.
d) Mesmo que o empregado, durante o prazo do aviso prévio, cometa qualquer das faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, ele não perde o direito ao restante do respectivo prazo. 
e) O reajuste salarial coletivo, determinado no curso do aviso prévio, beneficia o empregado pré-avisado da despedida, salvo na hipótese de ter recebido antecipadamente os salários correspondentes ao período do aviso. 
05. (TRT 6ª Região, 2012, Técnico Judiciário - Área Administrativa) Considere as seguintes verbas: 
I. Saldo de Salário. 
II. Décimo terceiro salário proporcional. 
III. Aviso-Prévio. 
Na rescisãode contrato individual de trabalho por prazo indeterminado em razão da prática de falta grave, falta esta configuradora de justa causa, dentre outras verbas, o empregado NÃO terá direito a indicada APENAS em
a) II e III.
b) I e II.
c) I e III.
d) II.
e) I.
06. (AGU, 2012, Advogado da União) No que se refere a alteração, suspensão, interrupção e extinção do contrato de trabalho, julgue os próximos itens e assinale Verdadeiro ou Falso. 
( ) A suspensão do contrato de trabalho importará na rescisão indireta do contrato de trabalho apenas se for decretada por período superior a sessenta dias.
07. (TRT 4ª REGIÃO, 2012, Juiz do Trabalho) Conforme a lei e a jurisprudência dominante do Tribunal Superior do Trabalho, em caso de rescisão do contrato de trabalho por 
a) morte do empregado, é devido aos herdeiros o pagamento do saldo salarial, aviso prévio, levantamento dos depósitos do FGTS, 13o salário e férias vencidas e proporcionais acrescidas de adicional constitucional, dentre outros direitos. 
b) justa causa, é devido ao empregado o pagamento do saldo salarial e das férias vencidas e proporcionais, acrescidas do adicional constitucional, não sendo possível o saque dos depósitos do FGTS, dentre outros direitos. 
c) por morte do empregador em caso de encerramento das atividades da empresa, é devido ao empregado o pagamento do saldo salarial, aviso prévio, 13o salário, férias vencidas e proporcionais acrescidas do adicional constitucional, dentre outros direitos. 
d) culpa recíproca, é devido ao empregado o pagamento do período de aviso prévio integral, além de 50% do 13osalário e das férias vencidas e proporcionais, acrescidas de adicional constitucional, dentre outros direitos. 
e) dispensa indireta, é devido ao empregado o pagamento do saldo salarial, aviso prévio, férias vencidas e proporcionais, acrescidas do adicional constitucional, 13o salário, não sendo possível o saque dos depósitos do FGTS, dentre outros direitos. 
08. (TRT 23ª REGIÃO, 2011, Juiz do Trabalho) Peixoto, aproveitando-se do seu cargo de confiança, retirou dinheiro do caixa da empresa, de forma continua e reiterada por cerca de 06 meses, sem autorização prévia, para investir em seus negócios. Quando o seu empregador soube do ocorrido, Peixoto lhe disse que tinha a intenção de devolver a quantia equivalente. Sabendo disso, responda:
Top of Form
a) Peixoto poderá ser demitido por justa causa em virtude de sua insubordinação, já que não pediu autorização prévia.
b) Peixoto poderá ser demitido por justa causa em virtude de sua indisciplina, já que não pediu autorização prévia.
c) Peixoto poderá ser demitido por justa causa em virtude de ato de improbidade.
d) Peixoto não poderá ser demitido pois tinha a intenação de devolver a quantia equivalente.
e) Peixoto não poderia ser demitido acaso já tivesse devolvido a quantia equivalente.
09. (TRT 24ª REGIÃO, 2012, Juiz do Trabalho) Observada a jurisprudência e a legislação laboral do rompimento contratual, responda apontando o item INCORRETO. 
Top of Form
a) O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão, do contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de 1 (um) ano de serviço, só será válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho e Previdência Social. Quando não existir na localidade nenhum dos órgãos previstos neste artigo, a assistência será prestada pelo Represente do Ministério Público ou, onde houver, pelo Defensor Público e, na falta ou impedimento deste, pelo Juiz de Paz. 
b) A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio, salvo se indenizado. 
c) Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais. 
d) O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado no ato da homologação da rescisão do contrato de trabalho, em dinheiro ou em cheque visado, conforme acordem as partes, salvo se o empregado for analfabeto, quando o pagamento somente poderá ser feito em dinheiro. 
e) O pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverá ser efetuado nos seguintes prazos: até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato; ou até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão, quando da ausência do aviso prévio, indenização do mesmo ou dispensa de seu cumprimento. 
10. (TRT 24ª REGIÃO, 2012, Juiz do Trabalho) Responda qual das alternativas contêm pelo menos uma hipótese que NÃO AUTORIZA a demissão por justa causa do empregado para o fim do contrato.
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a) ato de improbidade; violação de segredo da empresa. Considera-se justa causa, para efeito de rescisão de contrato de trabalho do empregado bancário, a falta contumaz de pagamento de dívidas legalmente exigíveis. 
b) incontinência de conduta ou mau procedimento. Abandono de emprego. Prática constante de jogos de azar. 
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço. 
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena. 
e) desídia no desempenho das respectivas funções. Ato de indisciplina ou de insubordinação. Ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem.

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