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14/11/2017 1 Avaliação do desempenho e potencial humano Prof. Dr. Luciano Venelli Costa Objetivos • Compreender o papel da avaliação de desempenho em um processo integrado de gestão de pessoas; • Conhecer os diversos métodos e técnicas de avaliação de desempenho; • Refletir sobre as limitações da avaliação de desempenho. Gestão de desempenho Sistema de informações estruturado de forma abrangente e contínua, sob uma perspectiva sistêmica, interessado na produção do conhecimento sobre a relação do homem com o trabalho. (SOUZA et al., 2009, p. 15-16) 3 14/11/2017 2 Desempenho humano É a ação explícita resultante da influência e da dinâmica das variáveis de naturezas distintas, como cultura, clima organizacional, condições de trabalho, possibilidades individuais, competências, atitudes, modelo de gerenciamento do processo produtivo, motivação, entre outros (SOUZA et al., 2009, p. 24). 4 Potencial • “algo, condição ou situação passível de ser desenvolvida” (RESENDE, 2003 apud SOUZA et al., 2009, p. 20). • “útil para a gestão de carreira” (BERGAMINI; BERALDO, 1988 apud SOUZA et al., 2009, p. 21) • “não garante o desempenho futuro. É apenas uma estimativa a ser confirmada pelo processo de avaliação de desempenho” (Ibid., p. 22) 5 GESTÃO DE DESEMPENHO ESPAÇO OCUPACIONAL OU CARGO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO (Potencial) Carreira e remune- ração MERCADO DE TRABALHO AVALIAÇÃO DE DESEMPE- NHO TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DEMISSÃO 14/11/2017 3 Potencial, competência e desempenho • Potencial: nível de facilidade/dificuldade para desenvolver competências; • Competência: capacidade de entregar resultados em certo nível de complexidade dentro de um determinado contexto; • Desempenho: entrega comprovada. 7 GAP de competências (BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001, p. 11) 8 Objetivos da gestão de desempenho Gerir o desempenho significa avaliar a extensão da discrepância, identificar os fatos geradores desta situação e, em seguida, intervir, tomando decisões para eliminar as variáveis constituídas em fontes de problemas, como a delegação incompatível com o perfil de competência, a desmotivação, a ausência de integração, a desestruturação do processo de trabalho, a ausência de nitidez quanto aos propósitos. 9 14/11/2017 4 Estratégia e desempenho 10 BRANDÃO; GUIMARÃES (2001, p. 14) Indicadores de desempenho Os indicadores definem as metas a serem atingidas. Os indicadores devem estar de acordo com as metas organizacionais. As pessoas acabam PRIORIZANDO os indicadores pelos quais serão avaliados. Ex.: ter 75% de presença e média superior a 7,0. 11 Limitações do processo de avaliação • “Os indicadores não refletem toda a minha contribuição” • “Meu chefe só avalia bem os seus amiguinhos” • “Os critérios não são justos” • ... 14/11/2017 5 REFLITA: Como seria o seu desempenho escolar se não houvesse uma nota de corte (7,0)? Avaliação de Desempenho • Focos da avaliação de desempenho; • Ciclo do processo de desempenho; • Ferramentas e práticas mais usuais; • Métodos de avaliação. 14 Focos da avaliação de desempenho • AFERIÇÃO DE POTENCIAL – identificação da capacidade de alguém assumir posições que exijam o entendimento de assuntos mais complexos • DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL – identificação do grau de complexidade do trabalho atribuído ao profissional e as capacidades (CHA) necessárias para sua realização. 15 14/11/2017 6 Focos da avaliação de desempenho • ANÁLISE COMPORTAMENTAL – identificação dos comportamentos observáveis no ambiente de trabalho. • REALIZAÇÃO DE METAS E RESULTADOS – apreciação dos resultados obtidos pelo avaliado em relação a metas previamente negociadas com a organização. 16 METAS E RESULTADOS Objetivos (indicadores) - SMART • Specific (Específicos) – claros e de fácil entendimento; • Measurable (mensuráveis) – permitem quantificação; • Attainable (alcançáveis) – compatíveis com a realidade; • Realistic (realistas) – desafiadores, mas viáveis; • Time bound (temporais) – Devem ser estabelecidos para um determinado período de tempo, com prazo para o cumprimento. 17 AVALIAÇÃO POR COMPETÊNCIAS (desenvolvimento, comportamento e potencial) COMPETÊNCIAS TÉCNICAS COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS NE- GÓ- CIO COMPETÊNCIAS BÁSICAS GERAIS (TODOS) ESPECÍFICAS GERENCIAIS 14/11/2017 7 Requisitos (CHA) e responsabilidades (entregas) por nível de complexidade 1 2 3 Requisitos de acesso (CHA) Responsabilidades - Pós-graduação completa - Experiência de trabalho em pelo menos 3 equipes de projetos - Liderança de equipes - Gestão de interfaces - Resp. total sobre produtos/serviços - 3º grau completo - 3 anos de experiência no mercado de trabalho - Autogerenciamento do trabalho individual - Definição de processos de trabalho - 2º grau completo - Sem experiência - Responsabilidade por tarefas individuais supervisionadas 15 competências de suporte ou comportamentais (Gramigna, 2008) 1. Autodesenvolvimento e gestão do conhecimento 2. Capacidade de adaptação e flexibilidade 3. Capacidade empreendedora 4. Capacidade negocial 5. Comunicação e interação 6. Criatividade e inovação 7. Cultura de qualidade 8. Liderança 15 competências comportamentais 9. Motivação e energia para o trabalho 10. Orientação para resultados 11. Planejamento e organização 12. Relacionamento interpessoal 13. Tomada de decisão 14. Trabalho em equipe 15. Visão sistêmica 14/11/2017 8 GESTÃO DE DESEMPENHO ESPAÇO OCUPACIONAL OU CARGO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO (Potencial) Carreira e remune- ração MERCADO DE TRABALHO AVALIAÇÃO DE DESEMPE- NHO TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DEMISSÃO Avaliação de desempenho S A D NA NA D A S R e qu is ito s de a c e s s o (C HA - c o n h. , ha b. a tit - e e x pe riê n ci a) Atribuições e responsabilidades NA: Não atende D: Em de- senvol- vimento A: Atende S: Supera Rever Promover De se n v. de co m pe tê n ci as Desenvolvimento para o próximo nível de complexidade Desenvolv. de capacidades (CHA) Avaliação x desenvolvimento • Atribuições e responsabilidades • Requisitos de acesso SISTEMA NA – Não atende A – Atende S - Supera 0 10 20 NA A S ESCALA DE AVALIAÇÃO PLANO DE AÇÃO • Foco nas competências • Ações de desenvolvimento • Compromissos de desenvolvimento • Foco nos requisitos • Compromissos de educação e capacitação Ações não formais • Grupos de trabalho • Trabalhos comunitários • Coaching • Estágios • Visitas • Rotação • Autoinstrução PORTFÓLIO DE AÇÕES DE DESENVOLVIMENTO Ações formais • Educação continuada • Treinamento • Educação básica (Dutra, 2002, p. 154) Maior complexidade 14/11/2017 9 AVALIAÇÃO X REMUNERAÇÃO Definição de faixas salariais por nível de complexidade 1 2 3 Faixas salariais 900 1000 1100 1161 1277 1045 NA A SD NA D A S NA Sobreposição de 5% D 1213 Níveis de complexidade Exemplo com sobreposição Avaliação e níveis de complexidade S A D NA NA D A S S A D NA NA D A S 1 2 3 A NA S D A NA D S 1 NA 2 COMO REMUNERAR O DESEMPENHO NÍVEL DE DESENVOL- VIMENTO ESFORÇO COMPORTAMENTO Nível de complexidade da entrega Remuneração fixa Quantidade de empenho para a entrega Remuneração variável Pode ou não afetar seu desenvolvimentoe esforço. Com certeza, afeta o desenvolvimento e o esforço de outros Avaliação 360º reduz subjetividadeNão atrelado à remuneração 14/11/2017 10 REFLITA: Você tem buscado atingir níveis de complexidade superiores no seu trabalho? Avaliação de Desempenho • Focos da avaliação de desempenho • Ciclo do processo de desempenho • Ferramentas e práticas mais usuais • Métodos de avaliação 29 Ciclo do processo de avaliação de desempenho 30 Planeja- mento • Definição de metas (da org., da unidade, do depto. e do indivíduo) • Definição de competências gerais e específicas Acompa- nhamento • Correção de desvios de metas • Registros qualitativos e quantitativos do desempenho Formali- zação • Cálculo das médias ponderadas dos indicadores Utilização prática • Feedback • Decisões pós avaliação (treinamento, promoção etc.) F r e q u ê n c i a 14/11/2017 11 Quem deve avaliar? • Autoavaliação • Gestor • Gestor e avaliado • Pares • Equipe de trabalho • Subordinado (para cima) • Cliente (interno e externo) • Comissão de avaliação de desempenho • Avaliação 360º 31 Métodos tradicionais de avaliação de desempenho • Checklist 32 Fatores Muito bom Bom Regular Fraco Assiduidade Produtividade Relacionamento com o gestor Qualidade do trabalho Iniciativa Métodos tradicionais de avaliação de desempenho • Escala gráfica 33 Competências genéricas 1 2 3 NA Ética Autodesenvolvimento ... Competências comportamentais 1 2 3 NA Comunicação Capacidade de resolução de problemas ... 14/11/2017 12 Métodos tradicionais de avaliação de desempenho • Incidentes críticos 34 Data Incidentes críticos negativos Data Incidentes críticos positivos Métodos tradicionais de avaliação de desempenho • Avaliação forçada • Ranking de empregados • 10% piores • 70% médios • 20% melhores • Ajuda a reduzir a subjetividade (gestores que avaliam todos com notas baixas ou altas). 35 Métodos tradicionais de avaliação de desempenho • Pesquisa de campo 1. Reunião do gestor da área com profissionais ou consultores de RH 2. A avaliação de cada um é feita em discussão do gestor da área com o RH 3. O planejamento do que fazer (plano de ação) é definido com o RH 4. Gestor entrevista avaliado e mostra plano de ação. 5. Gestor e RH avaliam o processo 6. Gestor acompanha o desempenho e o plano de ação. 36 14/11/2017 13 Avaliação 360º Fonte: http://www.sobreadministracao.com/avaliacao -360-graus-o-que-e-e-como-funciona/ Feedback • Feedback é... INFORMAÇÃO • Tem que ser precisa, isenta de qualquer adjetivo ou emoção. • Caso contrário, passa a ser crítica, sugestão, opinião etc. 38 Quando? • Feedback do dia a dia: pontual (“bata o ferro enquanto está quente”). É essencial existir a cultura do “receber feedback”. • Feedback como devolutiva de avaliação: tem uma estrutura forma; deve ser feita pelo gestor (para alta direção, pode ser por um coach externo); 39 14/11/2017 14 Preparo para devolutiva de avaliação • O gestor deve compreender muito bem o instrumento e os objetos apurados pela avaliação e interpretá-los de forma correta e imparcial; e • Dar efetivamente o feedback de forma adequada. 40 Dar e receber feedback Ao dar feedback que visa à mudança de comportamento, a responsabilidade pelo ato a ser corrigido é de total responsabilidade de quem o gerou e não pode ser amenizado por quem dá o feedback (LEME, 2007, p. 47) 41 Welch para Immelt Eu amo você, sou seu maior fã! Mas você é responsável pelo pior ano da empresa. 42 Fonte: https://www.movimentojourney.com/single- post/2017/02/13/Ensinamentos-de-lideran%C3%A7a- com-Jack-Welch-o-gestor-do-S%C3%A9culo-XX 14/11/2017 15 Feedback é sobre o comportamento • Ao dar um feedback POSITIVO sobre um resultado, estamos estimulando o resultado, e não o comportamento que levou àquele resultado. • O mesmo vale para feedback negativo. 43 Feedback corretivo Após um feedback corretivo, focado no comportamento, busque incansavelmente no colaborador que o recebeu um sinal de mudança do seu comportamento. Se não encontrar, faça o papel de orientador. Encontrando, aplique, na primeira oportunidade, um feedback positivo focado no comportamento. 44 Feedback negativo • Feedback corretivo aplicado de maneira errada. • A informação acompanhada de uma emoção negativa, como raiva, ironia etc. 45 14/11/2017 16 Feedback insignificante Ôô, legal isso, hein! Valeu! Se você não enfatiza o comportamento a ser repetido, o feedback é insignificante. 46 Recomendações ao dar feedback • Prepare-se (Dar somente a informação sem emoção) • Focar o comportamento • Seja claro, objetivo e específico (sem rodeios que possam levar a interpretações errôneas) • Hora e local adequado 47 Recomendações ao dar feedback • Evite interrupções • Manter equilíbrio e ser seguro (não é discussão, é informação) • Não dar palpites ou opiniões pessoais 48 14/11/2017 17 Silêncio Muitas vezes não aceitamos o silêncio. Mas ele é importante para que o pensamento tenha prosseguimento. Não deixe que o silêncio dos outros lhe motive a aconselhar. Respeite este tempo. 49 Como receber feedback • Ouça atentamente, não faça interrupções • Lembre-se que comportamento é percepção das outras pessoas • Se não concordar, não discuta, reflita. • Dê abertura • Se não estiver claro, pergunte. • Conclua fazendo um resumo. • Ouça, agradeça e reflita. 50 • BRANDÃO, H. P.; GUIMARÃES, T. DE A. Gestão de competências e gestão de desempenho : tecnologias distintas ou instrumentos de um mesmo construto ? RAE - Revista de Administração de Empresas, v. 41, n. 1, p. 8–15, 2001. • DUTRA, J. S. Gestão de pessoas: modelo, processos, tendências e perspectivas. São Paulo: Atlas, 2002. • GRAMIGNA, M. R. Modelo de competências e gestão de talentos. 2o ed. São Paulo: Pearson Education, 2008. • LEME, Rogério. Feedback: para resultados na gestão por competências pela avaliação 360º. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2007. • SOUZA, V.L. et al. Gestão de desempenho. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2009. Referências
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