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Aula 03 Parte 01

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CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL PARA POLÍCIA FEDERAL E POLÍCIA CIVIL/DF 
1 
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Amigos, 
Chegamos à terceira aula do nosso curso. Sei que uma característica comum entre meus 
alunos é a heterogeneidade. Claro que posso tornar a aula a mais palatável o possível, 
mas não posso deixar de utilizar determinados termos técnico-jurídicos que são 
inerentes ao tema. Entendo as dificuldades dos odontólogos, químicos, farmacêuticos, 
médicos etc, os quais levam mais tempo para “digerir” a aula. 
Devagar e sempre! 
Lembre-se: entenda os exemplos. Eles são a alma da nossa aula. 
Nesta aula trataremos do erro de tipo e das excludentes de ilicitude. Como você já deve 
ter percebido, os institutos tratados em aula são agrupados em sequência didática. Tento 
fugir dos esquemas dos manuais tradicionais e busco o fluxo natural da matéria. É por 
esse motivo que trato do erro de tipo neste momento, logo após falar do “tipo penal”. 
Geralmente, os manuais, em geral, apresentam o “erro de tipo” e o “erro de proibição” 
em um mesmo capítulo. Não quero dizer que é errado, mas não penso ser didaticamente 
o mais apropriado. Portanto, tratarei do “erro de proibição” na culpabilidade, em aula 
futura. 
Ainda não me recuperei do feriado (rsss). Por isso, e para não comprometer a qualidade 
da aula, vou dividi-la em duas partes. A primeira, tratando do “erro de tipo”, publico hoje 
(28/04). A segunda, amanhã (29/04). Isso é muito importante para que eu possa revisar o 
material e atualizá-lo adequadamente. 
Vamos à aula! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ERRO DE TIPO (CPB, art. 20) 
 
Um tema assaz importante nas provas de Direito Penal e que causa certa confusão aos 
candidatos (sem motivo, diga-se) trata-se da TEORIA DO ERRO. Isso ocorre, mormente 
pelo fato de os Manuais de Direito Penal tratarem da matéria na sequencia em que o 
Código Penal a elenca. Como sempre digo, códigos de leis são para organizar normas 
jurídicas e não para ensiná-las. 
 
Legal, vamos ao ERRO DE TIPO. 
 
1. Agora que já aprendemos o significado do termo TIPO PENAL (modelo de conduta 
proibida), podemos compreender que durante o encaixe de uma conduta real ao modelo 
(tipo) pode ocorrer um erro, um tilt. Ou seja, no processo de adequação típica pode 
ocorrer um defeito na formação mental do dolo na cabeça do agente. 
Preste atenção nesta estória! 
Jorge Rogério foi com amigos para uma festa rave. Ao som de muita música eletrônica e 
regado a doses de álcool, ficou no local até a manhã seguinte. Ao retornar, não mais 
encontrou seus amigos, motivo pelo qual resolveu tomar um táxi. Perto de sua residência 
há um supermercado com horário de funcionamento de 24 horas. Aproveitou para 
passar neste local e comprar alguns utensílios para sua casa, além de pão e leite. 
Jorge, um pouco atordoado por ter ficado por várias horas em frente a uma caixa de som 
de 15.000 W de potência, saiu do mercado caminhando em direção ao estacionamento. 
Neste momento, avistou um veículo Lada de cor vermelha. Como possui um carro com 
exatamente as mesas característica, Jorge teve uma confusão mental e imaginou ser seu 
aquele carro estacionado. Ao entrar no veículo, foi surpreendido pelo dono deste, o qual 
estava acompanhado de policiais militares. Jorge foi detido e levado à delegacia. 
Amigos, acreditem ou não! Tal fato ocorreu em um plantão em que trabalhei como 
delegado de polícia. Quando eu ouvi a estória, inicialmente não acreditei. 
 
 
 
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Poxa, mas depois que o sujeito me apresentou os documentos de seu carro, vi que, de 
fato, ele tinha um Lada vermelho idêntico àquele que estava estacionado. 
Caramba, não seria possível que um indivíduo desejasse possuir DOIS LADAS 
VERMELHOS! Um só já é castigo o suficiente! (hehe) 
Caso você não seja do tempo do veículo LADA, dê uma olhada no Google imagens. O 
carro era um FIAT 147 piorado. 
Segundo ficou demonstrado, Jorge acreditou sinceramente que o carro que ele tentou 
retirar do local era de sua propriedade. 
Se analisarmos o tipo (modelo) do furto (art. 155 do CPB) “subtrair coisa alheia”, 
podemos fazer a seguinte indagação: Jorge tinha o dolo de subtrair coisa alheia? 
Entendemos que não. Isso porque ele se equivocou sobre um elemento do tipo de furto, 
qual seja, coisa alheia. Acreditou ele que o alheio fosse próprio. 
 
Neste exemplo está estampado o erro sobre o elemento do tipo, uma vez que o houve UM 
ERRO NO PREENCHIMENTO DO TIPO. 
(FCC - 2010 - TRE-AL ANALISTA JUDICIÁRIO) A dispara seu revólver e mata B, acreditando 
tratar-se de um animal. A respeito dessa hipótese é correto afirmar que se trata de fato 
típico, pois o dolo abrangeu todos os elementos objetivos do tipo. 
 
Resposta: Errado. 
 
Pergunto: Jorge Rogério tinha dolo de subtrair coisa alheia? 
Penso que não. Na verdade, na cabeça dele o carro não era alheio, o que torna a 
adequação ao tipo de furto equivocada. 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO 
w
Observe: 
 
MODELO: SUBTRAIR COISA 
 
ERRO: O AUTOR PENSA QUE O “
 
 
 
 
(CARRO ALHEIO) 
 
2. Bom, se não há DOLO de subtrair o “alheio”, 
 
O ERRO DE TIPO SEMPRE AFASTA O DOLO.
O ERRO DE TIPO SEMPRE AFASTA O DOLO.
O ERRO DE TIPO SEMPRE AFASTA O DOLO.
 
 
DIREITO PENAL PARA POLÍCIA FEDERAL E POL
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SUBTRAIR COISA ALHEIA MÓVEL (furto, art. 155). 
O AUTOR PENSA QUE O “ALHEIO” É DELE. 
 
Bom, se não há DOLO de subtrair o “alheio”, qual a consequência do erro de tipo? 
O ERRO DE TIPO SEMPRE AFASTA O DOLO. 
DE TIPO SEMPRE AFASTA O DOLO. 
O ERRO DE TIPO SEMPRE AFASTA O DOLO. 
Meu 
carro! 
E POLÍCIA CIVIL/DF 
4 
ual a consequência do erro de tipo? 
 
 
 
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5 
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(POLICIA CIVIL_MG_2007) A finalidade precípua do erro de tipo essencial é a de afastar o 
dolo da conduta do agente. 
Resposta: Certo. 
(CESPE - 2010 - TRE-MT - Analista Judiciário – Adaptada) O erro sobre elemento 
constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo e a culpa, podendo o agente, no entanto, 
responder civilmente pelos danos eventualmente ocasionados. 
Resposta: errado. 
 
 
 
O erro de tipo afasta o dolo do autor. Lembre-se, o erro de tipo essencial sempre afasta o 
dolo, seja o erro evitável ou inevitável. 
No erro de tipo, o autor conhece e quer as circunstâncias de ato do tipo legal. Portanto, se 
o erro incide sobre tais circunstâncias haverá a exclusão do dolo. O erro de tipo sempre 
traduz um defeito de conhecimento e se constitui em uma representação ausente e 
incompleta por parte do sujeito ativo. Em síntese, o erro de tipo representa um DEFEITO 
na formação intelectual do dolo, o que exclui seus elementos. 
 
3. ERRO DE TIPO É UM ERRO SOBRE UM DADO DA REALIDADE!!!! 
 
 
Sabe aquele dia que parece que tudo parece dar certo pra você? Então, esse era o dia do 
nosso amigo ASTROGILDO. Estava ele em uma casa noturna com amigos, quando 
percebeu que a mais gata das gatas estava “dando mole” pra ele. 
Pô, o ASTROGILDO não é um cara que podemos classificar como “boa pinta”, sabe? Mas, 
aquele era o seu dia. 
 
 
 
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Percebendo o mole que a gata estava dando, ASTROGILDO resolve se aproximar.Claro, 
porque mulher bonita não paquera, é paquerada. ASTROGILDO se apresenta e iniciam, 
assim, uma conversa. 
Tudo que ASTROGILDO fala, segundo ela, é engraçado, inteligente, espirituoso. 
 Depois de uns drinks, ela diz que está cansada e deseja ir pra casa, mas que já bebeu um 
pouco e que gostaria que ASTROGILDO a levasse para casa. Pede, então, que ele deixe 
seu carro (um Lada vermelho, hehe) e use a Merceds Bens dela. 
Chegam ao apartamento da gata... Música romântica para embalar o namoro... As coisas 
começam a esquentar... As roupas começam a voar... 
Mas, quando ASTROGILDO tira a última peça de roupa da 
gata....................................................................................................................................
................................. 
 
O ERRO DE TIPO É MUUUUITO GRANDE! (HEHE) 
Na cabeça do ASTROGILDO era uma gata, mas, na REALIDADE, a gata era um leão!! 
(hehe) 
 
Brincadeiras à parte, essa é a exata ideia do erro de tipo. Na cabeça do agente o fato é “X” 
(tremenda gata), mas a realidade é “Y” (RONALDO!) 
 
Enfim, o erro de tipo é um erro que incide sobre um dado da realidade, da vida real, 
concreta. Assim, para que um erro incidente sobre um dado da realidade seja considerado 
erro de tipo, é preciso que a situação sobre a qual incidir o erro esteja descrita num tipo 
 
 
 
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penal. A denominação “erro de tipo” deve-se ao fato de que o equívoco do agente incide 
sobre um dado da realidade que se encontra descrito em um tipo penal. 
 
( FCC - 2007 - TRE-MS - Analista Judiciário - Área Administrativa) Considere os exemplos 
abaixo: 
I. Casar-se com pessoa cujo cônjuge foi declarado morto para os efeitos civis, mas estava 
vivo. 
II. Aplicar no ferimento do filho ácido corrosivo, supondo que está utilizado uma 
pomada. 
III. Matar pessoa gravemente enferma, a seu pedido, para livrá-la de mal incurável, 
supondo que a eutanásia é permitida. 
IV. Ingerir a gestante substância abortiva, supondo que estava tomando um calmante. 
Há erro de tipo nas situações indicadas APENAS em 
a) I, II e III. 
b) I e III. 
c) I, III e IV. 
d) II e III. 
e) II e IV. 
Resposta: Letra “E”. 
 
4. O erro de tipo é classificado na doutrina como: 
 
a. evitável, indesculpável ou inescusável: (afasta o dolo, mas permite a punição pelo 
resultado a título de culpa, se previsto em lei). 
b. inevitável, desculpável ou escusável: afasta o dolo e a culpa. 
 
 
 
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(CESPE_JUIZ SUBSTITUTO_TJ_SE_2008) O erro inescusável sobre elemento constitutivo 
do tipo legal de crime exclui o dolo e a culpa, se prevista em lei. 
Resposta: errado. 
 
 
Lembre-se do clássico exemplo em que um caçador vai caçar veados na companhia de um 
amigo dançarino de balé clássico. Este último, querendo pregar uma peça no amigo, 
traveste-se do animal. O caçador, ao ver o amigo saltitante, efetua-lhe um disparo 
mortífero. 
Ao verificar o resultado do disparo, percebe que matou o amigo. O erro incide no elemento 
“alguém” do tipo “matar alguém”. O dolo do caçador foi de matar veado e não uma 
pessoa.1 
 
Se, diante das circunstâncias, chegássemos à conclusão que o caçador poderia ter sido 
mais diligente ao efetuar o disparo, ou seja, que o erro poderia ter sido evitado, o dolo 
ficará afastado (pois o erro de tipo sempre afasta o dolo), mas responderá pelo resultado 
a título de culpa. Caso chegássemos à conclusão de que o erro era inevitável, o caçador 
terá o dolo e a culpa afastados. 
 
OUTROS EXEMPLOS 
 
O erro de tipo nos crimes sexuais – Imagine a hipótese do agente que, em uma casa 
noturna, conheça uma jovem que aparente ter mais de 18 anos. Em animada conversa 
durante a noite, a jovem afirma ter vinte anos e ser estudante universitária. Já pela 
 
1
 Em sala de aula costumo brincar com os alunos: “queria matar o VE, mas acabou matando o VI! 
 
 
 
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w
madrugada, o casal dirige-
seguinte, o agente é procurado por policiais, os quais lhe imputam o crime de estupro, 
uma vez que a jovem tem apenas 13 anos de idade (estupro de vulneráveis). Podemos 
falar que o agente incidiu em er
sexuais com uma jovem maior de idade. Não tinha ele o dolo de manter relações sexuais 
com uma jovem menor de 14 anos. Não responderá, portanto, pelo crime de estupro de 
vulnerável (art. 217-A). 
 
Erro de tipo na lei de drogas (L. 11.343/06) 
uma solicitação de um conhecido para que leve uma quantidade de remédios para um 
parente adoentado em cidade vizinha. Ao ser abordado por policiais durante o trajeto, 
surpreende-se ao saber que o conteúdo das caixas era de cocaína e não de remédios. 
Hipótese de erro de tipo que afasta o dolo de tráfico.
 
 
 
5. *COMO ASSIM, SE “PREVISTO EM LEI”?
 
É UM ERRO SOBRE O FATO REAL, OU SEJA, 
O AGENTE PENSA “X”, MAS A REALIDADE É 
“Y”. 
DIREITO PENAL PARA POLÍCIA FEDERAL E POL
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-se para um motel, local onde mantém relações sexuais. No dia 
seguinte, o agente é procurado por policiais, os quais lhe imputam o crime de estupro, 
uma vez que a jovem tem apenas 13 anos de idade (estupro de vulneráveis). Podemos 
falar que o agente incidiu em erro de tipo, uma vez que acreditou manter relações 
sexuais com uma jovem maior de idade. Não tinha ele o dolo de manter relações sexuais 
com uma jovem menor de 14 anos. Não responderá, portanto, pelo crime de estupro de 
o na lei de drogas (L. 11.343/06) – Imagine a hipótese do agente que atende
uma solicitação de um conhecido para que leve uma quantidade de remédios para um 
parente adoentado em cidade vizinha. Ao ser abordado por policiais durante o trajeto, 
ao saber que o conteúdo das caixas era de cocaína e não de remédios. 
Hipótese de erro de tipo que afasta o dolo de tráfico. 
COMO ASSIM, SE “PREVISTO EM LEI”? 
UM ERRO SOBRE O FATO REAL, OU SEJA, 
O AGENTE PENSA “X”, MAS A REALIDADE É 
“Y”. 
CONSEQUÊNCIA – O ERRO DE 
TIPO SEMPRE, SEMPRE, SEMPRE, 
AFASTA O DOLO. 
ERRO DE TIPO EVITÁVEL (OU 
INDESCULPAVEL OU 
INESCUSÁVEL) - AFASTA DOLO, 
MAS PERMITE PUNIÇÃO POR 
CULPA, SE PREVISTO EM LEI.*
ERRO DE TIPO INEVITÁVEL 
SOMENTE AFASTA DO DOLO E 
CULPA 
E POLÍCIA CIVIL/DF 
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a um motel, local onde mantém relações sexuais. No dia 
seguinte, o agente é procurado por policiais, os quais lhe imputam o crime de estupro, 
uma vez que a jovem tem apenas 13 anos de idade (estupro de vulneráveis). Podemos 
ro de tipo, uma vez que acreditou manter relações 
sexuais com uma jovem maior de idade. Não tinha ele o dolo de manter relações sexuais 
com uma jovem menor de 14 anos. Não responderá, portanto, pelo crime de estupro de 
a hipótese do agente que atende 
uma solicitação de um conhecido para que leve uma quantidade de remédios para um 
parente adoentado em cidade vizinha. Ao ser abordado por policiais durante o trajeto, 
ao saber que o conteúdo das caixas era de cocaína e não de remédios. 
 
O ERRO DE 
TIPO SEMPRE, SEMPRE, SEMPRE, 
AFASTA O DOLO. 
ERRO DE TIPO EVITÁVEL (OU 
INDESCULPAVEL OU 
AFASTA DOLO, 
MAS PERMITE PUNIÇÃO POR 
CULPA, SE PREVISTO EM LEI.*
ERRO DE TIPO INEVITÁVEL -
SOMENTE AFASTA DO DOLO E 
 
 
 
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CLARO, PORQUE HÁ CRIMES QUE NÃO ADMITEM A MODALIDADE CULPOSA, COMO O 
DANO, O FURTO, O ROUBO, ABORTO, ENTREOUTROS. 
( CESPE - 2004 - Polícia Federal - Delegado de Polícia - Nacional) O médico Caio, por 
negligência que consistiu em não perguntar ou pesquisar sobre eventual gravidez de 
paciente nessa condição, receita-lhe um medicamento que provocou o aborto. Nessa 
situação, Caio agiu em erro de tipo vencível, em que se exclui o dolo, ficando isento de 
pena, por não existir aborto culposo. 
Resposta: correto 
 
 
E COMO SEI QUE UM CRIME ADMITE OU NÃO A MODALIDADE CULPOSA? 
O ÚNICO JEITO DE SABER É LENDO A LEI. É ELA QUE VAI DIZER SE O CRIME ADMITE OU 
NÃO A MODALIDADE CULPOSA (PRINCÍPIO DA EXCEPCIONALIDADE DO CRIME CULPOSO). 
PENSE NA SITUAÇÃO EM QUE O AGENTE SAI DE UM RESTAURANTE E LEVA O GUARDA-
CHUVA DE UM TERCEIRO. NA CABEÇA DELE O OBJETO É SEU (X), MAS NA REALIDADE O 
OBJETO É DE TERCEIRO (Y). 
OCORRE QUE O GUARDA-CHUVA DO SUJEITO É CINZA, MAS O QUE ELE LEVOU, POR 
DISTRAÇÃO, ERA PRETO. ORA, ESSE ERRO PODERIA SER EVITADO PELO NOSSO AMIGO. 
RESULTADO: ERRO EVITÁVEL AFASTA O DOLO (NÃO RESPONDE POR FURTO). DEVERIA 
ELE RESPONDER POR CULPA, MAS NÃO EXISTE FURTO CULPOSO. 
UAI, PROFESSOR, ENTÃO ELE NÃO VAI SER APENADO? 
NÃO! 
SERIA DIFERENTE SE NOSSO AMIGO TIVESSE ATIRADO EM SEU FILHO (X), PENSANDO QUE 
É UM LADRÃO QUE ENTRA NA CASA À NOITE (Y). 
 
 
 
 
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NESTE CASO, SE FICAR DEMONSTRADO QUE O PAI PODERIA TER EVITADO O ERRO, 
RESPONDERÁ ELE POR HOMICÍDIO CULPOSO DO FILHO, POIS O CÓDIGO PENAL PREVÊ A 
MODALIDADE CULPOSA PARA O HOMICÍDIO. 
B) ERRO DE TIPO INEVITÁVEL (DESCULPÁVEL OU ESCUSÁVEL) – QUALQUER PESSOA 
COMETERIA O MESMO ERRO SE TIVESSE NA POSIÇÃO DO AGENTE. ESSE ERRO AFASTA O 
DOLO (COMO SEMPRE), E AFASTA TAMBÉM A CULPA. 
 
NESTE PONTO, PRESTE ATENÇÃO EM UMA COISA! EU DISSE QUE O ERRO DE TIPO 
INEVITÁVEL AFASTA A CULPA! 
 
DÊ UMA OLHADA NESTA QUESTÃO DE CONCURSO: 
 
(CESPE_Advogado Júnior_CEF_2006) O erro de tipo é aquele que recai sobre os 
elementos ou circunstâncias do tipo, excluindo-se o dolo e, por conseqüência, a 
culpabilidade. 
 
EXCLUINDO O QUÊ? A CULPABILIDADE? NÃO, ERRADO! O ERRO DE TIPO ESCUSÁVEL OU 
DESCULPÁVEL EXCLUI A CULPA, NÃO A CULPABILIDADE. 
 
LEMBRE-SE CULPA É UMA FORMA DE CONDUTA. A CONDUTA PODE SER DOLOSA OU 
CULPOSA (DOLO OU CULPA). CULPABILIDADE É OUTRA COISA. CULPABILIDADE É UM 
DOS ELEMENTOS DO CRIME. 
 
Muito bem. Com o estudo do erro de tipo, terminamos o estudo do fato típico. A partir 
deste momento, iniciamos o estudo da ilicitude (ou antojuridicidade). 
 
 
 
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6. Outras espécies de erros (erros acidentais ou secundários) 
 
a. Erro determinado por terceiro: médico, querendo matar paciente, entrega injeção 
com substância mortífera para que a técnica em enfermagem, desconhecedora da conduta 
daquele, aplique na vítima. No caso, somente o médico responderá pelo crime (responde 
pelo crime o terceiro que determina o erro, art. 20, § 2°). 
b. Erro sobre a pessoa: josé, querendo matar Tadashi, confunde-se e mata o irmão 
daquele, Takashi. O juiz vai aplicar a pena considerando todas as circunstância de José ter 
matado a vítima que pretendia matar (Tadashi). O erro quanto à pessoa contra a qual o 
crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou 
qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime 
(art. 20, § 1º). 
c. Erro de execução (aberratio ictus): José, querendo matar João, mata Maria que 
passava na rua. No caso, foi atingida pessoa diversa daquela que o agente queria atingir 
(desvio de golpe). Julga-se o fato como se tivesse sido a pessoa visada (art. 20, § 3º). Se 
ambas forem atingidas, aplica-se o concurso formal (uma só pena com aumento). 
d. Resultado diverso do pretendido (aberratio delicti): José joga pedra em uma 
vitrine, mas atinge pessoa que está atrás. No caso, o agente, por erro, lesa bem ou 
interesse diverso do pretendido. Responde por culpa, se couber crime culposo. Haverá 
concurso formal se ocorrer, também o resultado pretendido (arts. 70 e 74). 
e. Erro sobre o nexo causal (aberratio causae): José, querendo matar João afogado, 
lanaça-o de cima de uma ponte. Durante a queda, João acaba por bater a cabeça na 
pilastra e morre de traumatismo craniano. A responsabilidade de José não é afastada, pois 
“considera-se causa a ação ou omissão (jogar da ponte) sem a qual o resultado não teria 
ocorrido”. 
f. Dolo Geral (hipótese particular de erro sobre o nexo causal): o místico russo 
Rasputin (Grigoriy Yefimovich Rasputin , místico russo, nasceu dia 22 de 
janeiro de 1869 em Pokrovskoie, Tobolsk e foi assassinado no dia 29 de 
dezembro de 1916 aos 47 anos em Petrogrado, atual São Petersburgo) foi uma figura 
influente no final do período czarista da Rússia, tendo sido assassinado de forma curiosa: 
primeiro ele foi envenenado num jantar, porém sua úlcera crônica fê-lo expelir todo o 
veneno, posteriormente teria sido fuzilado atingido por um total de onze tiros, tendo no 
entanto sobrevivido; foi castrado e continuou vivo, somente quando foi agredido e o 
atiraram inconsciente no rio Neva ele morreu, não pelos ferimentos, mas afogado.Existe 
um relato de que, após o seu corpo ter sido recuperado, foi encontrado água nos pulmões, 
 
 
 
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dando apoio à ideia de que ele ainda estava vivo quando jogado no rio parcialmente 
congelado. 
No dolo geral, o agente julga consumado o crime, mas, na realidade, a consumação só 
acontece depois depois, em decorrência de outros atos praticados. O agente responde 
pela resultado final, o qual estaria envolto em um só dolo (o dolo geral). 
 
Não confundir DOLO GERAL de DOLO GENÉRICO. O segundo, refere-se ao dolo existente 
em todos os crimes dolosos em contraposição ao dolo específico, existente em alguns 
tipos, conforme vimos em aula anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. (FCC - 2010 - TRE-AL ANALISTA JUDICIÁRIO) A dispara seu revólver e mata B, 
acreditando tratar-se de um animal. A respeito dessa hipótese é correto afirmar que se 
trata de fato típico, pois o dolo abrangeu todos os elementos objetivos do tipo. 
 
COMENTÁRIO: trata-se de hipótese clássica de erro de tipo. No caso, o dolo do agente 
não abrangeu todos os elementos do tipo “MATAR ALGUÉM”. O dolo foi de matar um 
animal e não de matar alguém (que não deixa de ser um animal, mas tudo bem!). 
 
GABARITO: ERRADO 
 
 
2. (POLICIA CIVIL_MG_2007) A finalidade precípua do erro de tipo essencial é a de afastar 
o dolo da conduta do agente. 
 
COMENTÁRIO: o erro de tipo essencial sempre afasta o dolo. Caso o erro seja inevitável, 
afastará, também, a culpa. 
 
GABARITO: CERTO 
 
 
 
 
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3. ( CESPE - 2010 - TRE-MT - Analista Judiciário – Adaptada) O erro sobre elemento 
constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo e a culpa, podendo o agente, no entanto, 
responder civilmente pelos danos eventualmente ocasionados. 
COMENTÁRIO: o erro sobre o elemento do tipo (erro de tipo) sempre afasta o dolo, mas 
não afasta a culpa se for evitável. No último caso, poderá haver responsabilizaçãocivil 
(perdas e danos). 
GABARITO: ERRADO 
 
4. ( FCC - 2007 - TRE-MS - Analista Judiciário ) 
Considere os exemplos abaixo: 
 
I. Casar-se com pessoa cujo cônjuge foi declarado morto para os efeitos civis, mas estava 
vivo. 
 
II. Aplicar no ferimento do filho ácido corrosivo, supondo que está utilizado uma 
pomada. 
 
III. Matar pessoa gravemente enferma, a seu pedido, para livrá-la de mal incurável, 
supondo que a eutanásia é permitida. 
 
IV. Ingerir a gestante substância abortiva, supondo que estava tomando um calmante. 
 
Há erro de tipo nas situações indicadas APENAS em 
a) I, II e III. 
b) I e III. 
c) I, III e IV. 
 
 
 
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d) II e III. 
e) II e IV. 
COMENTÁRIO: 
No primeiro item não erro de tipo, uma vez que a morte, para o Direito, se prova 
documentalmente. Não irá modificar a situação jurídica se a pessoa estiver fisicamente 
viva, uma vez que está morta para o Direito. A não ser que haja nova decisão judicial que 
anule a morte civil. 
No segundo caso, houve ausência de dolo da mãe por falsa percepção da realidade (erro 
de tipo). 
O terceiro item trata de hipótese de erro de proibição. Veremos na próxima aula que no 
erro de proibição o agente age acreditando que o faz conforme o direito, mas este lhe 
vira as costas (erro sobre a ilicitude do fato). 
No terceiro caso, houve ausência de dolo da gestante por falsa percepção da realidade 
(erro de tipo). 
GABARITO: E 
 
5. (CESPE_JUIZ SUBSTITUTO_TJ_SE_2008) O erro inescusável sobre elemento constitutivo 
do tipo legal de crime exclui o dolo e a culpa, se prevista em lei. 
COMENTÁRIO: vimos que o erro de tipo inescusável (indesculpável, evitável) afasta o dolo, 
mas permite a punição culposa, se previsto em lei. 
GABARITO: E 
 
 6. ( CESPE - 2004 - Polícia Federal - Delegado de Polícia - Nacional) 
O médico Caio, por negligência que consistiu em não perguntar ou pesquisar sobre 
eventual gravidez de paciente nessa condição, receita-lhe um medicamento que provocou 
 
 
 
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o aborto. Nessa situação, Caio agiu em erro de tipo vencível, em que se exclui o dolo, 
ficando isento de pena, por não existir aborto culposo. 
COMENTÁRIO: de fato, se o médico Caio receita medicamente abortivo, não sabendo da 
condição da mulher gestante por ser negligente, há erro de tipo, que, no caso, poderia ser 
evitado. Deveria responder por aborto culposo, mas não existe essa possibilidade na lei 
penal brasileira. 
GABARITO: CERTO 
 
7. ( CESPE - 2011 - TRE-ES - Analista Judiciário) Erro de pessoa é o mesmo que erro na 
execução ou aberratio ictus. 
 
COMENTÁRIO: no erro sobre a pessoa, o agente confunde-se sobre a pessoa contra quem 
dirige sua ação. No erro de execução (aberratio ictus), ele dirige sua ação contra a pessoa 
correta, mas erra o golpe, atingindo pessoa diversa. Apesar de serem institutos diferentes, 
os efeitos são semelhantes. Ou seja, o juiz considerará, para fins de aplicação de pena, a 
pessoa que se pretendia atingir e não a efetivamente atingida. 
GABARITO: Errado 
 
8- ( VUNESP - 2011 - TJ-SP - Juiz) Analise as proposições seguintes. 
 
 
I. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas não permite 
a punição por crime culposo, ainda que previsto em lei. 
COMENTÁRIO: o erro de tipo, quando evitável, permite a punição por culpa. 
 
II. Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. 
 
 
 
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COMENTÁRIO: é exatamente o que determina o art.20, § 2º do CPB. 
 
III. O desconhecimento da lei é inescusável, mas o erro sobre a ilicitude do fato, se 
inevitável, poderá diminuir a pena de um sexto a um terço. 
COMENTÁRIO: o desconhecimento da lei é, de fato, indesculpável. O erro sobre a ilicitude 
do fato (erro de proibição), como veremos, afasta a culpabilidade, se invencível. Se 
vencível, diminui a pena. 
 
IV. O desconhecimento da lei é considerado circunstância atenuante. 
COMENTÁRIO: sim, conforme o art. 65, II do CPB. 
 
V. Se o fato é cometido sob coação irresistível, só é punível o autor da coação. 
COMENTÁRIO: a coação moral irresistível afasta a culpabilidade do coagido, como 
veremos. No caso, somente o autor da coação responde pelo ato. 
 
 
Assinale as proposições corretas. 
a) I, II e V, apenas. 
b) II, III e IV, apenas. 
c) II, IV e V, apenas. 
d) I, II e III, apenas. 
e) II, III e V, apenas. 
 
GABARITO: C 
 
 
 
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 9. (UPENET - 2010 - SERES-PE) Considere a seguinte situação: 
 
Policiais militares ingressaram num coletivo que ia do município de Salgueiro para o 
Município de Arcoverde, ambos no sertão pernambucano, e relataram aos passageiros que 
haviam recebido informe no sentido de que algum daqueles passageiros estaria 
transportando significativa quantidade da substância entorpecente de uso proscrito, 
popularmente conhecida por cocaína. Alguns passageiros, voluntariamente, passaram a 
exibir suas bagagens. O passageiro "X" exibiu sua bagagem, e os policiais militares 
constataram que ele trazia consigo duas embalagens de talco, em cujo interior havia 400g 
(quatrocentos gramas) da droga pesquisada. O passageiro foi preso e autuado em 
flagrante, na delegacia de polícia local, onde afirmou que não tinha conhecimento de que 
transportava cocaína, pois pensava que, nas embalagens, havia talco e que sua irmã "Y" 
teria arrumado as malas. 
 
Diante disso e considerando a teoria finalista da ação, assinale a alternativa CORRETA. 
a) Constatada a veracidade da alegação de "X", ele deverá ser absolvido, porque sua 
conduta caracterizaria erro de tipo essencial e seria atípica. 
b) Constatada a veracidade da alegação de "X", ele deverá ser absolvido, porque sua 
conduta caracterizaria erro de proibição inevitável e haveria a exclusão da culpabilidade. 
c) Constatada a veracidade da alegação de "X", ele deverá ser absolvido, porque sua 
conduta caracterizaria erro de proibição inevitável e seria atípica. Nesse caso, "Y" seria 
responsabilizada por tráfico de entorpecentes. 
d) Ainda que seja verdadeira a alegação de "X", ele deverá ser condenado por crime de 
tráfico de entorpecentes (Lei nº 11.343/2006). Nesse caso, "Y" também seria co-
responsabilizada pelo mesmo crime. 
e) Ainda que verdadeira a alegação de "X", ele deve ser condenado, pois a Lei nº 
11.343/2006, ao equiparar o tráfico de entorpecentes aos crimes hediondos (Lei nº 
8.072/90), estabelece, também, a responsabilidade penal objetiva. 
COMENTÁRIO: trata-se de exemplo típico de erro de tipo, afastador do dolo. Como não 
existe tráfico de drogas na modalidade culposa, o agente deve ser absolvido. 
GABARITO: A 
10. ( CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE DIREITO) Incorrendo o 
agente em erro de tipo essencial escusável ou inescusável, excluir-se-á o dolo, mas 
permanecerá a culpa caso haja previsão culposa para o delito. 
 
 
 
 
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COMENTÁRIO: o erro de tipo escusável afasta o dolo e culpa, mas o inescusável, 
permite a punição por culpa. 
 
GABARITO: errado.CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL PARA POLÍCIA FEDERAL E POLÍCIA CIVIL/DF 
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QUESTÕES 
 
1. (FCC - 2010 - TRE-AL ANALISTA 
JUDICIÁRIO) A dispara seu revólver e 
mata B, acreditando tratar-se de um 
animal. A respeito dessa hipótese é 
correto afirmar que se trata de fato 
típico, pois o dolo abrangeu todos os 
elementos objetivos do tipo. 
2. (POLICIA CIVIL_MG_2007) A finalidade 
precípua do erro de tipo essencial é a de 
afastar o dolo da conduta do agente. 
3. ( CESPE - 2010 - TRE-MT - Analista 
Judiciário – Adaptada) O erro sobre 
elemento constitutivo do tipo legal de 
crime exclui o dolo e a culpa, podendo o 
agente, no entanto, responder 
civilmente pelos danos eventualmente 
ocasionados. 
4. ( FCC - 2007 - TRE-MS - Analista 
Judiciário ) 
Considere os exemplos abaixo: 
 
I. Casar-se com pessoa cujo cônjuge foi 
declarado morto para os efeitos civis, 
mas estava vivo. 
 
II. Aplicar no ferimento do filho ácido 
corrosivo, supondo que está utilizado 
uma pomada. 
 
III. Matar pessoa gravemente enferma, a 
seu pedido, para livrá-la de mal 
incurável, supondo que a eutanásia é 
permitida. 
 
 
IV. Ingerir a gestante substância 
abortiva, supondo que estava tomando 
um calmante. 
 
 
Há erro de tipo nas situações indicadas 
APENAS em 
a) I, II e III. 
b) I e III. 
c) I, III e IV. 
d) II e III. 
e) II e IV. 
5. (CESPE_JUIZ 
SUBSTITUTO_TJ_SE_2008) O erro 
inescusável sobre elemento constitutivo 
do tipo legal de crime exclui o dolo e a 
culpa, se prevista em lei. 
 
 
 
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 6. ( CESPE - 2004 - Polícia Federal - 
Delegado de Polícia - Nacional) 
O médico Caio, por negligência que 
consistiu em não perguntar ou pesquisar 
sobre eventual gravidez de paciente 
nessa condição, receita-lhe um 
medicamento que provocou o aborto. 
Nessa situação, Caio agiu em erro de 
tipo vencível, em que se exclui o dolo, 
ficando isento de pena, por não existir 
aborto culposo. 
 
7. ( CESPE - 2011 - TRE-ES - Analista 
Judiciário) Erro de pessoa é o mesmo 
que erro na execução ou aberratio ictus. 
8- ( VUNESP - 2011 - TJ-SP - Juiz) Analise 
as proposições seguintes. 
 
I. O erro sobre elemento constitutivo do 
tipo legal de crime exclui o dolo, mas 
não permite a punição por crime 
culposo, ainda que previsto em lei. 
II. Responde pelo crime o terceiro que 
determina o erro. 
III. O desconhecimento da lei é 
inescusável, mas o erro sobre a ilicitude 
do fato, se inevitável, poderá diminuir a 
pena de um sexto a um terço. 
IV. O desconhecimento da lei é 
considerado circunstância atenuante. V. 
Se o fato é cometido sob coação 
irresistível, só é punível o autor da 
coação. 
Assinale as proposições corretas. 
a) I, II e V, apenas. 
b) II, III e IV, apenas. 
c) II, IV e V, apenas. 
d) I, II e III, apenas. 
e) II, III e V, apenas. 
9. (UPENET - 2010 - SERES-PE) Considere 
a seguinte situação: 
 
Policiais militares ingressaram num 
coletivo que ia do município de Salgueiro 
para o Município de Arcoverde, ambos 
no sertão pernambucano, e relataram 
aos passageiros que haviam recebido 
informe no sentido de que algum 
daqueles passageiros estaria 
transportando significativa quantidade 
da substância entorpecente de uso 
proscrito, popularmente conhecida por 
cocaína. Alguns passageiros, 
voluntariamente, passaram a exibir suas 
bagagens. O passageiro "X" exibiu sua 
bagagem, e os policiais militares 
constataram que ele trazia consigo duas 
embalagens de talco, em cujo interior 
havia 400g (quatrocentos gramas) da 
droga pesquisada. O passageiro foi preso 
e autuado em flagrante, na delegacia de 
polícia local, onde afirmou que não tinha 
conhecimento de que transportava 
cocaína, pois pensava que, nas 
embalagens, havia talco e que sua irmã 
"Y" teria arrumado as malas. 
 
Diante disso e considerando a teoria 
 
 
 
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finalista da ação, assinale a 
alternativa CORRETA. 
a) Constatada a veracidade da alegação 
de "X", ele deverá ser absolvido, porque 
sua conduta caracterizaria erro de tipo 
essencial e seria atípica. 
b) Constatada a veracidade da alegação 
de "X", ele deverá ser absolvido, porque 
sua conduta caracterizaria erro de 
proibição inevitável e haveria a exclusão 
da culpabilidade. 
c) Constatada a veracidade da alegação 
de "X", ele deverá ser absolvido, porque 
sua conduta caracterizaria erro de 
proibição inevitável e seria atípica. 
Nesse caso, "Y" seria responsabilizada 
por tráfico de entorpecentes. 
d) Ainda que seja verdadeira a alegação 
de "X", ele deverá ser condenado por 
crime de tráfico de entorpecentes (Lei nº 
11.343/2006). Nesse caso, "Y" também 
seria co-responsabilizada pelo mesmo 
crime. 
e) Ainda que verdadeira a alegação de 
"X", ele deve ser condenado, pois a Lei 
nº 11.343/2006, ao equiparar o tráfico 
de entorpecentes aos crimes hediondos 
(Lei nº 8.072/90), estabelece, também, a 
responsabilidade penal objetiva. 
10. ( CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL 
TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE 
DIREITO) Incorrendo o agente em erro 
de tipo essencial escusável ou 
inescusável, excluir-se-á o dolo, mas 
permanecerá a culpa caso haja previsão 
culposa para o delito.

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