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QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO UNOPAR

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Unidade 1 - QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 
Um dos maiores desafios do mundo contemporâneo é a qualidade de vida no trabalho. 
Há uma grande relação entre a vida dos indivíduos e os resultados das organizações, 
portanto, são duas realidades que devem ser levadas em consideração dentro do 
planejamento estratégico das empresas. 
As organizações modernas vivem em um novo sistema, a globalização. Neste sentido 
outro desafio se vê a frente, ou seja, a competitividade e a busca por resultados. Neste 
novo formato, a relação “trabalhador e empresa” também teve que se adaptar a uma 
nova realidade. Na agitação contemporânea e na busca rápida por resultados os 
funcionários passaram a trabalhar sobre pressão, cobranças etc. exigindo-se, porém, 
uma atenção maior das empresas na qualificação e preservação do capital humano. 
Nasce aqui a necessidade de se investir em programas de qualidade de vida no trabalho 
(QVT). 
“A QVT baseia-se em uma visão integral das pessoas, que é o chamado enfoque 
biopsicossocial. O enfoque biopsicossocial das pessoas origina-se da medicina 
psicossomática, que propõe a visão integrada, ou holística, do ser humano” 
MAXIMIANO (2000, p.498). 
Considerando que a existência física e espiritual da empresa é decorrente da ação das 
pessoas. Elas são as únicas responsáveis pela qualidade ou não e neste sentido é o 
capital humano um dos fatores mais importantes de preocupação das empresas 
modernas. 
Num passado recente os gestores de recursos humanos se viam constantemente a frente 
de uma situação conflitante, reter os funcionários e preservar consequentemente os 
talentos. Numa época que as empresas não se importavam com as pessoas e o foco era 
diretamente no lucro, na mais-valia. 
“As organizações mantinham os empregados num processo de submissão e, mesmo 
ganhando mal, eles continuavam trabalhando”, relembra o coordenador do curso de 
gestão estratégica de pessoas do Ibmec de Brasília, Pedro Paulo Carbone. “Os contratos 
de trabalho eram quase vitalícios.” Na década de 90, porém, foi iniciada a mudança 
dessa relação. Com a abertura do mercado brasileiro, a concorrência estrangeira, o 
Plano Real e a crise da Ásia, vieram também as grandes reestruturações empresariais. 
Foi o tempo dos downsizings e da reengenharia. “Os funcionários foram demitidos sem 
entender o porquê, quebrando a confiança até então mantida pelos patrões”, explica 
outro professor de gestão de pessoas, Francisco Ramirez, do Insper. Aos que ficavam, 
os patrões avisavam faça o trabalho de quanto puder, e eu garanto o seu mesmo salário. 
Os departamentos com 30 pessoas ficaram com quatro ou cinco. Para cada um que 
deixava o trabalho, abria um vazio maior na corporação, e a necessidade de repor 
passou a ser urgente (DINIZ; SENDIN, 2011, p.21, grifos do autor). 
 
Diante desses fatores os questionamentos começaram a surgir em torno do modelo que 
até então prevalecia na gestão de pessoas. Percebia-se que a mão de obra tinha 
interferência em vários setores, tanto na sustentabilidade da empresa quanto até mesmo 
na nação como um todo. 
A partir daí os Recursos Humanos mudaram o seu papel nas empresas e passaram a ter 
um novo foco. Uma nova trajetória corporativa foi traçada. 
ASPECTO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 
De acordo com Diniz; Sendin (2011) pode-se relacionar alguns aspectos referentes às 
novas tendências sobre o que mudou nos sete principais pilares da gestão de pessoas nos 
últimos anos impactando os processos de recursos humanos e ao mesmo tempo 
aprimorando os programas de qualidade de vida no trabalho. 
 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 
 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO 
 RESPONSABILIDADE SOCIAL 
 SUCESSÃO 
 SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA 
 REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS 
 ATRAÇÃO, SELEÇÃO, RETENÇÃO. 
Vamos entender alguns desses aspectos e compreender os caminhos e as novas 
tendências que levam à satisfação dos colaboradores no ambiente de trabalho. 
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 
Se antes a avaliação de desempenho era ligada à produção e ao controle do indivíduo: 
Cumprimento de horário, metas e assiduidade. O processo era sigiloso e isolado. O 
funcionário não podia discordar nem se defender do julgamento e os resultados não 
interferiam na remuneração ou no seu desenvolvimento. Qual foi o primeiro passo para 
a evolução? O feedback. Vejamos o que diz Diniz; Sendin (2011, p.22): 
Hoje, explica Eduardo Faro, gerente da consultoria em capital humano 
PricewaterhouseCoopers, a avaliação virou gestão de desempenho, com foco no 
indivíduo. Vale o que ele entrega (meta), mas também como entrega (comportamento) 
e, em alguns casos, como o da Whirlpool, passou a valer também quanto ele tentou 
(esforço). Diferentemente do que ocorria lá atrás, quando a avaliação era um processo 
pontual, hoje o funcionário é acompanhado, ouvido e aconselhado pelo gestor 
constantemente. E o resultado dessa atividade vai impactar seu destino na empresa. 
É importante observar que Feedback e Avaliação de desempenho são duas ferramentas 
importantes para o equilíbrio dos colaboradores das grandes empresas, porém distintas. 
Qual é a diferença? 
Quando se trata de avaliação de desempenho, referimo-nos às informações concretas, 
visíveis que vai proporcionar uma assimilação mais direcionada às suas ações dentro da 
empresa, proporcionando consequentemente o crescimento e o desenvolvimento tanto 
do indivíduo enquanto pessoa quanto de suas funções, ou seja, neste caso a avaliação de 
desempenho é mais ampla e é observada a partir de uma trajetória concluída. Por outro 
lado, o feedback tem como base o cotidiano do colaborador, a interação se dá em 
movimento contínuo e diário. Podemos considerar essas ações como mais um avanço do 
processo, as avaliações passaram a ser democráticas. 
O significado de feedback é utilizado em teorias da Administração de Empresas, 
quando é dado um parecer sobre uma pessoa ou grupo de pessoas na realização de 
um trabalho com o intuito de avaliar o seu desempenho. É uma ação que revela os 
pontos positivos e negativos do trabalho executado tendo em vista a melhoria do 
mesmo. 
 
 
TREINAMENTO DE DESENVOLVIMENTO 
Sobre o treinamento e o desenvolvimento a grande ênfase são as ferramentas 
tecnológicas. Já houve um tempo em que as empresas treinavam seus funcionários de 
forma totalmente mecanicista. Treinavam para mexer numa máquina, num computador 
sem ter em mãos os avanços tecnológicos que temos hoje. A rapidez proporcionada pela 
tecnologia principalmente pela internet deu um novo rumo na forma de treinamento e 
capacitação das pessoas. Com os cursos on line foi possível treinar várias pessoas ao 
mesmo tempo e com muito mais rapidez. Esta agilidade foi a grande força impulsora 
das especializações. 
Mas a parte técnica é suficiente para formar um profissional adequado nas 
empresas? 
O grande avanço está na inteligência emocional, pois não basta trabalhar apenas a parte 
técnica, mas também a parte comportamental das pessoas. É neste contexto que 
aparecem os processos de coaching, mentoring, counselling e os exercícios de 
autoconhecimento. 
Vamos entender cada um desses processos? 
COACHING - Primeiramente é preciso entender que as técnicas e ferramentas 
utilizadas no coaching não são originadas de uma única ciência, mas sim de diversas 
ciências. Portanto podemos chamar de cocktail, ou seja, é a junção de recursos 
utilizados em diversas áreas do conhecimento dentre elas estão 
a Sociologia, Psicologia e a neurociência. É de grande importância a sua utilização na 
administração de empresas assim como no esporte e na gestão de recursos humanos. 
O Coaching é uma forma eficaz de conquistar qualidade de vida, pois no ritmo frenético 
de desenvolvimento econômicoe tecnológico e os interesses empresariais em buscar 
cada vez mais resultados e competir acirradamente com as demais instituições do 
mercado, contraditoriamente acaba por interferir no setor mais importante para a 
realização deste objetivo, O CAPITAL HUMANO. Neste sentido as empresas precisam 
dar uma atenção especializada com o foco nas pessoas se pretendem vencer todas as 
etapas em busca de seus ideais. A qualidade de vida no trabalho não combina com 
estresse, depressão, insatisfação profissional que são reflexos das exigências da vida 
moderna. 
O que fazer para obter qualidade de vida ao nosso cotidiano Em meio a esse quadro 
nebuloso há uma saída que vem sendo procurada por um número crescente de 
pessoas: o coaching. Ele dará ao indivíduo uma abertura de consciência e percepção de 
toda a realidade a sua volta. Assim, ao invés de se queixar, a pessoa pode se esforçar 
para encontrar o rumo de uma vida mais bem sucedida(SOCIEDADE BRASIELRIA 
DE COACHING, 2012, p. 01). 
MENTORING - Também é uma forte ferramenta utilizada pelas empresas para o 
desenvolvimento de pessoal cujo objetivo é melhorar o desempenho e capacitar 
transferindo experiência dos mais especializados para os que estão começando na vida 
profissional. 
Mentoring é o nome do processo de transposição de conhecimento, realizado com a 
ajuda de um mentor – profissional que irá estimular o desenvolvimento de um 
profissional em início de carreira, cargo ou novo em uma determinada corporação. O 
mentor normalmente é alguém que está na mesma empresa e área que o profissional e 
em um cargo superior. É uma espécie de espelho em que o funcionário visualiza seu 
crescimento, por isso, ele mesmo será responsável por essa escolha ou poderá ser 
orientado pelo RH para tomar a melhor decisão. (TEIXEIRA, 2012, p. 01). 
COUNSELLING - Nesta ferramenta temos a alto ajuda, ao auxiliar o outro, procura-se 
criar um encorajamento e fazer com que a pessoa ajude a si mesma. É uma forma de 
encontrar recursos livres para a solução de conflitos através da história de vida do 
sujeito procurando remover todos os obstáculos do caminho. Ou seja, permite esclarecer 
sobre a própria vida da pessoa e consequentemente seus problemas. Desta maneira 
ativa-se a iniciativa e a responsabilidade da pessoa envolvida neste processo. 
O que é Mentoring? 
Mentoring é uma espécie de tutoria onde um profissional mais velho e mais experiente 
orienta e compartilha com profissionais mais jovens, que estão iniciando no mercado de 
trabalho ou numa empresa, experiências e conhecimentos no sentido de dar-lhes 
orientações e conselhos para o desenvolvimento de suas carreiras. Estas orientações vão 
desde o âmbito pessoal até o profissional (MARQUES, 2013, p.01). 
Estas ferramentas são importantes no auxilio ao grande desafio enfrentado pelas 
empresas e pelos profissionais envolvidos no desenvolvimento das pessoas dentro das 
organizações. Pois além de criar meios de orientações para melhorar a carreira e ao 
mesmo tempo de vida de acordo com as habilidades de cada profissional ainda precisa 
conciliar com os objetivos e as necessidades das empresas. Portanto os processos de 
orientação profissional como Coaching, mentoring e counselling são excelentes 
ferramentas para superar os desafios presentes no cotidiano das empresas e das pessoas. 
EXERCÍCIOS DE AUTOCONHECIMENTO 
Um dos primeiros passos para que possamos ter uma considerável qualidade de vida é 
nos conhecermos de fato. Quem realmente somos? Pois somente assim poderemos 
entender as nossas falhas, as nossas dificuldades e buscar o melhor caminho para o 
nosso verdadeiro “eu”. 
Como podemos nos conhecer? Autoconhecimento envolve: o desejo sincero de se 
conhecer, estando dispostos a identificar os aspectos positivos tanto quanto os 
negativos. E esse é um dos motivos de muitas pessoas temerem se conhecerem: medo 
do que podem encontrar dentro de si. Não é possível se conhecer sem identificar as 
máscaras que todos nós usamos. Você pode dizer: eu não tenho máscaras! E eu digo: 
todos nós temos, desde muito pequenos, pois é um processo que acontece independente 
de nossa vontade, é inconsciente. (ZAGO, 2013, p. 01). 
Quando as máscaras começam a se formar? 
Quando por medo, desenvolvemos os mecanismos de defesas. E isso começa logo cedo, 
ainda na fase de criança (entre 6 e 7 anos). A partir daí vamos aos poucos distanciando 
de quem realmente somos e criamos de forma gradativa uma máscara que vai aos 
poucos desfazendo da nossa verdadeira existência. 
Com o passar dos anos, caso não venhamos a nos acomodar na nossa forma criada e 
tenhamos ainda força para refletir sobre o que realmente somos, então, é possível 
percebermos o quanto distanciamos daquilo que está por trás da máscara. 
 
 
 
 
 
 
 
 
VAMOS ENTENDER A DIALÉTICA DO COMPROTAMENTO HUMANO? 
 
Neste quesito, introduzimos o que chamamos de “dialética do comportamento”, uma 
analogia comparada à “dialética de Karl Marx”. 
Como funcionam a TESE, a ANTÍTESE e a SÍNTESE na dialética do comportamento? 
A TESE é a situação atual da pessoa humana somada às manias, hábitos que o 
indivíduo adquiriu na vida, sejam na família, no trabalho, com os amigos, na igreja, na 
escola etc. Diante desta realidade, o indivíduo criou em sua própria essência uma 
resistência e vícios de comportamentos, o que o torna em suas concepções uma pessoa 
altamente conhecedora e experiente. A ANTÍTESE, como o próprio nome fala ANTI/ 
TESE, ou seja, é a negação da tese, portanto, é o momento que cada sujeito começa 
indagar, questionar até que ponto o que eu falo é correto considerando a forma de 
pensar e agir? Será que a forma de pensar e agir não são em sua totalidade formada 
pelas manias e hábitos adquiridos e restritos somente à minha concepção de vida? Neste 
caso não estamos agindo como se o mundo estivesse apenas em nosso arredor? Não 
estamos sendo egocêntricos? Neste momento é quando paramos para refletir sobre nos 
mesmos, sobre nossas atitudes. Será que realmente estou sempre certo? Neste conflito 
entre a TESE e a ANTÍTESE surge a SÍNTESE, que é o resultado desta contradição. 
Um novo “EU” surge, é neste momento que deparamo-nos com a questão da alteridade, 
estar no lugar do outro, entender também a realidade do outro. 
Assista ao vídeo “Qualidade de Vida no Trabalho” e entenda mais sobre as questões que 
envolvem a vida dos trabalhadores na sociedade moderna. 
Durante o vídeo você percebeu e se atentou para as informações sobre os 
acontecimentos decorridos das novas tendências nas organizações e das mudanças do 
mundo moderno o que se propõe a necessidade da (QVT) - Qualidade de Vida no 
Trabalho. 
RESPONSABILIDADE SOCIAL 
Muitas empresas entendem como ser responsável socialmente o simples fato de fazer 
uma doação, doar agasalhos, uma cesta básica e outras condições básicas que são na 
verdade isoladas se considerarmos todo o planejamento estratégico da empresa. Na 
verdade nesses termos, o que as empresas praticam é a filantropia. A Responsabilidade 
Social é uma evolução desta e só pode existir efetivamente se praticado com ética e 
transparência. O objetivo de qualquer projeto de Responsabilidade Social é a 
Sustentabilidade, condição contínua de desenvolvimento que pensa tanto na geração 
atual como nas gerações futuras. Estando estas também na condição de viver com 
qualidade de vida. 
As mudanças ocorridas na modernidade e as condições ambientais das organizações 
forçaram a saírem de uma visão tradicional na forma de administrar se deslocando para 
uma visão mais humanística, ou seja, o foco no ser humano, nas pessoas. O mercado 
exige das organizações cada vez mais o exercício da cidadania. 
Na atualidade asempresas precisam se preocupar com os possíveis danos ambientais 
decorrentes do impacto provocado pelos seus produtos. A grande ênfase que se dá à 
Responsabilidade Social é que não basta apenas apoiar o desenvolvimento da 
comunidade e preservar o meio ambiente. Isto não é suficiente para identificar uma 
empresa como responsável socialmente. Uma empresa cidadã pressupõe uma atuação 
eficaz em duas dimensões: a gestão de responsabilidade interna e gestão de 
responsabilidade externa. Isso significa que é necessário investir no bem-estar de seus 
empregados, seus dependentes e ao mesmo tempo constituir um ambiente de trabalho 
saudável, entre outros. Na próxima unidade iremos entender com mais profundidade 
sobre o conceito de Responsabilidade Social e Sustentabilidade. 
SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 
A modernidade e sua agitação compartilhada com os avanços da tecnologia, tudo isso 
influenciou na saúde e na qualidade de vida das pessoas. No passado poucas pessoas 
tinham celulares, e-mails, computadores, notebooks e outras formas de comunicação. 
Portanto tirar férias era realmente distanciar do mundo do trabalho. Atualmente é quase 
impossível se distanciar totalmente devido às facilidades de comunicação e às novas 
responsabilidades impostas pelo mundo moderno e as novas tendências. 
A tecnologia mudou radicalmente o conceito de qualidade de vida e a forma como esse 
assunto é tratado nos corredores coorporativos. Nunca houve tanto programa de saúde 
como agora. Para benefício do empregado? Há controvérsias. “O que vejo acontecer é 
que as companhias pressionam os funcionários e depois colocam os programas como 
paliativos tornando todos mais resistentes”, diz Ana Maria Rossi, presidente da Isma-
Brasil, instituição internacional que estuda qualidade de vida. [...] Se voltarmos mais na 
linha de tempo, na década de 1980, a preocupação com a saúde nas organizações 
limitava-se a oferecer boas condições de trabalho, para não afetar a produtividade 
(DINIZ; SENDIN, 2011, p.26). 
A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) tem sido nos últimos anos difundida 
principalmente no Brasil. Quando falamos em qualidade de vida estamos dialogando 
com diversos fatores como motivação, satisfação dos colaboradores, saúde e segurança 
no trabalho, as boas condições ambientais de trabalho entre outras. 
Qualidade de vida no trabalho significa a auto realização humana do colaborador, da 
mesma maneira há uma integração no ambiente de trabalho entre os gestores e os 
colaboradores, o que chamamos de administração participativa. Nesta interação entre os 
superiores, e os colegas de trabalho devem estar focadas as necessidades de cada um no 
ambiente produtivo. O trabalhador passa mais tempo no ambiente de trabalho do que 
em sua casa, portanto cabe aos gestores proporcionar um ambiente saudável e 
satisfatório gerando um clima familiar de compreensão e satisfação entre todos os 
colaboradores. 
A qualidade de vida no trabalho hoje pode ser definida como uma forma de pensamento 
envolvendo pessoas, trabalho e organizações, onde se destacam dois aspectos 
importantes: a preocupação com o bem-estar do trabalhador e com a eficácia 
organizacional; e a participação dos trabalhadores nas decisões e problemas do trabalho. 
Muito se tem falado sobre a qualidade de vida no trabalho. Mas a satisfação no trabalho 
não pode estar isolada da vida do indivíduo como um todo. Segundo Rodrigues (1994, 
p.93), “Os empregados que possuem uma vida familiar insatisfatória tem o trabalho 
como o único ou maior meio para obter a satisfação de muitas de suas necessidades, 
principalmente, as sociais”. Assim, o trabalho assume dimensões enormes na vida do 
homem (MORETTI, 2013, p. 2, grifos do autor). 
A busca pela Qualidade de Vida no Trabalho não é recente, a preocupação do homem 
tem sido constante desde sua existência. Provavelmente apareceram em outras formas 
de demonstração, mas sempre dentro de um mesmo contexto, voltada para facilitar ou 
trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execução de sua tarefa. 
 
 
REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIO 
Como podemos ligar a qualidade de vida com o tema “Remuneração e Benefício”? 
Embora um determinado trabalho possa ser um motivo de satisfação, em que o 
trabalhador possa se encontrar nele, é preciso que haja uma contraposição ou ainda uma 
contraprestação/compensação. Esta poderá ser financeira ou não. Pois a qualidade de 
vida não está no trabalho em si, mas nas possibilidades de satisfazer as suas 
necessidades básicas que estão externas ao trabalho. Neste sentido as pessoas passam a 
ter prazeres e incentivos nas suas ações, considerando que passam mais tempo no local 
de trabalho do que fora dele. 
A compensação financeira de forma direta são os salários, os bônus, as premiações e 
comissões e as consideradas indiretas são os serviços sociais oferecidos como as férias, 
gratificações e participações de resultados entre outros. É a soma do salário direto com 
o indireto que irão determinar a remuneração do trabalhador. 
Paralelamente à remuneração vem um fator importante que irá agregar satisfação em 
todo o processo produtivo, são as recompensas não financeiras. 
Quais são as recompensas não financeiras? 
São os fatores que vão apresentar orgulho pelo trabalho, autoestima, reconhecimento e 
segurança no trabalho, pois o trabalhador não pode ser reconhecido pela empresa apenas 
como o produtor de mais-valia, mas sim, um colaborador dentro de uma administração 
participativa. Aqui está a gestão de Responsabilidade Social Interna que mencionamos 
anteriormente, a necessidade de se investir no bem-estar de seus empregados, seus 
dependentes e ao mesmo tempo constituir um ambiente de trabalho saudável, entre 
outros. É nesta forma de administrar uma empresa que haverá diretamente um melhor 
desempenho das organizações e o bem-estar de seus colaboradores. Segundo Mausbach 
(2013, p. 01). “Dessa forma entende-se por sistema de compensação o conjunto de 
recompensa que a organização estabelece para remunerar e recompensar as pessoas que 
nela trabalham” 
Conceitos de saúde e segurança no trabalho 
Quais são os aspectos que determinam a saúde e suas variáveis? De acordo com a 
Organização Mundial da Saúde pode-se entender como sendo o estado de bem-estar, 
neste sentido podendo ser físico, psicológico e até mesmo social. Considerando este 
contexto entende-se que saúde no trabalho não significa apenas ausência de doença, 
sendo, portanto, bem mais amplo em que os trabalhadores alcancem um grau de saúde 
que lhes permita conseguir uma vida social e economicamente produtiva, conseguindo 
satisfazer suas necessidades básicas, aquelas que estão explicitas na Constituição 
Federal. 
Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas 
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, 
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes 
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para 
qualquer fim (SILVA, 2005, p. 01). 
Considere-se também conforme Chiavenato (2000, p. 438), 
O conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para 
prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer 
instruindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas. 
Pois muitas são as causas de acidente no trabalho ora pela irresponsabilidade da 
empresa, ora pelo ato inseguro do próprio trabalhador. 
Ato inseguro é a maneira pela qual o trabalhador se expõe consciente ou 
inconscientemente a riscos de acidentes. Em outras palavras é o tipo de comportamento 
que leva ao acidente. 
Assista ao vídeo “Ato Inseguro”e entenda mais sobre as questões que envolvem aos 
atos inseguros responsáveis pela maior parte dos acidentes. 
 
 
 
 
 
Unidade 2 – RESPONSABILIDADE SOCIAL 
A LEI DIZ: 
Todo cidadão tem direito à igualdade social 
E o que temos Hoje? 
Uma desigualdade sem limites, com uma população passando fome enquanto outra 
parte vivendo em abundância. Neste sentido percebe-se um distante consenso entre a 
teoria e a prática. As nossas leis, e principalmente a Constituição Brasileira considerada 
uma das melhores do mundo, mas que apresenta um desconexo com a realidade. 
E uma pergunta se faz presente? 
Considerando o que diz Emile Durkheim sobre a função social das instituições podemos 
entender de certa forma o valor e a importância do conceito de Responsabilidade Social 
Empresarial. 
O pensamento de Durkheim marcou decisivamente a Sociologia contemporânea. Em 
1893 publicou sua tese de doutoramento, intitulada De la Division du Travail Social, 
(Da Divisão Social do Trabalho) estudo em que aborda a interação social entre os 
indivíduos que integram uma coletividade maior: a sociedade. 
É necessária, para viver em sociedade, a comunicação, a integração, a Solidariedade. 
Este último representa a forma pela qual a sociedade é coesa, uma vez que cada 
especialidade depende de outra para sobreviver. Durkheim compara a Sociedade ao 
Corpo Humano. 
Qual a relação entre o corpo “humano” e o corpo “sociedade” pensado por 
Durkheim? 
 
É partindo deste contexto que vamos procurar entender o conceito de Responsabilidade 
Social. Este conceito exige do corpo social uma integração, solidariedade entre os 
indivíduos e grupos, entre as instituições públicas e privadas. E antes de tudo, ética e 
transparência. É preciso entender que Responsabilidade Social não é uma filantropia, 
não ocorre ao acaso. Está no planejamento estratégico das empresas. A 
Responsabilidade Social tem como objetivo principal, a sustentabilidade, ou seja, a 
empresa responsável socialmente tem como meta, não fazer apenas uma doação, ou o 
marketing empresarial, tentando apenas melhorar sua imagem perante a população e os 
stakeholders, embora esta atitude tenha retorno positivo à sua existência enquanto 
empresa preocupada com o seu entorno. A filantropia foi apenas a primeira etapa de um 
processo de evolução até chegar ao estágio que se apresenta a Responsabilidade Social. 
Como surgiu este conceito? Veremos conforme menciona Duarte; Torres (2012, p. 6), 
Muito se fala atualmente sobre a temática Responsabilidade Social e suas implicações. 
Mas o que é esse conceito? O que ele engloba? O que influenciou o seu surgimento? As 
primeiras manifestações da temática surgiram, no início do século, em trabalhos de 
Charles Eliot (1906), Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916). No entanto, tais 
manifestações não receberam apoio, pois foram consideradas de cunho socialista. Foi 
somente em 1953, nos Estados Unidos, com o livro Social Responsabilities of the 
Businessman, de Howard Bowen, que o tema recebeu atenção e ganhou espaço. Na 
década de 70, surgem associações de profissionais interessados em estudar o 
tema: American Accouting Association eAmerican Institute of Certified Public 
Accountants. É a partir daí que a responsabilidade social deixa de ser simples 
curiosidade e se transforma em um novo campo de estudo (DUARTE; TORRES, 2012, 
p. 6, grifos do autor). 
Partindo deste contexto mostramos as diferenças entre as empresas que desenvolvem 
esta ideia e as que não desenvolvem a partir de duas realidades empresariais a seguir: 
 
É partindo deste contexto que vamos procurar entender o conceito de Responsabilidade 
Social. Este conceito exige do corpo social uma integração, solidariedade entre os 
indivíduos e grupos, entre as instituições públicas e privadas. E antes de tudo, ética e 
transparência. É preciso entender que Responsabilidade Social não é uma filantropia, 
não ocorre ao acaso. Está no planejamento estratégico das empresas. A 
Responsabilidade Social tem como objetivo principal, a sustentabilidade, ou seja, a 
empresa responsável socialmente tem como meta, não fazer apenas uma doação, ou o 
marketing empresarial, tentando apenas melhorar sua imagem perante a população e os 
stakeholders, embora esta atitude tenha retorno positivo à sua existência enquanto 
empresa preocupada com o seu entorno. A filantropia foi apenas a primeira etapa de um 
processo de evolução até chegar ao estágio que se apresenta a Responsabilidade Social. 
Como surgiu este conceito? Veremos conforme menciona Duarte; Torres (2012, p. 6), 
Muito se fala atualmente sobre a temática Responsabilidade Social e suas implicações. 
Mas o que é esse conceito? O que ele engloba? O que influenciou o seu surgimento? As 
primeiras manifestações da temática surgiram, no início do século, em trabalhos de 
Charles Eliot (1906), Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916). No entanto, tais 
manifestações não receberam apoio, pois foram consideradas de cunho socialista. Foi 
somente em 1953, nos Estados Unidos, com o livro Social Responsabilities of the 
Businessman, de Howard Bowen, que o tema recebeu atenção e ganhou espaço. Na 
década de 70, surgem associações de profissionais interessados em estudar o 
tema: American Accouting Association e American Institute of Certified Public 
Accountants. É a partir daí que a responsabilidade social deixa de ser simples 
curiosidade e se transforma em um novo campo de estudo (DUARTE; TORRES, 2012, 
p. 6, grifos do autor). 
Partindo deste contexto mostramos as diferenças entre as empresas que desenvolvem 
esta ideia e as que não desenvolvem a partir de duas realidades empresariais a seguir: 
Os tempos são outros e o que era uma ação de competitividade no passado já não tem 
nenhum valor na contemporaneidade. Atualmente ser competitivo é se conscientizar das 
questões sociais presentes e agir de forma responsável na busca de soluções em que não 
somente as empresas se beneficiem, mas também todos os stakeholders são valorizados 
nesta ação. O foco na solidariedade é que significa atualmente ser competitivo. 
Refletiremos primeiramente a análise das instituições “irresponsáveis socialmente”. Em 
outras palavras as que não são responsáveis socialmente. Muitas das instituições 
públicas e privadas ainda não conseguiram assimilar a necessidade e a importância de 
serem responsáveis socialmente. Aproveitam da temática para se alto promoverem. 
A Responsabilidade Social para algumas das empresas públicas e privadas tem o 
mesmo significado dos benefícios sociais criado pelos Gestores Públicos. Neste caso, os 
benefícios sociais aparecem como frutos do trabalho dos governantes. 
O que se indaga é se os benefícios sociais ao assumirem esta forma, (como benefícios), 
são realmente dádivas do Poder Público? 
Vejamos o que diz Iamamoto (1997, p. 107, tradução nossa, grifo nosso): 
Assim, parte do valor criado pelas classes trabalhadoras e apropriado pelo Estado e 
pelas classes dominantes é redistribuída à população sob a forma de serviços, entre os 
quais se encontram os serviços assistenciais, de provisão e "sociais" em sentido amplo. 
É assim que tais serviços em sua realidade sustencial, não são mais que uma forma 
transfigurada de porção de valor criado pelos trabalhadores e apropriado pelos 
capitalistas e pelo Estado que devolve para a sociedade (e em especial aos 
trabalhadores, que mais fazem uso) sob a forma transfigurada de serviços sociais 
reafirmando tais serviços, públicos ou privados, não são mais que a devolução às 
classes trabalhadoras de porção mínima do produto criado por elas, porém não 
apropriado, sob uma nova roupagem: a dos serviços os benefícios sociais. No 
entanto, ao assumir esta forma,aparecem como foram sanados e oferecidos ao 
trabalhador pelo poder político diretamente e pelo capital como expressão da fase 
humanitária do estado e da empresa privada. Dos diversos serviços sociais previstos em 
políticas sociais específicas são a expressão de conquistas das classes trabalhadoras em 
sua luta por maiores condições de trabalhos e de vida, que são consubstanciadas e 
ratificadas através da legislação social e laboral. 
Se o que é devolvido à classe trabalhadora são fruto de suas próprias criações e que não 
foram apropriadas e como diz Iamamoto: “voltam a elas sob uma nova roupagem: a dos 
serviços e benefícios sociais”. É preciso entender que os benefícios sociais não é uma 
dádiva do poder político, mas fruto do trabalho da população. No caso do Gestor 
Público, é a sua obrigação devolver à classe trabalhadora o que lhes pertencem. Não é 
ele o Gestor que produz as riquezas. Portanto, A Responsabilidade Social deve ser o 
conceito de primeira linha nas ações governamentais. E na mesma linha de pensamento 
nas empresas públicas e privadas 
As empresas precisam, de forma direta ou indireta, dos recursos naturais para a 
realização de sua produção. Pergunta-se: De quem são os recursos naturais? Das 
empresas? Não, os recursos que estão disponibilizados na natureza pertencem à 
sociedade, no entanto, as empresas apropriam-se delas para a devida transformação 
enquanto matéria-prima, criando seus produtos e obtendo lucros com elas. Neste caso, o 
que deve ser cobrado é pelo trabalho de transformação dos recursos naturais e seu 
respectivo valor de uso. Neste contexto, entende-se que cada empresa deve dar um 
retorno da mesma proporção em forma de benefícios, tanto ao social quanto ao meio 
ambiente. Por quê? – Porque ao extrair a matéria-prima da natureza as empresas criam 
gradativamente um passivo ambiental, e consequentemente acabam por trazerem 
graves problemas aos indivíduos. É a sociedade que sofre as consequências da ação 
industrial. 
Quando falamos de ação industrial, não estamos se referindo apenas à questão da 
transformação da matéria prima, mas toda a trajetória e os impasses decorrentes desta 
ação como, por exemplo, a poluição, as doenças, e a contribuição para a efetiva escassez 
cada vez mais presente desses recursos que não são propriedades das empresas 
industriais, mas, de toda a sociedade e à biodiversidade. 
Poder-se-iam dizer que esta obrigação seria apenas das indústrias por estarem 
diretamente ligadas às transformações? Necessariamente não, pois se considerarmos que 
o comércio também contribui para a contínua extração dos produtos naturais, então elas, 
as empresas comerciais também tem além das obrigações sociais ou o cumprimento de 
suas funções sociais, também tem que ser responsável socialmente, ou seja, cumprir 
com a sua parte colaborando com o sistema social e ambiental. Além de cumprirem com 
as determinações constitucionais como veremos mais a frente. 
Numa ação inversa, poderiam dizer que as pessoas tem uma parcela de culpa, por 
consumirem cada vez mais os produtos industrializados. De certa maneira a obrigação 
de contribuir com a sociedade e do meio ambiente não pertence somente às empresas, 
sendo também responsabilidade de todas as instituições sociais, de todo corpo 
individual e coletivo da sociedade. No entanto acrescenta-se ai a grande 
responsabilidade do capitalismo e do mundo globalizado que incentivam o consumo 
acelerado. O que está em jogo, não é a acusação de responsabilidades, mas a 
conscientização de cada instituição social quanto ao seu dever de contribuir para a 
qualidade de vida da sociedade atual e da geração futura. 
Neste sentido, nos dias atuais as empresas não mais se limitam a administrar os recursos 
econômicos, técnicos e humanos com vista apenas à preservação de sua lucratividade e 
preservação institucional. Como podemos verificar no que menciona Amaral (2013, p. 
01): 
A teoria da empresa foi amplamente utilizada no novo Código Civil Brasileiro, adotado 
como direito da empresa. Este código, ainda, unificou o direito civil e o comercial, 
revogando parcialmente o direito comercial de 1850, adotando como premissa os 
valores constitucionais normatizados no texto da Constituição Federal de 1988 como 
fundamentos interpretativos, corroborando para a constitucionalização ou publicização 
do direito privado. Diante desta discussão surge o princípio da função social da empresa 
como premissa fundante do novo contexto social basificado, solidificado e 
materializado pela Carta Constitucional que promove a empresa não apenas como um 
meio para a obtenção de lucro para o empresário, mas, também, como agente sujeito de 
direito e deveres para com sociedade, podendo ser responsabilizada por seus atos ou 
omissões que venham a prejudicar todos aqueles que de alguma forma integram sua 
cadeia produtiva. 
Além da importância e do reconhecimento da responsabilidade das empresas em relação 
à sociedade, percebe-se que atualmente o capital humano juntamente com o capital 
natural são tão importantes quanto o lucro da empresa, pois são eles os trabalhadores 
que as produzem. Portanto, as empresas socialmente responsáveis têm esta consciência 
e retribuem, começando pela Responsabilidade Social interna. 
 
Responsabilidade Social cuidando de seu entorno, da população, mas não tem o mesmo 
comportamento interno, o cuidado com o ambiente de trabalho, com os funcionários etc. 
significa dizer que o que se pratica na verdade não é necessariamente o que entendemos 
pelo conceito de Responsabilidade Social. Pois, há uma grande possibilidade de estar 
caracterizado neste sentido o marketing empresarial com pretensões de alta promoção, 
ou seja, melhorar a imagem da empresa perante a comunidade do entorno. Porque ser 
Responsável socialmente, é ter comportamento ético e transparência nas ações 
praticadas. O que significa também que o respeito e o cuidado começa pelo público 
interno, o principal responsável pelo projeto de Responsabilidade Social em realização 
pela empresa interna ou externa. 
Para que a administração seja realmente democrática, parte daqui a conscientização de 
que todas as partes interessadas no processo empresarial devem estar de acordo; todos 
osstakeholders ligados direta ou indiretamente são elementos essenciais ao 
planejamento estratégico da empresa. 
Vamos assistir ao Vídeo “As Organizações e a Responsabilidade Social” e atentarmos 
para o propósito da Responsabilidade Social. Pensar sobre uma nova forma de 
administrar em que se contemplam todos os seus stakeholders diretos e indiretos. 
As organizações e a responsabilidade Social 
A apresentação do vídeo ilustra de forma clara e precisa a relação entre Estado, empresa 
e sociedade civil e alguns fatores que estão relacionados com a necessidade de se criar 
articulações dinâmicas entre os setores: públicos, privados e somá-los aos esforços das 
ONGs para ajudar a encontrar respostas para as emergentes questões sociais. 
1 – Ciclo para o Desenvolvimento Sustentável da empresa 
 
Para que o ciclo continue é preciso haver um equilíbrio entre todos os setores, mas 
principalmente a preservação do capital natural e humano. São estes os fatores para a 
boa saúde da empresa e do corpo social. 
QUAL A DIFERENÇA ENTRE RESPONSABILIDADE SOCIAL E FUNÇÃO 
SOCIAL? 
Primeiro é importante entender que cuidar do bom ambiente da empresa, pagar em dia 
seus funcionários, os impostos e os benefícios estipulados em leis, não significa 
necessariamente Responsabilidade Social nos termos deste conceito. Ou seja, a função 
social da empresa são termos constitucionalizados, portanto, uma obrigação social. 
O que é o termo “constitucionalização”? Segundo Amaral (apudCORTIANO JUNIOR, 
2007, p. 217, grifos do autor): 
O fenômeno da constitucionalização é a transição dos princípios básicos do direito, seja 
ele privado, penal, trabalhista, etc., para a Constituição, “assumindo o lugar até então 
privilegiadamente ocupado pelo Código Civil, transformando-se em satélite do Sistema 
Constitucional”, e tomando para si os valores fundamentais. Então, valores como a 
justiça, a segurança, a liberdade, a igualdade, a vida, a propriedade, o contrato, etc., 
passam a ser de domínio do texto constitucional. 
“Sabe-se que a palavra “empresa” surgiu no direito francês, em meio à descrição dos 
atos de comércio no art. 632 do código comercial de 1807” (REQUIÃO, 2008, p. 52, 
apud AMARAL, 2013, p. 01). Enquanto empresa, sua marca e objetivo principal é o 
lucro, cuja obrigação é fornecer ao mercado os bens e serviços que foram 
consequentemente criados pela força de trabalho, matéria-prima, capital e tecnologia. 
É claro que, ao considerar a instituição empresarial pelo conceito econômico de 
empresa, não está incorreta entender o objetivo único de obtenção de lucro aos seus 
sócios. 
Entretanto, segundo Menjivar, (2008, p. 208): a empresa “deve assumir posições como 
agentes transformadores da sociedade, assumindo papéis para coibir ações que possam 
prejudicar seu público, seus clientes, seus fornecedores e a sociedade em que está 
estabelecida”. 
Segundo ainda Amaral (2013, p. 01) se referindo à empresa: 
Ou seja, esta deve ser vista como um meio ao empresário, não apenas obter lucros 
incomensuráveis, mas também deve respeitar os princípios gerais basilares do direito 
contidos no texto constitucional, como a dignidade da pessoa humana no tratamento de 
seus empregados, seus clientes e fornecedores. Respeito às leis ambientais, às do 
consumidor, às trabalhistas, e tributárias, dentre outras que estiverem ligadas ao respeito 
à coletividade, e não somente ao empresário. A função social da empresa não se reduz a 
meras ações voluntárias de empresários que as utilizam visando a sua promoção, o 
seu marketing institucional diante dos olhos da sociedade consumerista para assim 
construir uma realidade favorável a seus interesses. Sendo assim, como o empresário 
não depende apenas de si próprio para o desenvolvimento de sua atividade empresarial, 
mas, também, de empregados a movimentar a máquina, dos clientes para consumir seus 
produtos ou utilizar seus serviços, dos fornecedores para obter matéria-prima, deve, 
além de obter lucros, realizar serviços sociais que beneficiem a toda esta sociedade. 
Há diferença entre Responsabilidade Social da Empresa ou cidadania empresarial 
e função social? 
Vejamos o que diz Amaral (2013, p. 01): 
A quem diga que há diferença entre responsabilidade social da empresa ou cidadania 
empresarial e função social da empresa. A primeira consiste em atos voluntários ou 
espontâneos do empresário, sem que haja qualquer coercibilidade legal, enquanto a 
segunda incide diretamente na atividade empresarial de modo cogente, por meio da 
imposição legal e, principalmente, constitucional. Ainda pode-se citar outra diferença 
residente na limitação objetiva da função social da empresa, cujas balizas se encontram 
nos elementos que a constituem, por meio de seu objeto contido no contrato social. Isto 
é a empresa exercerá a função social dentro dos limites de seu objeto empresarial. De 
outro lado a responsabilidade social tende para a realização de ações que transpassam o 
objeto social e nele não se encontram, sendo apenas benéficas para a sociedade. 
A importância dessas ações está ligada ao atendimento das condições atuais do 
mercado, voltado para o meio ambiente, aos consumidores, e ao respeito à coletividade 
como diferencial, para destacar-se e manter-se nesse mercado. Para concluir a respeito 
da Função Social da empresa entende-se segundo (SCHELIGA, 2009, p. 103): 
[...] o de construir uma sociedade livre, justa e solidária (art. 3,I), também o de garantir 
o desenvolvimento nacional e erradicar a pobreza, a marginalização e de reduzir as 
desigualdades sociais (art. 3º, II e III), também promover o bem de todos sem 
preconceito de origem, raça, sexo cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação 
(art. 3º IV), além disso, temos a busca pelos valores sociais do trabalho e o grandioso 
Principio da Dignidade da Pessoa Humana (art. 1º, III e IV). 
Em outras palavras comenta Amaral (2013, p. 01) “a empresa cumprirá a sua função 
social se estiver cumprindo e respeitando um ou, porque não, todos os princípios acima 
elencados”. 
PASSIVO AMBIENTAL 
Quando falamos em passivo ambiental, referimo-nos a todas as obrigações que as 
instituições de forma geral têm com a natureza considerando principalmente que é dela 
que se extrai a matéria prima. Neste sentido as obrigações são com a natureza e a 
própria sociedade. O objetivo é a constituição de uma nova cultura socioambiental 
responsável; de forma paralela aos passivos ambientais gerados pelas empresas, devem 
ser estimulados também os investimentos na mesma proporção como uma compensação 
dos impactos gerados pelas mesmas. 
No sistema contábil, o “passivo” é um termo que designa a obrigação da empresa para 
com terceiros. Essas obrigações são adotadas mesmo sem a ocorrência de cobrança, seja 
ela formal ou legal. No caso do passivo ambiental, menciona (FARIA, 2012, p. 01): 
Passivo ambiental pode ser definido como qualquer obrigação da empresa relativos aos 
danos ambientais causados por ela, uma vez que a empresa é a responsável pelas 
consequências destes danos na sociedade e no meio ambiente. Na prática, o passivo 
ambiental corresponde ao valor referente aos custos com a manipulação e tratamento de 
áreas contaminadas, resíduos, multas e outros custos advindos da não observância da 
legislação ambiental e de cuidados com o meio ambiente, assim como os custos 
relacionados ao atendimento das normas e certificações, incluindo, segundo algumas 
definições, a responsabilidade pela preservação de unidades de conservação (embora 
possa parecer contraditório), e o próprio dano físico causado (como um rio poluído, uma 
erosão, etc.). Enfim, passivo ambiental é igual a obrigação e custos. 
Atualmente está crescente a elaboração de políticas que permitam a conciliação da 
atividade econômica com a proteção ambiental, ainda que em um primeiro momento 
pareça inviável conciliar essa dualidade. 
Brown (2003, p. 4) comenta que “a economia está em conflito com o ecossistema 
existente”. Basta observar as notícias diárias publicadas nos principais meios de 
comunicação, noticiando a depredação e o esgotamento de ecossistemas necessários 
para a manutenção da vida em determinadas regiões. 
As decisões políticas e o desenvolvimento industrial estão quase sempre baseados em 
planejamento e ganhos econômicos de curto prazo, que não levam em conta os 
verdadeiros custos quanto à saúde das populações e o ambiente. A dívida externa drena 
os já escassos recursos dos países pobres. O ser humano pensa em ganhar no presente, 
mas não toma atitudes sérias para preservar o ambiente e deixá-lo em boas condições 
para o futuro. 
Há ainda a preocupação com a comercialização de produtos nocivos à saúde das pessoas 
e animais, que além de tudo, prejudicam o meio ambiente. Com o objetivo de evitar a 
disseminação desse tipo de substâncias, a Organização Mundial da Saúde e o Programa 
das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP) devem redobrar seus esforços no 
estabelecimento de códigos de conduta no comércio e propaganda dos mesmos. 
Conforme a Conferência de Sundsvall, os temas de saúde, ambiente e desenvolvimento 
humano não podem estar separados. Desenvolvimento implica na melhoria da qualidade 
de vida e saúde,ao mesmo tempo em que na preservação da sustentabilidade do meio 
ambiente. 
BENCHAMARKING DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL 
Você já ouviu falar em benchmarking ambiental? 
O Benchmarking é uma atitude Responsável competitiva que deve apresentar uma 
metodologia própria e transparente. O Objetivo é a identificação de modelos gerenciais 
de excelência desenvolvidas por gestores das mais diversas instituições cujas aplicações 
comprovaram eficiência. Este processo acelera o desenvolvimento técnico gerencial e 
consequentemente as boas práticas de sustentabilidade nas organizações. 
Segundo Lavorato (2013, p.1): 
O Benchmarking Ambiental é praticado como uma forma de aprendizado por meio de 
comparações competitivas com ênfase nos processos e resultados das empresas e 
organizações que são reconhecidas como representantes das melhores práticas 
ambientais. 
Qual é o maior desfio das empresas? 
A primeira coisa a se pensar é entender a forma de interagir ou interligar os interesses 
da empresa com os interesses dos stakeholders¹. 
Portanto, aumentar a competitividade e manter a boa relação com o público de interesse. 
Não é uma tarefa fácil devido ao novo cenário e o surgimento de diversas outras formas 
de pressões além das variáveis ambientais. Na mesma linha de entendimento e da 
utilização do benchmarking em se tratando de comparações competitivas encontram-se 
os Multistakeholders. As ações dos Multistakeholders muito contribuem para o 
processo de Benchmarking. 
Multistakeholders é um processo de troca mútua. Os stakeholders de um determinado 
setor se reúnem com líderes dos outros setores da sociedade e trocam experiências. 
Exemplo: os stakeholders do setor de educação apresentam sua experiência de 
Responsabilidade Social e, ao mesmo tempo, colhem o que os outros stakeholders (de 
outros setores) tiveram para contribuir. Assim, este líder ganha mais conhecimento, e o 
grupo como um todo também (BARBOZA, 2012, p. 28, grifos do autor). 
ISO 26000 trabalha com as várias partes interessadas (multistakeholders). É um 
processo também com ONGs, com organizações, com governo, com a sociedade de 
modo geral. Quando os líderes de cada um desses setores participavam conjuntamente 
das discussões referentes à ISO 26000, eles acabavam formando o workgroup (grupo 
de trabalho), e consequentemente o que chamamos de multistakeholders. 
RESPONSABILIDADE SOCIAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
Para chegarmos à origem e ao surgimento da responsabilidade social na educação, 
vamos primeiramente analisar este novo termo para trazê-lo posteriormente para o 
campo da educação escolar. Quanto a este conceito, temos que levar em consideração 
diversos fatores históricos, dos quais a preocupação quanto à responsabilidade social 
deve ser discutida à luz dos movimentos do capitalismo contemporâneo. 
Após a Segunda Guerra, a economia cresceu continuamente, nos moldes das teorias 
econômicas de John Maynard Keynes (1883-1946 – Inglaterra), que propunha a 
intervenção estatal na vida econômica, bem ao contrário do que pregava a ideologia 
liberal. Houve aumento de produtividade, pleno emprego e crescimento da renda per 
capita. Constituiu-se o sistema de proteção social mais sofisticado que a humanidade 
conseguira construir. E mantiveram-se os sistemas democráticos com participação 
maciça da população por meio da intermediação dos partidos políticos. Adam Smith era 
estudado apenas pelo seu valor histórico. A época era keynesiana e antiliberal, assentada 
em um pacto entre o capital, o trabalho e o chamado Estado de Bem-Estar Social 
(wellfare state), que tinha um papel ativo no controle das crises econômicas e no 
comando do desenvolvimento. A responsabilidade social era assumida pelo Estado 
(ROMAN, 2004, p. 36-37). 
Com as crises subsequentes, aparecem os ideólogos do neoliberalismo denunciando 
todas as consequências negativas a partir do Estado do Bem estar Social. Para eles, 
o wellfare statedeveria ser desmontado, e medidas deveriam ser tomadas, como a 
privatização das empresas estatais e o esvaziamento dos sindicatos. 
Entre as medidas econômicas, desde Adam Smith passando pelo Estado do Bem-Estar 
Social de Keynes e seguidas pelos neoliberais, nota-se a ausência das funções sociais 
que competem ao Estado, conforme comenta Roman (2004, p. 37). 
O esvaziamento da capacidade do Estado para cumprir funções sociais, que lhe cabiam 
historicamente, deixou um vácuo que deve ser preenchido. Inseridos nesse cenário é que 
devemos refletir sobre os discursos produzidos hoje sobre a responsabilidade social das 
empresas. 
À medida que a empresa foi se vendo obrigada a repensar alguns de seus valores no 
sentido de constituir mais que uma realidade econômica, foi sendo incorporado à sua 
filosofia um contexto social, dentro do qual se estabeleceram responsabilidades 
socioambientais. 
É certo que algumas empresas ou outras instituições utilizam o termo Responsabilidade 
Socialcomo marketing para mostrar uma boa aparência aos consumidores ou clientes e, 
muitas vezes, confundem filantropia com o real significado do termo RS. No entanto, a 
nossa análise está em cima do real significado e não da ação distorcida das instituições 
quanto a este conceito. A Responsabilidade Social deve constar no planejamento 
estratégico de qualquer instituição, tendo como propósito a sustentação e a continuidade 
daquilo que foi projetado. Daí o nomeSustentabilidade: aquilo que se sustenta por si só, 
cujo trabalho proferido pelo projeto alcance o objetivo esperado e significativo, que seja 
assíduo, que se preserve e se desenvolva. Já no caso da filantropia, não há uma 
responsabilidade, uma transformação e um real desenvolvimento, e sim uma 
dependência. É considerada como uma assistência que ocorre esporadicamente sem a 
responsabilidade de prestação de conta, portanto não há necessidade de constar no 
balanço social das instituições. 
É neste sentido que analisamos a relação “ética e estética” no contexto da educação. 
Estética no sentido das aparências, em que se mascara uma realidade. 
INFRAESTRUTURA, SUPERESTRUTURA E A RESPONSABILIDADE DE 
SUES GESTORES 
O objetivo de uma organização responsável socialmente é retribuir à natureza e à 
população daquilo que ela recebe dos mesmos. Portanto, está retribuição tem a ver com 
os objetivos das instituições em formar cidadãos aptos a atuar e contribuir para o bem 
comum da sociedade onde todos estão inseridos, incluindo-se aí o próprio ambiente da 
empresa, formada por um conjunto de pessoas as quais chamamos de stakeholders, ou 
seja, todos aqueles que têm com regularidade certa relação com a sustentação da 
empresa, até mesmo aqueles que sofrem interferência causada pelos produtos 
produzidos por ela. Podemos citar como exemplo os stakeholders de uma outra área, os 
educacionais para melhor compreendermos seu significado: 
Os stakeholders são, portanto, aqueles que podem afetar ou ter o seu interesse afetado 
pelo funcionamento, desempenho e resultados presentes e futuros da organização em 
questão. No ambiente escolar, cada um dos agentes internos e externos que interagem 
com a escola é considerado como um stakeholders: professores, funcionários, alunos, 
pais e membros da comunidade. Esses agentes formam a comunidade escolar e 
interagem no processo de planejamento e execução dos processos administrativo-
pedagógicos da escola dentro de um modelo de gestão escolar participativa. (BRITO; 
CARNIELLI, 2011, p. 30). 
Como vimos neste exemplo, uma educação de qualidade depende de como cada ator 
cumprirá com suas funções. O accountability educacional depende de como cada um de 
seus componentes operará de forma consistente. Hoje, a educação escolar está prestando 
contamais ao mercado do que aos outros setores da sociedade. 
Em conta disso o mercado não pode ser mero receptor de mão de obra alienada, para 
uma globalização que nas palavras de Paulo Freire, (2008, p. 127) “O Discurso da 
Globalização que fala da ética esconde, porém, que a sua é a ética do mercado e não a 
ética universal do ser humano, pela qual devemos lutar bravamente se optarmos, na 
verdade, por um mundo de gente”. 
Cabe aos stakeholders de todas as áreas sejam os educacionais, os empresariais, 
governamentais, privados etc. exercerem esta prática e cobrar mais dos seus respectivos 
sistemas. É na relação infra e superestrutura que iremos analisar esse novo conceito de 
responsabilidade social das instituições. 
Vamos conceituar os termos Infraestrutura e superestrutura para melhor 
compreender esta prática? 
Na construção de um empreendimento, cada tijolo ou cada detalhe é importante para 
manter um edifício em pé. Depois de construído o edifício, estando sustentado, terá 
nesta nova situação uma segunda base, a que chamamos de consciência social ou 
ideológica. Neste contexto compreendem-se as determinações jurídicas e políticas 
formadas por um acordo coletivo que irão decidir os valores e os princípios desta 
relação. 
Da mesma forma uma empresa está estruturada nestas duas bases. 
Na infraestrutura têm-se as relações de produção compreendidas pelas forças 
produtivas e na superestrutura a consciência ideológica, jurídicas e políticas. 
A relação justa e recíproca dessas duas bases é que irá manter a empresa em harmonia 
com seus propósitos sustentáveis. Neste sentido supera-se a subjetividade e concretiza-
se a objetividade. O resultado desta superação dá-se por uma administração 
democrática, participativa entre todos os colaboradores. Esta é a porta de entrada para 
uma empresa se tornar verdadeiramente responsável socialmente. Para compreendermos 
um pouco mais sobre as duas bases vamos ver numa outra perspectiva o que menciona 
Aranha; Martins (1993, p. 241): 
Para Marx, a sociedade se estrutura em níveis. O primeiro nível, chamado de 
infraestrutura, constitui a base econômica (que é determinante, segundo a concepção 
materialista). Engloba as relações do homem com a natureza, no esforço de produzir a 
própria existência, e as relações dos homens entre si. Ou seja, as relações entre os 
proprietários e não proprietários, e entre os não proprietários e os meios e objetos do 
trabalho. O segundo nível, político-ideológico, é chamado de superestrutura. É 
constituído pela estrutura jurídico-política representada pelo Estado e pelo direito. Pela 
estrutura ideológica referente às formas da consciência social, tais como a religião, as 
leis, a educação, a literatura, a filosofia, a ciência, a arte etc. Também nesse caso ocorre 
a sujeição ideológica da classe dominada, cuja cultura e modo de vida reflete as ideias e 
os valores da classe dominante. 
Figura 2– Infraestrutura e Superestrutura Empresarial 
 
Todos aqueles que são interessados ou afetados no contexto de uma empresa, não 
sendo, porém, necessariamente relacionado aos assuntos econômicos são os que 
caracterizamos como stakeholders. 
Neste sentido temos tanto na base da infraestrutura como na superestrutura os 
stakeholders diretos e indiretos. 
Os stakeholders diretos (ou internos) relacionados nas duas estruturas são aqueles 
pertencentes aos grupos mais presentes como os funcionários, acionistas, diretores, 
cliente etc. Os mais indiretos (externos) são as comunidades, governo, mídia, os 
concorrentes e demais grupos de interesses. 
Para melhor compreendermos os atores responsáveis socialmente, dividimos a empresa 
em duas grandes áreas: a infraestrutura e superestrutura. A nossa intenção não é 
caracterizar ou dar ênfase à empresa dentro de uma forma piramidal, mas mostrar as 
responsabilidades e a necessidade de interação entre os atores, ou seja, entre os que 
estão no âmbito da legislação, das ideologias apresentadas e sancionada pela classe 
política e instituições representativas das classes empresariais e trabalhadoras. Aqueles, 
porém que representam os stakeholders diretos nas duas estruturas de cujas empresas 
por esses são representados proporcionam ou não uma administração democrática, 
participativa, e flexiva; Na infraestrutura, encontram-sestakeholders diretos, aqueles 
que traduzem a legislação sobre as normas, trabalhando com o propósito de produzir a 
própria existência da empresa (prática); são eles: os funcionários, os setores, os 
fornecedores etc., enfim todos os que estão ligados diretamente à base da empresa, 
transformando a teoria em prática. É nessa base que se encontram, portanto, as 
traduções sobre as reais necessidades e toda a estrutura que visa a realização das metas e 
dos propósitos estipulados pela instituição empresarial na prática. 
Na superestrutura, estão os stakeholders indiretos que legislam sobre o que se 
pretende com as empresas (teoria) de forma geral. Para concluir os processos 
empresariais no âmbito da legislação, é necessária a participação conjunta das duas 
bases; no entanto, é aqui que geralmente encontramos uma administração personalista, 
não participativa, não democrática.