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História do Direito - Mesopotamia e Egito

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4. MESOPOTÂMIA E EGITO
A RELIGIÃO E O DIREITO
ESSAS GRANDES CIVILIZAÇÕES...
“floresceram“ numa mesma época – num raro exemplo de simultaneidade do tempo histórico: elas foram construídas de forma lenta, mas a finalização do processo de mudança dá-se no mesmo período.
existem indícios de existência de vida humana na Mesopotâmia e Egito já na Era Neolítica (ano 7000 a.C. na região da Mesopotâmia12 e 5500 a.C. no Egito). Mas é no quarto milênio a.C. que a proximidade de datas fica mais evidente. Ambas as civilizações urbanizam-se e adotam a escrita em períodos muito próximos.
São processos AUTÔMOMOS – NÃO HÁ INFLUÊNCIA COMPROVADA de uma civilização sobre o desenvolvimento da outra.
MESOPOTÂMIA
EGITO
Presença humana
+ ou – 7.000 a.C.
+ ou – 5.500 a. C
ESCRITA
+ ou – 3.100 a.C.
Entre3.000-3.100a.C
CIDADES
Entre3.100-2.900a. C.
Entre3.100-2.890a.C
MAS suas localizações junto a bacias hidrográficas, com solo fértil, propício à agricultura, a navegação fluvial (essencial ao desenvolvimento e à sofisticação do comércio) o que culmina com maior número de habitantes/população concentrada em cidades e conseqüente desenvolvimento político e econômico
EGITO
AS CRENÇAS:
Os períodos de cheia (recuo das águas do Nilo são previsíveis e estáveis; em se tratando de povos de credo politeísta, é comum a associação entre as divindades e os fenômenos da natureza. Assim, a regularidade do ciclo das águas do Nilo trazia, aos habitantes do Egito antigo, urna sensação de continuidade, de evasão da passagem do tempo, que acabou por ser associada a um rito de imortalidade: o culto a Osíris.
A POLÍTICA
*Forma de Governo: Monarquia;
1. Desde a consolidação da unificação dos reinos do Sul e do Norte (c. 3100 a.C.) até o final dos períodos de predomínio persa (525-404 e 343-332 a.C.) e início da dominação romana (30 a.C.), consolidou-se uma monarquia unificada, com um poder central bastante definido, o faraó, e com uma capital instalada em determinada cidade do reino (que podia ser Mênfis, Tebas, Sais, entre outras). 
Num período de aproximadamente 3000 anos - observa José das Candeias Sales -, é extraordinário “o fato de, durante todo esse tempo, a tendência de concentração política ter sempre conseguido sobrepor-se à tendência de fragmentação favorecida pela própria configuração longitudinal do país”.
2. O papel conferido aos soberanos: Por influência da regularidade nas manifestações da natureza - especialmente das águas do Nilo -, e a criação de um rito de imortalidade a ser cumprido pelo faraó, consagrou-se a concepção de que o monarca não era um simples representante divino na Terra. Ele era o próprio deus - fenômeno intitulado teofania.
O DIREITO
O faraó é a própria encarnação da divindade, e dele emanam todas as normas, não será possível conceber qualquer decisão política que vincule o soberano pelo seu simples poder temporal. O direito terá de se originar num plano superior: a revelação divina.
O princípio de justiça divina: um princípio de justiça que é simbolizada pela figura da maat. “Os egípcios acreditavam numa lei reguladora e organizadora, numa noção de eterna ordem das coisas e do Universo, a maat, de grande importância na estruturação e funcionamento da própria realeza.
Pode-se afirmar que é o elemento basilar do Estado egípcio.
A APLICAÇÃO DO DIREITO
estava subordinada, então, à incidência de um critério divino de justiça; 
ao faraó, que tinha atributos de divindade, incumbia velar pela vigência do princípio de justiça simbolizado pela deusa maat;
a maat possui um conteúdo e uma vertente social, ética e cósmica que confere direta e expressamente ao faraó a responsabilidade de estabelecer a Justiça, a Paz, o Equilíbrio e a Solidariedade social e cósmica da sociedade terrena.
A função real devia estar conforme aos desígnios da maat.
O Livro dos Mortos
A BALANÇA – maat , que “pesa” o coração contra uma pluma (verdade e justiça): juramento negativo “nada fiz de errado, ou injusto”
Maat é o objetivo a ser perseguido pelos faraós. Tem por essência ser o 'equilíbrio'; o ideal, a esse respeito, é fazer com que as duas partes saiam do tribunal satisfeitas.
MESOPOTÂMIA
AS CRENÇAS;
A cheia e recuo das águas do Tigre e do Eufrates possui um caráter pouco regular e previsível “têm comportamento muito menos uniforme que o Nilo.
Os habitantes da antiga Mesopotâmia eram obrigados a enfrentar variações climáticas, ventos cortantes, chuvas torrenciais e enchentes devastadoras, que escapavam a seu controle”
DIFERENTEMENTE DO EGITO...
...disso decorria a impossibilidade de credo em um ritual de fundo cíclico quanto à vida e à morte. “Na Mesopotâmia a monarquia representava a luta de uma ordem humana para se integrar ao Universo”.
Essa variação no sistema de crenças terá reflexos na política e na economia desses povos do Oriente próximo.
POLÍTICA
*Forma de Governo: Monarquia
Desde seus primórdios, essa civilização optou pela fundação de cidades - comumente designadas cidades-estado - com alto grau de independência.
Cada cidade tinha seu governante, seus órgãos políticos, e, muitas vezes, seu próprio exército.
AS CIDADES-ESTADO
Logo, na região da Suméria havia as cidades de Ur, Uruk, Lagash e Larsa, entre outras;
na Babilônia, além da cidade do mesmo nome, podem ser mencionadas Kutha, Kish, Borsipa;
na região da Acádia, além da capital homônima, as cidades de Eshnunna e Sippar.
E, por fim, na Assíria, as cidades de Nínive, Assur e Nuzi tinham algum destaque.
Todas essas cidades possuíam soberanos e divindades próprios.
É nítido o contraste entre unidade do exercício do poder político, no antigo Egito, e a fragmentação desse poder entre as várias cidades da Mesopotâmia.
2. Com a fragmentação do poder político entre vários monarcas (os quais, freqüentemente, guerreavam entre si), era simplesmente impossível fundar a dominação do rei com base na assunção de uma divindade.
A monarquia, nas cidades do Tigre e do Eufrates, assumiu um caráter mais humano.
O rei era um representante de deus (a divindade escolhida pela cidade) na terra. E estava submetido a limitações e contingências típicas de qualquer ser humano.
O DIREITO
A justiça, no fundo, identifica-se à vontade dos deuses, cujas razões escapam à compreensão dos homens: e estes não devem julgá-la”.
Código de Ur-Nammu:
Promulgado em alguma data situada entre 2140 e 2004 a.C.: sua estrutura geral - e dos outros que lhe sucederão pode ser descrita como um meio-termo entre o direito fortemente concreto das sociedades arcaicas (pensado e manifestado exclusivamente para o caso em discussão) e as formas abstratas e gerais que caracterizam o direito moderno. As normas que subsistiram ligam-se predominantemente ao domínio do direito penal e às penas pecuniárias;
Códigos de Eshnunna e
 Lipit-Ishtar:
contêm um prólogo, epílogo e 43 artigos. O Código de Eshnunna, mais extenso e completo (possui sessenta artigos), traz uma simbiose entre matérias civil e penal;
já contempla institutos conexos à responsabilidade civil, ao direito de família e à responsabilização de donos de animais por lesões corporais seguidas de morte.
Código de Hammurabi:
Descoberto na Pérsia, em 1901, o documento legal, gravado em pedra negra, encontra-se hoje no Museu do Louvre. O Código foi promulgado, aproximadamente, em 1694 a.C., no período de apogeu do império babilônico, pelo rei Hammurabi. Composto por 282 artigos, dispostos em cerca de 3600 linhas de texto, abrange quase todos os aspectos à sociedade babilônica 
Num extenso prólogo, fica explicitado que o conjunto de leis foi oferecido ao povo da Babilônia pelo deus Sarnas, por intermédio do rei Hammurabi, e não por decisão deste.
Hammurabi, quer satisfazer a Sarnas, deus da justiça, fazer resplandecer o direito no país, “arruinar o mau e o malfeitor, impedir que o forte maltrate o fraco”.
A organização da sociedade
há um estrato de homens livres, uma camada de homens dotados de personalidade jurídica, mas com liberdade limitadae uma parcela de escravos (equiparados a um bem móvel). 
EX: “aquele que, espancando a filha de um homem livre, faz com que ela aborte pagará uma indenização de 10 siclos de prata; se se tratar da filha de um subalterno, 5 siclos; de um escravo, apenas 2.”
Direito de família:
A mulher tem personalidade jurídica, mantém-se proprietária de seu dote mesmo após o casamento, e tem liberdade na gestão de seus bens. O marido pode repudiar a mulher, mas a recíproca é igualmente verdadeira: a mulher pode alegar má conduta do marido e propor ação para retornar a sua família originária, levando de volta o seu patrimônio.
A organização familiar é em regra monogâmica,
sendo, contudo, flexibilizada quando se tratar da continuidade da linhagem familiar; é permitida, em alguns casos, a inserção de uma segunda esposa, uma espécie de concubina, quando o casal não conseguir gerar filhos, mas fica mantida a precedência da primeira esposa em relação à segunda.
EX.: art. 145: “Se um homem casou com uma sacerdotisanaditum e se ela não lhe deu filhos e se ele se propôs casar com uma sacerdotisa sugétum, este homem poderá casar com uma sugétum; e poderá fazê-la entrar na sua casa. Esta sugétum não será tida em pé de igualdade com a naditum”.
A adoção: estipula as conseqüências jurídicas da ruptura do vínculo entre adotante e adotado; 
A sucessão: com limitações ao poder de dispor sobre o patrimônio, especialmente se isso ocorrer em detrimento de algum dos filhos sobreviventes.
Domínio econômico:
consagra alguma intervenção na atividade privada, por meio da delimitação de salários e preços. 
Direito penal
reflete o momento de elaboração do próprio documento; extrema centralização do poder nas mãos do soberano, na parte alusiva aos delitos e às penas, consagra uma fusão de elementos sobrenaturais, princípios de autotutela e retaliação e penas ligadas à mutilação e ao castigo físico.
1. Se alguém acusou um homem, imputando-lhe um homicídio, mas se ele não pôde convencê-la disso, o acusador será morto”; 
2. Se alguém imputou a um homem atos de feitiçaria, mas se ele não pôde convencê-la disso, aquele a quem foram imputadas as atividades de feitiçaria, irá ao Rio; mergulhará no Rio. Se o Rio o dominar, o acusador ficará com a sua casa. Se este homem for purificado pelo Rio, e se sair são e salvo, aquele que lhe tinha imputado atos de feitiçaria será morto; aquele que mergulhou no Rio ficará com a casa do seu acusador”
OS CONTRATOS
Um dos principais legados da obra de Hammurabi: a regulamentação do direito privado com várias modalidades de contratos e negócios jurídicos: compra e venda (inclusive a crédito), arrendamento (com ênfase na regulamentação das terras cultiváveis) e depósito.
A responsabilidade civil é levada às últimas conseqüências.
Há previsão, ainda, de empréstimo a juros, títulos de crédito, operações de caráter bancário e de sociedades de comerciantes.
Aplicação do direito
decisões judiciárias tomadas em casos concretos. 
Havia funcionários do palácio real e sacerdotes locais, que auxiliavam o soberano na aplicação do direito. 
Mas, em regra, os juízes eram nomeados pelo próprio monarca, que poderia, igualmente, ser instado para decidir, em grau de recurso, determinada causa existente no reino.
Ainda mais, Hammurabi oferece a todos a possibilidade de apelo ao rei ou ao seu ministro supremo.
CONCLUSÕES
Vários elementos das culturas e civilizações modernas encontram as suas origens mais remotas no Sul da Mesopotâmia, na Suméria.
Babilônios e Assírios conservaram e, por vezes, desenvolveram a herança espiritual dos Sumérios que comunicaram aos vizinhos: Hurritas, Hititas, Cananeus.
Foram em seguida os Hebreus e os Gregos, por motivos e maneiras diferentes, os principais veículos para a posteridade.
Pode-se apontar a subsistência, na sociedade e no direito romanos, de institutos provenientes da Mesopotâmia e do Egito antigos, como a celebração de espécies diversificadas de contratos e a centralização administrativa apoiada por um corpo burocrático estável.
É razoável conceber um panorama de circulação de idéias na região do Mediterrâneo, que pode ter auxiliado na conformação de institutos jurídicos posteriormente legados ao patrimônio do Ocidente

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