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DIREITO PENAL II – Teoria da Pena Prof. Arlindo Teixeira Fev./2014 Resumo a partir das obras de: Cezar Roberto Bitencourt – Tratado de Direito Penal, vol. 1. Cláudio Brandão – Curso de Direito Penal, Parte Geral. Damásio de Jesus – Direito Penal, vol. 1. 1. CONCURSO DE CRIMES 1.1 INTRODUÇÃO Uma única pessoa pode cometer um ou mais crimes. Apenas uma conduta Mais de uma conduta Ocorre o concurso de crimes = concursus delictorum O concurso pode ocorrer entre diferentes crimes. A pena a ser aplicada segue um critério próprio. 1.2 SISTEMAS DE APLICAÇÃO DA PENA São eles: Cúmulo material. Cúmulo jurídico. Absorção. Exasperação. 1.3 ESPÉCIES DE CONCURSO Concurso material Pluralidade de condutas e pluralidade de crimes Pode ser: Concurso material homogêneo; Concurso material heterogêneo. CP Concurso material Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam- se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) [...] Concurso formal Unidade de ação e pluralidade de crimes Pode ser: o Concurso formal próprio/perfeito o Concurso formal impróprio/imperfeito “desígnios autônomos” CP Concurso formal Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 1.4 CRIME CONTINUADO Ficção jurídica (crime único) – afirma que os crimes subsequentes são continuação do primeiro. Política criminal. Tratamento unitário a um conjunto delitivo. CP Crime continuado Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) [...] Limite das penas Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação, desprezando- se, para esse fim, o período de pena já cumprido.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 2. CONCURSO DE PESSOAS 2.1 Introdução Em regra os tipos demonstram a possibilidade de serem realizados por uma única pessoa. Empresa criminosa. Concursus delinquentium. Delinquência delitiva. Concurso de pessoas “é a ciente e voluntária participação de duas ou mais pessoas na mesma infração penal”. (Mirabete) Concurso eventual x concurso necessário. 2.2 Teorias sobre o concurso de pessoas a) Teoria Pluralística; b) Teoria Dualística; c) Teoria Monística ou unitária. Teoria das condições necessárias à produção do resultado. CP TÍTULO IV DO CONCURSO DE PESSOAS Regras comuns às penas privativas de liberdade Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) [...] Casos de impunibilidade Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 2.3 Causalidade física e psíquica Nexo causal; Teoria da equivalência das condições; Causalidade = elemento material; Vontade e consciência de participar = elemento subjetivo; CASO PRÁTICO João, querendo contribuir com a prática de um homicídio, empresta a arma, que, afinal, não é utilizada na execução do crime e não influi de forma alguma no ânimo do autor. João praticou o homicídio? O criado que, por imprudência ou negligência, deixa aberta a porta da casa durante a noite, favorecendo, inadvertidamente, a prática de um furto. O criado praticou crime? 2.4 Requisitos do concurso de pessoas a) Pluralidade de participantes e de condutas b) Relevância causal de cada conduta c) Vínculo subjetivo entre os participantes Liame subjetivo / nexo psicológico. d) Identidade de infração penal 2.5 Modalidade Autoria Autor é quem pratica o núcleo do tipo; Autoria mediata / autor de escritório / domínio do fato (Teoria do Domínio do Fato) Autoria colateral – NÃO configura concurso. Coautoria Todos os participantes cometem o núcleo do tipo; É a própria autoria; Divisão do trabalho. Participação (partícipe) a) Instigação ou induzimento (participação moral); b) Cumplicidade (participação material) 2.6 Comunicabilidade CP Circunstâncias incomunicáveis Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condiçõesde caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Circunstâncias – são dados, fatos, elementos que apenas circundam o fato principal. Condições – relação do agente com o mundo exterior, parentesco... Elementares do tipo – formam a estrutura do tipo penal.
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