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IFRJ – Profª Leila Brito 1 MARCHA GERAL DE ANÁLISE AMOSTRAGEM Consiste na coleta de uma porção de material (Amostra) que seja representativo de um universo. Como existe uma série infindável de amostras, o analista deve estar a par dos processos normais de amostragem padrão empregados para os diferentes tipos de materiais. ESCALA ANALÍTICA DE TRABALHO Metodologia de Análise - o tipo de elemento a ser determinado (alguns métodos se destinam a alguns elementos), tipo de amostra, custo, limite de detecção do método e outros. Infra-Estrutura do Laboratório Escala Quantidade de Analito ( % p/v) Macroanálise > 10% Semimicroanálise 1 – 10% Microanálise 0,1 – 1% Análise de Traços < 0,1 PREPARO DA AMOSTRA Para amostra sólida: Secagem, a redução do tamanho de partículas (utilização de moinhos e peneiras) e homogeneização. Pesagem - intervalo mais comum 0,25 - 1g (para a análise quantitativa) Digestão (abertura da amostra) - solubilização Amostras de solos, sedimentos, rochas etc. - ácidos fortes como ácido sulfúrico, fluorídrico, nítrico e clorídrico. Amostras com material orgânico - ácido perclórico. Amostras de difícil digestão podem ser associados os ataques ácidos com recursos auxiliares como o aumento de pressão (digestão em bombas) ou de aumento de temperatura (placa de aquecimento). Além da digestão úmida também poderá empregar-se a digestão seca, a escolha dependerá do tipo de amostra analisada. IFRJ – Profª Leila Brito 2 Para amostra líquida: Filtração da amostra ou outro recurso qualquer para a eliminação de resíduos. PREPARO DA SOLUÇÃO Para análise de ânions (A–) Amostra + Na2CO3 20% p/v NaA + XCO3 Licor alcalino precipitado de metais Para análise de cátions Amostra + HCl conc. resíduo Resíduo + HCl diluído Ag+ , Hg2+2 , Pb+2 precipitam como cloretos + outros cloretos solúveis (Solução Clorídrica) Objetivo: Eliminar ânions voláteis e oxidantes fortes (MnO4– e CrO4=) ANÁLISE DA AMOSTRA Verificar antes os interferentes Branco Amostra Controle (Teste negativo) (Teste positivo) ∆ IFRJ – Profª Leila Brito 3 REAÇÕES NA QUÍMICA ANALÍTICA Na química analítica é de grande importância as seguintes características para as reações utilizadas na análise: * Seletividade; Especificidade; Limite de Detecção (Sensibilidade) Reações Seletivas: São reações que identificam mais de uma substância ou íon, mas em número limitado. Ex.: Ensaio para Redutor: S2, SO32, S2O32, NO2 , SCN, Br, I, [Fe(CN)6] 4 , C2O42 Ensaio para Redutor e Redutor Forte: S2, SO32, S2O32 Quanto menor o número de íons dando teste positivo para uma reação maior a seletividade. Reações Específicas: São reações que permitem identificar um único íon em presença de uma mistura de outros íons. Ex.: NH4+ + OH- < --- > NH3 + H2O O número de reações específicas conhecido não é muito grande, assim, para se atingir a especificidade é necessário condicionar o meio reacional, precipitando, volatilizando, complexando, alterando as concentrações dos interferentes por diluição, promovendo reações de oxirredução nas espécies interferentes, etc. para que apenas um íon seja identificado. Limite de Detecção (Sensibilidade): A sensibilidade é caracterizada pela perceptibilidade que se tem de uma reação. As reações que apresentam um baixo valor de limite de detecção são aquelas que permitem a pesquisa de pequenas quantidades de um certo íon ou substância, sem a necessidade de grandes quantidades de substância e grandes volumes. IFRJ – Profª Leila Brito 4 A sensibilidade é caracterizada por duas grandezas integradas: Mínimo Detectável m(δ) - Menor quantidade de uma substância que pode ser identificada. Unidade em microgramas (g). Quantidade da espécie na amostra ≥ m(δ) teste positivo Quantidade da espécie na amostra < m(δ) teste negativo Diluição Limite (D) ou Concentração Limite - diluição máxima permitida para que a reação seja perceptível. D = 1 1g de substância a ser analisada G Volume máximo de diluição (em mL) Volume da macrogota = 0,05mL Volume do tubo semimicro = 0,1mL Volume da microgota = 0,001mL Volume do tubo macro = 1,0mL Ex.: Na identificação de Cl– utilizam-se os reativos A e B. Qual reativo é mais sensível ao analito? Reativo A Reativo B m(δ) = 6g m(δ) = 0,4g Vensaio = 1mL Vensaio = 0,05mL IFRJ – Profª Leila Brito 5 pKa ÁCIDO BASE -10,0 HClO4 ClO4 – – CH3COOH2+ CH3COOH -10 Hl l– -9,0 HBr Região 1 Br– -7,0 HCl Cl– -1,7 H3O+ H2O -1,4 HNO3 (conc.) NO3– -0,2 CF3COOH CF3COO– -0,2 Cl2CH-COOH Cl2CH-COO– 2,1 H3PO4 Região 2 H2PO4– 3,2 HF F– 4,8 CH3COOH CH3COO– 6,4 H2CO3 HCO3– 7,0 H-SH HS– 9,2 HCN CN– 9,3 NH4+ NH3 10,3 HCO3– CO3–2 15,7 H2O OH– 38 NH3 NH2– – H2 H– – CH4 Região 3 CH3– Região 1 : Ácidos fortes e bases moderadas Região 2 : Ácidos moderados (fracos) Região 3 : Ácidos muito fracos IFRJ – Profª Leila Brito 6 EFEITO NIVELADOR / DIFERENCIADOR “Um Ácido é considerado forte para um determinado meio quando ele for mais forte do que o ácido conjugado do meio” Meio Aquoso: H2O + H2O H3O+ + OH– Meio Acético: CH3COOH + CH3COOH CH3COOH2+ + CH3COO– A POSIÇÃO DO EQUILÍBRIO “A transferência de prótons em uma reação ácido-base sempre ocorrerá do ácido mais forte para o ácido mais fraco (base conjugada mais forte)”. “A direção da transformação é aquela que conduz a menor energia livre” 1) A posição do equilíbrio na reação do cianeto de potássio com o ácido acético: H2O KCN + CH3COOH CH3COOK + HCN pKa = 4,8 pKa = 9,1 ΔpKa = pKa1 – pKa2; 4,8 – 9,1 = – 4,3 “Este equilíbrio é totalmente deslocado para a direita” 2) A posição do equilíbrio na reação do cloreto de sódio com o ácido acético: H2O NaCl + CH3COOH CH3COONa + HCl pKa = 4,8 pKa = –7,0 ΔpKa = pKa1 – pKa2; 4,8 – (–7) = +11,8 “Este equilíbrio é totalmente deslocado para a esquerda” IFRJ – Profª Leila Brito 7 NOTAS: Em água só é possível medir a acidez de ácidos mais fracos do que o cátion hidrônio (pKa = – 1,7) e mais fortes do que a água, pKa = 15,7). Valores fora desta faixa são obtidos por aproximação e devem ser considerados quantitativamente com cautela. Em geral, os valores da acidez em água são precisos na faixa de pH entre 1 e 13. Para ácidos mais fracos do que a água, muitas determinações são feitas em DMSO ou ciclo-hexilamina. Para ácidos mais fortes do que o cátion hidrônio, as medidas podem ser feitas em ácido fórmico ou metanol. “O conhecimento dos valores de pKa pode ser usado para predizer a posição de equilíbrio”. Baseado nesta afirmação diga o sentido de cada uma das reações abaixo: H2O + a) H2O + NH3 = H – NH3 + OH– pKa = 15,7pKa = 9,2 H2O + – b) HCl + NH3 = H NH3 Cl + H2O pKa = –7,0 pKa = 9,2 IFRJ – Profª Leila Brito 8 Fonte: Lange's Handbook Of Chemistry (15Th Ed) pag 921 IFRJ – Profª Leila Brito 9 PREVISÃO DAS REAÇÕES ENTRE ÁCIDOS E BASES Tenhamos em solução um par ácido-base: ácido1 + H2O base1 + H3O+ pKa1 ácido2 + H2O base2 + H3O+ pKa2 Se o ácido1 é mais forte que o ácido2 ( Ka1 >> Ka2 ) ou pKa1 << pKa2, a reação que ocorrerá será entre o ácido1 (mais forte do meio) e a base2 (mais forte do meio). ácido1 + base2 ácido2 + base1 No equilíbrio: pH3O+1 = pH3O+2 , quando cessa a transferência de prótons. pH3O+1 = pH3O+2 pKa1 + log ]A[ ]B[ 1 1 = pKa2 + log ]A[ ]B[ 2 2 pKa1 – pKa2 = log ]A[ ]B[ 2 2 – log ]A[ ]B[ 1 1 pKa1 – pKa2 = log ]B][A[ ]A][B[ 12 12 mas ]B][A[ ]A][B[ 12 12 = Ke 1 , logo pKa1 – pKa2 = pKe Ke = )pKapKa( 2110 = )pKapKa( 1210 ÁCIDO FRACO ÁCIDO FORTE (pKa pKa ) Ke = 10 + + - Quanto maior for a diferença (pKa2 - pKa1), maior a extensão da reação e maior a formação de produtos. Pelo mapa ácido-base H3O + H2O H2O OH– 1 2 3 1 2 A reação de um ácido qualquer com uma base que esteja abaixo de sua base conjugada (base mais forte) terá maior extensão quanto maior for a inclinação da linha que une o ácido a tal base. IFRJ – Profª Leila Brito 10 ZONA DE PREDOMINÂNCIA DAS ESPÉCIES Informa a existência de espécies numa determinada faixa de pH. ÁCIDO MONOPRÓTICO FRACO HA « + –2 3HA + H O H O + A – + 3 [A ] Ka = [H O ] . [HA] + 3 – [HA] [H O ] = Ka . [A ] Aplicando – log + 3 [HA] log [H O ] = log Ka log [A ]– – – – – [HA] pH = pKa – log [A ] logo, –[A ] pH = pKa log [HA] + Condição 1: pH = pKa –[A ] log = 0 [HA] –[A ] = [HA] Condição 2: pH > pKa Ex: pH = pKa + 1 –[A ] pKa + 1 = pKa + log [HA] –[A ] 1 = log [HA] –[A ] = 10 [HA] –[A ] = 10 [HA] Espécie predominante é a básica Condição 3: pH < pKa Ex: pH = pKa – 1 [A ] pKa – 1 = pKa + log [HA] - [A ] 1 = – log [HA] - [HA] = 10 [A ]- [HA] = 10 [A ] - Espécie predominante é a ácida IFRJ – Profª Leila Brito 11 Exemplo: Considerando + – 2 3HA + H O H O + A « e Ka = 10–5. pKa = 5 [HA] = [A–] 5 pH 0 14 HA A– [HA] / [A] pH 0 14 6 4 Zona de tamponamento ÁCIDO DIPRÓTICO FRACO H2A + – 2 2 3H A + H O H O + HA « 1 2 [HA ] pH = pKa + log [H A] - – + – 2 3HA + H O H O + A « 2 2 [A ] pH = pka + log [HA ] - - Exemplo: Considerando H2A ; Ka1 = 10–3 e Ka2 = 10–7. pKa1 = 3 e pKa2 = 7 [H2A] = [HA –] 3 pH 0 14 H2A A 2– [HA–] = [A2–] 7 HA– Qual a região de tamponamento acima?
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