2ª Aula - Teorias da administração – ideias fundamentais

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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE BOTUCATU 
2. Teorias da administração – ideias 
fundamentais 
Conteúdo programático 
1. Ideias precursoras e pioneiros da administração 1.1 ideias precursoras e pioneiros da 
administração 
2 
2. Escola clássica da administração 
 2.1 Taylor e administração científica 
 2.2 Henry Ford e a linha de montagem 
 2.3 Fayol e o processo administrativo 
 2.4 Max Weber e a burocracia 
3. Enfoque comportamental 3.1 A experiência de Hawthorne 
4. Pensamento sistêmico 
 4.1 Conceitos fundamentais do enfoque 
sistêmico 
 4.2 Estrutura dos sistemas 
1. Ideias precursoras e pioneiros da administração 
 Muitas das teorias e técnicas usadas para administrar as 
organizações da atualidade são ideias que evoluíram do passado; 
3 
4 
 A passagem para o século XX foi um momento de grandes 
transformações tecnológicas, econômicas e sociais; 
2. Escola clássica da administração 
 Foi a época em que surgiram e cresceram empresas para 
fornecer, em grandes quantidades, os novos produtos que 
haviam sido criados e que as pessoas desejavam; 
 Nos Estados Unidos e na Europa, as empresas industriais 
expandiram-se aceleradamente para fornecer esses produtos 
e serviços; 
 Nasceu daí a necessidade de estudar e criar soluções para 
lidar com as enormes quantidades de recursos humanos e 
materiais de todos os tipos; 
 Foi essa a origem do grande avanço que hoje conhecemos 
como escola clássica da administração. 
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 A escola clássica tem esse nome porque suas ideias 
permaneceram e continuam influenciando a prática da 
administração; 
2. Escola clássica da administração 
 Na verdade, o mundo da administração de hoje é uma versão 
atualizada das ideias dessa escola, que compreende três 
contribuições principais, que ocorreram em lugares diferentes, 
na mesma época: entre o final do século XIX e o início do 
século XX; 
• O movimento da administração científica, liderado por 
Frederick Taylor; 
• A ideia do processo administrativo, proposta por Henri 
Fayol; 
• O tipo ideal de burocracia estudado por Max Weber. 
Período Autor e local Contribuição Escola Enfoque 
1900 
Frederick 
Taylor, Estados 
Unidos 
Movimento da 
administração 
científica 
Clássica 
Eficiência dos 
processos produtivos 
1910 
Henri Fayol, 
França 
Processo da 
administração 
Clássica 
Papel da 
administração nas 
organizações e outros 
empreendimentos 
Max Weber, 
Alemanha 
Tipo ideal de 
burocracia 
Clássica 
Natureza burocrática 
das organizações 
Henry Ford, 
Estados 
Unidos 
Linha de 
montagem 
móvel 
Clássica Fabricação em massa 
1920 
Ludwig von 
Bertalanffy, 
Alemanha 
Teoria dos 
sistemas 
Pensamento 
sistêmico 
Complexidade, 
totalidade 
1930 
Elton Mayo, 
Estados 
Unidos 
Relações 
humanas 
Relações 
humanas, 
comportamen-
to humano 
Comportamento das 
pessoas em situações 
de trabalho 
6 
7 
2.1 Taylor e a administração científica 
2. Escola clássica da administração 
 Frederick Winslow Taylor (1856-1915), foi o criador e 
participante mais destacado do movimento da administração 
científica; 
 Os princípios e as técnicas criados por esse movimento 
procuravam aumentar a eficiência da produção por meio da 
racionalização do trabalho, para evitar o desperdício e 
promover “a prosperidade dos patrões e dos empregados”; 
 As contribuições que Taylor deixou, para resolver esses 
problemas, contam-se entre as mais importantes da história 
das teorias práticas da administração; 
 Muitas das ideias de Taylor são usadas até hoje e 
provavelmente continuarão a ser. 
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SELEÇÃO E 
TREINAMENTO 
DE PESSOAL 
 
COOPERAÇÃO 
ENTRE 
ADMINISTRAÇÃO 
E 
TRABALHADORES 
SALÁRIOS 
ALTOS E 
CUSTOS BAIXOS 
DE PRODUÇÃO 
 
IDENTIFICAÇÃO 
DA MELHOR 
MANEIRA DE 
EXECUTAR 
TAREFAS 
2.1.2 Princípios da administração científica 
2. Escola clássica da administração 
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2.1.3 As técnicas de Taylor 
2. Escola clássica da administração 
 Estudos de tempos e movimentos; 
 Padronização de ferramentas e instrumentos; 
 Padronização dos movimentos; 
 Convivência de uma área de planejamento; 
 Cartões de instruções; 
 Sistema de pagamento de acordo com o desempenho; 
 Cálculo de custos. 
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2.2 Henry Ford e a linha de montagem 
2. Escola clássica da administração 
 Henry Ford (1863-1947), está associado à linha de montagem 
móvel, mas esse foi apenas um dos inúmeros avanços que ele 
criou e que deixaram sua marca na teoria da administração; 
 Henry Ford foi quem elevou ao mais alto grau os princípios da 
produção em massa, que é a fabricação de produtos não 
diferenciados em grande quantidade; 
 Para alcançar a padronização Ford passou a utilizar o mesmo 
sistema de calibragem para todas as peças em todo o 
processo de manufatura; 
 Esse princípio deu origem ao controle da qualidade, cujo 
objetivo era assegurar a uniformidade das peças, que além da 
padronização Ford procurou a simplicidade, reduzindo o 
número de peças de seus produtos. 
PRINCÍPIOS DA PRODUÇÃO 
EM MASSA 
PEÇAS PADRONIZADAS TRABALHADOR ESPECIALIZADO 
• Máquinas especializadas; 
 
• Sistema universal de 
fabricação e calibragem; 
 
• Controle da qualidade; 
 
• Simplificação das peças; 
 
• Simplificação do processo 
produtivo. 
• Uma única tarefa ou pequeno 
número de tarefas; 
 
• Posição fixa dentro de uma 
sequência de tarefas; 
 
• O trabalho vem até o 
trabalhador; 
 
• As peças e máquinas ficam 
no posto de trabalho. 
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2.3 Fayol e o processo administrativo 
2. Escola clássica da administração 
 Ao lado de Taylor, Henri Fayol (1841-1925) foi um dos 
contribuintes mais importantes do desenvolvimento do 
conhecimento administrativo moderno; 
 Fayol foi o pioneiro no reconhecimento de que a 
administração deveria ser vista como uma função separada 
das demais funções da empresa; 
 Para ele a administração é uma atividade comum a todos os 
empreendimentos humanos (família, negócios, governo), que 
sempre exigem algum grau de planejamento, organização, 
comando, coordenação e controle. 
 O maior impacto dessa ideia está na identificação do trabalho 
dos gerentes como sendo distinto das operações técnicas da 
empresa; 
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Empresa 
Função 
Comercial 
Função 
Financeira 
Função de 
Segurança 
Função de 
Contabilidade 
Função 
Técnica 
Função de 
Administração 
Fayol criou e divulgou sua própria teoria, que divide a empresa em: 
Planejamento 
Organização 
Comando 
Coordenação 
Controle 
2. Escola clássica da administração 
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2.3 Fayol e o processo administrativo 
2. Escola clássica da administração 
 A teoria de Fayol se completa com a proposição de quatorze 
princípios que devem ser seguidos para que a administração seja 
eficaz; 
Os princípios de administração de Fayol 
• O grupo, por consenso, decide que a decisão do líder deve 
ser aceita sem discussão. 
I. Divisão do 
trabalho 
• Sendo a primeira o direito de mandar e o pode se fazer 
obedecer – e a segunda, a sanção, ou seja recompensa ou 
penalidade. 
II. Autoridade e 
responsabilidade 
• Respeito aos acordos estabelecidos entre a empresa e seus 
clientes. 
III. Disciplina 
• De forma que cada pessoa tenha apenas um superior. 
IV. Unidade de 
comando 
• Um só chefe e um só programa para um conjunto de 
operações que visam ao mesmo objetivo. 
V. Unidade de 
direção 
• Subordinação do interesse individual ao interesse geral. VI. Interesse geral15 
2. Escola clássica da administração 
Os princípios de administração de Fayol 
• De forma equitativa e com base tanto em fatores internos 
quanto externos. 
VII. Remuneração 
do pessoal 
• Equilíbrio entre a concentração de poderes de decisão no 
chefe, sua capacidade de enfrentar suas responsabilidades 
e a iniciativa dos subordinados. 
VIII. Centralização 
• Hierarquia, a série de chefes do primeiro ao último escalão, 
dando-se aos subordinados de chefes diferentes a 
autonomia para estabelecer relações diretas. 
IX. Cadeia escalar 
(linha de comando) 
• Um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar. X. Ordem 
• Tratamento das pessoas com benevolência e justiça, não 
excluindo a energia e o rigor quando necessários. 
XI. Equidade 
• Manutenção das equipes como forma de promover seu 
desenvolvimento. 
XII. Estabilidade 
do pessoal 
• Faz aumentar o zelo e a atividade dos agentes. XIII. Iniciativa 
• Desenvolvimento e manutenção da harmonia dentro da 
força de trabalho. 
XIV. Espírito de 
equipe 
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2.4 Max Weber e a burocracia 
2. Escola clássica da administração 
 Foi o cientista alemão Max Weber (1864-1920), quem fez os 
estudos pioneiros sobre as burocracias e o que ele chamou de o 
tipo ideal de burocracia; 
 Para Weber, a sociedade e as organizações modernas são 
sistemas de normas impessoais. São as normas (ou leis) que 
regem o comportamento das pessoas; 
 Weber descreveu as organizações burocráticas como máquinas 
totalmente impessoais, que funcionam de acordo com regras que 
ele chamou de racionais – regras que dependem de lógica e não 
de interesses pessoais; 
 Segundo Weber, a administração burocrática é a forma mais 
racional de exercer a dominação. A organização burocrática 
possibilita o exercício da autoridade e a obtenção da obediência 
com precisão, continuidade, disciplina, rigor e confiança. 
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As burocracias são essencialmente sistemas de 
normas. A figura da autoridade é definida pela lei, que 
tem como objetivo a racionalidade da coerência entre 
meios e fins. 
Formalidade 
As pessoas são ocupantes de cargos ou posições 
formais. Alguns dos cargos são de figuras de 
autoridade. A obediência é devida aos cargos, não 
aos ocupantes, todas as pessoas seguem a lei. 
 
Impessoalidade 
As burocracias são formadas por funcionários. Como 
fruto de sua participação, os funcionários obtêm os 
meios para sua subsistência. As burocracias operam 
como sistemas de subsistência para os funcionários. 
Profissionalismo 
2. Escola clássica da administração 
Para Weber as organizações formais, apresentam três características principais: 
18 
3. Enfoque comportamental 
 De Taylor, Fayol e Weber, o enfoque é predominantemente 
técnico, enfatizando os métodos de trabalho, a organização da 
empresa, as atribuições do administrador e a eficiência dos 
recursos materiais; 
 No entanto, as pessoas são colocadas em segundo plano, 
consideradas apenas como recursos de produção; 
 O enfoque comportamental considera as pessoas como parte 
mais importante das organizações e de seu desempenho; 
 O enfoque comportamental divide-se em dois grande ramos: o 
estudo das pessoas como indivíduos e o estudo das pessoas 
como integrantes de grupos nas organizações: 
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PESSOAS COMO INDIVÍDUOS: 
Comportamento e diferenças 
individuais 
• Percepção; 
• Personalidade; 
• Competências 
• Conhecimentos 
• Aptidões e habilidades 
• Atitudes, interesses e 
valores; 
• Estilos (liderança, motivação). 
PESSOAS COMO MEMBROS 
DE GRUPOS: Comportamento 
coletivo e processos 
interpessoais 
 
• Cultura organizacional; 
• Clima organizacional; 
• Grupos informais; 
• Processo de comunicação; 
• Processo de liderança; 
• Processo de motivação. 
3. Enfoque comportamental 
Áreas de interesse do enfoque comportamental: 
20 
3.1 A experiência de Hawthorne 
3. Enfoque comportamental 
 Um dos mais importantes marcos do enfoque comportamental 
é a escola das relações humanas, que nasceu de uma 
experimento famoso realizado nos Estados Unidos; 
 Esse experimento foi realizado entre os anos de 1927 e 1933, 
desenvolvido pelo prof. Elton Mayo e durou até 1947; 
 O resultados demonstraram que entre os fatores mais 
importantes para o desempenho individual, estão as relações 
com os colegas e os administradores; 
 Hoje isso pode parecer óbvio demais, mas foi revolucionário e 
representou uma nova filosofia de administração, em relação 
às idéias predominantes da escola científica. 
 A essência do pensamento ou enfoque sistêmico é a idéia de 
elementos que interagem e formam conjuntos para realizar 
objetivos; 
 Um dos mais importantes criadores do enfoque sistêmico é o 
cientista alemão Luwig von Bertalanffy ( 1901-1972); 
21 
 De acordo com o pensamento sistêmico tudo é complexo; 
 Qualquer situação tem inúmeras causas e produz inúmeros 
efeitos. 
4. Pensamento sistêmico 
22 
PROBLEMAS, 
SITUAÇÕES E 
EVENTOS 
Causas Efeitos 
4. Pensamento sistêmico 
Segundo Bertalanffy, os problemas complexos estão em toda a 
parte da sociedade moderna 
23 
4. Pensamento sistêmico 
Fonte: Maximiano, 2010. 
Um aeroporto é mais que uma organização singular. É a síntese da complexidade organizacional. 
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4.1 Conceitos fundamentais do enfoque sistêmico 
4. Pensamento sistêmico 
 O ponto de partida do enfoque sistêmico é a idéia de sistema; 
 Sistema é um todo complexo ou organizado; é um conjunto de 
partes ou elementos que forma uma totalidade unitária ou 
complexa; 
Qualquer entendimento da ideia de sistema compreende: 
• Um conjunto de entidades chamadas partes, elementos 
ou componentes; 
• Alguma espécie de relação ou interação das partes; 
• A visão de uma entidade nova e distinta, criada por essa 
relação, que se consegue enxergar focalizando o todo e 
não suas partes. 
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4.2 Estrutura dos sistemas 
4. Pensamento sistêmico 
 Qualquer sistema pode ser representado como um conjunto 
de elementos ou componentes interdependentes, que se 
organizam em: 
AMBIENTE 
SISTEMA 
Entradas 
Saídas 
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4. Pensamento sistêmico 
Sistema de fornecimentos 
Sistema de produção 
Sistema de vendas 
e distribuição 
Mercados e clientes Sistema financeiro 
PRODUTOS E 
SERVIÇOS 
Governo, acionistas 
MATERIAIS E 
COMPONENTES PRODUTOS E 
SERVIÇOS 
Uma empresa é um sistema de sistemas interligados 
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4. Pensamento sistêmico 
 O sistema empresa é formado de inúmero sistemas menores 
como o sistema de produção e o sistema administrativo, cada 
um dos quais tem suas saídas específicas; 
 Esses sistemas mantêm com o ambiente uma relação de troca 
de energia, os quais depende de uma realimentação; 
 O feedback ou realimentação, é o retorno para o sistema de 
energia por ele produzida. Ex: 
• Lucros reinvestidos; 
• Materiais recicláveis; 
• Avaliações feitas por clientes e informações sobre o 
mercado. 
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FEEDBACK 
 
SISTEMA 
 
 O feedback, palavra que significa o retorno da informação, 
reforça ou modifica o comportamento do sistema; 
4. Pensamento sistêmico 
• Os sistemas de avaliação nas escolas são um exemplo 
de ciclo de realimentação, que influencia o 
comportamento dos estudantes.