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HEPATITES VIRAIS Hepatite A Vírus de RNA, picornavirus (27nm). Tem transmissão fecal-oral e o P.I é de 30 dias. Não leva a formas crônicas da hepatite. Detecta-se anticorpos contra HAV (anti-HAV) durante a doença aguda, quando as aminotransferases séricas estão elevadas e ainda há excreção via fezes. A resposta precoce é anti-HAV IgM (<6-12 meses) enquanto a convalescença e imunidade se dão por anti-HAV IgG (permanece indefinidamente) Hepatite B Vírus de DNA (42nm). Tem transmissão sexual, parenteral ou vertical. PI:60 dias. Leva a infecção crônica. Incidência Alta (>8%) – 45% da população O risco de infecção é >60% e é muito comum entre crianças Intermediária (2-7%) – 43% da população O risco de infecção é de 20-60% e é comum em todas as faixas etárias Baixa (<2%) – 12% da população O risco de infecção é <20% e a maioria das infecções é em adultos (grupos de risco) Antígenos e genes do HBV: HBsAg: antígeno de superfície (gene S) – ptn do envoltório na superfície externa do vírion e outras estruturas externas. HBcAg: antígeno do cerne (gene C/região cerne) – organizado em partículas do núcleocapsídeo (partícula central do virion). Não é sinalizador nem secretado. Sua forma desnuda não circula no soro. HBeAg: antígeno e (gene C/região pré-cerne) – ptn solúvel e não particulada do nucleocapsídeo, de sinalização, se ligando ao REL e sendo secretado na circulação. Marcador facilmente detectável da replicação e infecciosidade. Gene P – codifica DNA polimerase HBxAg: ptn não particulada (gene X) que efetua liberação de Ca no citosol, estimulando transcrição reversa e replicação do DNA. Marcadores sorológicos: Evolução para a cura HBsAg – primeiro marcador: precede elevação de aminotransferases séricas, sintomas clínicos, detectável pela fase sintomática (ictérica) e posteriormente. Após desaparecer, aparece o anti-HBs Anti-HBs – detectável após desaparecimento do HBsAg (mesmo que haja janela ou lacuna imunológica, período em que nenhum dos dois aparece), permanecendo indefinidamente >> anticorpo protetor HBcAg – NÃO detectável rotineiramente. Anti-HBc – detectável após poucas semanas do aparecimento de HBsAg, precedendo anti-HBs. Pode evidenciar infecção atual ou recente no período da janela. Persiste indefinidamente. Anti-HBc IgM – predomina nos 6 primeiros meses (inf. aguda recente ou atual) Anti-HBc IgG – predomina após 6 meses (reparação ou inf. crônica) HBeAg – aparece no início e transitoriamente, concomitante ou pouco depois do HBsAg. Coincide com altos níveis de replicação viral. Torna-se indetectável depois das elevações máximas das aminotransferases e antes do desaparecimento do HBsAg. Anti-HBe – após o desaparecimento de HBe-Ag >> Marcadores de replicação pouco úteis na infecção aguda, mas valiosos nas prolongadas. Evolução para cronicidade HBsAg – permanece detectável pós-6meses, indefinidamente Anti-HBs – abaixo dos níveis detectáveis Anti-HBc – principalmente da classe IgG. Permanece indefinidamente Anti-HBc IgM – aumenta e depois cai por volta dos 6 meses. HBeAg – marcador qualitativo. Após fase relativamente não replicativa torna-se negativo Anti-HBe - após fase relativamente não replicativa torna-se positivo, coincidindo com elevação das ALT (eliminação imune dos hepatócitos infectados). Hepatite C Vírus de RNA, hepacivírus, 40-60nm (difícil visualização – circula em baixos títulos). Alta taxa de replicação. PI médio: 7 semanas (2-26 semanas) Apresenta 6 genótipos distintos, interferindo na imunidade humoral eficaz. Os anticorpos tendem a vida curta e a infecção pelo HCV não produz imunidade duradoura contra reinfecção. O indicador mais sensível é a presença do RNA do HCV (poucos dias pós-exposição, antes do anti-HCV e tende a persistir na infecção. Nos casos crônicos pode ser detectado apenas de modo intermitente). Endêmica em quase todo o mundo, com prevalência média de 3% (170 milhões contaminados) No Brasil: N > SE > NE > CO > S Grupos populacionais que devem ser testados: transfusão de sangue antes de 92, usuários de drogas injetáveis, hemofílicos, pacientes em HD, exposição ocupacional, filhos de mães infectadas, doadores de órgãos, sinais e sintomas de hepatopatia sem etiologia. Transmissão: Parenteral (percutânea): 60% - contato com a pele não íntegra ou mucosa com sangue contaminado: transfusões (transplantes, em quimioterapia), usuários de drogas ilícitas com seringas compartilhadas, equipamentos de HD, acidentes de punção, profissionais de saúde (3%), manipulação de ferimentos, trabalho de parto (<5%), uso compartilhado de objetos íntimos, atividade sexual (?) - Em <13 anos predomina a transmissão por drogas > outros > sexual > transfusão - Em >13 anos predomina a transfusão > drogas > outros > sexual Vertical (perinatal): tem risco de transmissão de 6%, e quando associada ao HIV de 17%. A transmissão só ocorre em mães HCV-RNA detectável. O tipo de parto e aleitamento materno não estão associados com maior risco de contaminação. Sexual: Incomum (6%), associado à promiscuidade (tende a grupos específicos, como pessoas com múltiplos parceiros e DST´s). A transmissão de H>M é mais comum que a de M>H. Intra-domiciliar: rara. Ocorre por compartilhamento de objetos contaminados (lâminas de barbear, tesouras, escovas de dente) Esporádica: 40% Sinais e sintomas Fase de infecção aguda É normalmente assintomática (80%), mas quando presentes os sintomas ocorrem dentro de 7 a 8 semanas. Manifesta-se por icterícia (doença aguda leve <20%), mal estar e náuseas, excepcionalmente ocorre hepatite fulminante. São raras as mortes. Fase de infecção crônica (pactes sem complicações) – 75-85% Os sintomas graves são raríssimos e a maioria dos pacientes é assintomática. Quando há sintomas, a fadiga é a queixa mais comum, havendo diminuição da qualidade de vida. A cirrose aparece em 10-20% dos casos, enquanto a hepatite crônica em 70% e morte por doença hepática crônica é de 1-5%. Prognóstico: 20% se curam, enquanto 80% cronificam. Destes a doença pode ser não progressiva (sem fibrose) ou progressiva (evoluindo para cirrose e carcinoma hepatocelular). Hepatite D PI médio: 4-12 semanas (60 dias) Vírus de RNA que co-infecta e exige função auxiliar do HBV para sua replicação e expressão. É o agente delta, com 35-37nm. Seu nucleocapsídeo expressa o Ag delta e o seu cerne é encapsulado por um envoltório externo de HBsAg (indistinguível do HBV, exceto pela composição proteica). Pode infectar uma pessoa simultaneamente ao HBV (co-infecção) ou secundariamente um indivíduo já infectado (infecção secundária). Hepatite E PI médio: 40 dias e não leva à infecção crônica. Vírus de RNA, transmitido como o HAV. �PAGE � �PAGE �1�
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